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Rank By D. R. Grahan

Para o meu pai e todos ou outros cowboys com coração e empenho.


Capítulo Um Ferimentos faciais sangram muito. Lembrei-me do dia em que meu irmão Cole teve uma queda feia em um rodeio em Lethbridge, Alberta. Nas finais no domingo, Cole tirou um touro bravo que não tinha sido montado em quatorze partidas. Era um Brahman preto e branco desagradável que batia sua cabeça na cerca em que eu estava de pé. Depois que Cole desceu para dentro do brete, eu respirei fundo, puxei a corda do touro, e bati nas suas costas três vezes para dar sorte - exatamente do jeito que nosso pai costumava fazer. Cole segurou seu chapéu e levantou o queixo antes de assentir. A porta foi aberta e o touro explodiu na arena com a mesma força que a adrenalina passou por mim. Uma música country tocava nos alto-falantes e a multidão aplaudia enquanto o touro marchava para fora em uma sucessão de coices e estremecimentos. O touro girou na mão de Cole e empinou para o lado antes de virar e recuar. Ele girou duas vezes mais para a esquerda, em seguida, saltou e chutou com uma virada que devia ter derrubado o meu irmão. Quando o sinal tocou os oito segundos, Cole estendeu sua mão livre para baixo, tirou a mão de montaria da corda, desmontou e caiu em pé. Ele nem mesmo perdeu seu chapéu. Uma vez que eu tinha certeza de que estava tudo bem, eu gritei: — Isso! Agora, é assim que se faz. Os outros caras trabalhando nos bretes me deram high fives antes de eu me debruçar sobre o parapeito para cumprimentar um toureiro chamado Mutt. Uma pontuação de noventa lançou-se no placar, Cole tirou o chapéu para a multidão e, em seguida, começou a abanar o touro enquanto corria por ele. Mutt riu. — Lá vai ele, mexendo com fogo de novo. — Merda. — eu murmurei e verifiquei por cima do meu ombro. A última coisa que precisava era Cole desrespeitando o contratante do rodeio. Eu pulei do brete e corri até onde Cole estava fazendo o seu caminho até a linha da frente para dar autógrafos para um monte de programas e um decote particularmente agradável. Salvá-lo de si mesmo estava começando a ser um trabalho em tempo integral. — Tudo bem, baixe a bola. — eu disse quando eu o empurrei sob a arquibancada que fedia a cerveja envelhecida e pipoca.


— Por quê? Estou apenas fazendo valer o dinheiro deles. — Sim, bem, Ron Miller parece que está prestes a ter um derrame porque você abanou um dos seus melhores touros. Pare de exibicionismo. Ele encolheu os ombros com desdém. — Recebo patrocínio por trabalhar com a multidão, não por puxar saco do contratante. Eu não poderia me importar menos sobre Ron Miller. — Você devia se preocupar, porque... Nós dois paramos de falar e observamos o último corredor deixar a rampa. Ele precisava de um noventa e dois para bater Cole, o que não era provável, mas era possível. Após tocar o sinal de oito segundos, Cole murmurou: — Merda. Essa foi uma boa montaria. — sua atitude arrogante desapareceu e ele mordeu o punho de couro da sua luva, enquanto olhava para o placar, esperando. Eventualmente, um oitenta e sete brilhou na tela. — Isso, baby! — Cole gritou e empurrou seus braços vitoriosamente para o ar. — Parece que vamos comer bifes hoje à noite. — ele pulou nas minhas costas, vaiando e gritando. Afastei-o. Em parte porque ele estava agindo como um tolo, e em parte porque eu estava cansado demais para comemorar. — Basta ir buscar sua fivela e o cheque para que possamos dar o fora daqui. — Ah, vamos lá, Billy. Eu quero festa e as meninas aqui são mais ou menos decentes. Vamos ficar um tempo. — ele empurrou meu peito. — Eu aposto que a nova garota das corridas de tambor que você ficou olhando todo o fim de semana não se importaria se você curtisse hoje à noite. Qual é o nome dela? Embora eu soubesse exatamente sobre quem ele estava falando, eu queria dormir na minha própria cama pela primeira vez em duas semanas, não curtir por aí, enquanto ele faz arruaça. — Eu não sei de quem você está falando. — eu puxei meu chapéu para baixo na frente e cuspi tabaco na terra perto da sua bota. Ele riu da minha tática de evitar. — Sim, você sabe. A loira com o cavalo branco e a bunda firme. Tirei o chapéu e corri os dedos pelo meu cabelo enquanto examinava a multidão, procurando por ela. — Estou cansado. Eu só quero ir para casa.


— Você é muito jovem para estar cansado. E se você não laçar aquela potranca, eu vou. — Não. — eu avisei. Ele sorriu com a minha reação. — Eu sabia que você gostava dela. Vamos ficar. — Não. Meu cartão de crédito já estourou. Encontre-me na caminhonete. Nós estamos indo para casa. — Vamos, Billy. Podemos ficar por um tempo. — ele implorou quando a rainha do rodeio se aproximou de nós. Seu cabelo tinha noventa centímetros de largura, a maquiagem oito centímetros de espessura, e havia muitas lantejoulas sobre sua roupa, era quase ofuscante. Ela sorriu de uma maneira atrevida e passou o braço em torno do cotovelo de Cole. — Vamos lá, querido. É hora da apresentação. Ele piscou para mim, confiante de que tinha me convencido a ficar. Então ele foi embora com ela. — Eu vou embora sem você. — eu gritei. Ele acenou em tom de brincadeira, sem olhar para trás. A nuvem de perfume, que a rainha do rodeio provavelmente usava para matar o cheiro de merda, permaneceu - até mesmo depois que eles já estavam na plataforma do campeão perto da arquibancada. Ver alguém levar para casa a fivela e o prêmio em dinheiro nunca era algo que me fazia bem, nem mesmo quando era o meu próprio irmão. Quando eles anunciaram o nome de Cole, eu saí passando atrás dos currais. Meu telefone tocou quando cheguei ao monte onde todos os participantes estacionavam e acampavam. Eu não estava com vontade de falar, mas ela iria continuar ligando se eu não atendesse. — Ei, Ma. — Seu irmão ainda está inteiro? — Sim. Ele ganhou. Como foi a consulta com seu médico? — Bem. Tudo a mesma coisa. Como você está indo, querido? Uma combinação de frustração e exaustão saiu da minha boca quando eu exalei. — Eu acho que é hora de eu parar de fazer turnês e voltar a ganhar um salário regular.


— Cole não vai tomar seus remédios ou comer corretamente se você não estiver lá com ele. Você sabe disso. — Ele é um garoto crescido. Eu não posso passar o resto da minha vida seguindo-o e consertando sua bagunça. Eu sabia que ela tinha esperança que se eu ficasse na turnê para cuidar do Cole, eu acabaria por começar a montar novamente. Não funcionou. Quanto mais eu ficava por perto sem competir, mais eu odiava. Eu cuspi o tabaco sobre a grama. — Você está mascando? — Não, senhora. — Não minta para mim. — Eu não estou mascando. — eu andava ao redor na grama olhando para o horizonte. Ela não disse mais nada, então eu disse: — Não se preocupe. Eu vou cuidar dele. Vamos vê-la esta noite. Ela suspirou. — Tudo bem. Amo você. — Eu também te amo. — eu desliguei e virei-me para soltar a porta traseira da minha caminhonete, porque Cole sabia que eu não iria embora sem ele, e eu sabia que ele ia levar uma eternidade comemorando a vitória. Shae-Lynn Roberts, a filha mais nova do melhor corredor de carroça do país, apoiou-se contra a lateral da caminhonete vestindo jeans e um top branco. Ela já tinha escovado os cachos que ela usava para a competição e estava com o seu cabelo puxado para trás em um rabo de cavalo. — Ei Billy. Como está sua mãe? — Bem. — sentei-me na porta traseira e peguei uma garrafa de cerveja do refrigerador que eu guardava na parte de trás. — Ela continua caindo? Olhei para ela, realmente sem querer entrar nesse assunto, mas eu sabia que ela estava perguntando por que ela realmente se importava, então eu disse: — Sim. O médico quer que ela comece a usar uma cadeira de rodas.


— Uma cadeira de rodas. Mesmo? Eu não sabia que ela tinha ficado tão ruim assim. — suas sobrancelhas juntaram em uma expressão genuinamente simpática que me deixou desconfortável. Eu tomei um gole de cerveja, em seguida, mudei de assunto para afastá-la do tema da saúde da minha mãe. — Você ficou com o primeiro lugar novamente. — Sim, fiquei. — ela parou por um segundo, ciente de que eu tinha propositadamente evitado a outra conversa. Depois de alguma contemplação ela deve ter decidido me deixar me livrar disso. — Você viu minha corrida? — Aham. Foi boa. Poderia ter sido melhor, embora. Ela apoiou a mão direita em seu quadril e inclinou a cabeça para o lado. — Realmente? O que você acha que eu fiz de errado? — Harley abaixou o quarto dianteiro no primeiro tambor. — Ah, e você é um especialista em corridas de tambor agora? Eu ri. — Você sabe quanto rodeio eu assisti na minha vida. — joguei a tampa de cerveja no refrigerador. — Você não tem que aceitar o meu conselho, se você não quiser. Eu não me importo. Sua expressão mudou novamente e ela ergueu a sobrancelha como se ela pensasse que eu estava sendo rude. — Você não vai me oferecer uma bebida? — Você não tem idade suficiente para beber. Ela fez um gesto largo com o braço para me lembrar onde estávamos. — A idade permitida em Alberta é dezoito anos. Eu inclinei a garrafa e bebi quase metade. Ela olhou para mim, ainda esperando que eu oferecesse. — O quê? — perguntei. — O que quer dizer com o quê? Fiz dezoito anos no mês passado. Você e Cole comeram um pouco do bolo que minha mãe fez. Lembra-se? Lembrei-me do bolo, mas eu não me lembrava que era do seu aniversário. Mesmo que eu soubesse que era mesmo seu aniversário, eu teria jurado que não tinha mais que dezesseis anos. Eu não me importava o suficiente para discutir com ela, porém, assim alcancei o refrigerador e entreguei-lhe uma cerveja.


— Obrigada. — ela se sentou ao meu lado no bagageiro, ansiosa para dar um gole. Vi quando ela tentou em vão torcer a tampa. Ela lutou com ela por um tempo, então, de frustração, entregou-me para fazer isso por ela. — Eu pensei que corredoras de tambor fossem atletas altamente tonificadas. — eu sorri para provocá-la quando tirei a tampa e dei a garrafa de volta para ela. Ela fez uma expressão de zombaria para me deixar ciente que ela não achou a minha piada particularmente engraçada. Então seu olhar se desviou para a minha boca. Ela enrugou o nariz em desgosto e perguntou: — Como você bebe com o tabaco na sua boca? — Prática. — eu disse, então inclinei a garrafa de novo para provar isso. Tão impressionada com a minha capacidade de mascar tabaco quanto minha mãe, ela disse: — Legal. — em um tom sarcástico. Ela olhou fixamente para sua garrafa de cerveja por um tempo como se ela estivesse criando coragem. Depois de uma respiração rápida ela tomou um gole. Era evidente pela maneira que seu rosto se contorceu que ela não gostava do sabor. Ela tentou mais um gole e engasgou como se ela quisesse cuspi-la. Eu ri. — Você quer que eu termine isso? Ela de bom grado entregou para mim. — Tem gosto de mijo. — Você tem que beber o suficiente para esquecer o quão ruim é o sabor. Eventualmente, se você beber mais, você começa a esquecer do quão ruim todo o resto é também. Ela estremeceu e se encolheu, ainda enojada. Minha atenção se voltou para Tawnie Lang, a corredora do tambor com o cavalo branco e a bunda firme. Ela estava saindo da arquibancada com todos os outros espectadores. Quando ela passou, ela tirou o chapéu azul claro, que combinava com a cor dos seus olhos, e correu os dedos pelo seu longo cabelo loiro. Foi então que eu decidi que não seria tão ruim se nós ficássemos mais uma noite. Terminei minha cerveja e observei-a caminhar em direção a seu reboque do cavalo. — Oh meu Deus. Pare de babar na nova garota. — Shae-Lynn murmurou. Virei a cabeça para cuspir o tabaco na grama. — Eu não estava babando em nada e ela não é nova. Lembro-me dela do circuito júnior. — Ah. — Shae-Lynn olhou por cima do ombro de uma forma casual para verificar Tawnie. — Onde é que ela esteve desde então?


Dei de ombros, me perguntando a mesma coisa, então comecei a beber a cerveja dela. O sabor de cereja do seu gloss na boca da garrafa equilibrou o sabor horrível do tabaco que estava ficando na minha garganta. Shae-Lynn me encarou novamente e perguntou: — Por que você não a convida para sair? — Quem disse que eu quero? — É obvio. Você ficou olhando para ela todo o fim de semana. Olhei para Tawnie, então de volta para Shae-Lynn. — Eu não saio com meninas no circuito. — Você não faria uma exceção para a garota certa? Dei de ombros descomprometido. Improvável. Eu não conseguia me imaginar interessado em namorar alguém, especialmente alguém que não vive na mesma cidade que eu. Shae-Lynn parou de fazer perguntas e nós nos sentamos em silêncio por um longo tempo. As cores do céu mudaram e se aprofundaram quando o sol ficou menor. Eu assisti os espectadores saírem da arquibancada. Shae-Lynn parecia estar olhando para as unhas, pensando. Ela suspirou. — Você com certeza não fala muito desde o que aconteceu com o seu pai. Essa mudança de assunto surgiu do nada, e isso me pegou de surpresa, já que todos no circuito agiam como se eles preferissem cortar a língua a falar com Cole ou comigo sobre o nosso pai. — Eu estou falando com você agora, não estou? — Mais ou menos. Não realmente. — ela balançou seus pés para trás. — Você acha que ajudaria se você falasse sobre o que aconteceu? — Ajudar o quê? — Vocês. — Eu não preciso de ajuda. — eu disse, mas saiu menos convincente do que eu quis dizer. — Você não montou desde que aconteceu. Desconfortável com o fato de que ela poderia, obviamente, ver através de mim, eu cuspi na grama e abri outra cerveja para ignorar sua declaração.


Ela ficou me olhando por um tempo, então disse: — Quanto mais cedo você voltar a subir em um touro, melhor. Exalei e cocei a nuca. Eu estava pensando em sair oficialmente do rodeio, mas não tinha dito a Cole ainda. Desde que ela estava muito empolgada para conversar sobre os meus problemas, eu decidi praticar dizendo a ela para testar como Cole poderia reagir. — Estou pensando em me aposentar. — O quê? Por quê? Você está classificado como número um. — ela quase gritou confirmação de que Cole ficaria louco quando eu contasse a ele. — Eu não quero estar fazendo isso ainda quando estiver com cinquenta anos. Eu prefiro sair agora e terminar a faculdade, enquanto eu ainda sou jovem. — Você pode fazer as duas coisas. A temporada não interfere com as aulas. — Eu também tenho que trabalhar e cuidar da minha mãe. Ela assentiu com a cabeça como se entendesse essa parte. Ela também fez uma careta,

porque

ela

sabia

tão

bem

quanto

eu

que

eu

estava

arrumando

desculpas. Infelizmente, em vez de deixar para lá, ela continuou: — É legal da sua parte cuidar da sua mãe, mas você não precisa parar de montar. Você não devia parar por que a queda do seu pai assustou você. Frustrado que ela estava me forçando a ir para um lugar emocional que eu não queria visitar, eu joguei as embalagens vazias no refrigerador. — Eu não estou assustado. Eu só não quero desperdiçar a minha vida em turnê ao redor de cidades de merda com um bando de caipiras abusando do meu corpo e matando meu fígado só para acabar morto na arena um dia. — O que aconteceu com o seu pai foi acaso, um acidente. A melhor maneira de superar o medo é voltar a montar. — Ouça, Shae-Lynn, não estou com medo. E eu não estou interessado em falar sobre isso com você. Não impressionada com o meu tom áspero, ela pulou da porta traseira e olhou para mim. — Você não tem que ser um idiota sobre isso. E quantas vezes eu tenho que pedir para me chamar de Shae? Você sabe que eu não gosto quando você adiciona Lynn. — É o seu nome. — Isso me faz parecer caipira.


Eu fiz um gesto com o braço para ela para exibir o estacionamento de grama no meio do nada, que estava cheio de trailers e reboques de cavalo. — Eu odeio desapontá-la, mas isso é o máximo de caipira possível. — Eu não sou caipira. Chame-me de Shae. — ela deu dois passos, em seguida, virouse e apontou para mim enquanto caminhava para trás. — E, a propósito, se você decidir que quer que Tawnie Lang namore você, provavelmente devia saber que mascar tabaco é repulsivo e ain’t1 não é uma palavra. Sair do rodeio não vai fazer você menos caipira, Billy Ray Ryan. — ela se virou para trás e saiu em direção ao trailer da sua família. Tyson Wiese, o melhor amigo do meu irmão, roubou uma cerveja do refrigerador. Ele sorriu para a agressividade de Shae-Lynn quando a observou ir. Ele tinha um olho roxo por bater por trás do touro quando ele foi jogado, então ele olhou para mim com um olho aberto. — Eu vim para te buscar. Cole acabou de fazer uma aposta louca. — O quê? — de novo não. — Quanto? — O dobro ou nada do seu prêmio em dinheiro. — Puta que pariu. O que ele está pensando em fazer? Tyson riu como se ele mesmo não acreditasse. — Montar Freight Train por oito. Caramba. Isso é louco. — Quando? — Agora. Antes que escureça. Eu saí da porta do bagageiro e corri para os bretes xingando Cole sob a minha respiração durante todo o caminho. A arquibancada estava vazia e havia apenas algumas pessoas ainda persistentes perto da cerca da arena. O touro chamado Freight Train já estava carregado em uma rampa e Cole estava prendendo sua luva de equitação no seu pulso. Eu empurrei seu ombro. — O que você pensa que está fazendo? — Ron Miller vai me pagar dois mil dólares para montar um touro. — Você quer dizer que você vai pagar Ron Miller dois mil dólares para ser jogado de um touro. Eu já falei para mamãe que você ganhou.

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Abreviação informal de am not, que ele usou anteriormente no original: And I ain´t interested... (e eu não estou interessado...).


— Isso está garantido. Não se preocupe. — ele colocou seu protetor bucal preto, em seguida, sorriu com a confiança excessiva que ele sempre tinha antes que ele fizesse algo estúpido. — Freight Train é perigoso. Ele nunca foi montado. Ele colocou quatro caras no hospital. Cole bateu no meu ombro, implacável. — Você se preocupa demais. Além disso, eu já apertei a mão do homem. Vamos fazer algum dinheiro. A única coisa mais difícil do que conseguir que Cole fizesse algo que ele não queria fazer era impedi-lo de fazer algo que ele queria fazer. Era geralmente mais fácil apenas deixá-lo fazer o que quisesse e limpar as peças depois. Eu desisti de colocar algum sentido nele, balancei a cabeça em frustração e segui-o. Nós dois subimos a rampa. Já estava carregada com a massa peluda preta de músculo bovino que estava tentando abrir caminho através dos trilhos de metal com o quarto dianteiro. — Onde estão os toureiros? — perguntei. — Isso é entre mim e o touro. — disse Cole, acreditando na ilusão de que ele era invencível. — Jesus, você vai ser morto. Sem sequer parar para deixar o perigo afundar, Cole aliviou-se para baixo nas costas de Freight Train. — Basta puxar minha corda. — Cole, vamos lá. Isso é loucura. Ele olhou para mim com uma expressão selvagem em seus olhos e sorriu. — Você vai me agradecer mais tarde. — Eu duvido. — eu cedi e empurrei minha bota contra o quarto dianteiro de Freight Train para fazê-lo a passar. Então eu puxei a corda tão apertada quanto podia. Por alguma razão, o que Shae-Lynn tinha dito não tinha deixado a minha cabeça. Isso estava me incomodando. — Ei, eu sôo caipira quando eu digo que ain´t? Cole olhou para mim e riu da pergunta aleatória. — Sim, você soa caipira. O que isso tem a ver com alguma coisa? — Nada. Eu não sei. Esquece. Só não se mate. Quando Cole terminou de enrolar a ponta solta da corda por entre os dedos, eu bati três vezes nas suas costas. Ele firmou o queixo e balançou a cabeça.


Foi tão rápido desse jeito - sem tempo para pensar sobre o que isso significava, sem tempo para mudar de ideia. Era assim que Cole fazia tudo. Tyson abriu o portão do brete, Ron puxou a cinta de flanco, e Freight Train explodiu para cima no ar. Seu casco traseiro quase acertou o meu rosto e em vez disso, pulverizou com uma mistura malfeita de sujeira e esterco em cima de mim. — Whoo! — Tyson gritou. — Segure-se, Cole. Isso, baby. Olhei para o relógio depois de volta para o meu irmão. Começou como uma boa corrida. Então Freight Train estremeceu e deu um coice. Cole perdeu o equilíbrio. Uma vez que tudo o que ele tinha a fazer era segurar, não importava que não fosse bonito. Quando a campainha tocou aos oito segundos, eu exalei e virei para sorrir presunçosamente para Ron Miller. Ele jogou seu chapéu em frustração, mas sua expressão mudou imediatamente. Sem hesitar, ele pulou sobre a cerca para a arena. Virei-me para ver o que ele estava fazendo. Cole estava pendurado. Ele estava pendurado por um braço e Freight Train estava batendo-o contra o muro. Eu não podia me mover. Minha boca ficou seca e meus joelhos pareciam como se fossem desistir de mim. A imagem do meu pai pendurado brilhou. Então eu pisquei e vi Cole novamente. Adrenalina inundou as minhas veias e me tirou da minha paralisia. Eu saltei para a arena e corri pela sujeira macia e espessa para o outro lado, mas Freight Train mudou de direção antes de eu chegar lá. Ron e Tyson o guiaram e o fizeram virar para longe da cerca. Cole ainda estava pendurado e suas pernas estavam sendo pisoteadas. Mais três cowboys saltaram para a arena, mas nenhum de nós tinha experiência com touradas. Tyson foi capaz de liberar a alça do flanco. Tudo o que fiz foi fazer Freight Train parar de chutar. Ele ainda estava correndo ao redor e batendo Cole contra os trilhos. Freight Train veio direto para mim, então eu acenei meus braços para atrasá-lo. Ele baixou a cabeça e tentou me chifrar. Corri para a esquerda, mas ele chegou perto o suficiente para roçar em mim. Eu não estava usando um colete de proteção, então ele rasgou direto através da minha camisa. Quando ele circulou ao redor, eu pulei em seu quarto dianteiro e tentei soltar a corda de Cole. Não consegui pegar direito nela, porque o touro virou na outra direção e levou Cole com ele, me derrubando de bunda.


Antes que eu tivesse a chance de levantar, um cavalo Palomino soprou por mim a toda velocidade. Era Shae-Lynn montada sem sela em seu cavalo, Harley. Ela correu ao redor da arena tentando parar Freight Train. Levou algumas tentativas antes que ela fosse capaz de manobrar seu cavalo para cutucar o touro para fora dos trilhos e puxar ao lado. Ela tentou levantar Cole por seu colete de Kevlar, mas ela não era forte o suficiente para aguentar o seu peso. Cole tentou chutar a perna para cima sobre Harley. Seu braço estava pendurado como se fosse feito de corda, embora ele não pudesse ter impulso suficiente. Quando as pernas caíram de volta, ele foi pisado pelo casco traseiro de Harley. — Solte a corda. — eu gritei. Shae-Lynn inclinou-se e puxou a corda, mas Freight Train chocou-se em Harley e a sacudiu e quase a jogou sobre a parte dianteira. Tyson entrou na frente do touro para redirecioná-lo de volta. Shae-Lynn se reposicionou, em seguida, puxou a corda mais uma vez. Cole caiu no chão. — Levante-se. — eu gritei enquanto eu corria para onde ele estava deitado no chão. — Levante-se! Freight Train girou ao redor para enfrentar Cole. Ele bufou ar pelas narinas e coiceou a sujeira se preparando para atacar. Cole ficou de pé e correu para o muro com o braço direito balançando ao redor. Corri entre Cole e Freight Train. Meu plano era distraílo tempo suficiente para deixar Cole chegar à cerca - eu o distraí muito bem - ele esqueceu tudo sobre Cole e correu a toda velocidade para mim antes de bater a cabeça enorme no meu peito. Ele ergueu o focinho e me lançou para o ar. Depois do que pareceram oito segundos, a gravidade fez efeito e o chão finalmente colidiu com o meu corpo, tirando todo o ar dos meus pulmões. Minha garganta fez um som de sucção horrível, mas não chegou a puxar qualquer oxigênio para o meu peito. Eu não podia me mover. — Levante-se, Billy! — Cole gritou, desesperado. Enquanto eu olhava para o céu escuro, esperando que o meu corpo começasse a trabalhar, eu pensei sobre como todos eles zombariam de mim por ser transportado como


carga2 pelo Freight Train. Eu estava prestes a rir da ironia quando um casco enorme bateu na minha bochecha. O lado esquerdo do meu rosto foi despedaçado como uma xícara de chá caída. No início, tudo era silêncio, exceto pelo meu pulso batendo nos meus ouvidos. O lado do meu rosto estava quente e úmido. Quando minha audição voltou, eu ouvi gritos. Então Shae-Lynn choramingou. — Oh meu Deus. Billy. — ela se ajoelhou ao meu lado e sua mão segurou a minha. — Chamem uma ambulância. — ela gritou por cima do ombro. — Alguém chame uma ambulância! — ela começou a chorar. — Ah merda. — disse Cole. Eu não podia vê-lo. Eu só podia ouvir o pânico em sua voz. — Merda. Merda. Merda. Ty, é ruim. Ele está muito ferido. Parece ruim. — ele manteve a distância, porque ele não podia lidar com a visão de sangue. Ele nunca pôde lidar com isso, mas ficou pior depois que ambos testemunhamos nosso pai ser morto. — Quão ruim está? Tyson se agachou no meu outro lado e deu um olhar objetivo em meu rosto. Ele franziu o nariz. — Ele está consciente, mas seu rosto está ruim. — Oh meu Deus. Há muito sangue. — Shae-Lynn sussurrou. — Nós temos que leválo ao hospital. — Shae-Lynn. — eu tentei dizer, mas soou como um murmúrio, porque o sangue se reunia na parte de trás da minha garganta. Virei a cabeça e tossi o grosso líquido vermelho escuro. Infelizmente, a tosse fez os ossos quebrados se deslocarem. Doeu muito. Eu enfiei os dedos na minha boca e tirei o tabaco junto com três dentes. Eu apertei sua mão. — Certifique-se de que ele tome sua medicação. — Eu irei. Nem sequer se preocupe com nada. — Isso... — eu tive que tossir novamente. —... foi perigoso. — Sim, foi. Você é um idiota. Eu tentei sorrir, mas mexer meu rosto fez jorrar o sangue para fora. — Eu não. Vocês. — Não fale, Billy. Oh, Deus. Cole, faça alguma coisa. Ele está sangrando até a morte. — Onde está a maldita ambulância? — Cole gritou. 2

Em inglês, Freight trained, por isso a ironia. Sendo que freight train significa vagão de trem que transporta carga.


Essa foi a Ăşltima coisa que eu lembrei.


Capítulo Dois Sete meses depois Eu estava no meu quarto, na casa da minha mãe, tocando meu violão quando Cole abriu a porta sem bater. Ele inclinou seu ombro no batente da porta e sorriu como se estivesse tramando algo. — O quê? — Sua mala está pronta? Eu balancei a cabeça, sabendo que ele ia começar uma nova rodada de táticas de pressão do ensino médio para me convencer a ir em uma turnê com ele. — Eu falei para você, eu não vou. A minha visão do olho esquerdo ainda está confusa. Ele descartou a minha desculpa com um aceno. — A médica disse que está bem para um montar. — Eu acho que eu sei se o meu olho está muito confuso para montar melhor do que ela. Sua postura desabou para a fase dois da sua tática de pressão, que era choramingar. — Vamos, Billy. Não seja cortador de onda. O que você vai fazer por aqui até setembro? — Trabalhar e cuidar da mãe. — eu disse, provavelmente pela milionésima vez, desde que contei que ia me aposentar. — Podemos contratar uma enfermeira para mamãe. Você vai ganhar mais dinheiro no circuito do que você ganha no bar. — lógica. Fase três. — Hank Pollert precisa de uma mão no rancho. Eu disse a ele que poderia ajudar durante a semana, então eu vou ter duas fontes de renda. — Você não quer ficar preso aqui durante todo o verão fazendo isso. — Você vai ficar preso aqui durante todo o verão fazendo isso também. Seu ombro ainda está muito machucado para montar.


— O que você está falando? — ele bateu levemente no braço, provavelmente, para provar sua resistência. — Está tão bom quanto um novo. — Você nem sequer montou um touro em sete meses. — Eu tenho treinado. — Montando em broncs3 e touros mecânicos. Não é a mesma coisa. Quando você montar em um touro acabará para a temporada. — Venha comigo apenas neste fim de semana. Se eu for lançado, você pode voltar para casa. Se eu ganhar, vamos sair em turnê. Negociação. Esse era um ângulo que ele não tinha tentado antes. Ele deve estar ficando desesperado. Não estou interessado, eu dedilhei as cordas do meu violão. — Não, obrigado. — Você não estava realmente falando sério sobre parar, estava? — Eu não parei. Eu me aposentei. — Você não pode se aposentar. Você tem vinte anos de idade. — Bem, eu me aposentei. — Bem. Você pode se aposentar da montaria em touro e ainda vir comigo, como meu empresário. — Não. — Eu tenho uma surpresa para você. Olhe pela janela. — ele segurou a cortina para trás e apontou como uma criança hiperativa. Quando se tornou evidente que ele não ia me deixar a menos que eu olhasse, eu deitei meu violão na cama e fui até a janela. Anexado à parte traseira da sua caminhonete estava um trailer prata. — Você gosta? Tem uma cozinha e um chuveiro. — ele passou a listar um monte dos recursos top de linha como um vendedor.

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Competição de rodeio que envolve os participantes montando cavalos, também chamados de broncs ou broncos, que são cavalos selvagens, mas também podem ser cavalos domésticos que não são completamente treinados para selar, e, portanto, propensos a um comportamento imprevisível.


— Eu não me importo se ele tem uma varanda e um sótão. Eu não vou. — eu sentei na beira da cama e desenrolei a papelada da Universidade de Saskatchewan que eu precisava preencher a fim de reinscrever. — Eu tenho responsabilidades. Eu não posso mais ficar à toa pelo circuito. — Eu prometo não ser morto. A imagem do papai sendo pisado passou pela minha mente e fez meus músculos tremerem involuntariamente. — Sim, bem, isso pode acontecer se eu for com você ou não. — Então, qual é o problema? Olhei para cima e para ele por um tempo. Eu odiava ser a razão para o olhar decepcionado em seu rosto, mas eu tinha que defender o meu ponto de vista. — Eu não quero ir. — Eu preciso fazer isso, Billy. Não posso terminar a minha carreira assim, e eu preciso de você lá ou eu não serei capaz de montar sobre um touro. E, a viagem da culpa. Fase final. — Ninguém se importa se você parar. — Eu me importo, e papai teria se importado. Eu zombei. — Olhe onde essa atitude o levou. Cole atravessou o cômodo e olhou pela janela, para o trailer, por um tempo. Honrar a memória do papai não era um lado que ia funcionar comigo e Cole obviamente percebeu isso porque ele se sentou na beirada da minha mesa e tentou outra abordagem. — O rodeio é tudo que eu conheço. É o único lugar que eu sinto como se fosse eu mesmo. — Eu não estou impedindo você de ir. Eu só não quero ir. — Quem é que vai ter certeza que eu tomarei meus medicamentos? Eu balancei minha cabeça, sem cair na sua encenação inútil. — Quem vai me lembrar de preencher meus formulários? Apoiei o violão de novo no meu colo e pratiquei minha seleção de música, esperando que ele acabasse por ficar sem argumentos e fosse embora. — Quem vai me arrastar para fora da cama e me fazer os ovos mexidos todas as manhãs? — Você pode aprender a fazer tudo para si mesmo.


Ele empurrou o chapéu para trás e apoiou as mãos sobre os joelhos. Ele pensou por um tempo, então ele disse: — Mamãe vai se preocupar demais se você não estiver lá olhando por mim. Suspirei e revirei os olhos, desejando que ele simplesmente desistisse e fosse sem mim. — O rodeio é tudo que você conhece também. — Sim, bem, este é o problema. Eu não quero passar minha vida inteira montando touros e sem nada para tirar disso, a não ser um baú cheio de fivelas, artrite e uma conta bancária vazia. Além disso, a mamãe precisa da minha ajuda por aqui. — Vamos, Billy. Só mais uma temporada. Preciso de alguém para bater nas minhas costas para dar boa sorte. Eu não posso fazer isso sozinho. Merda. Eu pisquei com força, em seguida, olhei para ele. Apesar de ser quase impossível convencê-lo a fazer ou deixar de fazer as coisas, comigo, era apenas uma questão de encontrar a única coisa que me estimulasse. O tapa nas costas era aquela coisa. O sorriso de satisfação no rosto dele deixou claro que ele sabia que finalmente encontrou o alvo. — Por favor, Billy. Eu esfreguei meu rosto e desisti. — Tudo bem, um fim de semana, mas se você cair, eu não vou ajudá-lo. — De acordo. — ele bateu palmas. — Eu devo estar louco. — eu murmurei quando me levantei para arrumar minha mala. — Nós dois sabemos que eu sou o único louco. — ele me abordou sobre a cama e passou os braços em volta de mim em um golpe de imobilização. — Ooh, olha isso. Meu irmão mais novo ainda é mais forte do que eu. Talvez nós devêssemos colocá-lo nas costas de um touro. Eu torci para tentar dominá-lo e prendê-lo pela garganta. — Eu sempre serei mais forte do que você, mas eu não irei montar em um touro de novo. — Você perdeu a coragem?


— Não. Um de nós tem que ficar vivo para cuidar da mamãe. Nós dois sabemos que não vai ser você. — Você acertou. — ele colocou as mãos no meu peito e me lançou de cima dele. — Pare de enrolar e encha sua mala. Aquele trailer novo brilhante vai sair daqui a exatamente oito segundos. Quando chegamos ao rodeio, estacionamos na área dos participantes e o cheiro de poeira, diesel e esterco desceu sobre nós. Cole inalou e sorriu da mesma maneira que ele fazia quando dava a primeira tragada em um cigarro depois de parar por um tempo. — Cheira como casa, não é? — ele bateu no meu ombro e, em seguida, fomos para a arena interna para fazer inscrição. Chutei a sujeira, levantei meu rosto para o sol quente e inalei. Meio que tinha a sensação de casa. Eu coloquei meu chapéu e segui Cole para a arena. A menina com cabelo longo ruivo estava praticando tambores em um cavalo Palomino. Eu inclinei meus cotovelos no corrimão e observei. Suas curvas eram as mais justas que eu já vi e, então ela me pareceu familiar. — Droga. — eu disse a Cole. — Essa menina vai dar a Shae-Lynn uma canseira pelo seu dinheiro. — Essa é Shae, seu idiota. Eu olhei e tentei reconhecer o rosto. Ela parecia diferente. Era definitivamente Harley, no entanto. — Ela sempre teve o cabelo vermelho? — eu perguntei confuso por que eu não tinha notado isso antes. — Eu não sei. — ele respondeu, sem se importar na verdade. — Eu já volto. Eu balancei a cabeça para informar que ouvi, mas eu estava mais focado em ShaeLynn andando com Harley para esfriá-lo. Eu tinha certeza que seu cabelo costumava ser loiro escuro ou loiro claro. Eu não conseguia me lembrar por algum motivo. Quando ela me viu, eu toquei meu chapéu. Ela sorriu e acenou, mas depois franziu a testa e virou-se para levá-lo na direção oposta. — Ei, Cole. — uma garota atrás de mim disse. Olhei por cima do meu ombro. Cole não estava por perto. Tawnie estava sorrindo para mim. — Uh, Cole está se inscrevendo. Eu sou o irmão dele, Billy.


— Ah, desculpe. Vocês são parecidos. — ela estendeu a mão para apertar a minha. — Bom te conhecer. Sou Tawnie Lang. — ela mordeu o canto do lábio inferior e deslizou as mãos para os bolsos de trás, o que fez esticar seu top sobre o peito e aumentar o decote da blusa entre os botões. — Na verdade, a quem estou enganando? Eu sabia que você era o irmão de Cole. Eu estava apenas procurando uma desculpa para vir e me apresentar. — Você não precisa de uma desculpa. Prazer em conhecê-la, Tawnie. Ela sorriu e descontraiu. — Qual evento você está competindo neste fim de semana? — Eu não estou competindo. Eu não monto mais. Ela moveu-se para o meu lado para apoiar os cotovelos sobre a cerca. Ela cheirava a lavanda selvagem. De perto, ela era ainda mais bonita. — Você sabe alguma coisa sobre corridas de tambor? — ela perguntou sem realmente olhar para mim. — Um pouco. — Alguma coisa não foi muito bem com o meu tempo com Willow recentemente. Você vai assistir a minha corrida e me dizer como está o meu desempenho? — ela virou a cabeça e olhou direto nos meus olhos de uma forma sexy que ela provavelmente sabia que tinha um efeito sobre os homens. Fazia tanto tempo desde a última vez que a vi, eu tinha esquecido o quão forte era a atração. Eu não conseguia lembrar a pergunta, mas eu sabia que o que quer que fosse, eu concordaria. — Certo. Ela tocou no meu braço, flertando antes dela pular a cerca e caminhar até onde seu cavalo estava amarrado. Shae-Lynn olhou para mim mais uma vez antes de sair da arena com Harley seguindo atrás. Tawnie aqueceu por um tempo, em seguida, alinhou para fazer uma corrida de treino. Cole se aproximou e inclinou ao meu lado em cima da cerca para assistir. Foi uma corrida feia. Willow tropeçou duas vezes e Tawnie quase perdeu o estribo no último tambor. Ela voltou e circulou em um trote. Ela parou na nossa frente. — Viu o que eu quis dizer? O que você acha que eu estou fazendo de errado? Cole se levantou e disse: — Hora de aposentá-la. — ele se afastou. As sobrancelhas de Tawnie se inclinaram. — Do que Cole está falando? — Seu cavalo está mancando a perna esquerda da frente. — Como uma torção?


— Não. Ela provavelmente está acabada. — Mas ela tem apenas sete anos. — o rosto de Tawnie apertou como se ela estivesse à beira do choro. Olhei em volta para ver se alguém estava assistindo. Ver meninas chorar era uma das piores coisas no mundo para mim. Ser a razão pela qual elas choravam era praticamente a única coisa pior. Não que eu não tenha feito meu quinhão de meninas chorarem. Eu me sentia horrível fazendo isso. — Eu posso estar errado. Você deve verificar com o veterinário. — eu disse para fazê-la se sentir melhor. — Mesmo que seja apenas uma torção, não posso montá-la neste fim de semana. Maldição. — ela desmontou. — Eu já paguei o hotel e eu vou perder minha taxa de inscrição também. — Você poderia emprestar um cavalo. As lágrimas que ela estava segurando desceram pelos seus cílios. Ela passou as costas da mão pelas suas bochechas. — Você conhece alguém que tem um? Fiquei olhando para a sujeira para evitar fazer contato visual. Embora ela fungando fosse difícil de ignorar. — Eu poderia falar com Ron Miller. — Poderia? Eu balancei a cabeça, embora eu não tivesse certeza disso, porque eu tinha oferecido em primeiro lugar. — Obrigada, Billy. Fale comigo se ele tiver alguma coisa. — ela acenou com um grande sorriso em seu rosto antes de caminhar de volta para Willow na abertura da arena. Seus quadris balançaram de propósito como se ela soubesse que eu estava assistindo. Caramba. Uma menina bonita chora e a próxima coisa que eu sei é que eu estou tentando conseguir um cavalo para ela. Idiota. Saí e dei a volta nos currais. Ron estava conversando com alguns rapazes, mas ele pediu licença quando me viu. Ele se aproximou para apertar minha mão. — O rosto está parecendo bom, Billy. Como está se sentindo? — ele inclinou-se e ajustou uma dobradiça do portão. — Um pouco de problema de visão em um dos olhos, mas não posso reclamar. Obrigado. — eu toquei meu chapéu para trás e esquadrinhei os currais. — Você tem algum cavalo que poderia ser usado nos tambores?


Ele ficou em pé e ajeitou o chapéu, sempre interessado em falar de negócios. — Eu tenho alguns voltando para casa e uma égua aqui. Minha filha a treinou, mas ela nunca competiu. — Tawnie Lang precisa de um cavalo para o fim de semana. Seu cavalo apareceu coxo. — Dez mil dólares. Eu ri. — Eu não quero comprá-la. Eu esperava que Tawnie pudesse simplesmente usá-la, exibi-la para você. — Não. Eu não quero que ela se machuque. — Eu duvido que Tawnie possa se dar ao luxo de comprá-la. Ela estava chateada com a perda da sua taxa de inscrição. — Então eu acho que não posso ajudá-lo. Eu não deveria ter me importado. Tudo o que eu tinha que fazer era voltar e falar para Tawnie que ele não tinha nada para ela pedir emprestado. Perder sua taxa de inscrição não era grande coisa. Por outro lado, se Ron fizesse uma boa proposta, eu poderia comprar a égua, deixar Tawnie exibi-la e vendê-la com um lucro. — Qual a idade dela? Ron sorriu e inclinou o chapéu para cima, feliz que eu estivesse interessado o suficiente para não deixar para lá. — Quatro. Se a égua fosse rápida, eu conseguiria vendê-la antes do fim de semana ter acabado. Se ela fosse lenta, eu pagaria pela alimentação até que eu encontrasse um otário para comprá-la. Tawnie não era tão boa amazona quanto Shae-Lynn e havia uma possibilidade de que ela não mostrasse todo o potencial da égua. Eu decidi negociar um plano de backup, então eu não ficaria preso com um cavalo que não pudesse vender. — Sete mil, mas eu quero vê-la correr em uma competição pela primeira vez. Se Tawnie ganhar com ela, eu vou comprá-la. — Se Tawnie não ganhar? — Considere isso como um empréstimo. Ele tirou o chapéu e coçou a cabeça. Ele levou um tempo pensando, o que era, obviamente, o seu estilo de negociação. — Ela deve ser a garota. Você pode ter seu período de experiência, mas eu quero oito mil, se ela ganhar.


— Concordo. — eu apertei sua mão. — E não é por causa de uma garota. É negócio. — Certo. Claro. — ele sorriu com conhecimento. — Você quer ver a égua? Droga. Talvez fosse por causa de uma garota. Se fosse realmente para revender o cavalo para ter lucro, eu teria pensado em verificá-la de início. Balançando a cabeça, porque eu não podia acreditar que eu tinha acabado de fazer algo como Cole, eu disse: — Sim, isso provavelmente seria uma boa ideia. Nós caminhamos por um cercado e ele colocou uma égua quarto de milha em um cabresto. Ele andou com dela ao redor para que eu pudesse vê-la marchar e, em seguida, ele trouxe-a para perto. Eu corri minha mão sobre a coluna vertebral e por suas pernas. Era uma boa égua. — Qual o nome dela? — Stella. Eu verifiquei os dentes e olhei para seu rosto. — Ei, Stella. Você é rápida? Ela balançou a cabeça para cima e para baixo como se ela me entendesse. Ron riu. — Ensinei-a a fazer isso. — ele deu-lhe um tapinha e me entregou a rédea. — É melhor esperar que seu irmão ganhe para que você possa pagar por ela. — Sim, não se preocupe com isso. — eu disse, embora eu estivesse preocupado com isso. Eu levei Stella para o estacionamento e andei em torno até que encontrei a caminhonete e o reboque de Tawnie. Ela estava inclinada embrulhando a perna de Willow. — Ei, eu tenho uma coisa. Ela se virou e sua expressão a passou do choque à alegria. — Ah, ela é linda. — O nome dela é Stella. Ron disse que você pode usá-la durante o fim de semana. Tawnie passou por cima e se lançou sobre mim. Ela colocou os braços em volta do meu pescoço e derrubou meu chapéu no processo. — Obrigada, Billy. — antes que eu tivesse a chance de registrar o fato de que ela estava me abraçando, ela parou, e avançou para pegar o meu chapéu do chão. — Desculpe. — ela limpou-o levemente e entregou-o de volta para mim. Eu o segurei em minhas mãos e observei enquanto ela inspecionava Stella. O sorriso em seu rosto a deixou ainda mais bonita. Saber que eu coloquei esse sorriso em seu rosto me deu uma sensação muito boa.


— Eu vou ver se os tambores ainda estão montados. — disse ela, animada. — Se eu conseguir algum tempo na arena, você quer vir e assistir? — Claro. — Qual é o número do seu telefone? Eu mando uma mensagem para você se eu conseguir uma corrida. Eu disse a ela o meu número e a observei digitá-lo em seu telefone. — Muito obrigada. Eu coloquei meu chapéu de novo e abaixei a aba para ela. — Não há de quê. Ela levou Stella para a arena do outro lado do campo. Eu assisti seu cabelo balançar nas costas por um tempo, então fui para o nosso trailer para esperar pela mensagem de texto dela. O motorhome da família de Shae-Lynn estava estacionado próximo a nós e ela estava de pé perto do reboque do seu cavalo, escovando Harley. — Ei. — eu disse. Ela se levantou, mas manteve a escovação. — Oi. Pensei que você fosse sair do rodeio, a fim de prosseguir uma carreira não-caipira. — Aposentado, não desisti. Cole me convenceu a vir para apenas este fim de semana. É a sua primeira viagem de volta desde a sua lesão no ombro. — Tenho certeza que não demorou muito para convencer você a chegar aqui. Você foi literalmente concebido em um rodeio. — Só porque meu pai e todos os seus amigos, incluindo seu pai, estavam muito bêbados para levar a minha mãe para o hospital. Ela sorriu com a memória dos nossos pais recontando essa história todas as chances que tinham, então sua expressão tornou-se mais séria. — Não vai ser fácil tirar do seu sangue. — Eu nem mesmo sinto falta. — eu me inclinei e puxei gentilmente a sua trança. — Você mudou seu cabelo. — Sim. — ela parecia não saber se eu estava brincando com ela. — Ficou bom.


Sua bochecha corou enquanto colocava alguns fios soltos atrás da orelha. — Obrigada. Estudei seu rosto por um tempo. — Tem outra coisa diferente também? Ela encolheu os ombros. — Não. Eu sou a mesma que sempre fui. — seus grandes olhos verdes moveram para encontrar o meu olhar. Havia algo diferente sobre ela, mas eu não consegui saber o quê. — É a sua mãe lá dentro? — Não. Ela está em turnê com o meu pai. Somos apenas eu e Lee-Anne. — Seu pai concordou em deixar suas filhas viajarem ao redor deste circuito, sem acompanhantes? — Ele não sabe. Ele acha que estamos em Calgary. Eu ri e balancei a cabeça, imaginando como seria quando ele descobrisse e a merda batesse no ventilador. — Isso provavelmente não é uma boa ideia com todos esses cowboys ao redor. — Que diferença faz se estamos em casa sozinhas com um grupo de vaqueiros ou no circuito sozinhas com um grupo de cowboys de rodeio? — Eles podem demitir qualquer um do rancho que mexer com uma de vocês. Ela pareceu surpresa que eu ao menos tivesse uma opinião sobre o assunto. — Nós não somos mais crianças. Nós podemos cuidar de nós mesmas. Eu a olhei por um tempo, ainda tentando descobrir o que estava diferente nela. — Você fez um bom treino mais cedo. Ela sorriu, talvez por causa do elogio que lhe dei, ou talvez por causa da memória da última conversa que tivemos quando eu dei conselhos sobre a corrida de tambor. — Alguém me disse que Harley estava abaixando o quarto dianteiro no primeiro tambor. Os meus tempos melhoraram desde que eu corrigi. — Hmm. Você sempre segue o conselho de outras pessoas? — Só se elas estiverem certas. — De nada. — eu disse, parecendo arrogante.


Seus olhos levantaram para conectar com os meus e ela parecia que ia dizer algo sobre a minha arrogância atrevida, mas em vez disso, ela disse: — Você está diferente. — Sim, eles tiveram que reconstruir minha bochecha e o osso da mandíbula. Ela assentiu com aprovação. — Você está com a aparência boa. Eu ri. — O que isso significa? Você está dizendo que o touro chutou a feiura para fora de mim? — Não. — ela deu mais uma olhada, em seguida, voltou para a escovação. — Você parece mais com seu pai. Ela era a única pessoa que não tinha medo de falar sobre o meu pai ao meu redor. Parecia estranho ouvi-la de forma tão casual, mas por alguma razão eu não me importava com isso vindo dela. Eu empurrei o meu chapéu para trás e a assisti a pegar o casco esquerdo da frente de Harley. — Ei, eu não sei se Cole já lhe agradeceu, mas eu quero agradecer a você pelo que você fez. Ela se levantou e inclinou contra o pescoço de Harley para dar-lhe um abraço. — Você não precisa me agradecer. Estou feliz que vocês dois estejam bem agora. — ela deslizou a mão sobre o pelo de Harley e correu os dedos através de sua crina. — Quanto de escola você perdeu? — Dois semestres. — Você está pensando em voltar? Eu balancei a cabeça, embora eu não tivesse entregado os formulários de retorno após a minha licença médica. — O que você tem feito desde que te vi pela última vez? — perguntei. — Eu tive algumas aulas de teoria musical e cursos de psicologia esportiva na Universidade de Calgary. — Ótimo. Você vai conseguir me diagnosticar quando terminar a sua graduação. Ela riu. — Acho que já posso fazer isso. — Sério? Você acha que já me desvendou? — Sim, eu acho. — ela jogou a picareta do casco na bandeja de escovação. — Eu acho que já desvendei seu irmão também.


— Eu duvido disso. Há toda uma equipe de profissionais que não consegue entendêlo. — eu me virei por hábito, como se eu fosse cuspir. Suas sobrancelhas juntaram e ela inclinou a cabeça quando eu realmente não cuspi. — Você não está mascando tabaco. — Eu desisti. — Sério? — ela parecia genuinamente surpresa. — Sim, uma garota me disse que era repulsivo. Ela riu, e pareceu um pouco presunçosa que eu aceitei o seu conselho. — Você parou de falar ain´t também? — Só caipiras falam ain´t. Ela descansou sua bochecha ao lado da cabeça de Harley enquanto massageava seu pescoço. — Você sempre segue o conselho de outras pessoas? Normalmente, não. Eu dei um tapinha em Harley, perguntando por que eu tinha aceitado seus comentários sobre eu ser caipira de coração. Eu não tinha uma explicação, mas ela estava esperando que eu respondesse, então eu roubei o seu comentário anterior. — Só se elas estiverem certas. Eu quis dizer para que fosse engraçado, mas não a fiz rir. Pareceu fazê-la se perder em pensamentos. Sua irmã Lee-Anne saltou e me empurrou no ombro interrompendo. — Billy Ray Ryan, você realmente comprou uma égua para Tawnie Lang competir no tambor? Shae-Lynn franziu a testa e se abaixou sob a corda para escovar Harley do outro lado. Eu olhei para Lee-Anne. — Quem te contou isso? — Quem não me contou isso? Todo mundo está fofocando. — Não há nada para fofocar. Tawnie vai apenas testá-la durante o fim de semana. Se ela não ganhar, Stella vai voltar para Ron. — Então, se ela ganhar, você irá comprar a égua? Eu puxei a aba do meu chapéu para baixo e chutei a sujeira. — Bem, eu tenho. Shae-Lynn jogou a escova na bandeja de escovação e caminhou para trás do reboque do cavalo onde eu não podia vê-la. Lee-Anne balançou a cabeça de um modo consolador como se ela achasse que eu era a pessoa mais estúpida do planeta. Meu telefone tocou com um texto. Era da Tawnie.


— Eu tenho que ir. — eu caminhei ao redor de Harley para ver onde Shae-Lynn estava. Ela não estava por perto. — Diga a sua irmã, que eu disse adeus. — Sim. Tchau. — disse Lee-Anne, mais divertida do que ela deveria ter sido. Foi apenas um negócio. No meu caminho para a arena, Cole, Tyson e o primo de Tyson, Blake, me alcançaram. Cole torceu dolorosamente minha orelha e me obrigou a inclinar-me para ele. — Você acabou de perder oito mil dólares em um cavalo para uma garota, que não só você não está dormindo, mas também sequer foi a um encontro com ela? — Ai. Solte-me. Ele soltou minha orelha e me deu um soco no ombro, com força. — Onde você vai conseguir oito mil dólares? Eu não vou pagar por isso. — Não se preocupe com isso. Ela tem que ganhar para que a venda ocorra. — eu me virei para olhar para Blake, que eu não via desde que eu competia nos rodeios maiores. — O que você está fazendo neste circuito? — Eu quebrei minha clavícula. Eu decidi ficar com vocês, imitações baratas de cowboys, por um tempo e dar algumas dicas ao meu grande primo. — ele bagunçou o cabelo de Tyson. — Cuidado ou eu vou quebrar o outro lado da sua clavícula. — Tyson advertiu. Tawnie e Stella estavam montando no corredor quando nós caminhamos para a arena. Partiram do portão e ela rasgou em torno do primeiro tambor. Nós quatro demos um passo adiante e nos apoiamos na cerca para assistir. Ela virou o segundo tambor sem ar entre o impulso e realmente ganhou tempo. Ela passou o último tambor e, em seguida, deixou as rédeas e pulou para fora da cela. Todos nós olhamos para o relógio. O conteúdo do meu estômago virou. Cole e os meninos Wiese riram. — Parece que você comprou um pônei rápido para sua menina. — disse Cole quando bateu no meu ombro. — Melhor ir encontrar oito mil em algum lugar. — Merda.


Capítulo Três Cole foi derrubado em suas duas primeiras saías, então ele não se classificou para as finais. Tínhamos que ficar até domingo, no entanto, para saber se eu ia dever a Ron Miller oito mil dólares, que eu não tenho, por uma égua que eu não queria. Eu já perguntei ao redor para ver se alguém estava no mercado para comprar uma égua de corrida de tambor, mas não havia ninguém. Shae-Lynn estava liderando, Tawnie indo para a rodada do campeonato, então eu não estava muito preocupado. Mas Stella foi rápida. Ela era quase muito rápida para a habilidade de montaria da Tawnie. Se Shae-Lynn a montasse, elas definitivamente conseguiriam destruir nos circuitos maiores. Cole e os meninos Wiese teciam em meio à multidão, fazendo o seu caminho até onde eu estava, sentado na arquibancada. — Você parece como se fosse vomitar. — Cole riu e sentou-se ao meu lado. — Eu pensei que eu era o único a fazer coisas impulsivas estúpidas. — Deve ser de família. — eu puxei meu colarinho da camisa para tentar aliviar a sensação de estrangulamento na minha garganta. Quanto mais eu pensava nisso, mais eu percebia que tinha sido uma decisão idiota. Se Tawnie ganhar e eu não encontrar um comprador antes do fim de semana acabar, eu teria que arranjar os oito mil para Ron e extra para o transporte, o embarque, e alimentação da égua. — Qual é o plano se ela ganhar? — perguntou Cole. — Vamos fazer uma corrida para ela? — Eu vou encontrar um comprador, eventualmente, mas ela não vai ganhar. ShaeLynn foi ótima no treino. Ele sorriu como se não tivesse tanta certeza sobre isso e observou Lee-Anne entreter a multidão com seu truque de equitação. Tyson inclinou a cabeça enquanto ela cavalgava pendurada de cabeça para baixo do lado de fora da sela. — Como é que ela se dobra assim? — Aposto que ela é flexível das mais variadas maneiras. — Blake disse. — Isso é um trunfo definitivo. — Esqueça. — Cole disse a ele. — Ela tem um namorado em casa.


— Aposto que ela tem. — ele sorriu de uma forma desprezível. — Olhe para essa flexibilidade. Quando ela terminou, todos eles se levantaram em vaias e gritos. O resto da multidão realmente não estava prestando muita atenção. Eles estavam lá em sua maioria apenas para ver os touros que viriam mais tarde. Quando a equipe de terra entrou na arena para configurar os tambores, eu desloquei ao redor no banco, olhei para cima e orei: — Vamos lá, Shae-Lynn. Infelizmente, Tawnie e Shae-Lynn foram as duas últimas das oito peoas, então eu tive que me sentar lá tentando não vomitar em cima dos outros. Quando a silhueta de Tawnie montou em Stella e entrou no beco, eu tive que fechar meus olhos. Eu não queria desejar-lhe qualquer mal, mas eu realmente esperava que ela cometesse um erro. Abri um olho e espiei. Stella decolou como se tivesse sido atingida na bunda por um raio. Tawnie teve que lutar para conseguir desacelerá-la o suficiente para contornar o primeiro tambor. Elas voaram em torno dos próximos dois tambores. Quando ela correu para o início, eu literalmente senti uma rajada de ar enquanto corriam por nós. — Yee Haw! — o locutor gritou pelo alto-falante. — Se você piscou você perdeu Tawnie Lang em sua nova montaria, Stella. Olhe para aquele tempo. Ela simplesmente tirou a concorrência do jogo. Senhoras e senhores, isto está ficando tão bom quanto a corrida do tambor. Dê a moça bonita outra rodada de aplausos. Ela fez o melhor tempo do fim de semana. — eu olhei para Cole, nervoso pra caralho. Ele sorriu para mim de uma maneira pateta enquanto o locutor tagarelou: — Com apenas uma concorrente faltando montar, esta está prometendo ser a disputa. Temos Shae Roberts no Harley. Ela foi a top no ano passado em prêmios em dinheiro e ela estava em primeiro lugar no início desta rodada. Porém, ela vai precisar de um tempo rápido para permanecer lá. — Eu não posso assistir. — eu enterrei meu rosto nas minhas mãos, apenas por um segundo, em seguida, olhei para cima quando os cascos bateram contra a sujeira. Harley correu rápido, mas Shae-Lynn não se aproximou da rédea corretamente e Harley deixou cair seu quarto dianteiro muito cedo na primeira curva. Ela o acelerou em torno dos outros dois tambores e, em seguida, correu através da linha de chegada. Não foi um tempo suficientemente rápido embora. Shae-Lynn imediatamente pulou de Harley e caminhou para fora da arena, sem sequer esperar seu tempo ser anunciado. — O que foi isso? — Cole murmurou, em parte, perplexo, mas principalmente divertido.


— Quase pareceu como se ela tivesse feito isso de propósito. — Tyson disse depois que o placar confirmou que ela caiu para o segundo lugar. Eu estava atordoado demais para dizer qualquer coisa. Eu apenas fiquei sentado lá olhando para os tambores. — Nós vamos assistir Ty por trás dos currais. Você vem? — Cole perguntou. Quando eu não respondi, ele deu de ombros e, em seguida, correu para alcançar os outros caras. Eu sentei lá através de todos os touros e eu ainda estava sentado lá após a arquibancada ter esvaziado. Eventualmente, Ron me encontrou e subiu. — Parece que você comprou uma égua. Eu inclinei o meu chapéu para trás e descansei os cotovelos sobre os joelhos, ainda sem palavras que Shae-Lynn tinha estragado tudo. — Se eu soubesse que Stella seria tão rápida na competição eu teria cobrado mais de você. — Eu realmente não tenho o dinheiro agora, mas vou arrumar. — Melhor. Eu vou acrescentar cinco por cento de juros sobre ela até que você pague, por isso não demore muito. — Você pode ficar com ela até que eu consiga o dinheiro. Eu nem sequer tenho um reboque ou qualquer coisa. — Eu não quero ela. Você vai ter que pensar em alguma coisa. Eu esfreguei meu rosto e suspirei. — Sim. Tudo certo. Ele riu da minha miséria, enquanto descia a arquibancada. Levantei-me e fui lá fora para encontrar Tawnie. Shae-Lynn estava voltando do estande de apoio com um sanduíche e uma garrafa de água. Eu corri para alcançá-la. — Ei, o que aconteceu? Ela balançou a cabeça. — Eu simplesmente não estava no clima hoje. Harley pode ter uma dor de estômago ou algo assim. — Harley estava bem. Seus olhos correram para encontrar os meus por um segundo, então ela olhou para a grama, enquanto continuava a andar. — Eu não posso vencer todas. Stella é uma boa égua.


— Os caras acham que você fez isso de propósito. — Eles acham, não é? — Você fez? — Por que eu perderia de propósito? — Você me diz. — Eu simplesmente não estava no clima hoje. — ela andou mais rápido. — Shae-Lynn, o que há de errado? — Pela milionésima vez, me chame de Shae. — ela começou a correr nesse ponto e eu não ia atrás dela, então eu fui encontrar Tawnie. Ela estava escovando Stella. — Ei Billy. Você assistiu a corrida? Ela é uma égua tão boa. Eu a amo absolutamente. Pena que ela tem que voltar para o Ron. — Na verdade, eu comprei-a dele. O comentário pegou-a desprevenida e ela processou por alguns segundos. — Você não tem sequer um trailer. O que vão fazer com uma égua? Tirei o chapéu e corri os dedos pelo meu cabelo, esperando que ela estivesse disposta a me fazer um favor desde que eu fiz-lhe um. — Você estaria disposta a levá-la? — Eu adoraria, mas não posso me dar ao luxo de alugar um cavalo. Andei, tentando chegar a uma solução que não acabasse comigo tendo que comprar um trailer e encontrar um celeiro para embarcar. — Se você cobrir o custo de embarque dela, podemos empatar. Ela me olhou com desconfiança. — Você vai me deixar usar a sua égua por nada? — Bem, você poderia me dar um por cento do seu salário por ela se isso faz você se sentir melhor. — Um por cento? É isso? Você está falando sério? Vou te dar dez por cento. Essa foi fácil. — Bom. Ela gritou e se lançou para mim para outro abraço. Eu estava pronto para isso, então eu apertei meus braços em torno dela para fazer durar um pouco mais. — Obrigada, Billy. Eu vou cuidar bem dela, e você pode tê-la de volta quando quiser. — ela apoiou as


mãos sobre os meus ombros, o que me deu um bom ângulo para verificar seu decote. Ela mordeu o canto do lábio por um segundo. — Devíamos sair e comemorar. Meu corpo reagiu um pouco pelo calor das suas mãos e o aroma de seu perfume. Eu sorri. — Sim. Essa é uma boa ideia. — Tudo certo. Vou pedir a alguém para ver os cavalos. Então eu preciso voltar para o hotel para me limpar. Rochelle disse que todo mundo vai para um bar chamado Stetsons. Eu te encontro lá mais tarde. Eu balancei a cabeça, inclinei meu chapéu, e observei sua bunda quando ela girou e foi embora. De volta ao acampamento, tomei banho e vesti roupas limpas. Cole entrou enquanto eu estava passando o ferro em minha camisa. — Aonde você vai? — Para o bar. — Com quem? — Ninguém. — eu disse, porque eu não o queria me provocando. — Sim, certo. — ele desabotoou a camisa e soltou o cinto. — Espere por mim. Eu vou com você. — ele pulou para o chuveiro e demorou eternamente. — Apresse-se. — eu gritei pela porta enquanto abotoava minha camisa. — Acalme-se. Você não quer chegar lá muito cedo e ficar esperando. — Eu gostaria de chegar lá antes de fechar. Quinze minutos depois, ele saiu do banheiro usando uma toalha na cintura, cheirando como uma piña colada do seu gel de banho. — Com o que você está preocupado? Você sabe que as meninas demoram uma eternidade para ficarem prontas. Eu posso garantir que ela não vai estar lá antes de você - especialmente se ela gostar de você. — O que isso tem a ver com alguma coisa? — Todo mundo sabe que uma menina que não faz qualquer esforço para ficar bonita em um primeiro encontro não é para você. Quem é, a propósito? Tawnie? Eu não disse nada.


— É melhor aquela menina te agradecer por ter comprado um maldito cavalo. Aqui, pegue esses. — ele jogou um punhado de preservativos para mim. — Eu não comprei um cavalo para ela. Eu comprei um cavalo que ela simplesmente vai montar. Ele balançou a cabeça, sem acreditar, em seguida, olhou no espelho para aplicar um hidratante. Sentei-me e estiquei as pernas ao longo do tamborete. — Eu posso ver porque você sabe muito sobre as mulheres. Você é basicamente o cara. Ele jogou a tampa do frasco hidratante para mim, depois piscou para si mesmo no espelho quando ele colocou algum tipo de produto em seu cabelo. — Oh meu Deus. Quem se importa com a aparência do seu cabelo? Você vai usar um chapéu. — O chapéu sai no final da noite, e eu pretendo totalmente que alguma menina bonita veja como é o meu cabelo debaixo dele. — ele pulverizou perfume no ar. — Falando nisso, se eu trouxer uma menina para cá, você precisa encontrar outro lugar para dormir. — De jeito nenhum. Consiga um quarto. — Eu comprei este trailer. Você tem duas opções: sair ou ouvir. Revirei os olhos, exasperado. — Só apresse-se.


Capítulo Quatro Chegamos ao bar às onze horas porque Cole estava com fome. Eu sabia que ele não tinha comido durante todo o dia, por isso fomos jantar primeiro. A banda era bastante decente e um monte de pessoas estava dançando. Olhei para a sala procurando Tawnie, mas não a vi. O que eu vi foram Tyson e Blake sentados em uma mesa perto dos fundos com Lee-Anne, sua melhor amiga Rochelle e Shae-Lynn. Blake tinha o braço envolto no ombro de Shae-Lynn. Ela olhou para mim por um segundo, mas quando ela percebeu que eu já estava olhando, e não impressionado que Blake estava pendurado, ela virou a cabeça para tomar um gole de cerveja e assistir os dançarinos. — Ele não é um pouco velho para ela? — perguntei para Cole enquanto estávamos no bar para pegar bebidas. — Quem? — Blake. Cole olhou por cima do ombro e deu de ombros, indiferente. — Ele tem vinte anos, o mesmo que você. Ela não está com quase dezenove? Eu fiz uma careta e olhei para a mesa novamente. Shae-Lynn não parecia confortável. Blake parecia presunçoso. O barman deslizou duas cervejas. — O que você está fazendo? — eu perguntei para Cole. — Você sabe que você não pode beber. Ele revirou os olhos como um adolescente irritado, antes que ele me entregasse ambas as cervejas. Ele se inclinou e gritou com o bartender. — Me dá uma Coca-Cola também? Meu guardião diz que eu não posso tomar uma cerveja. — enquanto esperava, ele olhou para mim. — Esqueci a minha carteira. Eu balancei minha cabeça, não surpreso, e tirei dinheiro para pagar o barman. Cole pegou sua bebida e se dirigiu para a mesa onde todo mundo estava sentado. Engoli meia cerveja antes de segui-lo. Um cara tirou Rochelle para dançar, então Lee-Anne moveu-se em seu assento e me convidou para sentar na cadeira dela. Dei-lhe a segunda cerveja. — Obrigada. — ela inclinou-a de volta para tomar um gole. — Você comprou uma égua rápida para Tawnie.


— Eu não comprei para ela. Ela está apenas montando-a. — Mmm hmm. — ela inclinou a garrafa e deu mais um gole. Blake se inclinou e sussurrou algo no ouvido de Shae-Lynn que a fez sorrir. Ele colocou a garrafa vazia na mesa e ficou com a mão estendida em sua direção. Ela deslizou sua mão sobre a dele e seguiu para a pista de dança. Enquanto eles dois dançavam, eu terminei a minha cerveja e sinalizei para a garçonete para me trazer outra. Rochelle estava de volta e Lee-Anne estava contando para ela uma história que tinha algo a ver com seu namorado, TJ. Eu não estava realmente escutando. Blake e Shae-Lynn dançaram três músicas rápidas, e com base no quanto ela estava sorrindo, ela deve ter tido um momento agradável. Quando uma música lenta veio, ela disse algo para Blake antes de sair da pista de dança. Ele a seguiu até o bar, pediu uma cerveja para ele e uma garrafa de água para ela. Eles ficaram no bar por um tempo, conversando. Quando ele virou, como se fosse voltar para a mesa, ela olhou para mim. Quando ele percebeu que ela estava hesitando, ele estendeu a mão e segurou a mão dela para levá-la de volta para a mesa. Engoli o resto da minha bebida e sinalizei à garçonete para me trazer outra. Uma vez que eles estavam sentados, Blake passou o braço sobre o ombro de ShaeLynn. Ela olhou para a mesa. Ele olhou para mim. — Então, Billy, quando é que você vai começar a montar com os meninos grandes de novo? — perguntou. Eu ia, definitivamente, me irritar com ele. Eu balancei minha cabeça. — Estou aposentado. — Por quê? Você cansou de me ver levar sempre a fivela para casa? — ele riu da sua própria piada. Ninguém mais riu. — Verifique o livro dos recordes, Blake. Você nunca ganhou merda nenhuma quando eu estava competindo contra você. Ele se inclinou para gritar com Cole. — Ei, quem ganhou mais quando competimos um contra o outro? Billy ou eu? Cole sorriu feliz por entrar no meio de uma discussão. — Você já sabe a resposta para essa pergunta. Deus, Billy é o melhor peão de touro no país. Ele tem uma caixa cheia de fivelas em casa para provar isso. — Era. — Blake murmurou.


— Quando você espera que sua clavícula esteja curada o suficiente para voltar a tentar superar meus recordes? — perguntei, em parte porque eu queria esfregar isso na cara dele, que minha pontuação ainda era melhor do que a dele. Além disso, porque eu não achava que ele era bom o suficiente para Shae-Lynn, e quanto mais cedo ele desse o fora, melhor. Ele deu de ombros. — Eu não quero apressar. Além disso, eu gosto de ficar por aqui com Shae. — ele apertou seu braço para puxá-la em seu peito. — Talvez eu tire todo o verão de folga. O que te importa de qualquer maneira? Você desistiu. — Eu me aposentei. — uma vontade de socar o olhar complacente no seu rosto me dominou e eu tive que cruzar os braços para resistir ao impulso. Cole, obviamente, sabia que eu estava à beira de saltar a mesa, porque ele sorriu e moveu a bebida para que não derramasse quando eu fizesse isso. Shae-Lynn empurrou para longe das costelas de Blake e endireitou-se quando ela sentiu que a proximidade deles era o que estava me irritando. Curiosamente, ela estava usando o mesmo velho jeans e regata que ela usava quando eu a vi saindo do estande de apoio. Seu cabelo estava puxado para trás em um rabo de cavalo e ela não usava qualquer maquiagem, exceto, talvez, aquele gloss de cereja. Seus lábios pareciam brilhantes. LeeAnne estava de jeans escuro com strass sobre as costuras, botas novas e uma blusa de corte baixo brilhante. Seu cabelo estava com tanto spray a ponto de não se mexer quando ela mexia. Blake levantou abruptamente para dizer olá a alguém que ele conhecia. Foi uma jogada maricas, porque ele sabia que eu podia derrubá-lo, e derrubaria, se ele não tivesse quebrado a tensão. Inclinei-me e perguntei para Lee-Anne: — Quanto tempo você demorou para ficar pronta? — Cala a boca. — O quê? Eu não estou tentando insultá-la. É uma pergunta séria. Ela me encarou com desdém, mas, quando ela percebeu que eu não estava brincando, ela respondeu: — Quarenta e cinco minutos. Por quê? Virei a cabeça para trás para olhar para Shae-Lynn, que, obviamente, não passou nenhum tempo se preparando. — Eu só estava me perguntando.


— Relaxe, Billy Ray. — Lee-Anne disse. Ela empurrou meu ombro, tentando me acalmar. — Você tem estado tão sério desde... — ela checou minha expressão. — Desde que, você sabe. — ela tomou outro gole de cerveja. — Desculpe. Eu não deveria ter mencionado isso. Eu só sinto falta do velho Billy. — Sim, bem, o velho Billy tem responsabilidades agora. — Blake voltou para a mesa e sentou-se no outro lado de Shae-Lynn, longe de mim. Virei-me para que pudesse ter uma conversa privada com Lee-Anne. — Você está bem com ela namorando alguém mais velho? — Blake? Sim. Por que não? Ele é um querido total. — Ele é um idiota. — Para você, talvez. Ele é doce com ela. Ele sempre foi. Ele a segue como um cachorrinho há anos. — Há quanto tempo eles estão namorando? — Desde esta noite. Ele a chamou para sair um milhão de vezes e por algum motivo ela finalmente disse que sim. Braços me envolveram por trás e uma voz de menina sussurrou no meu ouvido: — Adivinha o quê? Virei para ver que era Tawnie. Ela beijou meu rosto pressionando seu peito contra as minhas costas. Sua respiração cheirava a cerveja. — Eu tenho um patrocinador. Jordan Outfitters ofereceu para pagar todas as minhas despesas de viagem para o resto da temporada. Eu também compro todas as botas que eu quiser. — Isso é ótimo. — É tudo por causa de Stella. — ela apertou meu pescoço e beijou minha orelha. — Parabéns. — Lee-Anne e Rochelle disseram ao mesmo tempo. — Essa é uma grande notícia. — Shae-Lynn se levantou e puxou Blake pela mão. — Você pode ficar com o meu lugar. Nós estamos saindo. Blake tirou o chapéu para todos nós, então correu ansiosamente para acompanhála. Eu o assisti sair pela porta da frente. Tawnie sentou-se na cadeira de Shae-Lynn e nos contou tudo sobre como o representante do Jordan tinha se aproximado dela no hotel e ela assinou alguns papéis. Ela estava realmente animada.


Depois de um tempo, Tyson tirou Lee-Anne para dançar, Rochelle foi para o bar com um rapaz e Cole nunca voltou de uma viagem ao banheiro, porque ele estava conversando com uma menina bonita de cabelo encaracolado. Tawnie e eu ficamos sozinhos na mesa. Seu jeans preto apertado e top branco desabotoado exibiam todas as suas curvas. Seu cabelo caía perfeitamente em linha reta e tão brilhante. — Você está bonita. — eu disse, porque o álcool tinha feito efeito. Seu sorriso era sexy. — Obrigada. Você dança? — Eu não poderia me chamar de cowboy se eu não soubesse dançar two-step4, certo? — levantei-me e levei-a pela cintura para a pista de dança. Quando eu lhe girei para me encarar, suas costas arquearam sob a pressão da palma da minha mão. Ela sorriu e deslizou sua mão sobre meu bíceps para descansar no meu ombro. Quando nós nos movemos através do chão, rajadas de lavanda selvagem chegaram fresco até mim. Eu girei em torno dela e seu cabelo espalhou, refletindo a luz. Os cowboys vagando na beirada da pista de dança inclinaram para assistir a seu movimento. Passamos o resto da noite dançando two-step até que o DJ anunciou a última música e tocou uma lenta. Tawnie se aproximou e nossas fivelas de cinto tocaram. Ela subiu as mãos pelo meu abdômen e deixou-as no meu peito enquanto ela se inclinou e pressionou os lábios no meu pescoço. Meu coração disparou, e ela deve ter sentido isso, porque ela inclinou a cabeça para trás e sorriu. Eu girei em torno dela, em seguida, puxei o corpo dela para perto novamente. Ela riu e parecia que estava esperando que eu a beijasse, quando Cole veio com a menina de cabelos encaracolados debaixo do seu braço. Ele me entregou as chaves da caminhonete. — Molly vai me levar de volta para o acampamento. — ele piscou, em seguida saiu. Tawnie e eu terminamos a dança, e as luzes da casa acenderam, mas ela não se afastou. — Você veio dirigindo do hotel para cá? — eu perguntei a ela. — Eu peguei um táxi. Eu posso pegar uma carona de volta com Rochelle. — Rochelle saiu quando Cole se foi. Eu posso lhe dar uma carona, se você quiser. Ela me estudou. — Quanto você bebeu? — Eu estou bem. — eu disse, embora eu estivesse me sentindo muito tonto. 4

O “two-step”, também conhecido como o “two-step do Texas” ou o “two-step country”, é uma dança rápida popular entre os dançarinos que gostam de música country.


Sua sobrancelha esquerda levantou ligeiramente e um sorriso surgiu no seu rosto. Ela colocou o cabelo atrás da orelha e puxou minha mão para me convidar para segui-la. Nós caminhamos para fora e eu abri a porta da caminhonete para ela. Ela não falou enquanto íamos. Quando parei na frente do hotel e estacionei, ela não fez nenhum movimento para sair. — Qual rodeio você vai participar agora? — eu perguntei finalmente para quebrar o silêncio. — Falkland. E você? — Estou aposentado. — Cole disse que você seria o empresário dele. — Ele está delirante. Ela olhou como se quisesse perguntar mais, mas ela apenas balançou a cabeça. Ela virou a cabeça e olhou para mim por um tempo: — Você não vai me beijar? Eu sorri para com a ousadia dela. — Bem, se vamos fazer isso, devemos fazer corretamente. — eu peguei meu chapéu e coloquei-o no painel de instrumentos, em seguida, saí da caminhonete e dei a volta pela frente, para o lado do passageiro. Abri a porta e estendi a mão para ajudá-la. Ela percorreu meu peito com as mãos e pendurou os braços casualmente sobre os meus ombros. Eu me aproximei e inclinei para beijá-la. Seus lábios cheios eram suaves e sua boca tinha gosto de hortelã misturado com cerveja. Depois que nos beijamos por um tempo, ela deslizou as mãos para baixo e desabotoou minha camisa. Então ela puxou meu cinto da fivela. Ela voltou para a caminhonete e reclinou sobre o assento do banco, sorrindo. — Venha aqui. — ela disse. — Uh. — meus olhos percorreram seu corpo. Eu cocei a cabeça. Levou apenas dois segundos para os meus hormônios decidirem que não prejudicaria adiar a aposentadoria oficial até depois de um último rodeio de uma noite só. — Você não gostaria de ir para o seu quarto? Ela balançou a cabeça e tirou sua camisa sobre a cabeça. — Nós não podemos. Estou dividindo o quarto com Rochelle. Embora fazer isso em uma caminhonete fosse algo que eu fiz muito quando eu era mais novo, anos de rodeio, e pelo menos dez ferimentos graves me deixavam menos flexível e menos entusiasmado para fazer em espaços apertados. Ela era incrivelmente


sexy, então eu me ajoelhei com um joelho e ajeitei meu outro pé no chão para fechar a porta atrás de mim. Ela agarrou o tecido da minha camisa e me puxou para baixo sobre ela. Minhas costas travaram e meus músculos travaram, o que me fez estremecer antes que eu reajustasse e inclinasse para beijá-la. Ela chutou as botas para fora e abaixou sua calça jeans. Havia um pardal azul de asas abertas tatuado acima do osso do seu quadril. Olhei para cima para ver se alguém estava por perto. Felizmente, as janelas estavam embaçadas. — Você tem um namorado ou qualquer coisa que eu devesse saber? — Não. Você tem namorada? Inclinei-me e beijei-a. — Não, não no momento. Estendendo sua mão ela puxou a minha calça jeans para liberar o zíper, um botão de cada vez. — Você tem certeza que quer fazer isso em uma caminhonete? Ela riu. — Pare de falar e comece a trabalhar. Eu sorri e estendi a mão para levantar a coxa dela para cima. — Tudo bem. Você pediu por isso. Ela riu, agarrou a parte de trás do meu cabelo e me beijou com força. Suas costas arquearam e ela esticou os braços acima da cabeça. Eu beijei seu pescoço em direção ao seu colo, então corri minha mão sobre suas costelas. Depois de fazer uma trilha de beijos pela sua clavícula, parei para tomar fôlego. Ela abriu os olhos. A expressão no meu rosto, qualquer que fosse, a fez sorrir antes que ela tirasse o sutiã e movesse minha mão para baixo, entre as pernas. Corri meus dedos sobre o tecido sedoso e deslizei sua calcinha para baixo. — Sente-se. — ela sussurrou e se movimentou para montar meu colo. Os preservativos que Cole me deu estavam no meu jeans, no chão, mas ela não me pediu para usar um, então movi minhas mãos e balancei os seus quadris para frente. Ela inclinou a cabeça sobre o meu ombro. Sua respiração fez cócegas na minha pele, tornandose mais pesada e mais rápida enquanto ela se movia para cima e para baixo. Minha mão esquerda deslizou sobre suas curvas e ela enterrou os dedos no meu pescoço. Ela estava indo muito rápido, então eu segurei seus quadris e a desacelerei, para deixá-la sentir a diferença entre a subida e a descida ao cavalgar um cavalo, contra a fricção rock and roll de montar um touro.


Quando ela pegou o jeito, a expressão no seu rosto mudou e sua respiração se transformou em gemidos suaves. Ela apertou as palmas das mãos contra meus ombros e inclinou a cabeça para trás. O visual do seu cabelo caindo em cascata nas suas costas e seu peito subindo, fez cada célula do meu corpo reagir. Seus gemidos aumentaram progressivamente, conforme eu explorava seu corpo com minha boca. Ela saltou por um tempo, em seguida, enrolou para frente, ficando tensa, e prendeu a respiração. Seu corpo estremeceu antes que ela deixasse escapar um pequeno gemido. Depois de mais dois tremores, ela exalou e, lentamente, balançou seus quadris. Nós nos sentamos lá por um tempo apenas respirando pesadamente e eu já me arrependia. Eventualmente, eu empurrei o seu cabelo para trás para ver se ela se sentia da mesma maneira. Não parecia. Ela abriu os olhos e deslizou as mãos para cima, ao longo da minha mandíbula, para me puxar para perto. Senti sua respiração antes dela se inclinar e cochichar no meu ouvido: — Obrigada. Sentindo-me culpado, eu beijei-a e dei mais uma olhada em seu corpo antes de sair de debaixo dela. Uma vez que ela estava vestida, ela ergueu as mãos. — Deus, eu estou tremendo. Eu ainda posso sentir isso em todos os lugares. — ela olhou para mim. — Isso foi bom - muito bom. Sem responder, eu coloquei meu jeans de volta e abotoei minha camisa. — Eu nunca, hum, você sabe; eu nunca gostei tanto assim antes. Se você entende o que quero dizer. — ela disse. — Sério? — merda. Isso só vai piorar a situação quando ela descobrir que não era para ser nada mais do que uma vez em uma caminhonete. — Todas as meninas que você esteve gostou tanto assim – com tanta intensidade? — Até onde eu sei, a não ser que elas estivessem fingindo. — Jesus, você não pode fingir algo assim. — ela passou os dedos pelos cabelos e verificou a maquiagem no espelho. Eu sorri, me sentindo um pouco arrogante, e coloquei meu chapéu de volta. — Ligue para mim. — ela me deu um beijo na bochecha. Eu balancei a cabeça, embora eu tivesse intenção de nunca vê-la novamente, e liguei o motor para que eu pudesse abaixar a janela para limpar o para-brisa. Ela pulou para fora


da caminhonete e correu pelo estacionamento, para um quarto no primeiro andar. Ela se atrapalhou com a sua bolsa, procurando o cartão-chave, em seguida, abriu a porta. Ela acenou antes de entrar. Eu apertei o botão desembaçador. Enquanto esperava as janelas limparem, uma garota saiu de um quarto no segundo andar e correu ao longo da varanda para as escadas. Quando chegou à calçada, eu notei que ela tinha cabelos ruivos. — Shae-Lynn? — eu gritei para fora da janela. Sua cabeça girou para ver quem tinha chamado o nome dela. Ela estava chorando. Eu deixei o motor da caminhonete ligado e saí. — O que está errado? — Nada. — ela esfregou as palmas das mãos em seu rosto. — Estou bem. — Você não parece bem. O que aconteceu? — Nada. O que você está fazendo aqui? — Deixando alguém. — Quem? Tawnie? Eu fiz uma careta e olhei para a porta no segundo andar que ela saiu. — É aqui que Blake está ficando? — Eu tenho que ir. Lee-Anne está preocupada comigo. — Vou levá-la. — Não, obrigada. — ela correu pelo estacionamento e foi em direção à rodovia. — Shae-Lynn, entre na caminhonete. Eu não vou deixar você andar ao longo de uma rodovia escura como breu. Ela acenou com o braço por cima da cabeça com um gesto não se-preocupe-comigo e continuou andando. Eu pulei no carro e arranquei para a estrada. Eu dirigi lentamente atrás dela, com o ombro, com a minha cabeça pendurada para fora da janela. — Deixe-me sozinha, Billy. — Vou conduzir a dois quilômetros por hora todo o caminho de volta se você não entrar na caminhonete. Ela continuou andando. Alguns carros passaram e buzinaram.


— Uh, Shae-Lynn, eu tenho certeza que não é tão seguro para mim, dirigir desse jeito. — Então vá. — ela retrucou. — Eu não vou te deixar aqui, a menos que você queira testemunhar eu sendo morto quando uma caminhonete bater na minha traseira, eu sugiro que você entre na caminhonete. Ela parou e olhou para o céu. Depois que uma caminhonete oito eixos buzinou para nós, ela balançou a cabeça, exasperada, em seguida, entrou no lado do passageiro. — O que aconteceu? — perguntei novamente quando verifiquei e entrei na rodovia. — Não é problema seu. — Blake te machucou? Ela olhou pela janela do lado por um tempo antes de murmurar: — Não. — Eu vou arrancar a verdade dele se você não me disser. — Não foi nada demais. Ele queria mais de mim do que eu podia dar, então eu saí. — Ele não ofereceu para levá-la de volta? Ela não respondeu. — Que idiota. Eu vou acabar com ele. — Eu não quis lhe dar uma chance para me oferecer uma carona. Simplesmente saí. — Eu não o vi correndo atrás de você. Ela balançou a cabeça, impressionada. — Que tipo de cara espera que uma menina durma com ele depois do primeiro encontro? A menina não faz isso, a menos que ela seja uma vadia completa. Você sabe disso, certo? Olhei para ela e agarrei o volante, querendo saber se ela viu através de mim e já sabia o que eu tinha feito com Tawnie. — Por que ele ao menos pensaria que eu era assim? — Ele apenas tinha esperança que você fosse. Você foi para o quarto dele com ele. — E daí? Ele disse que íamos assistir um filme. — ela olhou para mim e seus lábios curvaram. — Você acha que a culpa é minha.


— Não. — ‘Vamos assistir a um filme' é código para 'vamos fazer sexo?' — Não, não necessariamente. — Você espera que as meninas sejam vagabundas o suficiente para dormirem com você depois de apenas um encontro? Eu estremeci, certo que ela já tinha descoberto. Que diabos. Se ela já sabia que eu não valia nada, eu poderia muito bem ser honesto com ela. — Se uma menina oferecer sexo no primeiro encontro, eu não vou dispensar. Mas eu espero isso. — Você alguma vez acabou gostando das meninas que se entregaram no primeiro encontro? Eu sabia qual era a resposta, mas eu não disse nada. Minha ausência de resposta, obviamente, confirmou o que ela já suspeitava. Ela sentou-se e olhou pela janela do lado do passageiro. Nós dirigimos por um tempo em silêncio antes de eu dizer: — Eu vou cuidar dele. — Não. — ela apontou para mim de um jeito ameaçador. — Eu não quero que você fale com ele sobre isso. — Eu não vou falar com ele sobre isso. — Eu não quero que você brigue com ele por causa disso também. Virei-me para o terreno da arena e passei por cima do campo de grama. A maioria dos participantes tinha ido embora, então havia apenas alguns acampamentos e reboques espalhados ao redor. — Estou falando sério. — ela disse. — Se você fizer alguma coisa, eu nunca vou falar com você de novo. — Isso é muito ruim, mas eu acho que vai ter que ser assim. Ela gemeu e lutou para conter um grito. — Não seja um idiota, Billy. — Certificar que Blake saiba que não é bom te tratar assim não faz de mim um idiota. Ela olhou para mim, absorvendo o que eu disse. Sua expressão vacilou e eu tive dificuldade para ler antes que ela dissesse: — Ele não fez nada de errado. Ele estava muito ansioso. Eu quero esquecê-lo. Promete que não vai fazer nada.


— Por que você se importa com o que eu faço com ele? Para início de conversa, você nem estava a fim dele. Aprofundou-se um vinco entre as sobrancelhas dela. — O que te faz dizer isso? — Eu soube. — Como? — Eu só soube. Acontece que Cole provavelmente sabe tanto sobre as mulheres quanto ele diz. Ela revirou os olhos para discordar. — Vocês não sabem de nada. — Então, você realmente gostava do Blake? — Não, e eu não quero que todo mundo fique sabendo que eu fui estúpida o suficiente para ir para o quarto de hotel com ele. É embaraçoso e isso me faz ficar mal. Por favor, não transforme isso em algo grande. — ela começou a chorar. — Promete? Eu não gostava de vê-la chorando, então eu assenti com a cabeça. — Diga. Embora Blake precisasse de uma lição, o tom de mágoa na sua voz estava me matando e eu queria fazê-la se sentir melhor, então eu desisti. — Eu prometo. Satisfeita que eu tivesse dado a ela a minha palavra, ela saiu da caminhonete, fechou a porta e correu para o motorhome. Havia uma pequena caminhonete vermelha estacionado na frente da nossa caravana, o que significava que eu não tinha lugar para dormir. Deitei-me no banco e passei o resto da noite pensando em Tawnie, Blake e ShaeLynn. Pela manhã, a única coisa que eu tinha descoberto era como eu iria lidar com as coisas com Blake, mantendo minha promessa para Shae-Lynn. A porta do trailer abriu por volta

das

seis

e

Cole

se

despediu

com

um

beijo

da

menina

de

cabelos

encaracolados. Quando ela entrou em sua pequena caminhonete vermelha, eu caminhei até o trailer. — Ei. — ele disse, ainda soando meio adormecido. — Você dormiu na caminhonete? — Eu não chamaria isso de dormir. — eu entrei e despi-me para tomar um banho. — Você tem que dirigir de volta para Saskatoon. Eu estou tão cansado.


— Eu não quero percorrer todo o caminho de casa. — ele lamentou. — Não podemos simplesmente ir direto para Vancouver Island? — Eu não vou com você. Este foi um negócio de uma vez. Ele franziu a testa e sentou-se na pequena sala de jantar. — O que aconteceu com Tawnie? Debrucei-me sobre o batente da porta do banheiro, sem a intenção de responder. — Quão bem você conhece Blake? Ele deu de ombros. — O tanto que você conhece. Por quê? — Ele tentou tirar proveito de Shae-Lynn e deixou-a ir para casa a pé, sozinha, pela rodovia. Eu tive que ir pegá-la. — Ela está bem? — Eu não sei. Ela realmente não falou sobre isso. Cole balançou a cabeça e seus dedos se apertaram em punhos. Eu sorri, porque eu sabia que meu plano iria funcionar muito bem. Ele olhou pela janela na direção do motorhome dos Roberts, já conspirando para defender sua honra. Havia um monte de garrafas de cerveja vazias sobre a mesa na frente dele. — Você sabe que não deve beber quando está sob essa medicação. — Eu não bebi. — ele disse conforme limpava a mesa. — Aquela garota era exuberante. — Ela bebeu seis cervejas sozinhas? Ele sorriu o tipo de sorriso que dificultava ficar bravo com ele. Eu balancei a cabeça, cansado de ser sua babá, em seguida, fechei a porta do banheiro. — Ei, você não respondeu a pergunta sobre Tawnie. — ele gritou através da porta. Eu liguei a água para que não pudesse ouvi-lo.


Capítulo Cinco Cole dirigiu as primeiras quatro horas de volta para Saskatoon, então, paramos para o almoço. Ele foi ao banheiro no restaurante e, enquanto eu estava sentado à mesa esperando pela garçonete, meu telefone tocou. — Ei, mãe. — Você não ligou ontem. Eu estava preocupada. — Desculpa. Estamos bem. Cole não ganhou qualquer prêmio em dinheiro. — Eu ouvi que você comprou uma égua. Merda. Eu seriamente tinha esquecido sobre isso. Não me ocorreu que ia ser difícil nunca ver Tawnie novamente se ela estivesse cuidando da minha maldita égua. Eu esfreguei meu pescoço estressado, xingando a rede de fofocas do rodeio que funcionava na velocidade da luz. — De quem você ouviu isso? — Doreen Roberts ligou ontem. Ela tinha falado com Lee-Anne, então eu sei toda a história. O que você vai fazer com uma égua? — Eu não sei. Mas ela é rápida. Eu provavelmente poderia revendê-la e obter lucro, se ela correr bem nas próximas duas competições. — Por que você não pede para Shae montá-la? Ela é melhor do que a outra garota. Era uma boa ideia, mas ela nunca aceitaria. — Shae-Lynn está com Harley. — Como estão as meninas Roberts? — Bem, elas não são tão meninas mais. — Eu espero que você esteja mantendo um olho nelas, cercadas por todos aqueles vaqueiros turbulentos, agora que a mãe delas não está com elas. O pai delas nem sequer sabe que estão em turnê. — Elas estão bem. — Como está o seu irmão?


Olhei para cima e o vi voltando do banheiro. — Ele está bem aqui. Você pode falar com ele mesmo. Te amo. — eu entreguei o telefone para Cole quando ele se sentou na minha frente na mesa. — Ei, Ma. — ele tirou o chapéu e coçou a cabeça enquanto a ouvia. — Diga-lhes para remarcar... por que eles não podem fazer isso antes? ...eu não me importo se este é o único horário que o psiquiatra está disponível. Eu já estou inscrito em Luxton... eu estou muito bem, caso que você não tenha notado... que seja. — ele encostou as costas, desanimado. — Não... é um desperdício de tempo... — ele revirou os olhos e sentou-se ereto para se apoiar os cotovelos na mesa. — Olha, mãe, eu sei que você está apenas tentando ajudar, mas tenho vinte e dois anos. Eu não preciso da minha mãe confirmando consultas médicas para mim - especialmente quando eu não estou doente. — ele balançou a cabeça enquanto ouvia... ela falou por um longo tempo, então ele disse: — Sim. Tchau. — ele desligou e devolveu o telefone para mim. — Por que você fez isso? Você sabe que eu odeio falar com ela sobre esse tipo de coisa. Agora eu estou chateado. — ele se levantou, colocou seu chapéu e saiu do restaurante. Eu comi sozinho para dar-lhe tempo para acalmar. Então, eu pedi um sanduíche clubhouse5 para ele e levei de volta para a caminhonete. Ele estava sentado no banco do passageiro com fones de ouvido, então subi no assento do motorista e dirigi para a fronteira Saskatchewan. Eu trabalhei pra caramba quando voltamos para Saskatoon - no rancho, seis dias por semana, e de bartender, na maioria das noites. Na terça-feira anterior à saída de Cole para o rodeio de Luxton, ele apareceu no rancho, quando eu estava trocando de turno. O filho do proprietário, de quinze anos, queria entrar no circuito, então Cole e alguns outros montadores locais, eram autorizados a montar os animais difíceis, sempre que eles quisessem, em troca de dar algumas orientações à criança. — Você quer que eu vá com você na consulta do hospital amanhã? — perguntei. Ele estendeu a mão ao lado da caçamba da caminhonete para pegar sua corda de touro. — Não. Eu não quero. — Por que não? Basta dizer-lhes que você está indo bem e acabe com isso.

5

Sanduiche Clubhouse: combinação de três camadas de pão de fôrma tostado com maionese, rodelas de tomate, alface, presunto e queijo, cortado em quartos e servido com batatinhas chips


— Cuide das suas coisas, Billy. — Cuide das suas coisas, idiota. — eu virei para ir para a minha caminhonete. — Vamos praticar no Wide Load hoje. — seu tom mudou para o jeito que ele sempre fazia quando queria alguma coisa de mim. — Você quer ficar e treinar? — Não. — Vamos lá, você é o único que alguma vez o montou. — Estou aposentado. — Se você montar em um touro, eu vou para a consulta amanhã. Eu balancei minha cabeça, sem interessar na sua manipulação, e continuei andando. — Eu tenho que chegar ao bar. O Palomino já estava cheio quando eu comecei a trabalhar. O proprietário estava ajudando os garçons, então fiz um intervalo. Por volta das dez horas, uma menina apoiou os cotovelos sobre o balcão e juntou os braços para acentuar seu decote. Isso me chamou a atenção. Quando eu olhei para o rosto dela, eu percebi que a conhecia. Embora ela e LeeAnne fossem melhores amigas, porque elas passavam muito tempo na estrada uma com a outra, eu conhecia tecnicamente Rochelle há mais tempo. Estivemos na mesma classe a cada ano desde o jardim de infância. Ela nunca gostou muito de mim. — Ei, Rochelle. Você está usando um top muito legal. — Cala a boca. Eu sorri e deslizei uma vodca para ela por conta da casa. — Você é sempre tão má para mim. Lembre-me porque é assim. — Nono ano. Nós tínhamos que fazer uma apresentação sobre os nossos hobbies. Você fez a sua sobre montaria em touro. Dean Kline perguntou se você já tinha sentido medo. Você disse que não, porque sempre que você ficava nervoso sobre cair, imaginava aterrar em dois travesseiros macios gigantes como os... da Rochelle. Eu ri quando me lembrei. — Aquilo foi engraçado. Deixe isso para trás. — Não foi engraçado, você é idiota. Foi humilhante. — Por quê? Foi um elogio. — Eu tinha quatorze anos. Ter meninos só prestando atenção em mim por causa do tamanho do meu peito foi embaraçoso. Me deixou muito inibida.


— Para sua informação, o professor me deu um zero naquela apresentação e... — eu apontei para o seu colo impressionante transbordando na parte de cima. — Você, obviamente, não é mais inibida. — Cala a boca. Eu não estou aqui para discutir minhas cicatrizes emocionais. Estou aqui porque alguém queria entregar uma mensagem para você. Eu derramei uma bebida mista para o cara que estava de pé ao lado dela. Peguei o seu dinheiro, e em seguida, virei-me para olhar para ela. — Quem é esse alguém? Ela deslizou um envelope em frente ao bar. Ele tinha o meu nome escrito sobre ele com letras cursivas. Eu entreguei duas cervejas para um cara e peguei o dinheiro, em seguida, virei o envelope e abri. Rochelle examinava meu rosto enquanto eu lia a nota. Billy, aqui é a sua parte da minha primeira vitória com Stella. Ela está indo muito bem. Mais uma vez, obrigada por me deixar montar sua égua. Eu acho que você esteve muito ocupado para ligar, mas eu só queria que você soubesse que eu não consigo parar de pensar em você, ou na nossa noite em Coleman. Eu realmente adoraria vê-lo novamente, Tawnie. Rochelle ainda estava me observando para ver como eu reagiria, então eu tentei não mostrar qualquer expressão. Eu coloquei a nota no bolso de trás e servi mais alguns clientes. Seu segundo drinque estava acabado antes eu conseguisse voltar até ela. — Você tem alguma mensagem que gostaria que eu entregasse para ela? — ela perguntou. — Não. Obrigado. Suas sobrancelhas juntaram. — Por que você não ligou? Você estava apenas usandoa? — Sem ofensa, Rochelle, mas não é realmente da sua conta. — Bem, isso meio que é quando ela me liga para chorar toda noite porque você não telefonou para ela. Um cara estava gritando um pedido para mim, mas eu ignorei. — Por que ela está chorando? — Ela gosta de você, obviamente. As meninas não fazem o que ela fez com você em uma caminhonete, a menos que elas realmente gostem de um cara. Você sabe disso, certo?


Revirei os olhos, não surpreendido que as mulheres não fossem ao menos claras com o que queriam dizer, e eu balancei a cabeça, porque obviamente não havia tal coisa como privacidade no circuito. — Eu não posso acreditar que ela lhe contou isso. Rochelle levantou as sobrancelhas para cima e para baixo. — Aparentemente, você é muita coisa. — Merda. — eu me virei e puxei duas caixas de cerveja do armário para reabastecer o bar. Quando eu virei, um cara mais velho que já estava bastante bêbado, estava encostado com o braço sobre o ombro de Rochelle e falando muito perto do seu rosto. Eu não consegui ouvir o que ele estava murmurando, mas ela disse: — Não, obrigada. — e afastou o braço. Ele foi para outro abraço desleixado e estava tentando apalpar, então, estendi a mão sobre o balcão e empurrei-o. — Por que você não vai sentar-se, companheiro? Ele tropeçou um pouco para trás e franziu a testa para mim. — Qual o seu problema? — Ela disse que não. Você precisa ir sentar-se. Ele me olhou por alguns segundos, mas deve ter percebido que não podia me aguentar. Ele me deu o dedo e saiu cambaleando. Rochelle tomou um gole da vodca. — Obrigada. — Não há de quê. Ela verificou a hora em seu telefone. — Eu preciso ir. — ela fechou sua bolsa. — Só para você saber, Tawnie é muito doce e ela está saindo de um término ruim. Eu sei que você não é realmente do tipo que namora, mas seria bom se você pudesse pelo menos ser bom para ela. Eu não quero que ela acabe se sentindo como um pedaço de merda inútil. — Vou ligar para ela. — Bom homem. Vejo você por aí. — ela se levantou e começou a se afastar. — Ei, Rochelle. Ela fez uma pausa e olhou por cima do ombro. — Eu estou tentando ser uma pessoa melhor, então eu gostaria de pedir desculpas por ferir seus sentimentos quando estávamos na escola.


Ela se virou para mim, inclinou a cabeça para o lado, e fechou um olho, como se estivesse contemplando alguma coisa. Depois de um tempo, ela disse: — Tudo bem. Eu perdoo você. — Obrigado. — eu pisquei. — Mas você tem que admitir que você tem os seios mais bonitos da cidade. Ela balançou a cabeça desapontada. — Nossa Billy. Por que você tem que arruinar uma trégua perfeitamente boa? Dei de ombros com inocência fingida. — Seria estranho se você não me tratasse como se eu fosse um idiota. — Sim, isso seria estranho. — ela riu, depois foi embora. O bar fechou às duas e eu não saí de lá até quase duas e meia. Eu dirigi de volta para a casa da minha mãe e sentei na minha caminhonete olhando para o meu telefone. Eu tive uma sensação desconfortável no meu estômago. Finalmente, eu respirei fundo e rolei através dos meus contatos para encontrar o número de Tawnie. Antes que eu tivesse a chance de ligar para ela, meu telefone tocou. O indicador de chamadas mostrou o nome de Shae-Lynn, então eu atendi. Ela estava chorando. — O que foi? Ela teve que inalar algumas vezes antes que ela fosse capaz de falar através do seu choro: — Minha mãe e meu pai sofreram um acidente. — Eles estão bem? — Minha mãe está no hospital com uma concussão e um braço quebrado. Meu pai só tem cortes e contusões. Eles estão bem, mas o trailer virou e eles tiveram que sacrificar os dois dos cavalos. — ela começou a chorar mais ainda. Eu não sabia o que dizer, então eu apenas fiquei sentado lá, ouvindo-a chorar. Eventualmente, ela se acalmou um pouco e fungou. — Eu sinto muito por ligar tão tarde, mas eu realmente precisava de alguém para conversar. Você é a única pessoa que eu pensei que ainda poderia estar acordado. Sinto muito se você estava dormindo. — Eu estava acordado. Onde está Lee-Anne? — Ela pegou um avião para encontrá-los no Texas. Eu tinha que ficar aqui para cuidar dos animais. É muito quieto em casa quando ninguém mais está aqui.


— Você quer dizer assustador? — eu ri. — Você quer que eu vá até aí para lhe fazer companhia? — Sim, você viria? — ela soou como se um sorriso tivesse cruzado os seus lábios. — São só sete horas e meia de carro. — Tudo bem. Ela fez uma pausa, como se ela estivesse preocupada que eu realmente fosse. — Eu estava brincando. — Eu sei. Que tal eu apenas falar com você no telefone até que você se sinta melhor ou adormeça? — Realmente? Você não se importa? — O sono é superestimado. Ela hesitou novamente como se estivesse relutante em impor. — Você tem um plano ilimitado de longa distância? — Sim, nós podemos conversar a noite toda se precisarmos. — Você está trabalhando, ou em um encontro, ou algo assim? Eu não quero privá-lo de qualquer coisa. — Eu acabei de chegar em casa do meu turno no bar. — Tem certeza de que não quer ir dormir? — Eu não consigo dormir logo depois de chegar em casa, de qualquer maneira. Você está me fazendo um favor ao me fazer companhia. — Tudo bem. Hum. — ela inalou e pensou por alguns segundos começar uma conversa. — Você vai com Cole para Luxton? — Não, ele está por conta própria. Você ainda vai? — Eu não sei. — ela suspirou, lembrou de por que ela ligou em primeiro lugar. — Eu acho que vou ter que esperar e ver o que acontece com a minha mãe. Ela pode não estar bem o suficiente para ir conosco. — Uma concussão não vai impedi-la. — Ah? Você é um especialista em concussão? Eu ri. — Na verdade, sim.


— Ah sim, eu esqueci todo o... — ela parou de repente e fez um som chiado. — Oh meu Deus. — O quê? — Eu ouvi um barulho. — ela sussurrou com pânico em sua voz. — Eu sabia que você tinha ligado porque você estava com medo, não triste. — Eu estou com ambos, Billy. Admito isso. Se você estivesse aqui e ouvido o que eu acabei de ouvir, você estaria apavorado. — Provavelmente foi nada. Você devia ligar a TV para que a casa não parecesse tão quieta. — Eu teria que sair da cama e caminhar até a sala para fazer isso. E se já houver alguém escondido em um dos armários? Eu ri porque ela parecia muito séria. — Por que alguém estaria escondido em seu armário? Ou estaria ocupado assaltando a casa ou atacando-a, não escondendo. — Obrigada. Isso ajuda muito. Lembre-me de não ligar para você da próxima vez que eu estiver escondida no meu quarto, morrendo de medo. — Como você vai conseguir sair da casa dos seus pais e viver sozinha, se você tem medo de ficar sozinha? Ela ofegou como se ela não pudesse acreditar que eu tive coragem de zombar dela. — Olha quem está falando. Você mora na casa da sua mãe, cara durão. Ela me pegou aí, mas eu não morava em casa porque eu queria. — Eu tinha meu próprio lugar antes do meu pai morrer. Eu só voltei para cuidar da minha mãe. — Sim. — ela soltou a palavra, nenhum pouco impressionada. — Eu ouvi sobre o “Esconderijo de Billy Ray”. Eu não diria exatamente que você estava morando lá sozinho. Rumores dizem que você levava uma garota diferente para casa todas as noites. Jesus, fofocas de rodeio eram piores do que nunca. — Eu não sei de quem você está conseguindo essas informações. Ocasionalmente, eu entretinha uma amiga que conhecia no trabalho. Não era todas as noites. — Apenas admita que você não gosta de ficar em casa sozinho também.


Havia alguma verdade nisso, mas não porque eu tinha medo de ficar sozinho. — Ter outra pessoa por perto tem seus benefícios, mas provavelmente não estamos falando sobre os mesmos benefícios. — Tudo bem. Já chega. Poupe-me dos detalhes sórdidos da sua vida amorosa. — Você quer explicar como uma menina que pode montar um cavalo e perseguir um touro furioso por uma arena está com medo de ficar em uma casa sozinha? Houve uma pausa enquanto ela pensava sobre isso. — Eu sou melhor se não tenho nenhum tempo para pensar sobre o perigo. Eu sorri, conhecendo bem isso. — Cole é assim também. — Como ele está? — Ele está bem. Ela ficou em silêncio por um tempo antes de perguntar: — Você acha que algum dia vai voltar a montar? — Não. — eu disse sem hesitar. — Mas você era tão bom nisso. — Sim, isso foi naquela época. — um suspiro tenso saiu junto com as palavras. — Antes do acidente do seu pai? — ela fez uma pausa, esperando que eu respondesse. Eu não respondi, então ela perguntou: — Você já conversou com alguém sobre isso? Eu esfreguei a palma da mão sobre o meu rosto tentando apagar a memória. — O que há para falar? — Você pode falar sobre como você se sentiu vendo aquilo acontecer; ou você pode falar sobre como você se sente agora, que você tem que cuidar da sua mãe e seu irmão; ou você pode falar sobre como isso te assustou tanto, que você não pode montar mais. O ar nos meus pulmões vazou em um suspiro longo e lento. Da mesma forma que sempre respirava, logo antes de chegar na rampa. — Eu não estou com medo e eu não quero falar sobre o resto. Ela felizmente desistiu da missão de corrigir Billy e mudou de assunto. — Como está Stella?


— Bem, eu acho. Eu não falei com Tawnie. — Ah. — ela pareceu surpresa e fez uma pausa antes de mudar de assunto de novo para me fazer uma pergunta sobre a balsa para Luxton. Liguei o carregador do meu telefone e o motor da caminhonete por tempo suficiente para dar carga na bateria. Nós conversamos pelas próximas duas horas e meia sobre praticamente tudo. Quando o céu começou a clarear, ela bocejou. — Você está pronta para ir dormir agora que é de manhã? Ela riu. — Sim, mas agora eu tenho que sair da cama e ir alimentar os animais. — Sim, eu deveria entrar e preparar-me para o meu trabalho do dia. — Desculpe mantê-lo acordado a noite toda. — Está tudo bem. — eu assisti o sol surgir no horizonte, surpreso que eu não me sentia cansado. — Obrigada, Billy. — Não há de quê. — eu desliguei, em seguida, fui para dentro. Havia seis garrafas de cerveja sobre a mesa da cozinha, e desde que minha mãe não bebia, eu sabia que era Cole. Eu chequei seu quarto, mas pareceu que ninguém dormiu na cama. Ele não estava no sofá também. Bati na porta do banheiro. — Cole? — não houve resposta, então eu tentei a maçaneta. Estava trancada. — Cole. Abra. — eu gritei pela porta. Mamãe abriu a porta do quarto e amarrou o cinto do seu roupão. — O que está acontecendo? — O médico não disse que você devia começar a usar a cadeira em casa? Ela levantou a sobrancelha, com sua expressão bronca notória. — Eu ainda posso dar uma volta pela minha própria casa, obrigada. Eu não sou uma inválida. O que está acontecendo? — Cole ficou aqui na noite passada? — Ele estava aqui quando eu fui para a cama. — sua irritação por mim passou para preocupação. Eu balancei a maçaneta do banheiro e bati novamente. Mamãe desapareceu em seu quarto

e

voltou

com

um

grampo

de

cabelo. Ela

mexeu

no

buraco

da

maçaneta. Eventualmente, a tranca fez um clique e ela empurrou a porta aberta. Ele só


abriu cerca de dez centímetros, em seguida, parou como se tivesse batido em alguma coisa. Ela enfiou a cabeça. — Oh, Jesus. Ele está desmaiado no chão. — ela deu um passo para trás e deixou-me empurrar a porta com o ombro. Eu consegui abrir o suficiente para ela passar. Ela agachou-se e moveu as pernas dele para que eu pudesse abrir a porta toda. — Ah, Billy, isso não parece certo. É melhor chamar a ambulância.


Capítulo Seis No hospital, eu empurro a cadeira da minha mãe até uma mesa, então, sentamos na frente de uma psiquiatra, dois médicos e uma assistente social. A assistente social cruzou as mãos sobre a mesa e sorriu para nós de uma forma agradável, o que me deixou desconfortável. O médico careca serviu-se de um cookie do prato sobre a mesa. O outro médico observava Cole entrar na sala com uma enfermeira e sentar-se ao meu lado. Cole parecia uma merda. Seu cabelo estava bagunçado, seu rosto estava pálido e o cheiro de cerveja ainda era perceptível em seu hálito. A psiquiatra estava revendo o arquivo e batendo sua caneta em um bloco de papel enquanto lia. Eventualmente, ela olhou para cima e sorriu para nós. — Então, Cole. Como você está se sentindo? — Bem. — Você deu um susto na sua mãe e seu irmão. Ele olhou para a mesa e lambeu os lábios. — De acordo com eles, você estava indo bem até que este incidente ocorreu. — Isso não foi um incidente. Eu só bebi um pouco. — Sim, mas você sabe que a medicação que você está tomando não pode ser combinada com álcool. — Então, dê-me um medicamento diferente. — ele sentou-se e cruzou os braços em desafio. — Todos os meus amigos e meu irmão bebem, e eu não posso. Isso está afetando a minha qualidade de vida. — Eu desisto. — eu murmurei para que apenas ele pudesse me ouvir. — Por quê? — ele se virou para mim. — Então, nós dois não podemos ter qualquer divertimento? — ele olhou para os profissionais do outro lado da mesa. — Apenas me dê uma medicação diferente. — Mas este tem funcionado tão bem. — a mamãe disse. — Na verdade, não. Eu ainda me sinto como merda metade do tempo. Billy tem que me arrastar para fora da cama na maioria dos dias, porque eu não consigo dormir à noite. Meu estômago está sempre doendo, e eu tenho dores de cabeça que eu nunca tive.


— Você já teve alguma tendência suicida? Pensamentos intrusivos? Preocupações ou obsessões incomuns? — Sim. Todos olharam para cima, mais do que intrigados do que preocupados. — Quais? — Todos eles. — ele disse para provocá-los. — Você pode ser um pouco mais específico, por favor? — a psiquiatra perguntou. — Bem. — ele esticou as pernas sob a mesa e cruzou os tornozelos como se estivesse ficando confortável, mas seus braços ainda estavam cruzados. — Eu me preocupo que eu deixei o fogão aceso, mesmo se eu não o usei, ou às vezes eu penso que eu deixei o chuveiro ligado mesmo que eu não tenha tomado banho. — ele se sentou ereto abruptamente e apoiou os cotovelos sobre a mesa. — Querer apunhalar alguém no olho é um pensamento intrusivo? Tenho essa vontade às vezes. Ah, e eu tenho que vestir exatamente na mesma ordem a cada vez ou eu acho que algo ruim vai acontecer com a minha mãe. — Você vestia em uma ordem específica antes do seu pai morrer? Ele sorriu, divertindo-se do quão ingênuos eles eram. — Não. Eu colocava minha meia esquerda primeiro, em vez da direita. Droga. Você acha que é por isso que ele morreu? Eu nunca pensei sobre isso até você mencionar. Um caminho a percorrer. Agora vou ficar obcecado com isso até eu conseguir agir sobre a tendência suicida. Eu balancei a cabeça, cansado das suas travessuras e minha mãe torcia as mãos juntas. A psiquiatra sorriu para Cole nenhum pouco impressionada quando ela descobriu que ele estava de sacanagem. — Se você não vai levar isso a sério, não vamos conseguir ajudá-lo efetivamente. Você quer a nossa ajuda ou não? — Não. Ela escreveu algo em seu bloco de papel. — Pare de brincadeiras. — eu murmurei. — Ah. — ele continuou, gostando demais para parar. — Eu tenho um pensamento obsessivo de verdade. Todos olharam para ele novamente. Tão ingênuos.


— Eu tenho fantasias sexuais com a minha psiquiatra. — ele piscou para ela. — As imagens são muito vívidas. Ela não está vestindo nada além de pequenos anéis de mamilos de diamante e saltos pretos. Ela dança em torno de mim e coloca pequenas pílulas azuis na minha língua antes de montar no meu colo. As imagens entram e saem, entram e saem, da minha mente. Eu realmente não me importo, embora. Farta, mamãe rolou sua cadeira de rodas para trás da mesa e se dirigiu para a saída. A enfermeira que tinha escoltado Cole abriu a porta. Cole caminhou logo atrás dela. Então ele olhou para a psiquiatra e seu tom de brincadeira mudou. — Escute, eu vou tomar a medicação para equilibrar o meu humor, mas não tente me rotular com mais problemas que eu não tenho. Eu não tenho TOC, não sou suicida e não sou homicida. Eu quero ser capaz de beber, eu não quero começar a ter peitos, eu não quero que a minha capacidade de realizar o ato sexual seja afetada, e eu não quero ter que tomar mais comprimidos para lidar com os efeitos secundários. Se você não tem uma medicação que pode fazer tudo isso, eu não vou tomar nada. — Nós precisávamos fazer essas perguntas para ter certeza de que está usando o melhor remédio para os seus sintomas. Se você não tem um sintoma particular, simplesmente diga que você não tem esse sintoma. Você não precisa jogar com a gente. — Tudo bem, deixe-me resumir para você. Fico deprimido e faço nada por um tempo. Então eu fico maníaco e faço um monte de merda por um tempo. Quando eu tomo a sua medicação, eu não fico deprimido ou maníaco, mas eu não consigo dormir ou comer ou beber álcool. Eu realmente não estou convencido de que do seu jeito é melhor. A psiquiatra respirou fundo, como se ela precisasse se recompor, para que ela não perdesse o controle com ele. — Se você viesse nas suas sessões semanais, conseguiria monitorar melhor seus sintomas e ajustar as dosagens. — Sim, bem, eu estou ocupado. Olhei para ele. — Pare com isso. — eu disse baixinho. Ele se recostou na cadeira e cruzou os braços sobre o peito novamente. — Eu suponho que você vai me dar algo para beligerância. Ela abaixou a caneta e sorriu, mas parecia exausta. — Eu gostaria que fosse assim tão simples. Existe uma maneira fácil de evitar esses tipos de reuniões se você não gosta tanto delas.


— Qual é? — Siga seu protocolo de tratamento e pare de abusar do seu corpo. Ele inclinou a cabeça e sorriu para ela, preparado para empurrá-la para o seu ponto de ruptura. — Eu gosto do abuso. O que isso diz sobre mim? — Eu digo que você é um homem velho de 22 anos que não amadureceu o suficiente ainda para saber o que é realmente importante. — seu tom deixou claro que ela estava perdendo a paciência. — Então, porque você gastou algo como doze anos na universidade, você acha que sabe o que é realmente importante para mim? Ela fez uma pausa, como se estivesse contemplando sair, mas então, perguntou: — O que é realmente importante para você, Cole? — Montar touros e transar. Se eu não posso fazer essas duas coisas eu prefiro estar morto. E sim, isso é uma ameaça de suicídio. Ela levantou as sobrancelhas e deu um sorriso pouco impressionado novamente. Ela descansou o queixo na palma da mão e bateu o dedo sobre o lábio quando ela olhou para ele, sem ideias. — Cole, você quase morreu. — disse o médico careca. — Se você continuar fazendo coisas assim, seu fígado vai se destruir. Você não pode montar touros se o seu fígado ficar danificado. Cole, na verdade, pareceu ouvir isso, mas então, ele se levantou. — Posso sair agora? Eu tenho um rodeio que eu preciso chegar. Todos eles olharam um para o outro para conferir. A assistente social finalmente respondeu: — Bem, Cole, é a sua vida, mas quando você não cuida de si mesmo ou leva a sua saúde mental a sério, você sobrecarrega sua família. — Eu não os ouvi reclamando. Os olhos da psiquiatra me imploraram para eu falar o tanto que era uma carga lidar com sua merda o tempo todo. Eu não disse nada, então ela falou: — Sua mãe está lutando com esclerose múltipla, o marido morreu recentemente, e ela teve que vender o rancho da família para pagar a dívida. Mesmo que ela não se queixe, estou certa de que ter seu filho mais velho propositadamente fazendo coisas que poderiam prejudicá-lo seriamente ou até mesmo matá-lo, é algo que a deixa angustiada.


Cole saiu. Todos os outros profissionais mudaram seu foco para mim. Eu coloquei meu chapéu de volta. O médico disse: — Ele precisa entender que a doença mental não é algo que ele pode ignorar. Se ele não levar o seu tratamento a sério vai impactar sua capacidade de trabalhar, socializar e, eventualmente, comprometer a sua saúde física. Eu balancei a cabeça. Eu tinha ouvido tudo isso antes. Não era eu que precisava ser convencido. — A esclerose da sua mãe pode, possivelmente, complicar com este estresse. — Sim, Senhora. Eu sei. — Ele falou sobre a morte do seu pai com você? — a psiquiatra perguntou. — Não, Senhora. — Ele já visitou o túmulo, ou fez algo mais para dizer adeus? — Não, Senhora. Não que eu esteja ciente. — O encerramento é importante e o fato de que ele se recusou a assistir ao funeral tornará mais difícil para ele processar a sua dor. — Cole faz as coisas à sua própria maneira. — Eu tenho certeza que você pode encorajá-lo na direção certa. Eu ri, uma vez que era altamente improvável. — Você sabe por que os touros pulam? — Porque vocês amarram algum tipo de corda em torno de seus testículos. — Não. A cinta de flanco fica sobre o abdômen. Eles pulam, porque eles querem. Se eles não querem, eles não fazem. Você não pode fazê-los fazer merda nenhuma se eles não quiserem. Ela assentiu com a cabeça, escreveu algo em seu bloco de receitas, e arrancou a página. — Cole não é um touro. Ele pode começar a tomar este. Ele não tem contraindicações com álcool, mas eu ainda não recomendo que ele use qualquer tipo de substância. Ele tem que parar o outro lentamente. Ele não pode simplesmente parar abruptamente de tomar. Por favor, monitore-o e certifique-se que ele siga as instruções. — ela deslizou o papel para o outro lado da mesa.


— Ele pode montar este fim de semana? — dobrei a prescrição e coloquei-a no bolso. Ela encolheu os ombros. — Se ele se sentir bem com isso. — Ele está livre para ir? — Sim. Eu toquei meu chapéu, em seguida, saí. Cole estava em pé no corredor com as costas contra a parede esperando por mim. Sua arrogância tinha ido embora. — O que há de errado com você, inferno? — Eu sou louco, lembra? — Não, você não é. Você é apenas um idiota. — eu dei um soco no seu ombro. — Vista-se. Temos que ir encontrar a mãe. Você provavelmente a fez chorar. Ele franziu a testa, porque ele odiava a ideia de mulheres chorando tanto quanto eu. — Você acha que eu sou um fardo? — ele perguntou, sério. — Eu penso que você é um pé no saco, mas uma vez que você é meu irmão, eu acho que vou ter que viver com isso. Aliviado, ele colocou seu braço em volta do meu pescoço e me deu um abraço apertado. — Obrigado, cara. — Não há de quê. Vamos a um lugar onde vale a pena ser louco. — Isso, baby.


Capítulo Sete Pousamos no aeroporto de Victoria na quinta-feira à noite e fomos de táxi para o hotel. O hotel era perto do local de feiras de Luxton e estava cheio de participantes de rodeio. Fizemos o check-in e, em seguida, passamos pela piscina. Lee-Anne e Rochelle estavam descansando em cadeiras de praia em seus biquínis, então Cole e eu paramos para dar uma olhada. Eu senti um beliscão na minha cintura. — Ei, Billy. Pensei que você não viesse. — disse Shae-Lynn quando pulou entre nós. Seu biquíni rosa brilhante exibia seu corpo atlético. — Eu... — eu apontei meu polegar para Cole. — Ele, uh, eu mudei de ideia. — Você vai dar um mergulho? — ela perguntou com um sorriso que eu não conseguia interpretar. — Eu não trouxe roupa de banho. — Que pena, a menos que você queira mergulhar vestindo jeans e um abdômen torneado — ela deu alguns passos para trás. Eu estava tentando descobrir quando ela tinha crescido tanto e me levou um segundo para me concentrar de volta na conversa. — Ei, uh, o que está, como está a sua mãe? Você sabe, com a concussão. — Ela está se sentindo melhor. Ambos os meus pais vieram com a gente. — Vocês, meninas, querem se juntar a nós para o jantar? — Cole perguntou. — Nós já comemos, mas talvez encontramos vocês mais tarde. — ela sorriu, então acenou. Eu olhei para sua bunda quando ela foi embora, o que foi um pouco estranho, desde que era Shae-Lynn. — Meu Deus, olhe aquilo. — Cole disse. — Alguém está crescendo. — ele empurrou meu ombro. — Eu disse para olhar aquilo, não encarar. O que há de errado com você? — ele apontou para onde eu estava apertando o meu peito. Eu balancei minha cabeça, não tinha certeza. — Têm problemas cardíacos na família? Eu acho que sinto um zumbido ou algo assim.


— Sim. Todos os homens do lado da mamãe morreram de ataques cardíacos. — Ótimo. — eu estremeci do desconforto antes de segui-lo para o quarto. Ele se deixou cair na cama e leu o pacote de boas-vindas. — Vamos para o parque. — ele disse. — Você sabe que eu odeio brinquedos de parque de diversão. — Quem se importa com os brinquedos? Eles terão minidonuts e meninas. — Meninas menores de idade. Você precisa ter cuidado, a menos que você esteja pensando em ser preso. Mais uma vez. — Ei, eu só fui preso por brigar, não pedofilia. — É um terreno escorregadio. — eu ri quando me sentei na cadeira e liguei a TV. — Sim, você sabe, Sr. Grand Theft Auto. — Ei, eu peguei aquela caminhonete emprestado para você. De nada. Ele sorriu em agradecimento, em seguida, desapareceu no banheiro. Ele levou uma eternidade para tomar banho e se arrumar. Não chegamos ao parque até às dez e eu estava morrendo de fome. Depois de caminhar por um tempo, eu comprei uma fatia de pizza de uma barraca. Cole me deixou lá enquanto ele foi procurar os minidonuts. Enquanto eu estava de pé comendo a minha pizza, vi uma menina com um longo cabelo ruivo na barraca de tiro. Ela estava de costas para mim e ela afastou as pernas, ligeiramente inclinada, de postura reta enquanto disparava um rifle em alvos em movimento. Ela estava vestindo shorts jeans curtos e um top. Eu andei até ela e observei por cima do seu ombro. Ela acertou cada alvo. — Tiro legal. Ela pulou um pouco e virou o rosto para mim. — Ei. — ela colocou o cabelo atrás da orelha. — Obrigada. Antes que eu tivesse a chance de dizer qualquer outra coisa, Lee-Anne chegou ao meu redor, roubou o meu chapéu e o colocou na cabeça de Shae-Lynn. — Ei, Billy Ray. Onde está o seu irmão? — Nos minidonuts. Ela sorriu como se estivesse tramando algo. — Mmm. Isso soa bem, não é mesmo, Rochelle?


— O quê? — Rochelle perguntou quando ela se juntou a nós. Ela estava mandando um SMS em seu telefone e não estava realmente prestando atenção. — Minidonuts com Cole. Vamos ver vocês dois mais tarde. — Lee-Anne puxou o cotovelo de Rochelle e desapareceu na multidão. Shae-Lynn colocou meu chapéu na minha cabeça. Ela olhou para mim, depois olhou para as pessoas alinhadas para ir na roda-gigante. — Onde você aprendeu a atirar assim? — Meu pai me ensinou. Eu acho que ele desejava secretamente que eu tivesse nascido um menino. — o atendente do jogo entregou-lhe um coelho de pelúcia por ganhar. — Lembre-me de não te chatear. Ela sorriu e enganchou seus dedos polegares nas presilhas dos seus shorts. — Stella está aqui? — Não. Tawnie disse que ela ia correr em outro lugar este fim de semana. Ela assentiu com a cabeça, mas agiu estranhamente, como se não soubesse como responder. Eventualmente, ela mudou de assunto: — Eu estava pensando em pegar uma bebida. Você quer pegar alguma coisa? — Certo. Passamos pelas barracas de jogos e pela grama, onde a maior parte das comidas estavam. Ela puxou meu cotovelo e deu um passo para o lado na fila em frente a uma banca de limonada feita na hora. — Eu pensei que você estivesse falando de bebida de verdade. — eu ri e dei uma nota de dez dólares para a menina que passou para Shae-Lynn nossos copos de limonada. — Eu tenho o meu próprio dinheiro. — ela me entregou a minha bebida e enfiou a mão no seu bolso frontal para tirar uma nota de cinco dólares. Ela o balançou um pouco para tentar me dar o dinheiro. — Está bem. Deixa comigo. Ela sorriu e guardou o dinheiro de volta no bolso. — Obrigada. Eu vou comprar o seu bilhete para a montanha-russa ou algo assim. — Não, obrigado. Eu não gosto de brinquedos.


Ela riu para me provocar. — Como pode um peão de rodeio não gostar de brinquedos? — Eu simplesmente não gosto. Eles me fazem querer vomitar. Ela puxou minha mão e me levou para um brinquedo que era um monte de cadeiras balançantes suspensos por uma espécie carrossel circular. — Você pode fazer isso. — ela encorajou. — Olhe, há crianças nele. Eu fiz uma careta e estudei a estabilidade do aparelho quando ela pagou o atendente. Os balanços estavam apenas cerca de um metro do chão, então eu sentei em um ao lado do dela e testei a resistência das cadeiras. Ela tomou um gole de limonada, então arrumou o coelhinho de pelúcia encostado ao lado dela. — Está pronto? — O que ele faz? — Só gira. Prenda o cinto de segurança. A campainha tocou e começou uma música ambiente quando todo o carrossel girou. Depois de algumas rotações, a força da velocidade nos puxou de nossos acentos até que nós estivéssemos voando para os lados. — Uh, o quão rápido essa coisa vai? — eu coloquei a limonada entre as minhas coxas para que pudesse agarrar o cinto com as duas mãos corretamente. Ela riu e levantou os braços no ar, completamente despreocupada. — Não muito mais rápido do que está. Isso foi quando o apoio central do carrossel começou a subir. Meus dedos seguraram o cinto enquanto eu espiei por cima da borda para o chão e recuei. — Merda. — fechei meus olhos com força e todos os músculos do meu corpo paralisaram. Shae-Lynn riu. Abri um olho para verificar, e tudo que eu vi foi o céu zunindo. — Quão alto ele vai? Estou me sentindo enjoado. Shae-Lynn estendeu a mão para mim. Ela inclinou a parte superior do corpo por cima da borda do balanço, a fim de preencher a lacuna entre nós. — Cuidado. Não. Você vai cair.


— Está tudo bem. — ela disse com calma genuína. — Pegue minha mão. — o cabelo dela girava com o vento da mesma forma que fazia quando ela estava montando o Harley. As luzes do brinquedo refletiram em seus olhos e fez o gloss dos seus lábios brilhar. Ela sorriu e me incentivou a chegar a mais perto. Eu arranquei os dedos da minha mão esquerda da trava e levei o meu braço para fora. Levou duas tentativas antes das nossas mãos se ligarem. Ela puxou para juntar as nossas cadeiras e riu quando ela usou toda a sua força para nos manter unidos. Nossos olhos se encontraram e eu fiquei olhando para ela. — O quê? — ela inclinou a cabeça para estudar a minha expressão, perguntando por que eu estava agindo de forma estranha. Embora eu soubesse que era porque eu não podia acreditar que eu nunca tivesse percebido o quanto ela era bonita antes, dei de ombros e disse: — Eu não sei. Ela levantou as sobrancelhas de uma forma maliciosa como se ela soubesse o que eu estava pensando, então ela soltou a minha mão. Ela acenou quando minha cadeira saiu do seu alcance e ficou pendurada a ponto de ranger. Eu fechei meus olhos com força o resto da viagem nauseante. Uma vez que os balanços reduziram para perto o suficiente do chão, para eu me sentir confortável novamente, eu disse: — Você vai se arrepender disso, Shae-Lynn. Ela riu, recolheu sua bebida e seu coelho, e saiu correndo. Depois que eu tinha me soltado do cinto de segurança, eu a persegui e avancei para agarrá-la pela cintura com o braço esquerdo enquanto eu tentava não derramar a minha bebida com a minha direita. Ela gritou e se dobrou tentando soltar meu aperto. — Eu disse que não gostava de brinquedos, porque eles me fazem passar mal. Eu acho que sua punição deveria ser eu te jogar naquele tanque d'água ali. — Não, não, não. Sinto muito. Eu não vou fazer isso de novo. — ela riu e se contorceu até que ficou na minha frente. — Eu sinto muito. — seu lábio inferior se projetava em um beicinho que, provavelmente, a faria escapar de um assassinato se ela usasse com seu pai. — Eu realmente sinto muito. Você me perdoa? Quando percebi o quão perto estávamos e que tipo de mensagem poderia estar sendo enviada para as pessoas nos assistindo, eu a soltei.


Ela piscou, orgulhosa por escapar com a brincadeira. — Você é um covarde. — ela tomou um gole de limonada e estava sorrindo até que ela viu algo sobre o meu ombro que a fez mudar de expressão. Blake me deu um tapa nas costas, foi para o lado de Shae-Lynn, e envolveu o braço no seu ombro. — Ei, Shae. Como você está? Em vez de lhe responder, ela olhou para mim e advertiu: — Não faça isso. Quando Blake notou quão intensamente ela estava olhando para mim, ele virou a cabeça. — Estou interrompendo alguma coisa? Nenhum de nós respondeu. Ele a olhou de cima até embaixo. — Você quer ir em alguns brinquedos, Shae? — Não, obrigada. — Eu poderia ganhar um ursinho de pelúcia ou algo assim. Ela levantou o coelho que ela mesma ganhou. — Eu já tenho um, obrigada. Ele se concentrou em mim e eu sabia, pelo sorriso no seu rosto, que ele ia tentar me provocar. — Eu ouvi que o seu irmão recebeu um passe de fim de semana do hospício para vir aqui. Eu não respondi por que eu tinha prometido para Shae-Lynn que eu não faria nada com ele. Ele estendeu a mão e tomou um gole da limonada de Shae-Lynn. Ela enrolou o lábio e entregou o copo inteiro para ele. — Você não quer mais? — Não. Terminei. Eu entreguei o meu para ela e ela sorriu antes de tomar um gole. Lee-Anne deu a volta por trás de mim e inclinou seu cotovelo no ombro de Shae-Lynn. Ela colocou um minidonuts em sua boca e falou com ele na boca. — Ei, Blake. — ela sorriu para mim como se ela estivesse esperando que eu batesse nele. Cole e Rochelle se juntaram a nós. Sem dizer nada, Cole me entregou sua sacola de minidonuts. Ele disse oi para Blake, em seguida, deu um soco em toda sua maçã do rosto. A força fez Blake cair para trás sobre a grama e a limonada molhar a sua camisa.


Shae-Lynn gritou. Lee-Anne aplaudiu. Rochelle parecia confusa. Blake segurou o rosto dele e tentou sentar-se. — Que diabos, Cole? — Isso foi por tirar vantagem de Shae e, em seguida, fazê-la ir para casa sozinha do hotel. — ele estendeu a mão como se quisesse socar seu rosto de novo. A boca de Shae-Lynn caiu aberta quando ela olhou para mim. — Billy. — O quê? Eu não fiz nada. — Sério? — ela apoiou a mão em seu quadril, chateada. — Quem contou para Cole o que aconteceu? — Eu... Sua raiva virou constrangimento e sua voz falhou. — Você me prometeu. — ela se virou e bateu no peito do seu pai. A limonada escorregou da sua mão, caiu para a grama, e se espalhou por toda parte. Ela passou ao redor do seu pai e jogou o coelho no chão antes de fugir. Sr. Roberts franziu a testa enquanto ele avaliou o que estava acontecendo. — Você se aproveitou da minha filha? — ele perguntou ao Blake. Blake ficou de pé e tirou o pó dos seus jeans. — Não, senhor. — Por que esses meninos acham que sim? — Eu não sei. Eu a levei para um encontro quando estávamos em Coleman, mas nada aconteceu. Eu juro. Lee-Anne e eu estremecemos quando ele falou Coleman. — Entendo. — Sr. Roberts atirou um olhar para Lee-Anne que poderia ter feito um lobo sair com o rabo entre as pernas. — Veja. — ele disse, e ela e Rochelle fugiram. — Você. — ele apontou para Blake. — É melhor eu não te ver perto de qualquer uma delas novamente. Entendeu? — Sim, senhor. — Blake se afastou e deixou Cole e eu em pé com o Sr. Roberts. — Shae-Lynn é uma boa menina. — eu disse. — Sim, e eu gostaria de mantê-la dessa maneira. — Ela não fez nada de errado. Blake é um idiota, mas ela lidou com isso. Espero que ela não vá ficar em apuros ou nada.


— Elas estavam em Coleman quando me disseram que estariam em Calgary. Eu não gosto que mintam para mim. — ele se virou e foi embora. Eu considerei dizer-lhe que sua mãe sabia que elas estavam em Coleman e tecnicamente mentiu para ele também, mas eu percebi que entregá-la só tornaria tudo pior. — Merda. — eu murmurei. Cole me ofereceu um minidonuts, mas eu empurrei a mão dele. — Ei. — disse Tyson enquanto ele andava com um cachorro quente em uma mão e cerveja na outra. — Eu acabei de ver Blake. Ele chamou ambos de idiotas. O que eu perdi? Cole balançou a cabeça para indicar que não era grande coisa. — Nada. Eu só tinha de lhe ensinar uma lição sobre ser um cavalheiro. — Por quê? O que ele fez? — Ele mexeu com a garota errada. — Quem? Tawnie? — ele olhou para mim e deu uma mordida no seu cachorro quente. — Shae. — Cole disse. Ele balançou a cabeça como se já tivesse ouvido o que aconteceu em Coleman e não ficou surpreso. Ele deu outra mordida e falou com a boca cheia. — Alguns caras estão se reunindo para um jogo de pôquer. Vocês querem entrar? — Sim. — Cole me empurrou no braço. — Você vai? Eu não tinha certeza o que mais eu poderia fazer para convencer o Sr. Roberts a dar a Shae-Lynn uma pausa sem causar mais problemas, então eu assenti. Peguei o coelhinho de pelúcia da grama e os segui pelo caminho de volta, em direção ao estacionamento dos participantes. O jogo de pôquer estava sendo realizado em Mutt, no acampamento dos toureiros. Ele estava estacionado quatro vagas para baixo do motorhome dos Roberts e conforme chegamos mais perto, notei que o motor estava funcionando. — Eu encontrarei vocês lá em um minuto. — eu disse antes de correr e encontrar Shae-Lynn carregando o Harley no trailer. — Ei, eu sinto muito por ter contado ao Cole. Eu não sabia que ele faria isso. — Sim, você sabia. — ela retrucou. — Está bem, talvez, mas eu não sabia que ele faria na frente do seu pai.


— Sim, bem, ele contou e agora meu pai está me fazendo sair da competição e ir para casa. — ela fechou a porta do trailer e deslizou a porta. — Você tem quase 19 anos. Você pode ficar se você quiser. — E montar qual cavalo? Ele é dono do Harley e do trailer dele. Eu realmente queria oferecer Stella para ela montar, mas eu nem sabia onde ela estava. — Vamos, Shae. — seu pai gritou pela janela do motorista do trailer. — Sinto muito. — eu disse novamente e lhe entreguei o coelhinho de pelúcia. Ela o segurou pelo pescoço como se estivesse morto. — Sim, eu também. Estendi a mão para o seu cotovelo e a fiz virar para me encarar. — Não. Eu realmente sinto muito que você vá perder a competição. Se eu soubesse o que ia acontecer, eu não teria dito Cole. — Você não deveria ter dito a Cole de qualquer maneira. Você prometeu que não diria. — Eu não prometi isso. Eu prometi que não faria nada com Blake. — Eu disse que não queria que ninguém soubesse. Eu pensei que eu pudesse confiar em você. — sua voz vacilou, à beira das lágrimas. — Ele mereceu. — Não, ele não mereceu. Blake correu atrás de mim naquela noite. Ele ia me levar de volta para o motorhome, mas eu entrei em sua caminhonete antes que ele tivesse a chance de me alcançar. Ele pediu desculpas no dia seguinte e eu o perdoei. — Por que você não me disse isso, quando falamos ao telefone? — Não deveria importar se ele se desculpou ou não. Você me prometeu. — ela puxou o braço para me fazer soltá-la e caminhou em direção à porta. — Shae-Lynn, vamos lá. Você sabe que eu não queria que isso acontecesse dessa forma. Eu estava apenas tentando fazer o certo por você. — Fazer o certo por mim teria sido respeitar os meus desejos e cumprir suas promessas. Deixe-me sozinha, Billy. Eu não quero ser amiga de alguém que eu não posso confiar. — ela subiu os degraus e bateu a porta atrás dela.


Eles saíram e eu assisti até que eles se voltaram para a estrada principal e desapareceram. Exalei, não sei por que isso me afetou tanto desse jeito. Eventualmente eu andei até o acampamento de Mutt. Ele nos ofereceu cervejas. Cole recusou, então eu também. Mutt olhou para nós confuso por um segundo, mas então ele deve ter se lembrado por que Cole não podia beber. — Tudo certo. Vamos jogar um pouco de pôquer. Sentei-me à mesa da pequena sala de jantar e joguei meu dinheiro sobre a mesa. — Tudo bem? — Cole perguntou quando ele se sentou ao meu lado. — Sim. Ele sempre sabia quando eu estava mentindo, mas não quis pressionar ou ele não queria entrar nisso na frente dos caras ou ele não se importava com o que estava me incomodando. Ele pegou suas cartas e apostou. Eu nem sequer olhei para as minhas - eu apostei. Eu perdi. Montes de meninas acharam que eu era um idiota e eu nunca me tinha incomodado tanto assim antes. Havia algo sobre a expressão desapontada no rosto de Shae-Lynn que eu não conseguia tirar da minha cabeça. Depois que nós tínhamos jogado cartas por cerca de uma hora, houve uma batida na porta do trailer. Tyson se levantou e abriu. Eu não podia vê-la, mas eu soube quem perguntou: — Billy Ryan está aqui? Ele se virou e mexeu as sobrancelhas para cima e para baixo. — Alguém está aqui para ver você, Billy. Cole tinha que deslizar ao longo do banco para me deixar sair. Eu realmente não tinha a opção de evitá-la, então eu levantei e coloquei meu chapéu. — Vou lidar com isso. — eu saí para a grama e fechei a porta atrás de mim. Tawnie não disse nada. Parecia que ela estava esperando que eu explicasse porque eu nunca liguei. Usava um chapéu azul claro e uma jaqueta jeans que combinava. Eu tentei pensar em algo para dizer, mas eu não tinha ideia de qual era a coisa certa. Eventualmente, eu disse: — Eu não esperava vê-la. Eu pensei que você fosse para Falkland. — Eu me confundi. — Como está Stella?


— Ela está bem. Você pode ir e vê-la amanhã. — ela mudou seu peso para o pé direito e enganchou seus polegares no seu bolso de trás. — Você recebeu meu bilhete e o cheque? — Sim. Obrigado. Estava um pouco escuro demais para dizer com certeza, mas seus olhos pareciam vidrados como se ela fosse chorar. — Você deve ter andado muito ocupado. — Sim. Eu estava trabalhando em dois empregos e meu irmão foi hospitalizado, então estava meio caótico. — Hospitalizado por quê? — Uh, ele teve algo como uma reação alérgica. Ela mudou seu peso para o pé esquerdo e suspirou. Depois de olhar para o chão por alguns segundos, ela olhou para o meu rosto. — Pareceu que talvez tínhamos compartilhado algo especial, e você está agindo como se você desejasse que aquilo nunca tivesse acontecido. Eu fiz algo errado? Eu empurrei o meu chapéu para trás e olhei por cima do meu ombro para o trailer. Cinco caras estavam na janela olhando para nós, então eu estendi a mão e agarrei a dela. — Vamos dar uma volta. — eu a levei pela parte de trás das cabines de touro e me sentei na borda de uma mesa de piquenique. A música e as campainhas dos brinquedos do parque pareciam altos. Ela ficou de frente para mim abraçando-se como se ela estivesse com frio. — Desculpe-me por não ter ligado. Eu só não saio com as meninas do circuito. — Mas você não tem nenhum problema de dormir com elas? — Namoro de longa distância é muito complicado. Não funciona. — Você está dizendo que estaria interessado em me namorar se morássemos na mesma cidade? A resposta era não, mas eu percebi que não seria gentil. Virei a cabeça para o lado por causa do hábito de cuspir tabaco. Isso deve ter parecido estranho, já que eu não tinha nada para cuspir. Seus olhos estavam definitivamente marejados naquele ponto. — Eu não sabia que você estava interessada em namoro. Imaginei que você só fez aquilo porque achou que me devia por Stella. — Você acha que eu dormi com você, porque você deixou-me montar sua égua?


Dei de ombros, porque era uma suposição lógica. — Se fosse esse o caso, eu tecnicamente precisaria dormir com Ron Miller. Eu ri com o pensamento dela dormindo com um cara quase trinta anos mais velho que ela. — Isso é doente. Ela sorriu um pouco e limpou as lágrimas do rosto. — Eu não tive a intenção de te machucar. Eu só não achei que você queria mais. — Então, na sua cabeça eu sou o tipo de garota que sai por aí agradecendo caras dormindo com eles? Eu dei de ombros. — Eu realmente não tinha quaisquer outras informações. O que eu deveria pensar? — Eu não sei. Oh meu Deus. Você está certo. — ela se ofegou novamente e pressionou as palmas das mãos sobre os olhos. — Eu sou tão estúpida. — ela abaixou as mãos e olhou para a arena de rodeio vazia. — Nunca me ocorreu que você poderia pensar que eu era uma groupie de rodeio. Eu sei que você não vai acreditar em mim agora, mas eu não sou uma vagabunda. Eu só estive com outro cara, e ele era um namorado de longa data. — ela segurou seu estômago. — Oh Deus, eu estou passando mal. Desculpe-me, eu estraguei as coisas entre nós. Estou tão envergonhada. — ela virou-se e caminhou rápido. — Tawnie. — eu a persegui e estendi a mão para pegar o seu cotovelo. Ela se encolheu como se pensasse que eu ia bater nela ou algo assim. Eu soltei o braço dela e ela relaxou. Seu rosto estava virado para o lado, então eu segurei delicadamente o seu queixo e a girei para fazê-la olhar para mim. — Se não foi para me agradecer por Stella e você normalmente não faz esse tipo de coisa, por que você dormiu comigo? — Eu queria. — ela respondeu sem nem mesmo precisar pensar nisso. — Você mal me conhece. — Eu sei. — ela cobriu os olhos com as mãos novamente. — Deus, o que há de errado comigo? Você deve pensar que eu sou uma idiota. Eu não tinha certeza de como eu me sentia. Ela deixou cair sua mão. — Eu tive uma grande paixão por você quando estávamos no circuito júnior. Quando eu te vi novamente, eu percebi que ainda tinha uma queda por você. Então, quando nós estávamos dançando no bar, eu pude sentir seu coração


acelerado. Eu esperava que você sentisse o mesmo por mim. Talvez tenha sido porque eu não sabia quando veria você de novo, ou talvez fosse realmente por causa de Stella. Obviamente, eu cometi um erro ao apressar as coisas e se eu pudesse, voltaria atrás. — ela inclinou a aba do seu chapéu para baixo e chutou a sujeira. — Eu sinto que vou morrer de vergonha, por isso, se pudéssemos simplesmente esquecer o que já aconteceu, isso seria ótimo. Olhei para ela por um tempo, então eu disse: — Eu tinha uma queda por você no circuito júnior também. Ela olhou para cima, surpresa. — Verdade? — Sim. Você desapareceu e eu sempre quis saber o que aconteceu com você. Eu estava prestes a ir lá e falar com você quando eu te vi novamente na última temporada. — Por que não foi? — Um touro pisou no meu rosto. Isso provavelmente soa como uma desculpa inventada, mas isso realmente aconteceu. Ela riu. Estávamos de pé no local vazio na grama, onde o motorhome dos Roberts estava estacionado. O sermão que Shae-Lynn tinha me dado passou de novo pela minha cabeça quando tirei o meu chapéu e passei a mão pelo meu cabelo. O velho Billy teria inventado uma desculpa para não poder ver Tawnie novamente, mas eu realmente queria pressionar no botão de rebobinar e provar que eu poderia ser um cara legal. — O que você diz sobre termos um encontro no sábado à noite no baile? Ela assentiu com entusiasmo. — Tudo bem. Podemos fingir que Coleman nunca aconteceu? Eu ri e admiti: — Há algumas coisas sobre Coleman que eu não me importaria me lembrar se estiver tudo bem para você. Ela empurrou meu ombro e depois descansou contra o meu peito para um abraço. Seu cabelo cheirava ao seu shampoo de lavanda e minha mente criou uma imagem de como ela deve parecer saindo do chuveiro, toda bronzeada e lisa. A palma da minha mão deslizou por seu braço e sobre a inclinação do seu ombro para logo abaixo da orelha. Ela fechou os olhos e inclinou a cabeça para deitar no apoio da minha mão. Meu polegar acariciou sua bochecha.


— Eu estive sonhando com seu toque desde a última vez que te vi. — ela sussurrou. Eu pressionei meus lábios suavemente contra a maciez sedosa do seu pescoço. — Eu tenho que ir. — ela sussurrou e se afastou como se ela estivesse preocupada que a noite acabasse da mesma forma que em Coleman se ela não saísse. — Você quer que eu te leve para o hotel? Ela balançou a cabeça como se ela achasse que era uma má ideia, mas sorriu como se não se importasse se eu o fizesse. — Eu estou bem, obrigada. Você devia voltar para o seu jogo de pôquer. — Tudo bem. Vejo você amanhã. — Amanhã. — ela repetiu antes de virar e ir embora. Meu telefone tocou no meu bolso. Eu a assisti andando a pé até que ela virou a esquina, em seguida, li o texto do Tyson. — Merda. — eu murmurei e corri de volta para o trailer do Mutt.


Capítulo Oito Na tarde de sábado, Cole subiu na sela para se preparar para o seu momento. Eu pressionei meu pé no quarto dianteiro do touro, mas não puxei a corda. Cole olhou para mim para ver o que eu estava esperando. — Sem pressão, mas eu devo oito mil dólares, acrescidos de juros em um cavalo que eu nem quero e você, perdeu um trailer de vinte mil dólares em uma aposta estúpida. Você precisa se agarrar a este touro. — Sim, eu preciso. Puxe a maldita corda. — ele resmungou pelo seu protetor bucal. Puxei-a, em seguida, bati três vezes nas costas, um pouco mais forte do que o necessário. Ele abaixou o queixo e balançou a cabeça. O touro inicialmente se atirou para fora do portão e começou a fazer giros curtos, mas um dos toureiros bateu em sua cabeça e forçou a parte traseira a levantar e começar a sacudir bem. Ele usou cada movimento para tentar se livrar de Cole, mas nada funcionou. Cole estava em sua zona e tinha a melhor montaria da sua vida. A campainha tocou e ele pulou em perfeito estado. Todos nós olhamos para o placar. Ele recebeu um noventa e dois, que era o seu melhor pessoal e apenas dois pontos do meu melhor pessoal. Ele se virou e apontou para mim antes de pular a cerca e acenar com o chapéu para a multidão. Depois que ele se exibiu por um tempo, ele pulou para baixo e me cumprimentou no peito. — Como foi isso, baby? — Foi muito bom, mas você precisará repetir esse feito amanhã na final... e cada vez mais depois disso até o resto da temporada, se nós formos pagar as nossas contas. — Sim. Não se preocupe. — ele pegou meu chapéu e bateu-me com ele. — Pare de ser um cortador de onda. Esse foi um recorde pessoal. Eu bati em suas costas. — Você foi bem. Papai ficaria orgulhoso. Ele sorriu e assistiu os dois últimos toureiros. Eles fizeram tudo certo, mas Cole manteve sua liderança. — Vamos comemorar.


— Eu não posso. Eu tenho um encontro. Ele ergueu a sobrancelha, pronto para me dar os conselhos. — Com Tawnie? — Pode ser. — Ora, ora, ora. Olha quem está agindo como um cavalheiro. Descubra se ela tem uma amiga que queira me ajudar a celebrar. — Você não precisa de mim para marcar encontros para você. — Bom ponto. — ele pulou para cima do parapeito exterior da arquibancada e para a primeira fila. Uma menina colocou o braço por cima do seu ombro e beijou sua bochecha. Ele inclinou-se e gritou: — Não me espere acordado. — Apenas certifique-se que você possa montar na final. Ele sorriu de uma forma que fez parecer que ele não estava dando nenhuma garantia. Então, ele se virou para falar com as meninas que tinham se aglomerado em torno dele. Tawnie estava me esperando às oito, então eu voltei ao hotel, me limpei e estava pronto para ir por volta de sete e quarenta e cinco. Minha boca estava cheia d’água para mastigar alguma coisa, então eu coloquei três pedaços de chiclete na minha boca. Faltando cinco para as oito, eu caminhei pelo corredor e peguei o elevador até o terceiro andar, onde Tawnie estava hospedada. Antes de bater, ocorreu-me que eu deveria aparecer com flores ou algo assim. Eu me virei e fui para o lobby. A loja de presentes não tinha flores, mas eu comprei uma caixa de chocolates e voltei para o terceiro andar. Bati e a ouvi se movendo do lado dentro antes que ela abrisse a porta. Ela parecia enlouquecedora em seu jeans branco apertado e uma blusa branca que era sob medida para mostrar a sua barriga lisa. Seu cabelo estava enrolado em ondas grandes e soltas. Eu fiquei sem palavras, então em vez de falar, eu lhe entreguei os chocolates. Ela riu da minha falta de jeito e desapareceu para colocá-los no quarto. — Para onde vamos? — ela perguntou quando saiu para o corredor e fechou a porta atrás dela. Pisquei cerca de cinco vezes antes que eu fosse capaz de falar. — Hum, eu pesquisei na internet e encontrei uma churrascaria que parece ser muito boa. Você não é vegetariana, ou é? — Não, eu gosto de bife. — ela sorriu novamente e pareceu um pouco preocupada com a razão de ainda estarmos de pé, na frente da sua porta. — Então, devemos ir?


— Você está muito bonita. — eu finalmente disse. Ela fechou os olhos e balançou a cabeça, envergonhada. — Obrigada. — ela enroscou o braço no meu cotovelo e me fez andar pelo corredor. O táxi já estava esperando fora da entrada do lobby, então eu abri a porta para ela e observei sua bunda conforme ela deslizou para dentro do taxi. Depois de dizer ao taxista o endereço do restaurante, olhei para Tawnie e procurei algo sobre o que falar para quebrar o constrangimento. — Você e Stella passaram um bom tempo hoje. — Sim, eu quase não tenho que fazer nada. Ela é simplesmente rápida. — Você poderia até mesmo bater Shae-Lynn se ela estivesse aqui. — O que aconteceu com ela? Ouvi dizer que ela teve que se retirar. Dei de ombros, não querendo fofocar sobre isso porque incomodaria Shae-Lynn se ainda mais pessoas soubessem. Desde que eu não respondi, ela fez outra pergunta: — Vocês já são amigos há muito tempo? — Eu a conheço desde que ela era um bebê. Seu pai e meu pai eram amigos. Eles cresceram juntos em Saskatoon. — Eu pensei que ela fosse de Calgary? — Eles se mudaram há cerca de dez anos. Ela assentiu com a cabeça e pareceu insegura a respeito de qual rumo levar a conversa a partir daí. Ela colocou o cabelo atrás das orelhas. — De onde você é? — eu perguntei para ajudá-la. — Originalmente, Winnipeg, mas me mudei para morar com meus avós em Edmonton depois que meus pais morreram em um incêndio. — Ah, lamento ouvir isso. Ela olhou nos meus olhos por um breve segundo, em seguida, olhou para a bolsa em seu colo. — Ouvi dizer que você perdeu o seu pai. — Sim. — eu me mexi no banco e esperei que ela passasse para o próximo tópico. — Ele morreu em um acidente?


Meus músculos do pescoço ficaram tensos e meu ritmo cardíaco acelerou. Achei que provavelmente era melhor deixar claro desde o início que nós não falaríamos sobre o meu pai, então sendo direto, eu disse: — Eu não falo sobre isso. — Desculpe. — ela mordeu a unha até que arrumou uma pergunta menos sensível para perguntar. — O que você cursa na universidade? — Eu estava cursando matérias sobre negócios na maior parte, mas eu não consegui voltar ainda, uma vez que eu tenho outras prioridades no momento. — Como o seu irmão? Eu inalei e inclinei o chapéu para trás. Evitar perguntas melindrosas não seria possível se ela quisesse saber sobre a minha família, então eu decidi acabar com isso. — O que você já ouviu falar sobre ele? — Que ele é louco e se você não cuidar dele, ele se coloca em apuros. — ela olhou para mim de novo, com cautela. — Isso é apenas o que eu ouvi. Eu não sei qual a história é real. — Isso é muito preciso. — O que há de errado com ele? — Ele tem transtorno bipolar. — Eles não têm remédios para isso? — Sim, mas nem sempre funciona. E mesmo quando funciona, ele nem sempre toma. O táxi parou na frente do restaurante, felizmente. Paguei o motorista e nós saímos. Houve um pouco de espera, mas eu tinha feito uma reserva, de modo que a hostess nos levou de imediato. Blake e Tyson já estavam lá com duas meninas. Eles estavam sentados em uma mesa para quatro pessoas, na frente de onde nós nos sentamos. — O que há de errado? — Tawnie me perguntou. — Nada. Ela olhou por cima do ombro. — Você prefere ir para outro lugar? — Não, aqui está bom. — eu peguei meu chapéu e o pendurei na parte de trás da minha cadeira.


— Você está envergonhado que eles nos vejam juntos? — Não. Por que eu teria vergonha de ser visto com você? Ela encolheu os ombros de forma insegura. — Eu não sei. Você está agindo de um jeito desconfortável. — Não tem nada a ver com você. Eu só não gosto de Blake tanto assim, e eu prefiro não entrar em detalhes com ele aqui. — Ele é legal. Por que você não gosta dele? — Ele mexeu com a garota errada. A expressão de Tawnie mudou, e ela olhou como se eu tivesse lhe dado um tapa ou algo assim. Suas bochechas ficaram vermelhas. — O que está errado? Ela balançou a cabeça e olhou para o teto piscando para conter as lágrimas. — Bem, ele não tentou se meter comigo, então obviamente há alguma outra menina que você se importe o suficiente a ponto de ficar irritado. Eu fiz uma careta e corri a mão pelo meu cabelo. Eu não tinha a intenção de soar desse jeito. — Não é desse jeito. — E de que jeito é? O garçom veio para pegar os nossos pedidos, levou nossos menus e depois saiu. Tawnie bateu os dedos sobre a mesa como se ela ainda estivesse esperando que eu respondesse a pergunta. Eu arranquei um pedaço de pão e ofereci a cesta para ela. Ela balançou a cabeça e, em seguida, tomou um gole do seu copo de água. Ela finalmente se recostou na cadeira e cruzou os braços. — Você tem namorada? Não minta para mim. — Não. — Quem é essa garota que você se importa? — Isso não importa. Eu te disse; não era assim. — Você quer que seja assim com ela? — Eu estou em um encontro aqui com você. Se eu quisesse que fosse assim com ela, eu estaria em um encontro aqui com ela agora, não estaria?


— Eu não sei. Talvez ela não estivesse disponível. — ela apoiou os cotovelos na mesa e esfregou as palmas das mãos sobre a testa. — Ou, talvez ela simplesmente não seja fácil. Merda. — ela olhou para mim. — Eu quero ir embora. — Acabamos de chegar aqui. — Sim, eu de repente comecei a me sentir mal do estômago. — ela se levantou e correu para a porta. Levantei-me e cancelei nossos pedidos, então, pedi à hostess para chamar um táxi. Saí para o estacionamento, mas não consegui ver Tawnie. Eu dei a volta pelo lado do restaurante e pela calçada. Eventualmente, eu a vi encostada sob um poste na rua. Fui até lá e toquei seu braço, o que a fez estremecer. — O que foi que aconteceu no restaurante? — Eu não quero ser uma garota que você apenas passou a noite. — Eu sei. — Mas você gosta de outra pessoa. — Eu nunca disse isso. — Você não negou que gostava. Você não pode me tratar como lixo. — Eu não estou te tratando como lixo. Eu te chamei para sair para começar a conhecê-la melhor. Eu não me encontro com meninas a menos que eu goste delas. Se eu só quisesse dormir com você, eu não iria levá-la para churrascarias em primeiro lugar. Ela franziu a testa, não se convencendo, e mastigou a unha. Olhei para ela tentando descobrir o qual era o seu problema. — Alguém te sacaneou ou algo assim? Depois de uma longa hesitação, ela balançou a cabeça. — O que aconteceu? Ela murmurou. — Eu não quero falar sobre isso. Eu aproximei para envolver meus braços nela. Ela relaxou no meu abraço. Nós ficamos assim até que o táxi parou. — Você quer voltar para dentro? — perguntei. — O táxi já está aqui. Vamos apenas a um drive-thru ou algo assim.


Isso estava bom para mim, então eu sorri e abri a porta para ela. Meu telefone tocou quando ela estava entrando. Eu li o texto e murmurei: — Merda. De novo não. — O que foi? Entrei e falei ao motorista para nos levar de volta para o hotel. — Você esqueceu alguma coisa? — Tawnie perguntou. — Sim, meu irmão. Quando o táxi parou na frente ao hotel, já havia dois carros de polícia lá. Rochelle me encontrou no meio-fio. — Eu disse à gerência do hotel que eu já havia entrado em contato com você, mas eles ainda chamaram a polícia. — Obrigado por me avisar. Onde ele está? Ela apontou para o primeiro andar, no telhado. Cole estava totalmente nu e dançando de uma forma obscena com o mastro da bandeira. — Jesus. — eu olhei para Tawnie para avaliar sua reação. Ela olhou para ele com uma expressão que era uma mistura de diversão e desgosto. Quando ela olhou para mim, sua expressão mudou para pena. Fui até onde os policiais estavam gritando para ele. — Ele é meu irmão. Eu cuidarei disso. — O que é, ele está drogado? — Ele não é um drogado. Ele tem uma doença mental. — eu subi em uma lata de lixo, então fiquei mais perto do telhado. — Ei, Cole. — ele parou de se esfregar no mastro. — Vamos parar a dança. Tawnie e uma das suas amigas vão vir com a gente. — Ela é tão bonita quanto Tawnie? — Sim. Ele olhou ao redor da multidão que se reunira no estacionamento. Então ele viu os carros de polícia. — Por que a polícia está aqui? — Houve um roubo ou algo assim. Você devia ir lá dentro e se vestir para que possamos ir. — Onde? — Para o baile com Tawnie e sua amiga. Como você chegou até aí, de qualquer forma?


Ele olhou ao redor e franziu a testa, desorientado. — Eu não sei. O que vocês estão olhando? — gritou. — Ei, Rochelle. — eu disse sobre o meu ombro. — Você pode fazer todo mundo ir para dentro, por favor? Ela assentiu com a cabeça e dispersou as pessoas do lobby. Tawnie deve ter pagado o motorista de táxi porque ele foi embora e ela seguiu Rochelle sob o toldo onde Cole não podia vê-las. — Diga para aqueles policiais irem embora. — Cole gritou. — Eles não podem sair até que você desça. — eu saí de cima da lata de lixo e caminhei para debaixo de onde ele estava. — Eles vão me prender? — Por quê? Apenas desça para que você possa se vestir e ir ao baile com a gente. Após cerca de um minuto olhando para o céu, ele se virou e resmungou conforme ele descia para pegar um apoio mais abaixo. Ele deixou cair as pernas sobre a borda do telhado e pendurou por um segundo antes de saltar com os pés descalços sobre o pavimento. Um dos policiais ficou tenso e pairou a mão sobre o coldre, o que fez Cole recuar uma distância. — Por que ele está pegando a sua arma? — Ele não está. Você só está parecendo um pouco louco agora, já que não está usando nenhuma roupa. Ele olhou para a sua nudez e riu como se ele estivesse surpreso. — Eles vão me levar para o hospital? — Não, a menos que você queira ir. — Eu não posso. Eu tenho que montar na final de amanhã. Precisamos do dinheiro. — Não. Nós vamos ficar bem. Você não precisa montar amanhã se você não estiver com vontade. Ele se agachou em uma posição de combate e abriu os braços como se estivesse representando uma cena de um filme ninja. Ele fez sons e uivos estranhos. — Acalme-se, Cole. — Diga aos policiais para sair ou eu vou tirá-los com minhas habilidades loucas de faixa-preta. Whaaaa.


— Você não tem uma faixa preta. Se você não se acalmar, eu vou ligar para a mamãe. — Não. Não ligue. — ele levantou-se em linha reta e os braços relaxaram ao seu lado. O policial ao meu lado de repente correu e Cole o levou ao chão. — Que diabos? — eu gritei. Cole lutou muito e socou o policial na cara algumas vezes antes de lançá-lo contra a viatura. O outro policial não teve escolha, além de tentar contê-lo. Mesmo com dois policiais batendo nele, Cole não estava se rendendo. Eventualmente, ele conseguiu libertar, ficou de pé, e se afastou. Os policiais ficaram ambos de pé. Um deles tirou seu taser. — Não dê choque nele. Apenas se afastem. — eu disse e me coloquei entre eles e Cole. — Ei, olhe para mim. — os olhos de Cole estavam arregalados e ele não estava focado em mim. O sangue do seu nariz estava espalhado por todo o peito. — Cole. Olhe para mim. — ele piscou, então franziu a testa quando ele me viu em pé na frente dele. Os tendões do pescoço estavam esticados e seu peito arfava. — Cole, você precisa se acalmar. — Eles me atacaram. Eu vou matá-los se eles vierem para perto de mim. — Não, você não vai. Você não pode dizer isso para um policial. — Eu posso dizer o que eu quiser. — sua voz ficou mais alta e ele apontou para eles com movimentos calculados. — Este é um país livre. Estes porcos fascistas não podem me dizer o que fazer. Quem lhes deu a autoridade para tirar a minha liberdade? Última vez que verifiquei, eu não vivo em uma ditadura. Eu não tenho que reconhecer uma autoridade totalitária repressiva. Tanto quanto é do meu conhecimento, eles são apenas um bando de nazistas que podem ir se foder. Olhei por cima do meu ombro para o policial contrariado. — Você pode colocar esse taser em um local seguro? Você está agitando-o. — Eu vou te matar, nazista de merda. — Cole gritou e se moveu na direção dele. O policial levantou a arma taser e disparou. Os eletrodos voaram pela minha bochecha e os dardos inseriram no ombro de Cole. Ele entrou em colapso e convulsionou grotescamente. Suas costas arquearam e seu rosto fez uma careta a cada solavanco. — Ele foi derrubado, caramba. Pare. Ele foi derrubado. O policial soltou o gatilho e Cole se contorceu mais uma vez antes de se contorcer de dor. Ele gemeu, em seguida, tentou se levantar.


— Fique aí. — ajoelhei-me ao lado dele e afundei meus dedos em seu braço. Ele tentou se levantar de novo, então eu puxei a orelha. — Fique deitado ou eu mesmo vou bater em você. Ele rolou e gemeu novamente. — Porcos de merda. — Cale a boca. — eu olhei para o policial que era mais sensato e disse: — Ele precisa ir para um hospital psiquiátrico, em vez da cadeia. Ele balançou a cabeça e falou no rádio que estava ligado a seu ombro. Ele chamou uma ambulância, em seguida, se agachou ao meu lado. — Ei, Cole. Eu preciso colocar algumas restrições em seus pulsos. Se você cooperar, vou me certificar de que elas fiquem confortáveis e frouxas. Você não vai para a cadeia. Nós apenas vamos levá-lo ao hospital e certificar de que está tudo bem. Seu irmão pode ficar com você o tempo todo. — Foda-se, porco. — Cole cuspiu na direção do policial. Eu inclinei meu cotovelo no rosto de Cole, empurrei sua cabeça em direção ao cimento, e falei diretamente contra seu rosto. — Cale a sua maldita boca por Deus e seja cooperativo ou eu vou deixar você aqui sozinho. Você entendeu? Seu rosto se contorceu como se eu o tivesse apunhalado, e ele parou de lutar. — Ponha as mãos atrás das costas. — eu disse. Eu o estabilizei, então eu tirei a pressão de cima do seu rosto. No momento que a ambulância chegou, ele tinha se acalmado um pouco e disse: — Desculpe, Billy. Eu não me sinto bem. Tem alguma coisa errada comigo. Não diga à mamãe. Desculpa. Exalei o estresse e o ajudei a se sentar. — Não se preocupe. Eu vou cuidar de tudo. Vai ficar tudo bem.


Capítulo Nove Três dias após o incidente em Victoria, eu estava dirigindo para casa após o meu turno no bar, quando meu telefone tocou. Eu chequei a mensagem enquanto estava estacionando na garagem na casa da minha mãe. — Ei, Billy. É Shae. Hum, acho que você ainda está no trabalho, ou talvez você esteja dormindo. Eu ouvi sobre o que aconteceu com Cole em Victoria. Hum, sim, então, só estou ligando para ver o que você está fazendo. Eu sei que esse tipo de coisa é meio estranho, mas eu quero que você saiba que você sempre pode me ligar se precisar de alguém para conversar. Sempre. Tudo bem, então ligue, se você quiser. Ou não. Sim? Tudo bem, tchau. Entrei e tomei banho. Depois de eu mesmo fazer um sanduíche, eu deitei na minha cama e liguei de volta. — Ei. — ela disse. — Ei, eu recebi sua mensagem. Acordei você? — Não, eu acabei de apagar minha luz. — Você quer que eu te ligue de volta na parte da manhã? — Não, está tudo bem. — algo sobre a voz dela era tão suave quanto alguém cantando uma canção de ninar. Ela me relaxou imediatamente. — Você estava trabalhando? — Sim. Acabei de chegar em casa. Fiquei surpreso ao saber de você. Achei que você não ia falar comigo nunca mais após a coisa toda com Blake. Ela hesitou antes de responder: — Esse era o plano, mas então eu percebi que você provavelmente ficou chateado com o que aconteceu com Cole. Devia-lhe, depois de tudo, um telefonema à noite. — Eu não estou chateado. — Você deveria estar. Parece que foi terrível. — seu tom era tão defensivo quanto magoado. — Não foi tão ruim assim. — Como ele está?


— Um pouco melhor. Minha mãe voou para Victoria para ficar com ele para que eu pudesse voltar para casa e trabalhar. — Então, você está sozinho em casa? — Sim, está bastante quieto. — Você quer dizer assustador. — ela brincou. Eu ri. — Não, eu não fico com medo. — eu afofei meu travesseiro e apoiei a cabeça contra a cabeceira da cama antes de dar uma mordida do sanduíche. — Mentiroso. Você ficou com medo naquele passeio no parque. — Eu estava passando mal, não com medo. — Sério? Então, nada assusta você? — ela desafiou. — Não que eu saiba. — Isso não é normal. — O que assusta você? — perguntei. — Cascavéis, tsunamis, álgebra, câncer, todo o conceito de parto, ser atingida por um raio, ficar em casa sozinha - como sabe - e nevoeiro. Só para citar algumas coisas. Eu ri, tanto com os itens na lista e quão rapidamente ela foi capaz de disparar. — Tsunamis? Você vive em pradarias. — Alguns dos meus medos podem ser um pouco irracionais. — Um pouco. — eu provoquei. Ela riu, em seguida, depois de um silêncio confortável, ela mudou de assunto. — Stella ganhou, hein? — Ela conseguiu? Eu não falo com Tawnie desde sábado à noite. — eu dei outra mordida no sanduíche. — Como foi seu encontro com ela? A rádio peão era inacreditável. Quando eu me lembraria que tudo o que fazia era de conhecimento público? — Uh, foi provavelmente o pior encontro que ela já foi. Há alguma coisa que as meninas não fofocam?


— Não, não realmente. E a fofoca de que você normalmente não namora meninas no circuito? — Tem mais a ver com não vivermos nas mesmas cidades. Eu não lido bem com a coisa de longa distância. — Então, você está pensando em encontrar a garota dos seus sonhos em Saskatoon? Eu ri, porque essa era uma coisa improvável. — Eu não sei. Eu realmente não me vejo me casando de qualquer maneira. — Por quê? — Porque eu não quero ser como meu pai. — eu coloquei o último pedaço de sanduíche na minha boca e saí da cama para levar o prato de volta para a cozinha. — Eu gostava do seu pai. Por que você não quer ser como ele? — Ele era um marido de merda. Ele traiu minha mãe praticamente toda vez que ele saiu da cidade. — Sério? — ela parecia genuinamente chocada. Obviamente ela era jovem demais para lembrar-se dos comentários da rádio peão, ou talvez Cole e eu sejamos os únicos que sabiam sobre isso. — Não diga à sua mãe. Minha mãe não sabe. — lavei o prato, então me servi um copo de leite. Depois de ter passado algum tempo processando que meu pai não era quem ela pensava ser, ela disse: — Tecnicamente isso é algo que você tem medo - ficar como ele. — Não é um medo. Ele só não era alguém que eu admirava. — Meu pai trai a minha mãe? — ela suspirou como se estivesse acabado de lhe ocorrer que poderia ser possível. Eu nunca tinha ouvido qualquer rumor sobre Trent, mas talvez ele fosse apenas melhor para esconder isso. Ou, talvez ele fosse fiel. — Não que eu saiba, mas talvez seja por isso que sua mãe viaja tanto com ele. — eu terminei o leite e caminhei pelo corredor. — Você pode esperar um segundo? — coloquei o telefone no balcão do banheiro e rapidamente escovei meus dentes. — Desculpe por isso. — eu disse depois que eu peguei o telefone de volta e atravessei o corredor até o meu quarto.


— Eu me pergunto como uma pessoa sabe, com certeza, se está com a pessoa certa. — sua voz baixou um pouco. — Você já se apaixonou? — Não. — eu voltei para a cama e apoiei as minhas costas nos travesseiros. — E você? — Hum, sim. — Qual é a sensação? Ela respirou fundo e ficou em silêncio por um tempo. — Bem, quando você não pode ficar junto, parece que um cavalo te chutou no peito. Eu ri, porque eu sabia em primeira mão o quanto isso doía. — Então, por que alguém iria querer se apaixonar? Soou como se ela tivesse ido para debaixo de seus lençóis. — Eles não podem evitar. Apenas acontece. — Quando vocês estão juntos, estar apaixonado é o mesmo que fazer sexo? Porque se isso não acontecer, eu vou ficar com o que eu tenho feito. — Hum, na verdade, eu não sei. Eu sorri para a inocência dela. — Eu falei ao seu pai que você era uma boa garota. Ele vai ficar feliz em saber que é verdade. — Ele me falou que você disse isso. — Obviamente não ajudou. Ele ainda a fez retirar-se da competição. — Isso foi porque eu menti para ele. — Sua mãe sabia que você estava lá. Ela deveria apenas ter dito que havia lhe dado permissão. — O acordo era que ela nos deixaria ir sozinhas, mas se o pai descobrisse, não estávamos autorizadas a dizer-lhe que ela tinha conhecimento. Teria sido favorável para ambas as partes, se ele não tivesse descoberto de alguma forma. Ahem. Eu ri da sua acusação não tão sutil. — Você não devia mentir. Sempre dá errado depois. — Eu acho que você sabe bem disso. — Eu não sou um mentiroso.


— Não? Eu ouvi você falar para a sua mãe que você não estava mascando tabaco, quando você estava. — Mentiras brancas não contam. — Sim, elas contam. Espere um segundo. — soou como se estivesse esticando para fazer algo antes que ela dissesse: — Sabe, aposentar de montaria em touro não é garantia de que você não será nada parecido com seu pai. Se você realmente quiser ser um homem melhor vai precisar mais do que isso. — Sim? Você descobriu tudo? — estendi a mão e apaguei o abajur ao lado da minha cama. — Você também descobriu como o meu irmão subiu no telhado do hotel e por que ele fez pole dancing em seu terno de aniversário? — Não. Isso é um mistério. Deve ter sido tão embaraçoso. — Cole não se preocupa com esse tipo de coisa quando ele está fazendo isso. — Eu quis dizer embaraçoso para você. — Ah, é por isso que você realmente ligou, por que sentiu pena de mim? — Basicamente. Quer dizer, não que eu acho que você deveria estar envergonhado ou qualquer coisa. Não é como se a culpa fosse sua, mas se fosse Lee-Anne lá em cima fazendo alguma dança no poste nua e eu tivesse que enfrentá-la no chão, eu morreria. Uma visão que me fez sorrir. — Se fosse você e Lee-Anne lutando entre si, isso não teria sido embaraçoso. Teria sido sexy. A polícia teria apenas as deixado continuar. — Jesus. Não deixe que o meu pai o escute falar assim. Eu ri. — Estou apenas dizendo; pessoas teriam pagado dinheiro para ver. — Eu tenho certeza que as pessoas teriam também pagado dinheiro para vê-lo lutando por aí com Cole com a bunda de fora. — Sim, deve ter sido a visão. Eu me pergunto se está no YouTube. — Eu achei que as pessoas saberem sobre o que aconteceu comigo e Blake fosse embaraçoso, mas o que aconteceu com você é muito pior. — seu tom não era mais brincalhão. Ela estava genuinamente simpática. — Sem ofensa. — Eu não me importo com a vergonha. Eu só me preocupo com ele. — eu puxei o cobertor por cima do meu ombro e fechei os olhos, surpreso que eu estava prestes a falar


sinceramente sobre isso com ela. — Se eu não estivesse lá, eles com certeza o prenderiam, e poderiam até mesmo ter atirado nele. Ele estava realmente fora de controle. — Você não pode sempre estar lá. Mesmo se você estiver, alguma coisa ainda pode acontecer com ele. Ele não é sua responsabilidade e não vai ser sua culpa. Eu exalei lentamente e senti meus sentimentos reais virem à tona. — Eu vou sentir como se fosse minha culpa, e se eu não fizer isso, ninguém mais fará. Ela pareceu sentir que eu tinha me aberto de uma maneira que raramente acontecia, e sua voz tornou-se ainda mais delicada e sensível. — Você estava com medo dele? — Não, só preocupado que ele machucasse alguém e eu não fosse capaz de pará-lo. — Bem, não há nada mais que você possa fazer que já não tenha feito. Cabe ao Cole cuidar do Cole. Estendi a mão e esfreguei minha testa porque toda essa honestidade estava me dando uma dor de cabeça. Esse era o máximo de abertura que eu conseguia. — Podemos falar de outra coisa? — Claro. — ela disse sem hesitação. — Quem é o seu cantor favorito? Aliviado que ela me entendia bem o suficiente para não forçar as coisas, eu sorri e respondi: — Bruce Springsteen. — Cala a boca. Você tem setenta anos de idade? — A música dele é atemporal. — Velho. — ela brincou. — Eterno. — Qual é a sua refeição favorita, incluindo sobremesa? — ela perguntou como se estivesse lendo um cartão. — Torta de maçã e torta Shepherd6. Quais são os seus? — Carrie Underwood7, lasanha e torta de limão.

6

Também conhecida como Torta Cottage, a Shepherd’s Pie (a torta de pastor) é tradicionalmente uma receita de reaproveitamento. Os britânicos aproveitam as sobras festivas de pernil de cordeiro ou outras carnes assadas, reavivam em refogados com temperos e legumes, cobrem com purê de batata e levam ao forno para gratinar. 7

Cantora e atriz americana, vencedora da quarta temporada do programa American Idol, em 2005.


Eu ri. — O quê? Aqueles são tudo de bom. — Eu não estou rindo disso, embora Carrie Underwood seja piada. Estou rindo porque eu ouvi um barulho do lado de fora que teria feito você fazer xixi na sua camisola, ou no que você dorme. — Ooh. É provavelmente um assassino que vai quebrá-lo e picá-lo com um machado. A propósito, eu não posso acreditar que acabou de meter a boca na Carrie. E eu durmo em um top e boxers, e não uma camisola. Quem dorme em uma camisola, amantes do Bruce Springsteen? — Um desses tops soltos que caras usam, ou um apertado, que estica, daqueles que as meninas usam? — perguntei, distraído pela imagem de ambos. — Que diferença isso faz? — Eu só estava me perguntando. — eu decidi sobre o apertado, o que estica. — O que você está vestindo? — Nada. — Mentiroso. — ela disse, mas seu tom fez parecer que ela estava considerando a possibilidade de que eu tivesse dito a verdade. — Eu juro. — Bem, seu assassino com machado vai ter uma grande surpresa. — Tenho certeza que são apenas alguns guaxinins entrando no lixo. — Talvez você devesse ir lá fora e assustar esses guaxinins. — Eu não posso. Estou ocupado conversando com uma menina bonita sobre sua roupa de dormir sexy e gosto duvidoso na música. Ela ficou completamente muda na outra extremidade da linha. Eu não podia nem ouvir sua respiração. — Você ainda está aí? — Mmm hmm. — O que foi? Você está caindo no sono?


— Não. — pareceu que ela tinha sentado na cama. — Hum, eu deveria deixá-lo ir, para que possa dormir um pouco. — De jeito nenhum. Você me deve uma chamada de noite toda. — Ah. — ela pareceu surpresa que eu não fosse deixá-la desligar. — Você está admitindo que está chateado? Sorri quando percebi que estava disposto a admitir isso, se significasse que ela ficaria no telefone comigo. — Talvez um pouco. — Tudo bem, espere. — soou como se ela tivesse jogado o telefone na cama. Em seguida, os lençóis esfregaram e os pés tamborilaram pelo chão. Uma porta rangeu e alguns segundos se passaram antes que ela voltasse na linha. — Rosa ou azul? — Rosa ou azul o quê? — Esmalte. Se vamos ficar acordados a noite toda, eu poderia muito bem fazer minhas unhas. — Rosa. Eu gosto quando as meninas estão com as unhas cor de rosa com pontas brancas. — Isso é francesinha. — Faça essa. — Tudo bem. Conversamos até o sol aparecer e eu nunca me cansei. Eu apenas me senti relaxado. Ela parecia relaxada também. Estiquei e olhei para fora da janela. — Você tem um trabalho que precisa ir? Ela bocejou. — Sim, eu tenho que estar lá às oito e meia. — O que você faz? — Eu trabalho em uma creche. — Você gosta? — Sim. É divertido e eles agendam meus turnos conforme os meus eventos de rodeio. — Onde será sua próxima competição? Ela verificou o cronograma. — Leduc.


— Tudo bem. Vejo você em uma semana. — Você vai? Acha que Cole vai estar suficientemente bem até lá? — Não. Ele não pode montar, mas eu ainda preciso ir para pagar a Stella para o Ron Miller e entregar o trailer de Cole para Mutt. Ele perdeu-o em uma mão de pôquer. — Mutt não devia aceitar. É um pouco antiético fazer uma aposta como esta com alguém que tem uma doença mental. — Essa aposta não teve nada a ver com a doença mental dele. Teve a ver com a estupidez dele. — sentei-me na beira da minha cama e descansei os cotovelos sobre os joelhos. — Obrigado por falar comigo a noite toda. Ela roubou minha frase e disse: — Não há de quê. Foi fofo. — Tenha um bom dia, Shae-Lynn. — Sim, você também, Billy Ray. Tchau.


Capítulo Dez Era pouco mais de seis horas de carro de Saskatoon para Leduc. Saí mais cedo do que eu precisava, porque eu quis sair antes da minha mãe chegar em casa com Cole. Eu estava preocupado que ele fosse ficar chateado por eu estar levando o trailer para Mutt. Eu só tinha a metade do dinheiro necessário para Stella, então eu emprestei o resto do abatimento do seguro do meu pai e transferi para minha conta bancária para cobrir o cheque que fiz para Ron Miller. Eu cheguei na quinta-feira antes das cinco horas e estacionei na área dos concorrentes, ao lado da caminhonete do Mutt. No momento em que eu saí do táxi, ele já estava dando uma olhada no trailer. — Ei, Billy. Ela é uma beleza. — Sim, ela foi boa enquanto durou. — eu desamarrei-o e entreguei as chaves. — Cuide dela. — eu olhei para o trailer uma última vez. Não era uma boa sensação entregar algo que vale vinte mil dólares. Isso me fez querer vomitar na verdade. Eu toquei meu chapéu, depois saí para os currais procurando por Ron. Ele estava sentado no trilho superior de uma cerca, lendo alguns documentos. — Ei. — Ei, como está seu irmão? — Deram alta para ele do hospital hoje. Ele provavelmente está em casa agora. — Você acha que ele vai montar novamente nesta temporada? — Eu duvido. — eu puxei o cheque do meu bolso da camisa. — Aqui está o seu dinheiro. Ele pegou e dobrou-o em sua carteira. — Ela está indo bem, hein? — Sim. — Você devia deixar Shae montá-la. Tawnie não é boa o suficiente para realmente mostrar aos compradores do que Stella é capaz. — Sim, eu vou pensar sobre isso. Então, nós estamos quites? — Eu vou pedir ao meu advogado para enviar mais alguns documentos para você assinar, mas estamos quites. — Tudo bem, te vejo por aí. — eu comecei a ir embora.


— Billy. Eu me virei para encará-lo. Ele tirou o chapéu e coçou a cabeça. — Hum, eu não tenho certeza se realmente cabe a mim mencionar isso, mas Cole deve um pouco de dinheiro a algumas pessoas. — Eu sei. Eu acabei de entregar o trailer para o Mutt. Estamos quites. — Ele também deve para o tio de Tyson, o Lyle. — Para quem? — Lyle faz algumas apostas ilegais por fora. O boato é que Cole foi ficando mais endividado ao longo das últimas semanas. — Quão endividado? — Vinte, talvez trinta mil e o juros estão correndo. — Jesus Cristo. — eu peguei meu chapéu e caminhei de um lado para outro. A sensação de náusea voltou. — O que acontece se ele não puder pagar? Ele deu de ombros. — Eu não sei, e eu não quero saber, mas provavelmente não é bom. — Eu não posso acreditar que Tyson não me disse. — Eu não acho que ele sabe. Mas Blake sabe. Foi ele que enfiou Cole nisso. Eu balancei a cabeça e dei um tapinha no meu bolso na esperança de que um pacote de chicletes, ou melhor, ainda, de tabaco, se materializasse. — Nós vamos patrocinar um evento especial no show de ações este ano. Todos os touros com maior pontuação. Cem mil dólares vai para o último homem de pé em cada categoria. Se Cole não pode montar, você pode. — Eu estou aposentado. — eu me virei e continuei andando. — Obrigado por me contar sobre Lyle. — Pense sobre montar. Você não quer dever para as pessoas erradas. — ele gritou. Tyson não respondeu minha mensagem de texto, então eu vaguei à procura dele ou Blake. Eu estava acabando de sair da arena quando Tawnie me viu. Ela se aproximou com as mãos enfiadas nos bolsos traseiros. — Então, vamos repetir isso toda vez?


— Desculpe por não ter ligado. Eu tenho alguns problemas graves que estou tentando lidar. Minha mãe precisa de mim para ajudá-la, com o trabalho, e cuidar da merda do meu irmão, eu não tenho tempo para ter um relacionamento de longa distância. — Por que você não me ligou para dizer isso? Eu teria entendido. — Desculpe. — baixei a cabeça e olhei para as minhas botas, porque eu realmente não queria falar com ela. Ela se aproximou e eu senti seus braços deslizarem em volta do meu pescoço. — Talvez eu pudesse ajudar, ou se você apenas quiser conversar, eu sou uma boa ouvinte. Eu fiquei lá por um longo tempo apenas sentindo o seu corpo levantar enquanto ela respirava. Eventualmente, eu disse: — Sinto muito, Tawnie. Você parece uma garota muito legal, mas eu não posso fazer isso. — então eu fui embora. — Billy. Eu continuei andando. Tyson e Blake não estavam em qualquer lugar do terreno, então eu entrei na minha caminhonete e dirigi até o hotel que a maioria dos concorrentes se hospedam. A menina atrás do saguão olhou para o meu cinto de fivela e sorriu. — Bem-vindo. Como posso ajudá-lo? — Você poderia me dizer qual quarto que Tyson e Blake Wiese estão hospedados? — Eu não posso te dizer o número do quarto, mas se estiverem hospedados aqui eu posso chamá-los para você. — ela moveu o mouse no computador e digitou alguma coisa no teclado. Ela rolou por uma lista, em seguida, sacudiu a cabeça. — Eles não devem ter ficado aqui. — Tudo certo. Obrigado. — Você precisa de um quarto? — Sim, acho que sim. — eu tirei minha carteira. — Apenas uma noite. — Enquanto ela estava digitando no computador, eu mandei uma mensagem para Tyson novamente para perguntar onde estavam hospedados. Ela deslizou o cartão-chave sobre o balcão. — Eu saio às oito se você não tiver planos.


Olhei para ela. Ela era bonita, mesmo com o uniforme bege pouco lisonjeiro que ela usava. — Uh, eu tenho alguns negócios que preciso resolver. Obrigado mesmo assim. Ela sorriu e escreveu seu nome e número nas costas de um dos cartões de visita hotel. — Se você mudar de ideia, todos nós vamos para um bar chamado The River. Coloquei-o no bolso da camisa e segui para a escada, para o meu quarto. Esperei no meu quarto até dez horas, em seguida, peguei um táxi para o The River. Se Tyson e Blake estavam na cidade, eles estariam no bar. Estava muito cheio e a primeira pessoa que eu reconheci foi a garota do hotel. Ela estava dançando com um grupo de meninas na pista de dança. Eu não queria que ela me visse, então eu fui para o outro lado do bar e pedi um drinque. Não havia nenhum sinal de Tyson ou Blake, mas um peão campeão em bronc chamado Nate Nashlund se aproximou do bar e pediu uma rodada de seis bebidas. — Ei Billy, eu não vi você escondido aí. Como diabos você está? Eu dei de ombros. — Já estive melhor. — Lamento ouvir isso. Você vai montar este fim de semana? — Não. E quanto a você? — Aham. A primeira depois de um tempo. Embora seja a minha última. — Por quê? Você está se aposentando? — Sim, eu vou abrir a minha própria clínica veterinária em Calgary. Eu não vou ter tempo para rodeios. — Parabéns. Parece que foi há muito tempo que você soube que foi aceito para a faculdade de veterinária. — Sim, a vida é louca e rápida. Eu me formei, comprei uma casa e assinei o contrato na clínica, tudo no mesmo mês. Agora eu só preciso encontrar uma garota legal e vou me estabelecer. Falando nisso, estou de olho em uma agora, então eu deveria voltar para a mesa. Você quer se juntar a nós? — Não, obrigado. Estou tentando rastrear os meninos Wiese. Você ainda não viu qualquer um deles, não é?


— Não, não esta noite. Bom ver você, Billy. Cuide-se. — suas mãos eram grandes o suficiente para envolver três copos cada. Ele juntou-os e pegou todas as seis bebidas. Foi impressionante. — Sim, se cuida também. Boa sorte com tudo. Quando ele desapareceu na multidão, Tawnie surgiu ao meu lado. Ela olhou para mim com um olho aberto e o outro meio fechado. — Ei. — ela disse. Ela teve que se firmar, inclinando o cotovelo no bar. — Quem era aquele? Ele é um sonho. — Nate Nashlund. — Oh, meu Deus, sério? Ouvi dizer que ele é o homem perfeito. Inteligente, forte, engraçado, romântico, rico. — Sim, ele é perfeito. Quanto você bebeu? — Só um pouquinho. — ela arrastou e levantou seus dedos para indicar uma quantidade pequena. — Você precisa montar amanhã. Talvez você deva parar por esta noite. — Talvez você deva cuidar da sua vida. Estou comemorando. — Sim? O que você está comemorando? — Sou solteira. O cara que eu queria me relacionar não gosta de mim, então eu vou encontrar um cowboy diferente. Você quer celebrar a minha solteirice comigo? Talvez Nate Nashlund deseje alguma companhia. — ela acenou para o barman. — Eu vou querer uma dose de tequila. — ela se virou para mim. — O que você quer beber? — Nada. Ela fez beicinho. — Não seja um desmancha prazeres. Olhei para o bar à procura de Rochelle, esperando que ela viesse e cuidasse de Tawnie. Eu não a vi. O barman deslizou uma dose para Tawnie do outro lado do bar. Ele não a fez pagar por isso. Ela olhou para mim, então jogou a cabeça para trás e bebeu. A menina do hotel foi para trás de Tawnie e apoiou os cotovelos no balcão para gritar com o barman. Quando ele preparou o seu pedido, ela olhou por cima e me viu. — Ei. — ela disse de uma maneira sexy. Eu balancei a cabeça, e Tawnie se virou para ver para quem eu estava dizendo olá. — Quem é aquela?


— Ela trabalha no hotel. — Você está aqui com ela? — Não. — Ela está te dando um olhar de foda-me. Talvez você devesse oferecer uma carona de volta para o hotel em sua caminhonete. — ela estendeu a mão e tomou um gole da minha cerveja antes de sussurrar no meu ouvido: — Então você pode foder em sua caminhonete como um pato que foi atingido na cabeça com um disco, porque ele não tem sorte e se esqueceu de mergulhar, em seguida, ele caiu na lama como um idiota8. — ela riu de si mesma. — Você não presta, Billy. — Talvez você devesse parar de beber antes de se envergonhar. — Eu já me envergonho por dormir com você. — ela apontou para o meu peito e perdeu um pouco o equilíbrio. Ela se virou e disse para a garota do hotel. — Ele não é tão bom na cama, querida. Não desperdice o seu tempo. A menina deu uma revirada de lábios para Tawnie: você é patética, pegou suas bebidas e saiu. Tawnie se virou para mim e inclinou-se no meu ombro. — Eu apenas disse isso para me livrar dela. Você é realmente bom na cama. Realmente, realmente bom. — ela ficou na ponta dos pés e tentou me beijar. Eu me afastei. — Você está ficando desleixada, Tawnie. Você precisa encontrar Rochelle e voltar para o hotel. — Não me diga o que fazer. Você não é meu namorado. Mesmo se você fosse meu namorado, você não poderia me dizer o que fazer. Eu posso fazer o que eu quiser, quando eu quiser. Não se esqueça disso. Meu telefone tocou. Era Tyson. — Com licença. Eu tenho que atender isso. — afastei-me de Tawnie e ela tropeçou, uma vez que eu não estava lá para apoiar. — Ei, Ty. Espere um segundo. Eu preciso ir a algum lugar mais calmo. — eu andei pelo corredor, onde ficavam os banheiros e encostei-me em uma máquina de venda automática. — Oi. Desculpe. Você está em Leduc?

8

Uma espécie de trava-línguas feito pela personagem: So you can fuck in your truck like a duck who got hit in the head with a puck because he has no luck and forgot to duck then he fell in the muck like a schmuck.


— Não. Eu tive que pular isso por causa do trabalho. O que você está fazendo aí? Você está competindo ou é Cole? — Nenhum dos dois. Eu vim para entregar o trailer para Mutt. — duas meninas saíram do banheiro feminino e deram-me um olhar antes de caminhar pelo corredor. — O que você sabe sobre as apostas que seu tio faz por fora? — Eu não sei nada sobre isso, por quê? — Blake envolveu Cole, e aparentemente, ele deve muito dinheiro. — Quanto? — Talvez trinta mil dólares. — Merda. Eu não sabia. Eu teria dito se eu soubesse. Tawnie cambaleou pelo corredor em direção a mim. Ela sorriu e inclinou seu corpo contra o meu. Eu apoiei minha mão esquerda no seu quadril e empurrei-a de volta para que nossos corpos não se tocassem. — Eu preciso do número do telefone do seu tio para que eu possa conseguir esclarecer. — Tawnie se inclinou e chupou minha orelha. Eu empurrei minha cabeça. — Eu só tenho o número de Blake comigo agora. Você quer, ou você quer esperar até que eu possa pegar o número de seu pai? A mão de Tawnie deslizou abaixo do meu cinto e sobre a minha braguilha, então ela me acariciou. Agarrei-lhe o pulso e movi sua mão, mas ela usou a outra mão para retirar a fivela. — Pare com isso. — O quê? — Tyson perguntou. — Você não. Desculpe. Eu tenho uma garota bêbada me molestando. Ele riu. — Isso não é engraçado. — Quem é? — Ninguém. — ela beijou meu pescoço e usou sua mão esquerda para desabotoar a braguilha. — Merda. — eu murmurei. Ele riu novamente. — Você quer me ligar de volta quando você não estiver tão distraído?


— Não. Dê-me o número de Blake. — Aguente. Eu tenho que procurá-lo em meus contatos. A mão de Tawnie escorregou no meu jeans e ela me massageou. — Por favor, pare. — eu disse, e afastei a mão. — Eu? — Tyson perguntou. — Não, não você. Tawnie caiu de joelhos e puxou o cós da minha cueca boxer para baixo para expor minha ereção crescente. — Merda. O que você está fazendo? — eu protestei. — Tudo bem, você está pronto? — Tyson questionou. Tawnie se inclinou e o calor de sua boca deslizou ao longo da minha pele. — Droga. Tyson. Basta mandar por mensagem para mim. Eu tenho que ir. — eu desliguei e coloquei minha mão sobre o topo da sua cabeça. Meu cérebro estava me dizendo para fazêla parar, mas meu corpo estava me dizendo para deixá-la continuar. Fechei os olhos e coloquei pressão sobre a cabeça dela para fazê-la desacelerar. — Merda. — eu me inclinei contra a máquina de venda automática e agarrei seu cabelo enquanto ela se movia para frente e para trás várias vezes. Uma voz de menina ofegou. — Puta merda. Eu abri meus olhos e virei minha cabeça. Lee-Anne estava de pé no corredor olhando estupidamente para nós. A cabeça de Tawnie continuou balançando. — Billy Ray Ryan e Tawnie Lang, vocês oficialmente acabaram de ganhar o título de pior casal no circuito de rodeio. — ela estendeu a mão para o lado e cobriu os olhos da garota que tinha acabado de chegar atrás dela. — Você não deve ver isso, Shae. Eu empurrei a testa de Tawnie para longe, ela caiu de costas contra a parede e caiu para o canto. Shae-Lynn estava ao lado de sua irmã e olhou com os olhos arregalados e uma boca aberta enquanto eu tentava enfiar meu pau duro de volta em meus jeans. Ela fez um som estranho, chiado quando seu olhar se lançou entre mim e Tawnie. Sua mão apertada sobre a boca e as pálpebras bem fechadas antes de ela se virar e correr de volta pelo corredor em direção ao bar.


Lee-Anne ficou me olhando com o maior sorriso no rosto. — Isso foi totalmente incrível. E brutal. Tawnie gemeu. Lee-Anne balançou a cabeça em completa desaprovação antes de girar nos calcanhares e correr pelo corredor gritando: — Rochelle! Ei, onde está Rochelle? Ela vai querer ouvir isso. — ela desapareceu na esquina. Eu queria sair de fininho pela porta dos fundos e dirigir de volta para Saskatoon para deixar todas as besteiras para trás para sempre, mas eu não podia deixar Tawnie deitada lá, desmaiada. Eu a peguei e coloquei-a sobre meu ombro como um saco de ração. Ela gemeu de novo quando eu chutei a porta dos fundos para abrir e saí para a rua e chamei um táxi. O motorista não parecia excessivamente emocionado por estar me ajudando a levar uma garota desmaiada de volta para o hotel, mas ele não disse nada. Eu não sabia qual quarto ela estava hospedada, então eu a levei para o meu quarto e deixei-a sobre a cama. Ela se inclinou sobre a borda e vomitou no chão. Eu limpei com uma toalha e joguei-a na banheira para lavá-la. Quando eu voltei para o quarto, ela estava dormindo. A parte triste era que ela ainda parecia ridiculamente linda. Sentei-me na cadeira e liguei a TV. Tyson tinha me mandado uma mensagem com o número de Blake, mas já era tarde demais para ligar, então eu assisti propagandas até que eu adormeci. Às sete da manhã, eu acordei com uma torção nas costas e minha perna esquerda tinha alfinetes e agulhas. Liguei para Blake e acordei-o. — O quê? — ele resmungou. — Você envolveu meu irmão em apostas ilegais? — Quem é? — Quem você pensa que é? — Cole sozinho se envolveu com apostas ilegais. — Exatamente quanto ele deve? — Última vez que ouvi era cerca de quarenta e sete mil. Levantei-me e andei para lá e para cá. — Que diabos? Você sabe que ele não está estável no momento. Por que você deixou-o afundar tanto?


— Eu não o deixei fazer nada. Ele fez suas próprias apostas. Ele é um garoto crescido. — Você deveria ter me dito. — Eu não sou seu guardião, e eu estou bastante certo de que você também não é. Enfurecido, eu puxei as raízes do meu cabelo para me impedir de brigar com ele. — Quanto tempo até que precise ser pago? — Eu posso falar com meu pai sobre Cole ser louco. Ele provavelmente vai dar-lhe uma extensão, mas os juros estarão correndo, então eu não levaria muito tempo. — O que acontece se ele não puder pagar? — Você não quer saber. — ele disse, em seguida, desligou. — Puta que pariu. Tawnie sentou-se assustada, como se ela não soubesse onde ela estava. Ela me viu andando e franziu a testa. — O que foi? Por que você está xingando? — Eu tive problemas que nada têm a ver com você. — O que estou fazendo aqui? — Você ficou muito bêbada e desmaiou. Eu trouxe você de volta aqui, porque eu não sabia que quarto você estava hospedada. — Aconteceu alguma coisa? Estremeci um pouco e virei-me para olhar pela janela. — O quê? O que aconteceu? — Você não quer saber. — O que é que isso quer dizer? — ela levantou para se olhar e parecia confusa. — Você colocou minhas roupas de volta? — Eles nunca saíram. — Então o que aconteceu não poderia ter sido tão ruim assim. Meu rosto estremeceu novamente. — Ah, foi muito ruim. — Jesus Cristo. Apenas me diga o que aconteceu. — Você desceu em mim no bar, e Lee-Anne e Shae-Lynn viram.


Sua expressão congelou e pareceu que ela parou de respirar. — No bar? Eu balancei a cabeça, desejando pra caralho que não tivesse acontecido. — Por que você não me parou? Olhei para ela, perguntando a mesma coisa. — Eu tentei. — Mentira. — ela fugiu para o banheiro e bateu a porta. Poucos minutos depois, ela abriu novamente e ficou com as mãos nos quadris como se estivesse esperando que eu dissesse alguma coisa. Olhei para ela por um longo tempo, então eu disse: — Eu vou pedir para Shae-Lynn montar Stella. — O quê? — Preciso. Desculpa. — Você precisa. O que isso deveria significar? — Eu só preciso. É complicado. Ela balançou a cabeça. — Ela é a garota, não é? — Qual garota? — A garota com quem Blake mexeu e todos ficaram irritados. — Não é desse jeito. Eu preciso vender a Stella para ajudar a saldar a dívida do meu irmão. Shae-Lynn é melhor montadora do tambor do que você e eu preciso que ela monte Stella para que eu possa atrair um comprador que esteja disposto a pagar um monte de dinheiro por ela. É apenas um negócio. — Tudo bem. — ela retrucou. — Eu não quero montar seu cavalo de qualquer maneira. — ela começou a chorar, mas rapidamente limpou as lágrimas. — Por favor, não chore. Isto não é sobre você. Preciso do dinheiro. — Bem. Fale com Shae e faça-a passar pelo meu trailer para pegar Stella. — Obrigado, Tawnie. — Foda-se, Billy. — ela pegou a luminária e jogou em mim. O fio bateu na parede e quase me atingiu. A cerâmica quebrou quando bateu no chão. — Não me agradeça. Eu não estou fazendo isso para ajudá-lo. Eu estou fazendo isso porque eu não quero ter nada a ver com você, o que inclui a montar sua égua estúpida. — ela abriu a porta e saiu.


Exalei e peguei meu celular do meu bolso para chamar Shae-Lynn. Ela não atendeu então eu mandei uma mensagem: Por favor, me ligue. Eu preciso falar com você. Não. Foi uma resposta imediata que pareceu um chute na canela. Embora eu soubesse muito bem que ela estaria desapontada comigo e talvez até mesmo revoltada com o que viu no bar, eu tinha passado a noite esperando que ela milagrosamente esquecesse e me livrasse dessa. Não tive essa sorte. Olhei para a mensagem dela por um tempo, em seguida, deixei o quarto de hotel para ir procurá-la.


Capítulo Onze Shae-Lynn estava tirando Harley do seu trailer. Quando ela me viu aproximando, ela se lançou em direção à porta como se quisesse fugir de mim. Eu dei um passo para o lado para bloqueá-la e agarrei a maçaneta. Ela se virou e abaixou sob o pescoço de Harley, então ele ficou entre nós. Ela não disse nada. Ela levantou a almofada da sela e colocou na parte traseira do Harley. Sra. Roberts saiu do seu trailer e sorriu para mim. — Oi, Billy. Como está sua mãe? Movi-me para fora do seu caminho. — Eu não falei com ela desde que ela chegou em casa. Ela estava em Victoria porque Cole estava no hospital lá. Ela fez uma expressão simpática e baixou a voz. — Eu ouvi sobre isso. Eu sinto muito. — Está bem. — Bem, diga a ela que eu disse oi. Vou ligar para ela quando voltarmos para Calgary. — Sim, Senhora. — Eu vou para a cafeteria. Você quer alguma coisa? — Não. Eu estou bem, obrigado. — Shae? — Não, obrigada, mamãe. Ela pareceu sentir que havia alguma espécie de tensão entre Shae-Lynn e eu, mas em vez de especular, ela disse: — Eu te vejo mais tarde. — e se afastou. Eu descansei meu cotovelo no Harley e observei Shae-Lynn, ainda sem saber como fazer as coisas direito. — Você não vai olhar para mim? Ela balançou a cabeça com firmeza e levantou a sela. — Suas unhas estão bonitas. — eu disse finalmente para tentar acalmar as coisas. Ela olhou para as unhas cor de rosa com as pontas brancas, mas o meu elogio só pareceu deixá-la mais irritada, antes que ela deslizasse sua mão ao longo da sela para apertá-la.


Fazê-la me respeitar outra vez não ia acontecer tão cedo, então eu fui direto com a razão de eu estar lá. — Você vai montar Stella para mim? — Não. — ela se virou e agarrou as rédeas que estavam penduradas em um poste. Ela a deslizou sobre as orelhas de Harley e afivelou as correias. — Por favor. Eu acabei de descobrir que Cole deve quase cinquenta mil dólares de dívidas de jogo. Eu preciso vender a Stella. Se você a montar nas próximas competições, vou obter o melhor preço por ela. — Não. — ela soltou Harley da cerca e o levou para o campo atrás da arena. Eu andei com ela. — Por quê? Por que você está com raiva de mim? — Eu não estou com raiva de você, Billy. Eu não quero montar um cavalo na competição que eu nunca treinei. — Você não tem que montá-la hoje. Basta fazer alguns treinos com ela e ver o que você acha. — Não, obrigada. Você terminou? Eu preciso começar a me aquecer. — ela parou de andar e ficou de costas para mim. Ela inclinou-se contra o quarto dianteiro de Harley. Mesmo que eu soubesse exatamente o porquê, eu perguntei: — Por que você não olha para mim? — Eu não posso. Eu queria que ela dissesse, então eu pressionei: — Por quê? — Porque sim. — Porque sim, por quê? — Porque eu quero lembrar de você como o cara que eu pensei que você fosse. Eu quero lembrar do cara que é doce com a sua mãe e daria seu braço esquerdo pelo seu irmão se ele precisasse; o cara que é um amigo bom o suficiente para ficar acordado a noite toda e falar comigo, para que eu não tenha medo; e o cara que é estúpido o suficiente para comprar um cavalo para uma garota que ele tem uma queda. Se eu olhar para você agora, tudo o que eu vou ver é um babaca caipira que deixa uma garota muito bêbada dar-lhe uma chupada no corredor de um banheiro de bar. — ela acenou com a mão na frente dos seus olhos, como se ela estivesse tentando limpar a imagem nojenta dos seus globos oculares. — Eu não quero vê-lo como aquele cara.


Foi melhor ouvi-la dizer isso e ela estava certa, mas eu não quero que esse cara exista tanto quanto ela. — Vamos, Shae-Lynn. Eu ainda sou aquele outro cara. Ela balançou a cabeça, não acreditando. — Era apenas sexo. Não significou nada. — eu disse, mais para me convencer do que provar a ela. — Sim, bem, o sexo é para significar algo. É para ser algo íntimo e privado entre duas pessoas que se amam. Eu não sei o que era aquilo. — embora ela ainda não tivesse me olhado no rosto, eu podia ver que seu pescoço e bochechas estavam vermelhas. — Eu sinto muito que te ofendeu, mas não posso apagar aquilo. — Não, você não pode. — pelo menos nós concordamos em uma coisa. — Eu ainda sou a mesma pessoa. Ela balançou a cabeça ao perceber que eu, sendo o mesmo velho Billy, era exatamente o problema. — Quando é que você vai conscientizar? Você não pode continuar a usar mulheres e jogá-las fora. Um dia você vai acordar e perceber que você está sozinho e miserável. Todo mundo vai ter seguido em frente, exceto você. — Eu não quis usar Tawnie. — Não? Sério? — ela focou na fivela do meu cinto e a frustração em sua voz aumentou um tom conforme ela me disse mais merda. — Então, isso significa que é sério? Vocês estão namorando? Você fez um compromisso para ficar com ela por mais tempo do que o máximo de duas noites que você normalmente namora uma garota? Engoli em seco. — Não. — Então, você a usou. Eu pensei que talvez você quisesse ser um homem crescido, mas, obviamente, eu estava errada. Essa doeu, mas eu sabia que ela estava certa e eu não queria que a nossa amizade fosse arruinada porque eu era um idiota. — Então, você nunca mais vai olhar para mim? Ela enfiou a bota no estribo e pegou na crina. Ela pulou, então jogou a perna sobre o dorso de Harley. — Eu tenho que praticar. Boa sorte tentando encontrar alguém para montar Stella. — ela estalou a língua e deu um pontapé em Harley. Foi como se eles tivessem me pisoteado. Em parte, porque ela se manteve firme e se recusou a me deixar escapar com a mesma velha merda que eu usava há anos. Mas


principalmente porque eu respeitava sua opinião, e a confirmação de que ela me odiava tanto quanto eu, me machucava pra caramba. Eu tive que me curvar e descansar as mãos sobre os joelhos enquanto eu ofegava por oxigênio. Depois de alguns minutos de respiração ofegante e fazer uma careta, Lee-Anne subiu em seu cavalo, Misty. — Está tudo bem, Billy Ray? — Não. — levantei-me e agarrei meu peito. — O que foi? Você é um pouco jovem para estar tendo um ataque cardíaco. — Eu estou estressado. Eu acho que isso está me matando. — eu vacilei com dor quando eu olhei para ela. — Sinto muito sobre o que você viu na noite passada. — Sim, você deveria sentir. Eu acho que nunca vou conseguir tirar aquela imagem escandalosa da minha mente. Pena que Shae não me deixou contar para ninguém. Teria sido uma fofoca boa o suficiente para as pessoas pararem de falar sobre o colapso do seu irmão. — Você não contou para ninguém? — Não. Shae não deixou. Olhei e vi Shae-Lynn trotando do outro lado do campo. — Por que ela faria isso? Lee-Anne sorriu como se ela sentisse pena de mim. — Eu acho que ela gosta da Tawnie e não quer que ninguém pense mal dela. — ela puxou as rédeas para o lado e estalou a língua para Misty caminhar. — Vejo você por aí, Billy Ray. Eu observei-a galopar para alcançar Shae-Lynn. Ela disse algo a ela e Shae-Lynn virou a cabeça para olhar para mim por um segundo. Eu ainda estava segurando meu peito. Era como se alguém estivesse esmagando meu coração com a mão. Doía mais do que quando o touro pisou no meu rosto. Eu inalei repetidamente e forcei minhas pernas para andar. Eventualmente, eu fui para onde Tawnie estava estacionada. Stella estava amarrada ao reboque, mas não presa. Tawnie estava sentada no banco do passageiro da sua caminhonete com a porta aberta. Ela olhou para mim, depois voltou a ler a revista que estava em seu colo antes que ela dissesse: — O que há de errado com você? Você parece uma merda. — Shae-Lynn disse não. — eu me inclinei na porta da caminhonete. — Você pode montá-la.


— Eu não vou montá-la. Shae ainda tem que vir buscá-la. Eu não vou levá-la. — Ela não pode. Eles só têm um trailer de dois cavalos. Por que você não vai montála? — Eu não posso mostrar meu rosto para essas pessoas novamente. Tenho certeza de que Shae e Lee-Anne contaram a todos o que viram. Eu provavelmente vou perder o meu patrocínio. — Elas não contaram a ninguém. Ela olhou para mim e franziu a testa. — Como você sabe? — Lee-Anne me disse. Ninguém mais sabe, exceto elas. — Eu não quero montar Stella. Eu estou muito de ressaca para montar. Vou para casa e eu não vou levar a sua égua comigo. — Por favor, fique com ela até que eu encontre um comprador. Eu vou te pagar para cuidar dela. — Não. — ela folheou as fotos da revista. — Então me empreste o seu trailer. Vou levá-la de volta para Saskatoon e guardá-la lá. — Você vai ter que levar de volta para Edmonton para devolvê-lo. — Tudo bem. — eu disse, exausto demais para brigar por isso. Ela olhou para mim. — Tudo certo. Pegue sua caminhonete. — ela pulou para fora de sua caminhonete e desamarrou o trailer. Quando eu estava caminhando para a minha caminhonete, Shae-Lynn cavalgou atrás de mim e parou. Ela não olhou para mim, mas ela disse: — Você pode levar Stella para o rancho. Meu pai está lá. Vou treinar nela esta semana e decidir se eu quero montá-la na competição. — Sério? Obrigado, Shae-Lynn. — Shae. — ela me corrigiu e, em seguida, partiu a galope. Quando ela estava no meio caminho de volta para o campo de treino, Nate saiu da fila de trailers e acenou. Ela virou Harley e parou na frente de Nate. Eles conversaram por um tempo. A mão de Nate descansou em seu joelho o tempo todo. Quando a conversa acabou, Nate deu um passo


atrås com um grande sorriso no rosto. Ela virou Harley de novo, em seguida, olhou rapidamente na minha direção, antes de mudar o passo para um trote.


Capítulo Doze Era apenas três horas de Leduc para o rancho dos Roberts em Calgary, então eu cheguei lá antes do almoço. Shae-Lynn deve ter ligado para o seu pai para dizer a ele que eu iria, porque ele estava me esperando. Ele me encontrou na caminhonete e apertou minha mão quando saí. — Ei, Sr. Roberts. — Chame-me de Trent. — Sim, Senhor. Ele bateu no meu ombro e apareceu na parte de trás do trailer. — Ouvi dizer que você tem uma égua rápida que você quer que Shae monte. — Sim, Senhor. Ele abriu o trailer e tirou Stella. — Brody. — ele gritou para um ajudante do rancho que estava descarregando fardos de feno de uma caminhonete. — Venha pegar a Stella. Você pode colocá-la ao lado de Skeeter. Tawnie tinha escrito todas as informações sobre alimentação e horário de Stella em um pedaço de papel que eu entreguei para Brody. Ele levou Stella para o celeiro. Trent caminhou para gritar com um bando de rapazes sentados em cima da cerca em torno do curral. — Algum dos burros está pensando em terminar algum trabalho hoje? Todos olharam para ele, sorrindo. — É hora do almoço, Senhor. — um dos rapazes gritou. — Jeremy está prestes a montar pela primeira vez em um bronc. Você pode querer assistir. — Jeremy precisa trabalhar com o feno esta tarde. Se ele se machucar, todos vocês vão fazer o trabalho para ele. — Trent subiu na cerca e sentou-se na parte superior para assistir. Subi ao lado dele. — Quando foi a última vez que você montou? — Trent me perguntou. — Em broncs? — Tudo.


Eu dei de ombros. — Dez meses atrás. — Desde quando seu pai morreu? Dei de ombros novamente, em seguida, vi Jeremy descer com um cavalo na rampa. Ele contornou a rampa e Jeremy pulou dele. Ele respirou fundo e montou de novo. Ele demorou muito para balançar a cabeça e ele nem sequer pareceu firme quando finalmente fez isso. O portão se abriu e Jeremy saiu voando, antes que o cavalo desse um passo para fora da rampa. Ele subiu bastante, mas a poeira estava fofa, de modo que ele caiu e ficou bem e se arrastou para sair do caminho. Todos riram e seu rosto ficou vermelho. — Coloque-o de novo. — Trent gritou. Jeremy levantou as mãos em sinal de rendição. — Uma vez é o suficiente por hoje, senhor. — Não é para você. É para Billy. — Não, obrigado, Sr. Roberts. — eu disse, firme em minha decisão. — Vá para lá antes que eu chute sua bunda. Meus músculos ficaram tensos e meu sangue acelerou, mas eu lutei para parecer calmo. — Estou aposentado. — Realmente? Por que um dos melhores toureiros jovens quer se aposentar? — Eu tenho responsabilidades. Eu não posso ficar por aí correndo o risco de morrer. Ele riu, não engoliu. — Você poderia ser morto em sua caminhonete. Você vai se aposentar de dirigir? — Eu não preciso montar touros. — Você não precisa, ou você não quer? — seu tom passou de simpático para uma voz mais séria. — Ambos. Eu não tenho mais isso em mim. — Então, você desistiu. — Não. Eu me aposentei. Ele estudou o meu rosto como se estivesse decidindo a melhor abordagem comigo. Plenamente consciente de que, se meu pai estivesse por perto, eu não teria sido


autorizado a parar de montar por causa de um acidente, ele me desafiou. — Você monta o cavalo e prova que você não está com medo, então eu vou deixar você se aposentar oficialmente. — ele empurrou meu ombro. — Vá. — Eu não posso. A minha visão ainda não está curada da minha última lesão. — Isso não é desculpa. Há montadores que são oficialmente cegos lá fora. — ele olhou de soslaio para mim. — Seu pai costumava sempre dizer que você saiu da sua mãe com o seu braço direito no ar. — Sim, ele contava a todos essa história. Era uma mentira e isso não significa nada. — o papo ‘deixar seu pai orgulhoso’ era um ângulo que não ia funcionar. — Você nasceu para montar. — Há mais na vida, Trent. — Parece um desperdício de talento. Dei de ombros e virei minha cabeça querendo cuspir tabaco. Em vez disso, eu apenas olhei para o chão. — Você tem certeza que não quer provar a si mesmo que você pode voltar para a sela? — Eu não tenho nada a provar. Eu não perdi minha coragem. Ele balançou a cabeça, mas sabia que eu estava cheio de merda. — Se você diz. Eu tive o suficiente, então eu desci e caminhei em direção à minha caminhonete. Trent gritou para os caras: — Esqueçam. Voltem ao trabalho antes que eu demita todos. — suas botas bateram no chão e o cascalho rangeu quando ele me seguiu. — Você quer almoçar antes de sair? — Você vai parar de tentar ter conversas sentimentais sobre o meu pai e do quanto eu preciso voltar para a sela? — De jeito nenhum. Eu quase não tenho conversas sentimentais com a minha esposa. — ele bateu no meu ombro. — Vamos. Faço um bom queijo grelhado. — seu telefone tocou antes que chegasse até a varanda, então eu esperei por ele. Eu não ouvi a primeira parte da conversa, mas quando o seu tom mudou, eu comecei a ouvir. — Para onde eles a levaram?... eu estarei lá assim que puder. — ele desligou. Sua expressão parecia que ele estava irritado, assustado e chateado, tudo ao mesmo tempo. — Eu tenho que ir a


Edmonton. — ele apalpou os bolsos, como se estivesse à procura das suas chaves. Ele correu para dentro da casa e, em seguida, um minuto depois voltou correndo em direção a sua caminhonete. — Brody! Brody saiu do celeiro e empurrou o chapéu para trás. Ele deu uma olhada para Trent e perguntou: — Qual o problema? — Shae teve um acidente. — O quê? — eu disse. Estendi a mão para o corrimão da varanda. — Ela está bem? — Eu não sei. Eu tenho que encontrá-los no hospital em Edmonton. — ele apontou para Brody. — Você precisa tocar as coisas enquanto eu estiver fora. Ligue-me se você tiver qualquer problema. — Brody assentiu. O telefone de Trent tocou novamente. — Tudo bem. Sim... certo. — ele desligou e olhou para mim. — Entre. Eu vou dirigir. — eu disse enquanto eu corria para a minha caminhonete. Ele pulou para o lado do passageiro e fez mais chamadas de telefone enquanto eu guiava pela estrada suja de terra. Eu não conseguia ver nada atrás de nós por causa da nuvem de poeira que o trailer vazio estava criando. — O que aconteceu? — Eu não sei todos os detalhes. — ele disse enquanto discava para fazer outra chamada. — Harley escorregou quando estava contornando o segundo barril. Shae foi jogada e Harley caiu com tudo em cima dela. Os paramédicos estavam tratando-a como se ela tivesse uma lesão da medula espinhal. — Jesus. — eu murmurei e acelerei ainda mais fundo. Minhas mãos começaram a tremer e meus pulmões pareciam como se Harley tivesse caído sobre mim também.


Capítulo Treze Trent e eu chegamos em Edmonton em pouco mais de duas horas e meia, porque eu dirigi como um maníaco. Lee-Anne e sua mãe estavam na sala de espera do hospital quando chegamos. Trent abraçou a Sra. Roberts primeiro e depois beijou Lee-Anne na testa. Lee-Anne olhou para mim e sorriu. Seus olhos estavam vermelhos e inchados de tanto chorar. — O que o médico disse? — Trent perguntou. — Eles ainda estão fazendo exames. — Doreen disse, sentando-se e retorcendo as mãos. — Nós podemos vê-la logo que terminarem a ressonância magnética. Trent andava de um lado para o outro. Lee-Anne sentou-se ao lado de sua mãe. Em seguida, Nate entrou no cômodo segurando três cafés gigantes em suas mãos. Ele deu um para Lee-Anne e para a sua mãe e ofereceu o terceiro para Trent. Trent recusou, mas apertou a mão livre do Nate. Eles falaram sobre o que aconteceu na arena e como Nate tinha sido o primeiro a chegar até ela. Se ele não tivesse tido treinamento médico e dissesse a todos o que fazer, alguém poderia ter erroneamente tentado movê-la e tornar a lesão pior. Lee-Anne olhou para mim e me senti como se ela estivesse prestando atenção na minha reação a Nate estar lá. Ou, talvez ela só estivesse me perguntando por que eu estava tendo dificuldade para respirar. Eu inclinei minhas costas contra a parede e pisquei algumas vezes. Quando isso não impediu que a sala girasse eu saí e sentei-me em um banco no corredor. Eu inclinei meus cotovelos sobre os joelhos e pendurei a cabeça tentando forçar oxigênio em meus pulmões. A porta se abriu, passos atravessaram o corredor, e Lee-Anne parou na minha frente. — Você está bem? — ela perguntou. Eu balancei a cabeça sem olhar para ela. Ela sentou-se ao meu lado. — Você viu acontecer? — eu perguntei e olhei para ela. Ela assentiu com a cabeça e começou a chorar. — Eu me senti tão impotente, vendo aquilo acontecer e não poder fazer nada. — ela olhou para cima. — Você sabe.


Eu balancei a cabeça. — Sim. Infelizmente, eu sei. — eu suspirei e recostei-me para olhar para o teto. Eu engoli o nó que estava inchando na garganta. Meus olhos queimavam e eu senti lágrimas tentando sair. Ela tocou no meu braço com simpatia antes que abraçasse os joelhos em seu peito. — Ela está saindo com ele? — perguntei, embora fosse óbvio. — Sr. Maravilhoso? Não oficialmente. Embora eles estivessem juntos no bar ontem à noite. — Ele é meio velho para ela, você não acha? Ela encolheu os ombros. — Shae pulou a parte de ser uma adolescente e caminhou rápido, em linha reta, de menina para jovem mulher. Ela já está à procura de um cara que seja sério, estável e trabalhe duro fazendo coisas admiráveis. Nate é esse cara. — Sim. Ele é perfeito para ela. — eu disse, apesar de não me sentir bem em admitir. Ela verificou a minha expressão e parecia estar lendo-a, mas uma vez que eu nem sabia o que estava sentindo, ela desistiu. Nós nos sentamos sem falar pelo que pareceram horas, antes que um médico caminhasse pelo corredor e entrasse na sala de espera. Nós dois levantamos e o seguimos. Ele apertou a mão de Trent e atualizou sobre a condição de Shae-Lynn. Flashbacks de quando o médico chegou para contar a Cole e a mim que o nosso pai estava morto ficavam me distraindo do que estava sendo dito. Tudo o que eu ouvi de início foi a palavra paralisia. Doreen cobriu a boca com as mãos quando começou a soluçar. Então eu ouvi a palavra temporária e Trent apertou seu braço ao redor dela. O médico levantou-se e disse: — Vocês podem vê-la agora. Os três, juntamente com Nate, levantaram-se para seguir o médico. Eu não me mexi. Lee-Anne se virou para olhar por cima do ombro. — Você vem, Billy Ray? — Não. Vá em frente. Eu provavelmente deveria ir. Ela se aproximou e colocou os dedos ao redor da minha mão. Sua expressão era incrivelmente séria quando ela disse: — Billy, ela vai querer ver você. Olhei para ela por um tempo, considerando, antes de olhar para minhas mãos trêmulas. — Eu não acho que posso lidar com vê-la toda quebrada. Ela apertou a minha mão com mais força, talvez tentando firmá-las. — O médico disse que ela vai ficar bem, uma vez que o inchaço diminuir. Ela vai ficar bem.


— Eu não posso. Desculpa. Ela franziu a testa e parecia que ela estava debatendo com algo antes de lançar um aperto em minha mão. — Tudo bem. Vou falar para ela que você estava aqui. Obrigada por trazer o papai. Eu balancei a cabeça, em seguida, saí. A casa de Tawnie ficava vinte minutos fora de Edmonton. Eu fui direto para lá do hospital para deixar o reboque do cavalo. Já estava anoitecendo, por isso era difícil ver os endereços nas caixas de correio. Eu finalmente encontrei o dela, subi uma estrada de terra por muito tempo, e estacionei na frente da casa da fazenda. Ela deu um passo para fora da porta de tela e para a varanda da frente quando eu saí da caminhonete. — Você já comeu? — ela perguntou. — Não. Vou pegar alguma coisa na estrada. — eu desamarrei o trailer. — Eu fiz frango assado. Está quase pronto, se você quiser entrar. — Não, obrigado. Eu preciso ir. — eu disse e abri a porta do motorista. — Você não vai conduzir todo o caminho para Saskatoon esta noite, não é? Eu empurrei o meu chapéu para trás e encostei-me à porta. — Eu posso parar em algum lugar ao longo do caminho se eu ficar cansado. — Você pode ficar aqui se quiser. Meus avós estão fora em um cruzeiro pelo Caribe. Eu balancei minha cabeça. — Eu tenho que trabalhar amanhã. Ela apoiou-se no parapeito da varanda e sorriu. — Desculpe por jogar a luminária em você esta manhã. Fique para o jantar. Eu não vou te machucar. Eu prometo. — ela se virou e voltou para a casa. Fiquei olhando para ela através da janela enquanto ela se movia em torno da cozinha. A voz de Shae-Lynn reproduziu no meu ouvido sobre como eu usava as meninas e que se eu não aprendesse a ter um relacionamento que durasse mais de duas noites eu ia acabar sozinho e miserável. Meu estômago roncou. Ficar para jantar não queria dizer nada, exceto que talvez eu tivesse em mim um cara de confiança. Fechei a porta da caminhonete e fui até a varanda. A porta de tela rangeu quando eu abri. Era uma casa de fazenda centenária e a maior parte do mobiliário parecia como se fosse original para a casa. Tirei meu chapéu e pendurei na parte de trás da cadeira de jantar.


Depois que terminamos de comer eu a ajudei com os pratos. Ela me entregou um prato para secar e perguntou: — Stella ficou bem em Calgary? — Sim. Eles vão cuidar bem dela. — Shae vai treinar esta semana? Olhei para ela. — Você não soube? — O quê? — Shae-Lynn se machucou muito. Harley escorregou e caiu em cima dela. — Oh meu Deus. — ela deixou cair o prato que estava lavando na água e sabão. — Eu não sabia. Rochelle ligou algumas vezes, mas eu pensei que ela queria perguntar o que aconteceu entre mim e você, então eu não liguei de volta. Shae vai ficar bem? Eu dei de ombros. Ela observou enquanto eu esfregava o local no meu peito que parecia que tinha sido chutado repetidamente. — Desculpe-me por ter surtado quando você me disse que ia pedir Shae para montar Stella. Exalei e coloquei um copo no armário. — É compreensível você ter ficado chateada. Eu devia ter-lhe dado algum aviso. Foi uma jogada idiota. — Ela é a sua égua. Você pode fazer o que quiser com ela. — ela falou lavando uma panela e colocando-a de cabeça para baixo na estante. — Eu exagerei porque eu estava envergonhada pelo que fiz no bar, e eu estava com ciúmes da Shae. Eu não deveria ter jogado a luminária em você. Foi uma atitude de vadia louca. Eu ri da sua honestidade. — Bem, se fizer você sentir melhor, você não é a vadia mais louca que eu já conheci. Uma menina tentou me esfaquear uma vez. — Por quê? O que você fez com ela? Eu sorri e empilhei outro prato no armário. — Eu dormi com a irmã dela, mas em minha defesa, elas eram gêmeas. Eu nunca soube qual era qual. Ela riu, mas seu sorriso desapareceu um segundo mais tarde e seu tom ficou sério. — Eu não quero ser tão reativa. Eu nunca fui, mas o cara que eu namorei foi realmente abusivo e isso mexeu comigo. Eu fico insegura em torno dos caras agora. — Abusivo como?


— De todas as maneiras possíveis. — Quanto tempo vocês ficaram juntos? — Nós namoramos por quase cinco anos e vivi com ele por cerca de seis meses. Foi um desastre. Ele falava-me para pagar todas as contas porque dizia que estava guardando seu dinheiro para comprar uma casa para nós vivermos quando casássemos. Eu fui ingênua o suficiente para acreditar nele. Eu também fui estúpida o suficiente para deixá-lo me convencer a desistir da faculdade para que pudéssemos viajar. — ela riu. — Nós nunca fomos a qualquer lugar. O dinheiro desapareceu e eu não consegui um bom emprego, porque eu não tinha estudo. Ele era controlador e chegou a um ponto que ele me dava um tapa se eu saísse com meus amigos ou comprasse uma roupa que ele não aprovava. — Por que você ficou com ele? — Ele era um charmoso, e, obviamente, eu sou uma otária. — Como que você, eventualmente, foi embora? — Uma noite, ele ficou bravo porque eu atrasei vinte minutos para chegar em casa do trabalho. Ele me empurrou escada abaixo e eu quebrei meu braço, por isso o meu avô me arrastou para fora de lá. Mitch me perseguiu depois que eu saí e eu ainda tenho uma ordem de restrição contra ele. Meu telefone tocou no meu bolso, mas eu ignorei. — A coisa toda realmente afetou minha autoestima. Sinto muito. — Você não precisa se desculpar. — Eu não quero ser insegura e carente. — ela passou as mãos pelo cabelo e exalou. — Eu simplesmente não consegui a minha confiança de volta ainda. Meu telefone tocou novamente e ocorreu-me que poderia ser Lee-Anne ligando sobre Shae-Lynn. — Licença. — eu murmurei e tirei-o para fora do meu bolso. — Não se preocupe. Atenda. Era uma mensagem de texto de Cole. Onde você está? Você levou meu trailer? Ligue-me.


Eu coloquei meu telefone de volta no bolso e encostei no balcão enquanto ela esvaziava a pia. Meu telefone tocou novamente e ela olhou para mim. Puxei-o para desligálo e percebi que era uma mensagem de Blake. Ligue-me, idiota. — Você tem aquele olhar no seu rosto novamente. — Que olhar? — Aquele em que você fica com um vinco sério entre as sobrancelhas. Você fica com ele quando está começando a se preocupar. — Eu tenho um monte na minha cabeça. — Sim, eu posso dizer. Você tem agarrado o seu peito, como se estivesse prestes a ter um ataque cardíaco e seus músculos da mandíbula continuam tensos como se você tivesse mascando tabaco. Existe algo que eu possa fazer para ajudar? — Não. Obrigado. Ela abriu o congelador. — Sorvete faz tudo parecer melhor. Você quer um pouco? Eu organizei os talheres na gaveta ao lado do forno. — Claro. Ela pegou duas taças de sorvete e, em seguida, fomos para fora, para comer na varanda. Ela se sentou em uma cadeira de balanço e eu me sentei no balanço da varanda. Eu terminei o meu e equilibrando a taça sobre o corrimão para que eu pudesse sentar e relaxar no balanço. — É bom aqui. — eu disse enquanto olhava para o pasto além do celeiro. A grama parecia prateada no céu escuro. — Sim, é pacífico. Eu sentia falta da calmaria quando estava morando na cidade. — Tínhamos um lugar como este, mas minha mãe teve que vender depois que meu pai morreu. Eu costumava ir caminhar ao entardecer apenas para ouvir o mundo abrandar. — eu fechei os olhos e inalei o ar fresco. — Shae-Lynn não vai poder montar Stella, então você pode, se você quiser. Ela balançou por um tempo antes de responder. — Deixe-me pensar sobre isso. Aviso você. — o céu ficou mais escuro e o ar esfriou. — Billy. — ela disse tão baixinho que quase não a ouvi.


— Sim. — Isso é bom, não é? Eu não respondi, mas fez-me lembrar de uma época em que eu não tinha tantos problemas. — Você nunca pensa em se acomodar com uma garota? Dei de ombros, porque embora eu nunca realmente tivesse pensado sobre isso, eu sabia que provavelmente devia fazer um plano para o meu futuro, como Nate tinha feito. — Se você se acomodasse, talvez pudesse se sentir assim o tempo todo. — Eu não posso deixar Saskatoon agora com tudo que está acontecendo com minha mãe e irmão. — Você não precisa. Nós poderíamos nos relacionar a longa distância por um tempo e se ficar sério, eu me mudo para lá. Não é como se eu estivesse presa a Edmonton. — ela estudou a minha expressão, talvez esperando por algo que não estava lá. — Você pode ficar esta noite, se quiser. Merda. Eu não deveria ter ficado para o jantar. Levantei-me e disse: — Eu tenho que trabalhar amanhã. — Fale que está doente. Eu vou me preocupar com você dirigindo à noite. — Eu já perdi muitos dias de trabalho com todos os eventos. Eu não posso me dar ao luxo de ser demitido. Ela suspirou quando levantou. — Seu chapéu está na sala de jantar. Espere um segundo. Eu vou buscá-lo. — ela desapareceu dentro. Através da porta de tela, eu ouvi o que soou como se ela estivesse ofegando. Então ela disse: — Você não pode estar aqui. — É? Quem vai me impedir? — uma voz de homem respondeu.


Capítulo Catorze Eu abri a porta de tela, caminhei pelo corredor e parei no arco para a sala de jantar para ver com quem Tawnie estava falando. Havia um cara atlético, de boa aparência, sentado à cabeceira da mesa. — Quem é seu convidado para o jantar, Tawnie? — Nada que lhe interesse, Mitch. Você precisa sair antes que eu chame a polícia. — Vá em frente. Vou ter terminado, o que estou prestes a fazer, antes da polícia chegar aqui. Tawnie se aproximou de mim e parecia que ela estava verificando qual a saída era mais próxima. — Ela pediu para você sair. — eu disse. — Cala a boca. Entrei na sala de jantar e fiquei na frente da Tawnie. — Vá chamar a polícia. — ela se virou e seus pés bateram contra as tábuas do chão enquanto corria pelas escadas. Olhei para Mitch. A cadeira raspou no chão atrás dele quando ele levantou. — Você acha que é um cara durão? — ele perguntou. — Eu não estou procurando briga. Você só precisa sair. Você está invadindo. E pelo que ela me disse eu suponho que você também está violando uma ordem de restrição. — Você escolheu a garota errada. — Ela não quer ter nada a ver com você. Você precisa aceitar isso e seguir em frente. Ele riu e caminhou pelo lado da mesa de jantar, na minha direção. Ele era tão alto quanto eu, e um pouco mais largo. Sua respiração estava superficial e ficando mais rápida. — Isso é entre mim e ela. Você precisa se preocupar com os seus problemas, cowboy. — Certificar-me que ela está segura é problema meu. Ele esfregou a mão sobre sua boca. — Espero que tenha gostado de fodê-la, porque é a última vez que você vai fazer. — ele fez uma careta, como se a ideia de ela estar com outra pessoa o esfaqueasse.


Eu sorri para provocá-lo e alarguei a minha postura. — Eu realmente gostei. Completamente. Ele lançou-se através do ar e me derrubou no chão. Seu punho fez contato com meu queixo, mas eu lutei colocando-o de costas e bati o joelho contra o peito dele. Eu dei um soco com um gancho de esquerda. Ele apagou. Levantei-me e chutei seu corpo imóvel. Tawnie apareceu no arco, com o telefone pressionado na sua orelha e olhou para Mitch. Eu coloquei meu chapéu e sentei-me em uma cadeira da sala de jantar para esperar, ou a polícia chegar, ou o idiota acordar. Tawnie correu para a cozinha e voltou com um saco de ervilhas congeladas. — Aqui. — ela sussurrou longe do telefone. — Coloque isso em seu rosto. Eu sinto muito. — Não é culpa sua. — eu pressionei o saco na minha mão. Já estava latejando por socá-lo tão forte. — Quanto tempo até um policial vir aqui? — ela perguntou para a pessoa ao telefone. — Mitchell LaPorte... Tawnie Lang... sim, mas há uma ordem de restrição. — ela franziu a testa enquanto andava para trás e para frente ouvindo a pessoa do outro lado do telefone. — Ele entrou na minha casa sem permissão. Ele atacou meu amigo. — Mitch gemeu e se moveu um pouco, o que a fez pular para trás. Sua respiração soou como se ela estivesse sufocando. — Você pode por favor dizer-lhes para se apressarem? Ele gemeu novamente e tentou se mover, então eu fui para cima dele. — Fique aí, ou eu vou apagá-lo novamente. Ele esfregou o queixo e balançou a cabeça. — Droga. Com o que você me bateu? — Só o meu punho, e há muito mais de onde veio isso, se você chegar perto dela novamente. Entendeu? Ele balançou a cabeça mais uma vez e rolou para deitar de costas. A polícia chegou dez minutos depois e o prendeu. Um policial acompanhou-o até a viatura e o outro nos interrogou. No momento em que tudo estava feito, era depois da meia-noite. Tawnie se aproximou e me abraçou. — Você pode ir. Eu não quero que você seja demitido por minha causa. — Talvez você não devesse ficar aqui sozinha.


— Está bem. Já liguei para uma das minhas amigas para vir dormir aqui. Ela vai chegar aqui a qualquer minuto. — ela ficou na ponta dos pés e me beijou. — Estou feliz que você estivesse aqui. Obrigada. — Não há de quê. — eu tirei meu chapéu para correr a mão pelo meu cabelo. Ela estendeu a mão e passou o dedo sobre o vinco entre as minhas sobrancelhas. — Não se preocupe. Eu vou ficar bem. — os faróis de um carro compacto viraram na entrada. — Lá está ela agora. Vá. Eu beijei seu rosto antes de ir para a minha caminhonete. Liguei meu telefone para recarregá-lo. Havia dez mensagens de texto de Cole perguntando onde eu estava. Três de Tyson me dizendo que Blake estava tentando falar comigo. Havia também uma mensagem de voz a da Shae-Lynn dizendo que ela não conseguia dormir no hospital e queria saber se eu ligaria para ela. Eu ouvi a mensagem de novo porque o som da sua voz fez com que a sensação estressante no meu peito desaparecesse. Eu dirigi de volta para o hospital. Shae-Lynn estava deitada na cama, olhando para o teto, quando eu coloquei minha cabeça em seu quarto. Havia um suporte de metal segurando a sua cabeça no lugar e ela parecia desconfortável. — Ei. — eu sussurrei e fechei a porta atrás de mim para que nenhum dos enfermeiros percebesse que eu entrei. Sua cabeça não se moveu, mas seus olhos rolaram para o lado para olhar para mim. Ela sorriu. — Ei. Eu pensei que você já tivesse voltado para Saskatoon. — Não. Eu tinha algumas coisas para fazer. — Eu não teria ligado se eu soubesse que você iria realmente aparecer. Lee-Anne disse que estava você estava achando difícil ficar aqui, porque estava trazendo à tona lembranças de seu pai. — Eu estou bem agora que eu posso ver que você vai ficar bem. — Esta é a sua ideia de bem? — ela brincou. — Bem, pelo menos você está consciente. E eu estou contente que você possa olhar para mim de novo. Você já superou o que testemunhou no bar na noite passada? — Deus, isso foi só ontem à noite? Parece uma eternidade atrás.


Parece que foi a uma eternidade, mas eu não tinha esquecido. — Você acha que você pode começar a me ver como aquele outro cara de novo? Ela suspirou e seus olhos fecharam em uma piscada longa. — Bem, eu tive um professor uma vez que disse que a vida era como um daqueles calendários de mesa que tem aquelas citações inspiradas em cada página. — ela olhou para mim. — Você sabe aqueles que você arranca no final de cada dia? Eu balancei a cabeça, porque minha mãe tinha um dos anos oitenta perto do telefone para anotar mensagens. — Ele nos disse para começar cada dia fresco e positivo, como uma nova página no calendário - aprender com suas experiências e erros, mas deixar qualquer culpa, arrependimento, preocupação, decepção, mágoa ou raiva no passado — Isso significa que você me perdoa? — Isso significa que eu gostaria de deixar meus sentimentos sobre aquele incidente em particular no passado. Amanhã é um novo dia. Espero que você tenha aprendido alguma coisa com ele. — Não deixe que meninas bêbadas desçam em você em um lugar público, onde as pessoas cuja opinião você se preocupa possam ver? Ela sorriu com a minha tentativa de humor. — Eu acho que isso conta como aprender com seus erros. Você se preocupa com a minha opinião? — Sim. Preocupo. O que você aprendeu? — Que você é um idiota. Eu relaxei, feliz que voltamos ao lugar confortável que estávamos, antes que eu estragasse tudo. — Mas mesmo assim você me ligou quando você não conseguiu dormir. Suas bochechas ficaram um pouco rosas e ela olhou para o teto. — Você é a única pessoa que conheço que estaria acordado até tão tarde. — Onde está a sua família? — O trailer está aí fora, no estacionamento. Eu lhes disse que queria dormir um pouco, mas, então, depois que eles saíram, eu estava bem acordada. Você não tem que ficar.


— Eu não me importo. Eu posso ficar até você cair no sono, se quiser. — eu arrastei uma poltrona coberta de vinil e me sentei. — Onde está o Nate? O canto da sua boca subiu para o que parecia um sorriso. — Ele teve que voltar para Calgary. Ele vai abrir sua própria clínica veterinária. — Sim, eu ouvi. Isso é incrível. — eu tentei dizer isso sem soar amargo, mas não funcionou muito. — Ele é uma pessoa muito legal. — Eu sei. Eu não falei que ele não era. — Então, por que você está fazendo essa expressão como se quisesse bater nele ou algo assim? — Eu não estou. Estou feliz por ele. Estou feliz por você. Ela não pareceu convencida, antes de perguntar: — Você acabou de estar com a Tawnie? Eu não queria admitir isso, porque ela ia pensar que eu estava usando Tawnie novamente. Evitei fazer contato visual por tanto tempo quanto pude antes de encontrar seu olhar. Ela ia descobrir de qualquer jeito, então eu disse: — Sim. Eu tive que levar seu trailer de volta. — Você foi só para devolver o trailer? — Bem, alguém que eu conheço mencionou que talvez fosse hora de eu tentar ter um relacionamento que durasse mais de duas noites, então nós saímos por um tempo. Nós jantamos. — Hmm. Você sempre segue conselho desse alguém? — Esse alguém me conhece muito bem e eu tenho certeza que ela está certa. Ela inalou e olhou para o teto por um tempo antes de expirar. — Você e Tawnie em um relacionamento sério. Bom para você. — seus olhos fecharam como se fosse muito esforço mantê-los abertos. — Como você está se sentindo? — Paralisada.


— Isso não é engraçado. Não é normal fazer piada quando você está acamada no hospital e não consegue sentir seus braços e pernas. Ela abriu os olhos novamente. — O remédio para dor me faz parecer calma. Na verdade, estou pirando dentro da minha cabeça, mas no momento que o terror atinge a superfície, eu me sinto entorpecida. — Eu não me importaria em tomar alguns desses remédios. — pareceu uma espécie de brincadeira, mas, na verdade, eu não estava brincando. — Você vai ter que começar a montar novamente para que você possa se machucar. — Não se preocupe, então. — eu ri. Seu tom mudou para algo mais sério, e ela parecia assustada quando ela perguntou: — Alguma vez você já teve uma lesão como essa? — Não, eu tento não deixar animais caírem em cima de mim. — eu continuei a brincadeira para impedi-la de pensar muito e se preocupar. — Rá rá. Vou manter isso em mente na próxima vez. Eu apontei para o tubo que conduzia da cama para uma máquina. — Eu tenho alguma experiência com um cateter, embora - como resultado de um chifre na virilha. — Felizmente, eu não posso sentir isso. — Você pode mover os dedos? — enfiei minha mão debaixo da dela. Ela apertou muito sutilmente. Mesmo que seus dedos mal se movessem, o calor do seu toque subiu todo o caminho pelo meu braço. A sensação aumentou quando ela apertou com mais força. Quando o calor se espalhou pelo meu peito, meu coração saltou como se eu tivesse tomado um grande choque em uma cerca elétrica. Quando eu vacilei, seus olhos encontraram os meus por um segundo antes que ela movesse a mão. — Você sentiu isso? — perguntei. Sua voz era suave e seus lábios mal se moveram. — Sim. Eu não soube se ela estava se referindo ao toque físico ou o choque, mas o canto da sua boca se transformou em um sorriso, o que me fez sorrir também. — Como é que você me ligou, se você não pode mover?


Ela apontou para o telefone dela que estava na cama perto do lado direito do seu quadril. — Meu telefone tem um recurso de voz ativado. Eu nunca tinha usado antes, mas é muito legal. — Eu tentei usar o meu quando peguei o meu telefone, mas só resultou em um monte de tagarelice. — Isso é porque ele não entende sotaque caipira. Eu ri. — Sim, deve ser isso. Seus olhos rolaram para o lado para olhar para mim. — Por que parece que você estava em uma briga? — É uma longa historia. — Você pode muito bem me dizer. Eu não tenho nada melhor para fazer. — Eu prefiro falar sobre coisas boas. Ela ficou em silêncio por um tempo, como se estivesse à procura de algo agradável. — Eu não posso pensar de quaisquer boas coisas agora. Você pode? Eu me movi minha cadeira em direção ao final da cama para que ela não tivesse que esticar muito seus olhos para olhar para mim. Eu suspirei. — Eu não consigo pensar em nada de bom neste momento também. Nós podemos jogar um jogo. — Não posso me mover. — Você não precisa. Quando eu era criança, minha mãe costumava jogar este jogo com Cole e comigo nas longas viagens de carro. Ela cantava algumas estrofes de uma canção e nós tínhamos que adivinhar a música e o artista. Eu não sei cantar, mas vou falar a estrofe. — Bruce Springsteen. Eu ri. — Você não pode falar antes mesmo de eu dizer a estrofe. — Tudo bem. Vai. Recitei as estrofes e sorri enquanto ela tentava pensar na música. — Cante. — Eu realmente não posso cantar. — Todo mundo pode cantar; apenas não é sempre afinado.


— Há mais coisa errado com o meu canto do que apenas desafinado. — Felizmente para você, eu sei que é Lee Brice. Hard to Love. — Boa. Sua vez. Ela cantou três estrofes com uma voz que era hipnotizante. Observei seu rosto por um tempo, antes de me recuperar da maneira como o som da sua voz fez a minha pele formigar. — Eu não me lembro o nome da canção, mas é de Dallas Smith. — Você só ganha meio ponto por isso. — Tudo bem. — eu peguei meu chapéu e o pendurei no meu joelho antes que eu falasse o pedaço da letra. Ela fez uma careta. — Hum, eu conheço essa. Meu pai gosta. Eu definitivamente saberia que se você me desse o tom. Você pode assobiar? — Não afinado. — Dê-me um segundo. É uma antiga. É Kenny Chesney? — Não. — Tim McGraw? — Não. — Brad Paisley? — Não. — Alan Jackson? — Não. — Toby Keith? — Não. — Ooh, eu me lembro. É Garth Brooks. Friends In Low Places. — Você perdeu dez pontos por isso. Ela riu, depois lambeu os lábios. — Ainda tem um copo de água em cima do balcão atrás de mim?


— Sim. — levantei-me e segurei-o para que ela pudesse tomar um gole da água. — Você precisa de mais alguma coisa? — Sensação Neurológica. — Hilário. — eu sentei e suspirei, porque não importa o quanto nós brincássemos, não mudava o fato de que ela estava gravemente ferida. Ela devia saber o que eu estava pensando, porque ela disse: — Não faça essa sua cara estressada. Eu sorri para apagar a tensão. — Você é a segunda pessoa a dizer isso para mim hoje. Aparentemente eu não posso evitar. Ela exalou e fechou os olhos em uma piscada longa. — Estou com medo, Billy. Ouvi-la dizer isso me esmagou, mas eu não podia demonstrar. Inclinei-me e disse: — Bem, sorte sua que eu não fico com medo. Eu vou ser corajoso por você. Ela abriu a mão para que a palma virasse para cima. — Você se importa em segurar a minha mão de novo? Eu descansei meus cotovelos na beirada da cama e envolvi minha mão na dela. A sensação de calor viajou pelo meu braço, para o meu peito de novo. Eu sorri quando isso me deu outro sobressalto. — Você fica com medo. — sua voz soava calma e sonolenta. — Prove. — Você vomita antes de cada rodada. Eu ri. — Isso é apenas uma intoxicação alimentar. Eu preciso aprender a ficar longe de cachorro quente de arena. — Admita. — Tá certo. Eu fico com medo às vezes. Eu admito. Nós vamos ter que ser corajosos juntos. Ela sorriu, orgulhosa do que ela me levou a dizer. — Obrigada por estar aqui, Billy. — Não há de quê. Nós nos sentamos em silêncio por um longo tempo, então ela disse: — Eu estou com sono agora. — ela fechou os olhos e sua respiração desacelerou quando ela adormeceu. Eu


a assisti dormir um pouco antes de puxar meu telefone para fora e mandar uma mensagem para Hank Pollert para dizer a ele que não iria para o trabalho na hora certa e compensaria ficando até mais tarde. Ele ia ficar bravo, mas eu não queria sair. Eu abaixei a minha cabeça na cama e dormi, ainda segurando a mão de Shae-Lynn.


Capítulo Quinze Às cinco da manhã, uma enfermeira veio e me acordou. Levantei-me e beijei ShaeLynn na testa. Ela abriu os olhos e sorriu. — Ei. — Ei. Eles estão me chutando para fora, e eu tenho que ir para casa para o trabalho. — eu sussurrei. — Tudo bem. Obrigada por ficar. — Eu ligo para você. Ela apertou minha mão mais uma vez antes de eu sair. Demorei mais de seis horas para voltar para Saskatoon. Eu não sabia se Hank estava mais bravo porque eu não comecei a trabalhar até a hora do almoço, ou porque eu estava muito cansado e por isso não estava me movendo nem com a metade da minha velocidade normal. Fiquei até às oito horas da noite para terminar o trabalho. Meu telefone tocou o dia inteiro com mensagens de Cole, mas eu as ignorei, porque eu não tinha energia para lidar com ele. Quando eu finalmente parei na calçada na casa da mamãe, ele irrompeu pela porta da frente. — Onde diabos você estava? Mamãe está muito preocupada. — Edmonton. Ele me empurrou. — Onde está o meu trailer? — Eu entreguei para o Mutt. Ele me deu um soco no mesmo local que Mitch já tinha me batido. — Puta que pariu. — encolhi-me e cuspi sangue. — Não comece comigo. Eu já estou chateado com você. Se você continuar a me provocar, eu posso matá-lo. — Não se eu te matar primeiro. — Qual é o seu problema? Você perdeu aquele trailer para o Mutt de uma maneira justa. E enquanto estamos no assunto, eu também descobri que você perdeu quase cinquenta mil dólares em apostas ilegais. Como você planeja pagar o que deve? Ele olhou por cima do ombro para a casa, como se estivesse preocupado que a mamãe pudesse estar ouvindo. — Eu estava pensando em vender o trailer, idiota. — Isso só teria coberto a metade e você ainda deveria ao Mutt.


— Eu não me importo com o que devo para o Mutt. Não é como se ele fosse quebrar as minhas pernas se eu não pagasse em trinta dias. — Eu não sabia que você devia aos outros caras. — Isso é porque é problema meu. Não seu. — Sim, bem, torna-se problema meu quando você está trancado em uma ala psiquiátrica e eles tentam cobrar de mim ou da mamãe. — Se você não tivesse enfiado o seu nariz nesse assunto, eu poderia ter pagado e negociado a minha dívida com Mutt. Simplesmente fique de fora dos meus negócios. Eu cuidarei disso. — Sério? Como você cuida de todo o resto? Você não tem sequer um emprego de verdade. — eu balancei a cabeça, cansado da sua merda, e tentei passar por ele. Ele me empurrou de volta. — Pare de agir como se você fosse o único que pode consertar as coisas. — Eu ficaria feliz em fazer isso, assim que você parasse de agir como um maldito pedaço inútil de merda, que fode tudo que chega perto. Suas sobrancelhas enrugaram ligeiramente e seu rosto ficou tenso. — Eu disse que cuidaria disso. — Eu não vejo como você pode. — Eu vou dar um jeito. — Perdoe-me se eu não acredito em você. — eu gritei. Ele apontou para mim em ameaça. — Estou ficando realmente nervoso com a sua atitude superior. Só porque o papai gostava mais de você, não o torna melhor do que eu. — Sim, é bom você provar isso de vez em quando. Ele se moveu de novo para mim, mas eu abaixei e bati com meus ombros em suas costelas para forçá-lo ao chão. Bati nele e ele revidou com força. Nós rolamos pela grama eu estava tentando colocar o meu braço em torno da sua garganta para que eu pudesse estrangulá-lo, e pareceu que ele estava tentando puxar meu braço para as minhas costas, para que pudesse quebrá-lo. A porta de tela bateu, e minha mãe gritou: — Parem com isso! Eu bati o cotovelo no nariz e ele me deu uma joelhada nas bolas. Eu gemi e rolei de cima dele. Nós dois estávamos sangrando.


— Que diabos deu em vocês dois? — ela veio rápido para o gramado da frente e pegou Cole pela orelha para fazê-lo levantar. — Ai. Nada. Nós só estamos brincando. — ele murmurou. Ela soltou sua orelha e empurrou seu peito. — Não minta para mim. — ela passou por cima e puxou a gola da minha camisa para me fazer levantar. — Por que vocês estão brigando? — ela me perguntou. — Pergunte ao Cole. Ele vai cuidar de tudo, então ele poderia muito bem começar a contar o que ele fez. — eu esfreguei a manga no meu nariz para limpar o sangue que pingava. — Ele acabou de sair do hospital, Billy. Por que você está batendo nele? — Ah, pobre Cole. Esqueci. Ele é louco, então ele tem uma desculpa conveniente para não tomar a responsabilidade por qualquer coisa. — Billy. — ela ofegou. — O quê? Eu estou cansado disso. Ele faz tudo e qualquer besteira, eu sofro todas as consequências, ele pede desculpas, e então eu o desculpo para sofrer mais abusos como um idiota maldito. — eu apontei para Cole. — Diga a ela o que você fez e arrume um jeito de sair disso. Eu preciso estar no bar em menos de duas horas. Eu vou tirar um cochilo. Não me incomode. — eu subi os degraus da varanda e bati a porta de tela atrás de mim. Havia envelopes das empresas bancárias e de cartões de créditos no balcão ao lado de uma carta endereçada a mim pela Universidade de Saskatchewan. Uma das contas tinha VENCIDO e duas delas tinham AVISO FINAL estampado em vermelho do lado de fora. Eu não me incomodei nem mesmo em tomar banho ou trocar de roupa. Eu me caí de bruços na minha cama e não me mexi. Quando meu alarme disparou uma hora e meia mais tarde, eu rolei. Cada parte do meu corpo estava dolorida, e o breve cochilo me deixou ainda mais mal-humorado. Tomei um banho, em seguida, sentei-me na beirada da minha cama para ligar para ShaeLynn. Não houve resposta, então eu deixei uma mensagem. — Ei. Estou trabalhando esta noite no bar. Se você não conseguir dormir, me ligue depois das duas e meia. Espero que você esteja se sentindo bem. Cuide-se. Eu desliguei e disquei o número de Tawnie. Ela pareceu feliz em ouvir minha voz.


— Como você está se saindo? — perguntei. — Bom, a minha amiga vai ficar comigo até que meus avós voltem. — Quando você acha que a polícia vai deixá-lo sair da cadeia? — Ele já está fora. — ela disse, como se não estivesse nem impressionada, nem surpresa. —Sério? Como eles sabem que ele não vai na sua casa? — Eles não sabem. Jesus. Qual é a razão de prendê-lo? — Talvez você devesse ficar na casa da sua amiga. — Eu não posso. Eu tenho que cuidar dos cavalos. Suspirei e passei a mão pelo meu cabelo. — Tranque as portas e durma com o telefone ao lado de seu travesseiro. — Sim. Pare de se preocupar; você vai deixar essa sua ruga entre as sobrancelhas permanente. Eu olhei o relógio e me levantei. — Desculpe cortar a conversa, mas eu tenho que ir para o trabalho. — Está bem. Obrigada por ligar. — Não há de quê. — eu desliguei e saí de casa. Assim que eu entrei no bar, eu vi a única pessoa que poderia deixar o meu fim de semana pior. Ele estava sentado em uma mesa sozinho bebendo uma cerveja. Ele não me viu entrar, então eu deslizei por trás do bar e comecei a trabalhar, na esperança de evitar falar com ele. Quando ele terminou sua cerveja, ele se aproximou e sentou em uma banqueta na minha frente. Eu deslizei uma garrafa na direção dele e não me incomodei em pedir o dinheiro. Duas meninas que queriam shots nos seus corpos deitaram sobre o fim do balcão e gritaram para mim, então eu o deixei sentado lá. Quando eu finalmente olhei para ele, ele estava olhando para mim. Suspirei e fui falar com ele. — O que você quer, Blake? — Quero fazer um acordo com você. — Não estou interessado.


— Você nem sabe o que é. — Eu não me importo. Eu não quero ter nada a ver com você ou seu pai. Os problemas de Cole são dele, não meus. Não tente fazer com que sejam meus e não se aproxime da minha mãe. — Eu tenho uma ideia que poderia tirar o Cole desse problema sem ele realmente ter que pagar todo esse dinheiro. — Não estou interessado. — eu deslizei duas cervejas para o cara ao lado de Blake e peguei o dinheiro. — Apenas me escute. — ele se inclinou para frente e apoiou os cotovelos no balcão para que não gritar. — Se você entrar o vencedor leva todo o prêmio... — Estou aposentado. — interrompi. — Tudo que você tem a fazer é montar em um touro e a dívida de Cole será paga. — Não se eu não ganhar. — Eu não estou falando sobre o dinheiro do prêmio. Você apenas tem que montar e a dívida de Cole será perdoada. — Por quê? Ele sorriu, obviamente, supondo que eu fosse estúpido o suficiente para concordar com um acordo que eu não soubesse nada. — Será simples assim. — Como? Seu pai vai apostar contra mim? — Basta inscrever-se e montar. Você não precisa saber de todos os detalhes. — ele disse, perdendo a paciência. — Ele espera que eu dispute a competição de alguma forma? Ele olhou por cima do ombro para se certificar que ninguém estava ouvindo. — Eu não disse isso. Você quer que a dívida do seu irmão seja paga ou não? — Diga-me como eles estão pensando em arranjar a aposta. — Eu não disse que seria arranjada. Eu servi mais duas bebidas, em seguida, concentrei-me nele novamente. — Então, tudo o que tenho a fazer é montar e dar o meu melhor. Se eu ganhar, eu pego o prêmio e a dívida do Cole é esquecida. Se eu perder, a dívida de Cole é esquecida, apenas porque sim.


Uma vez que parecia que eu estava pensando a respeito, ele sorriu. — Sim. É meio sem sentido, se você me perguntar. — Não estou interessado. Chocado com a recusa, ele empurrou o chapéu para trás. — Você está louco? Isso é ganhar ou ganhar. — Eu não quero envolver em qualquer coisa que você e seu pai estejam fazendo. Eu prefiro pagar de forma justa. — Você é um idiota. — ele zombou. — Se você diz. Eu tenho que voltar ao trabalho. Já terminamos aqui? — Sim. — ele se levantou e jogou dinheiro no balcão para pagar a sua cerveja. — Você, provavelmente, devia pensar sobre a oferta. Pessoas que você ama podem se machucar quando os cobradores vierem cobrar. Quando você mudar de ideia, fale comigo. — Espere sentado, e não tente envolver Cole em quaisquer dessas propostas também. — Eles não querem fazer negócios com ele. Embora eu quisesse que ele saísse, eu também estava curioso na razão pela qual ele ofereceu o negócio o primeiro lugar. — Por quê? — Cole não é tão bom quanto você. — Ele é melhor do que eu. Eu não monto há quase um ano. — Você ainda tem a pontuação melhor do que a minha. Eu estava além de nervoso com a sua atitude, então eu disparei de volta: — Isso é porque você é um merda. — Sim? Inscreva-se para o evento e coloque seu dinheiro onde está a boca. — Tchau, Blake. Ele zombou, tirou o chapéu e saiu. — Quem era? — a dona do bar, Stephanie, perguntou quando veio para o meu lado, misturando uma piña colada para uma senhora que estava sentada no balcão sozinha. — Ninguém. Ele monta no circuito.


— Você não gosta dele, não é? — Não. — Eu vejo. — ela puxou um monte de notas para fora da alça do seu sutiã. — Ele dá boas gorjetas e conversou com Maurice, então eu não precisei. — olhei para Maurice, o bêbado da cidade que divagava sobre o fim do mundo a qualquer um que quisesse ouvir. A maioria das pessoas o evitava, a menos que pudesse ignorar a loucura e ver que ele era apenas um velho cara solitário que precisava de alguém para conversar. — O que ele queria? — Stephanie perguntou, referindo-se ao Blake. Eu preparei doses de uísque. Que eram para os três dos vaqueiros com quem eu trabalhava no Hank, então eu não cobrava deles. — Ele quer que eu monte em uma competição. — Você devia. Quando você vencê-lo ele vai tirar aquele olhar presunçoso da cara. — ela enxugou o balcão com uma toalha. — Eu não sei se ainda posso vencê-lo. — Montar um touro não é como andar de bicicleta? — Eu não sei. — e, honestamente, eu não tinha certeza se conseguiria montar novamente. — Você ainda tem isso em você. — ela disse, encorajando e reajustando o top para mostrar mais o decote. — Você precisa parar de dar todas essas bebidas de graça. Você vai me tirar do negócio. — Este lugar é lotado. Eu trago mais lucros para você do que você sabe o que fazer com ele. — Ah, sim, Billy Ray Ryan, o montador de touro sexy e campeão trabalhando em um bar em Palomino. — ela riu. — Quanto tempo você acha que vai ser bom para os negócios? — Até que eu esteja com sessenta ou algo assim. — Sim, eu duvido disso. Ninguém se importa com ex-montadores de rodeio. Volte para a montaria, ou comece a pegar dinheiro deles e embolsar as gorjetas, enquanto você ainda pode. — ela bateu uma toalha na minha bunda, então caminhou até a outra extremidade do balcão para flertar com dois dos seus frequentadores antigos.


Meu telefone tocou no meu bolso. Eu nunca atendia chamadas enquanto eu estava trabalhando, mas era Shae-Lynn, então eu atendi. — Ah, ei. — ela parecia surpresa. — Eu não esperava que você atendesse. Eu só ia deixar uma mensagem. Eu pensei que você estivesse trabalhando. — Eu estou, mas eu posso falar e trabalhar. Servir bebidas não é exatamente uma cirurgia no cérebro. — Você não vai ficar em apuros? Olhei para Stephanie. Ela olhou para mim como uma mãe repreendendo seu filho. Dei de ombros inocentemente e sorri para ela. — Minha chefe gosta de mim. Ela me deixa fazer outras coisas. — eu deslizei duas long necks pelo balcão, para um cara que parecia um policial fora de serviço. Peguei seu dinheiro e coloquei no caixa. — Sua chefe é bonita? — Uh, sim. Seu auge era antes de eu nascer, mas ela ainda é sexy se você estiver bêbado o suficiente. — Você dormiu com ela? Eu ri. — Não. Ela é casada e tem três filhos. — Ah, eu não sabia que você tinha padrões. — Você acha que eu sou um vagabundo? Ela pensou antes de responder. — Mais como um mustangue9. — Mustangues podem ficar dóceis se forem bem treinados. Ela ficou em silêncio por um tempo antes de dizer: — Eles têm que querer deixar o seu lado selvagem no passado. — Bem, viver de maneira selvagem fica difícil depois de um tempo. O que você ia dizer em sua mensagem? — Ah, só que eles me deram algumas pílulas para dormir, então eu provavelmente não vou estar acordada quando você terminar o seu turno. Eu não queria que você pensasse que eu não queria falar com você, porque eu queria ou quero, ou o que for.

9

Cavalos selvagens.


Eu sorri da honestidade dela e encostei-me no balcão ao longo da parede dos fundos. — Como você está se sentindo? Você pode mover-se melhor? — Eu estou um pouco mais forte. Embora um pouco entediada. Os clientes fizeram fila no bar, mas eu não me importei. — Sempre que estou deitado, eu leio. Shae-Lynn gemeu, frustrada. — Eu li dois livros inteiros hoje. Não ajudou em nada. — Você não deveria ler tão rápido. O truque quando está internado é desacelerar. Ir para o banheiro é o evento da manhã. Tirar uma soneca é o da tarde. Tomar um banho de esponja é o evento de início da noite. Então você lê um capítulo e finaliza o dia. — Eu não posso viver assim. Além disso, eu tenho certeza que os banhos de esponja da enfermeira são experiências diferente para mim do que são para você. Eu ri. — Sim, provavelmente você está certa. — uma garota gritou para eu levar uma margarita, então eu enfiei o telefone entre a orelha e o ombro enquanto preparei. — Quando é eles vão deixá-la sair? — Provavelmente até o final da semana se eu continuar a progredir. A menina da margarita me pagou, mas não deu gorjeta. — Sua cor favorita é rosa? — perguntei para Shae-Lynn. — Sim, eu acho. Eu gosto de lilás também. Por quê? — É uma surpresa. Qual é o seu número da sorte? — Treze. — Isso não é sorte. — É por isso que eu escolhi. Ninguém mais o escolhe, por isso deixa mais sorte para mim. Virei as costas para a fila de pessoas, para não me distrair. — Você é estranha. Há mais alguma coisa que significa muito para você ou lhe traz sorte? — O que você está querendo? — Eu te disse; é uma surpresa. Stephanie empurrou meu braço. — Billy, ou desliga o telefone ou vai para o escritório.


— Eu posso trabalhar e conversar. — eu peguei uma garrafa de bourbon para provar isso. — Tá, não com quem quer que esteja falando. — Espere um segundo, Shae-Lynn. — eu cobri o telefone com a mão para que ela não me ouvisse falando com Stephanie. — Do que você está falando? — As senhoras vêm aqui para ver Billy Ray Ryan trabalhado atrás do bar. Elas compram bebidas e deixam grandes gorjetas na esperança de que talvez ele possa querer levá-las para casa no final da noite. Se ele está ocupado falando no telefone com sua namorada agindo todo apaixonado, ele mata a ilusão. — Ela não é minha namorada e eu não estou agindo apaixonado. Eu não sei do que você está falando. — Eu vi você flertar com pelo menos mil meninas e eu nunca vi você sorrir assim. Confie em mim, você está matando a ilusão. Vá para o escritório, cowboy. — ela me enxotou. — Ela é só uma amiga, mas se você quer me dar um intervalo, eu aceito. — eu sorri para ela e corri pelos fundos do bar. Uma vez que eu estava no corredor que levava ao escritório, eu falei de novo no telefone: — Ei, desculpe por isso. — Você entrou em apuros? — Não, ela apenas me disse que eu podia fazer uma pausa se quisesse falar com você por um tempo. Ela acha que você é minha namorada. — Ah. Ela não sabe que você não é o tipo que namora? Sentei-me à mesa de Stephanie e coloquei os pés para cima. — Ela deve ter notado que eu mudei. — Certo. Eu esqueci que você está tentando se empenhar. Eu duvido que você mudou o suficiente em um dia para fazer uma diferença notável. Eu peguei uma caneta e rabisquei no bloco de papel. — Quando eu defino a minha mente para alcançar um objetivo, eu aprendo rápido. — É mais importante fazer bem do que fazer rápido. — Eu posso fazer as duas coisas.


Ela bufou como se não acreditasse que eu poderia, ou ela não estava interessada no tema da conversa mais. Eu não sabia. — De quanto tempo são as suas pausas? — Eu não sei. Eu nunca tinha tido antes. — eu olhei para o bloco de papel e percebi que estava esboçando uma menina em um cavalo saltando os tambores. Quando eu não disse nada por um tempo, ela perguntou: — Você já arrumou um anúncio para vender Stella? — Ainda não. Eu não tive tempo. Eu vou fazer isso. — Eu posso fazer, se quiser. Quanto você quer pedir nela? — Eu estava pensando em pedir vinte, mas você não tem que fazer isso por mim. — Está tudo bem. Eu tenho o meu laptop. Isso vai me dar algo para fazer amanhã. Talvez Tawnie devesse montá-la novamente para exibi-la. — Sim, talvez. — eu disse, em seguida, mudamos de assunto. — Se você ganhasse cem mil dólares o que você faria com ele? — Você está pensando em entrar no evento de premiações dos contratantes? — Não, eu prefiro trabalhar em três empregos. Eu só estava me perguntando o que uma pessoa sem problemas de dinheiro faria com cem mil dólares. — Hum, eu pagaria a dívida de jogo do seu irmão para que você pudesse parar de se preocupar o tempo todo. Compraria alguns materiais de arte para a creche. Compraria uma caminhonete nova para o meu pai e minha mãe provavelmente gostaria de uma renovação na cozinha. Compraria uma nova sela para a Lee-Anne ou algo assim. Se sobrasse algo, doaria para instituições de caridade que me voluntario. Ah, e eu compraria um novo par de botas para você também. — O que há de errado com as minhas botas? — eu olhei para elas, apoiadas sobre a mesa. — Elas estão velhas e arranhadas. — Eu gosto delas assim. — Você pode ficar com as antigas, mas você também deve ter um par bonito para ocasiões especiais. — Como para encontros e coisas assim?


— Sim, como encontros. Eu sorri, porque eu poderia dizer pelo seu tom de voz que ela estava sorrindo. — Você não mencionou que compraria qualquer coisa para você com os cem mil. — Eu não preciso. Eu teria o máximo de prazer com o dinheiro, vendo as pessoas com quem me importo felizes. — Deus, você é uma garota legal. Talvez você se esfregue um pouco em mim. — eu escrevi o nome dela sob o esboço que eu tinha terminado. — Isso deveria ser algum tipo de insinuação sexual? Eu ri. — Não, se eu quisesse dizer algo sexual, eu teria dito algo sobre eu me esfregar em você. Em vez de responder a isso, ela disse. — Eu deveria deixá-lo voltar ao trabalho antes de você ser demitido. — ela respirou fundo e soou tão pacífica. — Eu gosto do jeito que você faz isso. — O quê? — ela perguntou. — Você tem uma maneira de agir que faz eu me sentir calmo. Eu não sei como você faz isso, mas eu tenho uma porrada de problemas e você me faz esquecer tudo sobre eles. — Foi legal você falar isso. — Bem, é verdade. Ela ficou quieta, então eu só ouvia a respiração dela. — Eu consegui fazer você sorrir? — perguntei. — Sim. — Bom. Ligue-me amanhã para que eu possa fazer isso novamente. Ela exalou lentamente antes de falar. — Hum, Billy, o que você está fazendo? Embora, eu soubesse exatamente onde ela queria chegar, perguntei: — O que você quer dizer? — Quero dizer, por quê? — ela fez um som frustrado. — Ugh, eu não sei. Esquece. Esqueça que eu disse qualquer coisa.


Meu coração acelerou e no escritório de Stephanie era como se alguém tivesse acendido uma fornalha. Admitir que eu estava, sem dúvida, flertando com ela, e reconhecer o que estava obviamente acontecendo entre nós, ao mesmo tempo, me animava e assustava pra caramba. — Shae-Lynn, eu... — eu esfreguei meu rosto tentando acalmar os nervos. — Eu, hum. Eu não sei o que dizer. Eu simplesmente gosto de falar com você. Se você não quiser que eu ligue, ou se você acha que Nate não gosta ou algo assim, eu não ligo. Houve um silêncio completo na outra extremidade da linha. Finalmente, ela disse: — Eu gosto de falar com você também. Eu sorri, feliz que ela disse exatamente o que eu queria ouvir. — Tudo bem, então. Eu te ligo amanhã. Boa noite. — Noite. Eu esperei que ela desligasse antes de mim. Então eu voltei a trabalhar com um grande sorriso bobo no rosto.


Capítulo Dezesseis Duas semanas depois, eu entrei em casa depois de trabalhar no Hank e minha mãe me chamou do seu quarto. — Billy, é você? — Sim. — Você se importa de entrar aqui por um segundo? Eu preciso de ajuda. Eu andei pelo corredor e abri a porta. Ela estava sentada na cama, parecendo pálida. — E aí? — Eu estou tendo um dia de folga. — Você quer que eu te leve ao médico? — Não. — ela descartou a minha preocupação com um aceno fraco. — Eu vou ficar bem quando eu descansar um pouco. — Por que está tão quente aqui? O ar condicionado quebrou? — Não. Eu simplesmente não o liguei. É caro deixá-lo funcionado o tempo todo. — Sim, bem, você vai passar mal com este calor. — eu girei o botão do ar condicionado na parede. — Você precisa de mais alguma coisa? — Talvez, apenas que você faça o jantar para você e Cole. Eu também preciso da minha sacola de tricô no topo da prateleira no armário. A caixa de sapatos ao lado da bolsa de tricô deslizou acidentalmente quando eu peguei a bolsa. Tentei pegá-la, mas acabei virando-a de cabeça para baixo. Os conteúdos, que eram na maior parte fotos e cartas foram espalhados pelo chão. — Merda. Desculpa. Ela tentou se levantar, mas ela obviamente não se sentia forte o suficiente. Seus joelhos desabaram e ela teve que se sentar na beira do colchão. Juntei as fotos e cartas em pilhas e coloquei de volta na caixa. Uma me chamou a atenção. Era uma foto do meu pai com uma mulher loira sentada em seu colo, beijando seu rosto. Ele tinha uma cerveja em uma mão e sua outra mão estava descansando na curva do seu traseiro. Lembrei-me dela de quando eu era criança. Ela costumava vir às vezes fazer as refeições para Cole e para mim quando estávamos em turnê com o nosso pai. Por um longo tempo eu só pensava que


ela fosse uma amiga da família. Não foi até que eu fiquei mais velho que eu percebi que ela era uma das suas amantes. — O que é tudo isso? — perguntei. — Nada. Apenas algumas coisas que pertenciam a seu pai. Folheei as outras fotos e li pedaços das cartas. Eram basicamente cartas de amor de um monte de mulheres diferentes. — Por que você guarda? Ela encolheu os ombros. — Eram obviamente importantes para ele, então eu não queria jogar fora. Eu teria enterrado com ele, mas eu não encontrei até depois do funeral. — Você já sabia? — Claro. Você sabe como as pessoas fofocam no circuito. Sim, eu acho que eu sempre me iludi em acreditar que ela não sabia o que estava acontecendo todos esses anos. — Por que você ficou com ele? Ela encolheu os ombros como se ela sentisse que não tinha escolha. — O que eu deveria fazer? Eu tinha dezenove anos de idade, com dois bebês, sem emprego e uma educação de ensino fundamental. Sentei-me no chão e inclinei as costas contra a parede. Cada foto tinha uma garota diferente pendurada nele. Cole e eu estávamos em algumas fotos. Isso me fez passar mal, ver o quão feliz meu pai parecia com as outras mulheres, e ele não se importava que estivesse agindo dessa forma na frente dos seus filhos. Rasguei as fotos uma de cada vez. — Você não deveria tê-lo deixado te tratar assim. — eu rasguei as cartas e joguei os pedaços dentro da caixa. — Por que você nos deixou ir em uma turnê com ele sozinhos, se você sabia quem ele ia levar com ele? — Ele era um bom pai. Você sabe disso. Levantei-me e fechei a tampa. Eu coloquei o tricô na cama. — Um bom pai não teria ensinado aos seus filhos que estava tudo bem enganar sua esposa ou colocá-los na posição de ter que mentir para sua mãe. Vou jogar isso fora. Seus olhos se fecharam em piscada pesada, cansada. — Posso ganhar um abraço? Sentindo-me culpado por salientar isso quando ela já estava tendo um dia ruim, eu sentei ao lado dela na cama. Ela colocou os braços em volta dos meus ombros e apertou. Seus braços pareciam frágeis e isso me deixou triste. — Eu te amo, mãe.


— Eu também te amo. — ela tirou meu cabelo da testa. — Eu tenho um trabalho de meio período hoje. — O quê? Você não precisa trabalhar. Estou cuidando das contas. — É apenas um trabalho fácil de entrada de dados no banco – algumas horas de terça-feira e quinta-feira pela manhã. — O médico disse que estava tudo bem? Ela deu de ombros para evitar admitir que ele não tivesse. — Eu descobri que seu pai tinha um pouco mais de dívidas que eu não sabia. Eu tive que usar a maioria do que restava do dinheiro do seguro para pagar a agência de cobrança. — Você ainda tem o que sobrou da venda do rancho, certo? — Não. Eu tive que usar isso para pagar suas despesas médicas no verão passado. Nem tudo foi coberto pelo seguro. — Jesus, mãe. Por que você não me contou? Eu teria cuidado disso. — Eu cuidei disso. — ela pegou as agulhas de tricô. — Não sobrou mais nada agora, embora. — Você não tem que trabalhar. Eu vou pensar em alguma coisa. — Eu quero trabalhar. Eu me sinto melhor quando eu estou ativa. — suas mãos tremendo transmitiram que a verdade era o oposto. — Eu tenho mais de dez mil em minhas economias para o estudo. Isso vai nos manter por um tempo. — Não. Você vai para a faculdade. Vai ficar tudo bem. Eu posso pedir um empréstimo no banco ou algo assim. Suspirei e passei a mão pelo meu cabelo, pensando sobre os cinquenta mil que Cole devia. A porta da frente se abriu e passos cruzaram o piso de madeira da sala de estar. — Vá e faça algo para Cole comer. Não estou me sentindo bem para falar de finanças, agora, está bem? — ela deslizou para descansar as costas contra os travesseiros, e depois continuou seu tricô, terminando a conversa. Eu a olhei por um tempo antes de ir para a cozinha com a caixa de sapatos. Cole estava em pé na frente da geladeira encostado na porta aberta como se esperasse que uma


refeição pulasse para ele. — Eu suponho que você não encontrou um trabalho hoje? — eu perguntei. — Não. Parece que ninguém está interessado em contratar um doente mental. — ele fechou a geladeira e sentou à mesa da cozinha. — Por que está tão quente aqui? — Mamãe está tentando cortar despesas não ligando o ar condicionado. Ela acabou de me dizer que não há dinheiro sobrando. — Eu vou vender a minha caminhonete. — Isso só vai cobrir parte do que você deve. Além disso, você precisa da sua caminhonete. Eu não vou ficar de chofer para você por aí. — Eu vou dirigir a caminhonete do meu pai. Olhei por cima do meu ombro, na direção da porta que conduzia fora da cozinha para a garagem. O Chevy estava estacionado na garagem desde que nos mudamos para a casa da nossa mãe. Eu queria vendê-lo, mas Cole sentava nele, pelo menos, uma vez por semana para fumar cigarros e ouvir o rádio, então eu não tinha vendido ainda. — A caminhonete do papai bebe gasolina. — eu disse. — Bem, eu não vou deixar você vender a caminhonete dele, por isso, se precisamos do dinheiro, eu vou vender a minha caminhonete. O que há para o jantar? Eu olhei no congelador e tirei alguma carne moída congelada. — Chilli10. Mas vai demorar um pouco. Faça alguns nachos como um aperitivo. — eu coloquei a carne no micro-ondas para descongelar, abri algumas latas de feijão e as joguei na panela de chilli. Cole derramou as batatas fritas do pacote para fora do saco em uma panela. Ele cortou tomates em cubos, em seguida, estendeu a mão para jogar os restos no triturador. Ele fez o mesmo som de trituração horrível que tinha feito há duas semanas. Em seguida, a água acumulou na pia. — Você prometeu que ia arrumar isso. — eu murmurei, tentando conter minha frustração. — Eu irei. Ela precisa de uma nova peça. Eu não tive tempo.

10

Receita mexicana, essencialmente, com feijão, carne moída e pimenta.


— Se você está certo de que se você procrastinar tempo suficiente eu vou fazer isso por você, está errado. Eu não vou arrumar para você dessa vez. Especialmente porque você o quebrou, fazendo exatamente o que eu lhe disse para não fazer. — A pimenta é um vegetal. Você disse que vegetais estava tudo bem. — Não com as malditas hastes e não com tampas de garrafas de cerveja. Eu lhe disse um milhão de vezes para não deixar as tampas na pia. — Tanto faz. Vou arrumar. O que há nessa caixa? — ele acenou para onde eu havia deixado no balcão. — Nada. Apenas algumas merdas do meu pai. Vou jogar fora. — Não. — É uma caixa de cartas de amor e fotos das amantes dele. Eu já as rasguei. É lixo. — Ah. — ele ralou o queijo para os nachos. — Não jogue fora nada do material de rodeio dele, ou coisas de quando ele era criança. Olhei para ele, surpreso que ele estivesse finalmente aberto para falar sobre o papai. — Se você quiser ver essas coisas, elas estão em uma caixa de madeira no meu armário. — Eu não quero ver. Só não jogue fora. — A psiquiatra disse que pode ser bom se você encontrar uma maneira de dizer adeus e começar a processar a sua dor. — eu olhei para ele, para avaliar seu estado de espírito. — Desde que você não foi ao funeral e você não fala sobre isso com ninguém. Ele abriu a porta do forno e colocou a panela de nachos para assar. — Você está ouvindo a si mesmo? Dei de ombros, porque eu sabia que soava enfadonho. — Eu só estou dizendo a você o que ela disse. — Eu não preciso que alguém me diga o que fazer. Apenas não jogue as merdas dele fora e não venda a caminhonete. Meu telefone tocou. Eu não reconheci o número, mas tenho sido questionado sobre o anúncio da Stella que Shae-Lynn tinha postado, então eu atendi. Era uma mulher que estava interessada, mas não parecia que ela estava realmente pronta para comprar um


cavalo. Quando eu terminei de falar com ela, Cole foi comer nachos chamuscados e o chilli estava exatamente como eu deixei. — Sério? Você não poderia, pelo menos, mexer a carne e colocar na panela? — Eu não sei como fazer chilli. Eu queimei os nachos, pelo amor de Deus. Eu peguei uma frigideira do armário e fechei a porta. — Você é realmente inútil ou você apenas finge para que ninguém lhe peça para fazer alguma coisa? — É aquela coisa da galinha e do ovo. — ele riu, levando tão a sério como ele fazia com tudo. — Eu não consigo me lembrar do que veio primeiro, embora. — Bem, você não vai viver comigo para sempre, então é melhor você aprender, pelo menos, a se alimentar, merda. — É para isso que drive-thrus e esposas servem. — Boa sorte para conseguir uma esposa se é para isso que você pensa que elas servem. — Eu não diria isso na cara dela. — ele sorriu e empurrou uma pilha de chips duros e pretos na sua boca. Eu selei a carne na frigideira, em seguida, misturei todo o resto dos ingredientes e temperos na panela. Meu telefone tocou novamente. Eu sorri, porque era ShaeLynn. Conversamos todos os dias em que ela esteve no hospital, e nós continuamos ligando um para o outro, mesmo depois que ela voltou para casa em Calgary. — Ei. — eu disse calmamente. — Espere um minuto. Eu só preciso ir para o meu quarto. Cole sentiu a mudança em meu humor e jogou um nacho para mim. — Com quem você está falando? — Ninguém da sua conta. — eu joguei de volta para ele e virei para ir para o quarto. — Mexa de vez em quando para não queimar. — É Tawnie? — Não. Cale a boca. — saí da cozinha. — Desde quando você tagarela no telefone com as meninas? — ele gritou pelo corredor atrás de mim. — Não deixe o chilli queimar. Vou ficar um bom tempo fora. — eu gritei de volta.


Eu sabia que Cole ia deixar o chilli queimar, mas eu nĂŁo me importei. Estiquei as pernas e me inclinei para trĂĄs em meus travesseiros, porque eu planejava falar com ela durante tanto tempo quanto ela me permitisse.


Capítulo Dezessete Um comprador sério me contatou e queria me encontrar em Calgary para ver Stella. Trent concordou em me deixar conhecer o cara no rancho. Ele estaria fora da cidade, mas ele disse que falaria para as meninas que eu iria. Eu cortei o cabelo e levei a caminhonete antes de pegar a estrada. Quando eu dirigi até o caminho de cascalho e estacionei na frente da casa do rancho dos Roberts, Lee-Anne estava no curral fazendo um truque de pé no quarto dianteiro da Misty em plena velocidade. Aproximei-me, inclinei os cotovelos em cima da cerca e assisti. Ela inverteu a posição e fez mais alguns truques antes que ela me notasse. — Whoa. — ela disse. Interrompendo Misty imediatamente. — Ei, Billy Ray. O que você está fazendo aqui? — ela cavalgou até onde eu estava. — Eu posso ter um comprador para Stella. — Isso é bom, desde que seu irmão deve uma pequena fortuna para o idiota do pai do Blake. Tirei o chapéu e passei os dedos pelo meu cabelo. Eu estava tentando não estressar com a dívida, mas não era fácil de ignorar. — O comprador vai me encontrar aqui para dar uma olhada nela. Seu pai disse que estaria tudo bem. Ela assentiu com a cabeça como se ela não soubesse, mas não se importou também. — Sim, está tudo bem. A que horas ele vem? — Em torno de seis horas. — Que horas são? — Quatro e meia. Eu vim cedo para movimentá-la. — Merda. Como ficou tão tarde? Shae precisa ser pega no trabalho. — Eu pensei que o médico tinha dito que ainda era muito cedo para ela voltar ao trabalho? — Ele disse, mas ela não suporta ficar engaiolada. Ela foi por algumas horas hoje. Ela ainda não pode dirigir, por isso tenho que ser a motorista dela. — Eu posso guardar Misty, enquanto você vai buscá-la, se quiser.


— Na verdade. — seu rosto se iluminou como se ela tivesse uma ideia brilhante. — Eu ainda tenho algumas outras coisas que eu preciso fazer no estábulo. Se você não se importar em buscar Shae, me ajudaria muito. Vou movimentar Stella para você. Ela estava agindo como se precisasse me subornar, mas eu estava feliz por pegar Shae-Lynn. Eu estava ansioso para vê-la. — Tudo bem, qual é o endereço? — É a grande igreja azul em Clark, logo antes de você chegar ao Strip Mall. A creche é atrás. — ela sorriu, então se virou para levar Misty para o estábulo. Eu abri a porta da minha caminhonete e limpei todos os copos de café vazios do drive-thru. Eu joguei-os no refrigerador na parte de trás e limpei a poeira do painel com um pano. A cabine ainda cheirava a café velho, mas parecia um pouco mais limpa. Tirei a camiseta que eu estava usando e coloquei uma camisa nova que estava pendurada na janela de trás. A igreja era uns vinte minutos de carro para a cidade. Eu estacionei de frente para o muro que cercava a área do playground. Shae-Lynn estava sentada em um banco conversando com um menino que parecia que tinha chorado. Ele balançou a cabeça com algo que ela disse. Ela segurou seu queixo delicadamente e disse alguma coisa que o fez sorrir. Ela despenteou seu cabelo antes que ele se levantasse e corresse para se juntar às outras crianças, que estavam enfileiradas para descer no escorregador. Depois que ela o observou por um tempo, ela virou a cabeça e me viu sentado na minha caminhonete. Sua expressão foi uma mistura de surpresa, confusão e felicidade. Saí e fui até lá inclinando os cotovelos em cima do muro. Ela pegou um par de muletas que estava no banco, atrás dela, levantou-se e equilibrou-se com as muletas sob seus braços. Ela estava vestindo shorts cáqui e uma camisa polo branca que tinha o logotipo da creche costurada no peito. Ela caminhou para mim e sorriu de um jeito que me deixou feliz por Lee-Anne ter me enviado para buscá-la. — Nós desencorajamos homens estranhos a rondar a área de brincadeiras ao ar livre. — ela disse como uma professora. — Estou aqui para buscar alguém. — Você tem alguma identificação? Não podemos liberar as crianças para qualquer um. Eu puxei minha carteira do bolso de trás e passei a minha carteira de motorista.


Ela assentiu com a cabeça enquanto lia. — William Raymond Ryan de Saskatoon, Saskatchewan. Você está longe de casa, cowboy. Qual é a natureza da sua visita? Comercial ou pessoal? — Ambos. — Você tem uma ficha criminal? — Sim. Chocada, ela olhou para os meus olhos para verificar se eu estava falando sério. — Por quê? — Não é por sequestro. Sua expressão mudou, como se ela tivesse acabado de lembrar de algo. — Eles te prenderam por agredir um ex-namorado abusivo de Tawnie? Embora eu já achasse que ela iria saber sobre isso, eu balancei a cabeça e empurrei o chapéu para trás para fingir que eu estava surpreso. — Rochelle te disse isso? — Pode ser. Não a culpe. Tawnie é a única que fala tudo. — Eu não fui preso por isso. Ele foi. Eu percebi que ela ainda estava curiosa sobre o porque eu tinha sido preso, mas ela deixou pá lá. — Quem lhe deu permissão para me buscar hoje? — Lee-Anne Roberts. — Por quê? — Ela estava ocupada. Você pode ligar para ela se você não acredita em mim. — Provavelmente eu vou. — ela olhou para mim por um tempo e sorriu como se estivesse impressionada. — Você acabou de cortar o cabelo? — Sim. — E essa é uma camisa nova? — Sim. Seus olhos desceram para verificar o resto de mim. — Botas legais. — Obrigado. Uma garota me disse que minhas outras estavam velhas.


— Elas estavam. — ela sorriu, feliz que eu aceitei o conselho dela novamente. — Espere aqui um minuto. Eu tenho que pegar minha bolsa. — ela se virou e empurrou as muletas para fazer o seu caminho até a porta da creche. Uma das senhoras com quem trabalhava disse algo a ela e ambas olharam na minha direção. Shae-Lynn concordou com algo que foi dito e a mulher acenou para mim. Eu acenei de volta para ser simpático. Pareceu envergonhar Shae-Lynn. Ela desapareceu dentro e saiu por uma porta diferente, que levava diretamente para o estacionamento. Corri para o lado do passageiro da caminhonete e abri a porta para ela. Ela virou-se e entregou-me as muletas. A caminhonete era muito elevada do chão para ela chegar ao banco, então eu inclinei as muletas para o lado e a levantei pela cintura para ajudá-la. Ela teve que usar os braços para puxar as pernas para dentro da cabine, um de cada vez. Uma vez que ela estava sentada, fechei a porta e coloquei as muletas atrás. — Tchau, Shae! — uma menina gritou e acenou do banco de trás do carro da sua mãe. Shae-Lynn acenou de volta quando eu pulei atrás do volante. A maneira adorável que ela estava sorrindo a fazia parecer tão bonita. Eu ainda estava olhando para ela quando ela virou a cabeça para olhar para mim. — O quê? — Você parece boa no seu trabalho. Ela encolheu os ombros modestamente. — É só babá. Não é tão difícil. — Você os faz sentir especial. Eu posso dizer pelo jeito que eles olham para você. Suas bochechas ficaram rosa e ela olhou para as mãos cruzadas sobre o colo. — Obrigada. — ela olhou para mim sorrateiramente. — O que você está realmente fazendo aqui? — Sequestrando-a. Você deveria ter seguido em frente com aquela verificação de antecedentes criminais. — eu saí do estacionamento e virei à direita para Clark, em direção ao Strip Mall. — Eu só tenho que fazer uma parada rápida. — eu dirigi por um quarteirão e virei no estacionamento do supermercado. — De quem foi essa ideia exatamente? — ela perguntou com cautela. — Eu estou meio improvisando aqui. — eu pulei para fora da caminhonete. — Eu já volto. Não saia correndo. — Rá rá.


Peguei meu telefone enquanto caminhava pelo estacionamento e procurei tudo que eu precisava comprar. Eu corri para cima e para baixo pelos corredores, em seguida, entrei na fila. Eu podia ver Shae-Lynn através da janela. Ela estava falando ao telefone. Meu telefone tocou enquanto eu estava pagando o caixa. Era Tawnie, então deixei ir para o correio de voz e desliguei. Quando voltei para a caminhonete, Shae-Lynn franziu a testa, como se ela não tivesse certeza se deveria confiar em mim. Eu coloquei os dois sacos no assento entre nós. Ela ainda estava no telefone e disse: — Tudo bem, nos vemos em cerca de vinte minutos, eu acho. — ela desligou e olhou para mim enquanto eu dirigia de volta para Clark. — Lee-Anne disse que você está na cidade para mostrar Stella para um comprador. — Sim. Seu pai disse que estaria tudo bem. Eu acho que ele esqueceu de falar com vocês. — Tenho certeza que ele escreveu isso em algum lugar nas quinze páginas de anotações que ele deixou para nós. Eles já terão voltado para casa, antes que eu possa sequer ler tudo. — ela olhou para baixo e espiou os sacos. — Para que são os mantimentos? — Dê uma olhada. Ela espiou os ingredientes para lasanha e torta de limão. Ela sorriu e pareceu surpresa que eu me lembrasse da sua refeição favorita. — Então, você acha que vai ficar para o jantar, não é? — Eu lhe devo um jantar por cuidar de Stella. — Na verdade, você me deve cerca de quatro centenas de dólares. — Sim, eu sei. Eu vou te pagar quando eu vendê-la. — Estou apenas brincando. Eu não iria cobrar-lhe. Ela tem sido uma querida e Skeeter decidiu que ela é sua namorada. — É melhor Skeeter ser um garanhão de palavra. Eu não quero a minha Stella correndo por aí com qualquer garanhão velho, que vai quebrar seu coração. — Não se preocupe. Ele tem sido um cavalheiro. Tenho certeza. Olhei para ela por um segundo, então olhei de volta para a estrada. — Sua força parece estar voltando. — Sim, tem sido lento, mas ela fica melhor a cada dia.


— Você já montou? — Não. — Montar seria uma boa reabilitação para os músculos das pernas. Ela olhou para fora da janela. — Eu não estou preparada. — Você está com medo? — Sim, eu estou. — Quanto mais rápido você montar de volta na sela é melhor. Ela estalou a cabeça para olhar para mim. — Você não acabou de falar isso, sério? — Sim, por que não? É verdade. Ela estendeu a mão sobre a cabine e com as costas das mãos em meu ombro. — Você é um hipócrita. — Do que você está falando? Eu não saí depois de um acidente. — Sim, você saiu. Só porque ele não foi com você, não faz diferença. — Eu posso conseguir voltar à sela a qualquer momento. — Prove. — Tudo bem. — eu apontei para ela aceitar o desafio. — Vamos para um passeio depois que eu mostrar Stella. — Eu não posso montar Harley. Ele age estranho e se ergue, se ele sente que o cavaleiro está com medo. — Ele foi montado desde o acidente? — Não. — Eu vou montá-lo. Você pode montar Stella. Ela estudou o meu rosto para ver se eu estava brincando. Eu estava falando sério, então ela disse: — Ótimo. — Tudo bem. — eu ri. — O que é tão engraçado? — Acabei de convencê-la a voltar para a sela.


Ela inclinou a cabeça e olhou para mim com um sorriso simpático. — Não, estúpido. — ela bateu no meu joelho. — Acabei de convencer você a voltar para a sela. Foi muito fácil, na verdade. Eu me pergunto o que mais eu poderia convencê-lo a fazer. Eu sorri para as possibilidades. — Eu tenho certeza que você poderia me convencer a fazer quase qualquer coisa. Suas

sobrancelhas

juntaram,

em

seguida,

suas

bochechas

ficaram

rosa

novamente. — O que te faz dizer isso? — Você fica com uma expressão em seu rosto quando você está desapontada comigo e eu sinceramente não quero nunca mais vê-la novamente. Eu prefiro simplesmente fazer o que você me pedir. — Realmente? Bom saber. — ela se inclinou e aumentou o volume do rádio porque uma música da Carrie Underwood tinha começado a tocar. Ela cantou e tentou me encorajar a cantar a próxima frase, mas eu balancei minha cabeça. — Vamos. Você não quer ver a minha expressão decepcionada, não é? — Eu não posso cantar. Ela começou no refrão. Nós dois rimos quando ela chegou à frase sobre o cara que canta fora do tom. Enquanto nos dirigimos de volta para o rancho, ela cantou junto com algumas outras canções e ela tentou novamente, sem sucesso, me juntar a ela em uma canção de Eric Church. Quando chegamos, eu estacionei na sua entrada de automóveis, e olhei para ela. — O quê? — Você tem uma bela voz. Eu realmente gosto de ouvir. Embora ela devesse saber que era uma boa cantora, ela pareceu lisonjeada que eu pensasse assim. — Obrigada. Inclinei-me mais, com a intenção de roubar um beijo, e ela não se afastou, o que eu tomei como um bom sinal. Um caminhão dirigiu até a entrada, atrás de nós, e nos distraiu. Ela sentou-se para trás de modo que não estávamos a uma distância de beijo e disse: — Esse deve ser o cara que quer ver Stella. Vou tomar banho enquanto você mostra para ele.


Desapontado que eu tivesse perdido a minha chance, eu disse: — Tudo bme. Espere. Vou pegar suas muletas na parte traseira. — eu a ajudei a sair, então peguei as sacolas de supermercado e segui-a até a varanda. Depois de segurar a porta aberta para ela, eu coloquei os sacos no chão dentro da porta. Lee-Anne já havia trazido Stella para fora do estábulo, com a sela de Shae-Lynn e ela estava apertando as mãos do cara. Eu fui lá e apertei as mãos dele também. — Billy Ryan. — Paul Delorme. — ele passou a mão para nas pernas dianteiras da Stella. — Eu estou procurando um bom companheiro para a minha filha. — Qual a idade dela? — Doze. Pendurei meus polegares nos bolsos e olhei para Lee-Anne. Ela me lançou um olhar como se estivesse me avisando para não dizer nada. Mas eu tinha que falar algo. — Ela pode ser muito rápida para um iniciante. — Ela não é iniciante. Ela está cavalgando desde que tem quatro anos e tem competência no tambor desde os oito anos. — ele colocou os dedos na boca de Stella. — Você disse que quer vinte mil por ela? — Sim, senhor. — Você normalmente a monta? — perguntou para Lee-Anne. — Não, senhor. Eu sou uma trick rider11. — Você se importa de montar pela arena algumas vezes? Eu quero ver como ela se move. Lee-Anne montou Stella e fez uma série de oitos em um trote e, em seguida, galopou por um tempo antes de fazer seu caminho de volta para nós. — É uma boa égua. — disse Paul. — Você se importa se eu trouxer a minha filha amanhã de manhã? Eu gostaria de vê-la montando Stella antes de eu tomar minha decisão final. Eu olhei para Lee-Anne. — Está tudo bem para você? — Sim, tudo bem. Eu estarei por aqui.

11

Montar e fazer acrobacias.


— Tudo bem, eu vou passar por aqui por volta das oito. Eu apertei sua mão e ele caminhou de volta para seu caminhão. Lee-Anne pulou em Stella e estava caminhando para o estábulo quando eu gritei para ela. — Mantenha-a selada. Shae-Lynn e eu vamos para um passeio. — Sério? Como você a convenceu disso? — Eu sou charmoso. Ela riu, não estava convencida. — Eu acho que é um nome para isso. Você quer montar Misty? — Não. Eu disse a ela que montaria o Harley para tirar as teias de aranha dele. Ela assentiu com a cabeça, embora parecesse não concordar que era a melhor ideia. Depois que Paul foi embora, eu fui para a casa e peguei os mantimentos do chão. A cozinha era na parte de trás da casa, por isso, tirei minhas botas na porta da frente, e atravessei a sala de estar. Havia uma foto de Shae-Lynn e Lee-Anne andando juntas em um pônei em um quadro sobre o manto. Elas tinham, provavelmente, apenas cerca de quatro e cinco anos de idade na foto. Havia também uma série de fotos preto e branco. Uma era do seu pai gritando e agarrando as rédeas durante uma corrida de carroça; uma de Lee-Anne pendurada de cabeça para baixo em Misty cavalgando; e uma de Shae-Lynn contornando um tambor agarrada em Harley. Depois que eu fiz o meu caminho para a cozinha, ouvi uma porta sendo aberta para o corredor. Um secador de cabelo começou a cantarolar. A torta precisa descansar durante três horas, então eu lavei e misturei os ingredientes para a primeira parte, coloquei na geladeira, e comecei a lasanha. Eu estava trabalhando na terceira camada, quando Shae-Lynn descansou o ombro no arco que conduzia para a sala e disse: — Ei. Virei a cabeça para olhar por cima do meu ombro. Ela estava vestindo calça jeans apertada e uma blusa de algodão com alças finas. O tecido era doce com pequenas flores sobre ele, como algo que uma garota usaria, mas o ajuste era sexy. Isso me fez ter pensamentos que seu pai definitivamente não teria apreciado. Seu cabelo caía em ondas soltas e suas bochechas estavam com algo em pó rosa claro e brilhante. Seus olhos estavam delineados com lápis preto, que fez o verde das suas íris parecer iluminado. Eu estava prestes a dizer, puta merda, mas eu me parei e saiu mais como. — Pu.


Ela franziu a testa e, em seguida, riu nervosamente como se ela não tivesse certeza de como reagir. Após olhar na bancada ela disse: — Você tem estado ocupado. — ela se inclinou sobre suas muletas e fez seu caminho para ficar ao meu lado para mergulhar o dedo no molho de tomate da carne. Quando ela tocou o dedo na língua para provar a minha criação, fui atingido por outro impulso de beijá-la. — Não está ruim. — ela disse e afastou-se como se soubesse o que eu estava pensando. Ela estendeu a mão e pegou um punhado de queijo ralado para polvilhar em cima da lasanha que eu tinha acabado de fazer. — Quanto tempo você demorou para encontrar o ralador de queijo? — Muito tempo. — eu olhei para o relógio grande da fazenda acima da mesa. Era sete e quinze. Eu sorri, porque, embora ela não precisasse, eu gostei do fato de que ela se esforçou muito para se preparar. — Você ficou lá por um longo tempo. Você caiu no sono no banho ou algo assim? — Não. Eu só levei o meu tempo. Eu pensei que ia demorar mais tempo para mostrar Stella. — Ele quer voltar amanhã com a filha para que ela possa montá-la. — Ah. — ela fez uma pausa para deixar absorver a informação. — Isso significa que você ficará hospedado em Calgary? — Sim, acho que sim. Eu vou ficar em um hotel e voltar pela manhã. Para minha surpresa, ela disse: — Você pode ficar aqui. Olhei para verificar sua expressão. Eu sabia que ela não tinha a intenção de sugerir que alguma coisa fosse acontecer, mas eu queria ter certeza de que ela não estava apenas sendo educada. — Eu não quero ser um inconveniente para você. — Temos três quartos de hóspedes. Está tudo bem. Passar tanto tempo quanto possível com ela pareceu bom para mim. Eu fingi estar focado no queijo para ela não ver o sorriso no meu rosto. Eu queria que ficasse claro na minha cabeça sobre o que estava acontecendo, embora, então eu não acabaria me apaixonando. Sem olhar para cima, eu disse: — Você está bonita. Você tem planos com Nate hoje à noite, ou algo assim? Ela abriu uma gaveta para tirar um rolo de papel alumínio, em seguida, cobriu a lasanha. — Não. Eu não tenho planos com ninguém esta noite. Exceto, você disse algo sobre ir montar.


Aliviado que o esforço que ela fez se preparando não foi para outra pessoa, eu abri a porta do forno e coloquei o refratário. — Está bem, nós temos quarenta e cinco minutos. Está pronta, gata assustada? — Ah. Estou pronta. Você está pronto? — ela desafiou. — Eu só preciso pegar minhas botas, o que pode levar todos os quarenta minutos desde que alguém me convenceu a usar botas que não são laceadas. — Você não tem que fazer tudo o que eu digo. Eu ri, sem certeza que pudesse me impedir. Ela sorriu, talvez com a confirmação de que ela me tinha pelas rédeas. Ou, talvez com a visão de me ver lutando com minhas botas. — Vou encontrá-lo lá fora. — ela empurrou a porta com o ombro e manobrou as muletas para sair para a varanda dos fundos. Sentindo como se eu tivesse tomado três doses de uísque, eu caminhei de volta pela sala e sentei-me no banco perto da porta da frente. Quando eu estava inclinado, lutando com o couro, a batida do meu coração acelerou a um ritmo alarmante. Eu respirei fundo antes de ir lá fora. Lee-Anne tinha amarrado ambos os cavalos em um poste na lateral da casa. As muletas de Shae-Lynn estavam encostadas na cerca e ela estava de pé ao lado de Stella segurando a crina. Aproximei-me e ajudei-a a levantar a perna. Ela teve que usar os braços para levantar seu peso corporal até que estivesse centrada na sela. Enfiei o pé esquerdo no estribo, em seguida, caminhei para o outro lado para fazer o mesmo com o seu pé direito. — Como está? — Um pouco estranha. Como se tivesse a sensação que vou escorregar. — Você parece bem. Eu falo se você estiver inclinando-se. — eu ajustei os estribos sobre a sela que estava no Harley e verifiquei a correia. Minhas mãos estavam suando, então eu enxuguei-as no meu jeans antes de agarrar a crina e colocar meu pé no estribo. Assim que eu estava sentado, Harley empinou. — Harley, whoa. — Shae-Lynn disse severamente. Suas patas dianteiras bateram no chão e ele abaixou a cabeça tentando me jogar. Eu apertei as rédeas e puxei de volta. Ele caminhou para o lado, então girou para a esquerda, o que me fez perder meu lugar um pouco. — Whoa. — eu gritei e puxei duro em sua boca. Ele


resistiu, girou novamente, e se ergueu. — Calma, calma, calma. — eu repeti, nenhum pouco calmo. Ele se ergueu novamente e eu considerei saltar fora. — Relaxe, Billy. — Shae-Lynn gritou. — Ele está reagindo ao seu nervosismo. Seus cascos bateram de novo e fiz meu peso dar uma guinada para frente. Eu liberei a tensão nas rédeas e exalei, tentando fazer o meu corpo relaxar. Harley balançou a cabeça um monte de vezes e, em seguida, tentou andar em círculo, então eu tive que puxar para trás novamente. Sentei-me mais suave na sela. Eventualmente, depois de circular um monte de vezes, ele se acomodou. — Whoa, calma. — eu exalei e trotei com ele em um círculo mais amplo em torno Shae-Lynn e Stella. Uma vez que eu tinha o controle, eu olhei para Shae-Lynn e pisquei. Ela sorriu. — Você está bem? — Ele é nervoso. O acidente deve tê-lo traumatizado. — Não. Ele está apenas respondendo a ter uma pessoa amedrontada montando-o. Eu sorri para descartar essa teoria. — Isso não pode ser, porque eu não estou com medo. Ela riu de mim. — Você pode mentir para si mesmo e para mim, mas Harley sabe o motivo real que você parou de montar em touros. — Ele é nervoso. — Qualquer coisa que você diga. Vamos, antes que você fique nervoso de novo. — ela estalou a língua para fazer Stella caminhar, em seguida, virou-se para olhar para trás, por cima do ombro. — Seja bom, Harley. Billy está um pouco nervoso. — Eu não estou nervoso. Ele é nervoso. — eu gritei. Eu exalei pesadamente mais uma vez e dei um apertão suave na perna de Harley. — Vamos, amigo, não me faça ficar mal. — ele virou a cabeça mais algumas vezes e depois trotou para chegar até Stella e ShaeLynn.


Capítulo Dezoito Shae-Lynn e eu cavalgamos ao longo de um córrego por um tempo, em seguida, cortamos transversalmente uma trilha que levava uma área arborizada. O terreno ficou mais íngreme e pedregoso conforme subimos até um cume. A trilha aumentou quando nós cruzamos um pasto gramíneo, então movi Harley para o lado de Stella. Shae-Lynn olhou para cima e sorriu, relaxando. — Como estão as suas pernas? — Bem. — Nós devemos voltar ou a lasanha vai queimar. Ela pegou o telefone e chamou Lee-Anne para pedir-lhe para tirá-la do forno para nós. Ela desligou e voltou a sorrir como se ela tivesse um plano. — Eu quero te mostrar algo. É só um pouco mais longe. Ela apertou as pernas e Stella mudou para um galope. Eu chutei Harley e passei por elas, então Shae-Lynn pegou um atalho. Nós corremos um contra o outro sobre uma série de colinas antes dela dar uma guinada e se dirigir para outro cume. Eu persegui-a até que ela parou no alto de uma colina. Harley desacelerou para um trote e parou ao lado de Stella. A vista era de um lago emoldurado por uma cadeia de montanhas de um lado e pastagens amplas, que se estendiam até onde os olhos podiam ver, do outro lado. — Uau. — eu disse. Harley suspirou pesadamente e sacudiu todo o seu corpo para liberar a tensão. — Bom menino, Harley. — eu dei um tapinha em seu pescoço. — Bom menino, Billy. — Shae-Lynn se inclinou para acariciar meu joelho. Eu sorri. — O cavalo estava tenso, não eu. — Mmm hmm. — ela disse para zombar de mim. — É legal aqui. Ela assentiu, não que alguém fosse contestá-la. O brilho do sol iluminava o perfil do seu rosto e a curva dos seus lábios, o que me fez dizer: — Eu aposto que sentada neste lago foi o lugar onde você deu o seu primeiro beijo.


— Uh, não. — ela reajustou a sua posição na sela. — Eu não convido rapazes para a minha casa. — Por quê? — Meu pai iria assustá-los. — Com quem foi seu primeiro beijo? Ela pareceu envergonhada no início, mas me disse: — Um menino chamado Miles. Eu estava em uma festa de patinação no gelo no aniversário da minha amiga. Ele era o irmão dela. Foi desleixado e tinha gosto de Doritos. Eu ri. — O que aconteceu depois disso? — Ele acabou saindo com uma das minhas outras amigas e nós nunca mencionamos isso de novo. Quem foi seu primeiro beijo? — Uma garota chamada Cassie. Eu tinha uma queda por ela durante todo sexto e sétimo ano, mas eu tinha dificuldade em falar com as meninas naquela época. Shae-Lynn sorriu como se ela estivesse me imaginando naquela época. — Eu me lembro disso. Era fofo como seu rosto ficava todo vermelho e você tropeçava em suas palavras. Como você finalmente fez a sua jogada? — No último dia da escola primária, a nossa turma foi em um passeio para os tobogãs. Meu plano era perguntar-lhe se estaria tudo bem se eu a beijasse. Eventualmente, eu acalmei os nervos, porque eu pensei que se as coisas corressem mal e eu poderia evitá-la durante o verão e ela esqueceria tudo sobre isso. Ela disse que sim, e logo depois ela disse: “Você deveria ter feito isso há muito tempo”. Para ser honesto, ainda é até hoje o melhor beijo que eu já dei. — Sério? — ela se mexeu na sela novamente, como se suas costas estivessem endurecendo, mas ela não queria ir ainda. — O que o tornou tão bom? Eu pensei sobre isso por um tempo, então dei de ombros. — Como ela me fez sentir. — E como foi? — Em paz. Ela assentiu com a cabeça, concordando que definia um bom beijo para ela também. — Onde ela está agora?


— Eu não sei. Ela mudou-se naquele verão e eu nunca mais a vi. — eu olhei para o cenário por um tempo. Quando eu olhei para Shae-Lynn, ela estava olhando para mim. Eu sorri e perguntei: — O quê? Ela balançou a cabeça. — Nada. Eu só estava pensando. — ela puxou as rédeas e virou Stella. — Devemos ir se quisermos voltar antes que fique muito escuro. Virei Harley e galopei para alcançá-la. Ela sorriu quando os cavalos cavalgaram lado a lado. — Corrida na volta, Shae Lynn. — Shae. — ela sorriu, apertou as pernas e decolou. Ela me bateu por quase cem metros e parou na frente do estábulo. Desci de Harley e me aproximei para ajudá-la a desmontar. Ela apoiou as mãos nos meus ombros e deixou seu corpo deslizar para baixo no meu. Levei-a a poucos passos de distância de Stella e deslizei-a para baixo até que seus pés tocaram o chão. Seus braços ainda estavam em volta do meu pescoço. Nós dois olhamos para cima ao mesmo tempo e os nossos rostos ficaram a apenas um centímetro de distância. Olhei para o verde dos seus olhos antes de olhar para baixo, para a carne dos seus lábios. Se Harley pudesse perceber o quão rápido meu coração estava batendo, ele teria enlouquecido. — Isso foi bom. — ela sussurrou. — Definitivamente. Ela parecia estar procurando o meu rosto para descobrir se eu estava me referindo à equitação ou ao contato corporal. Ela fechou os olhos e respirou lentamente. — Eu sei que você precisa do dinheiro, mas eu meio que espero que a venda não aconteça. Gostaria muito de continuar montando-a até que eu esteja pronta para voltar à Harley. Lambi meus lábios tentando descobrir o que fazer em seguida. Parte de mim queria beijá-la. Parte de mim queria dizer a ela para correr tão rápido quanto suas fracas perninhas pudessem levá-la. Ela parecia esperar que eu fizesse um movimento. Quando eu não fiz, seus braços deslizaram dos meus ombros e ela deu um passo para trás. — Você se importa de pegar minhas muletas, por favor? Eu corri e as trouxe para ela. — Eu vou cuidar dos cavalos e levá-los para dentro. — Está bem. Obrigada. — ela sorriu, mas parecia triste antes de girar sobre as muletas para fazer o caminho de volta para a casa.


Eu a olhei por um tempo, ainda não tendo certeza se era uma boa ou má ideia me tornar mais do que seu amigo. O que eu sabia com certeza era que eu queria dar o próximo passo. Eu levei os dois cavalos para o estábulo. Eu não tive problemas para encontrar o rumo a seguir, porque tudo era etiquetado e organizado. Quando eu estava pendurando as rédeas, eu notei fotos emolduradas na parede de fora de um escritório perto da caixa de alimentação. A primeira era uma imagem de Shae-Lynn sendo abraçada por quatro crianças. Sua camiseta tinha The Africa Project escrito nela. Havia outra foto dela com um grupo de crianças que estava na frente do que parecia ser um novo nome de escola. A terceira foto era dela com um bando de garotos jogando futebol em um campo de terra. Sua camiseta naquela foto tinha Right To Play Cambodia escrito na frente. Skeeter enfiou a cabeça pelo fim da baia tentando acariciar o nariz de Stella. — Ei, garanhão. Tenha cuidado. Ela é uma boa garota e eu gostaria de mantê-la dessa forma. Entendeu? — Stella se encostou na parede e esticou o pescoço dela até se aproximar dele. — Vocês dois, é melhor dizer adeus. Stella vai se mudar amanhã. — Skeeter olhou para mim quase como se ele entendesse o que eu disse. — Desculpe, amigo. Preciso do dinheiro. — eu dei um tapinha em Stella, em seguida, deixei o estábulo. Quando eu entrei na casa, Shae-Lynn já tinha posto a mesa para três. Ela parecia instável tentando transportar o prato pesado de lasanha com uma mão e manobrar uma muleta sob a outra axila. Peguei o prato dela e coloquei-o na mesa. Lee-Anne estava na porta que dava para a sala de estar. Ela estava vestindo uma jaqueta de couro. — Você não vai ficar para o jantar? — Shae-Lynn perguntou. — Billy fez o suficiente para todos nós. Lee-Anne sorriu da mesma forma que antes, quando ela me enviou para a cidade para pegar Shae-Lynn. — Não, eu vou para a casa do TJ. — Eu achei que você tivesse dito que ele estava trabalhando hoje à noite. — Eu disse? — ela levantou as sobrancelhas para mim. — Divirtam-se. Não esperem por mim. — ela se virou e saiu pela porta da frente. — Tudo bem, então somos só nós dois. — Shae-Lynn pegou os pratos de um lugar e levou de volta para a cozinha. Era difícil dizer como me sentia sobre Lee-Anne deixandonos sozinhos. Eu não queria que ela sentisse como se eu tivesse vindo com a intenção de passar a noite.


Quando ela voltou e se sentou na minha frente, eu disse: — Depois que comermos, eu vou sair e achar um quarto de hotel. Eu não quero o seu pai ficando com a ideia errada. Ela olhou para mim por um tempo, em seguida, soprou uma garfada de macarrão. — Meu pai não precisa saber. Era atrevido, e eu gostei. Meu sangue correu pelo meu corpo. Eu respirei fundo e mudei de assunto para tentar me acalmar. — Eu notei suas fotos o estábulo. Parece que você viajou muito fazendo trabalhos de caridade. Ela assentiu com a cabeça. — Eu tento fazer duas viagens por ano, se eu posso organizar. Às vezes eu vou com um grupo da igreja e às vezes com uma organização de caridade. — Droga. Eu desperdiço a maioria do meu tempo em rodeios e bares, enquanto você está fora fazendo do mundo um lugar melhor. Você me faz ficar mal. Ela olhou por cima da mesa. — O que você está esperando? — Eu não saberia uma coisa em como ajudar crianças em países do terceiro mundo. — Não isso. O que você está esperando com o seu jantar? Não está com fome? Olhei para ela e meus pensamentos continuavam descarrilando, imaginando qual seria a sensação de beijá-la. A imagem que eu criei em minha mente me fez sentir incrivelmente nervoso e animado ao mesmo tempo. Meu garfo estava suspenso por cima do meu prato e eu estava tendo dificuldade para me concentrar o suficiente para fazê-lo se mover. Suas sobrancelhas juntaram e ela inclinou a cabeça para o lado. — Você está passando mal? — Não. — eu comi algumas garfadas para que ela não descobrisse por que eu estava agindo de forma estranha. — Trabalho de caridade não é apenas sobre ajudar crianças. Eles também fazem coisas como construir casas, cavar poços e ensinar os agricultores como usar a tecnologia moderna. Você seria bom nisso. — Você está tentando me recrutar? — Talvez. — ela pegou outra garfada do seu prato e comeu. — Você é um bom cozinheiro também.


— Obrigado. Não se esqueça de deixar espaço para a torta de limão. — Não se preocupe com isso. — ela acariciou sua barriga lisa. — Eu posso fazer caber. — Eu não acredito nisso. Você é tão pequena. — Isso é um elogio ou um insulto? — É uma observação. Ela recostou-se na cadeira e observou enquanto eu terminava o que estava no meu prato. — Você se lembra o que disse para mim depois que eu caí de Harley na final do meu primeiro evento profissional? Eu fiz uma careta e pensei. — Uh, eu acho que eu lhe disse para parar de chorar. — E? Eu ri quando me lembrei. — Eu lhe chamei de nanica e disse que se algum dia quisesse ganhar o circuito você teria que virar uma cowgirl. Ela assentiu com a cabeça e sorriu. — Eu queria dar um soco na sua cara. — Você devia ter dado. Pelo menos eu saberia que você era durona o suficiente. — Tudo bem. Da próxima vez eu dou. — Bom. — eu levantei para limpar a mesa. — Eu vou lavar a louça. Você, vá sentar-se na sala de estar. Vou levar a sobremesa para você. — Uau. Eu poderia me acostumar com isso. É como ter um servo pessoal por perto. — ela levantou-se e me entregou seu prato. Eu empilhei em cima do meu e, em seguida, peguei o prato de lasanha com a outra mão. — Obrigada pelo o jantar. — ela disse quando colocou a mão no meu peito. Ela definitivamente conseguiu sentir o quão rápido meu coração estava batendo. Ela sorriu antes de permitir que sua mão deslizasse. — Você quer assistir a um filme? Eu sorri e brinquei com ela: — Não é um código para outra coisa? — Rá rá. Você sabe que um filme, é um filme. — Eu estava apenas verificando. Você me convidou para ficar em sua casa quando ninguém está em casa, e tivemos um bom jantar, e...


— Calma aí, cowboy. — ela sorriu e inclinou seu ombro contra o arco para a sala de estar. — Você apareceu sem ser convidado, trouxe as compras com você e fez o meu jantar favorito sem perguntar. Eu não sei por que você fez tudo, já que você sabe que não sou esse tipo de garota. — Talvez eu só quisesse. Em vez de responder, ela colocou o cabelo atrás das orelhas e baixou a cabeça em uma tentativa de esconder o rubor que se espalhou pelo seu rosto. Depois, ela virou-se e desapareceu da sala de estar, eu fui para a cozinha para limpar. Eu rapidamente coloquei tudo na máquina de lavar louça e liguei-a. Então eu levei dois pedaços de torta para a sala de estar. Ela estava no sofá com os pés descansando no pufe de couro. Um filme estava pronto para assistir, congelado na abertura, esperando que ela apertasse o play. Entregueilhe o prato e li o título em francês. — O que você escolheu? — É um filme estrangeiro com legendas. — Ótimo. — eu murmurei. Ela riu da minha falta de sofisticação. — Basta sentar-se e desligar essa lâmpada. — inclinei-me e desliguei. Ela jogou um cobertor em torno de nós, apertou o play e cortou um pedaço de torta com o garfo. Antes que ela desse a mordida, ela disse: — Obrigada por tudo. — Não há de quê. — eu disse e dei uma garfada em minha torta. Uma vez que tínhamos terminado a sobremesa, ela estendeu a mão sobre mim e descansou a palma para cima na minha perna. Eu ri um pouco quando eu passei meus dedos ao redor dos dela. — Do que você está rindo? — ela perguntou, um pouco ofendida. — Eu não assisto a um filme de mãos dadas com uma garota desde que eu tinha quatorze anos. — Você acha que é ridículo? — ela tentou puxar a mão. Eu apertei os dedos com mais força para detê-la. — Não, eu acho que é doce. Ela sorriu antes de descansar a cabeça no meu ombro. — Então, isso significa que estamos em um encontro? — perguntei.


— Você foi o único que apareceu com botas novas brilhantes. Você diz. — Eu ficaria bem chamando de encontro se você estiver bem com isso. Ela sentou-se. — E quanto a Tawnie? — Eu só estava dando uma força para ela porque você me pediu. Sua expressão se contorceu em confusão. — Eu não pedi para você namorar a Tawnie. — Sim, você pediu. Você disse que eu precisava ter um relacionamento com alguém que durasse mais de duas noites para provar que eu era um cara inteiro. — Eu não quis dizer com ela, bobo. Quando eu percebi o que ela queria dizer, meu coração agitou e um grande sorriso esticou no meu rosto. Ela devolveu o sorriso por um tempo antes de dizer: — Eu estou bem em chamar isso de encontro, mas você ainda tem muito a provar. Com mais seriedade do que eu jamais prometi algo na minha vida, eu disse: — Eu vou fazer o que for preciso. Ela pareceu saber que eu falei sério, porque ela relaxou e encostou a cabeça no meu ombro pacificamente enquanto o filme começava.


Capítulo Dezenove O filme era surpreendentemente bom, considerando que eu tinha que ler tudo o que eles falavam. Quando o casal beijou no final, Shae-Lynn se sentou e olhou para mim. Ela empurrou meu peito. — Você gostou, não é? Eu ri, não querendo admitir. — Foi tudo bem. — Talvez você não seja tão caipira quanto pensei que você fosse. — ela olhou para mim por um tempo, então, perguntou: — Você quer uma bebida? — ela usou o braço do sofá para se ajudar a ficar de pé e com cuidado aproximou-se de um armário. — Tem cerveja e vinho na geladeira, ou tem isto. — ela abriu a porta do armário para mostrar que estava cheio de bebidas destiladas. — Isso é um monte de bebida. — Os amigos do meu pai gostam de festa. Do que você gosta? — Eu gosto de tudo. Do que você gosta? — Eu não sei. Eu só tomei cerveja. — ela girou cada garrafa para ler os rótulos. — Deus. Você é o filho dos sonhos de todos os pais. Experimente o uísque. Ele vai queimar, mas você vai gostar como ele faz você se sentir. Ela pegou uma garrafa e dois copos, em seguida, sentou-se ao meu lado. Ela encheuos até o topo. — Whoa, isso é o suficiente para matar você. Ela riu e me entregou um copo. — Então, devia ser apenas o suficiente para dar-lhe um zumbido. — Sim, isso soa bem. Ela tomou um gole e estremeceu. — Uau. Ele faz queimar. — seu corpo ficou ereto e os olhos fecharam com força. Eu tomei um gole e me levantei para pegar o violão que estava encostado em um apoio ao lado do piano. Eu trouxe-o de volta para o sofá e sentei-me ao lado dela. — Você canta para mim? — Claro, mas eu acho que não sei alguma música do Bruce Springsteen.


— Bem, eu não sei as músicas de Carrie Underwood. Você pode cantar Jason Aldean’s Dirt Road Anthem? — Sim. — ela sorriu quando eu comecei a tocar. — Você sempre toca ao contrário? — Aham. — Eles fazem violões para canhotos, você sabe? — Foi assim que eu aprendi. Eu não posso mudar agora. Se eu tentar fazer as coisas da maneira certa, eu vou ficar confuso. — Isso não é verdade. Você aprendeu a montar touros com a mão direita e, em seguida, transferiu para a esquerda. — Isso é diferente. Eu aprendi na minha mão mais fraca. Mudar para usar minha mão mais forte fazia mais sentido. Ela riu, já soando um pouco bêbada. — Não é diferente. É exatamente o mesmo. Ou essa bebida foi direto para o seu cérebro ou você levou muitos golpes na cabeça. — É diferente. — eu levantei minha mão esquerda. — Eu já estou usando minha mão forte. O violão está apenas de cabeça para baixo. — Tudo bem. Vamos ver o que você pode fazer com os seus métodos caipiras ao contrário. Eu comecei do início novamente. Ela fechou os olhos e moveu os ombros de uma forma sexy quando cantou os dois primeiros versos lentos. Então eu peguei o ritmo e ela sentou-se para frente para acompanhar os quatro versos seguintes. Nós fizemos a transição para trás num groove lento e eu não conseguia tirar os olhos dela. Depois que eu dedilhei a última nota, ela olhou para mim e colocou o cabelo atrás das orelhas. — Você é muito bom, caipira. — Você é mais do que boa. Você acabou de fazer esta a minha nova canção favorita. Ela estendeu o braço para que eu lhe passasse o violão. — Eu me pergunto se minha força já está boa o suficiente para tocar. — ela descansou em sua perna e posicionou os dedos. Ela dedilhou algumas notas e sorriu. — Você tem que cantar. — Não. Isso nunca vai acontecer. — eu me inclinei para trás e tomei outro gole da minha bebida. — Eu só vou ouvir.


— E se eu tocar isso? — ela tocou o primeiro verso de Glory Days por Bruce Springsteen e ergueu as sobrancelhas como se ela estivesse esperando que entrasse com a letra. Eu balancei minha cabeça. — É tentador, mas não. — Ah vamos lá. Por que não? Eu não vou rir. — Eu não estou preocupado com você rir. Estou preocupado em fazer seus ouvidos sangrarem. Ela riu e pegou sua bebida. Sua boca pressionou contra o copo e ela estremeceu novamente. Ela riu e disse: — Eu já sinto um formigamento. — Você é um peso leve. Por favor, me diga que você fez pelo menos uma coisa ruim em sua vida. — Bem, há uma coisa que eu gostaria de não ter feito. — Espero que isso seja ilegal, ou uma tatuagem ou algo assim. — O namorado da minha melhor amiga estava traindo-a e eu o peguei com a outra garota. Eu disse a minha amiga e ela não falou comigo desde então. — Isso não é uma coisa ruim. Isso é uma coisa boa. — Eu perdi uma amiga por causa disso. Isso é ruim. Eu deveria ter apenas me ocupado com meu próprio negócio e deixá-la descobrir sozinha. — Não. É para isso que os amigos servem. Você fez a coisa certa. Não é sua culpa que ela não sabe o que é um amigo verdadeiro. Depois de um longo silêncio, ela engoliu um grande gole de uísque e disse: — Eu roubei algo uma vez. Eu apontei para ela, impressionado. — Agora nós estamos falando. O que você roubou? — Havia este grupo de meninas realmente populares na minha escola. Elas me chamaram para sair com elas, mas disseram que eu tinha que roubar um par de brincos de diamante para ser iniciada. Eu pedi à senhora do departamento de vendas de uma loja para ver um par e quando as outras meninas a distraíram, eu troquei os brincos por alguns de zircônia cubica mais baratos que compramos em uma farmácia. O que acha? — É um desvio bastante respeitável.


— Só que eu voltei para a loja uma hora mais tarde e troquei de novo. Então eu confessei tudo para os meus pais e eu nunca saí com aquelas meninas de novo. Eu balancei a cabeça em falsa decepção e ri. — Você é horrível em ser má. — O que está na lista de coisas ruins que você fez? — Ah, querida, a lista é tão longa. Eu nem saberia por onde começar. — Diga-me a pior coisa que você já fez. Meu sorriso desapareceu quando eu pensei sobre isso. Eu queria ser honesto com ela, assim tomei mais bebida para acalmar o nervo. — Graças à Rochelle você já sabe uma boa amostra das coisas ruins que eu fiz. Você provavelmente não sabe que eu fui preso por roubar uma caminhonete. Ela balançou a cabeça e tomou outro gole do seu copo. — Essa é a pior coisa que já fez? — Não. Eu não contei a ninguém a pior coisa que eu já fiz. Seus olhos correram para olhar para mim antes que ela olhasse para sua bebida. — Você pode me dizer se você quiser. Inclinei a cabeça para trás e bebi tanto quanto eu podia antes que me fizesse tossir. Eu podia senti-la me observando quando passei a mão pelo meu cabelo. — O dia em que meu pai morreu eu estava ficando com uma garota que eu nem conhecia no seu acampamento. Perdi a noção do tempo e quando os ouvi anunciar no alto-falante que os touros estavam chegando, eu me vesti e corri para a arena. Eu estava muito atrasado, embora. Eles já tinham puxado a porteira para o meu pai. — eu exalei e acabei o que restava no copo. — Eu não entendo. Como é a pior coisa que você já fez? — Era para eu dar um tapa nas suas costas três vezes para boa sorte e eu não estava lá. Ela não disse nada e eu não queria saber o que significava a expressão dela, então eu me levantei e limpei os pratos de sobremesa. Estava escuro na cozinha, mas não me incomodei em acender a luz. Depois que eu empilhei os pratos na pia, eu sentei em uma cadeira e inclinei meus cotovelos sobre os joelhos. Poucos minutos depois, Shae-Lynn entrou e descansou as muletas contra a mesa. Eu podia ver os pés bem em frente a mim. — Não foi culpa sua.


Eu olhei para ela. — Não foi culpa sua. — ela olhou para mim por um longo tempo, como se estivesse esperando que eu mostrasse algum tipo de emoção. Quando eu não fiz isso, ela moveu-se para sentar no meu joelho e colocou os braços em volta de mim para um abraço. Ela sussurrou em meu ouvido: — Não foi culpa sua, Billy. — Ele era supersticioso por uma razão. — Alguém podia bater nas costas para dar boa sorte ou tinha que ser você? — Qualquer um poderia ter feito isso, mas era para ser eu naquele dia. — Passe-me o telefone. Alcancei no meu bolso e dei a ela. — Qual é a senha? — Rank. Ela sorriu e digitou-a para desbloquear a tela. Vi quando ela procurou a web. — Aqui. Assista isso. — ela levantou a tela e pressionou play. Assim que eu vi o que era, eu disse: — Não. Eu não quero ver isso nunca mais. — Apenas o começo. — Não. — Billy, você confia em mim? Eu estudei a expressão dela, então fechei os olhos por um tempo. — Sim, eu confio em você. Ela apertou o play e segurou a tela para eu assistir. O clip de vídeo começou com uma âncora do sexo feminino, anunciando que um cavaleiro do touro tinha sido morto por ferimentos que sofreu no rodeio. A filmagem rolou e mostrou o meu pai montando na porteira. Ron Miller puxou a corda e bateu em suas costas três vezes. Meu pai balançou a cabeça, em seguida, a porteira abriu. Shae-Lynn pressionou parar e me abraçou novamente. — Não foi culpa sua, Billy. Não foi culpa de ninguém. Foi um acidente. — eu a abracei de volta e nós nos sentamos assim por um longo tempo. Sua respiração era tão lenta e pacífica. Seu cabelo cheirava a morangos e sua pele cheirava a coco. — Você pode falar sobre isso comigo. — ela sussurrou.


Eu balancei a cabeça, porque eu sabia que eu poderia dizer-lhe qualquer coisa, e fechei meus olhos, porque eu sabia que eu iria. Isso me assustou pra caramba, ficar tão vulnerável na frente de alguém. — Qual foi a sensação de estar lá e ver isso acontecer? — Foi um sentimento de desamparo, mas essa não foi a pior parte. — Foi quando os médicos disseram-lhe que ele morreu? — Não. — estendi a minha mão para esfregar os olhos. — Cole e eu decidimos que seria melhor não contar para a nossa mãe por telefone, assim nós dirigimos de volta para o rancho para dizer a ela pessoalmente. Quando entramos na casa juntos, a expressão em seu rosto fez parecer que ela já sabia que algo estava errado. Ela perguntou: “Onde está o seu pai?” Cole e eu ficamos ali olhando para ela, sem palavras. Ela estudou as expressões em nossos rostos, em seguida, ela perguntou novamente: “Onde ele está?” Cole disse: “Ele sofreu um acidente, Ma.” Ela olhou pela janela, para a caminhonete e perguntou: “Ele precisa de ajuda para sair da caminhonete ou algo assim?” Eventualmente, eu disse: “Ele teve um acidente, Mãe.” Ela balançou a cabeça como se ela tivesse tentando fazer com que isso não fosse verdade. Ela perguntou qual hospital ele estava e se atrapalhou ao redor para conseguir sua bolsa e casaco. Eu disse: “Ele não está no hospital.” Ela gritou: “Onde ele está?” Demorou muito tempo para ganhar coragem, mas finalmente eu disse: “Ele está morto.” Ela caiu no chão - não como alguém que desmaiou e caiu. Ela despencou para trás e bateu contra a mesa como se eu tivesse dado um tiro no peito dela com uma espingarda. Cole correu para ajudá-la e ela lamentou em cima dele. Ela socou e arranhouo, gritando que estávamos mentindo e que o papai não estava morto. Cole nem sequer tentou impedi-la. Ele simplesmente deixou-a bater nele até que ela não tinha nenhuma luta nela. Quando ela começou a chorar, ele a abraçou. Ela olhou por cima do ombro para mim. Apertei meus olhos com força para tentar apagar a imagem da expressão da minha mãe. Shae-Lynn colocou a mão na minha. — Qual foi a pior parte? — ela perguntou, com o mesmo tom gentil e paciente que usava com as crianças na creche. — Minha mãe ficou desapontada comigo por deixar isso acontecer. Essa foi a pior parte. Shae-Lynn me abraçou, e senti o calor da sua respiração lenta bem no meu pescoço. — Eu estou tentando ser uma pessoa melhor agora. Eu juro.


— Eu não culpo você. Sua mãe não te culpa. Mesmo se ela faz isso, não deveria. Não poderia ter sido evitado. — Se ele não fosse um montador de touro poderia ter sido evitado. — A profissão dele não teve nada a ver com isso. Ele poderia ter morrido em um acidente de trator ou um incêndio na plataforma de petróleo. Quando é a sua hora, é a sua hora. — Você acredita honestamente nisso? — Sim. É por isso que temos que apreciar os momentos que temos. Sem arrependimentos sobre o passado. Sem se preocupar com o futuro. — sua mão deslizou sobre meu peito e até o meu pescoço. Seus dedos eram tão suaves que senti como se ela estivesse me tocando com seda. — Ai. Merda. — ela arqueou as costas abruptamente e afundou seus dedos em meu ombro. — Ai. Eu reposicionei meus braços para apoiá-la. — Qual o problema? — Ai. Minhas costas estão em espasmo. Ai. Jesus. Eu a peguei. — Desculpe. — ela disse enquanto eu a levava para a sala. — Não se desculpe. Ela gemeu. — Mas nós estávamos tendo um momento e eu arruinei. — Não foi arruinado. Você tem analgésico ou algo assim? — Não, eu parei de tomá-los, senão eu ficaria viciada. Eu ri, porque ela era uma boa menina. — Pegue o uísque. Debrucei-me sobre a mesa de café. Ela estendeu o braço para fora e pegou a garrafa. — Qual é o seu quarto? — Uh, ter um momento não foi um código para qualquer coisa. — Eu sei. Eu ia fazer uma massagem. Eu não farei, se você não quiser. Ela parou por um segundo para pensar nisso. — Última porta à esquerda. Levei-a ao fundo do corredor e chutei a porta para abrir. Ela guinchou de dor quando eu a coloquei na cama. — Você tem óleo de massagem ou loção?


— Há um tubo em cima da cômoda. Estendi a mão para pegá-lo e joguei-o sobre a colcha. — Levante os braços. — eu levantei a barra inferior de sua camisa e puxei-a sobre sua cabeça. Ela estava usando um sutiã sem alças de cetim rosa embaixo. Ela pareceu um pouco tímida quando percebeu que eu estava verificando-a. Quando eu sorri, seu rosto corou. — Abra seu zíper. Ela franziu a testa e olhou para mim com desconfiança. — Eu percebo que seus outros primeiros encontros terminaram todos da mesma maneira, mas este não vai. — Eu não estou tentando entrar em suas calças. Se você quer uma massagem adequada, eu vou ter que trabalhar nas suas pernas também. — Que tal você apenas fazer o seu melhor com meu jeans? — Eu não posso acreditar que você não confia em mim. A qualidade desta massagem vai ser comprometida. — Vou levar isso em consideração quando eu avaliar. Eu sorri e fiz cócegas em suas costelas. — Role. Ela tomou um gole de uísque direto da garrafa, em seguida, rolou para ficar de bruços. Ajoelhei-me na cama e coloquei um joelho de cada lado de seus quadris. A loção de massagem estava fria, então eu aqueci-a entre as palmas das mãos antes de deslizar minhas mãos nas costas dela. O espasmo parecia como uma bola de cabos de ferro. Ela gemeu e escondeu o rosto no travesseiro. — Desculpa. — Você sabe mesmo o que você está fazendo? — ela murmurou no travesseiro. — Na verdade não, mas contanto que você não consiga uma lesão grave de volta, você provavelmente não vai acabar paralisada. Seu corpo tremeu quando ela riu da minha piada estúpida. — Pare de se mover. Como é que eu vou fazer minha magia se você continuar saltando ao redor? Ela riu um pouco mais, em seguida, disse: — Eu acabei de pensar em algo ruim para colocar na minha lista malcriada. — Sim? O que é?


— Eu estou deixando um cowboy com uma reputação terrível me embebedar e pôr as mãos em cima de mim. Eu sorri, mas não concordei. — Essa é a maldade dele, não sua. — eu movi minhas mãos por suas costas e afundei meus polegares em seus ombros por um tempo. Ela relaxou e eu amassei meu caminho de volta para baixo, onde o espasmo estava. Ela gemeu de novo, então eu aliviei a pressão. Eventualmente, o nó se desfez, mas eu continuei massageandoa. — Você entregou aquela competição para que Tawnie ganhasse e eu tivesse que comprar Stella. Isso foi ruim. — Mmm. Quem disse que eu fiz isso? — Você fez? — Pode ser. Desculpa. — Está tudo bem. Eu meio que gosto que você estivesse com ciúmes. Ela levantou a cabeça e olhou para mim. — Quem disse que eu estava com ciúmes? — Por que mais você seria louca o suficiente para fazer isso? Ela sorriu e enterrou o rosto de volta no travesseiro. — Por que você roubou uma caminhonete? — Tecnicamente, eu peguei emprestado sem permissão. — Isso ainda é roubar. — Sim. Foi assim que os policiais pensaram também. — eu movi minhas mãos sobre sua calça jeans e massageei a parte de trás das suas pernas. — Cole estava encrencado com o meu pai e ele seria mandado para o reformatório se ele fizesse mais alguma asneira. Peguei emprestada a caminhonete uma noite depois de uma festa para certificar de que chegaríamos em casa antes do toque de recolher. — Ah, isso é doce. Você quebrou a lei para garantir que seu irmão não fosse despachado. — Meu pai não achou doce. Ele me enviou para o reformatório em vez disso, mas eu consegui ser expulso depois de seis meses e voltar para casa. — Eu não quero nem saber o que você teve que fazer para ser chutado para fora de um reformatório. — Não, você provavelmente não quer saber disso.


Ela fez um gemido silencioso, então, perguntou: — Onde você aprendeu a fazer massagem assim? — Eu costumava sair com Amy, a massagista que excursiona no circuito, às vezes. — Oh meu Deus. Há alguma menina no rodeio que você não dormiu? — Algumas. Eu tento evitar as meninas com quem meu irmão já dormiu, embora nós

tenhamos

tido

algumas

falhas

de

comunicação

nesse

departamento. Eu,

definitivamente, não dormi com sua irmã. — eu bati na sua bunda. — Role. Ela se virou e pegou a garrafa de uísque da mesa de cabeceira. Eu massageei sua coxa enquanto ela tomava um gole. — Você quer dormir com a minha irmã? — ela me entregou o uísque. Eu tomei um gole e dei de volta para ela. — Esse é um tipo de uma pergunta capciosa, porque é claro que eu quero dormir com ela, mas eu não faria isso. — Por quê? — Bem, primeiro, ela tem um namorado. — E? — Eu não acho que a irmã dela apreciaria isso. Ela sorriu e observou enquanto eu dobrava o joelho para massagear seu tendão. — Além disso, Cole já dormiu com ela. Ela fez um som ofegante engraçado e abriu os olhos e boca em choque completo. — Não. Ele. Não. Dormiu. Eu imitei sua expressão atordoada e disse: — Sim. Ele. Dormiu. Demais. — Eu não acredito em você. Ela teria me dito. Dei de ombros, não sei por que Lee-Anne não tinha contado a ela. — Eu acho que eles realmente gostam um do outro, mas não deu certo por causa da coisa de longa distância. — Ah. — ela observou a minha mão enquanto corri meus dedos ao longo de seus músculos. — Você tirou todas aquelas fotografias? — eu apontei para as fotos preto e branco emolduradas e penduradas em sua parede. Elas eram todos poderosos retratos próximos -


uma menina com uma lágrima escorrendo pelo seu rosto, uma velha que parecia que estava orando, um homem que parecia que tinha acabado de derrotar o Homem de Ferro, e um montador de touro que parecia que tinha acabado de acenar para abrir a porteira. Eu fiz uma careta e saí da cama para olhar mais de perto. — Sou eu? — Sim, de alguns anos atrás. Você gosta? Olhei para ele por um tempo, em seguida, virei-me para olhar para ela. — Sim, eu gosto muito. Ela bebeu outro gole antes de me entregar a garrafa. — Você era mais feliz quando estava montando. Olhei para a foto novamente antes de eu vagar ao redor olhando para as outras coisas em seu quarto. O coelho que ela ganhou no parque estava encostado na estante parecendo estupido. Eu peguei um dos seus braceletes rosa da sorte da cômoda. Ela usava um no braço esquerdo quando ela competia e tinha desde que ela era uma criança. Em vez de reconhecer que ela estava certa sobre eu ser mais feliz naquela época, eu disse: — Eu acho que isso realmente não funcionou em sua última corrida. — Sim, sim. — Como você processa isso? Você estava quase paralisada. — Um cavalo de quatrocentos e cinquenta quilos aterrissou em mim e eu vou ficar bem. Eu chamo isso de sorte. — Seria mais sorte se você não tivesse caído em primeiro lugar. — Amuletos da sorte não podem impedir que coisas ruins aconteçam. Eles o mantêm tão seguro quanto possível até que seja sua hora de ir. — ela estendeu a mão para que eu passasse o bracelete para ela. — Venha aqui. — ela deslizou o bracelete sobre meu pulso e empurrou-o até logo abaixo do meu cotovelo. — Este é seu agora - para a próxima vez que você montar. — Eu não vou montar novamente. — Se você montar, vai mantê-lo seguro. Eu prometo. Eu sorri, porque eu acreditei nela. — Obrigado. — eu estava sentado atrás dela na cama e massageando seus ombros. — Quanto tempo vai durar essa massagem?


— Sessenta minutos, e eu cobro por minuto. — Quanto você cobra? — É negociável e eu poderia ser persuadido a fazer um desconto. — Isso é código para alguma coisa? Eu ri. — Pode ser. Ela bebeu um pouco mais e soltou o ar como alguém que estava nervoso. Eu apontei para uma foto dela em um pônei. — Você era fofa nessa época. — Eu não sou fofa mais? Eu balancei minha cabeça. — Não. Ela olhou para baixo e viu como as minhas mãos moviam ao longo de seus braços. — Isso não é muito legal para você dizer. — Você não é fofa mais. Você é como a neve. — Isso não faz qualquer sentido. Você está definitivamente bêbado. Debrucei-me sobre seu ombro para que meus lábios estivessem quase tocando sua orelha. — Você sabe aquele período de tempo depois que simplesmente acabou de parar de nevar, mas ninguém saiu ainda? Você meio que quer correr para fora na neve fresca, porque é tão pura, mas você não quer correr nela, porque você sabe que, se você fizer isso, seus próprios passos vão arruinar o quão é perfeito. — Sim. Enfiei minha mão ao longo de suas costelas. — Você é tão bonita, quanto a neve. Suas pálpebras piscaram rapidamente e por um longo tempo, parecia que ela estava segurando a respiração. Eu me inclinei para pressionar o meu peito contra suas costas e inclinei a cabeça para beijá-la no ombro. Ela inalou e sussurrou: — Obrigada. Ela colocou as mãos sobre as minhas enquanto eu as movia sobre seu abdômen. Meus dedos acariciaram a curva suave do seu decote enquanto eu continuei sobre a superfície acetinada de seu sutiã. Eu beijei seu pescoço. Ela virou-se e sentou-se sobre os joelhos para me encarar. Fechei a mão em punho em torno das mechas sedosas do seu cabelo e puxei sua cabeça para mim. Ela ofegou um pouco e os lábios entreabriram, enquanto esperava que os meus os tocassem. Minha respiração parecia como se eu tivesse


acabado de sair de uma rodada. Cada célula do meu corpo queria jogá-la para baixo e fazer amor com ela. Eu queria tanto que os meus braços começaram a tremer pelo esforço de resistir a ela. Uma sensação de ansiedade crepitou e encheu o meu corpo quando percebi que eu não tinha ideia do que fazer a seguir. Eu sabia o que eu faria se fosse qualquer outra garota, mas ela não. Eu não tinha ideia de como ser o cara que ela queria que eu fosse, o cara que ela merecia. Seu lábio inferior tremeu e seus olhos se arregalaram como um cervo assustado enquanto ela esperava que eu fizesse algo. O sentimento bêbado deixou imediatamente o meu corpo e foi substituído pelo pânico. — O que há de errado? — ela sussurrou. — Eu quero te beijar tanto que dói. Ela encostou a testa contra a minha. — Então beije. Engoli em seco e fechei os olhos, mas não fiz nenhum movimento, porque eu sabia o que aconteceria se eu fizesse. Ela era tão inocente. Tão perfeita. Eu, definitivamente, ia estragar tudo, se eu dormisse com ela. Seu telefone tocou na mesa de cabeceira. Ela não pareceu notar. Ela nem sequer piscou. Sentei-me no meu calcanhar e tentei forçar o ar em meus pulmões para desacelerar no meu corpo a adrenalina que foi surgindo através de mim. Ela deslizou as mãos até meu pescoço e segurou meu rosto. Suas sobrancelhas juntaram enquanto ela procurava a minha expressão. O toque do telefone não estava ajudando o sentimento alarmante que estava me rasgando. — Você devia atender o telefone. — Eu não quero. Você está bem? O telefone parou de tocar e ela ainda não tinha tirado os olhos de mim. — Eu sinto que vou vomitar. — eu admiti. O telefone tocou com uma mensagem de texto que iluminou a tela. Era do Nate, então eu peguei e li. Confirmando amanhã. Busco-a ás 13:00. Entreguei-lhe o telefone e dei um passo para fora da cama. Ela leu o texto. — Isso não é o que você pensa. Não é um encontro ou qualquer coisa. Há uma recepção em seu clube de campo amanhã. Alguns dos membros da comissão, que estão decidindo sobre a bolsa de estudos de música que eu me candidatei, estarão lá. Ele pensou que poderia ser uma boa oportunidade para me socializar.


— É uma boa oportunidade. Eu deveria deixá-la começar seu descanso agora. Ela piscou algumas vezes e sua dor foi óbvia, mas ela não disse nada. Corri meus dedos pelo meu cabelo, me sentindo culpado pra caramba. — Qual gaveta você mantém seus pijamas? — A do meio superior. Abri a gaveta e tirei um top e um short. Ela se recostou contra os travesseiros enquanto eu joguei para ela. — Boa noite, Shae-Lynn. — inclinei-me e beijei sua testa. Então eu levei o uísque comigo e saí. Depois de vomitar três vezes no banheiro, sentei-me no sofá e inclinei a garrafa de novo. Eu pensei que se eu bebesse o suficiente conseguiria esquecer o quanto eu queria voltar para o seu quarto. O álcool não estava funcionando. Ele só estava me fazendo sentir vontade de vomitar novamente. Eu parei de beber e tropecei para a varanda da frente para um pouco de ar fresco e manter-me longe de porta de seu quarto. Andei vacilando para frente e para trás e bati com a palma da mão várias vezes na testa, esperando que o barulho fosse de alguma forma ajudar meu cérebro a resolver o que era coisa certa a fazer. Não importava o quanto eu ponderava isso, a coisa certa era afastar dela para que ela pudesse ter uma vida melhor com um cara como Nate. Um cara que não acabaria por fazer algo egoísta para quebrar seu coração. Às três da manhã, Lee-Anne voltou para casa. Eu estava largado sobre os degraus da varanda da frente. Ela saiu do carro e caminhou até ficar na minha frente. — Você provavelmente devia ver essa sua condição cardíaca com um médico. Meu punho estava apertando meu peito como se eu tivesse levado um tiro. Ela franziu a testa. — O que você está fazendo aqui? — Tentando ficar sóbrio o suficiente para dirigir. — Dirigir para onde? — Casa. Ela balançou a bolsa dela e bateu na lateral da minha cabeça quatro vezes. — Idiota. Eu nem sequer coloquei meus braços para cima para me proteger, porque eu queria que doesse. — Você não pode simplesmente usá-la e sair, seu filho da puta.


— Eu não a usei. Nada aconteceu. Eu juro. Ela bateu no meu rosto e fez meus olhos lacrimejarem. — Se nada aconteceu, por que você está tentando escapar daqui no meio da noite? — Eu só tenho que ir. — E o comprador para Stella? — Uh, ele desistiu. Ela olhou para mim. — Por que você está indo? — Shae-Lynn ficará melhor sem um cara como eu. Eu prefiro que ela descubra isso agora, antes que seja tarde demais. — Quando é tarde demais? Porque se é depois que ela se apaixonou por você, já é tarde demais. Ela gosta de você desde que ela tinha idade suficiente para saber o que era um menino. — Não torne isso mais difícil do que já é. Eu gosto tanto dela que está me matando, mas eu não sei como ser o cara que ela quer que eu seja. — Sim, você sabe. Relacionamentos reais são apenas como montaria em touro. Você tem que estar disposto a arriscar se machucar, e você tem que aguentar tudo e nunca desistir, não importa o quão assustador ou difícil fique. Você sabe como fazer isso. É apenas covarde demais para tentar. — Eu não posso competir com um cara como Nate. — Você está certo. Um homem de qualidade, muito respeitado, que se aposentou do rodeio para abrir um negócio bem-sucedido e lucrativo, não é páreo para um adolescente emocionalmente atrofiado que desiste, com medo, porque ele não quer acabar como seu pai, mas ainda, realmente, não foi adiante. O acúmulo de emoção subiu na minha garganta. Eu balancei minha cabeça, desejando que o que ela disse não fosse verdade, mas era. — Bem. Se você quer quebrar seu coração, vá em frente. Eu não vou parar você. Pisquei duro. — Ela merece alguém melhor do que eu. — Bem, sim, obviamente. Mas ela quer você. — Eu não sou bom para ela. Você e eu sabemos disso.


— Mas ela é boa para você. Você e eu sabemos isso também. — ela me bateu mais uma vez, em seguida, foi para a varanda e desapareceu dentro de casa. Foi só às seis da manhã que me senti suficientemente sóbrio para dirigir, embora eu provavelmente ainda não estivesse. Eu cheguei na minha caminhonete e liguei para Paul Delorme. Ele não atendeu, então eu deixei uma mensagem: — Oi. É Ryan Billy. Estou ligando para que você saiba que eu mudei de ideia e eu não vou vender Stella agora. Desculpe ter desperdiçado seu tempo e peço desculpas se sua filha está decepcionada. — eu desliguei, dei partida na caminhonete e fui embora.


Capítulo Vinte Assim que voltei para Saskatoon, eu me senti como uma merda completa por sair sem me despedir de Shae-Lynn. Eu queria ligar para pedir desculpas, mas eu me forcei a não fazer isso, porque eu pensei que seria mais fácil para ela esquecer-me se ela pensasse que eu era um idiota. O problema era que eu não podia parar de pensar nela. Era uma tortura não falar com ela e estava me matando viver com a culpa de feri-la. Eu liguei para Tawnie, com a intenção de lhe dizer que acabou, mas no dia eu liguei, seu avô tinha tido um pequeno ataque cardíaco. Ela estava estressada e já chorando quando falamos, por isso eu não fiz isso. Em vez disso, eu simplesmente parei de ligar. Na quinta-feira antes do rodeio High River, eu estava sentado na cozinha da minha mãe segurando meu telefone, lutando contra o desejo de chamar Shae-Lynn. Mamãe estava no balcão em suas roupas de trabalho fazendo café. Cole sentou-se à mesa, na minha frente, com duas fatias de pão em um prato. — O que há de errado? — ele me perguntou. — Nada. — Por que você parece com alguém que acabou de atropelar seu cachorro? Mamãe se virou para olhar por cima do ombro para mim. — Não é nada. — eu murmurei. Não convencida, ela se virou para encher três copos de café para viagem. Ela estendeu a mão para ligar o triturador de lixo. Ele fez o som de trituração horrível e, em seguida, uma pancada para uma paragem completa. Atirei a Cole um olhar que deixou claro que eu queria rasgar a cara dele e enfiá-la goela abaixo. — Desculpa. Eu vou arrumar. — ele murmurou. Mamãe suspirou e me encarou. — Você parece um pouco para baixo ultimamente, querido. — ela se aproximou e colocou dois dos copos sobre a mesa antes de retornar para pegar o dela no balcão. — É apenas estresse. — levantei-me e peguei o copo para levá-lo comigo. — Você precisa de uma carona para o trabalho? — eu ofereci.


— Não, obrigada. Linda vai passar por aqui. — Devo pegar sua cadeira de rodas? — Não, hoje é um bom dia. Eu me sinto ótima. — ela pegou um pacote do balcão e entregou para mim. — Isto foi entregue para você ontem. Era o cinto pronto que eu tinha mandado fazer para o aniversário de Shae-Lynn. A visão dele me deu uma dor no peito que me fez estremecer, e minha respiração ficou presa na minha garganta por um segundo. Mamãe franziu a testa de uma forma maternal preocupada, então eu evitei olhar para ela. Cole deu uma mordida no pão e disse: — Eu estou saindo para High River amanhã ao meio-dia, se você quiser vir comigo. — Você está pensando em montar? — mamãe perguntou. — Não, eu só vou ficar lá com todos. Talvez eu vá jogar sinuca. — ele ergueu as sobrancelhas e sorriu porque isso significava que ele queria agitar. Eu verifiquei a expressão da minha mãe para ver se ela sabia o que ele queria dizer com jogar sinuca. Ela obviamente não tinha ideia, porque ela pegou sua bolsa e disse: — Você devia ir, Billy. Eu não gosto de ver você parecendo tão triste. Vai ser bom para você apenas se divertir. High River fica a apenas 45 minutos de Calgary. Talvez vocês dois pudessem ir ao rancho dos Roberts para verificar Stella e dizer um oi a Roberts. Ah, lá está a minha carona. — ela nos beijou na bochecha. — Amo vocês. — Te amo. — ambos dissemos em seguida, observamos sair pela porta dos fundos. — Você está dentro? — Cole perguntou. — Você não tem nenhum dinheiro. — Eu vendi o quadriciclo. Eu tenho três mil e quinhentos por isso. Eu não tenho muito mais tempo antes que eles venham recolher. — Eu não estou no esquema há um longo tempo. E se a gente perder tudo isso? — Nós não vamos. — Nós não podemos fazer o suficiente em uma noite para cobrir toda a dívida.


— Não se preocupe com isso. Eu vou entrar nos cem mil dólares do evento dos patrocinadores. — Entrar e ganhar são duas coisas separadas. — Eu vou para vencer. — ele sorriu com confiança inflada. Eu balancei a cabeça e caminhei em direção à porta. — Você está delirando. Você deve mencionar isso a seu psiquiatra na sua próxima sessão. — Não é delírio, se é verdade. Você vem este fim de semana? — Só se você não estragar o esquema. E é melhor consertar o maldito triturador de lixo ou eu vou consertá-lo e empurrar você abaixo. — eu saí para a varanda e deixei a porta de tela bater atrás de mim. Em High River, nós ficamos em um quarto no hotel onde os participantes de rodeio se hospedaram. Em seguida, fomos para um bar que tinha mesas de sinuca. Nós escolhemos o bar que estava tendo uma noite de karaokê porque achamos que haveria um monte de otários lá. Perdemos os primeiros cinco jogos que nós jogamos. Os dois primeiros foram para cervejas e os outros três foram por vinte dólares cada. Havia dois garotos do clube em uma das outras mesas que estavam de olho na gente, então começamos a agir como se estivéssemos bebendo demais. Cole foi melhor na atuação de bêbado porque ele era bom em ser barulhento e antipático. Eu era melhor em tacadas lentas e agir como se eu fosse um jogador inexperiente. Eventualmente, os meninos do clube se aproximaram e nos desafiaram para um jogo de cem dólares. Fingimos tentar o nosso melhor. Quando chegou na tacada que venceria o jogo, Cole levou o seu tempo alinhando e, em seguida, perdeu pela margem mais estreita possível. — Vamos lá! — eu gritei e empurrei seu ombro. — Como você perdeu essa? Um dos meninos clube afundou a bola oito para a vitória e ambos sorriram para nós à espera de receber o pagamento. — Puta que pariu. — eu gemi. — Você acabou de nos fazer perder uma centena de dólares. Cole abriu a carteira e passou por uma pilha de notas de cem dólares. — Vocês querem ir pelo dobro ou nada? Ambos os meninos do clube assentiram e dobraram.


— O que você está fazendo? — eu soltei o meu taco e fingi tropeçar um pouco. Eu fiz um sussurro alto que pessoas bêbadas fazem. — Você está louco? Nós não podemos vencêlos. Nós vamos perder mais cem. — Eu quase consegui. Apenas mais um jogo. — Tudo bem, certo. Mais uma, mas se perdermos, você não pode apostar mais. Esse é o nosso dinheiro do aluguel. — Sim, sim. — ele inclinou a garrafa como se estivesse tomando um gole de sua cerveja. Perdemos mais dois jogos dobro ou nada por apenas uma tacada antes de Cole começar a atuar frustrado e competitivo. Ele apostou com eles tudo o que ele tinha na sua carteira. Argumentei com ele para fazer parecer que eu não estava bem com ele apostar aquele tanto em um jogo de bilhar. Eu o empurrei e amuei enquanto cuidava da minha cerveja. No momento que eu estava esperando a minha vez, eu reconheci a voz do cantor do karaokê que tinha acabado de começar sua canção. Levantei-me e me direcionei para o canto para que eu pudesse ver o palco. Ela estava usando um top e uma minissaia jeans com botas. A música que ela cantava era da Carrie Underwood - Good Girl. Depois que ela terminou a última nota, o bar inteiro irrompeu em aplausos. Ela olhou para mim, em seguida, colocou o microfone para baixo e devagar caminhou sem muletas descendo os degraus do palco. — Billy, é a sua vez. — disse Cole. Eu me virei e corri para a mesa. Depois que eu afundei a bola oito, eu descansei o taco na prateleira. Cole fingiu estar chocado e entusiasmado com a minha mudança de sorte. Ele ia ficar puto por eu não ter jogado mais casualmente, mas eu queria ir encontrar Shae-Lynn. Os meninos do clube entregaram o dinheiro para Cole e eu fui embora. ShaeLynn estava sentada em uma mesa perto do palco com sua irmã, Nate e outro montador de bronc. Eu andei até ela. — Posso falar com você, por favor? — Este não é um bom momento. — ela disse, sem sequer olhar para mim. Olhei para todos os outros na mesa. Nate sorriu. — Oi Billy. — Oi. — era impossível não gostar do cara, então eu virei de costas para ele e foquei em Shae-Lynn. — Você quer que eu diga o que eu tenho a dizer na frente de todos?


Suas bochechas ficaram rosa e ela se levantou. Eu puxei-lhe a mão e levei-a para o pátio. Ela cruzou os braços. — Você tem oito segundos. — Sinto muito. — Tudo certo. Tchau. — ela se virou para sair, então eu estendi a mão para o seu cotovelo. — Shae-Lynn. — Shae. Exalei e empurrei o chapéu para trás. — Você não... eu fui, uh. Desde que... isso. Merda. — eu exalei novamente e limpei o suor que estava escorrendo do lado do meu rosto. — Eu não sei como dizer o que eu quero dizer. Ela franziu a testa e estudou meus olhos. — Você não está bêbado. — Não. — Por que você estava agindo como se você estivesse? Eu olhei em volta para ver se alguém estava perto o suficiente para nos ouvir, então eu abaixei a minha voz. — Nós estávamos enrolando aqueles caras. Ela balançou a cabeça, impressionada, e, obviamente, não surpreendida. — Eu quero fazer as coisas direito com você. — Você não tem que fazer. Você estava certo. Nós não teríamos funcionado. Estou feliz que você saiu antes que algo acontecesse. Não se preocupe com isso. — ela se virou de novo, mas eu ainda tinha a mão em seu cotovelo, então eu puxei-a de volta para mim. — Solte-me, Billy. Estou aqui com Nate. Parecia que ela tinha me dado um tapa e me levado um segundo para superar a ardência. — Mas eu quero te dizer como me sinto sobre você. — Eu sei como você se sente sobre mim. Você gosta de mim o suficiente para dormir comigo, mas você não gosta de mim o suficiente para me fazer a sua namorada. Desde que nos conhecemos, você decidiu decolar antes de você me usar, em vez de decolar depois que você me usasse. É meio doce de uma maneira realmente patética.


— Não é a razão pela qual eu saí. Eu gosto de você o suficiente para fazer de você minha namorada - mais do que suficiente. Ela piscou lentamente e seus olhos estavam molhados, quando ela abriu novamente. — Eu não quero ser a sua namorada, Billy. Você só vai quebrar meu coração. — ela puxou seu braço para fora do meu alcance e voltou para o bar. Eu tive que sentar em uma das cadeiras de plástico do pátio porque o ar foi saiu com um baque do meu peito. Senti-me pior do que o tempo que o touro se sentou em mim na rampa e machucou o meu pulmão. Eu ainda estava ofegante para forçar o oxigênio de volta para dentro quando Cole se aproximou. — Temos de ir. Aqueles caras estão muito irritados que nós os enrolamos. — Vá em frente. Eu tenho que resolver as coisas com Shae-Lynn. — Eu não vou deixar você aqui sozinho. Resolver que coisas? Desde quando você e Shae Roberts têm coisas para resolver? É por isso que você estragou o esquema? Levantei-me e voltei com tudo para o bar em uma missão. Cole estava bem atrás de mim. — O que exatamente você está planejando fazer? Aproximei-me do palco e enxuguei as palmas das mãos no meu jeans. Meu coração estava disparado como um puro-sangue. Exalei e inclinei-me para pedir à garota que estava organizando o karaokê para me mostrar a pasta de músicas. Folheei as páginas até que eu encontrei uma que eu sabia como tocar no violão. — Essa tem algumas partes difíceis. — disse ela. — Sim, eu sei. Eu vou assassiná-la, mas eu tenho algo a provar. Uma vez que seria divertido, ela sorriu, carregou-a no computador, e me entregou um microfone. — Qual o seu nome? — Billy. — eu ajustei o microfone no suporte e peguei um violão que era para a banda da casa. Era um violão destro, por isso virei de cabeça para baixo para prendê-lo com a mão esquerda, puxei a frente do meu chapéu para baixo, e dei um monte de respirações profundas. A menina falou em seu microfone para me apresentar. — Todo mundo aplauda Billy. Ele vai tentar I Will Wait, do Mumford and Sons porque, aparentemente, ele tem algo a provar.


Cerca de três pessoas aplaudiram. Cole aplaudiu, mas, em seguida, verificou por cima do ombro para manter o controle de onde os meninos do clube estavam à espreita. Fui até o microfone e disse: — Eu não posso cantar, por isso peço desculpas antecipadamente. — a música começou e eu fiz a introdução no violão. Quando a letras surgiu na tela, eu li o primeiro par de palavras na minha cabeça antes que eu percebesse que deveria estar cantando. Eu não entrei e cantei até o terceiro verso. Eu estava tendo problemas para manter-me com as notas no violão ao mesmo tempo enquanto lia a letra, por isso houve um atraso de meio segundo até que eu encontrei o ritmo. Eventualmente, eu parei de ler e cantei a partir da memória. Provavelmente parecia um sapo-boi sendo estuprado. Mesmo que eu não tivesse olhado para cima, eu podia sentir cada pessoa no bar olhando estupidamente para mim. Pouquíssimas pessoas estavam rindo. Cole vibrou quando eu entrei no refrão novamente. Eu finalmente olhei para cima. As mãos de ShaeLynn estavam cobrindo a boca em uma expressão de horror. Lee-Anne estava sorrindo. Eu parei de cantar durante um verso e apenas foquei no violão. O último par de eu esperarei eram mais falados do que cantados. Quando terminei, Cole me deu uma ovação de pé. Todos os outros aplaudiram, exceto Shae-Lynn. Lee-Anne saltou para cima e para baixo. Shae-Lynn ainda estava congelada na mesma posição, com as mãos presas à boca. Eu inclinei o violão de novo no suporte, em seguida, pulei do palco e fiquei na frente dela. Lee-Anne puxou-a pelo braço para fazê-la levantar. — Shae-Lynn. — Shae. — ela me corrigiu. — Sim, sobre isso, eu não nunca vou parar de chamá-la de Shae-Lynn. — Por quê? — Porque Shae-Lynn é o nome mais bonito que eu já ouvi e eu gosto de como soa quando digo. Ela cerrou os lábios. — Shae-Lynn, eu sei que eu não sou bom o suficiente para você, mas eu quero ser. Eu vou fazer direito por você. Por favor, me dê uma chance de provar isso. Ela olhou para mim por um longo tempo. Era como se todos estivessem segurando a respiração, esperando que ela respondesse. Ela pegou minha mão e me puxou. Eu a deixei me arrastar para a saída, para um beco. — Você está louco? — ela sussurrou.


— É uma possibilidade distinta. — Foi tão embaraçoso. — Desculpa. — Não embaraçoso para mim; embaraçoso para você. Eu ri, feliz que tudo estava acabado. — Espero que tenha valido a pena. Ela balançou a cabeça para indicar que não tinha. — Shae-Lynn, eu sei que eu estraguei tudo quando eu saí, mas a razão pela qual eu fiz aquilo é porque você merece alguém melhor do que eu. Mas a coisa é: eu não quero que você esteja com alguém melhor do que eu. Pode soar egoísta, mas eu quero que você esteja comigo, porque a única vez em que me sinto bem é quando eu estou com você. Com base em como estou apavorado de feri-la, com o quanto meu peito dói quando eu não estou com você, eu tenho certeza que eu te amo. Ela piscou lentamente, atordoada, em seguida, o olhar fixo nos meus. — Você o quê? — Eu te amo. Ela virou a cabeça e olhou para algum lugar distante, para processar o que eu disse. Estendi a mão e entrelacei os dedos nos dela. — Diga alguma coisa. Por favor. Suas pálpebras caíram e seus cílios descansaram como borboletas na bochecha dela, antes que ela encontrasse meu olhar novamente. — Você se lembra quando eu te disse que estava apaixonada por alguém uma vez? — Sim. — O que eu não mencionei é que eu ainda estou apaixonada por ele. Eu dei um passo para trás e peguei o meu chapéu. Eu não conseguia respirar e uma pressão atrás dos meus olhos os fizeram lacrimejar. Engoli em seco. — Nate? Ela exalou lentamente, em seguida, sussurrou: — Não. — Quem é? Seus dedos apertaram ao redor dos meus — Você, estúpido. Eu pulei para frente, empurrei-a contra a parede de tijolos e a beijei. Suas mãos deslizaram para cima e seguraram meu rosto enquanto ela me beijou de volta. Sua língua tocou a minha e tinha gosto do gloss dela de cereja. Puxei-a ainda mais perto e senti seu


peito subir a cada respiração. Parecia que era meu primeiro beijo, só que melhor. O mesmo choque, aquele senti na primeira vez que nos tocamos no hospital, atingiu cada nervo do meu corpo e fez a minha pele formigar. O mundo ao nosso redor desapareceu, enquanto a calma pacífica dela tomava conta de mim. Quando ela fez um som estranho, eu abri meus olhos. Ela estava chorando. Coloquei minha cabeça para trás e corri meus dedos sobre seu rosto. — Ei. O que foi? Ela piscou algumas vezes e inalou. — Nada está errado. Eu tenho sonhado com este momento por muito tempo. É muito bom quando um sonho se torna realidade. Eu sorri, em seguida, beijei-a novamente. Sua mão direita deslizou pelo meu peito e ela deixou-a descansar por cima do meu coração. Ficamos fora por um tempo, antes de ela inclinar a cabeça para trás e olhar para mim com aqueles grandes olhos verdes. Eu coloquei meu chapéu na cabeça dela e inclinei-o para trás. — Então, isso significa que eu posso começar a chamá-la de minha namorada? — Você me diz. — Eu ficaria bem chamando você de minha namorada, se você estiver bem com isso. Ela ficou em silêncio por um tempo antes que ela dissesse: — Eu estou bem com isso. Só não quebre meu coração. — Eu não vou. Eu prometo. Beijei-a novamente, mas fomos interrompidos pelo som de um pigarro. Eu me virei. Tawnie estava a cerca de dois metros de distância, com lágrimas escorrendo pelo rosto. Ela passou a mão em seu rosto antes de dizer: — Eu, honestamente, não estou surpresa que você faria algo assim, Billy. Estou chocada com você, porém, Shae. Nenhum de nós respondeu. — Eu acho que a perfeita Shae Roberts não é tão perfeita como todo mundo pensa. Antes de se entregar a Billy você deve provavelmente saber que eu estou grávida e ele é o pai. — ela virou-se e correu para o beco. Meu cérebro parecia que tinha batido contra o interior do meu crânio e paralisou o resto do meu corpo.


Shae-Lynn saltou de onde estava atrás de mim e correu de volta para o bar, ainda usando meu chapéu. Ela bateu na porta até que um segurança abriu-a e deixou-a entrar. Eu não podia me mover. Antes que a porta se fechasse Lee-Anne colocou a cabeça para fora, frenética. — Billy, eles estão batendo no Cole. Apresse-se. Tawnie tinha chegado ao final do beco e estava prestes a virar a esquina quando Lee-Anne se lançou e afundou seus dedos no meu braço. Ela me puxou tão violentamente que eu tropecei e tive que colocar minha mão para baixo na calçada para aparar a minha queda. Quando olhei para cima, Tawnie tinha ido embora. Lee-Anne me puxou de novo, então eu a segui para dentro.


Capítulo Vinte e Um Eu corri através do bar e empurrei as portas da frente. Havia uma multidão reunida no estacionamento. Cole estava no chão sendo espancado pelos dois caras que tínhamos enrolado. Antes que eu pudesse alcançá-lo, Blake e Tyson pararam em uma caminhonete e saltaram para fora. Eles pegaram um menino cada. Corri e me agachei ao lado de Cole. Ele estava enrolado em posição fetal, protegendo o pescoço com as mãos. — Está tudo bem? Ele olhou para cima e sorriu como se achasse divertido. Eu balancei minha cabeça, mas era a minha culpa maldita por concordar em ir com ele em primeiro lugar. Blake estava apanhando, então eu peguei a camiseta do menino do clube e o atirei contra o capô de um carro. Quando ele veio para cima de mim, eu dei um soco na sua mandíbula quadrada e ele caiu no chão, se contorcendo. O cara que Tyson estava batendo fugiu quando viu que seu amigo estava caído. Cole o perseguiu, mas ele estava usando botas, por isso ele parou depois de mais ou menos vinte metros. O cara fugiu. Eu estendi minha mão para ajudar Blake sair do chão. Ele olhou para a minha oferta por alguns segundos antes de aceitar. — Obrigado, rapazes. — disse Cole depois que correu de volta para onde estávamos. Blake limpou o sangue de seu lábio com as costas da mão. — A oferta ainda está na mesa, Billy. Você já pensou sobre isso? Olhei para Cole e, em seguida, examinei a multidão de rostos à procura de ShaeLynn. — Não. — Eles só vão trazer os dez melhores rapazes canadenses que competem pelo seu cinturão - no caso de você colocar a cabeça no lugar e perceber que é a sua única opção. — ele virou a cabeça e cuspiu um bocado de sangue na calçada. — Você só tem até o final do mês e, em seguida, Cole vai ter que pagar de alguma outra forma. Se ele não pagar tudo ou fugir, eles vão receber fazendo uma pequena visita para a sua mãe ou Shae. Corri para ele e esmaguei sua garganta com minhas mãos. Ele sugou um suspiro e ficou em silêncio enquanto eu apertei meus dedos. — Se os capangas do seu pai forem a qualquer lugar perto de qualquer um que eu conheça, eu vou atrás de você. Você entendeu?


Os dedos de Blake agarraram minha mão, tentando liberar o estrangulamento. Eu o empurrei e ele tropeçou. — Ty, é melhor você tirar o seu primo daqui antes que eu quebre o seu braço de apoio. — eu murmurei. Tyson pegou Blake pelo colarinho da sua camisa e o empurrou na direção da sua caminhonete. A multidão se dispersou. Shae-Lynn estava em pé perto da porta da frente, segurando meu chapéu. Ela se aproximou e me entregou, em seguida, se virou. — Shae-Lynn. — Não se preocupe. — ela disse e continuou andando. — Vamos, Billy. Precisamos sair daqui. — gritou Cole. Ele subiu no lado do motorista da caminhonete. Tyson e Blake já estavam saindo na caminhonete de Blake. As sirenes da polícia se aproximaram no fim da rua, então eu corri e pulei na caminhonete enquanto Cole a colocava em marcha. — Wooeee! — ele gritou e saiu do estacionamento. — Eu estou supondo que o cara que fugiu está com o dinheiro. — Sim, mas foi divertido, não foi? — Não. Não foi divertido. Você perdeu todo o seu dinheiro e teve o seu traseiro chutado. — Eu não fui chutado no traseiro. Eu estava parado para conservar energia. — Ah, é isso que foi aquilo? — Como foi com Shae? — Maravilhoso até Tawnie aparecer e me dizer que eu sou o pai do seu bebê. — O quê? — sua cabeça virou para olhar para mim e ele quase saiu da estrada. — Ela está grávida? — Isso é o que ela disse. — Puta merda. Eu esfreguei meu rosto com a palma da mão. — O que eu vou fazer? Eu não quero ter um filho com Tawnie. Eu mal a conheço. Ele olhou para a estrada à nossa frente. — Ela está provavelmente mentindo. Vadias dizem coisas loucas quando estão com ciúmes.


— Eu não sei. Ela deixou uma mensagem ontem que disse que precisava falar comigo sobre alguma coisa. — Você usou proteção, não é? Eu estremeci. — Droga, Billy. Quantas vezes eu lhe disse para ter cuidado? Eu balancei a cabeça, com raiva de mim mesmo. — Talvez não seja seu. Você deve pedir um teste de paternidade. — Estacione. — Por quê? — Eu vou vomitar. Estacione. Ele dirigiu para o acostamento de cascalho e parou. Saltei e tropecei na vala de grama. Eu vomitei líquido três vezes. Uma vez que meu estômago estava vazio, eu soltei um monte de vômitos secos. Eventualmente, as contrações pararam e eu rolei na grama para olhar para as estrelas. Cole pulou a vala e se sentou ao meu lado. Ouvi-o acender um cigarro, então eu cheirei a fumaça. — Você se lembra daquela menina, Lisa, de Regina, que eu namorei por um tempo? — Sim, mais ou menos. — Eu a engravidei. Sentei-me e olhei para ele. — O que aconteceu? — Ela tinha apenas dezessete anos e ela disse que não estava pronta para ter um filho. Ela decidiu fazer um aborto e eu não tentei impedi-la. — A mamãe sabe? — Não. Ninguém sabe. — ele deu uma longa tragada em seu cigarro. — Se eu pudesse voltar no tempo, eu tentaria impedi-la. Eu sei que era seu corpo e sua escolha e tudo, mas não há um dia que passe que eu não pense sobre aquele bebezinho. Exalei e apoiei os cotovelos nos joelhos. — Eu não quero que Tawnie faça um aborto. — É melhor você dizer a ela que você está disposto a ajudar antes que ela resolva. Peguei meu telefone e disquei o número de Tawnie. Ela não atendeu, então eu deixei uma mensagem. — Nós precisamos conversar. Ligue-me de volta. — eu desliguei e olhei


para Cole. Ele não estava olhando para mim. Ele estava olhando para os carros na estrada. — Vamos ficar bêbados. — sugeri. Cole riu. — Eu acho que você tem problemas suficientes sem eu mostrar meu mastro nu na cobertura. Nós dois nos levantamos e voltamos para a caminhonete. — Bem. Eu vou ficar bêbado. Você pode cuidar de mim uma vez. — Uma vez? Quem você acha que cuidou de você no circuito durante todos esses anos, quando nosso pai estava fora, ficando bêbado e dormindo com prostitutas? — ele bateu no meu ombro e verificou a estrada e entrou nela. Olhei para ele, em seguida, olhei para o para-brisa, completamente deprimido. — Eu vou ser um pai de merda. Uma música da Carrie Underwood veio no rádio e eu fiquei muito emocionado para falar, então eu só encostei na janela e olhei para os prédios passando. Quando chegamos de volta ao hotel, Cole saiu e se dirigiu para o bar do lobby. — Eu mudei de ideia. — eu segui depois dele. — Sobre o quê? — Ficar bêbado. Eu só vou para a cama. Ele franziu a testa, tentando descobrir o que fazer. Obviamente, ele determinou que eu precisava ficar sozinho, porque ele disse: — Eu vou tentar pegar alguém. — ele olhou por cima do ombro em direção ao bar, onde uma multidão de meninas vadiava perto da porta. — Parece que eu não devo ter qualquer dificuldade em encontrar companhia. — Sim, tudo bem. Vejo você na parte da manhã. Eu andei em direção ao elevador e apertei o botão. O corredor parecia ter mil quilômetros de comprimento. Uma vez eu estava no quarto, eu não me preocupei em ligar as luzes ou até mesmo tirar minhas botas. Eu escovei meus dentes e joguei água no meu rosto, mas eu ainda me sentia rançoso. Meu telefone estava no meu bolso, por isso, o peguei e me deixei cair na cama para chamar Shae-Lynn. A ligação foi atendida e eu podia ouvir a música e as pessoas no fundo, mas ela não disse nada. Eu escutei sua respiração. Era calmante. Eventualmente, ela falou com uma voz muito calma. — Billy, eu não quero que você me ligue mais.


— Eu sei que você me odeia agora, mas eu estou enlouquecendo e eu realmente poderia usar um amigo para conversar. — Fale com Tawnie. — Você é a única pessoa que sabe como me fazer sentir melhor. Eu podia ouvir o ar que saiu dos seus pulmões dela quando ela exalou. — Espere um segundo. — o som foi abafado quando ela falou com alguém longe do telefone. Em seguida, o barulho da música e das pessoas desvaneceu como se ela tivesse passado para algum lugar mais calmo. — Talvez uma vez que você falar com Tawnie, você vai se sentir melhor. — Eu não vejo como. — Talvez ela não queira ficar com o bebê. Eu esfreguei meu rosto com a palma da mão esperando que de alguma forma isso fosse apagar a realidade. — Eu não quero que ela faça um aborto, mas eu não quero ter um bebê também. Eu não sei o que fazer. — minha voz falhou e eu tive que inalar para me impedir de chorar. — Eu vou acabar como o meu pai. Ela murmurou algo para si mesma, em seguida, disse: — Vai ficar tudo bem, Billy. — Como é que vai ficar bem? Eu não sei como ser um pai. — Ninguém sabe pela primeira vez. Eu acho que vai ser legal ter um pequeno Billy Ray correndo por aí. Você pode levá-lo para pescar e aos rodeios do circuito. Posso imaginá-lo usando um pequeno chapéu de cowboy preto para combinar com o seu e ele provavelmente vai ter uma bunda magra como você. — Pode ser uma menina. — Sim, isso seria doce. Ela vai ficar tão bonita. Posso imaginá-la chamando-o de pai e subindo em seu colo, para que você leia uma história. Isso seria ótimo, né? — Eu não estou pronto para isso - pelo menos não agora, e definitivamente não com Tawnie. Shae-Lynn ficou em silêncio por um tempo. — Você não pode planejar tudo na vida. Às vezes as coisas simplesmente acontecem. Se você está pronto ou não, você tem que fazer o melhor possível. Quando você olhar para trás mais tarde, você vai ser grato pela forma como as coisas aconteceram.


— Ter um filho com Tawnie vai estragar as coisas com você e eu, e eu realmente não quero isso. — Eu acho que não era para ser. Tudo acontece por uma razão, mesmo se não sabemos qual é logo de cara. — Você realmente acredita nisso? Ela não disse nada por um longo tempo, em seguida, ela sussurrou. — Nós sempre podemos ser amigos. — Promete? — houve uma batida na porta do quarto do hotel. — Aguente. Cole deve ter perdido a chave. — Eu saí da cama e tropecei no escuro para abrir a porta. Shae-Lynn estava em pé no corredor. — Eu prometo. — ela disse quando foi para frente e colocou os braços ao redor do meu pescoço. Eu a abracei de volta com força e deixei cair a cabeça para descansar meu queixo no ombro dela. Seu corpo relaxou contra o meu e a subida e descida da sua respiração me deu a sensação que tudo ia ficar bem. Ficamos ali por um longo tempo, então ela se abaixou e segurou minha mão. Ela me levou de volta para o quarto e deixou a porta fechar atrás de nós. Ela subiu na cama e puxou minha mão para que eu deitasse ao lado dela. — Tudo vai parecer melhor na parte da manhã. — ela sussurrou. Eu apertei sua mão e me aproximei para beijar sua testa. — Obrigado por estar aqui. — Não há de quê.


Capítulo Vinte e Dois Pela manhã, houve uma batida na porta do quarto do hotel que me acordou. ShaeLynn ainda estava ao meu lado, segurando minha mão. Seus olhos se abriram quando me mexi. O sol já estava alto pela fresta das cortinas. Houve outra batida, então eu ouvi um cartão chave deslizar. — Vocês dois estão decentes? — Cole perguntou quando ele abriu a porta. — Sim. — eu esfreguei meu rosto para tentar acordar. Shae-Lynn se sentou e olhou para o relógio na mesa de cabeceira. Eram oito horas. Cole entrou no quarto. Seu olho estava preto e seu lábio estava inchado. Ele ficou parado, sorrindo

para nós. —

Totalmente vestida e dormindo

em cima das

cobertas. Decepcionante, mas uma vez que seu pai está aqui procurando por você, isso é provavelmente uma coisa boa. — O quê? — ela gritou e pulou para fora da cama. — Lee-Anne prometeu que me cobriria. Cole deu de ombros, amando o drama. — Tudo o que sei é que ele está lá embaixo no restaurante perguntando a todos se eles te viram. — O que você disse a ele? — Eu o evitei, mas eu fiz Tyson dizer a ele que ele viu você sair com Lee-Anne em torno de meia-noite. Rochelle disse a ele que você estava com Nate, então ele provavelmente vai ganhar um aperto de Trent Roberts. Eu ri com o pensamento de Nate recebendo merda do Trent, e Shae-Lynn jogou um travesseiro em minha cabeça. Seu telefone tocou e quando ela verificou a chamada exibida sua expressão transformou em pânico. — É o meu pai. O que eu devo dizer? — Diga-lhe a verdade. Você é adulta. — eu disse. — Eu não posso. Ele vai parar de respeitá-lo. — Eu não me importo. — Eu sim. Eu sorri, feliz que ela se importava. — Então, minta.


Ela respondeu: — Oi, pai. — ela virou-se para encarar a janela e Cole entrou no banheiro. — Eu estou sentada no lago, por quê? — ela olhou por cima do ombro para mim. Parecia que estava matando-a mentir. — Eu dormi na minha cama. Eu só acordei cedo e fui para uma caminhada para ver o nascer do sol. Eu vou voltar para casa agora. O que você quer que eu para faça o café da manhã? — ela fechou os olhos e inclinou o rosto para o teto como se estivesse orando para ele acreditar nela. — Ah, quando é que você vai estar de volta? — ela sorriu. — Tudo bem, eu vou te ver quando chegar em casa. Te amo. — ela desligou e apontou para mim em uma ameaça. — Você tem que me levar de volta para a fazenda antes de ele chegar lá. — Sem problema. Como é a sensação de ser uma adulta? — Mentir para o meu pai não faz de mim uma adulta. Faz-me de mim uma mentirosa. — Isso faz de você uma menina má. Emocionante, não é? — Não. Vamos. — ela bateu na porta do banheiro. — Apresse-se, Cole. Meu pai vai dar um pontapé no seu traseiro também, se eu não chegar em casa antes dele. Cole abriu a porta com uma escova de dente pendurada na boca. — Tudo certo. Então vamos. Ela pegou sua escova de dente. — Você se importa de me emprestar isso? — Sim, isso é meio nojento. — ele disse e riu. Ele procurou o frasco de comprimido na sua mala e tomou sua medicação. Levanteime e desempacotei a caixa que estava com o cinto de Shae-Lynn. Quando ela saiu do banheiro, eu dei a ela. Ela sorriu surpresa. — O que é isso? — Feliz aniversário. — Meu aniversário é daqui duas semanas. — Sim, eu sei, mas apenas no caso de o seu pai me matar antes disso. Ela abriu a tampa e sua boca caiu aberta. Ela não se mexeu. Cole entrou em cena para olhar por cima do ombro. Ele assobiou. — Droga. Isso é chique. Parece que alguém tem uma quedinha por você.


A expressão nos olhos dela fez meu coração virar no peito. — Billy, isso é muito caro. Eu não posso aceitar isso. — Bem, nós não podemos devolvê-lo. Tem seu nome nele. Ela colocou a caixa na mesa e lentamente desenrolou o cinto como se ele fosse quebrar se ela mexesse muito rapidamente. Ela examinou o design de cristal rosa e lilás que incluía trevos verdes, jacintos, o número treze, um cavalo Palomino correndo pelos tambores e um touro macho com um peão que estava com o seu braço direito no ar. As letras que soletravam Shae foram incrustadas em strass brilhantes e Lynn foi feito em letras menores através do desdobramento de um coração pequeno. Ela correu os dedos sobre as contas brilhantes. — É lindo. — Experimente. — Eu não quero estragá-lo. — É para usar. Coloque-o, ou você vai ferir meus sentimentos. Ela tirou a fivela do seu cinto de couro e prendeu ao cinto de cristal. Ela ajustou-o para acomodar nos quadris e, em seguida, colocou os braços ao redor do meu pescoço. — Obrigada. Eu amo isso. — ela agarrou meu cabelo entre os dedos e puxou minha cabeça para frente para um beijo. Eu a abracei apertado contra o meu corpo e beijei-a bem, no caso de ser o último que eu fosse receber dela. — Sim, bem, já chega disso. — disse Cole. — Eu ainda estou aqui. — Desculpe. — disse Shae-Lynn e recuou. — Você já teve relações sexuais com uma menina quando eu estava no mesmo quarto. — eu disse e puxei-a de volta para mim. — Você podia ter saído. — Então, você também pode. Saia. — O pai dela está caçando-a e há um rumor de que Lyle pode estar lá fora, me procurando também. Precisamos sair. — Jesus, Cole. Ele pegou sua mala e abriu a porta. — Eu vou embora em cinco minutos, vocês dois estando na caminhonete ou não. — Nós vamos estar lá. — disse Shae-Lynn.


A porta se fechou atrás dele e eu olhei para ela. — Eu realmente não quero que isso aconteça. — Eu também não, mas você precisa resolver as coisas com Tawnie. Obrigada pelo meu cinto. Eu a abracei em meu peito e descansei o queixo no topo da cabeça dela. Ficamos assim até que Cole mandou uma mensagem para nos dizer que Trent estava no lobby e devíamos sair pela saída lateral. Nós descemos pela escada de emergência e corremos para fora, pela porta lateral, para entrar no estacionamento. Abaixei-me e segurei a mão dela quando nós corremos para a caminhonete. Cole já estava sentado no banco do motorista com o motor ligado. Ela deslizou ao lado dele. Eu pulei dentro e fechei a porta. — Oh meu Deus, aquela é a caminhonete dele na nossa frente. — ela falou e se jogou no meu colo. Cole olhou para mim e riu porque se seu pai a visse com a cabeça na minha virilha ficaria tudo pior. Eu ri muito, mas depois o meu sorriso desapareceu quando vi Lyle conversando com um grupo de rapazes no estacionamento. — Isso não é engraçado. — ela sussurrou. — Calma. — disse Cole. — Ele foi para o drive-thru do outro lado da rua. Ele vai ficar uns bons dez minutos lá. Eu dirijo rápido. — Cole virou para sair do estacionamento para a rua principal. — Se você está tão preocupada com o seu pai descobrir que você passou a noite com um cara, por que você me pediu o número do quarto de Billy na noite passada? Ela sentou-se e olhou para mim. Eu esperava que ela respondesse, mas ela não disse nada. Cole virou a cabeça para olhar para nós por um segundo antes de ele se concentrar de volta na estrada. Ela pegou o telefone e ligou para Lee-Anne. Ela obviamente acordou sua irmã. Elas conversaram por um tempo e combinando suas histórias, então ela desligou o telefone e suspirou. Eu apertei sua mão, o que a fez relaxar. Quarenta e cinco minutos mais tarde, nós cruzamos a estrada de cascalho que levava ao seu rancho. Uma caminhonete apareceu atrás de nós. Ela espiou pela janela de trás. — Merda. É ele. — Jesus, o velho homem é durão. — Cole disse e empurrou o acelerador. Nós literalmente derrapamos em sua calçada cercados por uma nuvem de poeira. Antes mesmo da caminhonete ter parado, Shae-Lynn rastejou sobre meu colo e


abriu a porta. Quando Cole estacionou, ela pulou para fora e estava em pé perto do capô quando seu pai parou ao nosso lado. Ela sorriu e acenou para ele. Ele saiu da sua caminhonete e caminhou ao redor da frente do nosso. — Ei, o que vocês fazem aqui? — ele estudou Shae para ver a reação dela e é aí que eu percebi que ele ia notar que ela estava usando a mesma minissaia e as botas da noite anterior. Ela evitou fazer contato visual com ele. Eu fiz uma nota mental para ensiná-la a ser uma mentirosa melhor. — Estávamos em High River. — Cole disse, sem perder um segundo. — Billy queria passar por aqui e visitar Stella já que estávamos tão perto. — ele pulou para fora da caminhonete e abraçou Shae-Lynn como se eles tivessem acabado de encontrar. — Você e Lee-Anne perderam uma boa festa na noite passada. Ficou louca depois que vocês saíram. — Sério? — ela disse baixinho e abraçou-o de volta. — O que aconteceu? — Um monte de merda que seu pai provavelmente não quer ouvir falar. — O que aconteceu com seu rosto? — Trent perguntou. — Ah, eu só tive um pequeno desentendimento com alguém sobre quem ganhou a aposta. Não foi nada. — ele se virou para Shae-Lynn. — Como está a égua de Billy? — Bem. — parecia que ela queria cavar um buraco. — Ela está no estábulo, se você quiser vê-la. — Na verdade, eu trouxe-a para fora enquanto você estava no lago. — Lee-Anne gritou da varanda. Eu saí da caminhonete e coloquei o meu chapéu. Trent me olhou. — Você aproveitou ontem à noite, Billy? — Hum, sim, foi tudo bem. Fui para a cama não muito tempo depois que Lee-Anne e Shae-Lynn saíram. Cole é mais festeiro do que eu. Ele balançou a cabeça e continuou olhando para mim. — Paul Delorme me disse que você desistiu da venda. Ele disse que ele lhe ofereceu vinte e cinco e você ainda recusou. Eu pensei que você precisasse do dinheiro. — Eu, uh. Shae-Lynn fez uma careta. — Você disse a Lee-Anne que Paul desistiu da venda. Limpei a garganta. — Não, eu quis dizer que eu desisti.


— Por que você fez isso? Cole intrometeu. — Sim, mano, por que você recusaria vinte e cinco mil dólares por uma égua que você nem quer? — Shae-Lynn precisava de um cavalo para a reabilitação até que ela se recuperasse o suficiente para voltar ao Harley. — Nós temos uma abundância de cavalos aqui. — disse Trent. — Sim, bem, mas Stella é meio especial. Shae-Lynn piscou prestes a chorar. — Billy, vocês precisam do dinheiro. Não fique com ela por minha causa. Seu pai me olhou por um longo tempo, e quando eu não respondi, ele olhou para Shae-Lynn. — É um belo cinto que você tem aí. — Ah, sim. — ela reajustou-o nos quadris e olhou para seu rosto. — Você não me viu usá-lo antes? — Não. Eu acho que eu teria lembrando dele. — ele sorriu, talvez porque o suor estivesse escorrendo do lado do meu rosto. — Vocês, rapazes, devem entrar para o café da manhã. Shae fez alguma coisa, não é mesmo, querida? Ela piscou lentamente e apertou os lábios. Parecia que ela estava prestes a ruir sob o peso das mentiras que estavam se acumulando, quando Lee-Anne disse: — Ela fez panquecas e bacon na frigideira. Espero que vocês estejam com fome. Shae-Lynn sorriu. — Sim, eu fiz muitos. Há suficiente para todos. — ela se virou e me deu um olhar com os olhos arregalados que me fez querer rir. Eu tive que morder o lábio para manter uma cara séria. — Parece bom. — disse Cole. — Talvez devêssemos comer primeiro e visitar Stella mais tarde. Eu balancei a cabeça e segui em direção à casa. Trent estava atrás de mim e quando eu segurei a porta aberta para ele, ele disse: — Cuidado, cowboy. Ergui os olhos para encontrar os dele. Engolir não foi possível - eu tentei, mas minha garganta estava muito apertada. — Sim, senhor. — eu finalmente disse.


Ficamos em silêncio por um longo tempo antes dele dizer: — A Shae é quase perfeita, e eu não estou dizendo isso só porque ela é minha filha. — Sim, senhor. Eu sei. — Ela não comete muitos erros. Quando isso acontece, ela aprende com eles e deixaos no passado. O fato de que ela o ama desde que ela tem idade suficiente para falar, e continuou amando você todo esse tempo, mesmo com todas as suas besteiras, me faz pensar que talvez te amar não é um erro. Mas você precisa saber que ela não é como sua mãe. Se você se tornar um erro, ela vai aprender com ele e deixá-lo na poeira. Farei com que ela sempre tenha os meios financeiros para chutar sua bunda para fora da caminhonete e deixá-lo no meio-fio. Você, nunca se esqueça disso. — Sim, senhor. — eu sorri, mas eu não tinha certeza se eu deveria. — Eu não estou brincando. Se você não vai levá-la a sério, você deveria passar para a próxima garota agora. Meu coração deu uma série de chutes duplos, em seguida, entrou em parafuso. — Estou falando sério sobre ela. — Tudo bem, então. Prove. — Eu pretendo. — Bom. Faça-o direito. — ele deu um passo para dentro da casa. Exultante, eu o segui.


Capítulo Vinte e Três Quando saímos do rancho de Roberts, Cole disse: — Você e Shae ficaram no pasto visitando Stella por um longo tempo. Vocês se divertiram? — ele ergueu as sobrancelhas esperando ouvir alguns detalhes suculentos. — Sim, foi provavelmente o melhor momento da minha vida. — Legal. O que vocês fizeram? — Andamos, de mãos dadas, e beijamos. Ele riu, mas então, ele olhou para a minha cara e percebeu que eu não estava brincando. — Puta merda, você está falando sério, não está? — Sim. — eu esfreguei meu rosto com a palma da minha mão direita e tentei massagear a tensão para fora do meu peito com a minha esquerda. — Eu não acho que eu posso viver sem ela. Ele me deu um soco realmente forte no ombro. — Você está se ouvindo? Você está amolecendo por causa de uma garota. — Ela faz alguma coisa comigo. — Ela obviamente não faz alguma coisa, alguma coisa com você. — Não, não é assim. É muito melhor do que isso. Alguma vez esteve apaixonado? — Não, e eu vou evitar, se isso me fará agir como você está agindo agora. Eu não posso acreditar que você não vai me ajudar a pagar a minha dívida porque você decidiu se apaixonar por uma garota certinha, que você nem costumava notar. — Eu a notava. — Você nem sequer sabia qual era a cor do seu cabelo. — Sim, bem, eu sei agora. — Eu espero que sim, uma vez que, apesar do fato de que eu vou ser assassinado, você deu a ela um cavalo de vinte e cinco mil dólares, um cinto que provavelmente custou por volta de mais mil, e você gastou pelo menos quinhentos dólares nessas botas, porque ela disse que as outras estavam velhas. E essas são apenas as coisas que eu sei.


— Minhas botas estavam velhas. — Divirta-se planejando o meu funeral e mudando a mamãe para um apartamentinho apresentável. — Eu não vejo por que eu tenho que ser responsável pela sua dívida de qualquer maneira. — Você não é responsável por ela. Eu te pago de volta. Tudo o que peço é que você pare temporariamente de jogar fora todo o seu dinheiro em gestos românticos para que eu possa, pelo menos, emprestar algo para afastar a minha morte iminente. — O pai de Blake não vai matá-lo. Ele é cheio de conversa. Cole olhou para mim sério, então foquei de novo na estrada. — Jesus Cristo. Eles vão matá-lo? — Vamos apenas dizer que não é do meu interesse testá-los. — Puta que pariu, Cole. Nós dirigimos o resto do caminho para Saskatoon em silêncio. Chegamos em casa pouco depois das seis horas. Uma faca de caça estava apunhalada no batente da porta com uma nota. Acabou o prazo. Não me faça voltar aqui. Cole leu-o e seu pomo de Adão balançou. Corri para casa. Estava quieta. A bolsa e as chaves da minha mãe estavam na mesa ao lado de uma nova pilha de contas. — Mãe! — a porta do quarto estava aberta. Ela não estava nele. — Mamãe. Estamos em casa. Você está bem? — eu gritei através da porta do banheiro. — Billy. — ela falou. Parecia que ela estava chorando. — O que está errado? Sua voz tremeu quando ela disse. — Minhas pernas ficaram fracas, enquanto eu estava no banho. Você pode ir buscar a Sra. Spooner da porta ao lado e pedir-lhe para vir me ajudar? — Eu vou ajudar. — Não. Você pode simplesmente buscar a Sra. Spooner, por favor? — sua voz falhou. Corri para a casa do vizinho e bati na porta. Ela me seguiu de volta para a casa e chamou a minha mãe pela porta do banheiro.


— Janice, eu preciso de um pouco de ajuda para sair do banho. — mamãe falou de volta. Sra. Spooner tentou abrir a porta, mas estava trancada, então eu peguei um dos grampos de cabelo da mamãe e arrombei-a. Sra. Spooner entrou e fechou a porta atrás dela. — O que está acontecendo? — Cole perguntou quando ele se juntou a mim no corredor. — Mamãe estava presa no banho e queria que eu chamasse a Sra. Spooner para ajudá-la. — Há quanto tempo ela está lá dentro? — Eu não sei. — Esperemos que não seja desde ontem. Olhei para ele e franzi a testa conforme absorvi o pensamento de que ela poderia estar lá desde que saímos. — Precisamos contratar uma enfermeira. — Eu sei. Eu disse-lhe há meses. — ele olhou para um texto em seu telefone. — Merda. — ele murmurou. — O quê? — Lyle só quer ter certeza que eu recebi seu recado. Eu balancei a cabeça e encostei na parede. Eu estava tão cansado de tudo. — Talvez seja hora de você sair da aposentadoria. — ele disse. — Se formos os dois, vamos ter uma chance melhor de trazer os cem mil dólares para casa. Enquanto eu estava pensando sobre isso, a Sra. Spooner abriu a porta do banheiro e colocou a cabeça para fora para o corredor. — Eu a enrolei em seu robe. Um de vocês pode pegar a cadeira dela e me ajudar a levantá-la da banheira? — Cole foi buscar a cadeira na sala de estar. Eu segui a Sra. Spooner para o banheiro. Mamãe estava tremendo e abraçando os joelhos em seu peito. — Há quanto tempo você está aqui? Ela olhou para mim. Seus olhos estavam vermelhos e inchados de tanto chorar e tinha olheiras abaixo deles. — Não muito tempo. — ela disse, com voz fraca.


Debrucei-me para deslizar uma das mãos sob as pernas dela e a outra em torno das suas costas. Eu levantei-a da banheira e levei-a para o corredor. Cole estava esperando com a cadeira. Sra. Spooner tocou minhas costas e sussurrou: — Avise-me se precisar de qualquer outra coisa. — Obrigado. Ela saiu calmamente e mamãe foi no sentido do seu quarto. — Mamãe. Vamos contratar uma enfermeira. — Eu não preciso de uma, Billy. — Realmente? Quanto tempo você ficou lá dentro? — eu gritei para o corredor. — Eu te disse; não muito tempo. — ela virou a cadeira para nos enfrentar. — É humilhante o suficiente que eu precise pedir aos os meus filhos e a vizinha para me tirar do banho. Por favor, não torne isso pior com a contratação de um estranho para me fazer sentir como se eu fosse uma inválida completa. — É óbvio que não é seguro para você ficar aqui sozinha. — Podemos não exagerar, por favor? Eu só tive um dia ruim. Isso não acontece com muita frequência. — Isso acontece o tempo todo. — eu gritei, porque a minha frustração sobre tudo estava vindo para a superfície. Ela começou a chorar novamente. — Não podemos pagar uma enfermeira. — ela enxugou os olhos com a manga do seu robe. Cole caminhou pelo corredor e inclinou-se para abraçá-la. — Não chore, Mamãe. Billy

está

trabalhando

em

dois

empregos

e

eu

vou

encontrar

um

eventualmente. Nós podemos pagar. — Billy não pode trabalhar em dois empregos, quando voltar para a faculdade. Cole olhou para mim, mas continuou abraçando-a. Meu telefone tocou, então eu verifiquei para ver se era Tawnie. Era um texto de Shae-Lynn. Chame-me por vídeo quando você tiver um minuto. Eu preciso falar com você sobre algo e eu acho que é melhor se nós tivermos tipo cara a cara. Cole empurrou a mamãe para o seu quarto. Fui para o meu quarto e peguei meu iPad para ligar para ela. Ela estava sentada em seu quarto e parecia que tinha chorado


tanto quanto minha mãe. Depois de limpar seu rosto e inalar para se recompor, ela disse: — Suas rugas de estresse estão aparecendo. — Nós chegamos em casa e encontrei mamãe encalhada no banho. Ela não vai nos dizer por quanto tempo, mas ela pode ter estado lá desde ontem. — Oh meu Deus. Isso é horrível. — ela inclinou os cotovelos sobre a mesa e cobriu o rosto com as mãos. Eventualmente, ela olhou para cima. Seu lábio estava tremendo. — Billy, eu preciso te dizer uma coisa. É realmente difícil e eu gostaria de não precisar, mas... — ela começou a chorar e enxugou as lágrimas dos seus olhos. Meu coração paralisou. — Apenas diga. — Meu pai ouviu que Tawnie está grávida de você — Como é que ele descobriu? Eu nunca contei a ninguém, exceto Cole. — eu olhei de relance pela minha porta aberta, para a porta do quarto de Cole, do outro lado do corredor. Ela poderia, obviamente, dizer que eu estava pensando em matá-lo para me livrar da maioria dos meus problemas com um simples ato. — Não é culpa de Cole. Todo mundo teria descoberto eventualmente de qualquer maneira. — Seu pai não pode te dizer o que fazer. Você é uma adulta. Você pode tomar suas próprias decisões. — Esta sou eu tomando minhas próprias decisões. Por acaso, só concordo com o meu pai que é melhor não namorarmos. Pareceu que uma tábua esmagou os meus ombros. Eu tive que apoiar as minhas mãos sobre a mesa. Eu não podia falar, porque eu não conseguia respirar. — Sinto muito, mas depois que você saiu, eu raciocinei. — Por favor, não. Pelo menos me dê uma chance. — Não. Sua vida está uma bagunça e você tem um bebê a caminho com uma garota que vive em Edmonton. Eu não me encaixo nessa equação, e honestamente, eu não quero. Fechei os olhos e esfreguei minhas têmporas. — Não desista agora, Shae-Lynn. — Eu sinto muito machucá-lo, mas eu mereço mais do que você pode me dar. Olhei para ela, desesperado para pensar em algo para dizer que a faria mudar de ideia. — Eu te amo.


— Eu também te amo. — ela piscou e as lágrimas escorreram pelo seu rosto. — Eu sempre o amei, mas eu não posso mais. Sinto muito, Billy. — ela estendeu a mão e, embora parecesse machucá-la, ela terminou a chamada. Levantei-me e joguei meu iPad do outro lado do quarto. Ele bateu contra a parede e a tela quebrou. Raiva queimado dentro de mim e eu empurrei toda a estante. Tudo caiu quando ela caiu no chão com um estrondo. Eu joguei um monte de merda contra a parede em um ataque louco. Então eu estava no meio do meu quarto olhando para a bagunça. — Que diabos? — Cole perguntou enquanto de pé na minha porta, avaliando os danos. Um impulso de bater nele pra caralho rasgou através dos meus músculos, mas eu sabia que perturbaria mamãe, então eu exalei para controlar minha fúria. — Saia do meu caminho. — eu empurrei, passando por ele, corri pelo corredor e explodi pela porta da frente. Eu corri pela rua por cerca de um quarteirão antes de abrandar para uma caminhada. Eventualmente, acabou o folego e tive que caminhar. Peguei meu telefone e liguei para Tawnie. — Escute, eu estou cansado de qualquer jogo que você acha que você está jogando. Ligue-me de volta ou eu vou contratar um advogado. Eu tenho direitos como pai e você não pode me excluir. Pare de ser uma cadela e faça a coisa certa.


Capítulo Vinte e Quatro Na quarta-feira seguinte, gastei metade de um dia de folga do Hank para entrevistar candidatos de cuidados a domicílio. Era apenas depois do meio-dia, quando cheguei em casa. A caminhonete de Cole estava na garagem, mas ele não estava por perto, então eu pensei que ele não tivesse saído da cama. Bati na porta de seu quarto. — Levante-se. A primeira entrevista é em dez minutos. — não houve resposta, então eu bati novamente. — Jesus, Cole. Poderia, por favor agir como um adulto, em vez de um drogado de quinze anos por apenas um dia? — eu abri a porta. Ele não estava em seu quarto e a cama estava arrumada. Eu mandei uma mensagem para ele quando a campainha tocou. Após a última entrevista ter terminado, eu me inclinei na porta do quarto da mamãe. — A pessoa que eu contratei vai começar na sexta-feira. Mamãe assentiu com a cabeça para que eu soubesse que ela me ouviu, mas ela não estava feliz com isso. — Eu tenho que fazer algumas coisas, mas eu não vou demorar. Você vai ficar bem sozinha por cerca de uma hora? — Sim. Por favor, não me trate como um bebê. — ela olhou pela janela, para a caminhonete de Cole. — Onde está seu irmão? Dei de ombros e corri minhas mãos pelo meu cabelo. — Está tudo bem se eu te fizer uma pergunta? Ela assentiu com a cabeça. — Se você pudesse ter mudado o papai, o que você gostaria que ele mudasse? Ela sorriu de uma forma nostálgica, mas o sorriso logo desapareceu. — Por que você pergunta? — Eu só não quero ser como ele. — Você não é como ele. Você herdou a boa aparência e seu talento para o rodeio, mas você nunca foi como ele em qualquer das maneiras que importam. Você era mais homem com treze anos do que ele jamais foi em algum momento. Basta ser você mesmo, baby.


Atravessei o quarto e a abracei. Ela apertou os lábios como se estivesse tentando forçar sua boca para sorrir. Ela não foi muito bem-sucedida. — Tente encontrar o seu irmão e certifique-se de que ele está bem. Eu balancei a cabeça, fechei a porta e liguei para Ron Miller enquanto eu caminhava para a minha caminhonete. — Ei, é tarde demais para me inscrever para o evento dos patrocinadores? — Você mandaria um cara para fora, mas a escolha é sua, porque você tem uma pontuação alta. — Eu estaria mandando Cole, Tyson ou Blake? — Não, é um jovem garoto chamado Mikey. — Boa. Inscreva-me. Eu desliguei e liguei para Cole novamente, mas ele ainda não atendeu, então eu deixei outra mensagem: — Obrigado por sua ajuda com as entrevistas, cabeça de merda. Eu estou saindo para Calgary sexta de manhã às oito. Se você não estiver aqui, eu vou embora sem você. — eu desliguei e fui para o banco. Peguei todo o dinheiro que eu tinha na minha conta da faculdade, em seguida, fui para o Palomino. Stephanie abriu uma garrafa de cerveja e a colocou no bar para mim quando me sentei em uma banqueta. — O que está fazendo aqui em uma noite de folga? — O seu irmão ainda é um apostador profissional? — eu perguntei a ela. — Sim. Deslizei o envelope de dinheiro pelo balcão. — Você coloca esta aposta no evento dos patrocinadores neste fim de semana em Calgary para mim? — eu lhe entreguei um pedaço de papel com todos os detalhes. Ela leu o que eu queria apostar, em seguida, abriu o envelope e abanou a pilha de notas de cem. — Quanto tem aqui? — Dez mil. — É um monte de dinheiro para jogar fora se você estiver errado. — Não vamos pensar sobre isso, tudo bem?


Ela assentiu com a cabeça e colocou o envelope no caixa. — Como está essa garota que você está apaixonado. — Ela não quer ter nada a ver comigo. — Por quê? — Porque ela é inteligente. Stephanie riu e se afastou para servir alguns caras de meia idade na outra extremidade do bar. Quando ela voltou, ela inclinou os cotovelos no bar e sorriu para mim de uma forma que me pareceu um pouco como pena. — Não desista, querido. Meu marido me perseguiu por dois anos antes de eu finalmente ceder. — Não é assim tão simples. Eu tenho outra menina grávida. — Jesus, Billy. — ela se endireitou e balançou a cabeça em desapontamento. — Por que você foi fazer isso? — Eu sou um idiota. — eu inclinei a garrafa de cerveja na minha boca e bebi toda. — Vejo você na próxima semana. — eu me levantei. — Boa sorte. Eu não podia dizer pelo olhar em seu rosto se ela estava se referindo à aposta ou à bagunça que estava a minha vida. Quando cheguei em casa, me sentei na minha caminhonete olhando para o meu telefone. Todos os dias, desde que Shae-Lynn me abandonou, eu tinha resistido ao impulso de ligar para ela, mas quanto mais eu me sentava lá olhando para o meu telefone, mais eu tinha dificuldade para me convencer de que evitá-la era melhor, especialmente porque era aniversário dela. Eventualmente, eu mandei uma mensagem para ela duas linhas de uma canção da Lady Antebellum que expressavam o quanto eu sentia falta dela. Ela dizia: Nós Possuímos A Noite. Eu sinto tanta a sua falta, que mal posso respirar. Houve uma pausa antes que ela respondesse: Eu não conheço essa. Eu Estou Morrendo Sem Você, de Billy Ray Ryan. Parece uma música triste. Desoladora.


Depois de um longo tempo, meu telefone tocou novamente: Mostre-lhes como se faz sábado à noite. Você vai estar lá? Não houve resposta. Na sexta-feira, Cole ainda não tinha voltado para casa ou ligado. A enfermeira em domicílio

chegou

quando

eu

estava

arrumando

minhas

coisas

na

minha

caminhonete. Logo depois que eu desliguei, deixando outra mensagem para Cole, um amigo dele da escola secundária caminhou até a calçada. — Ei, Billy. — Ei, Al. E aí? — Só vim para pegar minha nova caminhonete. Confuso, eu franzi a testa e olhei para o seu sorriso bobo. — Do que você está falando? — Cole me vendeu a sua caminhonete e um monte das suas outras merdas. Ele disse que deixaria as chaves no balcão da cozinha, porque ele não estaria aqui. — Onde foi que ele disse que estaria? — Ele não falou. Ele apenas disse que deixaria todas as outras coisas na caminhonete. — Que outras coisas? — Sua tralha de pesca, kit de ferramentas, equipamentos de hóquei, tela plana e seu cinto. — ele me entregou um pedaço de papel. Era uma nota de venda que tinha a assinatura de Cole nela. — Ele me disse para dar-lhe o dinheiro. — A caminhonete vale mais do que isso. — eu apontei para o valor escrito no papel. — A maldita coisa tem apenas três anos de idade. Al deu de ombros. — Eu não esperava que ele aceitasse a minha primeira oferta. — ele entregou um maço de dinheiro e um cheque. — Eu tive que pré-datar uma parte até eu receber o pagamento. Está tudo bem? Eu esfreguei os olhos. — Não é o suficiente de qualquer maneira, por isso não importa quando você vai pagar. — Isso é o que Cole e eu combinamos. Eu já transferi o seguro.


— Quero dizer que não é suficiente para cobrir a dívida. Esquece. Vou pegar as chaves. — eu encontrei as chaves no balcão e abri a porta de trás para jogá-las para Al. — Obrigado, cara. — Sim. Aproveite. Eu não queria vê-lo sair, então eu fechei a porta e me inclinei sobre ela. Quando Cole tinha dezoito anos, ele deu tudo o que possuía e, em seguida, saiu para o celeiro com a espingarda do papai. Ele se sentou em uma cadeira com a arma no chão entre seus pés. A vara que ele usou para puxar o gatilho caiu e causou uma inclinação, então ele acabou abrindo um buraco no telhado em vez de na sua cabeça. Vovô o parou antes que ele fosse capaz

de

fazer

uma

segunda

tentativa. Em

seguida,

ele

foi

hospitalizado

e

diagnosticado. Nenhum de nós nunca conversou sobre isso depois. Eu andei pelo corredor até a depósito onde guardávamos o armário de armas. As armas de fogo estavam lá e a tranca estava no local, o que não significava muito desde que ele tinha medicação suficiente para se desligar de um jeito muito menos bagunceiro. Ele não deixou uma nota de suicídio na primeira vez, mas eu chequei seu quarto para ver se ele tinha feito isso agora. Nada inicialmente parecia fora do normal em seu quarto e não havia nenhuma nota por lá. A caixa de madeira de rodeio e lembranças da infância do meu pai estava aberta no chão. As fotos estavam espalhadas e algumas das cartas desdobradas. No topo da pilha estava um retrato do nosso pai e Cole no primeiro rodeio profissional de Cole. Cole tinha ganhado, e papai tinha o braço sobre os seus ombros, que era o mais próximo de um abraço que qualquer um de nós já recebeu. Eles estavam sentados na traseira da caminhonete do meu pai. Foi quando eu percebi que provavelmente era onde Cole estava. Eu fiz meu caminho pelo corredor e entrei na cozinha. Fechei os olhos e lentamente abri a porta para a garagem. Um leve cheiro de óleo do motor e fumaça de escapamento flutuou em direção à porta aberta. Minhas pálpebras apertaram com força, esperando por outro odor me alcançar. Eu realmente não queria ser aquele a encontrar o seu cadáver, mas minha mãe o encontrando teria sido pior. Tomou cada pedaço de força que eu tinha para abrir os olhos. Meu coração acelerado parou. Então eu exalei a respiração que eu estava segurando. A caminhonete do meu pai tinha ido embora e a única coisa que restava era uma mancha de óleo gigante no concreto. Telefonei para Blake e o acordei, mais uma vez.


— Que porra é essa, Ryan? Você não dorme? — Cole tem até sábado para lhe pagar, certo? — Sim. — Então, eles não fariam nada com ele antes disso, certo? — Eu não sei o que você está falando. — Sim, você sabe e se eu descobrir que eles tocaram em um fio de cabelo do seu corpo antes de sábado, eu vou atrás de você. Você entende? — Tanto faz. Eu não tenho medo de você, Billy, e o que esses caras fazem com Cole não tem nada a ver comigo. — Vai ter algo a ver com você se eu for para a polícia. — Continue. Eu não me importo que o meu pai vá para a prisão. Você estaria me fazendo um favor. — Apenas certifique-se que eles não o machuquem. Vou conseguir o dinheiro. — Você não fodeu Shae ainda? Porque eu estava pensando em tentar de novo com ela - ela querendo ou não. Meus músculos da mandíbula ficaram tensos e fechei minha mão esquerda em um punho. — Eu estou supondo que esta foi a sua tentativa de algum tipo de senso de humor idiota, mas no caso de você estar falando sério, eu provavelmente deveria avisá-lo que eu ficaria feliz em apodrecer na cadeia ao lado do seu pai se você fizer isso. Não vá a qualquer lugar perto dela. — Nós veremos. Ela pode me escolher quando eu o vencer neste fim de semana. — Pena que você não vai me vencer. Ele riu. — Vamos ver sobre isso também. Eu desliguei e me virei. Mamãe estava inclinada sobre o arco que levava à sala de jantar. — Isso foi sobre Cole? Eu balancei a cabeça e limpei a boca com as costas da minha mão, para que ela não visse a mentira. — Você sabe onde ele está?


— Ele disse que vai me encontrar em Calgary. — eu olhei para o chão e corri o dedo em toda a minha sobrancelha. — Billy. Não minta para mim. Fiz contato com os olhos. — Ele disse que estaria lá. — Onde ele está? — Ele não me disse. Ela franziu a testa e estudou minha expressão por um longo tempo antes dela cruzar o cômodo e abrir a torneira na sua frente. — Se eu descobrir que você está mentindo e que ele está morto em uma vala em algum lugar ou tendo sua boca envolvida em torno de uma espingarda, eu vou chutar sua bunda. — Quer dizer que você vai colocar a sua enfermeira para chutar a minha bunda. Ela sorriu e ligou o triturador. Funcionou. Eu assisti o redemoinho da água cair pelo ralo e pensei em contar-lhe a verdade. Só a deixaria estressada, então eu decidi não contar. — Venha aqui, querido. — ela abriu seus braços para me chamar para um abraço. Ela me apertou com força e beijou meu rosto. — Eu retiro o que disse. Não é sua responsabilidade garantir que o seu irmão esteja bem. Tenha um bom rodeio neste fim de semana. Faça seu pai orgulhoso. — Eu prefiro deixá-la orgulhosa. — Eu já não poderia estar mais orgulhosa de você. Fechei os olhos e lhe apertei mais uma vez. — Eu não sou perfeito, Ma. — Eu sei, querido. — Amo você. — eu coloquei meu chapéu e saí.


Capítulo Vinte e Cinco Rochelle entrou estacionamento do hotel em Calgary ao mesmo tempo em que eu, então eu levei a mala dela para dentro. — Tawnie já falou com você? — ela perguntou enquanto fazíamos o check-in no saguão. — Não. Por quê? O que ela disse para você? Ela deu de ombros e entregou seu cartão de crédito para a menina. — Nada. Ela não queria falar sobre isso. Lee-Anne foi quem me contou. — ela suspirou e encostou-se à mesa enquanto a menina processava meu cartão e me entregava um cartão-chave. — Você acha que Tawnie mentiria sobre uma coisa dessas? — Eu não sei. Ela disse que precisava falar com você. É por isso que nós fomos para o Lemongrass naquela noite. Ela disse que você tinha parado de ligar, e ela estava esperando que você estivesse lá para que pudesse falar com você. — Ela parecia triste ou animada? — Nenhum. Ela apenas parecia ansiosa para encontrá-lo. Chegamos lá logo antes de você subir no palco e cantar aquela música para Shae. Aquilo foi tão adorável, a propósito. Tawnie não achou, obviamente. Quando Shae puxou você para fora, Tawnie bebeu dois shots e o meu antes de ir atrás de você. Eu me senti mal por Tawnie, mas honestamente, eu estava tão animada que secretamente Shae estava conseguindo o que ela quis por tanto tempo. Eu acho que um bebê coloca um empecilho nisso. — Ela bebeu dois shots? — Sim. — Você está certa disso? — Sim. Meu telefone tocou com um texto de Lyle perguntando onde meu irmão estava. — Obrigado, Rochelle. — eu disse distraído. — Eu preciso ir. Vejo você por aí. — eu atravessei o terreno do evento e o estacionamento, onde os participantes estavam estacionados. Eu estava esperando ver o motorhome de Robert, mas ele não estava lá. Eu perguntei a


algumas pessoas que eu conhecia se tinham visto Cole - ninguém tinha. Mutt e todos os outros caras estavam sentados em volta de uma fogueira bebendo cerveja quando eu cheguei lá. — Ei, Billy. Bem-vindo de volta da aposentadoria. — Mutt jogou uma lata de cerveja para mim. — Obrigado. — eu me sentei em uma cadeira de dobrar e abri o anel da lata. — Ouvimos dizer que você e Tawnie vão ser pais orgulhosos. — Vamos ver. — eu murmurei. Todos riram, provavelmente porque eles estavam felizes que o problema era meu e não deles. — Você tem treinado muito? — Mutt perguntou. — Não. Eu não treinei de jeito nenhum. Todos riram novamente. Mutt quase bufou a cerveja para fora do seu nariz. — Então, eu vou precisar ficar atento para quando você for lançado. — Eu aprecio isso, obrigado. Ele bateu palmas e, em seguida, esfregou-as. — Este vai ser um grande evento. Ambos os meninos Ryan. Ambos os meninos Wiese. E todos os outros cowboys cabeças duras tentando. Todos em uma arena com um monte de touros bem classificados. Eu vivo para esta merda. Nós todos brindamos a isso. — Onde diabos está o seu irmão? Eu dei de ombros. — Bem, se ele não aparecer até amanhã, meus três melhores palpites serão: assassinado, cometeu suicídio ou fugiu para o México com uma garota que acabou de conhecer. Todos pensavam que eu estava brincando. Depois de três cervejas, Mutt estava no meio de uma história, quando ele parou no meio da frase e disse: — Cara, este fim de semana está cada vez melhor.


Eu me virei para olhar por cima do meu ombro, para o que ele já estava olhando. Tawnie aproximou-se e ficou na frente da fogueira. — Ei, Billy. Podemos dar uma volta? — Eu estou meio ocupado agora. Ela franziu a testa e olhou para cada um dos caras que estavam todos olhando para ela. — Eu pensei que você quisesse conversar. — Isso foi antes de eu descobrir que você estava mentindo. Agora, eu não poderia me importar menos. Ela colocou o cabelo atrás das orelhas. — Será que podemos falar em particular? — Você teve sua chance de conversar em particular. Você não retornou nenhuma das minhas ligações. Agora estou ocupado. Você pode dizer o que precisa na frente desses caras. — Eu preferiria não. — Admita que você mentiu e eu vou falar com você em particular. Ela olhou em volta novamente e mudou seu peso para o outro pé. — Eu menti, está bem? Eu nunca estive grávida e a única razão pela qual eu disse aquilo é porque eu estava com ciúmes de você ter escolhido a Shae em vez de mim. Está satisfeito? — Sim. — eu levantei e fui com ela para a parte de trás do estacionamento onde os cavalos estavam confinados. — Eu sinto muito, Billy. Eu nunca deveria ter mentido sobre estar grávida. — Bem, você mentiu e agora tudo com Shae-Lynn está arruinado. — Eu vou falar com ela e explicar tudo. — Ela não é o problema. Ela é a pessoa mais tolerante no planeta. É o pai que nunca vai me deixar chegar perto dela. Ele acha que eu sou um grande babaca que te engravidou e tentou seguir em frente com a sua filha. — Eu vou falar com ele e contar a verdade. — Não vai fazer a diferença. — Como você sabia que não era verdade?


— Ouvi dizer que você estava bebendo no bar. Eu sei que você nunca beberia álcool, se soubesse que estava grávida. — Eu sinto muito, Billy. Eu vi você e Shae juntos e ambos pareciam tão felizes. Apenas escapou da minha boca. Eu nem sei por quê. Enganchei os polegares nos meus bolsos de trás e chutei o poste da cerca. — Você realmente me sacaneou. — Sinto muito. — Desculpa não é bom o suficiente. Eu estava pronto para dar um passo e apoiála. Eu até mesmo comecei a ansiar a ideia de ser pai. — Ah, Billy, me desculpe. Eu sei que você teria sido um bom pai e eu honestamente teria ficado feliz se eu estivesse grávida do seu filho. O que eu tenho que fazer para conseguir que você me perdoe? — Bem, se Shae-Lynn estivesse aqui ela iria me convencer a perdoá-la apenas porque é a coisa certa a fazer, mas graças a você ela não está aqui. Eu acho que eu nunca vou ser capaz de perdoá-la por isso. — Você realmente a ama, não é? — Sim. Ela riu nenhum pouco impressionada. — Ela deve ser muito boa na cama para amarrá-lo desse jeito. — Não que isso seja da sua conta, mas não dormimos juntos. Ela franziu a testa. — Então, o que a torna tão especial? — A forma como ela me faz sentir quando eu estou com ela. Ela olhou para mim, ciumenta pra caramba, então se virou e foi embora. Um portão abriu atrás de mim. Trent estava no outro lado do curral. Ele estendeu a mão para atirar feno para seus cavalos chuck. Ele fez contato visual comigo antes dele se afastar. Eu fiquei sozinho com a ração por um tempo antes de voltar em direção ao acampamento do Mutt. Quando eu virei a esquina de um estábulo, alguém chamou meu nome. Era difícil ver no escuro, mas um cara que eu não conhecia estava de pé atrás de Tawnie. Seu braço


esquerdo estava preso em volta do seu pescoço e seu braço direito estava segurando uma arma na sua têmpora. — Billy. — ela choramingou. O cara que estava segurando a arma na cabeça dela recuou para as sombras. Três outros bandidos estavam encostados na parede do galpão. Olhei por cima do meu ombro para ver se mais alguém estava por perto e pudesse ser capaz de me ajudar. — Seja o que for que você quer, a arma não é necessária. — Cala a boca. — Solte-a. — Não, eu acho que nós vamos segurá-la até que nós terminemos nosso negócio com você. — Eu não te conheço. Eu não tenho qualquer negócio com você. — Ah, mas você tem. — o cara mais alto que estava mais próximo de mim agarrou a gola da minha camisa e me arrastou para as sombras. Lutei com ele, então, um segundo cara musculoso entrou em cena e ambos me prenderam ao lado do estábulo. — O que você quer? — eu falei quando os dedos do cara alto apertaram a minha garganta. — Cale a boca. — o cara alto resmungou. — Se você fizer um som, eu vou machucar a loira aqui de uma forma que eu vou gostar muito. Olhei para Tawnie. Ela estava tremendo. Ele agarrou meu rosto e me forçou a olhar para ele. — Lyle quer se certificar de que você entenda como o negócio funciona. Eu vou quebrar seu dedo - não é tão ruim que você não possa andar - apenas ruim o suficiente para que você não possa ganhar. Se você sair da competição, nós vamos quebrar todos os ossos do seu corpo e machucar a sua outra namorada de uma forma que eu também irei gostar. Entendido? — ele me empurrou para o chão e torceu meu braço direito nas minhas costas. Tossi para me recuperar do estrangulamento. — Quando eu montar, a dívida do meu irmão será completamente apagada, certo? — Contanto que você saia da porteira. — ele envolveu sua mão ao redor do meu dedo mínimo e posicionou-o, pronto para quebrá-lo de lado.


— Tudo certo. Faça o que tem que fazer, mas solte-a ir primeiro. — eu disse. O cara que estava com a Tawnie empurrou-a e apontou a arma para ela. — Vá. Seus olhos encontraram com os meus, então eu balancei a cabeça e ela correu. — Ele é canhoto, Mike. — Blake saiu das sombras. — Que diabos, Blake? — eu murmurei através da dor. — Cala a boca. Eu olhei para ele. — Não pode me vencer de forma justa? — Eu posso. Isto não tem nada a ver comigo. Você ferrou Mike para conseguir uma vaga e ele está chateado. O cara alto, que aparentemente era Mike, torceu meu braço esquerdo e puxou meu dedo para os lados. Quebrou ruidosamente e a dor disparou pelo lado da minha mão. Eu gemi, em seguida, cuspi. — Foda-se, Blake. Blake pisou na minha mão esquerda. Isso me fez gritar de dor e ele riu. — Vejo você amanhã. — ele me chutou no ombro esquerdo, antes de se afastar. Os outros caras seguiram-no nas trevas e me deixaram deitado no chão. Tawnie voltou com Mutt e todos os outros caras correndo atrás dela. Ajoelhou-se ao meu lado. — Oh meu Deus. Você está bem? — Quem fez isso? — Mutt perguntou, pronto para uma briga. Ele franziu a testa e olhou em volta. — Foi Blake, não foi? Eu não respondi. Tawnie virou minha mão para olhar para o dano. O dedinho estava apontando para fora em um ângulo antinatural. — Devemos alertar os policiais e tirar Wiese. — Mutt falou. — Nós não podemos. Eu preciso montar amanhã para me livrar da dívida de Cole. — Como é que você vai montar com a mão de montar quebrada? Olhei para o ângulo de noventa graus do meu dedo. — Apenas empurre-o de volta. Ele vai ficar bem. — Eu não vou empurrá-lo de volta. Isso é desagradável. — Mutt falou. — Tawnie. Empurre-o de volta para mim.


Ela balançou a cabeça, ainda traumatizada. — Eu não posso. Isso vai te machucar. — Eu faço isso. — um cara chamado Dewey disse. Ele correu e, sem nem mesmo hesitar, colocou-o de volta no lugar. Xinguei tão alto, que provavelmente a área inteira dos participantes escutou. — Merda. Isso dói. — meus olhos arregalados com a dor. — Você deve colocar um pouco de gelo sobre ele. — Tawnie ajudou-me. — Vou leválo de volta para o hotel. Lee-Anne estava voltando dos currais e parou quando nos notou todos amontoados juntos. Ela olhou de um lado para o outro entre mim e Tawnie. Eu dei um passo à frente. — Onde está Shae-Lynn? — Ela pensou que seria melhor se ela não viesse. — ela encarou Tawnie com um pouco de escárnio. — Aparentemente, essa foi uma boa decisão. — Não é o que parece. — Eu não me importo, Billy Ray. Você é livre para fazer o que quiser. — ela gritou por cima do ombro enquanto se afastava. — Espere. — corri atrás dela e puxei em seu cotovelo para fazê-la parar. — Tawnie não está grávida. Nós não estamos juntos. Ela cruzou os braços e olhou para mim. — Eu não acho que isso muda alguma coisa. Você ainda é um merda de imbecil galinha que fugiu quando as coisas ficaram sérias. Pisquei duro, não sei como eu poderia provar a ela que eu tinha mudado. Ela suspirou e sua voz se suavizou. — O que aconteceu com sua mão? Eu balancei a cabeça, não querendo explicar, uma vez que só provava que nada havia mudado. — Por favor, diga a Shae-Lynn que eu gostaria que ela estivesse aqui amanhã. — Não. — ela se afastou. Quando me virei, eu quase esbarrei em Tawnie. Eu esqueci até mesmo que ela estava lá. — Tchau Tawnie. — eu murmurei. Eu deixei-a ali e fiz meu caminho de volta para o hotel.


O serviço de quarto me trouxe um balde de gelo, mas minha mão inchou como o peito

de um

sapo-boi. Prendi

inflamatórios. Infelizmente,

os dedos e tomei

apenas

continuou

alguns analgésicos e

inchando

conforme

a

antinoite

avançava. Telefonei para Cole. Ele não atendeu. Shae-Lynn também não, então, eu fechei os olhos e tentei, sem sucesso, dormir.


Capítulo Vinte e Seis A única coisa que tinha mudado pela manhã era que o inchaço na minha mão tinha virado um vermelho brilhante e meu ombro esquerdo estava tão duro, que eu mal podia colocar minha camisa. O evento não começava em até seis horas e sem Cole lá para passar o tempo, fiquei muito nervoso. Liguei para Shae-Lynn. Ela não atendeu então eu mandei uma mensagem para ela. Tawnie estava mentindo. Eu contratei uma enfermeira para cuidar da minha mãe. Eu posso me transferir para a Universidade de Calgary e conseguir um emprego aqui. Eu vou fazer o que for preciso para ganhar o respeito do seu pai. Eu nunca vou parar de provar o quanto eu te amo, não importa quanto tempo leve. Ela não respondeu. Quando eu cheguei à arena, Ron Miller deu uma olhada na minha mão e balançou a cabeça. — Você vai ter que se retirar. — Não. Eu posso fazer isso. Está apenas um pouco inchada. Não faz mal. — Você não pode sequer esticar sua luva sobre essa melancia. Você vai se machucar. — Eu vou montar mesmo que você tenha que me adesivar no touro. — Não seja um idiota. A razão pela qual seu pai foi lançado no dia em que foi morto foi porque ele tentou montar quando ele estava ferido. Você sabe disso, certo? As informações afundaram, e embora eu não soubesse, isso não mudou nada. Eu balancei a cabeça e tentei enrolar meus dedos em torno da corda. — Eu não quero que você monte. Eu empurrei o meu chapéu para trás e olhei pela arena. Eu pensei sobre isso por um tempo, então murmurei: — Eu tenho que fazer isso. Ele levantou as mãos em sinal de rendição. — Tudo certo. Seu irmão monta em terceiro e você em sexto. — Você já viu Cole?


— Não, por quê? Ele está mais machucado do que você? — Ele está bem. — eu puxei meu chapéu de volta para baixo sobre meus olhos. — Quando é que Blake monta? — Último. A multidão reunida na arquibancada. Eu pesquisei o rosto de cada menina. LeeAnne e Rochelle sentaram na primeira fila, mas Shae-Lynn não estava com elas. Lyle e uma legião de capangas estavam de pé atrás das rampas. Ele tirou o chapéu quando reparou em mim, e sorriu como se estivesse ansioso para o reembolso do empréstimo de qualquer jeito que fosse. Os dois primeiros peões eram caras PBR12. Um deles foi jogado, e o outro cara marcou um noventa. Quando o locutor disse que Cole era o próximo peão, todo mundo atrás das rampas desviou a atenção para mim. Eu fiz a varredura da arena, na esperança de detectar Cole. O touro foi carregado, e Ron ficou no trilho olhando para mim. — Onde ele está? — gritou. Dei de ombros e engoli o ácido que rastejou até minha garganta. Lee-Anne levantouse e protegeu os olhos com a mão procurando por ele no campo dos participantes. Ela fez contato visual comigo e balançou a cabeça para que eu soubesse que ela não podia vê-lo. — Ele tem sessenta segundos ou vamos eliminá-lo. — Ron gritou. Eu balancei a cabeça e olhei em volta novamente. Eles tocaram música ambiente através dos alto-falantes para entreter a multidão enquanto esperávamos. Imagens dele morto em um barranco, debaixo de uma ponte ferroviária, salpicado em um estábulo em algum lugar, afogado no caminhão do papai no fundo de um lago e deitado em uma cama de motel com espuma branca borbulhando da sua boca, passaram todas pela minha mente. Partes iguais de pânico, tristeza, raiva e alívio se juntaram ao redor no meu estômago e me deixaram tonto. Lyle apontou para mim e piscou. Inclinei-me e apoiei as mãos sobre os joelhos para não despencar. Com cerca de dois segundos faltando, a multidão entrou em erupção. Cole veio correndo de trás da arquibancada com suas calças de couro balançando. Ele estava

12

Professional Bull Riders – organização que reúne eventos de montadores de touro profissionais.


carregando a corda em uma mão e seu chapéu na outra. — Desculpe o atraso. — ele sorriu para Ron e apontou para mim. — Vamos mostrar como se faz. A tensão no meu pescoço e mandíbula aliviou conforme subi na cerca e ele subiu a rampa. Eu queria abraçá-lo, mas eu soquei seu ombro em vez disso. — Onde diabos você estava? — Preparando. — eu puxei a corda e ele percebeu a minha mão roxa. — O que aconteceu? — Nada. — estendi a mão e bati em suas costas três vezes com minha mão direita. Ele enfiou o protetor bucal, levantou seu queixo e, em seguida, acenou com a cabeça. Ron puxou a cinta de flanco e o touro saiu em disparada como se alguém tivesse disparado um canhão. A torcida levantou para assistir. Era o melhor touro que eu já tinha visto. Ele deu coice duas vezes, abaixou o quarto dianteiro, em seguida, rolou de barriga. — Isso, baby! — eu gritei. Era um touro forte e quando ele se levantou da poeira, ele subiu muito. Quando ele aterrissou, o chão, na verdade, estremeceu. Cole montou perfeitamente e ficou um segundo extra após o sinal sonoro. Ele puxou a corda para liberar sua mão e voou cerca de seis metros quando desmontou. Mutt saiu correndo para proteger Cole enquanto ele corria para a segurança. — Isso, baby! É assim que se faz. — eu dei um high-five no Ron, em seguida, corri para cumprimentar Cole onde ele pulou a cerca. Eu derrubei-o no chão e o prendi. — Onde você aprendeu a montar assim, seu filho da puta? Caramba, aquilo foi demais. Ele me empurrou para fora e levantou-se para observar a placa com a sua pontuação. Levou um tempo e quando ela finalmente brilhou, a multidão gemeu. O queixo de Cole caiu. — Noventa e um? Isso é mentira. — ele se virou para olhar para mim. — Isso foi melhor do que um noventa e um, certo? — Sim. — eu me inclinei no corrimão e virei a cabeça para os juízes. A multidão vaiou. Lee-Anne e Rochelle jogaram seus copos de bebida no estande. Os outros concorrentes vieram para felicitar Cole e apertar sua mão. — Você foi roubado, cara. Deveria ter sido mais perto de noventa e cinco, se você me perguntar. Blake passou e golpeou as costas de Cole. — Bom esforço, amigo. — ele piscou para mim. — O que aconteceu com a sua mão, Billy? Parece muito dolorida. Eu espero que você


ainda possa montar, uma vez que o noventa e um de Cole provavelmente não vai ser suficiente para levar para casa o prêmio em dinheiro. — Quem se importa com o dinheiro do prêmio? Tudo que me importa é vencer você. E desde que eu posso montar melhor do que você com a minha mão direita, isso deve ser fácil. — eu disse. Ele riu, então eu levantei o dedo médio inchado da mão esquerda e mostrei para ele. — Sua mãe sabe que você é tão desrespeitoso? — Sua mãe não acha que eu sou desrespeitoso. Na verdade, ela estava me pedindo para dar-lhe o dedo. Uma e outra vez. Ela não conseguia o suficiente. Ele avançou para mim e tentou me atacar no chão, mas eu joguei-o contra a cerca. — Ei, hei, hei. — um dos caras da PBR dos EUA saltou e segurou Blake. — Resolvam isso na arena. — Blake tentou balançar até mim, mas o seguraram e empurraram-no por trás da arquibancada. — Eu preciso da sua corda de montaria e luva emprestadas. — eu falei para Cole. Então eu me inclinei para vomitar em uma lata de lixo, mas eu não tinha comido nada, então não saiu nada. — Você não pode montar com a mão direita. Eu fiquei em pé e inalei para combater a náusea. — Por que não? Eu fiz isso nos primeiros dois anos. — Você era uma criança. — Eu não preciso de uma pontuação. Eu só preciso sair da rampa. — Por quê? — Eles vão apagar a sua dívida, se eu fizer isso. — Por que eles fariam isso? — Eu não sei. Eles devem ter fraudado as apostas. Eles disseram que eu só preciso montar. — Você acreditou neles? Olhei para Lyle e os seus capangas. — Por que não?


— Mesmo que eles tenham dito isso, eles não são exatamente homens de palavra. Blake, provavelmente, só disse isso para você entrar e ele poder vencê-lo. Ele não vai fazê-los apagar a dívida. Inclinei-me e vomitei a seco na lata de lixo novamente. Depois que eu levantei, eu disse: — Tudo bem, então eu acho que vou ter que vencer. Cole olhou para minha mão esquerda, mas não disse nada. Nós assistimos o quarto peão marcar um oitenta e sete. O quinto cara se jogou. Quando aproximou da minha vez, eu coloquei um maço de fumo do tamanho de chiclete na minha bochecha e examinei a enorme audiência em busca de Shae-Lynn. Quando eu não consegui encontrá-la, eu olhei para a saída e pensei em fazer uma corrida para lá. Enquanto eles carregavam o touro, eu tive que segurar na cerca para que minhas merdas de pernas de galinha não criassem mente própria. O touro que eu peguei era um jovem chamado Tommy, que tinha a reputação de nunca fazer a mesma coisa duas vezes. Observar carregá-lo no corredor me fez entrar mais em pânico. Cole agarrou meu braço. — Você não precisa fazer isso. Eu me meti nessa confusão. Eu vou viver com as consequências. Exalei e deslizei o bracelete rosa de Shae-Lynn sobre o meu antebraço. Beijei-o e, em seguida, fiz uma oração antes de subir na rampa. — Isto não é mais sobre você. Eu tenho algo a provar. Cole subiu e deixou-me acomodar. — Você tem certeza que quer fazer isso? — Sim, eu estou cansado de ser um maricas. — Que garoto. — ele puxou a corda para mim. Eu ajustei minhas pernas e exalei para fazer meu coração desacelerar. Tommy deu uma guinada na rampa e me jogou para frente. No momento em que o coloquei em linha reta de novo, meu braço estava tremendo tanto que eu não podia controlá-lo. — Espere. Eu não posso fazer isso. — Sim, você pode. — Não. Eu mudei de ideia. — Shae vai ficar com Blake se ele te vencer. — ele bateu nas minhas costas três vezes. — Foda-se.


Eu balancei a cabeça e o portão se abriu. Tudo o que eu pude ver no primeiro momento foi um monte peludo de carne empurrando ao redor e a terra rodando abaixo de nós. O sino tinia e parecia que a multidão tinha desaparecido. Era apenas o touro e eu. Ele abaixou e chutou duas vezes antes que eu pegasse o ritmo. Todos os músculos do meu braço direito esticaram ao ponto de rasgar a cada solavanco. A respiração pretensiosa do touro aumentou de intensidade quando ele grunhiu e bufou com o esforço de tentar me matar. Ele girou, parou abruptamente e abaixou a anca. Minha cabeça disparou para frente e pareceu que meu cérebro colidiu com o interior do meu crânio antes de voltar com um solavanco e arrancar os músculos do meu pescoço. Estrelas brilhantes flutuaram ao redor em minha visão dupla por um segundo, em seguida, meu braço estava formigando. Eu pisquei e senti a extremidade traseira de Tommy acima da minha cabeça. Eu me inclinei para trás e estimulei-o algumas vezes. Em seguida, a campainha soou. Minha mão estava presa. Tentei soltar a corda com a mão esquerda, mas meus dedos inchados eram inúteis. O touro resistiu e me jogou sobre os ombros. Suas patas dianteiras pisoteando minha perna e ele tropeçou um pouco, o que deu a Dewey uma chance de ficar em sua vista para distraí-lo. Mutt pulou nas costas do touro e soltou minha mão. Eu caí no chão e o touro pisou na minha coxa com o casco de novo antes que ele desfilasse para o portão de saída. — Você é minha cadela. — eu murmurei quando olhei para trás na poeira e admirei a forma como as nuvens estavam riscando o céu. Mutt estava sobre mim. — Está bem? — Sim. Eu simplesmente não posso me mover. — Isso não está certo. — Qual é a minha pontuação? Ele virou a cabeça e viu a placa. — Noventa. — ele acenou com aprovação. — Nada mal para alguém que estava usando a mão errada e não montou um touro em um ano. — Não é bom o suficiente para ganhar, apesar de tudo. — Depende da sua definição de vitória. Você vai ficar deitado aí a noite toda?


Rolei e descansei de quatro até que eu fosse capaz de reunir a força para levantar. Mutt segurou minha axila esquerda e Dewey segurou minha direita. Eles me levaram até um portão porque eu não conseguiria escalar a cerca. Cole correu e me encontrou. — Você está machucado? — Não. Eu apenas esqueci como é difícil. — sentei-me em uma plataforma porque meus músculos das pernas estavam exaustos demais para aguentar o meu peso. Eu bebi uma garrafa de água e despejei uma segunda sobre a minha cabeça. — Você sente pena de mim? — Não. Você foi bem. — Isso não é o que quero dizer. Você fingiu que precisava da minha ajuda, para que eu tivesse uma desculpa para me manter no circuito apesar de ter me aposentado? Ele olhou para mim e empurrou o chapéu para trás antes de inclinar os cotovelos sobre a cerca. — Eu não sinto pena de você, Billy, mas eu não ia deixá-lo fugir, porque você se assustou. — Então, você não é tão inútil quanto você finge? Ele riu. — Eu não disse isso, mas eu posso cuidar da minha própria merda. Eu sorri e observei enquanto eles carregavam o próximo touro. Tyson recebeu um oito. Ele foi jogado. O nono peão marcou um oitenta e cinco. Blake foi o décimo e último cavaleiro. Ele pegou um bom touro que tinha marcado alto em suas outras saídas. Eu olhei para cabine dos jurados novamente. Lyle e sua tripulação de desajustados haviam se mudado e estavam perto da saída da arquibancada. — Blake tem sorte ele pegou um bom touro. Você acha que ele pode bater noventa e um? — Cole perguntou. — Se seu pai tiver subornado ou ameaçado os juízes, a sua única chance de ganhar será se ele tiver nenhuma pontuação. — eu me inclinei para frente e apoiei os cotovelos sobre os joelhos enquanto Blake era carregado no corredor. Cole andava ao redor, sem tirar os olhos da arena. — Se seu pai estivesse no negócio de subornar o júri, Blake teria ganhado mais fivelas em sua carreira. — Qual é o plano se ele te vencer?


— Correr. — ele murmurou, fez contato visual com Lyle e começou a andar novamente. — Onde você estava? — perguntei. Ele olhou por cima do ombro, mas continuou andando. — Quem se importa? — Eu só estava me perguntando. Mamãe pensou que você estivesse morto. — Eu te disse. Eu estava me preparando. — Como? — Eu fui visitar o vovô. Ele me treinou por uns dias. Eu também fui entrevistado para um emprego com um amigo dele da companhia petrolífera enquanto eu estava lá. Eu começo na próxima semana. — Isso é ótimo. Por que você simplesmente não me falou aonde você ia? Ele deu de ombros. — Eu visitei o túmulo do papai também. Era algo que eu precisava fazer sozinho. Compreendi completamente e tão orgulhoso dele, eu assenti. Lee-Anne assobiou para chamar minha atenção. Ela inclinou a cabeça para cima e para o lado para que eu visse quem estava sentada na primeira fileira da arquibancada sozinha. Ela estava usando um vestido branco e seu cabelo ruivo estava brilhando com os raios de sol. O portão se abriu e o touro de Blake saltou. Sem quebrar o contato visual com Shae-Lynn, eu prendi a respiração e contei cada segundo. — Oito. — eu disse. Em seguida, a campainha soou. — Merda. — disse Cole. — Essa foi uma grande montaria. A plateia ficou de pé e eu perdi Shae-Lynn de vista. Eu subi a cerca, mas não consegui encontrá-la no mar de cabeças. — Qual é a pontuação dele? — Cole gritou. — Eu não consigo ver. Virei-me para verificar o placar. A multidão ficou em silêncio esperando os números aparecerem. Quando apareceram, eu pisquei para me certificar de que eu estava vendo-os direito. — Puta merda. — eu joguei minhas mãos no ar. — Puta que pariu. Oitenta e nove. Isso, baby! Você ganhou! Cole caiu de joelhos e inclinou a cabeça para trás como se estivesse agradecendo a Deus. Ele sorriu e ergueu os punhos. — Sim. Cem mil dólares. — Na verdade, são trezentos mil dólares. — eu sorri para ele.


— O que você quer dizer? — Eu coloquei dez mil em você para vencer e as chances eram 20 para 1. — Você apostou em mim para ganhar? — Aham. Ele saltou para os seus pés. — Você é louco. — Bem, às vezes vale. — Idiota! Por que você apostaria em mim para ganhar? — Porque eu sabia que você conseguiria. — eu pulei para baixo da cerca, corri e deilhe um abraço. Ele apertou de volta com tanta força que eu não consegui respirar. Depois de um tempo ele engasgou-se e disse: — Eu gostaria que ele estivesse aqui. — Ele está aqui. Ele está cuidando de nós e ele está orgulhoso de você. — Sinto falta dele. — Eu sei, cara. — eu bati em suas costas três vezes. — Eu sinto também. As mãos de Cole apertaram o material do meu colete Kevlar por um segundo antes de ele recuar. Ele enxugou os olhos com as costas da sua manga. Em seguida, ele virou-se para a multidão e soltou um alto e longo. — Uhullll! Tyson e todos os outros caras, exceto Blake, cobriram-nos. Eles levantaram Cole em seus ombros. Ele acenou com o chapéu para a multidão e apontou para mim. Eu sorri e derrubei o meu chapéu. Ele nunca pareceu mais feliz. Era isso que a Shae-Lynn estava falando quando disse que ficava mais feliz de ver as pessoas com quem se importa felizes do que por conseguir o que queria. Eu escalei a cerca para a arquibancada e passei pelos espectadores fazendo meu caminho até a fileira de trás. A multidão diluiu quando me aproximei do topo. Procurei o cabelo ruivo. Ela não estava lá. Debrucei-me sobre a parte de trás para ver se ela já estava fora na grama. — ShaeLynn! — Shae. — disse a voz atrás de mim.


Virei-me. A multidão se afastou. Ela estava cinco fileiras para baixo, inclinando-se de costas contra a grade lateral. — Desculpa. Shae. Seus lábios cereja esticaram em um sorriso. — Ah, você não vai desistir agora, vai? Eu secretamente gosto que você seja a única pessoa no planeta que me chama de Shae-Lynn. Eu sorri e empurrei o meu chapéu para trás. — Eu nunca vou desistir de qualquer coisa que tenha a ver com você, a menos que você me peça. — Bom saber. — Você recebeu minha mensagem sobre me mudar para cá? — Sim, mas isso não será necessário. — Eu quero. Ela balançou a cabeça. — Não. Quer dizer, não será necessário porque me foi oferecida uma bolsa de estudos de música na Universidade de Saskatchewan e eu vou aceitá-la. — O quê? Você vai se mudar para Saskatoon? — eu não pude conter minha emoção. — Está tudo bem? — ela brincou. — Sim. — eu desci as cinco fileiras para chegar até ela. Ela gritou quando eu deslizei minha mão boa nas suas costas, envolvi a cintura para levantá-la e a girei. Seus braços apertaram ao redor dos meus ombros e ela descansou sua bochecha contra a minha, me dando aquela sensação de paz. Quando eu finalmente a coloquei no chão, eu deslizei minhas mãos para embalar seu rosto e me inclinei para frente para descansar minha testa na dela. — Você percebe que estar comigo faz de você uma caipira. — O que posso dizer? Você faz isso comigo. Sempre fará. — ela puxou a fivela do meu cinto para puxar meus quadris mais perto. — Se isso faz de mim uma caipira, então eu acho que eu sou tão caipira quanto possível. — ela piscou e tocou seus lábios nos meus com uma facilidade, que disparou mais adrenalina através do meu sangue do que quando monto touros. Foi o melhor beijo da minha vida. — Isso, baby! — Cole gritou para nós da cerca.


Ele nos fez rir, mas nós não quebramos o beijo. Eu segurei o meu braço direito no ar e dei a Cole um polegar para cima, em seguida, levantei Shae-Lynn para um coro de aplausos de todos que estavam nos assistindo.


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