Complexo Cultural para Mulheres

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COMPLEXO CULTURAL PARA MULHERES Erechim - RS


COMPLEXO CULTURAL PARA MULHERES Erechim - RS

UNIVERSIDADE FEDERAL DA FRONTEIRA SUL - UFFS CAMPUS ERECHIM - RS ARQUITETURA E URBANISMO

TRABALHO FINAL DE GRADUAÇÃO - TFG I GISELLEN SUAYNE DA SILVA ORIENTAÇÃO: RICARDO SOCCAS WIESE


Que nada nos defina Que nada nos sujeite Que a liberdade seja nossa Própria substância Simone Beauvoir


Índice APRESENTAÇÃO DO TEMA Considerações iniciais Objeto Objetivo Justificativa ASPECTOS HISTÓRICOS Linha do tempo MULHERES Mulheres e a família Mulheres e o trabalho Mulheres e a cidade Mulheres e a violência CONTEXTUALIZAÇÃO A cidade de Erechim - RS As mulheres em Erechim Rede de atendimento as mulheres CONTEXTO DA ÁREA DE INTERVENÇÃO Contextualização da área Cheios e Vazios Uso e ocupação do solo Gabaritos Transporte publico Vias ÁREA DE INTERVENÇÃO Análise da área Comissão de Terras - Castelinho Programa de Necessidades Zoneamento das áreas Estudo dos espaços REFERÊNCIAS

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9 12

18

22

28

36


Apresentação do Tema CONSIDERAÇÕES INICIAIS Mulher: que ser é esse? Esta frase anuncia o tema dessa pesquisa que pretende executar questionamentos e proposições, no âmbito da sociedade atual e a mulher. Trazendo os conflitos enfrentados pelas mulheres com relação a construção cultura a qual foram submetidas. O prepósito deste trabalho é gerar um estudo através de projeto arquitetônico para um equipamento público em Erechim – RS, que venha atuar como canalizador da igualdade de gêneros e do empoderamento feminino, sendo o elemento central as Mulheres. OBJETIVO O objetivo desse TFG é desenvolver estudos e pesquisas acerca da temática proposta, permitindo a construção conceitual para o projeto de um equipamento público capaz de atender às necessidades do programa para mulheres, juntamente com a inserção urbana do mesmo, pois localiza-se em uma área com edifícios pré-existentes e entre eles, alguns históricos. E trazendo uma linguagem arquitetônica que represente as mulheres. Enquanto trabalho que finaliza o curso de Arquitetura e Urbanismo, ele tem como meta reunir e consolidar conhecimentos obtidos ao longo do mesmo, de modo a se tornar um reflexo do meu percurso pela graduação.

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Justificativa Durante muito tempo as mulheres foram tratadas como sendo inferiores aos homens, na qual o papel social da mulher se restringia ao cuidado dos ilhos e da casa, naturalizando o ambiente da mulher com o domé stico, o privado. Enquanto ao homem cabia estar em contato com a sociedade, habitando espaços pú blicos. Com o advento do movimento feminista que lutava pela igualdade de gê nero, onde trazia as discussõ es sobre o papel da mulher na sociedade, o qual se encontrava invisıv́el e submetida aos conceitos histó ricos e patriarcais. Muita coisa mudou desde entã o, muitas conquistas foram realizadas, poré m ainda hoje convivemos com a diferença de gê neros, seja no modo de se educar uma criança, até no mercado de trabalho, onde ainda hoje homens ocupam os melhores empregos, tem os melhores salá rios, mesmo tendo a mesma formaçã o que uma mulher.

Muito dessa construçã o histó rica que idealiza a mulher como sendo mais frá gil, submissa,

menos capaz, em contraponto com a imagem do homem, como sendo o forte, independente. Faz com que muitos homens tratem as mulheres com desprezo, como produtos e como suas propriedades. Quando chegamos nesse ponto vemos a violê ncia contra as mulheres, que mesmo com as lutas pela igualdade e contra a violê ncia de gê nero, ainda temos altos ın ́ dices de violê ncia praticado contra as mulheres.

E neste contexto que a proposta do CENTRO PARA AS MULHERES vem dedicar-se.

O propó sito desse equipamento é atender todas as mulheres, trazendo como principal ponto o

empoderamento feminino. Este conceito consiste na concepçã o de igualdade de gê neros, na luta pela mudança da dominaçã o tradicional dos homens sobre as mulheres garantindo a elas autonomia para controlar o pró prio corpo, a sua sexualidade, o seu direito de ir e vir, bem como um repú dio à violê ncia, ao abandono e à s decisõ es unilaterais masculinas que afetam a toda a famıĺia.

Os espaços propostos destina-se as discussõ es sobre o papel na mulher na sociedade, buscando

atravé s de cursos, debates, conversas, exposiçõ es a integraçã o das mulheres com a cidade, com os espaços pú blicos, que até a pouco tempo lhes era negada.

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Aspectos Históricos As mulheres sempre enfrentaram questões adversas em relação aos homens, como na Grécia, que as

“Lembrem-se do grande trabalho que temos tido para manter nossas mulheres tranquilas e para

mulheres ocupavam o espaço semelhante à dos escravos na lógica que somente estes executavam trabalhos

refrear-lhes a licenciosidade, o que foi possível enquanto as leis nos ajudam. Imaginem o que sucederá,

manuais, que eram extremamente desvalorizados pelos homens livres. Se livre em Atenas, significava ser

daqui por diante, se tais leis forem revogadas e se as mulheres se puderem, legalmente considerando,

homem e não mulher, ser livre e não escravo.

em pé de igualdade com os homens! Os senhores sabem como são as mulheres: façam-nas suas iguais, e

Platão afirma “se a natureza não tivesse criado as mulheres e os escravos teria dado ao tear a

imediatamente elas quererão subir as suas costas para governa-los”.

propriedade de tear sozinho”, essa afirmação vem a manifestar essa realidade.

Com essa afirmação vemos com clareza a relação de poder sobre o sexo, legitimando a inferioridade da

Essa divisão do trabalho ficava evidente nas relações com os espaços, onde o “fora de casa” espaços públicos

posição social da mulher romana.

eram destinados as atividades consideradas mais nobres, com a política, filosofia e as artes, que era atribuído

Durante os primeiros séculos da Idade Média,

aos homens. Para as mulheres restavam os espaços privados “a casa”. A elas eram atribuídos o papel de

enquanto ainda não havia sido introduzido os

reprodutora da espécie, mas que não só gerava e amamentava os filhos, mas também era responsável pela

princípios da Legislação Romana, que ocorre a parte

subsistência do homem, pois cuidava da alimentação, da tecelagem, da fiação.

do século XIII, as mulheres tinham alguns direitos, que eram garantidos pela lei e pelos costumes. Sendo

Xenofonte afirmava que os Deuses criaram a

assim quase todas as profissões eram acessíveis,

mulher para as funções domésticas, o os homens para

bem como o direito de propriedade e de sucessão. Já

todas as outras. Essa argumentação naturalista de

na esfera política, há alguns exemplos de mulheres

divisão dos espaços pelo sexo permeia até hoje. Ao

burguesas participando de assembleias, com direito

tratar da educação da mulher ele é sistemático em

ao voto. Em Bigorre na França, desde o século XI,

dizer: “... que viva sob uma estreita vigilância, veja o menor

existiu o sufrágio universal, e as mulheres, quando proprietárias, participavam das discussões dos

número de coisas possível, ouça o menor número de coisas

contratos da comunidade.

possível, faça o menor número de perguntas possível”.

Pelo fato de os homens estarem envolvidos em constantes guerras e longas viagens, ou pelo

Assim o horizonte da mulher era limitado, onde

recolhimento a vida monástica, era frequente o seu afastamento. Com esta ausência, restavam as mulheres

ela era excluída do mundo do pensamento e do

assumirem os negócios da família, sendo necessário o conhecimento em contabilidade e legislação, para fazer

conhecimento, algo que era tão valorizado pela civilização grega.

Little Garden of Paradise. IMAGEM 2

Ilustração: A mulher na Grécia. IMAGEM 1

Em Roma não era diferente, através de seu código penal que legitimava o patriarcado com a instituição jurídica do paterfamilias, o qual era atribuído todo o poder sobre a mulher, filhos, servos e escravos.

com eficiência as transações comerciais e defender-se em juízo. Segundo Alves – “historicamente, a maior participação da mulher na esfera extradoméstica esteve sempre ligada ao afastamento do homem por motivos de guerras. Tal fato se repetiu nas últimas duas guerras mundiais deste século, quando a mulher participou expressivamente na força do trabalho”.

Segundo Neuma Aguiar - ‘’O conceito de patriarcado tem sido usado na literatura feminista internacional para significar as relações de poder entre homens e mulheres. As mulheres são subordinadas aos homens no sistema patriarcal.’’

Em uma ocasião mulheres dirigira-se ao

(Alves, 1997)

Senado Romano manifestando sua indignação contra

Porém, o trabalho feminino sempre recebeu remuneração inferior ao do homem. O que fez com que

a exclusão do uso do transporte público – que era de

houvesse uma insatisfação masculina, pois a competição rebaixava o nível geral do salário. Com isso ocorreu

privilégio masculino – e para elas era de

em determinados momentos algumas restrições a participação das mulheres no mercado de trabalho.

obrigatoriedade se locomoverem a pé. Diante disso, o

Considerada uma das primeiras feministas Christine de Pisan, tinha seu discurso pautado na defesa dos

senador Marco Pórcio Catão se manifestou:

direitos das mulheres. Em seu livro “A cidade das Mulheres”, afirma serem homens e mulheres iguais por sua

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própria natureza. Refuta as generalizações que responsabiliza a inferioridade ao sexo feminino e condena a

O movimento pautava-se em duas frentes, a

dupla moral, onde o mesmo ato é crime quando praticado pela mulher, e apenas um pequeno defeito quando

luta por melhores condições de trabalho (salario,

praticado pelo homem. A Idade Média também ocorreu a perseguição as

redução da jornada, condições de higiene) e a luta pelos direitos da cidadania (o direito a votar e ser

mulheres, conhecida como “caça às bruxas”. Esse período, de

votado).

caráter religioso, onde trazia a “maldição bíblica de Eva”,

Inglaterra por 70 anos, e no Brasil por 40 anos, a

perseguiu mais que nunca as mulheres. Por mais que na Igreja

contar a Constituição de 1891.

tivesse a controvérsia da posição da mulher, variando entre as

No Brasil uma das frentes de luta tem sido a

figuras de Maria, a divina, exaltada – e Eva a pecadora,

desvalorização da mulher, que é manifestada nas mais

detentora do mal.

variadas expressões da nossa cultura. Uma delas

No Renascimento diferentemente da Idade Média, as mulheres

trata-se da violência física da qual é vítima

foram perdendo gradativamente a sua atuação no mercado de

constantemente. Por isso em todo o território as mulheres estão se organizando em grupos e denunciando

trabalho, e vão se tornando domínio masculino. De acordo com

tais violências. Como politicas publicas pelo enfrentamento a violência, temos em diversos estados, a Casa da

Pitanguy “É justamente durante este período, quando o

Mulher Brasileira, e as Delegacias Especializadas no Atendimento as Mulheres. No âmbito das leis temos a Lei

trabalho se valoriza como instrumento de transformação do

Maria da Penha de 2006, que classifica os tipos de violência sofrida pelas mulheres, e traz também as

mundo pelo homem, que o trabalho da mulher passa a ser

Eva a pecadora e Maria a divina. IMAGEM 3

Sufragistas nos Estados Unidos. 1913 IMAGEM 5

punições para quem comete tais violências.

depreciado. Alijada concretamente de determinadas profissões,

Na página a seguir temos uma linha do tempo das Lutas pelo Direitos das Mulheres em um âmbito

tece-se também toda uma ideologia de desvalorização da

mundial. E uma exposição do papel das mulheres no contemporâneo, trazendo a relação com a família, o

mulher que trabalha”. Por isso que as primeiras vozes de contestação feminina que a história moderna registra se dirijam

trabalho, a cidade e a violência.

justamente contra a desigualdade de gêneros no acesso ao trabalho e a educação. É nesse contexto que surge o movimento sufragista nos Estados Unidos e na Inglaterra. No século XIX, com a consolidação do sistema capitalista que trousse profundas consequências tanto para o processo produtivo quanto para a organização do trabalho como um todo, e principalmente para a mão-de-obra feminina. Tinham que conviver com as terríveis condições de trabalho, grandes jornadas de 14, 16 e até 18 horas, e com uma super-exploração nas diferenças no salário. Através da luta constante por seus direitos as mulheres trabalhadoras romperam com seu silêncio e projetaram suas reivindicações no âmbito público. O dia Mulheres sufragistas na Inglaterra . 1912 IMAGEM 5

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E prolongou-se nos Estados Unidos e na

8 de março, depois proclamado o Dia Internacional da Mulher, fez parte dessa história.


Legislações

Linha do Tempo

Eventos importantes Literaturas importantes Programas extintos

1405

1771

1832

1848

1879

1893

1907

1918

1919

A cidade das Damas - Livro

Declaração de Direitos das Mulheres

Direitos das Mulheres e Injustiça dos homens" é publicado no Brasil

Declaração dos sentimentos EUA

Acesso ao Ensino Superior Brasil

Voto Feminino Nova Zelândia

I Conferência Inter. de Mulheres Socialistas

Em torno da Educação é publicado no Brasil

Conferência do Conselho Feminino da Organizaçã o Inter. do Trabalho

1932

1949

1962

1975

1977

1985

1985

1994

Voto Feminino é regulado no Brasil

O segundo Sexo Livro de Simone de Beauvoir

Estátuto da Mulher de Casa

Seminário Papel na Mulher na Sociedade

Lei do Divórcio

1 Delegacia de Atend. a Mulher

Conselho Nacional dos Direitos das Mulheres

Convenção Belém do Pará

2002

2003

2004

2006

2007

2015

2015

2015

2016

Secretaria dos Estados dos Direitos da Mulher

Criação da Secretária de Políticas para Mulheres SPM

I Conferência Nacional de Politicas para as Mulheres

Lei Maria da Penha

Pacto Nacional de Enfrentamento à Violência contra Mulheres

Lei do Feminicidio

Criação do Ministério das Mulheres, Igualdade Racial e Direitos Humanos

Programa Casa da Mulher Brasileira

Extinção do Ministério das Mulheres, Igualdade Racial e Direitos Humanos


MULHERES

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Mulheres e a Família A sociedade contemporânea apresenta uma nova composição familiar. E hoje não podemos mais falar em um modelo ideal de família, mas sim em diversas composições familiares. Essas modificações se devem a vários fatores, como a entrada da mulher no mercado de trabalho, o direito ao divórcio, os métodos contraceptivos, esses são alguns dos aspectos que alteraram a composição do núcleo familiar. Segundo Losacco (2007), o surgimento dos novos arranjos familiares baseiam-se mais no afeto e nas relações de cuidado do que nos laços de parentescos ou consanguíneos. As mudanças também foram vistas no papel que muitas mulheres desempenham atualmente, tornando-se chefes de família, muitas por própria vontade, ou por abandono, separação, morte ou negligencia com relação ao homem.

Por outro lado vemos um crescimento na

participação dos homens na criação e educação dos filhos, que historicamente estava delegado a eles somente o provisão do sustento, hoje eles se envolvem mais com questões de cuidado e afeto.

13 IMAGEM 6

IMAGEM 7

IMAGEM 8


O Brasil tem 97,3 milhões de Mulheres

Mulheres e o Trabalho

43,6 MILHÕES TRABALHAM COM CARTEIRA ASSINADA Desde a década de 1970 até hoje, a participação das mulheres no mercado de trabalho apresentou um 19.4

grande aumento. Em 1970 apenas 18% das mulheres

26.9

Homens

Mulheres

trabalhavam, diferente de 2007, que passaram a ser

RELAÇÃO DE SALÁRIOS

52,4%. Diante disso temos várias características que

Analfabetos

Fundamental Completo

fazem com que elas entrarem, permanecerem ou deixarem o mercado de trabalho. Muito está ligado a autonomia que

85%

hoje elas alcançaram, sendo responsáveis por elas

Homens R$ 1.034

Homens R$ 905

69%

do valor ganho pelos homens

mesmas. A presença dos filhos e a posição de chefe de família, tendo assim uma dupla jornada de trabalho. Pois

do valor ganho pelos homens

Mulheres R$ 929

Mulheres R$ 776

além de trabalhar fora elas ainda cuidam dos filhos e do lar.

Médio Completo Ao decidir estar no mundo enquanto profissional, a

mulher tende a conceber o trabalho como um sentido em

69%

Superior Completo Homens R$ 1.690

60%

do valor ganho pelos homens

sua existência e o transforma em essência realizadora e

Homens R$ 5.801

do valor ganho pelos homens

prazerosa. Segundo Lipovetsky (2007), as exigências do Mulheres R$ 1.181

mercado de trabalho impõem à mulher o exercício de auto

Mulheres R$ 3.505

superar-se, excedendo limites e muitas vezes se impondo modos rígidos consigo mesma, isto, na tentativa de ser

SETORES COM MAIOR PRESENÇA FEMININA

reconhecida como um ser presente neste mercado. A partir

2013

dessa tomada de consciência do trabalho como essência, a Saúde e serviços sociais

mulher, passa a reconhecer a possibilidade de aplicar todo 73,3%

o seu potencial e habilidades criativas na atualização, visando assim um melhor desempenho na execução das

Educação

tarefas que lhe são atribuídas.

66,6% Alojamento e alimentação 57,7% Adm. publica, defesa e seguridade social 56% Atividades financeiras, de seguros e de 54,5% serviços relacionados

14 IMAGEM 9

IMAGEM 10

IMAGEM 11

FONTE: IBGE 2013


PESQUISA REALIZADA EM AGOSTO DE 2013 COM 7.762 MULHERES BRASILEIRAS PELA JORNALISTA KARIN HUECK

Mulheres e a Cidade Melhorar o acesso e a segurança das meninas e das mulheres nos espaços públicos aumentando a igualdade, combate à discriminação, e promover a inclusão são alguns pontos que irão fazer com que nós

VOCÊ JÁ DEIXOU DE FAZER ALGUMA COISA (IR EM ALGUM LUGAR, PASSAR NA FRENTE DE UMA OBRA, SAIR A PÉ) COM MEDO DO ASSÉDIO?

mulheres participemos mais da cidade e dos espaços públicos. Segundo Lakshmi Puri, diretora-executiva da ONU Mulheres destacou que a violência conta as mulheres e meninas nos espaços públicos é um grande desafio. “Se agora a violência contra mulheres e meninas no âmbito privado é muito reconhecida como uma violação dos direitos humanos, especialmente o assédio sexual e outras formas de violência sexual, no espaço público continuam sendo um tema muito ignorado, com poucas leis ou políticas que a previnam ou abordem”. Diante disso vemos hoje uma crescente de mulheres usando os espaços públicos como forma de protestos. Como fizeram no início do século XX, pedindo o direito ao voto e a melhores condições de trabalho.

81%

19%

SIM

NÃO

Hoje elas pedem por melhores condições nos espaços públicos, por segurança, iluminação pública, praças e parques, e por transporte público. Este último em grande evidencia nos últimos anos, principalmente nas grandes cidades brasileiras onde temos um grande contingente que utiliza esse meio de transporte, que além de cobrar uma alta tarifa, sua infraestrutura é precária e não atende a população, principalmente as mulheres que tem demandas específicas, como por exemplo por conta dos filhos. As manifestações com relação ao transporte gira em tornos dos assédios sofridos pelas mulheres nesse meio de transporte.

ONDE VOCÊ RECEBEU A CANTADA?

NO TRABALHO

33% NA RUA

98% NA BALADA

77% EM LUGARES PÚBLICOS:

NO TRANSPORTE PÚBLICO

64%

PARQUE, SHOPPING E CINEMAS

77%

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IMAGEM 13

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15 FONTE: CHEGA DE FIUFIU


Mulheres e a Violência A violência contra as mulheres constitui-se em uma das principais formas de violação dos seus direitos humanos, atingindo-as em seus direitos à vida, à saúde e à integridade física. Homens e mulheres são atingidos pela violência de maneira diferenciada. Enquanto os homens tendem a ser vítimas de uma violência predominantemente praticada no espaço público, as mulheres sofrem cotidianamente com um fenômeno que se manifesta dentro de seus próprios lares, na grande parte das vezes praticado por seus companheiros e familiares. A violência contra as mulheres em todas as suas formas (doméstica, psicológica, física, moral, patrimonial, sexual, tráfico de mulheres, assédio sexual, etc.) é um fenômeno que atinge mulheres de diferentes classes sociais, origens, idades, regiões, estados civis, escolaridade, raças e até mesmo a orientação sexual. Faz-se necessário, portanto, que o Estado brasileiro adote políticas públicas, acessíveis a todas as mulheres, que englobem as diferentes modalidades pelas quais a violência se expressa.

Tipos de violência contra a mulher O conceito de violência contra as mulheres é bastante amplo e compreende diversos tipos de violência: a violência doméstica (que pode ser psicológica, sexual, física, moral e patrimonial), a violência sexual, o abuso e a exploração sexual de mulheres adolescentes/jovens, o assédio sexual no trabalho, o assédio moral, o tráfico de mulheres e a violência institucional. Violência Doméstica – entendida como qualquer ação ou omissão baseada no gênero que cause à mulher morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral ou patrimonial no âmbito da unidade doméstica, no âmbito da família ou em qualquer relação íntima de afeto, na qual o agressor conviva ou tenha convivido com a ofendida, independentemente de coabitação (Lei nº 11.340/2006). A violência doméstica contra a mulher subdivide-se em: violência física, violência psicológica, violência sexual, violência patrimonial e violência moral.

Violência Física – Qualquer conduta que ofenda a

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integridade ou saúde corporal da mulher.

Violência Psicológica – Conduta que cause dano emocional e diminuição da autoestima da mulher ou que lhe prejudique e perturbe o pleno desenvolvimento ou que vise degradar ou controlar suas ações, comportamentos, crenças e decisões, mediante ameaça, constrangimento, humilhação, manipulação, isolamento, vigilância constante, perseguição contumaz, insulto, chantagem, ridicularização, exploração e limitação do direito de ir e vir ou qualquer outro meio que lhe cause prejuízo à saúde psicológica e à autodeterminação.

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Violência Patrimonial – Qualquer conduta que configure retenção, subtração, destruição parcial ou total de seus objetos, instrumentos de trabalho, documentos pessoais, bens, valores e direitos ou recursos econômicos, incluindo os destinados a satisfazer suas necessidades. IMAGEM 19

Violência Moral – Entendida como qualquer Violência Sexual – É a ação que obriga uma pessoa a manter contato sexual, físico ou verbal, ou participar de outras relações sexuais com uso da força, intimidação, coerção, chantagem, suborno, manipulação, ameaça ou qualquer outro mecanismo que anule o limite da vontade pessoal. 16 IMAGEM 15

conduta que configure calúnia, difamação ou injúria.


uma taxa de 4,8 por cada 10 mil mulheres. A cada 2h 1 mulher é ASSASSINADA Em 2015 foram ASSASSINADAS mais de 3000 mulheres 13 mulheres são mortas por dia PRINCIPAIS FATORES QUE CONTRIBUEM PARA A VIOLÊNCIA

46%

31%

MACHISMO

ALCOLISMO

68%

30%

EVITAM DENUNCIAR SEU AGRESSOR POR

MEDO

DAS MULHERES BRASILEIRAS JÁ SOFRERAM ALGUM TIPO DE

VIOLÊNCIA DOMÉSTICA.

94% CONHECEM A

LEI MARIA DA PENHA

13% DIZEM SABER DO SEU CONTEÚDO. FONTE: IBGE 2015

PERCEPÇÕES SOBRE A VIOLÊNCIA DOMÉSTICA NO RIO GRANDE DO SUL - 2015

5º lugar no ranking mundial de homicídios femininos, com O Brasil ocupa o

PERCEPÇÕES SOBRE A VIOLÊNCIA DOMÉSTICA EM ERECHIM - 2015

VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER NO BRASIL

AMEAÇA 30.816 CASOS LESÃO CORPORAL 17.775 CASOS

FEMINICÍDIO CONSUMADO 233 CASOS

ESTUPRO 414 CASOS

FEMINICÍDIO TENTANDO 64 CASOS

O Rio Grande do Sul ocupa o 25º lugar no ranking dos estados mais violentos para as mulheres A cada 20 minutos, uma mulher sofre algum tipo de agressão física com lesão corporal no Rio Grande do Sul AMEAÇA 2.498 CASOS LESÃO CORPORAL 1.571 CASOS

FEMINICÍDIO CONSUMADO 1 CASOS

ESTUPRO 9 CASOS

FEMINICÍDIO TENTANDO 1 CASOS

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Contextualização

ERECHIM - RS



A Cidade de Erechim O município de Erechim localiza-se no norte do Estado do Rio Grande do Sul, na região do Alto Uruguai. Conhecida por ser umas das primeiras cidades brasileiras que teve seu traçado urbano planejado, inspirados nos traçados de Washington (1791) e Paris (1850). Desde sua fundação o município passou por várias etapas de crescimento. Com as décadas de 1930 e 1940 com um crescimento urbano na área central, nas décadas de 1950 a 1970, Erechim teve seu auge de desenvolvimento econômico, com destaque para as serrarias, industrias do ramo alimentício e metalúrgico. A industrial se desenvolveu durante as décadas de 1970 e 1980, com a decadência da atividade primaria e a ascensão das atividades industriais e comerciais. (AVER, 2008)

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População Total: 96.087

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Ano de emancipação: 30 Abril de 1918 População de Mulheres: 49.863 Área total do Município (km²): 430,668 População de Homens: 46.224

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Mulheres em Erechim

Erechim como outras cidades gaúchas se desenvolveu com as ideias positivistas e com uma cultura patriarcal que até hoje está presente. Essa ideologia positivista, da qual os militares e políticos brasileiros exaltavam durante a República, em 1889, refletiu-se também no espaço urbano, e era considerado sinônimo de Modernidade para algumas elites brasileiras. (SCHMIDT, 2009) Diante disso e das análises que foram realizadas sobre a história das mulheres e o seu papel na sociedade atual, percebemos que no município de Erechim a diferença de gênero também está visível. Seja ela pelo sistema patriarcal presente em nossa sociedade, pelo machismo, discriminação, violação de direitos e violência contra as mulheres. Muito disso se reflete em dados, como por exemplo, no ano de 2012 Erechim foi considerada o município com mais casos de violência contra a mulher. Esse foi um dos motivos para a escolha do município em abrigar o Complexo Cultural para Mulheres. Pois viu-se necessário ter um local onde elas possam debater acerca do empoderamento feminino, e trabalhar para uma melhor política de gênero no município.

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Rede de atendimento a Mulheres A rede de atendimento a mulheres em situação vulnerável no município de Erechim é composta primeiramente pela Secretária Municipal de Cidadania, que coordena os outros programas como o CREAS (Centro de Referência Especializado em Assistência Social) e os CRAS (Centro de Referência em Assistência Social). O CRAS funciona como porta de entrada para os programas sociais do município. É uma unidade publica da política de assistência social, localizado em áreas com maiores índices de vulnerabilidade e risco social. Seu trabalho está na articulação de prevenção e potencialização a proteção social. Erechim atualmente conta com três unidades CRAS que localizam nos bairros Linho, Progresso e Presidente Vargas. O CREAS funciona com o foco de ação na família, na perspectiva de potencializar sua capacidade protetiva. Opera com a rede de serviços socioassistênciais de proteção social básica e especial. Diferente do CRAS que atua na prevenção, o CREAS tem sua atuação após ocorrido alguma situação de violência, negligencia, violação dos direitos entre outros. Atualmente Erechim conta com uma unidade CREAS, localizado no bairro Centro. Ambos contam com a atuação de assistentes sociais, psicólogos e pedagogos. No município também existe a Delegacia Especializadas de Atendimento à Mulher (DEAM). Compõem a estrutura da Polícia Civil, realiza ações de prevenção, apuração, investigação e enquadramento legal. Entre as ações, cabe citar: registro de Boletim de Ocorrência e do termo de representação, solicitação ao juiz das medidas protetivas de urgência nos casos de violência doméstica contra as mulheres. Localiza-se no bairro Dal Molin.

1

5

4

3

2

Delegacia da Mulher Prefeitura Terreno escolhido

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Secretária de Cidadania

1

CREAS

2

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IMAGEM 30

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CRAS - Presidente Vargas

3

CRAS - Progresso

4

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CRAS - Linho

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Contexto da Área de Intervenção



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Contextualização da Área

1

Área da interversão

A área a ser estudada localize na região central do município, sendo um dos primeiros locais a serem ocupados durante a colonização. Caracteriza-se como uma área mista e bem consolidada, contendo muitos comércios, edifícios públicos e institucionais moradias. Através de estudos preliminares da área podemos delimitar condicionantes e potencialidades, bem como entender o local a ser trabalhado. Na imagem acima estão localizados os principais equipamentos públicos e institucionais que compõem a área de estudo.

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1

Área da interversão IMAGEM 36

IMAGEM 35

4 7 6

2 3

5

1

15º CRE IMAGEM 37

8

Praça da Bandeira IMAGEM 40

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Biblioteca Munícipal

2

8

Câmara de Vereadores

Castelinho

3

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5

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Prefeitura

6

Catedral

4


Cheios e Vazios O mapa de cheios e vazios indica um tecido urbano consolidado claramente na forma das quadras. Pelas grandes dimensões das quadras, os edifícios localizam-se nos limites do terreno, deixando o meio de quadra vazio, esta é uma característica existente na quadra que se localiza o terreno escolhido para a intervenção. Nota-se também que em uma das quadras analisadas há mais vazios, que se deve a uma topografia acentuada e a existência de principalmente de residenciais.

N

Área edificada Área de estudos Recorte da cidade 0

50

100

150m

N

Área não edificada Área de estudos Recorte da cidade

0

50

100

150m

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Uso e Ocupação do Solo O mapa de usos permite observar que no perímetro das principais ruas as atividades voltadas para o público predominam, com muitas edificações institucionais, comércio e serviço. Na área predominam o uso misto, com comercio no térreo, e residências nos andares acima. No centro da área é bem visível o uso de edificações institucionais. Comércio Serviços Institucional Habitação Misto - Habitação/Comércio Área não edificada Área de estudos Recorte da cidade 0

50

100

150m

Gabaritos

Área apresenta predominantemente gabaritos baixos, com pouco ou nenhum recuo frontal e lateral. Entretanto, existe um notável contraste entre estas edificações – algumas delas históricas- com uma porção de prédios recentes de alto gabarito, localizados de maneira pontual na área. Estes pontos verticais são constituídos em sua maioria por 12 pavimentos, como limita o plano diretor. Apesar de sua pequena quantidade, estas edificações impõe-se as demais, gerando sombreamento.

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Prédios acima de 10 andares Terreno Escolhido


Transporte Público Quanto ao transporte público, a área estudada recebe várias linhas e em diversos horários, isso se deve pela proximidade com o Terminal Urbano, além disso por ser uma região central quase todas as linhas dos bairros mais periféricos passam pela área. Com relação ao terreno da intervenção há a proximidade com uma das vias que recebe as linhas do transporte urbano, onde também há um ponto de ônibus. O que facilitaria a mulheres que não tem veículo próprio utilizar os serviços do transporte público para se deslocar de seu bairro até o Complexo Cultural.

Linhas de ônibus Pontos de ônibus Terreno Escolhido

Vias

Via Arterial Via Coletora Via Local Terreno Escolhido

Por se tratar da área central do município e a mesma ter sido planejada, onde as principais vias de ligação com os bairros saem da Praça da Bandeira (Praça Central). Porem por motivos topográficos algumas delas acabam não conectando o Centro aos bairros. Identifica-se a existência de uma via arterial (Avenida Mauricio Cardoso – Avenida Sete de Setembro) que conecta diretamente o Centro com os bairros periféricos além da BR 153. As vias coletoras correspondem as Avenidas Presidente Vargas, Pedro Pinto de Souza, 15 de Novembro e Tiradentes, e pelas Ruas Aratiba e Valentim Zambonato. As vias locais correspondem as Ruas Itália, Nelson Enlers, Uruguai, Comandante Kraemer, Rui Barbosa e São Paulo, e pelas Avenidas Salgado Filho e Amintas Maciel. O terreno escolhido para a intervenção localiza-se em uma dessas cias locais.

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Área de Intervenção



Análise da área

Análise Fotográfica

A área localiza-se na região central do município, local onde ocorre o Centro Político, Administrativo e Religioso. Trata-se de uma área com grande potencial por estar em um local já consolidado e que possui todas as infraestruturas necessárias para a implementação do Complexo Cultural. Possui uma boa insolação e ventilação, topografia com pouca variância e uma massa vegetativa de grande importância. A área contém edifícios preexistentes, como o Castelinho - antiga Comissão de Terras (analise do edifício a seguir), um prédio em madeira em estilo neoclássico construído em 1915 e patrimônio do município, este possui um grande potencial arquitetônico e cultural. O segundo edifício localiza-se ao lado do Castelinho, o mesmo não possui valor histórico e interfere na visual do edifício tombado. Através das análises viu-se que a área é de extrema importância para aumentar o potencial do valor histórico e cultural do Castelinho, portanto, a préexistência do mesmo foi desconsiderada nessa análise, vista que o uso da área seria incorporado ao Castelinho e ao Complexo Cultural.

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Comissão de Terras - Castelinho Considerado um dos prédios mais antigos da cidade, a sede da Comissão de Terras, atualmente chamado de Castelinho foi construído entre 1912 e 1915, hoje ele se transformou em um símbolo da colonização de Erechim e região. O estilo arquitetônico difere das construções que até então estavam sendo construídas no novo vilarejo, o construtor responsável e possível idealizador da obra foi o Sr. Gernano Mussig. (FUNFGELT, 2004). Na construção não foram utilizados pregos, apenas encaixes nas madeiras, estas provenientes de Getúlio Vargas – RS; as telhas do município de Capinzal – SC; e as pedras que foram utilizadas nos alicerces vieram das cabeiras do Rio Dourado. Como forma de imponência o edifício foi elevado do solo, construindo assim uma escadaria para acessar o interior do prédio. Para a Arquiteta Maríndia Girardello Detoni; “A antiga sede da Comissão das Terras é com certeza a mais antiga construção de madeira de Erechim ainda existente. Foi construída quando a colônia recémcriada pelo Governo do Estado estava começando a tomar forma. Os imigrantes vinham em quantidade das chamadas colônias velhas. [...] Desembarcavam na estação ferroviária e se dirigiam ao escritório da Comissão, que os alojava provisoriamente em galpões construídos para isso, dava-lhes algumas ferramentas, encaminhava-os aos lotes que haviam escolhido, urbano ou rural e ainda dava toda a orientação necessária para que construíssem suas casas e iniciassem o plantio”.

1920

1917 IMAGEM 52

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1950 IMAGEM 54

2000 IMAGEM 55

Tombado como Patrimônio Público do Governo do Estado do Rio Grande do Sul, o Castelinho está sob o domínio do Município desde 1998, e desde então já atendeu várias repartições públicas, como Secretária Municipal da Cultura, Esporte e Turismo. Atualmente encontra-se desativado, por motivos de restauração.

2016 IMAGEM 56

2016

2000


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O programa de necessidades foi pensado em atividades que tragam o empoderamento feminino, gerando assim o bem-estar, autoestima, autonomia, saúde. Para selecionar as atividades foram levados em consideração o perfil das mulheres, analisando a faixa etária, escolaridade, renda e ocupação. Produzindo assim um programa mais completo que venha atender as necessidades dessas mulheres O programa também abrange a família, criando espaços para os filhos e companheiras e companheiros. Esses espaços se justificam a partir da pesquisa sobre o perfil das mulheres, pois no caso dos filhos, muitas não têm onde deixar a criança no contra turno das aulas, e isso limitaria o acesso dessas mães para realizarem alguma atividade no Complexo Cultural. Como uma das intenções do edifício é a integração com a cidade, buscou-se também trazer espaços públicos para dentro do Complexo. Essas áreas serão destinadas a um “Café” e um espaço de Exposições, este último, servirá como um local para expor o que as mulheres tem produzido no Complexo, recebendo também outras exposições relevantes ao tema. Os espaços públicos terão função de ligação entre o Complexo, o edifício histórico “Castelinho” e o meio de quadra, onde estão localizados.

Empoderamento

Programa de Necessidades

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Zoneamento das áreas As áreas foram zoneadas conforme seu uso, dividindo esses usos por andares. Conforme as diretrizes projetuais de integração com a cidade e com os edifícios existentes. No nível zero da rua encontrasse o acesso principal, a recepção e uma área para os primeiros atendimentos para as mulheres. No nível um, temos a área destinada aos Esportes como artes marciais, dança, música. E a área dos Experimentos, como a cozinha experimental, a área de informática e outros. No nível dois, se configura pela área das Artes e da Harmonia, que consiste em um local mais calmo para receber as atividades de meditação e yoga – estes que também possuem um espaço externo junto ao bosque. E a área da Família, que terá a função de atender principalmente os filhos das usuárias do Complexo. E por último o nível menos três, que configurasse como um grande espaço público, contendo o Café e a área de Exposições. Neste nível também se encontra a Oficina de Cerâmica. Há neste nível uma massa vegetativa de grande importância para o projeto, onde algumas atividades também aconteceram junto aos seus espaços de permanência.

SUBSOLO

TÉRREO Praça Apoio a área do Café e das Exposições

1° PAVIMENTO

Área das Artes e da Harmonia

Área da Família

Recepção Administração Primeiros atendimentos

Oficina Cerâmica

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2° PAVIMENTO Área dos esportes

Praça seca

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ESQUEMAS DAS ÁREAS EM 3D

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Estudo dos espaços Os espaços destinados as mulheres terão o papel de gerar bem-estar, saúde, autoconfiança, autonomia.

Dança

Pintura

Lazer

Área das crianças Espaços destinados a família.

Bem estar

Esporte

Integração com a cidade O Complexo Cultural tem como função integrar a cidade com espaços pouco usados, em uma área tão consolidada. E trazer a temática da mulher como linguagem arquitetônica.

Ligação entre os edifícios Áreas de lazer

Trazer a cidade para dentro do Complexo, usando estes espaços como áreas de recreação, exposições, áreas de estar.

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Referências ALVES, Branca Moreira, PITANGUY, Jacqueline. O que é FEMINISMO. São Paulo : Ed. Abril cultural : Brasiliense, 1985. AVER, Ivana Karine. Erechim, processo e projeto: relações estruturais entre traçado viário e desenvolvimento urbano (Mestrado em Arquitetura e Urbanismo) - Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 2008.

Pacto Nacional pelo Enfrentamento à Violência contra Mulheres Disponível em: http://www.spm.gov.br/sobre/publicacoes/publicacoes/2011/pacto-nacional Política Nacional de Enfrentamento à Violência Contra as Mulheres Disponível em: http://www.spm.gov.br/sobre/publicacoes/publicacoes/2011/politica-nacional

BEAUVOIR, S. O segundo sexo. Trad. Sergio Milliet. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1980. DEL PRIORE, M. (org.). História das mulheres no Brasil. 5. ed. São Paulo: Contexto, 2001. FONSECA, Denire Holanda da; RIBEIRO, Cristiane Galvão and LEAL, Noêmia Soares Barbosa. Violência doméstica contra a mulher: realidades e representações sociais. Psicol. Soc. [online]. 2012, vol.24, n.2. ISSN 0102-7182. FÜNFGELT, Karla. História da paisagem e evolução urbana da cidade de Erechim, RS. Dissertação (Mestrado em Geografia) – Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2004. GALVAO, Elaine Ferreira and ANDRADE, Selma Maffei de. Violência contra a mulher: análise de casos atendidos em serviço de atenção à mulher em município do Sul do Brasil. Saude soc. [online]. 2004, vol.13, n.2, pp.89-99. ISSN 1984-0470. http://dx.doi.org/10.1590/S0104-12902004000200009. LIPOVETSKY, G. A Terceira Mulher: permanência e revolução do feminino. São Paulo: Companhia das Letras, 2000. 339 p. LOSACCO, Sílvia. O jovem e o contexto familiar. In: ACOSTA, Ana Rojas; VITALE, Maria Amália Faller (Orgs.). Família: redes, laços e políticas públicas. 3º Ed. São Paulo: Cortez, 2007. MOURA, Leides Barroso Azevedo; GANDOLFI, Lenora; VASCONCELOS, Ana Maria Nogales and PRATESI, Riccardo. Violências contra mulheres por parceiro íntimo em área urbana economicamente vulnerável, Brasília, DF. Rev. Saúde Pública [online]. 2009, vol.43, n.6. ISSN 0034-8910. MOURA, Maria Aparecida Vasconcelos; NETTO, Leônidas de Albuquerque and SOUZA, Maria Helena Nascimento. Perfil sociodemográfico de mulheres em situação de violência assistidas nas delegacias especializadas. Esc. Anna Nery [online]. 2012, vol.16, n.3. ISSN 1414-8145. MAPA DA VIOLÊNCIA 2015. Homicídios de mulheres no Brasil. Disponível em: http://www.mapadaviolencia.org.br/ PIZAN, Christine. “O livro da cidade das damas.” Tradução: Luciana Eleonora de Freitas Calado. Plano Nacional de Políticas para as Mulheres Disponível em: http://www.spm.gov.br/assuntos/pnpm/publicacoes/pnpm-2013-2015-em-22ago13.pdf Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/politica_nac_atencao_mulher.pdf

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SCHMIDT, Remís Alice Perin. Erechim : cidade construída para imigrantes : poder simbólico na conquista do espaço urbano. 2010. 151 f. Dissertação (Mestrado em História) - Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2010.

IMAGENS IMAGEM 1: Ilustração a mulher na Grécia. ALVES, Branca Moreira, PITANGUY, Jacqueline. O que é FEMINISMO. São Paulo: Ed. Abril cultural: Brasiliense, 1985. IMAGEM 2: Little Garden of Paradise. https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Upper_Rhenish_Master__The_Garden_of_Eden_-_WGA23763.jpg IMAGEM 3: Eva a pecadora e Maria a divina. http://resistenciaprotestante.blogspot.com.br/2015/12/uma-analiseteologica-da-gravura-mary.html IMAGEM 4: Mulheres sufragistas na Inglaterra . 1912 http://www.casosacasoselivros.com/2016/01/as-sufragistas-o-direito-do-voto.html IMAGEM 5: Sufragistas nos Estados Unidos. 1913

https://pt.wikipedia.org/wiki/Sufr%C3%A1gio_feminino#/media/File:Rose-Sanderson-Votes-for-Women.jpeg IMAGEM 6: http://brasilescola.uol.com.br/dia-das-criancas/ IMAGEM 7: http://estadozen.com/artigos/10-ideias-para-passar-tempo-qualidade-com-filhos IMAGEM 8: http://disneybabble.uol.com.br/br/comportamento/11-coisas-que-uma-mae-de-muitos-filhos-quer-quevoce-saiba IMAGEM 9: http://hypescience.com/22870-mulher-moderna-mais-trabalho-mais-culpa/ IMAGEM 10: http://www.portaldozacarias.com.br/site/noticia/Conheca-as-conquistas-da-mulher-no-mercado-detrabalho-pelo-mundo/ IMAGEM 11: http://m.mdemulher.abril.com.br/carreira/m-trends/dicas-para-ajudar-as-mulheres-a-chegarem-alideranca-no-trabalho IMAGEM 12: http://escrevalolaescreva.blogspot.com.br/2013/06/guest-post-pelas-mulheres-esquecidas-do.html IMAGEM 13: http://escrevalolaescreva.blogspot.com.br/2013/06/guest-post-pelas-mulheres-esquecidas-do.html IMAGEM 14: http://www.ipsnoticias.net/portuguese/2015/10/ultimas-noticias/espaco-publico-seguro-para-mulheres/ IMAGEM 15: http://www.osul.com.br/uma-em-cada-cinco-criancas-na-europa-e-vitima-de-violencia-sexual/ IMAGEM 16: http://www.carinarochaoficial.com.br/2015/11/violencia-no-relacionamento.html IMAGEM 17: http://detudoumpoucoapouco.blogspot.com.br/2012/07/violencia-verbal-e-pior-que-violencia.html IMAGEM 18: http://www.carinarochaoficial.com.br/2015/11/violencia-no-relacionamento.html IMAGEM 19: http://www.trt4.jus.br/portal/portal/trt4/comunicacao/noticia/info/NoticiaWindow?cod=1268057&action=2 IMAGEM 20: Arquivo Histórico Municipal Dr. Juarez Miguel Illa Font. IMAGEM 21: Arquivo Histórico Municipal Dr. Juarez Miguel Illa Font. IMAGEM 22: Arquivo Histórico Municipal Dr. Juarez Miguel Illa Font. IMAGEM 23: Arquivo Histórico Municipal Dr. Juarez Miguel Illa Font. IMAGEM 24: Arquivo Histórico Municipal Dr. Juarez Miguel Illa Font.


Referências IMAGEM 25: Arquivo Histórico Municipal Dr. Juarez Miguel Illa Font. IMAGEM 26: http://www.panoramio.com/photo/5254011 IMAGEM 27: http://www.panoramio.com/photo/5165886 IMAGEM 28: Arquivo pessoal IMAGEM 29: Arquivo pessoal IMAGEM 30: Arquivo pessoal IMAGEM 31: Arquivo pessoal IMAGEM 32: Arquivo pessoal IMAGEM 33: Arquivo pessoal IMAGEM 34: Arquivo pessoal IMAGEM 35: Arquivo pessoal IMAGEM 36: Arquivo pessoal IMAGEM 37: Arquivo pessoal IMAGEM 38: Arquivo pessoal IMAGEM 39: Arquivo pessoal IMAGEM 40: Arquivo pessoal IMAGEM 41: Arquivo pessoal IMAGEM 42: Arquivo pessoal IMAGEM 43: Arquivo pessoal IMAGEM 44: Arquivo pessoal IMAGEM 45: Arquivo pessoal IMAGEM 46: Arquivo pessoal IMAGEM 47: Arquivo pessoal IMAGEM 48: Arquivo pessoal IMAGEM 49: Arquivo pessoal IMAGEM 50: Arquivo Histórico Municipal Dr. Juarez Miguel Illa Font. IMAGEM 51: Arquivo Histórico Municipal Dr. Juarez Miguel Illa Font. IMAGEM 52: Arquivo Histórico Municipal Dr. Juarez Miguel Illa Font. IMAGEM 53: http://www.panoramio.com/photo/5165886 IMAGEM 54: Arquivo pessoal IMAGEM 55: http://www.panoramio.com/photo/5165886 IMAGEM 56: Arquivo pessoal

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