Edição 136 out/nov/dez 2023

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Com grande orgulho, celebramos nossa vitória no Torneio Leiteiro da Expoleite 2023. Cada animal

representa uma conquista única. Destacamo-nos em sete categorias diferentes, com destaque para as vacas: Dinha, Renda, Valentina e a excepcional Dinamark, destaque principal do torneio com seu desempenho produtivo.

Dinamark foi a Grande Campeã Vaca Adulta na categoria de Produção Absoluta de Leite, com a produção leiteira de noventa e um quilos e trezentas e vinte gramas, se destacando também com o título de Campeã de Classe na categoria adulta, ela também recebeu o título de Vaca Adulta Reservada na categoria de Composição de Leite.

CONHEÇA O PROGRAMA

MENSAGEM DA DIRETORIA

PRESIDENTE Domício José Gregório Arruda Silva

Luiz Fernando Reis

VICE-PRESIDENTE

Marcos Amaral Teixeira

1. DIRETOR-ADMINISTRATIVO

Rubens Balieiro de Souza

2. DIRETOR-ADMINISTRATIVO

José Antônio da Silva Clemente

1. DIRETOR-FINANCEIRO

Luiz Cláudio Bastos de Moura

2. DIRETOR-FINANCEIRO

Alexandre Lopes Lacerda

DIRETOR RELAÇÕES INST. E COMERCIAIS

José Renato Chiari

DIRETOR TÉCNICO CIENTÍFICO

Tatiane Almeida Drummond Tetzner

DIRETORA DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS

Marcelo Renck Real

DIRETOR DE FOMENTO E EVENTOS

A pecuária seletiva avança a passos largos, impulsionada por inúmeras tecnologias disponíveis que permitem identificar de forma mais rápida e precisa animais geneticamente superiores. Quem está na criação de Girolando desde o início, certamente confirmará que está muito mais fácil desenvolver esse trabalho atualmente.

Veja o exemplo do Sumário de Touros. Há quatro anos, quem usava o documento para escolher os reprodutores a serem usados nos acasalamentos, contava com apenas três características, e o principal critério era a PTA Leite. Já a edição de 2023 do Sumário de Touros possibilita o uso de 33 características e 11 compostos, sendo que 20 delas foram introduzidas neste ano.

O que isso significa? Não dá mais para conduzir a seleção do seu rebanho com a cabeça de quatro anos atrás se o seu propósito é se manter no mercado de genética, garantindo boa rentabilidade. Agora, você pode customizar o trabalho pensando nas demandas do seu sistema de produção, focando nas características que mais impactarão seu negócio, sejam elas: conformação, estresse calórico, fertilidade, longevidade, facilidade de parto, além de muitas outras, e tudo isso aliado à melhoria da produção de leite.

Analisando os resultados alcançados pelo PMGG nos últimos anos, temos ótimas expectativas de bons frutos para a raça daqui em diante. Como mostrou o ranqueamento final dos touros da Pré-Seleção 2023/2024, dos dez primeiros colocados, oito são filhos de reprodutores Girolando. Isso mostra a grande consistência do PMGG e a possibilidade que o criador tem, a partir dessa ferramenta, de melhorar seu rebanho com o uso de nossos touros provados.

Dentro das metas traçadas pela Diretoria da Girolando para estes três anos de gestão, podem ter certeza de que os investimentos no PMGG são prioridade. Também é nosso objetivo aprimorar o atendimento prestado ao associado. Como todos devem estar cientes, agora todos os atendimentos técnicos passam a ser avaliados pelo criador. Queremos saber se a visita técnica está correspondendo ao que o associado espera da entidade. Quanto mais próximos estivermos da realidade vivida por todos em relação à seleção da raça, mais poderemos aprimorar nossa prestação de serviço.

Ainda dentro desta busca pela excelência nos serviços, faremos logo no início de 2024 um grande evento de capacitação de nossa equipe técnica do Serviço de Registro Genealógico, do PMGG e do Colégio de Jurados.

O nosso planejamento ainda prevê muitas outras realizações em 2024, pois a nossa raça precisa estar sempre à frente quando o assunto é tecnologia, afinal ela é o carro-chefe da pecuária leiteira nacional.

Como ficou evidente em 2023, tivemos vários fatores que confirmaram a valorização dos animais Girolando de genética superior, como a liquidez nos leilões da raça e as boas médias de preço, as competições de extrema qualidade nas pistas de julgamento em todo o País, e o sucesso da Megaleite, que teve recordes de público e animais inscritos.

Uma valorização que atravessa fronteiras. O Girolando moderno tem despertado o interesse de vários países. O ministro da Agricultura e Pecuária Carlos Fávaro anunciou recentemente que o governo da Índia, país berço da raça Gir, tem interesse no nosso Girolando para ampliar a produção de leite local. Já a Universidade de Illinois, nos Estados Unidos, usou a genética Girolando como inspiração para chegar a animais adaptados à produção de leite na Tanzânia.

Não há dúvida de que a raça vai longe. E nossa parceria com os associados, entidades e empresas do setor é fundamental para isso.

Aproveitamos para agradecer a parceria em 2023 e desejar Boas Festas a todos. Continuemos unidos em 2024 em busca de uma pecuária leiteira de grandes avanços!

Mantendo nosso propósito de trazer para você as inovações e boas notícias sobre a pecuária leiteira, chegamos à última edição do ano de 2023 estampando na capa da revista Girolando um sistema que tem apresentado excelentes resultados com a raça. Trazemos histórias de várias fazendas que adotaram os galpões de compost barn para dar mais conforto às suas vacas Girolando e estão vendo a produtividade do rebanho aumentar consideravelmente, assim como a redução dos custos com sanidade.

Ainda trazemos dicas de como fazer o diagnóstico da cama e critérios para substituição. A raça Girolando já comprovou que vai bem em qualquer sistema de produção, seja a pasto ou confinada, e tem expressado todo o seu potencial genético no compost barn.

eficiência e a produtividade das fazendas.

Já no Sul do Brasil, que sempre foi uma região focada em raças europeias, o interesse pelo Girolando está crescendo. Você vai conhecer a história da Fazenda das Nogueiras, que vem acumulando títulos com a raça e é grande fornecedora da genética Girolando para a região.

Outro tema interessante que trazemos nesta edição é a entrevista com o pesquisador da Embrapa Pecuária Sudeste, Julio Cesar Pascale Palhares. Ele responde várias dúvidas sobre o correto manejo hídrico dentro de uma propriedade. Sabemos que a água é essencial para a produção de leite e para um bom manejo dos animais. Cuidar de forma correta desse bem precioso para o planeta traz muitos benefícios para o agro, que cada vez mais é cobrado pelos consumidores em relação às práticas sustentáveis.

EXPEDIENTE

Outra tecnologia que está impactando positivamente os rebanhos é o sistema de monitoramento do desempenho das vacas. Uma fazenda elevou a taxa de prenhez em 35%, em um ano, desde que adotou a tecnologia. Tem ainda um software de gestão de rebanhos leiteiros que acaba de chegar ao Brasil com a proposta de aumentar a revistagirolando @ogirolando revistagirolando girolando.com.br/girolando/revista

Tem muito mais nesta edição. Confira nas páginas seguintes. Quero aproveitar o espaço para agradecer sua parceria com a revista Girolando por todo este ano de 2023. Que continuemos juntos e que todos tenham um 2024 abençoado!

Revista Girolando: Órgão Oficial da Associação Brasileira dos Criadores de Girolando • Editora: Larissa Vieira lamoc1@gmail.com • Depto. Comercial: Mundo Rural (34) 3336-8888 - Míriam Borges (34) 9 9972-0808 miriamabcz@mundorural.org • Design gráfico: Yuri Silveira (34) 9 9102-7029 yurisilveira04@hotmail.com • Revisão: Maria Rita Trindade Hoyler • Fotografias: Jadir Bison (34) 99960.4810 jadirbison@yahoo. com.br • Conselho editorial: Domício Arruda Silva, Leandro Paiva, Edivaldo Ferreira Júnior, Miriam Borges e Larissa Vieira • Impressão CTP: Idealiza Grafica (43) 3373-7877 • Tiragem: 6.000 exemplares • Periodicidade: Trimestral (Março, Maio, Agosto e Novembro) • Circulação: Dia 15 dos meses ímpares • Distribuição: Para todo o Brasil via correios e Disponível na versão on line no site www.girolando.com.br. • Redação: Rua Orlando Vieira do Nascimento, 74 - CEP: 38040-280 - Uberaba/MG • Telefone: (34) 3331-6000 • Assinaturas: R$ 98,00/ano – financeiro@mundorural.org • 22 anos de circulação ininterrupta

por Larissa Vieira Editora

Uso eficiente da água na pecuária leiteira

Comitiva do Equador

Uma comitiva de criadores do Equador visitou a sede da Girolando, em Uberaba/MG, no dia 3 de outubro. Eles têm grande interesse na genética bovina brasileira e estão importando embriões de Girolando. Ao conhecer o trabalho de seleção da raça, o criador equatoriano Marco Vasquez ficou impressionado com a qualidade dos animais. Segundo ele, são exemplares muito produtivos, de bons úberes, bons aprumos, uma genética bem trabalhada para identificar animais superiores. De acordo com o criador Jônadan Ma, cuja propriedade integra o Brazilian Girolando, o Brasil tem condições de atender esse mercado, pois existe protocolo sanitário que garante o comércio bilateral. O Brazilian Girolando tem atuado para a abertura de outros mercados para genética da raça. Assim, além do Equador, mais países da América Latina poderão ter acesso de forma oficial ao nosso Girolando.

Doação Megaleite

A Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) de Lagoa da Prata, em Minas Gerais, é a nova entidade beneficiada pelo projeto “Leite é Vida”. Ela recebeu doação no valor de R$16.146,63. O cheque foi entregue

no dia 14 de setembro pela Girolando, Alvoar Lácteos e Reafrio. O valor doado é oriundo da venda do leite captado durante a Megaleite 2023, principal exposição de pecuária leiteira da América Latina, que aconteceu em junho. Mais de 70 mil litros de leite foram captados. O cheque simbólico foi entregue ao diretor Financeiro da Apae, Ronan Ramos, durante o 37° Leilão Alvoar, em Lagoa da Prata/MG.

Eleição CDT

A primeira reunião do Conselho Deliberativo Técnico (CDT) da raça Girolando, da Gestão 2023/2025, aconteceu em 10 de outubro. Foi eleito o novo presidente, que é o zootecnista Edivaldo Ferreira Júnior, coordenador Técnico do PMGG. Durante a reunião, ficou definido que a raça terá um índice de seleção formado a partir de uma equação envolvendo características de maior impacto econômico e de melhoria genética do Girolando. O objetivo é facilitar o processo de seleção para os criadores que utilizam sêmen dos touros Girolando. A expectativa é de publicar o índice, que ainda terá um nome definido na próxima edição do Sumário de Touros. O pesquisador da Embrapa Gado de Leite, Marcos Vinicius Barbosa da Silva, conduzirá os estudos para o desenvolvimento do índice. Ainda foram debatidas durante a reunião as adequações do regulamento do Serviço de Registro Genealógico da Raça Girolando solicitadas pelo Ministério da Agricultura e Pecuária.

Opinião do mercado

Empresas de genética integrantes do Fundo de Investimento do Programa de Melhoramento Genético da Raça Girolando (FIPMGG) participaram de reunião no dia 10 de outubro. A proposta do encontro foi buscar o direcionamento do mercado em relação às demandas de genética leiteira e levantar as necessidades e oportunidades para o melhoramento da raça. Os participantes ainda abordaram a importância da criação do índice de seleção para a raça Girolando, sugerido pelo CDT.

Associados do Núcleo de Criadores de Gir Leiteiro e Girolando dos Vales participaram de reunião no dia 19 de setembro, em Governador Valadares/ MG, com o diretor Rubens Balieiro de Souza e com o superintendente Técnico Leandro Paiva. Durante o encontro, eles tiraram dúvidas dos criadores e abordaram assuntos relacionados ao Programa de Fomento da Raça Girolando, do qual o Núcleo dos Vales é integrante.

Curso de Julgamento

A 24ª edição do Curso Intensivo de Julgamento da Raça Girolando será realizada de 16 a 18 de fevereiro de 2024, em Uberaba/MG. Com vagas limitadas, o evento é voltado para as pessoas que querem conhecer de forma mais aprofundada a raça Girolando ou para os profissionais e estudantes do último ano de Ciências Agrárias (Agronomia, Medicina Veterinária ou Zootecnia) que pretendem integrar o Colégio de Jurados. Os associados da Girolando, estudantes e controladores de leite possuem 50% de desconto no valor da inscrição. Já os técnicos do Serviços de Registro Genealógico, do PMGG e de empresas parceiras da Girolando devem entrar em contato com a entidade para verificar possíveis

por Miriam Borges
Núcleos dos Vales

condições especiais no valor da inscrição. O curso será composto de aulas teóricas e práticas sobre melhoramento genético, cruzamentos, registro genealógico, morfologia de animais leiteiros, apresentação de animais, julgamentos, comunicação interpessoal, oratória e ética profissional. Os interessados em participar  devem entrar em contato a partir do dia 13 de novembro com Mirelly Campos pelo e-mail cjrg@girolando.com.br ou pelo número (34) 3331-6028 (whatsapp).

Palestras pelo Brasil

A raça Girolando foi tema de palestras em várias cidades do Brasil. Em Campo Grande/MS, o diretor Marcelo Real participou da “Semana do Técnico em Agropecuária”, promovida pelo Senar/MS, e ministrou palestra com o tema “Gado leiteiro - Girolando PS”. Já o técnico da entidade, Érico Ribeiro, esteve no Instituto Federal de Bom Jesus do Itabapoana (IFFLUMINENSE) para falar sobre o potencial da raça Girolando. A composição racial do Girolando foi tema de palestra do técnico Thiago Cavalcanti de Almeida em Parnamirim/RN. Já a diretora Tatiane Tetzner ministrou palestras sobre a raça nas cidades de Caldas/MG e na Goiás Genética 2023. Estudantes do curso de Medicina Veterinária da Universidade de Uberaba puderam conhecer mais sobre a raça Girolando durante palestra do superintendente Técnico da Girolando, Leandro Paiva.

Doação de vaquinha

Um exemplar da vaquinha Girolando, souvenir oficial da raça, foi doado pela Associação para o “Leilão Direito de Viver”. O evento ocorreu no dia 8 de outubro, na cidade de Conceição das Alagoas/MG, e leiloou, além da vaquinha, vários itens, incluindo dois animais: um touro e uma novilha da raça. A vaquinha foi arrematada por

Tânia, irmã do saudoso técnico da Girolando, Jesus Lopes Júnior. O leilão arrecadou cerca de R$300 mil, que serão revertidos para o Hospital de Amor, de Barretos/SP, que atende pacientes em tratamento de câncer. Um dos organizadores do leilão beneficente foi o associado Guilherme Marquez de Rezende.

Pesquisa Associados

Desde o dia 16 de outubro, todos os atendimentos técnicos realizados nas propriedades atendidas pela Associação Brasileira dos Criadores de Girolando devem ser avaliados pelos pecuaristas. A medida visa a melhoria dos atendimentos prestados no campo. A entidade quer saber do associado se a visita técnica está correspondendo ao que ele espera da entidade, se recebeu as informações necessárias, ou seja, queremos receber do associado a informação de como está o trabalho da Girolando lá no campo. Com isso, A associação acredita que estará mais próxima do criador e prestando um serviço eficiente.

Central de Relacionamento

O questionário será disponibilizado no Sistema Web Girolando ao final de cada serviço prestado ao criador. Basta o criador acessar o portal e responder a pesquisa, que conta com quatro perguntas de satisfação e uma aberta para inclusão de sugestões. Além disso, a Girolando está desenvolvendo uma Central de Relacionamento para o associado, que deve ser implantada até o início do próximo ano. Ela funcionará pelo portal Web Girolando.

Demonstração de tecnologias

O 19° Encontro de Produtores de Leite de Campos das Vertentes reuniu, no dia 20 de setembro, em São João del-Rei/MG, produtores mineiros de várias regiões do Estado. Com o tema “Tecnologias para o sucesso”, o evento contou com palestra sobre os desafios de uma propriedade leiteira. O vice-presidente da Girolando, Luiz Fernando Reis, representou a entidade no encontro. Também estiveram presentes o presidente da Faemg, Antônio Pitangui de Salvo, e a diretora-presidente da Epamig, Nilda Soares.

Dia de Campo

Cerca de 40 criadores e produtores de leite dos estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina participaram do Dia de Campo da Fazenda das Nogueiras, ocorrido no dia 28 de outubro, em Caxias do Sul/RS. O criador José Adalmir Ribeiro do Amaral recebeu os visitantes para um dia de palestras técnicas e de apresentação dos animais de seu criatório, especializado em animais Girolando e Gir Leiteiro. O superintendente Técnico da Girolando, Leandro Paiva, ministrou palestra sobre o potencial da raça e sua evolução genética. Além da palestra sobre Girolando, o evento teve apresentações sobre a raça Gir Leiteiro e sobre as alternativas diante da repetição da crise na atividade leiteira.

Luto

A pecuária leiteira perdeu a criadora Maria Stela Barretto de Figueiredo Santos. Ela era associada da Associação Brasileira dos Criadores de Girolando e era titular da Fazenda Boa Esperança da Serra, em Mococa/SP, onde desenvolvia a pecuária leiteira, dando continuidade ao trabalho de seu avô Francisco de Figueiredo Barretto, um dos primeiros criadores da raça Gir Leiteiro no Brasil. Maria Stela faleceu no dia 12 de novembro, aos 58 anos, em Mococa, e deixa o esposo, Tony, e os filhos, Antônio e Vítor. A Girolando solidariza-se com a família neste momento de profunda dor.

LANÇAMENTOS E INOVAÇÕES

Nova vacina

A Agener União apresentou ao mercado sua mais recente inovação: a Providean® Entero Plus 7, uma vacina verdadeiramente revolucionária. Esta é a primeira vacina no mercado a oferecer uma formulação única, contendo sete antígenos virais e bacterianos, complementados por um adjuvante exclusivo à base aquosa, o Pilatus GHA500®, uma inovação notável por sua capacidade de aderir até três vezes mais proteínas do que outros adjuvantes. Além disso, ele impulsiona a resposta imune através da liberação lenta dos antígenos, resultando em uma imunoestimulação eficaz. Vacinando as vacas durante o último terço de gestação, garantimos que o colostro produzido por elas forneça proteção robusta aos recém-nascidos, durante sua fase crítica de exposição à doença. A Providean® Entero Plus 7 representa um marco na saúde animal, reforçando nosso compromisso com a proteção e o bem-estar dos animais.

Calculadora de sementes

Pesquisadores da Embrapa Gado de Corte desenvolveram uma calculadora de sementes. A ferramenta fornece uma

sugestão da quantidade de sementes forrageiras necessária para a implantação da pastagem. Ela está disponível, gratuitamente, na Plataforma Pasto Certo, da Embrapa, e foi desenvolvida nas versões Android, iOS (sistema operacional da Apple) e web, além de funcionar em dispositivo móvel ou em tela cheia (www. pastocerto.com), sem ocupar espaço no smartphone ou desktop, com sincronismo de informações.

Leilões no Terraviva

Mais oportunidade de negócios na tela do Canal Terraviva. A partir de agora, os leilões da noite começam meia hora mais cedo. Pontualmente às 20h, os remates têm início na TV, no site e no YouTube do Terraviva. Na programação da noite, às 18h45, começa o Jornal Terraviva com as principais notícias do agronegócio. Às 19h25, o Terraviva DBO na TV apresenta toda a movimentação no mercado pecuário. Às 19h55, o programa Pecuária em Alta traz o que há de melhor em genética. E às 20h, os leilões agropecuários de grandes criatórios continuam com a audiência qualificada dos telespectadores do Canal Terraviva com remates de sucesso. São 35 minutos a mais de transmissão em horário nobre. “Essa ampliação do horário é uma solicitação dos nossos clientes, que estamos atendendo, e temos certeza de que fará grande diferença nos leilões”, disse Mariana Andrade, coordenadora de Leilões do Terraviva.

Arames para litoral

Em regiões litorâneas, os produtores rurais enfrentam desafios que causam diversos prejuízos. É o caso da salinização

do solo, que pode torná-lo inadequado para o cultivo e os ventos fortes e tempestades, que comprometem as plantações, as estruturas agrícolas e as cercas que protegem contra invasões de animais silvestres. Para solucionar esses e outros problemas, a Belgo Arames tem em seu portfólio arames e cercas com resistência à pluviosidade e à salinidade do mar. O arame farpado Belgo Motto® é composto com três vezes mais zinco, o que proporciona mais durabilidade e resistência contra as intempéries. A torção alternada dos fios também garante que a cerca fique esticada, sem a necessidade de muitos mourões e estacas.

Parasitas

A pecuária brasileira perde, anualmente, R$ 66 bilhões devido a doenças causadas por parasitas, segundo estudo da Revista Brasileira de Parasitologia Veterinária. Como forma de prevenção, a Pearson Saúde Animal oferece o endectocida Doramec, na versão para grandes rebanhos, com 500ml de solução, e a mais recente, de 50ml, suficiente para tratar até 50 bezerros. Sua aplicação deve ser de forma subcutânea (camada abaixo da pele), na proporção de 1ml para cada 50kg. Doramec combate endo e ectoparasitas, em todas as suas fases, além de ser curativo para feridas, umbigo e eficaz diante de bicheiras.

Rações

A Nutrimax Nutrição Animal, pertencente ao Grupo Grão de Ouro, com sede em Alfenas/MG, está apostando nas rações Start Milk no portfólio de leite. O produto é indicado para bovinos de leite desde o primeiro dia de vida até a desmama (aproximadamente quatro meses)

e conta com tecnologias de ponta como multipartículas; pré e probióticos que são determinantes para a melhoria da saúde intestinal do animal, contribuindo para a redução das ocorrências de diarreias e uma melhor absorção de nutrientes. O produto conta também com minerais orgânicos promovendo o crescimento, maior ganho de peso e imunidade dos animais. O produto é comercializando em embalagens de 40 kg e são encontrados nas principais lojas agropecuárias ou pelo site nutrimax.ind.br.

Touro A2A2

A bateria de touros da ABS ganha mais um reforço da St. Jacobs, referência mundial no fornecimento de genética leiteira há mais de 60 anos. O reprodutor holandês Diplomat (94HO21032) é a mais nova opção de genética sexada para os produtores brasileiros. Com pedigree moderno (Conway x Gamechanger x Frazzled x Supershot), Diplomat representa a combinação perfeita de conformação e produção. Ele possui quase 1400 Lbs de leite em sua avaliação, percentual de gordura e proteína positivo, composto de úbere acima de 1,5, e muita altura e largura em sua visão posterior. Além de toda essa prova equilibrada, Diplomat é A2A2, e pode ser utilizado em novilhas.

Expansão

Com 58.650 metros quadrados de área, 7.200 metros quadrados construídos, a Agronutri, indústria paranaense do setor de nutrição animal, inaugurou em outubro seu parque industrial, com investimento de R$15 milhões. A unidade conta com tecnologia de ponta, automação e rastreabilidade no segmento de nutrição animal, com foco em alta produtividade. Localizada em Quatro Barras, Paraná, a indústria produzirá e comercializará produtos formulados pelo grupo espanhol Farm Faes, além de produção própria e para terceiros. Ainda conta com outros serviços, como: Make to Stock (MTS), fabricação para estoque; Assemble to Or-

der (ATO), montagem sob encomenda; Make to Order (MTO), fabricação sob encomenda; e Engineer to Order (ETO), engenharia sob encomenda, criando uma gama de soluções para seus clientes, tudo devidamente registrado no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). A produção está estimada em 35 mil toneladas/ano de premix, núcleo vitamínico e concentrados.

Doragold : controle de parasitas

A JA Saúde Animal disponibilizou ao mercado o Doragold, endectocida à base de Doramectina 1%. O produto é indicado para o controle das verminoses e dos ectoparasitas em bovinos, como nematódeos gastrointestinais, bernes e miíases. A Doramectina presente em sua fórmula também age no combate de outros parasitas, como: carrapatos, piolhos, ácaros da sarna e como auxiliar no controle da população da mosca-dos-chifres. Doragold é composto por uma molécula extremamente segura, versátil, com excelente eficácia e deve ser administrado por via subcutânea, na dose de 1 ml/50kg, sob orientação de um médico-veterinário. O produto chegará ao mercado em duas apresentações: 50 e 500 ml.

Brizanthas Marandu, MG 4 e MG13 Braúna, que é a combinação desses diferentes cultivares em uma mesma pastagem. Suas características juntas formam uma pastagem com maior produção de forragem, de 12 a 15 toneladas de matéria seca por hectare, por ano, com excelente qualidade nutricional, de 9 a 12% de proteína. O Mix Cerradão é indicado para solos de média a alta fertilidade, é tolerante as cigarrinhas das pastagens e vem com toda a tecnologia Gold Mais, a evolução da tecnologia Série Gold, alta pureza, maior fluidez, mais resistência aos impactos, maior plantabilidade, e mais eficiência no campo. Elas são escarificadas quimicamente, tratadas com fungicida, film coating e com a opção do inseticida, além da mais nova tecnologia de revestimento com menor liberação de pó, com a qualidade, segurança, confiabilidade e tradição da marca Matsuda.

Seleção de touros

A Pró-Genética é uma empresa especializada em comércio de sêmen e melhoramento genético. Com um compromisso constante de excelência, oferece uma seleção criteriosa de touros superiores para contribuir significativamente com o melhoramento genético dos rebanhos brasileiros. O foco do trabalho está na qualidade, na escolha de touros que tenham linhagens maternas sólidas. Todos os reprodutores da Pró-Genética são envasados com concentração espermática de 35.000.000, o que resulta em altos índices de concepção a campo, proporcionando qualidade, fertilidade e resultados genéticos superiores. A empresa ainda conta com um programa de acasalamento genético independente, com compromisso na entrega de resultados mensuráveis aos clientes. Ela orienta os produtores, respeitando suas perspectivas individuais e investindo na agilidade em trazer touros atualizados para o mercado em constante evolução.

O Grupo Matsuda acaba de lançar o Mix Cerradão, o consórcio das Brachiárias

ENTREVISTA por Larissa Vieira

Uso eficiente da água na pecuária leiteira

A água é essencial para a produção de leite e para um bom manejo dos animais. Mas como usá-la de forma racional? O pesquisador da Embrapa Pecuária Sudeste, Julio Cesar Pascale Palhares, responde essa e outras dúvidas sobre o correto manejo hídrico dentro de uma propriedade. Ele atua em pesquisas de avaliação de impactos ambientais e manejo de recursos hídricos na pecuária. Em entrevista à revista Girolando, Julio destaca que estudos mostram que desde a nutrição oferecida ao rebanho, treinamento da equipe até instalações adequadas interferem na quantidade de água utilizada. E medir quanto é usado é fundamental para fazer o uso eficiente da água.

O que é preciso fazer para economizar água na atividade leiteira?

Algumas práticas recomendadas para economia de água são: Formular e balancear corretamente as dietas dos animais a fim de se evitar a ingestão excessiva de água e de nutrientes. Dietas com excesso de sal e proteínas ou com volumosos muito secos aumentam a necessidade de água dos animais;

Fazer a raspagem dos dejetos da sala de ordenha, antes da lavagem do piso. O resultado dessa prática é o menor volume de resíduo líquido e o menor custo do sistema de armazenamento e tratamento;

No caso de se fazer a irrigação de pastagens, deve-se ter um projeto técnico, implementá-lo sob orientação de um especialista e tomar a decisão de irrigar ou não com base em padrões técnicos;

Realizar a manutenção do sistema de captação e distribuição de água, principalmente visando à limpeza e à eliminação de vazamentos;

Verificar sempre se há ocorrência de rachaduras, infiltrações e vazamentos nos reservatórios de água;

Utilizar mangueiras de borracha que contenham “esguicho” em sua extremidade, possibilitando o controle da vazão e o fechamento do fluxo de água. O ideal é o uso de equipamentos de pressão;

Dimensionar e manejar os aspersores de acordo com as recomendações técnicas e do fabricante;

Manter os pisos onde ocorre lavagem em bom estado de conservação, sem rachaduras e buracos; Fazer o reuso da água e efluentes. Medir o consumo de água deve ser regra em todas as propriedades leiteiras?

Sim! Como já disseram, “não tem como manejar o que não conhecemos”. Se concordamos que a água é um recurso fundamental para a atividade leiteira, então não podemos nos dar ao luxo de utilizá-la sem saber o que estamos fazendo, ou melhor, quanto estamos consumindo. A partir do conhecimento dos diversos consumos da atividade poderemos identificar onde estamos sendo mais e menos eficientes. E, principalmente, para os consumos ineficientes propor boas práticas hídricas para corrigir as ineficiências. O monitoramento do consumo de água deve ser parte de um planejamento no qual o objetivo maior é o manejo hídrico da propriedade. O manejo hídrico é definido como o uso cotidiano de conhecimentos, práticas e tecnologias que garantam a oferta de água em quantidade e qualidade. O consumo de água também é um indicador que pode ser relacionado

Girolando
Girolando
Júlio Palhares
Júlio Palhares

ao desempenho e ao estado sanitário dos animais e pode auxiliar na adequação ambiental da propriedade. Outra razão para medirmos é a sociedade. Esta, na evolução natural de seus valores morais e ambientais, começou a questionar a relação da produção animal com os recursos hídricos e solicitar posições e respostas de como utilizamos a água no dia a dia da produção e o que estamos fazendo e pretendemos fazer para continuar a produzir alimentos seguros do ponto de vista nutricional e ambiental. Água é um bem, água é fundamental, água é uma riqueza de nosso País. Para o setor leiteiro, conservar e preservar esse recurso em quantidade e com qualidade significa ter segurança hídrica e oferecer benefícios ambientais para a sociedade. Como fazer essa medição de forma eficiente?

A forma ideal de avaliação do consumo de água se dá pela instalação de hidrômetros que são equipamentos simples e de baixo custo de aquisição e manutenção.

Na utilização de hidrômetros para medição do consumo de água, as seguintes situações podem ser verificadas: Se ele está girando e não existe nenhum ponto de consumo em uso no momento, significa que está ocorrendo um vazamento ou fuga de água não aparente. Se o registro antes do hidrômetro está fechado e ele continua girando, isso demonstra que o registro não está vedando totalmente. Existe uma fuga não aparente entre o hidrômetro e o primeiro ponto de consumo da instalação. Como qualquer equipamento mecânico, o hidrômetro, à medida em que o tempo passa, vai desgastando e diminuindo a sua sensibilidade (capacidade de registrar vazões muito baixas). Por isso, é possível que ocorra uma elevação no consumo após a troca do equipamento, principalmente se o antigo estava instalado inclinado. Quando e em quais situações medir o consumo de água da fazenda?

Recomenda-se a medição do consumo de água em cada segmento/uso do sistema de produção (captação de água, reservatórios, irrigação, dessedentação dos animais, lavagem de equipamentos e instalações etc.). Assim a instalação do hidrômetro deve ser feita de forma segmentada; por exemplo: um equipamento

para medir a água consumida pelos animais e outro para medir a água consumida na limpeza do piso, no sistema de resfriamento etc. O ideal é que a leitura do hidrômetro seja feita com frequência semanal, assim o produtor poderá relacionar, com maior precisão, os consumos de água com as práticas de manejo, identificando como estas estão influenciando o consumo de água. Caso a leitura semanal não seja possível, as leituras dos hidrômetros devem ser feitas com frequência no mínimo mensal.

O tipo de instalação da fazenda e a sua conservação também interferem no consumo de água?

Certamente, as instalações desde sua concepção devem ser pensadas visando o menor consumo de água e a facilitação do manejo dos resíduos. Um sistema de produção que não oferece conforto térmico aos animais fará com que eles bebam mais água por dia para compensar condições de estresse térmico. Há várias formas de oferecer conforto térmico aos animais, desde o plantio de árvores no pasto até a oferta de algum tipo de sombreamento artificial.

Muitos produtores têm instalado aspersores nas áreas da ordenha. A ideia é dar maior conforto térmico aos animais, mas a aspersão é uma técnica e, como tal, o número de aspersores, o intervalo de acionamento e a decisão de quando o sistema deve ser ligado devem ser planejados. Caso contrário significará maior consumo de água e energia.

Se na instalação há muitos anteparos (pilares, grades etc.) isso irá dificultar a lavagem do piso, podendo determinar maior consumo de água e tempo do operador gasto na prática.

Um piso de ordenha malconservado, com grandes rachaduras e buracos, fará com que a lavagem seja menos eficiente, pois são pontos de acúmulo de dejetos, e por se acumularem nestes locais o operador tende a gastar mais água para retirá-los. Importante dizer que a forma de lavagem também pode determinar menor consumo de água. Sempre deve ser feita a raspagem do piso antes da lavagem. Com isso a lavagem será uma prática para somente tirar uma pequena parte que restou após a raspagem. Também é importante lavar com água com pressão: quanto maior a pressão da água menor

Girolando Girolando
Girolando
Júlio Palhares
Júlio Palhares
Júlio Palhares

o consumo e menos tempo se gastará lavando.

O treinamento da equipe pode contribuir para o melhor uso da água? Neste caso, a capacitação deve ser concentrada em que pontos?

Sim. No Brasil, ainda temos uma cultura de que a água é algo abundante e barato. E ao que é abundante e barato não damos valor. A primeira coisa é mudar essa cultura na equipe. As mudanças climáticas estão aí para mostrar que há regiões em que a disponibilidade de água é cada vez menor e, infelizmente, isso tende a se agravar. Deve-se ter como atividade rotineira a atualização e a capacitação técnica ambiental de todos os envolvidos na criação e promover treinamentos para elevar os níveis de informação e conhecimento quanto à importância da água na cadeia produtiva do leite. A capacitação deve se concentrar nos pontos mais sensíveis quanto ao uso da água na propriedade, que são o consumo dos animais e o uso na sala de ordenha. No caso em que se faz a irrigação, este será o uso de maior consumo, portanto também é um ponto sensível.

Dentro da pecuária leiteira, quais os cuidados na hora de fazer o reuso da água e quando essa prática é recomendada?

O que irá determinar os cuidados é o tipo de reuso que queremos fazer. Por exemplo, se queremos captar a água da chuva por armazenamento em cisternas e reutilizar esta água no consumo dos animais. Para isso essa água deve atender aos padrões de qualidade da água para consumo animal estipulados nas Resoluções Conama 357 e 396. Caso não atenda aos padrões, ela pode passar por algum tipo de tratamento como a cloração e depois ser reutilizada. Se a ideia é usar a água da chuva na lavagem do piso da ordenha, o reuso pode ser feito de forma direta, pois a água da chuva terá qualidade para isso.

Um reuso muito comum é o dos dejetos (água de lavagem do piso com fezes, urina etc.) como fertilizante. Pelos dejetos conterem água e nutrientes, elementos fundamentais para qualquer cultura vegetal, este reuso é muito bem-vindo.

Mas, para isso, deve ser feito considerando o princípio do Balanço de Nutrientes, pois o uso em excesso dos dejetos como fertilizante resultará em impactos ambientais negativos.

Uma forma de reuso ainda pouco explorada pela atividade leiteira é o reuso do efluente tratado. O dejeto gerado na lavagem passa por um sistema de tratamento e, conforme sua qualidade, poderá ser reutilizado, por exemplo, em nova lavagem do piso.

Nos últimos anos, o termo “pegada hídrica” vem ganhando destaque na mídia. Na prática, o que seria? O Brasil já tem dados da pegada hídrica em rebanhos leiteiros?

A pegada hídrica é definida como o volume de água consumido, direta e indiretamente para produzir. Deve-se ressaltar que o mais importante não é o valor numérico da pegada, mas sim a relação deste com a disponibilidade hídrica do local e região e a proposição de ações corretivas.

Em um estudo avaliamos, durante um ano, dois grupos de vacas em lactação com dietas contendo teores de proteína diferentes. O Grupo 1 recebeu concentrado com 20% de proteína bruta no período da lactação, enquanto o Grupo 2 teve o teor proteico do concentrado ajustado de acordo com as exigências nutricionais e a produção de leite.

O objetivo foi conhecer o impacto da intervenção nutricional no valor da pegada hídrica do leite e na ingestão de água pelos animais. A variação no concentrado oferecido ao Grupo 2 possibilitou a redução dos consumos das águas verde, azul e cinza e da pegada hídrica do leite. A pegada hídrica do leite do Grupo 2 foi menor, 453 litros por quilo de leite, enquanto a do Grupo 1 foi de 504 litros por quilo de leite.

O consumo de nitrogênio em excesso na dieta aumenta a ingestão de água devido a uma resposta fisiológica do animal para diluir e eliminar esse excedente. A nutrição de precisão é uma ferramenta que temos à disposição para reduzir o uso de recursos naturais e insumos pela produção animal.

Girolando
Girolando
Júlio Palhares
Girolando
Júlio Palhares
Júlio Palhares

MATÉRIA DE CAPA

Girolando é eficiente em compost barn?

Produtores garantem que o sistema permite elevar a produtividade e os índices zootécnicos da raça, com muito mais saúde e menor custo de produção

Larissa Vieira
Galpão de compost barn da fazenda Boa Fé
DIVULGAÇÃO BOA FÉ

Os galpões de compost barn vêm ganhando cada vez mais a adesão de produtores rurais que buscam viabilizar seus projetos de expansão de produção de leite, de forma sustentável e tendo a raça Girolando como base do rebanho. E esta é uma realidade que vem ocorrendo em todo o País, e em várias raças, como comprova a edição 2023 do levantamento TOP 100, do Milkpoint, sobre as maiores fazendas produtoras de leite no Brasil. Entre os anos de 2017 e 2022, o número de propriedades com compost barn deu um salto significativo, saindo de 22 para 34 fazendas.

Uma das explicações para esse crescimento é a busca dos pecuaristas por um sistema de produção de leite que proporcione o melhor desempenho dos animais, aliado ao conforto, saúde, proteção, bem-estar e cuidado com o meio ambiente. O sistema ainda tem como atrativo o menor custo de investimento quando comparado a outras estruturas, como, por exemplo, o galpão tipo free stall.

O compost barn surgiu em meados dos anos 80, nos Estados Unidos, mais especificamente no Estado da Virgínia, e foi desenvolvido por produtores, derivando do bedded pack ou sistema de cama sobreposta, que serve como uma barreira física entre o esterco e a vaca.

Neste tipo de estrutura, o curral é constituído de cobertura com ventilação, corredor de alimentação em concreto e piso coberto com maravalha ou serragem. Trata-se de um sistema de confinamento de estabulação livre com uma cama coletiva, composta, em geral, de resíduos de madeira, como maravalha ou serragem. Os dejetos são incorporados ao substrato e essa mistura gera o processo de compostagem em camadas mais profundas da cama.

Quanto mais geneticamente evoluído o animal inserido no sistema, melhor será o seu desempenho, pois ele estará em um ambiente com condições para que seja possível expressar o seu máximo potencial genético. Muitos produtores de Girolando que já adotaram o sistema vêm registrando melhoria dos índices produtivos e sanitários dos rebanhos. É o caso do engenheiro agrônomo e pecuarista Jô-

nadan Ma, do grupo GBF Global. Na fazenda Boa Fé, sediada no município de Conquista/MG, ele comanda um projeto de produção de leite e genética Girolando iniciado há mais de 40 anos pela família.

Em 2016, a estrutura de compost barn foi erguida na propriedade, onde já havia um sistema de pista de trato coberta. “As razões pelas quais investimos neste sistema são várias, sendo uma delas o menor investimento, em torno de metade do valor do sistema free stall. Além disso com um bom manejo, é possível atingir alta produtividade de leite com muita qualidade, registrando baixas CBT [Contagem Bacteriana Total] e CCS [Contagem de Células Somáticas]. Tudo isso proporcionando um ambiente mais amigável e natural aos animais”, destaca o criador.

Com um rebanho de Girolando, cuja maior parte das vacas é 5/8 e CCG 3/4, a produção atual de leite gira em torno de 11.000kg/dia, atingindo média de 48kg/dia entre os lotes mais produtivos de primíparas e de 52 kg/dia entre as multíparas. Já a média geral dos cinco tipos de lotes que trabalha é de 34,4kg/dia.

Atualmente, a área tem capacidade para abrigar 228 cabeças. Além das vacas em lactação das composições 5/8 e 3/4, o espaço ainda aloja doadoras CCG 1/2 e CCG 1/4. No total, a GBF Global tem 320 vacas em lactação. Além do compost barn, a fazenda mantém o sistema free stall, que atende até 256 vacas. “Nesses oito anos de uso, notamos uma melhora não só na produtividade e qualidade do leite, mas também nos índices reprodutivos e de saúde do animal. Consequentemente, isso nos possibilita desenvolver com maior eficiência nosso projeto de produção de genética”, assegura. Segundo ele, o compost barn ainda tem como vantagem o aproveitamento da cama de compostagem como fertilizante orgânico de elevada qualidade. Um estudo realizado pela Universidade de Minnesota, nos Estados Unidos, comprovou o impacto em produtividade e longevidade de rebanhos em compost barn, a partir da avaliação de dados de 12 fazendas leiteiras. Houve redução de problemas de casco, comparado ao free stall. O

estudo demonstrou uma porcentagem de 7,8% de vacas com problemas de casco em propriedades com compost barn, contra 19,6 a 27,8% em propriedades do tipo free stall. Como as vacas têm mais espaço, isso permite maior liberdade de movimento tanto para se locomoverem quanto para se deitarem. Além disso, as vacas, mesmo quando estão em pé, permanecem sobre uma superfície mais macia que o concreto.

Com a melhoria na saúde dos cascos, as vacas apresentaram maior facilidade de manifestação de cios, melhorando a taxa de detecção de cio pelos tratadores. No estudo, as taxas de detecção de cio aumentaram de 36,9% para 41,4% e as taxas de concepção aumentaram de 13,2% para 16,5%, quando as vacas foram deslocadas do free stall para o compost barn.

Assim como ocorreu também na fazenda brasileira Ma Shou Tao, o estudo norte-americano registrou aumento da qualidade do leite, com redução da CCS e menor incidência de mastite. Esse fato pode ser explicado tanto pela redução de mastite ambiental pela redução da carga microbiana na cama, melhoria da condição de higiene das vacas antes da ordenha, quanto pela melhoria no sistema imune das vacas promovida pelo ambiente

Criador Jônadan Ma
CARLOS LOPES

mais confortável. “Acredito que a somatória de nossos investimentos em gestão, genética, sanidade e nutrição, incluindo o bom manejo do sistema de produção no compost barn, nos permitiu alcançar excelentes índices zootécnicos. Isso contribuiu para nossa classificação em várias categorias do Ranking Nacional Girolando –Modalidade Rebanho, publicado pela Associação Brasileira dos Criadores de Girolando”, atesta Jônadan Ma.

A propriedade figura entre as primeiras colocadas de diversas categorias do Ranking Rebanho, sendo elas: Maior média de produção por dia de intervalo de partos; Maior média de produção de leite por dia de vida; Menor média de idade ao primeiro parto; Maior média de Proteína do Leite; Maior média de produção vitalícia; Maior média de teor de gordura no leite; Maior média de PTA e GPTA para produção de leite; Menor média de intervalo de partos; e Maior média de produção de leite em 305 dias.

Para os próximos anos, a fazenda investirá na construção de mais dois galpões de compost barn, elevando a capacidade da estrutura para um total de 750 vacas.

Pontos de sucesso em um compost barn

Diversos pontos devem ser avaliados antes de iniciar a instalação

de um compost barn. Um deles é ter claro o manejo que a fazenda deseja, bem como a categoria animal que será trabalhada, as condições climáticas da região, localização da área onde será erguida a estrutura e todas as suas particularidades, dentre elas: sala de espera, sala de ordenha, o centro de manejo de dejetos e o tipo de ventilação a ser adotado.

Falhas na instalação do compost, tais como: pé direito baixo, ventiladores que não abrangem toda a área de cama e com inclinação incorreta (o que faz perder a eficiência de ventos), podem comprometer seus resultados.

É importante ter em mente que os ventiladores são essenciais para manter a cama seca, prevenindo doenças e melhorando o ambiente das vacas (aumentando a produção leiteira), deixando de ser um custo, mas, sim, um investimento. Ligar os ventiladores apenas nos períodos mais quentes deixará a cama mais úmida, aumentando a ocorrência de mastite. Isso acontece porque quando a umidade da cama aumenta, o material da cama adere-se à pele e ao orifício do teto, facilitando a entrada de bactérias pelo canal do teto.

Na Fazenda Campo Alegre, em Patos de Minas/MG, que produz leite e genética a partir da raça Girolando, todas essas recomendações foram se-

guidas à risca para garantir o sucesso dos investimentos na construção do compost barn. A estrutura foi erguida há três anos para abrigar 220 animais. “Antes de decidir pelo sistema, fizemos um estudo de viabilidade econômica que só mostrou bons resultados. O custo alto do investimento é diluído ao longo do tempo com a redução da taxa de descarte, dos gastos com sanidade e com o aumento da produção e da qualidade do leite, permitindo-nos vender o leite com maior valor agregado”, ressalta Leonardo Avelar, que junto com o pai, Antônio Sérgio Avelar, comanda a Campo Alegre e o criatório Girolando LLA.

Ele lembra que o único receio inicial foi em relação ao manejo da cama e o risco de aumentar os casos de mastite. Realmente, o sistema de compost barn pode apresentar maior risco de ocorrência de mastite, quando mal manejado. Isso acontece porque a umidade excessiva na cama contribui para que o material suje o úbere das vacas, aumentando o risco dessa ocorrência.

Estudo realizado pela equipe do Qualileite-FMVZ-USP para avaliar a frequência e o perfil de patógenos causadores de mastite em vacas leiteiras apontou que o teor de umidade da cama foi positivamente associado com a incidência de mastite clínica geral e mastite clínica causada por patógenos ambientais. Os patógenos mais frequentemente isolados encontrados no caso de mastite clínica foram Escherichia coli (12,5%) e estreptococos ambientais (Streptococcus dysgalactiae + Streptococcus uberis; 15,1%). Já nos casos de mastite subclínica foram verificados os patógenos Staphylococcus chromogenes (24,9%) e Streptococcus agalactiae + Staphylococcus aureus (9,5%,).

Portanto, manter a superfície seca para vacas leiteiras e realizar um bom manejo de ordenha contribuem para reduzir a incidência de mastite clínica. Ao revirar a cama pelo menos duas vezes ao dia, o processo de compostagem torna-se mais homogêneo, facilitando a perda de umidade para o ambiente e fazendo com que a cama fique mais seca. É essencial atingir as camadas mais profundas do composto neste processo. “O fato de seguir-

Vacas no compost barn da fazenda Campo Alegre

mos a rotina diária estabelecida pela equipe técnica tem nos permitido alcançar bons resultados. Mantemos os ventiladores ligados, reviramos a cama duas vezes ao dia e fazemos a limpeza diária das pistas. Ainda redobramos os cuidados com a higiene dos animais antes e depois da ordenha, com uma boa desinfecção de tetos no pré e pós-dipping”, diz Avelar.

Neutralizando os efeitos do clima

O compost barn é um sistema que vem permitindo aos produtores de leite estabilizar a produção de leite ao longo do ano, retirando os efeitos do meio ambiente sobre a produtividade do rebanho. Foi o que ocorreu na Fazenda Campo Alegre. A média na época da seca girava em torno de 27kg/dia e caía para 19kg/dia nas águas, quando a incidência maior de calor, umidade, barro e parasitas prejudicava a produtividade das vacas. Agora, a média estabilizou em 30kg/ dia, com pico de 32kg/dia, mesmo tendo novilhas e vacas velhas entre os animais em lactação.

Outra medida para melhorar o desempenho dos animais foi amenizar o estresse térmico. Eles passam pela sala de resfriamento antes de irem para a ordenha.

Segundo o criador, a concentração dos animais no compost também facilitou o manejo reprodutivo, permitindo uma melhor visualização do

cio das vacas. Isso aumentou a taxa de prenhez, que antes era inferior a 20% e passou para 25%. A taxa de concepção é de 48% e a de serviço está em 62%. “As vacas estão ficando mais longevas dentro do rebanho e o descarte diminuiu”, acrescenta Avelar.

Atualmente, o espaço é destinado a 170 vacas em lactação e 40 no pré-parto, dentro das composições CCG 1/2 e CCG 3/4, mas o projeto será ampliado. A Campo Alegre construirá uma nova área de compost barn para abrigar somente novilhas e vacas em pré-parto. Inicialmente, a capacidade será para 50 cabeças. O objetivo é melhorar o conforto das fêmeas nesta fase tão crucial da vida delas. Elas ainda terão uma ordenha separada.

Com a adoção do compost barn, a fazenda ganhou espaço para produção de alimentos para o gado. A área que antes era destinada à pastagem foi destinada para o plantio de milho, visando a produção de silagem.

Uma troca de sucesso – A família Avelar iniciou na atividade leiteira com uma raça europeia, mas havia alguns animais Girolando no rebanho. “Passamos a perceber que esses animais eram bem mais longevos, férteis e saudáveis. Apesar de produzirem um pouco menos que a outra raça, isso era compensado com o menor custo de produção, ou seja, menos gastos com medicamentos, menor taxa de descarte, além de apresentarem maior valor agregado quando eram descartadas. Então, fi zemos as contas e vimos que para o nosso sistema de manejo e região o Girolando era mais rentável”, lembra o criador.

O Girolando LLA surgiu em 2012 com a aquisição em leilão do touro CCG 3/4 JPZ Olímpio Argeu Linda FIV, oriundo do criatório Condomínio JPZ - Jorge Papazoglu e Outro. Na época, o criador inscreveu o touro no Teste de Progênie, que, no resultado divulgado em 2020 pelo PMGG, registrou a Maior PTA Leite do grupo.

O criatório passou a utilizar a FIV para formação de um plantel CCG 3/4 e 5/8, visando a produção de genética. Hoje, conta com 170 animais de elite e, somando os voltados para produção de leite, com um rebanho total de 600 cabeças. No Ranking Nacional Rebanho 2022, a fazenda ficou em primeiro lugar na categoria Maior Média de

PTA e GPTA para Produção de Leite, da classe 101-200 animais.

Investimento em tecnologias e treinamento da equipe

A intensificação do sistema de produção de leite levou a Fazenda Pavana, em Perdizes/MG, a investir em tecnologias e na capacitação constante da equipe. Pensando na melhoria dos índices de produtividade do rebanho, foi construído um galpão de compost barn com capacidade para 200 animais, no ano de 2019.

Antes de decidir pelo investimento, o médico-veterinário e criador Paulo Victor Sousa Machado, junto com seu pai e sócio, o criador Pedro Machado, visitou várias fazendas que já tinham adotado a estrutura. “Chegamos à conclusão de que ou investiríamos mais em tecnologia para ampliar a produção e, assim, ter mais rentabilidade, ou iriamos cada vez mais decrescer na produção de leite, focando apenas na produção e comercialização de genética para o mercado. Sabíamos que a atividade era rentável, porém pesava contra ela a grande oscilação da produção entre o período chuvoso e da seca, além dos custos mais elevados com sanidade decorrentes do aumento de casos de doenças, como, por exemplo, problemas de casco, e a maior dificuldade de manejo dos animais”, esclarece o criador. Paralelo a isso, a Pavana intensificou seu sistema reprodutivo. O manejo, antes mensal, passou a ser semanal, consistindo no diagnóstico de gestação, avaliação de todos os animais aptos à reprodução, retoque nas vacas prenhas para confi rmar a gestação, execução dos protocolos reprodutivos de IATF e TETF para transferência de embrião em tempo fi xo. As vacas em lactação utilizam colar de monitoramento para detecção de cio e possíveis doenças. “Essas medidas tiveram um impacto grande na rentabilidade do negócio, pois isso significa que teremos animais parindo e produzindo mais cedo, renovando os ciclos produtivos. De janeiro a outubro de 2023, nossa taxa de concepção ficou em 43,48%, taxa de serviço de 68%, que resulta em uma taxa de prenhez de 29,56%. Consideramos que ainda podemos melhorar bem nossa taxa se serviço e melhorar ainda mais nossos índices reprodutivos”, decla-

Criador Leonardo Avelar

ra o criador.

Segundo ele, a intensificação do manejo reprodutivo, aliada aos cuidados com a nutrição, está contribuindo para que as vacas estejam sempre dentro do escore corporal ideal para a produção de leite. Na Pavana, as novilhas nulíparas estão aptas a reprodução a partir dos 13 meses de idade, com peso mínimo de 360 kg. “A idade média ao primeiro parto é de 24,2 meses, número muito interessante principalmente falando de animais que tem na sua composição racial 50% de genética zebuína”, diz o criador.

Outra mudança feita após a instalação do sistema de compost foi a ampliação do número de ordenhas diárias, que passou de duas para três. “Saímos de uma média de produção diária por animal de 20 kg para atuais 34 kg. Aliado à melhoria do conforto e bem-estar, o incremento da terceira ordenha diária contribuiu para esse aumento. Além disso, como os animais chegam mais limpos à sala de ordenha, o processo ficou muito mais ágil e estimulante para a equipe, tornando a execução dos cuidados com a organização, higiene e limpeza dos animais e do ambiente de ordenha muito mais eficiente. Os problemas com mastite e cascos diminuíram muito. Antes do compost, chegamos a perder animais por conta de casos graves da doença”, lembra Paulo Victor. Tudo isso permitiu reduzir a média de incidência diária de mastite clínica no rebanho, que atualmente é de apenas 0,25%.

A Pavana conta com 180 vacas

em lactação, produzindo, diariamente, 6.100 litros de leite, sendo 75% dos animais Girolando CCG 1/2. Mais de 70% das vacas em lactação são primíparas.

A fazenda está ampliando, neste final de 2023, a capacidade do compost, que passará de 200 para 250 cabeças. “Acreditamos que essas melhorias constantes nos permitem crescer no negócio, fazendo com que a pecuária leiteira seja sempre rentável, comparada às demais atividades”, ressalta Paulo Victor.

Com 370 hectares (entre área própria e arrendada), divididos entre agricultura e pecuária, a Fazenda Pavana produz milho, sorgo, trigo e soja, além de Girolando de genética superior para venda. Eles comercializam entre 400 e 500 bovinos por ano, sendo que esses ficam em sistema semi-intensivo, além de embriões. “O Girolando, além de rústico, é extre-

mamente produtivo, principalmente em condições favoráveis como de um sistema intensivo de produção leiteira. Apresenta produtividade semelhante a outras raças especializadas para a produção de leite, além de ser longeva em sua vida produtiva”, assegura.

Segundo Paulo Victor, a intensificação do sistema de produção exige investimentos em treinamento da equipe. “Ao longo dos últimos anos, fomos adotando várias tecnologias, tanto na parte reprodutiva, sanitária, de nutrição e genética e, por isso, ter colaboradores capazes de utilizar bem esses recursos é fundamental para atingir bons resultados. É essencial ainda valorizar esse esforço da equipe, com boa remuneração e condições de trabalho. Na Pavana, temos colaboradores de alta performance. Eles entendem que o sucesso da fazenda é o sucesso deles também”, finaliza Paulo Victor.

Criado Paulo Victor e o pai Pedro
Criador Paulo Victor aposta em uma equipe bem treinada para obter bons resultados

Protázio

Sansão x Juma Bras. Bagdá TE Bras.

Radar x Ametista Silv. Teatro

Teatro x Fábula FIV

Sansão

MATÉRIA DE CAPA

de oxigênio (DAMASCENO et al., 2020; Misra et al., 2003; Stentiford, 1996). A umidade pode ser aferida através de métodos convencionais, ou simplesmente através do teste manual e visual (DAMASCENO et al., 2020; BEWLEY et al., 2013).

Já a análise da relação C:N pode ser realizada em laboratórios de análise de solos. O conjunto desses fatores deve manter a temperatura entre 45 e 55°C na profundidade de 20 a 30 cm, que, de acordo com Black et al. (2013), é a faixa ótima de temperatura para promover, simultaneamente, a secagem, a sanitização e reduzir a demanda de reposição.

Temperaturas acima de 55°C reduzem microorganismos patogênicos, mas aumentam a necessidade de reposição e o risco de promover estresse térmico. Já temperaturas abaixo de 45°C não são eficientes em secar e promover a adequada sanitização.

O conjunto dessas características tem como função proporcionar uma cama com superfície saudável, seca e confortável. O monitoramento e diagnóstico das variáveis deve ser frequente, pois afeta diretamente o bem-estar e saúde das vacas.

Compost barn: diagnóstico da cama e critérios para substituição

A evolução da pecuária de leite nos últimos anos no Brasil se deve, em grande parte, às melhorias em genética, nutrição e ambiência, resultando em aumento da produtividade. Quanto mais esses fatores são aprimorados, maior impacto o ambiente passa a ter no alcance dos resultados.

Em decorrência disso tem ocorrido enorme crescimento de investimentos em estruturas de alojamento, principalmente para vacas em lactação. Dentre os sistemas de alojamento, o compost barn tem sido o preferido pela maioria dos pecuaristas.

Com a adoção desse sistema, relativamente novo, também surgem algumas dúvidas, com destaque para a real condição da cama e os critérios para sua substituição. O compost barn é uma estrutura em que a cama dos animais é constituída pelos seus dejetos, misturados ao material orgânico, em constante processo de compostagem.

Dentre os principais materiais utilizados, estão: maravalha, serragem, casca de café, casca de amendoim e palha de arroz (DAMASCENO et al., 2020). A cama é revolvida de uma a três vezes ao dia, pro-

movendo o processo de compostagem aeróbica.

A profundidade varia de 20 a 100cm, e a área por vaca de 6 a 15m² (LESO et al., 2020). Entretanto, no Brasil não é recomendado profundidade inferior a 40cm, e a área por vaca tem grande variação em função da raça, da produtividade, ambiente e manejo, sendo mais utilizada área superior a 10m²/vaca (DAMASCENO et al., 2020).

O material da cama é reposto ou substituído periodicamente, variando em função de diversos fatores. Estudos têm indicado que o compost barn, comparado ao free stall, tem potencial de melhorar o bem-estar dos animais.

Dentre os principais benefícios relatados estão: maior conforto durante o repouso, melhor saúde do sistema locomotor e comportamento animal mais natural (LESO et al., 2020). Todavia, os potenciais benefícios são muito dependentes de diversos fatores, sendo os principais, o estado da cama e a forma como é manejada.

Outra grande vantagem é o adubo orgânico disponível para uso em lavouras após a troca da cama. Por outro lado, o manejo da cama, apesar de relativamente simples, traz consigo a necessidade de

Luciano Melo, consultor de serviços técnicos de bovinos leiteiros na Agroceres Multimix.
Imagem 1: Cama em condição ruim

atenção a uma série de variáveis como: compactação, umidade e temperatura da cama; frequência e modo de revolvimento; e reposição, dentre outros.

nefício do compost barn pode se transfor mar em um malefício, com impactos ne gativos em produção, saúde e reprodução. O custo de reposição da cama também é um ponto de atenção, pois em função das variáveis, pode se tornar elevado.

- Para corrigir problemas no sistema, apenas ajustes em manejo são suficientes?

Em camas com profundidade mínima de 40cm e que apresentam adequada relação C:N, porém com alta umidade e, consequentemente, baixa disponibilidade de oxigênio e temperatura, apenas ajustes em manejo podem solucionar o problema. O aumento da frequência e profundidade de revolvimento tem capacidade de elevar

suficientes. Nesse caso, será necessário realizar a reposição, na qual a quantidade e frequência dependerão da situação atual e dos desafios impostos à cama.

- Quando é necessário realizar a troca da cama?

Caso a relação C:N esteja abaixo de 15:1, é recomendado realizar a substituição da cama (GALAMA, 2014), pois abaixo desse nível a compostagem pode ser inibida e a reposição não será efetiva em elevar a relação a níveis desejáveis. Também, em ocasiões em que a umidade está muito elevada, a reposição não é suficiente para reduzi-la a níveis que permitam a retomada do processo de compostagem de forma eficiente, sendo recomendado realizar a substituição.

No momento da troca é indicado deixar 5 a 10% da cama para acelerar o processo de compostagem (DAMASCENO et al., 2020).

Imagem 3: Teste manual de umidade (esquerda); Aferição da temperatura (direita)

BLACK et al. (2013) encontraram aumento de 10°C em camas que passaram a ser revolvidas duas vezes ao dia, em vez de uma. Na mesma situação, em que há presença de torrões, o uso de enxada rotativa tem a capacidade de quebrá-los e aumentar a superfície específica e a perda de umidade.

O objetivo final no manejo da cama do compost barn é mantê-la com adequada umidade e temperatura, o que garantirá os benefícios do sistema. Essas variáveis são afetadas por inúmeros fatores, mas independente disso, o monitoramento da condição e a rápida tomada de decisão, de forma adequada, são fundamentais para corrigir o problema de maneira eficiente.

terísticas físico-químicas requeridas são: umidade entre 40% e 60%; relação C:N en tre 25 e 30:1; baixa compactação e alta dis ponibilidade de oxigênio (DAMASCENO et al., 2020; MISRA et al., 2003; STENTI FORD, 1996). A umidade pode ser aferida através de métodos convencionais, ou simplesmente através do teste manual e visual (DAMASCENO et al., 2020; BEWLEY et al., 2013).

- Quando é necessário realizar reposição parcial do material da cama?

Após a avaliação da cama e a detecção de parâmetros fora do objetivo, um ponto muito importante é a tomada de decisão a partir dos resultados. Nesse sentido, algumas dúvidas podem surgir, como:

- Para corrigir o problemas no sistema, apenas ajustes em manejo são suficientes?

Em situações em que a relação C:N é inferior a 25:1, ou a profundidade é inferior a 40cm, ou ainda, quando já ocorrem três revolvimentos diários em camadas profundas, ajustes em manejo não serão

Em camas com profundidade mínima de 40 cm e que apresentam adequada relação C:N, porém com alta umidade e, consequentemente, baixa disponibilidade de oxigênio e temperatura, apenas ajustes em manejo podem solucionar o problema. O aumento da frequência e profundidade de revolvimento tem capacidade de elevar a temperatura e reduzir a umidade.

Já a análise da relação C:N pode ser realizada em laboratórios de análise de solos. O conjunto desses fatores deve manter a temperatura entre 45 e 55°C na profundidade de 20 a 30cm, que, de acordo com BLACK et al. (2013), é a faixa ótima de temperatura para promover, simultaneamente, a secagem, a sanitização e reduzir a demanda de reposição.

Black et al. (2013) encontraram aumento de 10°C em camas que passaram a ser revolvidas duas vezes ao dia, em vez de uma. Na mesma situação, em que há presença de torrões, o Imagem 2: Cama em boa condição

Temperaturas acima de 55°C reduzem micro-organismos patogênicos, mas aumentam a necessidade de reposição e o risco de promover estresse térmico. Já temperaturas abaixo de 45°C não são eficientes em secar e promover a adequada sanitização.

O conjunto dessas características tem como função proporcionar uma cama com superfície saudável, seca e confortável. O monitoramento e diagnóstico das variáveis deve ser frequente, pois afeta diretamente o bem-estar e saúde das vacas.

Após a avaliação da cama e a detecção de parâmetros fora do objetivo, um ponto muito importante é a tomada de decisão a partir dos resultados. Nesse sentido, algu-

Outras medidas preventivas para o bom funcionamento da cama também demandam atenção, como: área por animal, sistema de ventilação artificial, qualidade do material de reposição, dentre outros. A atenção a todos esses pontos reduzirá o custo de manutenção e permitirá obter o máximo retorno que o compost barn tem a proporcionar.

Após a avaliação da cama e a detecção de parâmetros fora do objetivo, um ponto muito importante é a tomada de decisão a partir dos resultados. Nesse sentido, algumas dúvidas podem surgir, como: - Para corrigir o problemas no sistema, apenas ajustes em manejo são suficientes?

Imagem 2: Cama em boa condição
Imagem 3: Teste manual de umidade (esquerda); Aferição da temperatura (direita)

EXPO MIG 2023 ITANHANDU

Campeã Bezerra Sênior CCG 1/2 Sangue

Fêmea Jovem CCG 1/2 Sangue Res Campeã Suprema

Campeã Be Fê MEGALEITE

ã Bezerra Sênior CCG 1/2 Sangue

Fêmea Jovem CCG 1/2 Sangue es ampeã Suprema

Bezerra Júnior CCG 1/2 Sangue F e Jovem CG 1 Sangue

Escore pernas e pés

Inserção Úbere Anterior

Altura do Úbere Posterior

Largura do Úbere Posterior

Ligamento Médio

Profundidade da Úbere

Coloc. Tetos Anteriores

Coloc. Tetos Posteriores

Comp.

Solto

Baixo

Estreito

Fraco

Profundo

Aberto

Aberto

Curto

Facilidade

Facilidade

Natimorto

Natimorto

Índice

Curvas
Paralelas
Largo Forte
Raso
Fechado
Fechado
Comprim.

Fazenda eleva taxa de prenhez em 35% em um ano

Retorno sobre o investimento ocorreu 7 meses após a Fazenda Poço do Canário adotar sistema de monitoramento da MSD Saúde Animal

O leite corre nas veias da família Ribeiro, proprietária da Fazenda Poço do Canário, em Caetanópolis/ MG. A paixão pela pecuária leiteira atravessa três gerações. Daniel Dias Ribeiro é o representante da terceira geração da família a comandar os negócios, desde 2011. Ele é filho de José Euclides Ribeiro, que continua a dar suporte ao filho. A propriedade foi adquirida em 1989, mas antes, o avô de Daniel já criava gado e sempre estimulou os filhos a investirem nos estudos, uma vez que ele próprio era médico. Assim, Daniel e seu pai são formados em Medicina e o tio de Daniel, Antonio Augusto, engenheiro agrônomo, é responsável pelo setor de agricultura da fazenda.

Dos primórdios, quando tinham

30 vacas, para o plantel atual de 500 cabeças de Girolando, houve um grande esforço para modernizar as atividades, instensificado com a entrada de Daniel. O empenho parece estar valendo a pena, pois a propriedade está na quinta colocação em produtividade e obteve a terceira posição na categoria Menor Média de CCS no leite da Associação Brasileira dos Criadores de Girolando. A fazenda também é livre de brucelose e tuberculose desde 2017.

O gestor da Fazenda Poço do Canário conta que, após morar por um período na Holanda, para fazer doutorado na área médica, teve contato muito próximo com as fazendas de pecuária intensiva e voltou inspirado a implantar mudanças nos negócios e garantir alta produtividade.

Hoje, eles produzem aproximadamente 5.500 litros por dia, com 170 vacas, e fornecem para grandes empresas lácteas, porém a meta é ganhar escala. “Nos próximos 10 anos, vamos dobrar a produção de leite, utilizando o máximo de automação possível. Mas antes precisamos aumentar de forma significativa a produção de milho, grão e silagem”, comenta Daniel. O foco é elevar a produção de comida para escalar a produção de leite, uma vez que o principal custo da fazenda é com concentrado e volumoso.

Para dar conta do desafio, é preciso lançar mão de tecnologia e contar com o apoio de parceiros no suporte técnico e de gestão. Nesse contexto, entra o relacionamento com a MSD Saúde Animal. “ A ideia era ter uma

Rebanho é monitorado pela tecnologia SenseHub Dairy

Dados obtidos a partir do software de gestão da fazenda pelo veterinário de reprodução, Sérgio de Pinho Melo Matos e pela nutricionista Aline Soares do Espírito Santo

assistência para conseguirmos fazer a diferença e utilizarmos o conhecimento para agregarmos valor na fazenda. Isso fez com que a parceria durasse”, conta o produtor.

Foi em 2010 que a médica-veterinária Patrícia Salles, consultora em Pecuária da MSD Saúde Animal, passou a visitar a Fazenda Poço do Canário e, a partir de 2022, as visitas se intensificaram.

“Nosso trabalho é muito mais que vender produtos; trabalhamos para entender as dores dos fazendeiros e oferecer conhecimento que se converta em resultados. Dessa forma, estabelecemos uma relação de confiança com nossos clientes, como parceiros estratégicos”, comenta a médica-veterinária. Os

serviços agregados são essenciais na jornada da MSD Saúde Animal com seus clientes. Iniciativas como o “Criando Conexões” e a “Universidade Corporativa da MSD Saúde Animal” não apenas oferecem apoio prático para clientes e colaboradores, como também evidenciam o compromisso da empresa com a democratização do conhecimento.

A meta de escalar exige diagnósticos precisos e acompanhamento de todos os índices zootécnicos para se ganhar eficiência. Por isso, há um ano a Fazenda Poço do Canário adotou a tecnologia de monitoramento SenseHub Dairy, da MSD Saúde Animal, que utiliza os colares da companhia para monitoramento do rebanho. E o resultado superou as expectativas: o Retorno Sobre o Investimento (ROI) ocorreu após 7 meses. Em um ano, a taxa de prenhez saiu de17,8% para 23,20% e a taxa de serviço saiu de 52,10% para 54,20%, de acordo com mensuração realizada pelo veterinário Sérgio de Pinho Melo Matos e pela nutricionista Aline Soares do Espírito Santo, que integram a equipe da fazenda.

O proprietário da fazenda relata: “A aquisição do colar ampliou o número de informação sobre saúde animal e reduziu o custo com a reprodução porque conseguimos identificar com mais segurança o cio e a suspeita de aborto, e assim tivemos melhora na eficiência reprodutiva” .

José Euclides Ribeiro e o filho Daniel Dias Ribeiro

Dados obtidos a partir do software de gestão da fazenda pelo veterinário de reprodução, Sérgio de Pinho Melo Matos e pela nutricionista Aline Soares do Espírito Santo

Dados obtidos a partir do software de gestão da fazenda pelo veterinário de reprodução, Sérgio de Pinho Melo Matos e pela nutricionista Aline Soares do Espírito Santo

O colar indica quando o animal está em cio e o melhor momento para inseminar. Como consequência, na Fazenda Poço do Canário houve uma diminuição de quase 50% nos hormônios no uso de protocolos, de acordo com os dados coletados e processados pelos técnicos da propriedade. No que tange à sanidade, com o monitoramento, os diagnósticos são precoces. Logo, as doenças são abordadas com anteci -

O proprietário da fazenda relata: “A aquisição do colar ampliou o número de informação sobre saúde animal e reduziu o custo com a reprodução porque conseguimos identificar com mais segurança o cio e a suspeita de aborto, e assim tivemos melhora na eficiência reprodutiva” .

pação, garantindo conforto animal e melhora da eficiência reprodutiva.

O colar indica quando o animal está em cio e o melhor momento para inseminar. Como consequência, na Fazenda Poço do Canário houve uma diminuição de quase 50% nos hormônios no uso de protocolos, de acordo com os dados coletados e processados pelos técnicos da propriedade. No que tange à sanidade, com o monitoramento, os diagnósticos são precoces, logo, as doenças são abordadas com antecipação, garantindo o conforto animal e a melhora da eficiência reprodutiva.

Na propriedade dos Ribeiros, 100% do gado adulto é fruto de transferência de embrião, desde 2017, o que não é o padrão das fazendas de leite brasileiras. “Hoje não consigo me ver trabalhando sem os colares. Continuo olhando o cio, mas tenho tranquilidade de que eu não vou deixar escapar nenhum ciclo”, reforça o médico.

A fazenda possui 13 funcionários e Daniel conta que, inicialmente, alguns profissionais demonstraram receio de perder a função, visto a eficiência da coleta de dados pelos colares da MSD Saúde Animal, mas essa fase foi superada. “Hoje, todo mundo está envolvido em checar e avaliar, porque quando medimos, enxergamos com clareza e isso motiva todos a buscarem melhorias. O engajamento da equipe faz diferença”, acentua.

Outro aspecto relevante, ocorrido após um ano, foi a redução em dias em aberto, sendo hoje 15 dias. “Foi um ganho de duas semanas”, destaca Patrícia.

A fazenda se preocupa também com bem-estar (BEA) animal e a tecnologia da MSD Saúde Animal mostra se os animais estão sendo bem tratados. Daniel acrescenta que o SenseHub é como se fosse uma auditoria para BEA. “Mais cedo ou mais tarde, vamos agregar essa sustentabilidade no preço”, planeja.

O investimento em monitoramento do rebanho ajuda a assegurar as conquitas da Fazenda Poço do Canário. “Vamos fazer outro galpão para escalar o negócio. Precisamos produzir comida. Quanto mais eu tenho segurança de que o cotidiano da fazenda gira, mais consigo investir no negócio e ter mais retorno financeiro”, conclui Daniel.

Fazenda Canário do Poço produz 5.500 litros/dia com 170 vacas
DIVULGAÇÃO

Hipomagnesemia: a tremedeira que mata

“Quod abundat non nocet” é um ditado latino, o qual traduzido ao pé-da-letra significa “o que abunda não prejudica”. Ter abundância de dinheiro é sempre bom; ter excesso de saúde, melhor ainda; ter uma plêiade de amigos é fenomenal. Mas nem sempre isso pode representar a verdade. Um dos exemplos mais marcantes na pecuária é o que acontece com boiadas em certas pastagens viçosas, as quais podem desencadear hipomagnesemia, ou seja, baixo teor de magnésio (Mg) no sangue, levando-os à morte.

Reza a lenda, que foi descoberto, na época em que o homem usava saia, em Magnésia, na Grécia, um mineral que recebeu o nome de magnésia “alba”, por ser branco. Muito tempo depois, em 1618, no sul da Inglaterra, um fazendeiro descobriu na sua pastagem uma poça d’água esbranquiçada que seus bois não tomavam nem amarrados. Curioso como ninguém, ele tomou aquela água e disse

que se sentia rejuvenescido e que fazia bem para seus intestinos. Logo sua propriedade se tornou o “spa” da época. Um estudioso verificou que aquele líquido leitoso (MgSO4. 10H2O) era a magnésia alba, que mais tarde foi conhecido como leite de magnésia, que você já deve ter tomado. Daí se identificou o elemento Mg. O Mg é muito importante para o organismo, e participa de dezenas de funções, tendo ação sobre os músculos, o cérebro/cerebelo e o coração. Conceito chave: o Mg tem efeito contrário ao do cálcio. Quando o cérebro manda uma ordem (impulso elétrico) para um músculo se mexer este comando chega por meio dos neurônios, que são como fios elétricos ligados entre si, que partem do cérebro e vão até a porta de entrada dos músculos, num local chamado fenda neuromuscular. Para que o impulso elétrico passe para o músculo há necessidade da liberação de uma substância

(acetilcolina) que executa a ordem para a contração do músculo. Quem regula a liberação de acetilcolina é o cálcio. Porém, se essa liberação for prolongada vai ocorrer um tipo de câimbra, ou seja, uma contração muscular continuada. Aí entra em ação o Mg, que secretado na fenda muscular impede que o cálcio libere mais acetilcolina.

A hipomagnesemia ocorre em forma de surtos ou em casos isolados, geralmente de julho a novembro, muitas vezes após estresse, como grande movimentação do gado, transporte etc. O estresse libera adrenalina que provoca súbita queda de Mg no sangue e no líquido cefalorraquidiano, baixando mais esses teores nos bovinos já deficientes deste mineral.

Animais aparentemente sadios, param de comer, passam a andar feito bêbados, caem, começam a tremer, “pedalar as pernas” e a ter convulsões com

Enrico L. Ortolani, Membro do Conselho Científico Agro Sustentável e prof. Titular do Departamento de Clínica Médica da FMVZ -USP especializado em Clínica de Ruminantes

duração em média de 1 min, viram a cabeça para cima, salivam demais, tilintam os dentes, o batimento do coração vai às alturas e devido as convulsões, suas temperaturas retais sobem muito. Alguns animais morrem em 10 a 15 min, outros resistem por várias horas, mas dos que apresentam estes sintomas 70 a 80% batem as botas. Geralmente, os animais mais afetados são vacas nos primeiro dois meses após o parto, em especial aquelas acima de quatro anos. Bovinos mais jovens podem ter o mal súbito, mas os mais velhos, em especial vacas, são mais sujeitas, pois o principal estoque de Mg no organismo são os ossos, e de acordo com que a idade avança a velocidade de retirada de Mg dos ossos, para repor a queda no sangue, fica muito reduzida.

De modo geral, pode-se dizer que os ruminantes têm mais chance de terem grave deficiência de Mg que os monogástricos (cavalo, suíno, cão, gatos, incluindo o homem). O motivo é relativamente simples. Enquanto os monogástricos absorvem o Mg dos alimentos pelos intestinos, os ruminantes o fazem, na sua grande maioria, pelo rúmen, que tem uma menor capacidade de absorver o Mg que os intestinos.

A absorção do Mg pelo rúmen depende de muitos fatores para acontecer adequadamente. O principal deles é a concentração de potássio (K) e de sódio (Na) na comida, seguido do grau de acidez no líquido do rúmen, teor de energia, proteína, de fibra bruta e de gordura nos alimentos. Conhece-se bem que o Mg é absorvido do rúmen para o sangue por um processo chamado “bomba de

sódio-potássio”. Quanto mais Na e menos K tiver nos alimentos, assim como quanto mais ácido for o ambiente ruminal mais eficiente é essa “bomba”.

Acontece que dietas ricas em energia favorecem o surgimento de compostos (ácidos graxos de cadeia curta) que acidificam o rúmen, enquanto alimentos ricos em proteína ou em nitrogênio não-proteico (ureia) geram mais amônia (NH3) que, ao contrário, alcalinizam o conteúdo ruminal (> pH 6,5). Por sua vez, dietas muito ricas em gordura, facilitam a combinação desta com o Mg, impossibilitando-o de ser absorvido; enquanto alimentos ricos em fibra bruta favorecem a absorção de Mg, pois fazem com que fiquem mais tempo dentro do rúmen, para serem digeridos. Ufa!

Imagine uma pastagem nova de integração lavoura-pecuária com uso de capins temperados, estilo quicuio (não o da Amazônia) Tifton 85, Coast-cross, grama estrela e similares, ou de cultura de inverno (aveia, azevém, cevada etc.), ou mesmo milheto ou capim-Sudão, que crescem muito rápido e são muito viçosos e suculentos, pois foram muito adubados com potássio e nitrogênio. Beleza!

Mas analisando sua constituição veremos que têm muita água, pouca fibra, alta proteína, muito potássio, o mínimo de sódio, menor quantidade de Mg, relativamente pouca energia e um pouco mais de gordura que as pastagens normais. Bingo, ideal para desencadear quadros de hipomagnesemia. Bovinos pastejando por uma ou duas semanas em tais pastagens já podem ser a doença. No Brasil também foram descritos surtos de hipomagnesemia em bois que pastavam

em locais em que tinha sido acabado de colher arroz ou milho.

Muitos que estão lendo agora já devem ter colocado as barbas de molho, mas raramente esta doença é citada em boiadas pastando capins tropicais, que concentram menor quantidade de potássio e de proteína e contêm maior quantidade de fibra e não baixam tanto os teores de magnésio. Uma outra atenuante são as raças, visto que os zebuínos parecem ser mais resistentes à hipomagnesemia que os taurinos.

Bovinos com hipomagnesemia podem ter o quadro inicial revertido se tratados com grande quantidade de Mg na veia¸ (200 mL de sulfato de magnésio 20%). Um experiente veterinário catarinense salvou muitos animais assim, mas segundo o que me confidenciou nos casos mais avançados o bovino até melhora muito, mas não consegue se levantar devido às graves lesões musculares já desenvolvidas. Que triste!

Em pastagens problemáticas, deve-se evitar colocar vacas com mais de 4 anos, dando preferência para animais mais novos. Seria lógico corrigir o solo, para aumentar o teor de Mg nos capins, com calcário dolomítico, que contêm Mg, mas os resultados na prática não são bons. Pode-se adicionar no suplemento mineral, 20% de óxido de magnésio, mas se não aumentar o palatalibilizante industrial ou melaço, o gado rejeita e não consome o suplemento. Por fim, deve-se moderar no uso de fertilizantes ricos em potássio e nitrogênio, em culturas que são problemáticas para provocar a hipomagnesemia. Um joguinho de xadrez!

Corrigir o solo aumenta o teor de Mg nos capins

Melhor aproveitamento de nutrientes.

Quando o rebanho é bem nutrido, o resultado é de peso também no leite. MPasto é a linha de fertilizantes desenvolvida especialmente para a nutrição da pastagem e forrageiras conservadas, fornecendo ao rebanho a alimentação necessária para aumentar a qualidade da produção e a sua rentabilidade. Pode confiar: MPasto é da Mosaic Fertilizantes. Peça ao seu distribuidor.

Maior rendimento na silagem.

Aumento do número de animais por área.

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GIROLANDO E VOCÊ

Premiações nas pistas

O ano de 2023 teve grande movimentação nas pistas de julgamento por todo o Brasil. Ao longo do período foram realizadas 44 exposições, sendo 40 ranqueadas e 4 homologadas pela Associação Brasileira dos Criadores de Girolando. Nesta edição trazemos os resultados das(os) Grandes Campeãs/Campeões dos eventos ocorridos em outubro e novembro. O resultado completo pode ser acessado no site da entidade (www.girolando.com.br).

1ª Expoleite

A primeira edição da Expoleite reuniu várias raças leiteiras entre os dias 9 e 15 de outubro, em Uberaba/MG. O título de Grande Campeã Suprema, disputa final que teve a participação das grandes campeãs das raças Girolando e Gir Leiteiro, foi conquistado pela vaca Dúvida Beemer FIV Genoma, do expositor José Renato Chiari, da Fazenda São Caetano, em Morrinhos/GO. Ela já tinha se sagrado Grande Campeã CCG 1/2. A Grande Campeã CCG 3/4 foi Elexia Altahotland e a Grande Campeã Girolando foi Impecável Bandares, ambas do expositor José Renato Chiari.

Já no Torneio Leiteiro a Grande Campeã e Campeã Vaca Adulta de Produção de Leite foi Dinamarca

Larissa Vieira
Grande Campeã CCG 1/2 e Vaca Suprema da Expoleite Dúvida Beemer FIV Genoma
PITTY

FIV Wildman da FJAO, da expositora Agropecuária e Mineração Lagoa Alta Ltda. Ela atingiu produção total de 273,960kg/leite e média de 91,320kg/leite. Na modalidade Composição do Leite, a Grande

Campeã e Campeã Vaca Adulta foi Lilás Beemer MJAH, do expositor Muller Medeiros. Ela produziu 162,008kg/leite e média de 54,03kg/ leite.

Durante a Expoleite, houve a

assinatura do Acordo Nacional do Controle Leiteiro entre a Girolando, Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ) e Associação Brasileira dos Criadores de Bovinos da Raça Holandesa (ABCBRH). O documento foi assinado pelo vice-presidente da Girolando, Luiz Fernando Reis, pelo presidente da ABCZ, Gabriel Garcia Cid, e pelo superintendente da ABCBRH, Timotheo Silveira. “O acordo permitirá ao criador utilizar essa importante ferramenta de seleção, que é o Serviço de Controle Leiteiro, de forma unificada e com menor custo. Um único técnico poderá realizar o serviço nas fazendas que selecionam mais de uma raça, seja Girolando, Gir Leiteiro ou Holandês, gerando economia para os criadores e fortalecendo a coleta de dados do controle leiteiro em todo o país”, informa o vice-presidente da Girolando. A entidade já tinha esse acordo com a ABCZ e agora passa a ter também com a ABC BRH.

Criador Ricardo Fernandes Silva recebe premiação de Melhor Fêmea Jovem CCG 1/2 na Expoleite
Assinatura de acordo entre Girolando, ABCZ e Holandesa
PITTY

Festa do Boi

Nos dias 8 e 9 de outubro, aconteceu a Jornada Técnica de Girolando durante a tradicional Festa do Boi, em Parnamirim/RN. As aulas teóricas e práticas foram conduzidas pelos jurados Euclides Prata e Tiago Ferreira. O evento é realizado pela Associação Brasileira dos Criadores de Girolando, em parceria com a Anorc, Núcleo de Leite do Estado do Rio Grande do Norte (Nuleite) e Núcleo Norte-Rio-Grandense de Girolando e Gir Leiteiro.

Na pista da Festa do Boi, a Grande Campeã 1/2 foi Raissa FIV Montross BON Belém, do expositor Saia Rodada Agropecuária Ltda. A Grande Campeã 3/4 foi Eluar Magot Shottle Montenegro, do expositor Alexandre Carlos Mendes. A Grande Campeã Girolando foi Camelia da Ubaia, do expositor Patricky Andre de Sousa Freire. Expoagro

A 73ª Exposição Agropecuária de Produtos e Derivados de Alagoas (Expoagro) aconteceu de 21 a 29 de

outubro, no Parque de Exposições José da Silva Nogueira, em Maceió/ AL. O evento registrou recorde de público e de negócios. “A Expoagro tem uma força excepcional na pecuária, no agronegócio e para o desenvolvimento de Alagoas. O

setor está numa fase brilhante, exportador de genética e de inovação na produção no campo. O público compareceu e consagrou o trabalho da cadeia produtiva do estado, que é prestigiada nacionalmente”, afirmou Domicio Arruda, presidente da Associação dos Criadores de Alagoas (entidade organizadora do evento) e da Associação Brasileira dos Criadores de Girolando.

O presidente entregou ao governador de Alagoas Paulo Dantas uma homenagem pelo apoio à cadeia produtiva do leite no estado.

A raça Girolando teve julgamento com a participação de 92 animais. O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, acompanhou a competição. A Grande Campeã CCG 1/2 foi JGSA 3223 FIV Yoder Porteira Azul, do expositor José Geraldo S. Almeida. A Grande Campeã CCG 3/4 foi Doçura Master da Santa Clara, do expositor Jorge Luís Souza Santos. A Grande Campeã CCG 1/4 foi Betânia FIV Gabinete da Miraí, do expositor Guilherme Mendes.

Expo Rio Preto

Criadores de Girolando da região de São José do Rio Preto/SP participaram no dia 12 de outubro, de reunião com o diretor da Girolando, Marcelo Real. Ele apresentou o novo projeto da entidade para fortalecimento dos núcleos de criadores. O encontro aconteceu na sede da Associação dos Produtores de Leite - Láctea Noroeste, durante a 60ª Expo Rio Preto e a 12ª Expolact.

A feira teve Girolando na pista, com 126 animais. A Grande Campeã 1/2 foi Gylda FIV Shamrock FL Santa Maria, do expositor Fernando Antônio Lemos. A Grande Campeã 1/4 foi Aine FIV Fardo Alegre, do expositor Nelson Ariza. A Grande Campeã 3/4 foi 1452 Malu Mccutchen Bac, do expositor Carlos Alberto Luiz de Almeida, e o Grande Campeão foi 1544 Whiskey Brass Bac, do mesmo expositor.

A Grande Campeã Girolando foi 1398 Balada Challenger Bac, também do expositor Carlos Alberto Luiz de Almeida.

Curso sobre a raça Girolando durante a Festa do Boi
Presidente da Girolando Domício, criadores e o deputado Arthur Lira na Expoagro
Governador de Alagoas Paulo Dantas recebe homenagem da Girolando pelo apoio à cadeia produtiva do leite
Criadores de Rio Preto e o diretor Marcelo Real durante reunião na Expo Rio Preto

GIROLANDO E VOCÊ

Girolando Fest

Confira alguns momentos da entrega dos melhores dos Rankings Estaduais, Nacional, Rebanho e Circuito Megaleite que aconteceu durante o 1º Girolando Fest, no dia 17 de agosto, em Belo Horizonte/MG. A Associação Brasileira dos Criadores de Girolando parabeniza a todos pelas conquistas.

GIROLANDO E VOCÊ

Vem aí a Megaleite 2024

A maior exposição da pecuária leiteira da América Latina já tem data para 2024. Será de 11 a 15 de junho, em Belo Horizonte/MG. Enquanto o evento não chega, vamos recordar a edição 2023.

CRIATÓRIOS

Girolando em terras gaúchas

A grande adaptabilidade da raça vem atraindo pecuaristas gaúchos que querem driblar as mudanças climáticas da região e elevar a produtividade do rebanho, com mais longevidade e saúde

Assim como na origem da história da raça Girolando, que teria surgido por acaso quando um touro Gir invadiu uma pastagem vizinha e cobriu vacas Holandesas, os primeiros animais Girolando da Fazenda das Nogueiras também surgiram de uma casualidade. “Em 2010, criava Holandês e Gir Leiteiro e fiquei um período sem inseminador, justamente quando as vacas começaram a entrar no cio. Como não tinha quem inseminasse, decidi colocar o touro Gir para cobrir as vacas Holandesas. Quando as bezerras começaram a nascer, eram animais diferenciados e decidi pesquisar sobre o cruzamento”, lembra o criador José Adalmir Ribeiro do Amaral. A propriedade fica em Caxias do Sul, na região da Serra Gaúcha, no Rio Grande do Sul.

Ao chegarem ao primeiro parto, os animais CCG 1/2 HOL+ 1/2 GIR surpreenderam novamente o produtor, pois apresentaram boas lactações. Os resultados levaram Amaral a investir na formação de um plantel de Girolando com o objetivo de produzir genética adaptada para a região Sul. “Como estava aspirando minhas melhores matrizes Gir Leiteiro, decidi utilizar sêmen de ex-

celentes touros Holandeses nos processos de FIV”, diz o criador.

Assim, nasceu, em novembro de 2013, a fêmea Cabocla FIV das Nogueiras, primeira geração Girolando de FIV da Fazenda das Nogueiras. Filha do reprodutor Bradnick em Maab Ladeira Jaguar, ela chamou a atenção desde que nasceu, por sua conformação e desenvolvimento, além de ter se sagrado por várias vezes como Grande Campeã da Expointer e de outras exposições do Estado.

Para Amaral, a rusticidade e a eficiência alimentar do Girolando são pontos importantes dentro do sistema de produção adotado pela fazenda. “São animais que se mantêm muito bem a pasto em qualquer época do ano, por serem menos exigentes que outras raças. Estamos em uma região serrana, com verão de temperaturas mais elevadas, e ter animais que enfrentam bem essa condição é fundamental para tornar a pecuária leiteira um negócio viável”, acredita.

Com um sistema a pasto, a fazenda utiliza no verão pastagens melhoradas de campo nativo, que incluiu o consórcio com leguminosas e outras gramíne-

as, como trevo-branco, trevo-vermelho e cornichão. As vacas em lactação ainda possuem acesso, no verão, ao capim Sudão ou milheto. Já no inverno os animais ficam em pastagem de azevém e aveia, consorciado com trevo-branco. A fazenda trabalha com rotação de pastagem, seguindo o sistema Voisin, que prevê um tempo de permanência do gado no piquete curto o suficiente para que a pastagem não seja pastoreada mais de uma vez no mesmo período de ocupação. São cerca de 20 piquetes, com os lotes pastoreando algumas horas pela manhã e pela tarde ao longo de um dia. Nas horas em que não estão no piquete, os animais ficam em uma área de descanso, com sombra, bebedouro, para que tenham todo o conforto ambiental.

Genética avaliada - A Fazenda das Nogueiras conta atualmente com cerca de 150 animais, entre Girolando e Gir Leiteiro. Primeiro rebanho do Rio Grande do Sul a integrar o Programa de Melhoramento Genético da Raça Girolando (PMGG), participa do Serviço de Controle Leiteiro. No Ranking Rebanho 2022, alcançou o 1º lugar na categoria “Menor média de idade ao primeiro parto”, na classe 10-50 animais. “Essa

Larissa Vieira

conquista reforça o nosso compromisso da busca por animais cada vez mais produtivos e eficientes para os sistemas de produção predominantes na região Sul do País”, reforça Amaral. Segundo ele, a propriedade vem selecionando exem-

plares da raça em suas diferentes composições raciais, explorando sua maior virtude, que é a versatilidade.

No Relatório de Lactações Encerradas do Serviço de Controle Leiteiro, período de abril a agosto de 2023, a

propriedade registrou lactações, em 305 dias, entre 3563,01kg e 7586,94kg, variando conforme a composição racial. Cabocla FIV das Nogueiras ultrapassou 14 mil kg/leite em uma das lactações oficiais.

Adaptabilidade ajuda a enfrentar problemas com parasitas

De acordo com o zootecnista e gerente executivo do Núcleo Gaúcho de Criadores de Gir Leiteiro e Girolando, Nathã Carvalho, a raça vem provando ser funcional para as condições ambientais do Rio Grande do Sul. “Em uma atividade em que o custo de produção é cada vez mais elevado, como é o caso da pecuária leiteira, esse tipo de animal é fundamental. O Girolando agrega valor produtivo, permitindo que os produtores alcancem boas médias de produção de leite”, acrescenta o zootecnista.

A rusticidade da raça é outro ponto favorável para o Estado, que conta com verão de temperaturas mais elevadas, dependendo da região, e enfrenta problemas com ectoparasitas. Segundo a Secretaria Estadual da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação, as estimativas apontam um pre-

Criador José Adalmir Ribeiro

juízo de cerca de R$300 milhões ao ano no Estado, devido aos custos com controle de carrapato bovino e as perdas na produção. “Por ser mais rústica, a raça Girolando tem muito mais saúde e resistência a carrapatos, reduzindo consideravelmente os custos com medicamentos nas fazendas que estão investindo na raça. Sem falar na longevidade dos animais, o que também impacta positivamente a rentabilidade do negócio”, destaca Nathã.

No caso da Fazenda das Nogueiras, o zootecnista esclarece que a taxa de descarte caiu consideravelmente. “Antes, o rebanho tinha muitos problemas de saúde; hoje não tem mais isso. Em dez anos selecionando Girolando, nunca descartou um animal por baixa produção ou por problemas de saúde relacionados a distúrbios metabólicos, comuns na atividade leiteira, ou por baixa condição corporal”, informa. Segundo ele, há um rigor na seleção em relação ao sistema mamário, focando em bons úberes e tetos menores.

O técnico da Associação Brasileira dos Criadores de Girolando, Marcello Cembranelli, que atende os associados do Estado, reforça que a versatilidade da raça a torna ideal para a pecuária local. “Como o Rio Grande do Sul vem registrando um aumento de temperatura, com invernos não tão rigorosos quanto antes, e esse aumento da incidência de carrapato, o Girolando permite ao produtor colocar mais rusticidade em seus rebanhos para passarem bem por essa mudança climática”, diz Cembranelli.

Segundo Nathã Carvalho, o desafio

climático do estado não tem sido somente em relação ao aumento expressivo da temperatura e dos ectoparasitas. “Os verões são acompanhados de estiagens severas, com muita falta de chuva por vários dias, e a pecuária leiteira tem sido a atividade que mais sofre com isso. Isso reforça a importância de trabalhar com animais mais rústicos e adaptados a sistemas mais baratos de produção, que dependam menos de alimentos concentrados”, alerta Carvalho.

Todas as composições raciais da raça Girolando vêm registrando bom desempenho na região e a escolha do criador deve levar em conta seu sistema de produção e objetivos a serem alcançados. “Quem trabalha com compost barn, sistema muito utilizado no Sul, uma opção interessante é trabalhar com animais CCG 3/4 HOL + 1/4 GIR. Apesar de terem um pouco mais de genética Holandesa, ou seja, são mais exigentes

em termos nutricionais, eles continuam apresentando grande adaptabilidade, garantindo alta produção, mas com muita saúde”, orienta.

Pesquisas- No Instituto Federal Farroupilha Campus Alegrete, na Fronteira-Oeste do Rio Grande do Sul, a opção foi por animais CCG 1/2 para a formação do rebanho Girolando. “A raça foi introduzida no rebanho da entidade devido ao tipo de sistema que desenvolve, que é basicamente a pasto. Os animais se mostraram excepcionais e ultrapassaram os limites de produção que tínhamos alcançado com outras raças exploradas no Instituto”, lembra o médico-veterinário e doutor em Zootecnia, Emmanuel Veiga de Camargo, que é professor de Bovinocultura de Leite do curso de Zootecnia da entidade.

Por lá, uma vaca vem chamando a atenção por seu alto desempenho. A matriz IFFAR Brisa Ivete Snowrush 003, que é da composição CCG 1/2, atingiu 60kg/leite em seu pico de lactação, dentro do regime a pasto, com o reforço de concentrado de 8kg/dia. Fruto de parceria com a Fazenda das Nogueiras, e oriunda de FIV, ela está em seu quinto parto e agora registra média de 44kg/ dia, com 7 meses de lactação, sendo o mesmo sistema de produção. “Os estudos com a raça vão continuar com o objetivo de gerar informações relevantes para os produtores do Estado”, atesta o professor Emmanuel, que também desempenha a função de coordenador do Grupo de Pesquisa e Extensão em Ruminantes e do Laboratório de Ensino, Pesquisa, Extensão e Produção de Bovinos de Leite.

Professor do Instituto Federal Farroupilha Emmanuel Veiga e a vaca Brisa
José Adalmir, presidente Domício, técnico Marcello e o diretor Marcelo Real durante premiação na Expointer 2023
NATHÃ CARVALHO

MERCADO

Agro Reserva celebra dois anos de sucesso e parcerias

Mais de 2.200 animais já foram comercializados desde a criação da plataforma

No dia 19 de agosto foi realizado um grande evento em comemoração aos dois anos da Agro Reserva, a plataforma desenvolvida pela Berrante, para comercialização de animais de alto valor genético. Representantes de empresas e fazendas parceiras estiveram presentes e reforçaram a importância da Agro Reserva em seus negócios: Fazenda Mutum, Fazenda Santa Luzia, Vila Rica, Fazenda Bacuri, GBF, Carranca, Girolando LLA, Grupo Monte Azul, Fazenda Bacuri, Fazenda São José, Aldeia BCA, Sítio Monte Alegre, Algar Farming, Procriare Genética, Troncos Triângulo, Sementes Stella, Grupo AMB, Avelar Energia, Sicoob, Matsuda, Cotrial, Audi, CRV, GBF Global, Genex e Inovati Energia Solar.

“O modelo que existia no mercado era muito complicado para quem produz, para quem vende o produto. A comissão de oito por cento, quando você compra, muitas vezes inviabiliza, então consideramos que a Agro Reserva trouxe um patamar diferente, em que a pessoa que compra não tem que pagar comissão, é um projeto muito interessante, principalmente para o produtor. Eu, como consumidor da Agro Reserva, achei muito boa essa plataforma. Quando o Gustavo me apresentou o modelo, vi que era tudo o que o mercado estava precisando”, afirmou Luiz Eduardo Branquinho, da Estância K.

O encontro aconteceu no Berrante Ranch, em momentos de confraternização e networking, conectando grandes nomes do agronegócio.

“Estamos aqui em comemoração pelos dois anos da Agro Reserva, essa inovação no agronegócio brasileiro, uma modalidade di-

ferente, uma plataforma de comercialização que conseguiu reunir várias fazendas importantes do Brasil, com a melhor oferta de genética disponível, onde o comprador faz os negócios de casa, sem pagar comissão, com preço fixo, com custo-benefício muito bom. A Agro Reserva inovou o mercado nacional, e a Fazenda Mutum não poderia deixar de participar”, ponderou Bruno Machado, da Fazenda Mutum.

Paixão pela pecuária e respeito pelos clientes

A Agro Reserva foi criada com o objetivo de democratizar a comercialização de animais de alto valor genético através de uma plataforma digital com serviços humanizados, de maneira justa, segura e rentável para quem compra, vende e anuncia, prezando sempre pela transparência nas relações.

“Os hábitos de consumo de toda a sociedade vêm sofrendo vertiginosa transformação. Quem nunca comprou um produto on-line? A Agro Reserva se propõe a ser uma plataforma digital, segura e confiável, que atua vendendo animais de alto valor genético. Caminhamos lado a lado com as fazendas vendedoras, com muita seriedade nas avaliações de crédito e acompanhamento da venda de ponta a ponta. Para quem compra, entregamos, além de animais da prateleira de cima, de projetos consistentes de melhoramento genético, um atendimento personalizado, feito por uma equipe técnica que quer entender a necessidade do cliente para indicar o melhor negócio”, comentou Gustavo Ribeiro, fundador da plataforma.

O produtor de leite e selecionador de Gir Leiteiro e Girolando, Antônio Augusto

Costa, da Fazenda Carranca, destacou os resultados apresentados pela Agro Reserva. “Temos acompanhado desde o início a Agro Reserva e vimos que o exemplo dela trouxe várias possibilidades para o mercado. Vários amigos começaram a comercializar, tiveram êxito no negócio e, quando nos aproximamos, vimos o profissionalismo da equipe que aproxima os vendedores dos compradores. Isso nos deu tranquilidade e estamos muito satisfeitos e esperançosos com os resultados que a Agro Reserva está nos trazendo”, ressaltou Costa.

A Agro Reserva conta com uma equipe altamente preparada e alinhada ao mercado, com conhecimento técnico e amor pela pecuária, o que faz toda a diferença no resultado final das negociações.

“A Agro Reserva é inovadora, há dois anos, a partir de um sonho do Gustavo, que já vinha querendo fazer algo diferente – e conseguiu fazer –, uma plataforma com preço fixo, estilo shopping, as pessoas têm condição de analisar um pouco mais, estudar um pouco mais para fazer compras mais objetivas, mais assertivas para o projeto de cada uma. Quando o Gustavo nos chamou para fazermos parte disso, acreditamos nesse processo”, destacou Davi Roberto, da Boi Assessoria.

Desde que foi criada, a plataforma já permitiu a comercialização de mais de 2.200 animais, em 65 Reservas realizadas, envolvendo os maiores criatórios do País. Uma história de sucesso e credibilidade, que continua sendo escrita com muito trabalho e dedicação.

Equipe do Agro Reserva

MERCADO

Maior software de gestão de rebanhos leiteiros chega ao Brasil

Alta e Genex apresentam o DairyComp, reconhecido mundialmente como padrão ouro

Criado por dois médicos-veterinários, nos Estados Unidos, o maior software de gestão de rebanhos leiteiros, DairyComp, acaba de ser lançado no Brasil pela empresa Valley Agricultural Software (VAS). Apresentado pelo gerente de operações da VAS Brasil, Tiago Ferreira, o produto será comercializado por intermédio das centrais Alta Genetics e Genex, que pertencem ao mesmo grupo da empresa de tecnologia agropecuária, o Grupo URUS. “A sensibilidade de traduzir em indicadores para tomada de decisão o que acontece no dia a dia é uma especialidade dos softwares da VAS. Isso só se faz com conceitos bem estruturados que realmente mostram um indicador confiável que vai refletir a realidade. Além de ferramentas exclusivas para gerenciar pessoas e ajudar a visualizar a lista de tarefas do dia, semana e mês. Com isso o planejamento da atividade fica muito mais fácil”, complementa Tiago Ferreira, que também é gerente técnico de Leite da Alta.

Considerado o padrão ouro em programas de gestão de rebanho em todo o mundo, o DairyComp305 existe há 40 anos, está presente em 52 países e possui

mais de 15 milhões de animais cadastrados no programa. Além disso, mais de 63% das fazendas leiteiras norte-americanas utilizam o programa como o software de gestão dos seus rebanhos. Hoje, a ferramenta também conta com integrações com mais de 40 parceiros internacionais, como as interfaces com os softwares de ordenha da DeLaval, GEA, Lely e Boumatic. Com o DairyComp é possível ter todas essas informações disponíveis em apenas um programa, otimizando o trabalho no campo.

Pioneira no Brasil, a Fazenda Colorado utiliza o programa há nove anos. Considerada a maior produtora de leite no País, e parceira da Alta, a propriedade possui todos os sistemas integrados ao software. “A Fazenda Colorado já utiliza o DairyComp há mais de nove anos e, mesmo distante, nós não ficamos um só dia sem processar o programa. Esta é a grande vantagem do DairyComp: ele vive dentro da fazenda. Ele transmite para as pessoas que estão lá dentro, uma confiança de que realmente pode impactar diretamente no resultado do seu negócio”, comenta o gestor da Fazenda Colorado, Sérgio Soriano.

O programa chega ao Brasil para auxiliar os produtores de leite na tomada de decisão. O País segue a tendência mundial de redução do número total de vacas e de produtores, mas com crescimento dos rebanhos eficientes e aumento da produção de leite por vaca. “A chegada da VAS ao Brasil, com o DairyComp e MYDC, promete uma revolução na pecuária leiteira nacional. Isso nos permitirá comparar nossos dados reprodutivos e produtivos com os melhores rebanhos do mundo, enquanto as avançadas funcionalidades desses programas para geração de relatórios detalhados nos capacitarão a tomar decisões estratégicas e precisas. Desde o anúncio da chegada da VAS já temos clientes que estão usando os programas. Pesquisas revelam que menos de 10% das fazendas leiteiras do País utilizam software de gerenciamento, o que indica um vasto mercado a ser explorado, sempre com o objetivo de aumentar a eficiência e a produtividade dos rebanhos dos produtores de leite”, finaliza a especialista em Desenvolvimento de Produtos de Leite da Genex, Mariana Sayeg.

GIROLANDO KIDS

Quer ver a foto do seu filho na revista Girolando? Envie a foto junto com o nome da criança e da propriedade para o e-mail imprensa@girolando.com.br

Heloísa, neta do criador de Rondônia, Edmar
Isabelly e Samuel do Girolando WSI Fazenda Capoeirão
José Pedro Machado, Fazenda Pavana, Perdizes-MG
Theo e Dora de Melo Martin - Leiteria Nata do Leite
Associado Lucas Carvalho Pereira com a filha Maria Luiza na Expoagro 2023

NOVOS ASSOCIADOS

ESTES SÃO OS NOVOS CRIADORES E ENTIDADES DE CLASSE QUE PASSARAM A INTEGRAR O QUADRO

ADOLFO BATISTA CARNEIRO

ADRIANO DE SOUZA PAIVA FERNANDES

AGOSTINHO PAZ DE LIRA NETO

AGRO RAINHA MARIPÁ

ALAÉRCIO BORGES PIRES DE ARAÚJO

ALVOAR LÁCTEOS S/A

ANTÔNIO AUGUSTO SILVA BRITO

ANTONIO TAVARES SANTIAGO

BENÍCIO ALVES BARBOSA

CHRISTOVAM DA SILVA LEMOS FILHO

CLAÚDIO ANTÔNIO LEAL

CLEMENTE ALVES DE BRITO JÚNIOR

CRISTIANO DA SILVA OLIVEIRA

DANIEL BATISTA SOARES

DANIELLE FERRARI ANDREU

DANILO ARAÚJO SIQUEIRA FIGUEIREDO

DIEGO TEIXEIRA SILVA DE JESUS

DILMÁRIO DE ARAÚJO MACHADO DUÍLIO ROGÉRIO DE MENDONÇA

EDGARD DE SOUZA JÚNIOR

EDUARDO ELIAS SILVA

ELIANA GASPARINI TESTA

FÁBIO MEDEIROS DOS SANTOS

FERNANDO BIZINOTTO CINTRA

FERNANDO FÁBIO APOLINÁRIO BRAGA

FIORAVANTE CYPRIANO NETO FLÁVIO AMARO DA SILVA GERALDO AUGUSTO MARTINS TEIXEIRA

GERALDO VIEIRA MAIA

GERVANIO MENDES MIRANDA

GLAUBER VITOR DE ARAÚJO

GUILHERME MESSIAS SILVA

GUSTAVO BAHIA VASCONCELOS

GUSTAVO DRUMOND DE OLIVEIRA RAMOS

HAMILTOM FÁBIO LISBOA ALVES

HENRIQUE LOPES CARVALHO HUGO NEIVA COSTA

HUGO TADEU DE CARVALHO ROCHA

ILACIR PEREIRA DE AMORIM

INST.FEDERAL FLUMINENSE - CAMPUS BOM JESUS DO ITABAPOANA

IVAN CHEQUER JORGE FILHO

IVAN JOSÉ LOPES E OUTRO - CONDOMÍNIO

IVANDI BRILHANTE DE ARAÚJO JÚNIOR

JAIME DA SILVA DE SANTANA

JAMIL FRANKLIN HOSKEN GUEDES/JAMIL GUEDES FILHO

JARBAS DE SOUZA LIMA

SÃO JOSÉ DO RIO PRETO - SP

UBERLÂNDIA - MG

GUANAMBI - BA

MARIPÁ DE MINAS - MG

CAJURU - SP

LAGOA DA PRATA - MG

CRATO - CE

PORTO VELHO - RO

FRUTAL - MG

CAMPOS DOS GOYTACAZES-RJ

VITÓRIA - ES

ITACOATIARA - AM

PRESIDENTE PRUDENTE - SP

SALTO DO CÉU - MT

VOTUPORANGA - SP

VARGEM GRANDE PAULISTA-SP

PITANGUI - MG

SÃO DOMINGOS - BA

PASSOS - MG

MOGI MIRIM - SP

ITAPAGIPE - MG

IBIRAÇU - ES

LEOPOLDINA - MG

SACRAMENTO - MG

BURITIS - MG

CACHOEIRO DE ITAPEMIRIM-ES

CARUARU - PE

BELO HORIZONTE - MG

PASSOS - MG

ENGENHEIRO CALDAS - MG

VARGINHA - MG

SÃO PAULO - SP

SETE LAGOAS - MG

NOVA LIMA - MG

LOGRADOURO - PB

ANÁPOLIS - GO

GOIÂNIA - GO

MONTES CLAROS - MG

SETE LAGOAS - MG

BOM JESUS DO ITABAPOANA - RJ

ITAPERUNA - RJ

LAGOA DA PRATA - MG

ARACAJU - SE

BANZAE - BA

DIVINO DE SÃO LOURENÇO - ES

GOVERNADOR VALADARES - MG

Associação

PRESIDENTE: Domicio José Gregório Arruda Silva

VICE-PRESIDENTE: Luiz Fernando Reis

1º. DIRETOR ADMINISTRATIVO: Marcos Amaral Teixeira

2º. DIRETOR ADMINISTRATIVO: Rubens Balieiro De Souza

1º. DIRETOR FINANCEIRO: José Antônio Da Silva Clemente

2º. DIRETOR FINANCEIRO: Luiz Cláudio Bastos De Moura

DIRETOR RELAÇÕES INST. E COMERCIAIS: Alexandre Lopes Lacerda

AL - ALESSANDRO TEIXEIRA COSTA

AL - ANDRÉ GAMA RAMALHO

AL - JOÃO PAULO BRANDÃO DO AMARAL

AM - ILDO LUCIO GARDINGO

AM - MUNI LOURENÇO SILVA JÚNIOR

BA - CLÁUDIO MICUCCI VAZ ALMEIDA

BA - DIRLEIA SANTOS MEIRA

BA - FABRICIO LIMA COSTA

BA - FRANCISCO PELTIER DE QUEIROZ FILHO

BA - MARINALDO DA SILVA ROCHA

BA - VALDEMIR ACÁCIO OSÓRIO

CE - EDUARDO FELICIO CALOU RODRIGUES COSTA

CE - RAFAEL CARNEIRO DA SILVEIRA

ES - JOSÉ LUIZ VIVAS

ES - RODRIGO JOSÉ GONÇALVES MONTEIRO

ES - WEVERTON MACHADO BASTOS

GO - DIEGO HILARIO RIBEIRO

GO - JOÃO DOMINGOS GOMES DOS SANTOS

GO - LÉO MACHADO FERREIRA

GO - LUIZ EDUARDO BRANQUINHO

MA - JOELDO OLIVEIRA LIMA

MG - CLEITON GONZAGA CASTILHO

MG - EUTÁLIO MARCIO DA SILVA

JÉSSICA GONÇALVES DE GOUVEIA

JOÃO HENRIQUE TORRES

JOÃO VALÉRIO FILHO

JOSÉ EPAMINONDAS TEIXEIRA DOS SANTOS

JOSÉ NILDO DOS SANTOS

JOSÉ NILTON CARNEIRO MORAIS

JOSÉ RONALDO NOGUEIRA

JOSEILDO ALEXANDRE DA SILVA

JÚLIA GRASIELA DA SILVA PEREIRA

JULIANO CARVALHO BARBOSA

LUIS HENRIQUE VIEIRA DOMINGUES

LUIZ CARLOS FRANÇA DE MELO

LUIZ EDUARDO PAIVA DE CARVALHO

LUIZ SEVERIANO PASCOAL DE CARVALHO

MARCELL SILVA GOMES

MACIEL DALISON DE MEDEIROS

MARCO ANTÔNIO GOMES

MARCO VINÍCIO DE PAULA COUTO

MARIA VITÓRIA DOS SANTOS

MAYARA ALMEIDA BARRETO PEREIRA

MURILO LEITE CARVALHO FURTADO

OUTEIRO PINTO AGROPECUÁRIA E CONSTRUÇÃO LTDA

PAULO HENRIQUE DE FREITAS

PEDRO STRAUCH BARBOSA LIMA

PREFEITURA MUNICIPAL DE CONCEIÇÃO DAS ALAGOAS

REINALDO JOSÉ ZUCATELLI

RENAN RAMALHO BAGANHA

RENATA KAROLINNY ALVES DOS SANTOS

RICARDO AUGUSTO SOARES DE LACERDA

RICARDO DE ANDRADE GOUVEIA

RICARDO FARIA PESSANHA

ROBSON FERREIRA ADRIANO DE MARCHI E OUTRO

RODRIGO DUARTE LAGE E OUTROS CONDOMÍNIOS

RODRIGO PRATA FREITAS

RUBENS DE FARIA REZENDE

SIMONIA MARIA APARECIDA DE LIMA

TARCÍSIO OLIVEIRA BARRETO

TIAGO RODRIGUES AZENHA

VANDEILTON SUCUPIRA FRANCELINO

VILSON GOMES DE BRITO

WALTON CARDOSO LIMA JUNIOR

WESLEY MACIO GONÇALVES MACIEL

WILHIS BARBOZA NASCIMENTO

WILLIAN DE PAULA SILVA

WILSON DO PRADO

MONTE ALEGRE DE MINAS - MG

AVANHANDAVA - SP

VIRGOLÂNDIA - MG

MACEIÓ - AL

PEDRO ALEXANDRE - BA

RETIROLÂNDIA - BA

ANDRELÂNDIA - MG

POÇO REDONDO - SE GUARANTÃ - SP

SANTA RITA DE CALDAS - MG

UBERLÂNDIA - MG

MACEIÓ - AL

CRISTINA - MG

BODOCÓ - PE

FEIRA DE SANTANA - BA

ASSÚ - RN

ESPERA FELIZ - MG

GOIÂNIA - GO

AVANHANDAVA - SP

NOSSA SENHORA DO SOCORRO - SE

GOIÂNIA - GO

BAURU - SP

PORTO DA FOLHA - SE RIO DE JANEIRO - RJ

CONCEIÇÃO DAS ALAGOAS - MG

MARABÁ - PA

ALÉM PARAÍBA - MG

DOM AQUINO - MT

BOM DESPACHO - MG

ITUIUTABA - MG

ITALVA - RJ

SÃO JOSÉ DO RIO PRETO - SP

SANTA MARIA DE ITABIRA - MG

UBERABA - MG

BELO HORIZONTE - MG

ALPERCATA - MG

MONTE SANTO - BA

ARANDU - SP

IGUATU - CE

SÃO JOÃO BATISTA DO GLÓRIA - MG

GOVERNADOR VALADARES - MG

MONTES CLAROS - MG

SÃO FRANCISCO - SE

PATROCÍNIO - MG

CAMPO GRANDE - MS

Brasileira dos Criadores de Girolando Triênio 2023 / 2025

DIRETOR TÉCNICO CIENTÍFICO: José Renato Chiari

DIRETOR DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS: Tatiane Almeida Drummond Tetzner

DIRETOR DE FOMENTO E EVENTOS: Marcelo Renck Real

CONSELHO FISCAL

Afonso Celso de Resende

Alexandre Honorato

José Luiz Zago

SUPLENTES CONSELHO FISCAL

Alexandre Gondim da Rosa Oiticica

Henrique Vieira da Rocha

Márcio Eugênio Leite de Castro

Conselho de Representantes Estaduais:

MG - EVANDRO DO CARMO GUIMARÃES

MG - GUILHERME MENDES RODRIGUES

MG - GUSTAVO FREDERICO BURGER AGUIAR

MG - JOÃO DÁRIO RIBEIRO

MG - JOÃO MACHADO PRATA JÚNIOR

MG - JOSÉ COELHO DA ROCHA

MG - JOSÉ HUMBERTO RESENDE

MG - LUCIANO PAIVA NOGUEIRA

MG - MARCELO ZUCULIN JUNIOR

MG - MARIA CRISTINAALVES GARCIA

MG - OTAVIO PEREIRA DOS SANTOS NETO

MG - RENATO MIGLIO MARTIN

MG - ROBERTO MARTINS DE ANDRADE

MG - ROBERTO MARTINS VILLELA

MG - RODRIGO LAUAR LIGNANI

MG - SÉRGIO REIS PEIXOTO

MG - TÚLIO SERTÃ JUNQUEIRA

MG - VITOR CEZAR VELLOZO

MS - EDUARDO FOLLEY COELHO

MS - FÁBIO TAVEIRA SANDIM

MS - FRANCISCO DE PAULA RIBEIRO JR.

MS - GUSTAVO HENRIQUE PANUCCI DA SILVA

MS - PAULO CÉSAR DONINHO PELLEGRINI

MS - REINALDO VILELA DE MOURA LEITE

MS - RENATO PRADO MEDRADO

MS - THIAGO BARROS XAVIER

MS - THIAGO NOGUEIRA LEMOS

MT - LUCIANO FERRARI

PA - ADELINO JUNQUEIRA FRANCO NETO

PB - WAERSON JOSÉ SOUZA

PE - CRISTIANO NÓBREGA MALTA

PI - HERMÓGENES ALMEIDA DE SANTANA JÚNIOR

PI - JOSÉ GOMES DO AMARAL NETO

RJ - ANDRÉ GUSTAVO VASCONCELLOS MONTEIRO

RJ - JEAN VIC MESABARBA

RJ - JOSÉ GABRIEL DE SOUZA MACHADO

RJ - LUIZ CARLOS BANDOLI GOMES

RN - AÉCIO PINHEIRO FERNANDES

RN - ALEXANDRE CARLOS MENDES

RN - MANOEL MONTENEGRO NETO

RN - RICARDO JOSÉ RORIZ DA ROCHA

RO - DARCY AFONSO DA SILVA NETO

RO - GILBERTO ASSIS MIRANDA

RO - OTAYR COSTA FILHO

RS - JAIRO ANDRE GORCZEVSKI

RS - JOSÉ ADALMIR RIBEIRO DO AMARAL

CONSELHO CONSULTIVO

Bernardo Sousa Lima Mattos de Paiva Everardo Leonel Hostalacio Olavo de Resende Barros Júnior

Paulo Cruz Martins Junqueira

Ronan Rinaldi de Souza Salgueiro

SUPLENTES CONSELHO CONSULTIVO Alexandre Freitas dos Santos Arildo Benetti Ferreira

Aurora Trefzger Cinato Real

Nelson Ariza

Ronaldo de Souza Queiroz

SE - CARLOS AUGUSTO SANTOS DA PAIXÃO

SE - FÚLVIO BRENO DE OLIVEIRA LIMA

SE - JOÃO BOSCO MACHADO

SE - LAFAYETTE FRANCO SOBRAL

SE - MARCIANO MACHADO DE ANDRADE JÚNIOR

SP - ALEXANDRE PEREIRA DA COSTA

SP - CARLOS ADALBERTO RODRIGUES

SP - FRUCTUOSO ROBERTO DE LIMA FILHO

SP - JOÃO PEDRO AYRES NEVES DE AZEVEDO

SP - RAUL DE OLIVEIRAANDRADE NETO

SP - RUBENS APARECIDO CÂMARA JÚNIOR

TO - NAPOLEÃO MACHADO PRATA

CONSELHO DELIBERATIVO TÉCNICO - CDT

Presidente do CDT: Edivaldo Ferreira Júnior

Membro Natos: Márcia Tereza Vieira Scarpati e Leandro de Carvalho Paiva

Membro Efetivos: José Renato Chiari, Gustavo Sousa Gonçalves, Tiago Moraes Ferreira, Marcello Mamedes dos Santos, Maurício Silveira Coelho, Olavo de Resende Barros Júnior, Adriano Fróes Bicalho e Cláudio André da Cruz Aragon.

dos Criadores de Girolando

Depto. Financeiro / ADM / MKT

Dúvidas / Reclamações: faleconosco@girolando.com.br

ADT adt@girolando.com.br

Assessoria de Imprensa imprensa@girolando.com.br

Assessoria Executiva da Diretoria jmauad@girolando.com.br

Bottons bottons@girolando.com.br

Cobrança cobranca@girolando.com.br

Compras compras@girolando.com.br

Contabilidade contabilidade@girolando.com.br

Contas a pagar contas@girolando.com.br

Controle Leiteiro scl@girolando.com.br

Departamento do Colégio de Jurados cjrg@girolando.com.br

DNA dna@girolando.com.br

Faturamento faturamento@girolando.com.br

Genealogia genealogia@girolando.com.br

Gerência de Projetos projetos@girolando.com.br

Grife grife@girolando.com.br

Marketing marketing@girolando.com.br

PMGG / Teste de Progênie pmgg@girolando.com.br

Protocolo protocolo@girolando.com.br

Recursos Humanos rh@girolando.com.br

Reprodutivo reprodutivo@girolando.com.br

Secretaria Executiva da Diretoria diretoria@girolando.com.br

Secretaria Executiva do Departamento Técnico cjrg@girolando.com.br

Superintendência Administrativa e Financeira sup.administrativo@girolando.com.br

Superintendência de Tecnologia da Informação sup.tic@girolando.com.br

Web Girolando duvidasweb@girolando.com.br

Leandro de Carvalho Paiva

Edivaldo Ferreira Júnior

Frederico Eduardo Martins de Paiva

José Wagner Borges Júnior

Mariana D’Angelo Moreno

Nathália Espanhol

Yasmine Micaella Lopes Loubach e Silva

André Nogueira Junqueira

Antônio Carlos Alves Brum

Ariana de Miranda Barros

Breno de Morais Cavalcanti

César Júnior Santos Dellatesta

Cléssio José Gomes Moreira

Dagmar Aparecido Rezende Ferreira

Diogo Balderramas Hulpan Pereira

Érico Maisano Ribeiro

Euclides Prata dos Santos Neto

Fabiano Samuel Balistieri

Fernando Boaventura Oliveira

Gabriel Khoury da Costa

George Abreu Filho

Geraldo Victor Rodrigues

Gilmar Sartori Júnior

José Renes da Silva

Juscelino Alves Ferreira

Katilene Lima Moraes

Leandro Rodello

Limírio Cézar Bizinotto

Lívia Tavares da Silva

Marcello de Aguiar R. Cembranelli

Maurício Bueno Venâncio Silva

Nilton Cézar Barcelos Júnior

Pétros Camara Medeiros

Raphael Henrique Machado Stacanelli

Samuel Silva Bastos

Thiago Cavalcanti de Almeida

Wewerton Bibiano Resende Rodrigues

Willian de Oliveira Santos

Superintendente Técnico - Zootecnista

Sup. Técnico Suplente e Coord. Técnico PMGG - Zootecnista

Técnico PMGG e Inspetor Técnico SRGRG - Zootecnista

Técnico PMGG e Inspetor Técnico SRGRG - Zootecnista

Técnica PMGG e Inspetora Técnica SRGRG - Zootecnista

Técnica PMGG - Zootecnista

Técnica PMGG e Inspetora Técnica SRGRG - Méd. Veterinária (34) 99108-1925 (34) 99113-2315 / 99686-3813 (34) 99159-3213 (34) 98823-8267 / 99971-4367 (34) 99290-4950 (34) 3331-6000 (34) 99868-3228 sup.tecnico@girolando.com.br ejunior@girolando.com.br fmartins@girolando.com.br jowagner@girolando.com.br mmoreno@girolando.com.br nespanhol@girolando.com.br yloubach@girolando.com.br

Inspetor Técnico SRGRG - Zootecnista

Inspetor Técnico SRGRG - Méd. Veterinário

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(37) 99964-8872 / (31) 99413-3808 (33) 99905-6480 (94) 99154-0569 (79) 99988-3326 / 99125-1393 (65) 99986-2926 (88) 99608-4982 / 99272-5788 (67) 99679-3440 (61) 99853-1020 (28) 99939-1501 (34) 99972-3965 (66) 99995-5985 (34) 99248-0302 (75) 99981-0581 / (34) 99284-0581 (89) 99904-6484 (38) 99168-7566 (43) 9972-7576 (34) 99972-7882 / 99113-9613 (34) 99978-2237 (64) 99600-1814 (14) 99754-7595 (34) 99972-2820 (92) 99139-7097 (34) 98851-2831 / (51) 98047-7565 (65) 9920-2004 (34) 98403-7452 / (17) 99656-3380 (31) 97512-3456 (37) 99919-7808 / (34) 99969-1517 (12) 99606-5779 / 98120-0879 (81) 99945-6439 (32) 99979-6419 / 99105-8015 (69) 99277-9115

anjcativo@hotmail.com acarlosbrum@gmail.com aryana.barros@hotmail.com br_cavalcanti@yahoo.com.br juniorcsd@hotmail.com clessiomoreira@hotmail.com dagmarezende@hotmail.com d.balderramas@yahoo.com.br eribeiro@girolando.com.br eneto@girolando.com.br balistieri@gmail.com fboaventura@girolando.com.br gabriel.khoury@hotmail.com georgeabreu16@hotmail.com geraldozootecnista@hotmail.com gilmar@mamelle.com.br jsilva@girolando.com.br jferreira@girolando.com.br katilene103@hotmail.com inreproconsultoriapec@gmail.com lbizinotto@girolando.com.br liviatavares50@hotmail.com marcreproducao@bol.com.br mvenancio@girolando.com.br nbarcelos@girolando.com.br pmedeiros@girolando.com.br rstacanelli@girolando.com.br sbastos@girolando.com.br talmeida@girolando.com.br mais_genetica@yahoo.com.br willianvet2009@hotmail.com

Uberaba/MG Uberaba/MG Uberaba/MG Uberaba/MG Uberaba/MG Uberaba/MG Uberaba/MG

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Manhuaçú/MG

Redenção/PA

Aracaju/SE

Juscimeira/MT

Fortaleza/CE

Campo Grande/MS

Brasília/DF

Guaçuí/ES

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Tapurah/MT

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Feira de Santana/BA

Corrente/PI

Montes Claros/MG

Arapongas/PR

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Jataí/GO

Araguaína/TO

Uberaba/MG

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Santa Cruz do Sul /RS

Cuiabá/MT

São José Rio Preto/SP

Belo Horizonte/MG

Oliveira/MG

Jacareí/SP

Recife/PE

Divino de São Lourenço/ES

Ji-Paraná/RO

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