CANTAR DESENHAR SENTAR ADORME AR SENTIR CHORAR INVENTAR ABRAÇ NVENTAR ABRAÇAR EXPERIMENTAR APA SUJAR PEGAR GIRAR AMAR VIVENAMAR VIVENCIAR DIVIDIR PEDIR AN ORMIR OUVIR CONHECER DANÇAR JO DANÇAR JOGAR AJUDAR DESCOBRIR RIR SONHAR REPETIR IMAGINAR CHU R CHUTAR PINTAR CONVIVER REPETIR ERAGIR MORDER EDUCAR DESCANSAR ESCANSAR CHEIRAR SABOREAR SEGUNCIAR BRINCAR INVENTAR AMAR NTAR AMAR DANÇAR DEITAR SEGURA NHAR ACOLHER IMITAR MOVIMENTAR MOVIMENTAR REPETIR APROVEITAR PU R ENGATINHAR GRITAR BRINCAR APRE ENGATINHAR GRITAR BRINCAR APREND CANTAR DESENHAR SENTAR ADORME R DESENHAR SENTAR ADORMECER CO NVENTAR ABRAÇAR EXPERIMENTAR APA AÇAR EXPERIMENTAR APALPAR LEVANTAR AMAR VIVENCIAR DIVIDIR PEDIR AN IAR DIVIDIR PEDIR ANDAR DEITAR CA DANÇAR JOGAR AJUDAR DESCOBRIR GAR AJUDAR DESCOBRIR CRESCER CO R CHUTAR PINTAR CONVIVER REPETIR PINTAR CONVIVER REPETIR ESCUTAR IN DESCANSAR CHEIRAR SABOREAR SEGU-
NTIR CENTRO UNIVERSITÁRIO MOURA LACERDA TRABALHO FINAL DE CURSO BACHARELADO EM ARQUITETURA E URBANISMO
RIBEIRÃO PRETO 2020
GIOVANNA NORI
Trabalho de conclusão de curso apresentado ao Centro Universitário Moura Lacerda para obtenção do grau de Bacharel em Arquitetura e Urbanismo. Orientador: Fabiana Mori
SENTIR CRECHE SENSORIAL
RIBEIRÃO PRETO 2020
GIOVANNA NORI
RESUMO
O presente trabalho tratará de assuntos e estudos para o desenvolvimento de um projeto de uma creche, na qual será aplicada o conceito de arquitetura sensorial. No decorrer da síntese teórica serão dispostos temas como o surgimento das creches, o desenvolvimento infântil, a importância do estímulo dos sentidos, a influência da arquitetura no ambiente escolar e alguns métodos de ensino. Tais temas foram escolhidos para ampliar o conhecimento sobre o tema que norteará o projeto seguinte. Além das teorias, serão analisados três projetos como referência, os quais trazem como tema a arquitetura de jardins de infância e a aplicação dos sentidos na arquitetura. Logo após, será realizado um levantamento da área em que o projeto desenvolvido será implantado. Esse terreno está localizado na cidade de Batatais no bairro Jardim dos Ipês, na Rua Fernando Martins Faro. Serão levantados mapas como uso e ocupação do solo, figura fundo, gabarito e sistema viário. Diante da análise de todos esses elementos apresenta-se o desenvolvimento do projeto da creche, que contará com plantas, cortes, elevações, detalhamentos e perspectivas, além das considerações finais.
Palavras chaves: Arquitetura - Creche - Sensorial
Keywords: Architecture - Day care center - Sensory
ABSTRACT
This work will deal with subjects and studies for the development of a daycare project, in which the concept of sensory architecture will be applied. During the theoretical synthesis, topics such as the emergence of daycare centers, childcare development, the importance of stimulating the senses, the influence of architecture on the school environment and some teaching methods will be arranged. Such themes were chosen to expand knowledge on the topic that will guide the next project. In addition to the theories, three projects will be analyzed as a reference, which bring as their theme the architecture of kindergartens and the application of meanings in architecture. Soon after, a survey will be conducted of the area in which the project developed will be implemented. This land is located in the city of Batatais in the Jardim dos IpĂŞs neighborhood, on Rua Fernando Martins Faro. Maps such as land use and occupation, background figure, template and road system will be raised. Given the analysis of all these elements, the development of the daycare project is presented, which will feature plants, cuts, elevations, details and perspectives, furthermore to the final considerations.
12 1.5 MÉTODOS DE ENSINO
1.4 A INFLUÊNCIA DA ARQUITETURA NO AMBIENTE ESCOLAR
1.3 A IMPORTÂNCIA DO ESTÍMULO DOS SENTIDOS
1.2 DESENVOLVIMENTO INFANTIL E SUAS RESPECTIVAS FASES
20
44
3.2 LEVANTAMENTOS
3.1 HITÓRICO E MAPAS
O LOCAL
2.3.1 DESENHOS TÉCNICOS
2.3 CENTRO PARA CEGOS E DEFICIENTES VISUAIS
2.2.1 DESENHOS TÉCNICOS
2.2 CRECHE DE TEMPO COMPARTILHADO ŠMARTNO
2.1.1 DESENHOS TÉCNICOS
2.1 JARDIM DE INFÂNCIA ELEFANTE AMARELO
REFERÊNCIAS PROJETUAIS
14
1.1 BREVE HISTÓRICO DAS CRECHES
SÍNTESE TEÓRICA
INTRODUÇÃO
...... 1. ...... 2. ........ 3. .....
4.7 CONSIDERAÇÕES FINAIS
4.6 MEMORIAL JUSTIFICATIVO
4.5 PERSPECTIVAS
4.4 DESENHOS TÉCNICOS
4.3 ORGANOGRAMA E FLUXOGRAMA
4.2 CONCEITO E PARTIDO
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
55
4.1 PROGRAMA DE NECESSIDADES
O PROJETO
3.2.5 O LOTE
3.2.4 SISTEMA VIÁRIO
3.2.3 FIGURA FUNDO
3.2.2 GABARITO
3.2.1 USO E OCUPAÇÃO DO SOLO
........... 4. ........ 5. ......
94
INTRODUÇÃO
ADMIRAR SENTIR CHORAR INVENTAR TOCAR APROVEITAR PULAR SORRIR R APALPAR LEVANTAR MAMAR SUJA HAR GRITAR BRINCAR APRENDER S AMAR VIVENCIAR DIVIDIR PEDIR A ÇAR BABAR ERRAR CANTAR DESEN RDORMECER DORMIR OUVIR CONHECER DANÇ COMER ADMIRAR SENTIR DESCOBRIR CRESCER COLORIR SONH ÇAR EXPERIMENTAR APALPAR LEVANTA CHUTAR PINTAR CONVIVER REPETIR PEGAR GIRAR AMAR VIVENCIAR D BRINCAR APRENDER ADAPTAR SABOR
Esse trabalho busca desenvolver a ideia de um projeto arquitetônico de uma creche, segundo critérios legais voltados a essas instituições e a implantação projetual de medidas que gerem conforto e estímulo para seus usuários, para mostrar como um bom espaço pode interferir nas atividades nele ocorridas, trazendo uma melhora nas condições gerais desses ambientes. Sendo as creches lugares cuja função é cuidar e ensinar crianças entre 0 a 3 anos, crianças essas que ainda não se comunicam ou falam poucas palavras, esses espaços, mais que qualquer outro, precisam, necessariamente, atender as necessidades de aprendizado e de conforto desse público. Por isso a ideia de incluir ao projeto a arquitetura sensorial, como uma forma de gerar um ambiente agradável que não cause grande desconforto e estranheza nas crianças e que estimule seus sentidos, imaginação e aprendizado cognitivo, que são de grande importância nessa idade. Instituições como essa beneficiam, primeiramente os pais que precisam de um local para deixarem seus filhos enquanto trabalham, ou procuram emprego e, também as próprias crianças, que encontram nesse local
um ambiente propício para o começo de suas aprendizagens e socialização. Abordar esse tema é fundamental na realidade social em que estamos inseridos, na qual a falta de creches já é um fato na maioria das cidades, além das que existem não serem, em sua maioria, projetadas adequadamente para suas atividades. A pesquisa visa mostrar as reais necessidades de aprendizados das crianças de acordo com a idade, como a arquitetura influência nesse processo e os benefícios de se estimular os sentidos nessa idade. Tal pesquisa pretende desenvolver um projeto de uma creche pública, que atenderá crianças de 0 a 3 anos, seguindo as normas estabelecidas para esses ambientes e, por meio da arquitetura sensorial beneficiar os usuários, gerando ao final um anteprojeto capaz de atender a todas essas questões. A fim de se iniciar a pesquisa, serão realizadas pesquisas bibliográficas voltadas para a interferência do ambiente na educação, o desenvolvimento da criança em seus primeiros anos de vida e sobre o tema da arquitetura sensorial, com o intuito de ampliar os conhecimentos desses assuntos para gerar, futuramente, um projeto bem embasado e que atenda
da melhor maneira o seu público. Realizada essa pesquisa teórica, será inicializada a pesquisa empírica com levantamento de campo, no qual será produzido o levantamento não só do lote escolhido, mas também do seu entorno, resultando em mapas de uso do solo, gabarito, figura fundo, levantamento dos equipamentos urbanos, entre outros. Leituras projetuais serão desenvolvidas, sendo estas de projetos envolvendo a arquitetura no ambiente de ensino e a arquitetura sensorial, além delas serão estudados o plano de educação do MEC, o plano municipal de educação da cidade de Batatais e as informações disponíveis no site do FDE. Posteriormente, com todas as informações levantadas, será inicializado o desenvolvimento de um estudo preliminar, passando pelas etapas do programa de necessidades, conceito, partido, organograma, fluxograma, até se chegar em um plano de massas. Para que na sequência seja possível se chegar a um anteprojeto, no qual serão gerados plantas, cortes, elevações e estudos volumétricos.
13
SÍNTESE TEÓRICA
R VIVENCIAR DIVIDIR PEDIR ANDAR ALPAR LEVANTAR MAMAR SUJAR PE MORDER EDUCAR DESCANSAR CHE OUVIR CONHECER DANÇAR JOGAR R ADMIRAR APALPAR LEVANTAR AD RESCER COLORIR SONHAR REPETIR INTERAGIR MORDER EDUCAR DESCAN AR APROVEITAR PULAR SORRIR ENG RINCAR APRENDER ADAPTAR SABORE DESCANSAR CHEIRAR SABOREAR SE MIRAR APALPAR LEVANTAR ADORME
1.
1.1 BREVE HISTÓRICO DAS
CRECHES A origem das creches se deu na Europa no século XIX devido a uma demanda gerada pelo capitalismo e a crescente urbanização. Essas instituições eram criadas por grupos de mulheres que faziam parte de associações religiosas ou filantrópicas e tinham como principal objetivo atender e cuidar dos filhos das trabalhadoras (ADORNI). No Brasil a chegada das creches se deu mais tarde e atendia um outro público como explica KISHIMOTO (1988, p.24 apud SOUZA, 2016; SANTOS, 2016):
Diferenciando-se de países industrializados, o Brasil dá início à organização das primeiras creches no começo deste século (século XX), com uma clientela composta basicamente de filhos de indígenas e órfãos. Em São Paulo, as creches atendem principalmente o contingente de mulheres e crianças na extrema miséria, que aumentam os núcleos urbanos, fruto do deslocamento de populações pobres, em busca de melhores condições de vida. Por surgirem da organização de mulheres da sociedade o Estado não tinha nenhum vínculo com essas instituições, porém na década de 70 ocorreram no Brasil vários movimentos sociais, entre eles a reivindicação das creches como direito da mulher trabalhadora. Devido a isso, no estado de São Paulo, foi reconhecido a sua função de guarda e assistência às crianças pobres e por isso passou a ser vinculada à Secretaria do BemEstar Social. De acordo com HADDAD (1993 apud SOUZA, 2016; SANTOS, 2016) diferentes setores da sociedade passaram a demandar que as creches fossem um direito a educação para toda e qualquer criança. Essas reivindicações junto com a Assembleia Constituinte transformaram as creches brasileiras, pois foi aprovado na Constituição de 1988 que as creches deixariam de ser lugares apenas de amparo e assistência e seriam incluídas no sistema escolar, passando a educação de crianças de zero a seis anos responsabilidade do
Estado. O Art. 29 da Lei de Diretrizes e bases da educação nacional (LDB) de 1996 diz: A educação infantil, primeira etapa da educação básica, tem como finalidade o desenvolvimento integral da criança de até 5 (cinco) anos, em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade.
Nessa mesma lei o Art. 30 divide a educação infantil em creches, que atendem crianças de até três anos de idade e préescolas, para crianças de 4 (quatro) a 5 (cinco) anos. Essa lei junto com a Constituição de 1988 coloca as creches no patamar de instituições de ensino, tirando delas o caráter meramente assistencialista de sua origem. Além disso a LDB de 1996 fala que princípios como a criatividade, sensibilidade e ludicidade são propostas pedagógicas que a educação infantil deve respeitar.
1.2
DESENVOLVIMENTO INFANTIL E SUAS RESPECTIVAS FASES As creches, em sua maioria, são procuradas por pais que precisam trabalhar todo o dia e que não têm com quem deixar seus filhos, mas além deles existem os pais que colocam seus filhos nessas instituições para ajudar no desenvolvimento da criança. Seja por qual for o motivo, grande parte das crianças de zero a três anos são levadas para passar o dia nesses ambientes. Contudo, apesar da grande procura e da grande importância que possuem, essas instituições são comumente escassas e ambientadas em um local não projetado para suas atividades, não gerando ambientes devidamente preparados para acolher e estimular as crianças. Para se projetar um ambiente capaz de proporcionar todas as suas funções da melhor maneira possível é preciso, antes de qualquer coisa, conhecer a fundo seu público alvo e suas necessidades. Segundo Hélio de Queiroz Duarte (1951, apud SANTANA, p.2) “o projeto
Fonte figura 1: https://novaescola.org.br/conteudo/1709/jean-piaget-o-biologo-que-colocou-a- aprendizagem-no-microscopio
arquitetônico de uma instituição de ensino deve ser subordinado, em primeiro lugar, à criança”, pois serão elas que utilizarão o espaço. Se tratando do planejamento de uma creche, a quem ela tem que melhor atender são as crianças, que se encontram na faixa etária entre os 0 e 3 anos. Por isso se torna necessário o entendimento de como acontece o desenvolvimento desses indivíduos, para que o ambiente projetado ofereça corretamente os estímulos e as aprendizagens correspondentes a cada idade. Um biólogo e psicólogo que se interessou e estudou esse assunto foi Jean Piaget (Os Pensadores: Piaget, 1983, p. 13), nascido na suíça e que viveu de 1896 até 1980. Entre suas publicações Piaget fala sobre a “Epistemologia genética” que é a teoria de aprendizagem proposta por ele, nessa teoria ele descreve que o ser humano passa por quatro estágios de desenvolvimento cognitivo, são eles: • estágio sensório-motor - vai do nascimento até os dois anos de idade • estágio pré-operacional - vai dos 2 aos 6 ou 7 anos • estágio operatório-concreto - vai dos 6 ou 7 até os 11 ou 12 anos • estágio lógico-formal - 12 anos em diante Figura 1 – Jean Piget
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Para esse trabalho interessa focar nos dois primeiros estágios. No estágio sensóriomotor Piaget descreve que as crianças aprendem por meio dos seus sentidos e manipulação de objetos, entre os 4 e 8 meses a criança começa a ter a noção da permanência do objeto, ou seja, ela entende que o objeto ainda existe mesmo não estando mais em seu campo de visão, antes disso caso a criança deixe de ver um objeto este deixa de existir. Durante o estágio pré-operacional a criança desenvolve a imaginação, a memória e a linguagem. Para Cláudia Sofia Pires Lourenço (2014, p.36) Os dois primeiros anos de vida são talvez os mais importantes. Nessa fase a criança desenvolve capacidades cognitivas devido a uma recente curiosidade pelo meio que a rodeia e pela necessidade de comunicação
É nesse período que a criança aprende sobre si própria e sobre o mundo por meios do desenvolvimento da atividade sensorial e motora. (Tavares, et. Al., 2007, p. 45 apud Lourenço, 2014, p. 36). Após uma entrevista com a psicóloga Lorena Barbosa Fraga Freiria formada pela Universidade de São Paulo, foi possível realizar a tabela abaixo na qual estão relacionadas as atividades que as crianças são capazes de executar de acordo com cada idade. Figura 2 – Desenvolvimento infantil
Tabela 1 – atividades executadas pelas crianças de acordo com a idade IDADE (aproximadamente) 6 meses
7 meses
8 meses 9 meses
10 meses
12 meses 18 meses
2 anos
3 anos
ATIVIDADES - Pega um objeto em cada mão - Vocaliza sílabas bem definidas - Mantem-se sentado por algum tempo, sem ajuda - Brinca de jogar os objetos no chão, de esconder-se, brinca sozinha - Leva os objetos à boca - Senta-se com firmeza - Toca ou pega tudo o que está em seu alcance - Mantem-se de pé, faz movimentos para andar - Põe-se de pé sozinha - Começa a engatinhar - Repete um som escutado - Explora buracos ou cavidades - Imita os sons e os gestos que lhe ensinam - Brinca com os brinquedos - Anda de mão dada ou sozinha - Início da noção da existência de seus semelhantes - Pode brincar ao lado de outras crianças, mas sem compartilhar o brinquedo - Pronúncia seu nome, constrói frases com várias palavras - Gosta de histórias e de música - Começa a desenhar - Come sozinha - Pede explicação sobre fatos da natureza ou da vida cotidiana - Canta músicas inteiras - Costuma inventar histórias
1.3 A IMPORTÂNCIA DO ESTÍMULO DOS SENTIDOS
Ariosi diz que “a construção de conceitos e noções pela criança passa pelo processo de pegar, tocar, mover e experimentar o objeto”. Levando isso em conta e após analisar a teoria de Piaget e de observar as atividades desenvolvidas pelas crianças até os 3 anos de idade, percebe-se a importância de estimular os sentidos, a percepção e a imaginação destas nessa primeira idade, é por meio deles que as crianças começam a conhecer o mundo. Segundo Zerloti (2003, p. 301, apud Carvalho, 2005) É essencialmente através de interações sensoriais e motoras que a criança descobre, sente, experimenta e conhece o mundo que a rodeia. As informações e as oportunidades que lhe são facultadas por estas interações (ver, tocar, levar à boca, cheirar...) fornecem-lhe referências como interagir, num dado momento, com algumas solicitações do meio
Alguns estudos neurológicos já apontam que a maioria das capacidades sensoriais do ser humano são desenvolvidas nesses primeiros anos de vida. A influência do ambiente em que a criança vive, a exposição a novas experiências e aprendizados e a estimulação dos sentidos são fundamentais para o desenvolvimento do cérebro, são os seus nutrientes (Jensen, 2002, p.
16
Fonte figura 2: httpneuropsicopedagogiaemfoco.blogspot.com201102necessidades-educativas-especiais.html Fonte tabela 1: Autoria própria
54, apud Carvalho, 2005) As crianças que são expostas a interações estimulantes com outras crianças, adultos ou objetos, desenvolvem um melhor funcionamento cerebral do que aquelas que não foram expostas a essas situações de forma adequada (Barnet & Barnet, 2000, apud Carvalho,2005), assim um ambiente sensorial rico se transforma em um local de auto estimulação para a criança, despertando sua atenção e curiosidade incentivando o aprendizado de forma divertida e lúdica. Pensando nessa importância da estimulação da criança que surgiu a ideia de aliar o projeto de uma creche com a arquitetura sensorial. Segundo Juhani Pallasmaa no livro “Os olhos da pele”:
Figura 3 – Juhani Pallasmaa
Toda experiência comovente com a arquitetura é multissensorial; as características de espaço, matéria e escala são medidas igualmente por nossos olhos, ouvidos, nariz, pele, língua, esqueleto e músculos. [...] Uma obra de arquitetura não é experimentada como uma coletânea de imagens visuais isoladas, e sim em sua presença material e espiritual totalmente corporificada. Uma obra de arquitetura incorpora e infunde estruturas tanto físicas quanto mentais.
Essa arquitetura busca implementar ao projeto todos os 5 sentidos e aguçá-los a fim de gerar um ambiente que proporcione conforto, acolhimento e segurança.
1.4 A INFLUÊNCIA DA ARQUITETURA NO AMBIENTE ESCOLAR
Uma questão muito discutida são as consequências que o ingresso às creches pode causar nos bebês, uma vez que são muito novos e submetidos diariamente a separação da mãe ou responsável. Porém, após a análise de estudos realizados nessa área RAPOPORT e PICCININI (2001) chegaram à conclusão de que as consequências nas crianças dos cuidados alternativos estão mais ligados a qualidade do atendimento e da instituição do que a idade com que a criança ingressa na creche, mostrando mais uma vez a importância do bom desenvolvimento desses espaços. Além de que “é na interação entre a criança e seu meio que se inicia a aprendizagem” (LOWENFELD, BRITTAIN, 1970, p. 139, apud ARIOSI). Sendo assim, a própria forma de projetar o ambiente escolar tem influência no sucesso ou fracasso da educação das crianças. Sanoff (2008, apud Mösch, 2009, p. 60) diz que o objeto de obra escola pode ser considerado como um segundo professor, devido ao fato do espaço ser capaz de promover relações humanas, providenciar ações e incentivar o aprendizado afetivo de seus usuários. Essa influência da ambiência escolar e sua arquitetura na aprendizagem infantil é comprovada através de algumas correntes pedagógicas, onde o elemento principal é a utilização didática do espaço, como afirma Santos (2011, apud Fernandes, Costa, 2015). Para que o projeto ofereça o melhor ambiente para as crianças, a creche deve abrir mão dos espaços controladores e limitadores, considerados ainda como ideais para receber esse público, e dar lugar a um ambiente que favoreça o brincar e o senso de liberdade (Azevedo et al, 2003, apud apud Mösch, 2009, p. 61). Além disso, é de extrema importância que o projeto proporcione de maneira física ou visual aberturas para o ambiente externo (Santos, 2011, apud Fernandes, Costa, 2015). O tamanho das edificações também tem gerado inúmeros estudos, apesar de poucos dados conclusivos, eles apontam vantagens no trabalho e estudo em ambientes e instituições menores (BARKER, 1964, apud Mösch, 2009, p. 65). Uma boa arquitetura não garante somente o melhor aprendizado para os estudantes mas também um melhor ambiente de serviço para os funcionários e professores que apresentam índices mais altos de satisfação em relação ao trabalho, devido o projeto proporcionar ambientes mais prazerosos e eficientes (CHPS, 2008, apud Mösch, 2009, p. 68). Fonte figura 3: https://www.nbm.org/interview-architectural-icon-juhani-pallasmaa/ Fonte figura 4: https://www.amazon.com.br/Os-Olhos-Pele-Arquitetura-Sentidos/dp/8577807770
Figura 4 – Livro “Os olhos da pele”
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Apesar de todos esses estudos já realizados em relação ao ambiente educacional, de acordo com Mösch (2019, p.62), no Brasil, não existe um sistema de monitoramento referente à qualidade arquitetônica de obras escolares. O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (INEP) considera as avaliações de qualidade pedagógicas de acordo com o Sistema de Avaliação da Educação Básica (SAEB), o qual tem como objetivos (SAEB, 2008): • Oferecer subsídios à formulação, reformulação e monitoramento de políticas públicas e programas de intervenção ajustados às necessidades diagnosticadas nas áreas e etapas de ensino avaliadas • Identificar os problemas e as diferenças regionais do ensino • Produzir informações sobre os fatores do contexto socioeconômico, cultural e escolar que influenciam o desempenho dos alunos • Proporcionar aos agentes educacionais e à sociedade uma visão clara dos resultados dos processos de ensino e aprendizagem e das condições em que são desenvolvidos • Desenvolver competência técnica e científica na área de avaliação educacional, ativando o intercâmbio entre instituições educacionais de ensino e pesquisa. Trata-se de uma avaliação educacional qualitativa, definindo ações voltadas à solução dos problemas identificados, direcionando recursos técnicos e financeiros às áreas prioritárias, visando reduzir as desigualdades nelas existentes. Não relacionando diretamente a qualidade do ambiente projetado com a melhoria da aprendizagem.
1.5 MÉTODOS DE ENSINO O principal ponto que será buscado para o desenvolvimento da creche é a capacidade do próprio meio ajudar no desenvolvimento, no acolhimento e no aprendizado das crianças. Pensando nisso, dois métodos de ensino se encaixam na proposta, são eles o método construtivista e o montessoriano. O construtivismo é uma teoria elaborada por Jean Piaget com base em seus estudos brevemente já apresentados. Segundo o artigo “Aprendizagem Infantil através do Construtivismo: ensinar e aprender” da pedagoga especialista em educação infantil, Nathalia Cunha Polese, essa teoria procura explicar os processos de aquisição do conhecimento e o desenvolvimento cognitivo, nela a aprendizagem é dita como um processo que se dá através de aproximações sucessivas, além de ser construída a partir da interação entre o meio e o indivíduo. Segundo a pedagoga, a proposta pedagógica que se baseia na teoria construtivista, não deve estabelecer etapas rígidas, uma vez que a aprendizagem não se dá por superposição, mas por reformulações cognitivas. A sala de aula deve ser enriquecida com atividades que englobem reflexão e tomada de decisões e o professor deve criar desafios para seus alunos em contextos que façam sentido para eles. Deve estimular a criticidade, a pesquisa, a discussão e o debate (Fossile, 2010). Já o método Montessoriano foi desenvolvido por Maria Montessori, médica, educadora, feminista, cientista e uma mulher muito à frente de seu tempo que nasceu em 1870 na Itália. Por meio de suas pesquisas sobre os trabalhos de Ittard e Séguin, criou o seu próprio método pedagógico, mudando, assim, os rumos da educação tradicional (FARIA et al., 2012, p.3). O método possui três princípios básicos: a liberdade, a atividade e a individualidade. De acordo com o texto “método montessoriano: a importância do ambiente e do lúdico na educação infantil” a atividade é uma consequência da liberdade, pois uma vez que a criança se sente livre ela se autodisciplinará através do interesse em realizar as atividades que escolher. Para isso a escola deve oferecer um ambiente organizado, onde a criança possa se desenvolver de acordo com seu tempo de aprendizagem. O site da Associação Brasileira de
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Educação e Cultura (ABEC) apresenta alguns pontos no qual se baseia essa metodologia, são elas: • Enfatizar as estruturas cognitivas e o desenvolvimento social • Participação ativa do aluno no processo ensino aprendizagem. A mestra e o aluno interagem igualmente • Encorajar a autodisciplina • Adaptar o ensino ao estilo de aprendizagem de cada aluno • Motivar os alunos a colaborar e se ajudar mutuamente • A criança pode escolher seu trabalho ou atividade de acordo com seu interesse • A partir do material selecionado, a criança é capaz de formular seu próprio conceito (autodidata) • A criança trabalha de acordo com seu tempo • Respeitar a velocidade de cada criança para aprender e fazer sua a informação adquirida • Permitir à criança descobrir seus próprios erros através da retroalimentação do material • Através do material multissensorial, permitir a exploração física e ensino conceitual através da manipulação concreta. • A criança tem liberdade para trabalhar, pode mover-se pela sala, e ficar onde se sentir mais confortável, pode conversar com os colegas, mas com cuidado para não atrapalhar os demais. De acordo com o site mariamontessori.com, que é um projeto do AMI – Associação Montessori Internacional, existem dois componentes que precisam ser alcançados no ambiente para o grupo de crianças ente zero a três anos de idade: um ambiente aconchegante e caseiro para as crianças que não andam e um espaço confortável e criativo para as crianças que andam. Para as salas das crianças que não andam (tipicamente entre os 2 – 14 meses de idade), o método montessoriano, a divide em 4 áreas que podem ser encontradas em casa: a área de dormir, de comer, de cuidados pessoais e de brincar. A área de dormir precisa ser uma área aconchegante e tranquila, com camas no chão disponíveis para as crianças sempre que elas precisarem descansar. Tomar banho, trocar de roupa, vestir-se e tudo o que pertence ao desenvolvimento da consciência e da necessidade de cuidar de nosso próprio corpo tambem tem uma área própia. A área de alimentação ou comida deve ter, desde uma cadeira confortável para o adulto alimentar um bebê, até uma pequena mesa e cadeira robustas, apresentando à criança uma maneira diferente de comer. Pratos, utensílios e até xícaras fazem parte da área de refeições. O espaço também tem que oferecer à criança oportunidades de brincar e trabalhar no desenvolvimento de habilidades. Já para as salas das crianças que andam (tipicamente ente os 14 – 36 meses de idade), também se divide a sala em áreas, para ajudar a focar a atenção e os interesses da criança. Ainda há um lugar calmo e pacífico para descansar. O espaço de cuidados pessoais continua focado na higiene pessoal, porém, já se começa a trabalhar habilidades independentes de vestir e despir, e pode-se introduzir o banheiro. A área de alimentação se expande e agora inclui um local para as crianças ajudarem na preparação dos alimentos que irão comer. Esta área é rica em linguagem, informações sensoriais e experiências reais, com ferramentas reais, para um propósito real. A área de brincar possui prateleiras com atividades cuidadosamente escolhidas que corresponderão aos estágios de desenvolvimento da criança. As salas precisam ser ricas em materiais para incentivar o desenvolvimento da linguagem, arte, música e brincadeiras manipulativas.
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REFÊRENCIAS PROJETUAIS
R VIVENCIAR DIVIDIR PEDIR ANDAR ALPAR LEVANTAR MAMAR SUJAR PE MORDER EDUCAR DESCANSAR CHE OUVIR CONHECER DANÇAR JOGAR R ADMIRAR APALPAR LEVANTAR AD RESCER COLORIR SONHAR REPETIR INTERAGIR MORDER EDUCAR DESCAN AR APROVEITAR PULAR SORRIR ENG RINCAR APRENDER ADAPTAR SABORE DESCANSAR CHEIRAR SABOREAR SE MIRAR APALPAR LEVANTAR ADORME
2.
Para servir de referência à ideia proposta, serão analisados três projetos, dois deles possuem o mesmo programa do projeto que será desenvolvido, são eles o Jardim de Infância elefante amarelo e a creche de tempo compartilhado šmartno, o outro é um centro para cegos e deficientes visuais que irá ajudar no entendimento de como a arquitetura pode trabalhar estimulando todos os sentidos.
2.1 JARDIM DE INFÃNCIA ELEFANTE AMARELO Tabela 2 – Ficha técnica, Jardim de Infância Elefante Amarelo
Obra Arquitetura Localização Área Ano do projeto
Jardim de Infância Elefante Amarelo XYSTUDIO Rua Generata Wtadystawa Sikorskiego, Ostrow Mazowiecka, Polônia 810 metros quadrados 2015
Foi planejado para atender até 125 crianças. Figura 5 - Visão geral do projeto
Fonte tabela 2: https://prezi.com/p/48mitk0jmpac/jardim-de-infancia-elefante-amarelo/ Fonte figura 5: https://www.archdaily.com.br/br/786789/jardim-de-infancia-elefante-amarelo- xystudio?ad_source=search&ad_medium=search_result_projects
21
Figura 6 - Altura total do edifício
2,30 m
O aspecto que mais influenciou a forma do projeto foi a escala, desde a altura das entradas até os parapeitos foram subordinados pela escala das crianças, isso para que elas sintam que o projeto foi feito para elas. As coberturas estão a uma altura de 2,30 metros para que as crianças se sintam em uma escala mais doméstica ao entrar no edifício e todas as janelas possuem seu lintel a no máximo a 1,50 metros do chão, para facilitar a comunicação da criança com o exterior.
Figura 7 - Ambientes integrados
Figura 9 - Salas projetadas na escala das crianças
Figura 8 - Visão interna das janelas e cobertura
1,50 m do chão
22
Fonte figura 6: https://www.archdaily.com.br/br/786789/jardim-de-infancia-elefante-amarelo- xystudio?ad_source=search&ad_medium=search_result_projects Fonte figura 7: https://www.archdaily.com.br/br/786789/jardim-de-infancia-elefante-amarelo- xystudio?ad_source=search&ad_medium=search_result_projects Fonte figura 8: https://www.archdaily.com.br/br/786789/jardim-de-infancia-elefante-amarelo- xystudio?ad_source=search&ad_medium=search_result_projects Fonte figura 9: https://www.archdaily.com.br/br/786789/jardim-de-infancia-elefante-amarelo- xystudio?ad_source=search&ad_medium=search_result_projects
Figura 10 - Utilização da iluminação natura
Abertura zenital
O projeto também valoriza muito a iluminação natural. Cada sala possui duas ou três aberturas zenitais, sua posição foi pensada para que durante o dia metade do pátio central ficasse sombreado de forma intercalada, tornando-o mais confortável para as crianças.
Figura 11 - Sombreamento do pátio ao longo do dia
Metade do pátio sempre se mantem sombreado
Figura 12 - Amplo espaço verde
Figura 13 - Vasta utilização do vidro
Fonte figura 10: https://www.archdaily.com.br/br/786789/jardim-de-infancia-elefante-amarelo- xystudio?ad_source=search&ad_medium=search_result_projects Fonte figura 11: https://www.archdaily.com.br/br/786789/jardim-de-infancia-elefante-amarelo- xystudio?ad_source=search&ad_medium=search_result_projects Fonte figura 12: https://www.archdaily.com.br/br/786789/jardim-de-infancia-elefante-amarelo- xystudio?ad_source=search&ad_medium=search_result_projects Fonte figura 13: https://www.archdaily.com.br/br/786789/jardim-de-infancia-elefante-amarelo- xystudio?ad_source=search&ad_medium=search_result_projects
23
Figura 14 - Diferentes áreas para recreação
2.1.1 DESENHOS TÉCNICOS Analisando a implantação do jardim de infância, percebe-se que ele está situado ao redor de muita área verde e que não possui uma ligação direta com a rua. Tornando o ambiente mais acolhedor e agradável dentro do edifício. Uma escolha que adotaram para aproveitar ao máximo essa vegetação e a iluminação natural foi a utilização de bastante vidro no projeto. O projeto gerou um edifício térreo composto de três salas estudantis, uma sala de lazer, duas salas administrativas, duas enfermarias, um banheiro acessível, dois banheiros/vestiários, dois corredores, um átrio e uma área de recreação. Itens a serem apropriados pelo projeto: • Escala da criança • Sombreamento no pátio ao longo do dia • Máxima utilização da iluminação natural • Utilização de diferentes texturas • Espaços que favoreçam a independência da criança
Figura 15 - Utilização de diferentes texturas
Ferro
Madeira
Grama
Areia
Figura 16 - Independência da criança e controle do adulto
Vidro para observação das crianças pelos professores Escala da criança
24
Fonte figura 14: https://www.archdaily.com.br/br/786789/jardim-de-infancia-elefante-amarelo- xystudio?ad_source=search&ad_medium=search_result_projects Fonte figura 15: https://www.archdaily.com.br/br/786789/jardim-de-infancia-elefante-amarelo- xystudio?ad_source=search&ad_medium=search_result_projects Fonte figura 16: https://www.archdaily.com.br/br/786789/jardim-de-infancia-elefante-amarelo- xystudio?ad_source=search&ad_medium=search_result_projects
Figura 17 - Implantação
Fonte figura 17: https://www.archdaily.com.br/br/786789/jardim-de-infancia-elefante-amarelo- xystudio?ad_source=search&ad_medium=search_result_projects
25
Figura 18 - Planta
Recreação
Sala de lazer
Sala estudantil
Banheiro
Átrio
Corredor
Corredor
Banheiro
Sala estudantil Banheiro
Sala estudantil
ADM.
ADM.
Enfermaria
Figura 19 - Corte
26
Fonte figura 18: https://www.archdaily.com.br/br/786789/jardim-de-infancia-elefante-amarelo- xystudio?ad_source=search&ad_medium=search_result_projects Fonte figura 19: https://www.archdaily.com.br/br/786789/jardim-de-infancia-elefante-amarelo- xystudio?ad_source=search&ad_medium=search_result_projects
2.2 CRECHE DE TEMPO COMPARTILHADO ŠMARTNO Tabela 3 – Ficha técnica, Creche de tempo compartilhado šmartno Obra Arquitetura Localização Área Ano do projeto
Creche de tempo compartilhado šmartno Arhitektura Jure Kotnik Šmartno pri Slovenj Gradcu 1040 metros quadrados 2015
Figura 20 - Visão geral do projeto
Fonte tabela 3: https://www.archdaily.com.br/br/784463/jardim-infantil-de-tempo- compartilhado-smartno-arhitektura-jure-kotnik Fonte figura 20: https://www.archdaily.com.br/br/784463/jardim-infantil-de-tempo-compartilhado- smartno-arhitektura-jure-kotnik
27
O jardim de infância foi projetado para incentivar a interação, a aprendizagem igualitária e a autoaprendizagem. Conta com uma planta livre, que funde espaços que muitas vezes são mal utilizados, como escadas, armários e circulações, em uma paisagem de aprendizado junto com as salas de brincadeiras. O projeto interno segue a filosofia de “todos em todas as partes”, cada ambiente conta com diferentes jogos e aprendizagens. Uma sala tem foco na ciência, outra na música, outra no esporte etc. e a criança escolhe livremente entre elas. Com isso o número de contatos sociais é maior, o que beneficia o desenvolvimento das habilidades sociais, inteligência emocional e intelectual das crianças.
Figura 21 - Espaço totalmente integrado
Figura 22 - Estimulação simultânea da aprendizagem, do exercício e da brincadeira Sobe
Desce
Figura 23 - Atividades musicais
28
Figura 24 - Atividades esportivas
Fonte figura 21: https://www.archdaily.com.br/br/784463/jardim-infantil-de-tempo-compartilhado- smartno-arhitektura-jure-kotnik Fonte figura 22: https://www.archdaily.com.br/br/784463/jardim-infantil-de-tempo-compartilhado- smartno-arhitektura-jure-kotnik Fonte figura 23: https://www.archdaily.com.br/br/784463/jardim-infantil-de-tempo-compartilhado- smartno-arhitektura-jure-kotnik Fonte figura 24: https://www.archdaily.com.br/br/784463/jardim-infantil-de-tempo-compartilhado- smartno-arhitektura-jure-kotnik
Figura 25 - Todos em todas as partes
A maioria do mobiliário está sobre rodas, o que permite mudanças rápidas, criando diferentes disposições espaciais. O conceito de tempo compartilhado adotado pelo projeto também se aplica a comunidade local, a sala superior, que possui um acesso independente, também é utilizada como um centro comunitário para reuniões, seminários, aulas de yoga, dança e pilates.
Figura 26 - Mobiliários com rodas criando diferentes disposições espaciais.
Figura 27 - Mobiliários na escala da criança
Fonte figura 25: https://www.archdaily.com.br/br/784463/jardim-infantil-de-tempo-compartilhado- smartno-arhitektura-jure-kotnik Fonte figura 26: https://www.archdaily.com.br/br/784463/jardim-infantil-de-tempo-compartilhado- smartno-arhitektura-jure-kotnik Fonte figura 27: https://www.archdaily.com.br/br/784463/jardim-infantil-de-tempo-compartilhado- smartno-arhitektura-jure-kotnik
29
Figura 28 - Livre circulação das crianças pelos ambientes
Figura 29 - Acesso externo ao pavimento superior
2.2.1 DESENHOS TÉCNICOS Analisando a implantação do edifício percebe-se que além das atividades propostas no seu interior ainda há na parte externa uma grande área destinada a atividades ao ar livre para as crianças. Foi desenhada para utilizar o máximo de materiais naturais possíveis. Existem superfícies de borracha, de grama, zonas de jogos circulares, caixas de areia, uma área para jogos com água, uma de escalada, outra para desenho etc. Para preservar a tradição dos primeiros jardins de infância, este de Šmartno também possui uma pequena horta e árvores frutíferas, onde as crianças ajudam a cultivar alimentos. Itens a serem apropriados pelo projeto: • Conceito de todos em todas as partes • Mobiliário na escala da criança • Grandes áreas destinadas a atividades ao ar livre
Figura 30 - Sala compartilhada
30
Fonte figura 28: https://www.archdaily.com.br/br/784463/jardim-infantil-de-tempo-compartilhado- smartno-arhitektura-jure-kotnik Fonte figura 29: https://www.archdaily.com.br/br/784463/jardim-infantil-de-tempo-compartilhado- smartno-arhitektura-jure-kotnik Fonte figura 30: https://www.archdaily.com.br/br/784463/jardim-infantil-de-tempo-compartilhado- smartno-arhitektura-jure-kotnik
Figura 31 - Implantação
Fonte figura 31: https://www.archdaily.com.br/br/784463/jardim-infantil-de-tempo-compartilhado- smartno-arhitektura-jure-kotnik
31
Figura 32 – Planta primeiro e segundo pavimento e corte
Apoio e ADM.
Circulação integrada
Banheiro
Banheiro Salas de Aula
Apoio Espaço compartilhado Circulação integrada
Banheiro
Banheiro Salas de Aula
32
Fonte figura 32: https://www.archdaily.com.br/br/784463/jardim-infantil-de-tempo-compartilhado- smartno-arhitektura-jure-kotnik
2.3 CENTRO PARA CEGOS E DEFICIENTES VISUAIS Tabela 4 – Ficha técnica, Centro para cegos e deficientes visuais Obra
Centro para cegos e deficientes visuais
Arquitetura Localização Área Ano do projeto
Taller de Arquitectura – Mauricio Rocha Cidade do México, DF, México 8500 metros quadrados 2000
Figura 33 - Visão geral do projeto
Fonte tabela 4: https://por.architecturaldesignschool.com/center-blind-15911 Fonte figura 33: https://www.plataformaarquitectura.cl/cl/609259/centro-de-invidentes-y-debiles- visuales-taller-de-arquitectura-mauricio-rocha
33
O centro foi criado como parte de um programa do governo do México e presta serviços ao público em geral, em um esforço para melhorar a integração dos deficientes visuais na vida urbana diária. Cada edifício explora diferentes relações espaciais e estruturais; tornando cada espaço claramente identificável para o usuário.
Figura 34 - Prédio com vasta utilização do vidro
Figura 35 - Prédio mais sólido com poucas aberturas
Figura 36 - Prédio com estrutura híbrida de concreto e aço
34
Fonte figura 34: https://www.plataformaarquitectura.cl/cl/609259/centro-de-invidentes-y-debiles- visuales-taller-de-arquitectura-mauricio-rocha Fonte figura 35: https://www.plataformaarquitectura.cl/cl/609259/centro-de-invidentes-y-debiles- visuales-taller-de-arquitectura-mauricio-rocha Fonte figura 36: https://www.plataformaarquitectura.cl/cl/609259/centro-de-invidentes-y-debiles- visuales-taller-de-arquitectura-mauricio-rocha
figura 37 - Praça central
A água guia os usuários pelo som
Figura 38 - Diferentes vegetações
buscando acentuar os espaços por meio de múltiplas impressões sensoriais, enfatizam-se a funcionalidade e a importância simbólica da praça, elevando-a aproximadamente meio metro acima do restante. Um canal de água passa pelo seu centro, dessa maneira o som da água guia o usuário ao longo de sua rota. Além de luz e som, texturas e cheiros são usados para guiar o movimento pelo complexo. Localizadas na altura da mão, as linhas horizontais e verticais formadas no concreto oferecem chaves táteis para o usuário identificar cada edifício. Ao mesmo tempo, as fachadas de vidro das salas de aula mudam de cor para dar identidade a cada espaço. Como mencionado, as qualidades olfativas da paisagem também são sensores constantes, seis tipos de plantas e flores perfumadas nos jardins perimetrais atuam como sensores para ajudar a orientar os usuários dentro do complexo.
A vegetação guia os usuários pelo cheiro
Figura 39 - Diferentes texturas para se guiar o usuário
Figura 40 - Identificação tátil do edifício
Vidro Concreto
Pedra
Sinalização no piso
Fonte figura 37: https://www.plataformaarquitectura.cl/cl/609259/centro-de-invidentes-y-debiles- visuales-taller-de-arquitectura-mauricio-rocha Fonte figura 38: https://www.plataformaarquitectura.cl/cl/609259/centro-de-invidentes-y-debiles- visuales-taller-de-arquitectura-mauricio-rocha Fonte figura 39: https://www.plataformaarquitectura.cl/cl/609259/centro-de-invidentes-y-debiles- visuales-taller-de-arquitectura-mauricio-rocha Fonte figura 40: https://www.plataformaarquitectura.cl/cl/609259/centro-de-invidentes-y-debiles- visuales-taller-de-arquitectura-mauricio-rocha
35
2.3.1 DESENHOS TÉCNICOS
Sua planta pode ser dividida em uma série de filtros. O primeiro filtro é o prédio que abriga a administração, lanchonete e serviços. O segundo consiste em duas linhas paralelas de edifícios dispostos ao longo da praça central, esses edifícios contêm a loja, a tifloteca, a sonoteca e cinco oficinas. O terceiro filtro contém as salas de aula. Perpendicular ao acesso, a conformação dos filtros é projetada por uma série de volumes com alturas duplas onde estão a biblioteca, o ginásio, auditório e piscina. Item a ser apropriado pelo projeto: • Utilização de luz, som, texturas e cheiros
Figura 41 - Corte
36
Fonte figura 41: https://www.plataformaarquitectura.cl/cl/609259/centro-de-invidentes-y-debiles- visuales-taller-de-arquitectura-mauricio-rocha
figura 42 - Planta
Vestiรกrio Salas de aula
Quadra de esportes
Oficinas
Piscina
lobby
Biblioteca
Oficinas
Salas de mรกquinas
Auditรณrio
Cafeteria
Salas de aula
Fonte figura 42: https://www.plataformaarquitectura.cl/cl/609259/centro-de-invidentes-y-debiles- visuales-taller-de-arquitectura-mauricio-rocha
37
O LOCAL
R VIVENCIAR DIVIDIR PEDIR ANDAR ALPAR LEVANTAR MAMAR SUJAR PE MORDER EDUCAR DESCANSAR CHE OUVIR CONHECER DANÇAR JOGAR R ADMIRAR APALPAR LEVANTAR AD RESCER COLORIR SONHAR REPETIR INTERAGIR MORDER EDUCAR DESCAN AR APROVEITAR PULAR SORRIR ENG RINCAR APRENDER ADAPTAR SABORE DESCANSAR CHEIRAR SABOREAR SE MIRAR APALPAR LEVANTAR ADORME
3.
3.1 HISTÓRICO E MAPAS
De acordo com o historiador Professor Walter Cardoso e com informações disponíveis pelo santuário senhor Bom Jesus da Cana Verde, o surgimento da cidade de Batatais está ligado aos caminhos realizados pelos bandeirantes no Brasil. Conforme percorriam o interior paulista, os bandeirantes faziam paradas em locais que existiam povoações de índios, que eram levados para o norte para o cultivo do milho, mandioca, legumes e, posteriormente, utilizados no cultivo da cana de açúcar geradora de riquezas para a coroa portuguesa, nessas marchas, atravessaram a “Paragem dos Batatais”, então habitada pelos índios caiapós. Um desses bandeirantes, chamado Bartolomeu Bueno da Silva, conhecido como o Anhanguera, encontrou, em 1725, ouro em Vila Boa, Goiás. Essas trilhas indígenas que levavam até o ouro passaram a ser conhecidas então como “Caminho dos Guaiases” Depois de aberto esse caminho pelos bandeirantes em busca de riquezas, o rei de Portugal deu a esses homens, como forma de agradecimento e para legitimar a posse dessas terras, lotes gigantescos que foram chamados de sesmarias. Esses lotes se desmembraram em numerosas fazendas, pertencentes a paulistas, em sua maioria vindos de São Paulo, ltu, Santos e São Vicente, já que o Caminho se tornou uma parada dos bandeirantes rumo às minas de ouro de Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso. O nome Batatais aparece em documentos legais justamente na doação de uma sesmaria com esse nome, em 5 de agosto de 1728, pelo Governador da Capitania de São Paulo, Antônio da Silva Caldeira Pimentel, a Pedro da Rocha Pimentel. Em 1801, Batatais era um povoado de meia dúzia de casas humildes. Nove anos depois, já tinha um pequeno cemitério e recebia o nome de Arraial de Batatais. No dia 25 de fevereiro de 1815, o capitão-geral da Capitania de São Paulo, atendendo os desejos dos moradores do Arraial de Batatais, pediu ao Príncipe Regente, futuro Dom João VI, que o Arraial dos Batatais fosse elevado à categoria de Freguesia de Bom Jesus da Cana Verde. O Príncipe Regente atendeu ao pedido e o local foi transformado em freguesia, sob a proteção do Senhor do Bom Jesus dos Batatais A freguesia do Senhor Bom Jesus de Batatais foi criada no município de Mogi Mirim e mais tarde incorporada ao município de Franca. Em 14 de março de 1839, a freguesia tornou-se Vila e cidade em 8 de abril de 1875. Figura 43 – Cidade de Batatais
Fonte figura 43: http://www.ibamendes.com/2011/05/blog-post_04.html
45
Hoje o município de Batatais está situado na Região metropolitana de Ribeirão Preto, mais precisamente na Sub-Região 4, ele possui uma área de 850,70 Km², fazendo limite com as cidades de São José da Bela Vista, Restinga, Franca, Patrocínio Paulista, Altinópolis, Brodowski, Jardinópolis, Sales de Oliveira e Nuporanga. Desta área cerca de 7,50 Km² estão em perímetro urbano. Segundo o senso 2010, Batatais possuía na época uma população de 56.481 habitantes, com uma população urbana de 49.954 pessoas.
Ribeirão Preto São Paulo Batatais
46
Fonte figura 44: Autoria própria
Figura 44 – Localização da cidade em relação ao país e ao estado
A cidade recebe o título de Estância Turística devido as suas atrações culturais, religiosas e históricas. Dentre elas a que possui maior destaque é a Igreja Matriz. Construída em 1928, em estilo Neoclássico, possui 48 vitrais, abriga 21 telas de Portinari, maior acervo sacro do pintor. Foi o marco inicial da formação urbana de Batatais e as primeiras edificações residenciais e comerciais foram erguidas em seu entorno. Outros pontos turísticos são a Estação da Cultura, Cachoeira dos Batatais, Bosque Municipal, Parque Náutico e o Lago Artificial de Batatais. Figura 45 – Igreja Matriz de Batatais em 1860
3.2 LEVANTAMENTOS
A área escolhida para o desenvolvimento do projeto está situada na cidade de Batatais, no bairro Jardim dos Ipês, na Rua Fernando Martins Faro. Este local foi escolhido a partir da análise da localização das creches públicas já existentes na cidade. Em Batatais há dez creches públicas e em nove delas existe lista de espera de vaga, o que comprova a insuficiência das instituições existentes para atender a população. Além disso, como em uma grande maioria das creches do país, elas não são espaços arquitetonicamente interessantes para desenvolverem as suas funções.
Figura 47 – Localização das creches públicas na cidade
Figura 46 – Igreja atualmente
Localização das creches públicas existentes Localização da área
Fonte figura 45: https://docplayer.com.br/82638098-Do-vernacular-ao-erudito-a-re- construcao-da-igreja-matriz-de-batatais-sp-1.html Fonte figura 46: https://www.guiadoturismobrasil.com/cidade/SP/45/batatais Fonte figura 47: Autoria própria
47
Figura 48 – Município de Batatais
Figura 50 – Terreno escolhido
48
Fonte figura 48: Google Maps Fonte figura 49: Prefeitura de Batatais Fonte figura 50: Autoria própria
Figura 49 – Área urbana de Batatais
Posteriormente, foi escolhido um loteamento onde essas instituições fossem mais escassas. Dentro deste loteamento foram analisadas as possíveis áreas institucionais. O loteamento em que ela está inserida é um loteamento novo na cidade localizado no eixo de crescimento desta, sendo ainda uma área com escassez de instituições e em constante crescimento.
Figura 51 – mapa de uso do solo
3.2.1 USO E OCUPAÇÃO DO SOLO Analisando o entorno da área escolhida percebe-se a predominância de lotes vazios, isso porque, como já dito anteriormente, esse bairro é um loteamento novo da cidade, o qual está se popularizando agora. Apesar da grande quantidade de vazio, nota-se a dominação do uso residencial, na maioria das construções presentes no local já é possível distinguir que sua grande maioria também serão residências, garantindo a predominância desse uso. O lote se localiza entre duas praças, característica que valoriza o local principalmente para a aplicação de uma instituição destinada a crianças, as quais faz muito bem estar em contanto com áreas verdes. Comércios e serviços são quase inexistentes no local e instituições para atender essa população são nulas. Por isso a escolha de se implantar uma creche nessa região, para que ela possa atender a população crescente dessa área da cidade.
Residência Serviço Comércio Vazio Construção Área verde Lote escolhido
Fonte figura 51: Autoria própria
49
3.2.2 GABARITO
Figura 52 – mapa de gabarito
Os lotes que já possuem alguma construção, são compostos, quase que unanimemente, de edifícios térreos. No entorno da área escolhida para a realização do projeto as edificações mais altas possuem dois pavimentos. Isso proporciona para a área uma melhor relação com os elementos naturais, pois não há interferência de construções próximas nas questões de ventilação e iluminação natural.
1 pavimento 2 pavimentos Construção Vazio Área verde Lote escolhido
50
Fonte figura 52: Autoria própria
Figura 53 – mapa de figura fundo
3.2.3 FIGURA FUNDO
O bairro está localizado na macrozona MZ 1, segundo a lei nº 3453 do município que disciplina a Urbanização, o Uso e Ocupação do solo Urbano, nessa zona é permitido uma taxa de ocupação de 80%, a qual pode ser observada no mapa abaixo. Apesar da grande taxa de ocupação presente nos lotes já construídos, é possível perceber, de forma mais clara através do figura fundo, a prevalência dos vazios na região.
Edifícios
Fonte figura 53: Autoria própria
51
3.2.4 SISTEMA VIÁRIO
Figura 54 – mapa de sistema viário
O lote escolhido está posicionado em uma esquina, na qual se encontra uma via local e uma coletora. Apesar da área analisada possuir três tipos de via, todas elas têm fluxo de uma via local, pois o bairro possui poucas construções e não funciona como ligação para outras áreas da cidade, sendo uma região bem tranquila quanto ao trânsito de veículos. O que falta na região são equipamentos urbanos, no local não se encontra nenhum ponto de ônibus, não possui nenhuma instituição de ensino, saúde, assistência social ou religião.
Vias locais Vias coletoras Vias principais Lote escolhido
52
Fonte figura 54: Autoria própria
2ª
7.91
0
.9
+0,54
20
+0,80 2°
10
0,00
Área 1482 m²
divisa
54.22
3ª
Perimetro 171,44 m
°
Fonte figura 55: Autoria própria
divisa
78
O terreno escolhido está situado na macrozona mz 1, macrozona de destinação urbana, nela os índices urbanísticos permitidos são: • Densidade DE HABITANTES POR HECTARE DE 500 • TAXA DE OCUPAÇÃO DE 80% • TAXA DE PERMEABILIDADE DE 10% • COEFICIENTE DE APROVEITAMENTO 2, COM ORTOGA ONEROSA ATÉ 4 VEZES O COEFICIENTE DE APROVEITAMENTO • SEM GABARITO MÁXIMO Em relação as dimensões mínimas de recuos, são estabelecidas de acordo com o uso que se dará ao lote, a lei de uso e ocupação do solo de Batatais não especifica os recuos para as áreas institucionais, por isso, foi usado como parâmetro os recuos voltados para os comércios e serviços, são assim definidos: • Sem necessidade de recuo frontal • Nos Fundos, 2,00 metros em caso de aberturas para o exterior • Nas laterais, 2,00 metros em caso de abertura para o exterior. Com P.V.I mínimo de 6,00 m², com dimensão mínima de 2,00 metros O uso escolhido para o lote entra, segundo a legislação, na categoria IT2 (institucional 2), segundo essa categoria a quantidade de vagas mínimas que a edificação precisa ter é de 1 vaga a cada 50m² de construção. De acordo com o código de obras de Batatais, os projetos de edificações para prestação de serviços de educação devem ser dimensionados atendendo além do código, as exigências determinadas pela Secretaria Estadual de Educação. Além de acompanhar as determinações da LUUOS (Lei de uso e ocupação do solo), quanto ao número de vagas de estacionamento; atender as normas relativas às pessoas portadoras de necessidades especiais, bem como as demais legislações da segurança da edificação.
Figura 55 - Lote
64.65
3.2.5 O LOTE
+1,62
0,00 30.46
1ª
divisa º 882 m
º 881 m
º 880 m
0
5
º 879 m 10
20
53
º 878 m
Figura 56 - corte sobre a primeira divisa do terreno
Figura 57 - corte sobre a segunda divisa do terreno
Figura 58 - corte sobre a terceira divisa do terreno
54
Fonte figura 56: Autoria prรณpria Fonte figura 57: Autoria prรณpria Fonte figura 58: Autoria prรณpria
O PROJETO
R VIVENCIAR DIVIDIR PEDIR ANDAR ALPAR LEVANTAR MAMAR SUJAR PE MORDER EDUCAR DESCANSAR CHE OUVIR CONHECER DANÇAR JOGAR R ADMIRAR APALPAR LEVANTAR AD CRESCER COLORIR SONHAR REPETIR INTERAGIR MORDER EDUCAR DESCAN AR APROVEITAR PULAR SORRIR ENG RINCAR APRENDER ADAPTAR SABORE DESCANSAR CHEIRAR SABOREAR SE DMIRAR APALPAR LEVANTAR ADORME
4.
4.1 PROGRAMA DE NECESSIDADES A portaria número 321 da Anvisa de maio de 1988 foi criada a fim de aprovar as normas e os padrões mínimos que a construção, instalação e o funcionamento de creches em todo o território nacional deveriam seguir. Nessa portaria se especifica o programa mínimo necessário para uma creche, e foi de acordo com esse documento e com os conhecimentos adquiridos através das pesquisas anteriormente expostas que o seguinte programa de necessidades foi realizado. Tabela 5 – Programa de necessidades / setor administrativo Espaço Hall / sala de espera Sanitário para o público Secretaria Coordenadoria Sala de reunião Sala dos professores Sala de recepção dos pais Depósito de equipamentos e materiais de limpeza P.N.E
Setor administrativo Usuário Quantidade Visitantes, alunos e 1 funcionários Visitantes Visitantes e funcionários Visitantes e funcionários Funcionários Funcionários Visitantes e funcionários Funcionários Visitantes, alunos e funcionários
Área 119,11
2
5,56
1
9,88
1
9,88
1
23,20
1
17,32
1
32,92
1
2,90
2
8,19
Tabela 6 - Programa de necessidades / setor de serviços e apoio Setor de serviços e apoio Espaço Usuário Quantidade Lactário Funcionários 1 Alunos e Cozinha 1 funcionários Despensa Funcionários 1 Almoxarifado Funcionários 1 Copa Funcionários 1 Vestiário masculino Funcionários 1 Vestiário feminino Funcionários 1
56
Fonte tabela 5: Autoria própria Fonte tabela 6: Autoria própria
Área 7,02 15,90 4,20 19,77 22,94 4,80 12,00
Tabela 7 - Programa de necessidades / setor pedagógico Espaço Sala de recepção e troca de roupa para crianças até 1 ano Sala de recepção e troca de roupa para crianças de 2 a 3 anos Sala para amamentação
Setor pedagógico Usuário Quantidade
Área
Alunos e funcionários
1
12,30
Alunos e funcionários
1
19,77
1
19,77
2
41,51
1
641,96
2
30,30
1
32,92
1
17,92
1
31,76
Visitantes e alunos
Alunos e funcionários Solário + Alunos e recreação descoberta funcionários Alunos e Sala de atividades funcionários Alunos e sala de repouso funcionários Alunos e Refeitório funcionários Alunos e Recreação coberta funcionários Berçário
4.2 CONCEITO E PARTIDO
O conceito que norteia o projeto é o de que a própria arquitetura do espaço ajude no aprendizado e no desenvolvimento das crianças. Um ambiente que estimule a visão, o olfato, o tato, a audição, a criatividade e a autonomia. Assim a criança estará constantemente em contato com uma nova experiência. No construtivismo a aprendizagem é adquirida entre a interação da criança com o meio e é muito importante que se desenvolva nas crianças de 0 a 3 anos os sentidos, porque é por meio deles que elas conhecem o mundo, a metodologia montessoriana promove ao aluno a autonomia e a criatividade, benéficas ao desenvolvimento infantil. Por isso o desenvolvimento de uma creche focada nessas questões. Para se chegar a esse conceito, o projeto procurará utilizar diferentes materiais, com diferentes texturas, diferentes cores, cheiros e sons. Será projetado sempre pensando na escala da criança, para que esta se sinta mais confortável no ambiente e que possa realizar atividades sozinhas sem ser totalmente dependente dos adultos presentes. Espaços integrados também ajudarão nessa independência, uma vez que assim o usuário poderá escolher em qual ambiente deseja ficar e realizar a atividade que desejar. Outro ponto bastante presente no projeto será a preocupação com a iluminação e ventilação natural, uma vez que os espaços, principalmente os de atividades externas, precisam ser aconchegantes; os alunos precisam receber o banho de sol, mas protegidos nos horários de insolações mais intensas. Fonte tabela 7: Autoria própria
57
4.3
ORGANOGRAMA E FLUXOGRAMA A setorização do espaço foi definida levando em consideração as informações dispostas na cartilha do ministério de educação de 2006 – Parâmetros básicos de infraestrutura para instituições de educação infantil, e a já citada portaria número 321 da Anvisa. Esses documentos trazem algumas inter-relações entre os espaços de uma creche que devem ser seguidos para seu melhor funcionamento. De acordo com o MEC: • Quanto ao setor técnicoadministrativo, é conveniente que facilite o acesso, permitindo uma maior interação entre os professores, a direção/coordenação e as crianças. Salas de fácil acesso, sem barreiras visuais ou físicas, permitindo a visualização interna, estimulam o acesso, integrando os usuários. • Existindo um setor administrativo, ele deve estar próximo ao acesso principal, facilitando a relação pais–instituição, além de conferir privacidade às salas de atividades; prever ainda espaço para recepção e acolhimento adjacente a esse setor • As áreas destinadas ao preparo e ao cozimento dos alimentos devem ser reservadas e de difícil acesso às crianças, evitando-se acidentes; podese solucionar a restrição ao acesso utilizando portas à meia altura, que proporcionam segurança às crianças sem restringir a ventilação • Quando for possível, criar salas de atividades com área adjacente, estimulando a convivência em grupo e encorajando a interação das atividades internas e externas. Essa espécie de pátio privado, aberto, vai intermediar a relação interiorexterior, permitindo que as crianças visualizem a área externa, além de possibilitar uma série de atividades na extensão da sala. A criança pode estar participando de determinada
58
Fonte figura 59: Autoria própria
atividade e, ao mesmo tempo, assistir e observar outras atividades externas Segundo a Anvisa: • Deve ser prevista uma sala de recepção e troca de roupa para atender às crianças de até 1 ano, a sala deve ter comunicação direta com cada berçário, podendo interligar-se no máximo, a dois berçários • Sala de amamentação deve estar localizada na unidade de administração, objetivando: facilitar o acesso das mães que vêm de fora e não alterar o movimento normal dos trabalhos com as demais crianças • O berçário deve dar acesso direto ao solário • Recomenda-se que a sala de recepção e as instalações sanitárias estejam anexas a cada sala de atividades e essas devem dar acesso direto ao exterior
Setor administrativo Setor de serviços Setor pedagógico Circulação vertical Circulação horizontal
Figura 59 – Fluxograma
Figura 60 - Organograma
Halla / sala de espera
Sala para amamentação
Copa
P.N.E
Almoxarifado Coordenadoria
Sala de reuniões
Secretaria
Vestiários
Sanitário público
Sala dos professores
Sala de recepção e troca de roupa para crianças de até 1 ano Berçário
Sala de atividades
Refeitório
Setor administrativo
Recreação coberta
Cozinha Despensa
Setor de serviços Setor pedagógico
Fonte figura 60: Autoria própria
Depósito de equipamentos
59
Lactário
Sala de recepção e troca de roupa para crianças de 2 a 3 anos
Berçário Solário
Sala de atividades
Recreação descoberta
Sala de repouso
4.4 DESENHOS TÉCNICOS Figura 61 - Situação
Fonte figura 61: Autoria própria
61
Figura 62 - Implantação
Entrada secundária
Entrada principal
Acesso de veículos
62
Fonte figura 62: Autoria própria
Figura 63 - Térreo
1 - hall /sala de espera 2 - sala de amamentação 3 - sanitário público 4 - P.N.E 5 - berçário 1 6 - sala de descanço 7 - lactário 8 - sala de recepção e troca de roupa para crianças menores de 1 anos 9 - berçário 2 10 - sala de atividades 1 11 - sala de recepção e troca de roupa para crianças de 2 até 3 anos 12 - sala de atividades 2 13 - refeitório 14 - recreação coberta 15 - cozinha 16 - despensa 17 - depósito 18 - recreação descoberta / solário
15 14 16
13
17
12
11
18
projeção da laje
10
Serralha 9
Folha de batata doce 7
8
Copo de leite 5
6
3
2
Taioba
4 3 1
Fonte figura 63: Autoria própria
63
Figura 64 - Primeiro pavimento
1 - sala de espera 2 - coordenadoria / secretaria 3 - sala de recepção dos pais 4 - vestiário masculino 5 - vestiário feminino 6 - copa 7 - almoxarifado 8 - sala dos professores 9 - sala de reuniões
9
8
7
6 3 5 2
64
Fonte figura 64: Autoria própria
1
4
Figura 65 - Segundo pavimento
1 - armazenamento da caixa d’agua
1
Fonte figura 65: Autoria prĂłpria
65
Figura 66 - Corte AA
Figura 67 - Corte BB
Fonte figura 66: Autoria prรณpria Fonte figura 67: Autoria prรณpria
67
Figura 68 - Elevação 1
Figura 69 - Elevação 2
68
Fonte figura 68: Autoria própria Fonte figura 69: Autoria própria
Figura 70 - Elevação 3
Figura 71 - Elevação 4
Fonte figura 70: Autoria própria Fonte figura 71: Autoria própria
69
Figura 72 - Detalhamento berçário 1
Espelho e barra de apoio
2
projeção do gesso
Berço crescer
Cimento queimado pigmentado
1
Peças em EVA felpudo
3
Tenda infantil
70
Fonte figura 72: Autoria própria 1 - fonte: https://lojaparavoce.com.br/products/tapete-para-quarto-de-crianca-felpudo-quebra-cabeca?variant=36065205551264&currency=BRL&utm_medium=product_sync&utm_ source=google&utm_content=sag_organic&utm_campaign=sag_organic&gclid=Cj0KCQiAkuP9BRCkARIsAKGLE8WgeNtN2UnQDI8pEnBynm0bgbn8XxCjJK-lrmMDETgmaLKcfnnafeEaAji4EALw_wcB 2 - fonte: http://www.sleeper.com.br/produtos/linha-crescer#berco-crescer 3 - fonte: https://www.graodegente.com.br/cabanas-e-tendas-1/tenda-dossel-amarelo-mostarda
Figura 73 - vistas 1 e 2 berçário 1
gesso
Tijolinho a vista
Armário em MDF
gesso
Pendente luminoso
Fonte figura 73: Autoria própria
71
Figura 74 - Detalhamento berçário 2
projeção do gesso
Suporte para desenho
Carpete amarelo
4
Pendente de chocalho Espelho e barra de apoio
72
Fonte figura 74: Autoria própria 4 - fonte: https://www.behance.net/gallery/14364729/Finnish-architecture-Seinaejoki-library
Figura 75 - vistas 1 e 2 berçårio 2
Passa prato gesso
Tijolinho a vista
gesso
Pendente luminoso
Pendente de chocalho
Fonte figura 75: Autoria prĂłpria
73
Figura 76 - Detalhamento sala de atividades 1
5
6
mesas e cadeiras infantil
projeção do gesso
Instalação com espumas
Puffs em formato de quebra cabeça
Espuma laminada vermelha
Concreto queimado
7
Instalação com piscina de bolinhas
74
Fonte figura 76: Autoria própria 5 - fonte: https://www.noos.com.br/product-page/conjunto-mesa-de-atividades-maxi-carvalho-tampo-70cm-x-72cm 6 - fonte: https://100architects.com/project/hang-out/ 7 - fonte: https://100architects.com/project/creek-play/
Figura 77 - vistas 1 e 2 sala de atividades 1
gesso
Armรกrio em MDF
Nicho para as crianรงas sentarem Puffs em formato de quebra cabeรงa
gesso
Canudos de espuma
Fonte figura 77: Autoria prรณpria
75
Figura 78 - Detalhamento sala de atividades 2
Prateleiras de livros
Pendente com luz de filamento
projeção do gesso Tinta de lousa
8
Instalação com bolhas
76
Fonte figura 78: Autoria própria 8 - fonte: https://100architects.com/project/creek-play/
Figura 79 - vistas 1 e 2 sala de atividades 2 Tinta de lousa
9
Porta adaptada para criança Bolhas em tecido pelúcia
Gesso
Armário em MDF
Nicho para as crianças sentarem
Fonte figura 79: Autoria própria 9 - fonte: https://br.pinterest.com/pin/375346950179638241/
77
4.5 PERSPECTIVAS
Figura 80 - Fachada
78
Fonte figura 80: Autoria prรณpria
Figura 81 - Pรกtio interno
Fonte figura 81: Autoria prรณpria
79
Figura 82 - Lateral do edifĂcio
80
Fonte figura 82: Autoria prĂłpria
Figura 83 - Vista do primeiro pavimento
Fonte figura 83: Autoria prรณpria
81
Figura 84 - Berçário 1
82
Fonte figura 84: Autoria própria
Figura 85 - Berçário 1
Fonte figura 85: Autoria própria
83
Figura 86 - Berçário 2
84
Fonte figura 86: Autoria própria
Figura 87 - Berçário 2
Fonte figura 87: Autoria própria
85
Figura 88 - Sala de atividades 1
86
Fonte figura 88: Autoria prรณpria
Figura 89 - Sala de atividades 1
Fonte figura 89: Autoria prรณpria
87
Figura 90 - Sala de atividades 2
88
Fonte figura 90: Autoria prรณpria
Figura 91 - Sala de atividades 2
Fonte figura 91: Autoria prรณpria
89
Figura 92 - Sala de troca e recepção para crianças de 2 até 3 anos de idade
90
Fonte figura 92: Autoria própria
Figura 93 - Refeitório / Recreação coberta
Fonte figura 93: Autoria própria
91
Figura 94 -Sala de repouso
92
Fonte figura 94: Autoria prรณpria
4.6 MEMORIAL JUSTIFICATIVO A entrada do edifício foi projetada voltada para a praça existente na quadra, isso para gerar uma interação entre a creche e a área verde, além de proporcionar uma entrada e saída mais tranquila e segura para as crianças, devido ao fato delas não saírem diretamente voltadas para as ruas. O pavimento térreo da creche compõe toda a área pedagógica e de recepção do local, para facilitar o acesso dos alunos a esses programas e gerar uma maior privacidade a área voltada para as crianças. Cada sala de aula possui um interior diferente, respeitando a idade dos alunos que irão frequentá-las, deixando a criança livre para escolher onde quer ficar. Seus espaços foram preenchidos com elementos de diversas texturas, cores e sons que são capazes de permitir a criança imaginar diferentes usos para eles, assim os alunos desenvolverão a imaginação e o desenvolvimento devido ao contato com esses elementos presentes nas salas. Em algumas áreas desses ambientes o pé direito foi rebaixado com o uso de gesso para tornar o espaço aconchegante para seus principais usuários. Na sala de repouso o pé direito foi todo rebaixado com gesso e nele implantados diversos pontinhos de luz para se imitar um céu estrelado. O banheiro também foi todo pensado na independência da criança, suas peças foram projetadas para que os alunos possam utilizá-las sozinhos, janelas altas permitem que os professores chequem as crianças nesse ambiente. A cozinha integrada ao refeitório, permite que as crianças participem do preparo das refeições gerando um maior contato e interesse sobre os alimentos. No centro do edifício forma-se um pátio aberto, no qual as crianças até um ano, que estão no berçário, podem utilizar como solário, e as crianças maiores de uma ano até três anos podem utilizar como área de recreação descoberta, nele existe uma área gramada, uma caixa de areia, uma área com pedregulhos, um deck e diversas plantas, incluindo espécies de plantas alimentares não convencionais (PANCs), as PANCs são ótimas para ambientes voltados ao público infantil, uma vez que elas são comestíveis e as crianças no seu processo de aprendizado carregam os objetos a boca. No pátio a criança pode ter contato com diferentes elementos naturais enquanto brinca. A própria forma do projeto e o avanço das coberturas das salas para o pátio faz com que na grande maioria do tempo parte da área esteja protegida por sombra, gerando um espaço agradável para o uso em qualquer horário do dia. No primeiro pavimento se concentram grande parte das áreas da administração e de uso dos funcionários, essa solução foi pensada para possibilitar a ampliação dos espaços livres no térreo para a utilização das crianças e para privar a área de serviço e apoio da creche. Pensando no principal público do projeto, os pés direitos foram determinados a 2,70 metros, para gerar uma maior sensação de conforto aos alunos e para que
93
eles sintam que o projeto foi feito para eles, as janelas dos ambientes de convívio das crianças foram projetadas para elas conseguirem ver o exterior, por isso elas possuem um peitoril de 0,40 metros. O edifício procura aproveitar o máximo de luz natural possível, por isso a utilização de grandes aberturas, e para protegê-las dos horários de maiores incidência solar utilizou-se, nas fachadas, o recurso de se recuar ou avançar as aberturas. Na sua estruturação, foi proposta uma estrutura mista de aço e concreto, pois permite maior vãos com menor dimensão das peças, determinante ao projeto com o pé direito proposto. Em suma, o projeto foi inteiro pensado na independência da criança e na sua estimulação, com a instalação e utilização de objetos na altura do aluno e implantação nos ambientes de diferentes atividades, materiais, texturas, cores e cheiros. 4.7 CONSIDERAÇÕES FINAIS Em se tratando de um trabalho de conclusão de curso de arquitetura e urbanismo que tem como principal objetivo desenvolver um projeto voltado para o ensino de crianças de 0 a 3 anos, em que se prioriza o desenvolvimento sensorial e cognitivo, foi elaborado uma vasta pesquisa para se compreender a relação da arquitetura na aprendizagem, assim como para se entender como se dá o desenvolvimento do público alvo, além de uma explicação do que seria a arquitetura sensorial. Após isso, foi possível elaborar um projeto que integre todas essas questões, além de se basear em duas metodologias de ensino, a construtivista e a montessoriana, que levou ao edifício as questões de liberdade, criatividade e independência das crianças. No fim desse processo, percebe-se a necessidade de continuar a discutir essas questões para que futuramente possa se chegar em um novo modo de se “fazer creches” em que se pense prioritariamente no devido desenvolvimento infantil.
94
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
R VIVENCIAR DIVIDIR PEDIR ANDAR ALPAR LEVANTAR MAMAR SUJAR PE MORDER EDUCAR DESCANSAR CHE OUVIR CONHECER DANÇAR JOGAR R ADMIRAR APALPAR LEVANTAR AD RESCER COLORIR SONHAR REPETIR INTERAGIR MORDER EDUCAR DESCAN AR APROVEITAR PULAR SORRIR ENG RINCAR APRENDER ADAPTAR SABORE DESCANSAR CHEIRAR SABOREAR SE MIRAR APALPAR LEVANTAR ADORME
5.
ADORNI, D. S. A creche e o direito à educação das crianças de 0 a 6 anos: de agência de guarda a espaço educacional. Revista Hispeci & Lema (Impresso), v. 8, p. 119-120, 2005. Disponível em: <http://www.unifafibe.com.br/ revistasonline/arquivos/revistafafibeonline/sumario/9/18052011155146.pdf>. Acesso em: 05 nov. 2019. ARIOSI, Cinthia Magda Fernandes. O ensino de artes para crianças de creches: experiências sensíveis, sensoriais e criativas. Atos de pesquisa em Educação (FURB), v. 9, p.127-154, 2014. Disponível em: <https://proxy.furb.br/ojs/index.php/ atosdepesquisa/article/download/3193/2642>. Acesso em: 30 set. 2019. BRASIL. Lei nº 9394, de 1996. LDB: lei de diretrizes e bases da educação nacional. 2. ed. Brasília, 1996. Disponível em: <https://www2.senado.leg.br/bdsf/bitstream/handle/id/544283/lei_de_diretrizes_e_bases_2ed.pdf>. Acesso em: 05 nov. 2019. CARVALHO, Maria de Lurdes Dias de. Efeitos de estimulação multi-sensorial no desempenho de crianças em creche, 2005; Tese de Doutorado; (Tese de Doutoramento em Estudos da Criança - Ramo do Conhecimento em Psicologia do Desenvolvimento e Educação) – Universidade do Minho, Braga, 2005. Disponível em: http://repositorium.sdum.uminho.pt/ handle/1822/7291. Acesso em: 10 mar. 2020. FARIA, Ana Carolina Evangelista, et al. Método montessoriano: a importância do ambiente e do lúdico na educação infantil, Revista Eletrônica da Faculdade Metodista Granbery, Juiz de Fora, n.12, p. 1-21, 2012. Disponível em: http:// re.granbery.edu.br/artigos/NDY2.pdf. Acesso em: 14 abr. 2020 FERNANDES, Bruno Rafael; COSTA, Korina Aparecida Teixeira Ferreira. A Aprendizagem na ambiência educativa infantil e sua relação com o espaço arquitetônico, Colloquium Humanarum, Presidente Prudente, vol. 12, n. Especial, p. 109117, 2015. Disponível em: unoeste.br/site/enepe/2015/suplementos/area/Humanarum/Arquitetura%20e%20Urbanismo/A%20 APRENDIZAGEM%20NA%20AMBIÊNCIA%20EDUCATIVA%20INFANTIL%20E%20SUA%20RELAÇÃO%20COM%20O%20 ESPAÇO%20ARQUITETÔNICO.pdf. Acesso em: 05 mar. 2020. FOSSILE, Dieysa K. Construtivismo versus sociointeracionismo: uma introdução às teorias cognitivas. Revista Alpha, Patos de Minas, UNIPAM, 2010. Disponível em: http://livrozilla.com/doc/1310117/construtivismo-versus-s%C3%B3ciointeracionismo--uma---alpha. Acesso em: 11 abr. 2020. LOURENÇO, Cláudia Sofia Pires. Arquitetura para crianças, caso de estudo: Jardim-de-infância “Os cubos”, Portimão, 2014; dissertação de mestrado; (Graduação em Projeto de Arquitetura) – Instituto Superior Manuel Teixeira Gomes, Portimão, 2014. Disponível em: http://recil.grupolusofona.pt/handle/10437/9219. Acesso em: 03 mar. 2020 MÖSCH, Michael Emil. O processo projetivo na arquitetura: o ensino do projeto de escolas, 2009: Tese de Doutorado; (Graduação em concentração de Edificações) - Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2009. Disponível em: http://repositorio.unicamp.br/jspui/handle/REPOSIP/258193. Acesso em: 05 mar. 2020. PALLASMAA, Juhani. Os olhos da Pele: a arquitetura e os sentidos. Porto Alegre: Bookman, 2011. Disponível em: https://idoc.pub/documents/os-olhos-da-pele-a-arquitetura-e-os-sentidospdf-34wmqze8p8l7. Acesso em: 23 mar. 2020. PIAGET, Jean. Os Pensadores: Epistemologia Genética sabedoria e ilusões. 2 ed. São Paulo: Victor Civita, 1983. Disponível em: https://farofafilosofica.com/2017/02/16/os-pensadores-colecao-completa-55-livros-para-download/. Acesso em: 23 mar. 2020.
POLESE, Nathalia Cunha. Aprendizagem Infantil através do Construtivismo: ensinar e aprender. Revista Espaço Acadêmico, v. 12, n. 134, p. 89-96, 2012. Disponível em: http://periodicos.uem.br/ojs/index.php/EspacoAcademico/article/ view/14484. Acesso em: 31 mar. 2020 RAPOPORT, Andreia; PICCININI, Cesar Augusto. O Ingresso e Adaptação de Bebês e Crianças Pequenas à Creche: Alguns Aspectos Críticos. Psicologia. Reflexão e critica, Porto Alegre, v. 14, p.81-95, 2001. Disponível em: <http://www.scielo. br/pdf/prc/v14n1/5209.pdf>. Acesso em: 30 set. 2019. SOUZA, Cristiane Alves de; SANTOS, Rozilda Soares dos. A creche ontem e hoje, 2010; trebalho de conclusão de curso; (Graduação em Pedagogia) – Faculdade São Luís de França, São Luís de França, 2010. Disponível em: <https://portal.fslf.edu.br/ wp-content/uploads/2016/12/tcc1-7.pdf>. Acesso em: 30 set. 2019.
SABOREAR BAGUNÇAR BABAR ERRAR R SENTAR ADORMECER COMER ADMIR COMER ADMIRAR SENTIR CHORAR IN ERIMENTAR APALPAR LEVANTAR MAMAR VANTAR MAMAR SUJAR PEGAR GIRAR DIVIDIR PEDIR ANDAR DEITAR CAIR DO TAR CAIR DORMIR OUVIR CONHECER AR AJUDAR DESCOBRIR CRESCER COLO R COLORIR SONHAR REPETIR IMAGINA NTAR CONVIVER REPETIR ESCUTAR INTE SCUTAR INTERAGIR MORDER EDUCAR D RAR SABOREAR SEGURAR COMER VIVE RAR COMER VIVENCIAR BRINCAR INVE AR DEITAR SEGURAR ABRAÇAR ENGATIN BRAÇAR ENGATINHAR ACOLHER IMITAR RRER TOCAR APROVEITAR PULAR SORRIR TOCAR APROVEITAR PULAR SORRIR E SABOREAR BAGUNÇAR BABAR ERRAR REAR BAGUNÇAR BABAR ERRAR CANTA COMER ADMIRAR SENTIR CHORAR IN MIRAR SENTIR CHORAR INVENTAR ABRA VANTAR MAMAR SUJAR PEGAR GIRAR SUJAR PEGAR GIRAR AMAR VIVENC TAR CAIR DORMIR OUVIR CONHECER ORMIR OUVIR CONHECER DANÇAR JOG R COLORIR SONHAR REPETIR IMAGINA SONHAR REPETIR IMAGINAR CHUTAR P SCUTAR INTERAGIR MORDER EDUCAR D
SENTIR, CRECHE SENSORIAL
GIOVANNA NORI
2020
SEN