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Em Roma, através de seu código penal que legitimava o patriarcado com a instituição jurídica do paterfamilias, o qual era atribuído todo o poder sobre a mulher, filhos, servos e escravos. Com isso vemos que a desigualdade é uma construção histórica, onde a mulher sempre teve um papel inferior na sociedade, desde a antiguidade até hoje. As primeiras vozes de contestação feminina que a história moderna registra se dirijam justamente contra a desigualdade de gêneros no acesso ao trabalho e a educação. É nesse contexto que surge o movimento sufragista nos Estados Unidos e na Inglaterra. No século XIX, com a consolidação do sistema capitalista que trousse profundas consequências tanto para o processo produtivo quanto para a organização do trabalho como um todo, e principalmente para a mão-de-obra feminina. Elas tinham que conviver com as terríveis condições de trabalho, grandes jornadas de 14, 16 e até 18 horas, e com uma super-exploração nas diferenças no salário. Através da luta constante por seus direitos as mulheres trabalhadoras romperam com seu silêncio e projetaram suas reivindicações no âmbito público.
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As mulheres sempre enfrentaram questões adversas em relação aos homens, como na Grécia, que as mulheres ocupavam o espaço semelhante à dos escravos na lógica que somente estes executavam trabalhos manuais, que eram extremamente desvalorizados pelos homens livres. Ser livre em Atenas, significava ser homem e não mulher, ser livre e não escravo. Platão afirma “se a natureza não tivesse criado as mulheres e os escravos teria dado ao tear a propriedade de tear sozinho”, essa afirmação vem a manifestar essa realidade. Essa divisão do trabalho ficava evidente nas relações com os espaços, onde o “fora de casa” espaços públicos eram destinados as atividades consideradas mais nobres, com a política, filosofia e as artes, que era atribuído aos homens. Para as mulheres restavam os espaços privados “a casa”. A elas eram atribuídos o papel de reprodutora da espécie, mas que não só gerava e amamentava os filhos, mas também era responsável pela subsistência do homem, pois cuidava da alimentação, da tecelagem, da fiação. Assim o horizonte da mulher era limitado, onde ela era excluída do mundo do pensamento e do conhecimento, algo que era tão valorizado pela civilização grega.
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O projeto tem como base conceber um local de encontro, em que possa ser discutido questões sobre gênero e desigualdades, trazendo juntamente as relações com a cidade e com os edifícios históricos presentes na área de intervenção. O ponto central deste tema são as MULHERES, no qual a proposta tem sua base e conceituação. É para elas que os espaços foram concebidos, mulheres de diversas idades, classes sociais, etnias, buscando uma troca de saberes e o empoderamento feminino. Para tanto, o projeto busca trabalhar com múltiplas atividades, algumas com caráter profissionalizante, outras buscam pela qualidade de vida e bem-estar, porém todas caracterizam-se por serem oferecidas primeiramente as mulheres, todavia como busca a proposta as discussões sobre gênero, as atividades também serão oferecidas a todos, mas sempre trazendo o ideário da MULHER. Para embasar o tema e a proposta, buscou-se um melhor entendimento sobre as desigualdades entre os gêneros, o qual foi dividido em quatro temas, que são eles: As Mulheres e a Família, a Independência, os Espaços Públicos e a Violência.
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O dia 8 de março, depois proclamado o Dia Internacional da Mulher, fez parte dessa história. No Brasil uma das frentes de luta tem sido a desvalorização da mulher, que é manifestada nas mais variadas expressões da nossa cultura. Uma delas trata-se da violência física da qual é vítima constantemente. Por isso em todo o território as mulheres estão se organizando em grupos e denunciando tais violências. Como políticas públicas pelo enfrentamento a violência, temos em diversos estados, a Casa da Mulher Brasileira, e as Delegacias Especializadas no Atendimento as Mulheres. No âmbito das leis temos a Lei Maria da Penha de 2006, que classifica os tipos de violência sofrida pelas mulheres, e traz também as punições para quem comete tais violências, dentre outras. A seguir temos uma linha do tempo das Lutas pelo Direitos das Mulheres em um âmbito mundial. E uma exposição do papel das mulheres no contemporâneo, trazendo a relação com a família, a independência, os espaços públicos e a violência.
LINHA DO TEMPO 1405
1771
1832
1848
1879
1893
1907
1918
1919
1932
1949
1962
1975
1977
1985
1985
1994
2002
2003
2004
2006
2007
2015
2015
2015
2016
A cidade das Damas - Livro
Declaração de Direitos das Mulheres
Direitos das Mulheres e Injustiça dos homens" é publicado no Brasil
Declaração dos sentimentos EUA
Acesso ao Ensino Superior Brasil
Voto Feminino Nova Zelândia
I Conferência Inter. de Mulheres Socialistas
Em torno da Educação é publicado no Brasil
Conferência do Conselho Feminino da Organizaçã o Inter. do Trabalho
Voto Feminino é regulado no Brasil
O segundo Sexo Livro de Simone de Beauvoir
Estátuto da Mulher de Casa
Seminário Papel na Mulher na Sociedade
Lei do Divórcio
1 Delegacia de Atend. a Mulher
Conselho Nacional dos Direitos das Mulheres
Convenção Belém do Pará
Secretaria dos Estados dos Direitos da Mulher
Criação da Secretária de Políticas para Mulheres SPM
I Conferência Nacional de Politicas para as Mulheres
Lei Maria da Penha
Pacto Nacional de Enfrentamento à Violência contra Mulheres
Lei do Feminicidio
Criação do Ministério das Mulheres, Igualdade Racial e Direitos Humanos
Programa Casa da Mulher Brasileira
Extinção do Ministério das Mulheres, Igualdade Racial e Direitos Humanos
Legislações
Literaturas importantes
Eventos importantes
Programas extintos
FAMÍLIA
INDEPENDÊNCIA
ESPAÇOS PÚBLICOS
VIOLÊNCIA
Sobre as mulheres recaem um padrão de que todas têm que expressar algo maternal, como o cuidado, a servidão, e muitas vezes associado a um comportamento de submissão. Por mais que as questões biológicas de poder gerar outro ser seja o principal ponto do instinto materno, nenhuma mulher nasce sabendo ser mãe, este é um processo pela qual cada uma enfrenta de maneiras diferentes. Porém a sociedade patriarcal trata a relação das mulheres e a família como algo soberano, onde cabe a elas o cuidado com a família e a casa, e ao homem a provisão do sustento da família. Atualmente o núcleo familiar não é mais o mesmo, composto pela mulher, o homem e os filhos. Muitas são mães solteiras, ou estão em um relacionamento homoafetivo, a composição familiar foi se alterando e as desigualdades continuam. Hoje vemos algumas mudanças no modo de pensar ligado ao patriarcado, pois na atualidade muitas mulheres tem a opção da escolha, e é isso que buscamos, a LIBERDADE de poder escolher o que queremos e quando queremos.
Desde a década de 1970 até hoje, a participação das mulheres no mercado de trabalho apresentou um grande aumento. Em 1970 apenas 18% das mulheres trabalhavam, diferente de 2007, que passaram a ser 52,4%. Diante disso temos várias características que fazem com que nós entremos, permanecemos ou deixemos o mercado de trabalho. Muito está ligado a autonomia que hoje nós alcançámos, sendo responsáveis por nós mesmas. A presença dos filhos e a posição de chefe de família, tendo assim uma dupla jornada de trabalho, pois além de trabalhar fora elas ainda cuidam dos filhos e do lar, faz com que cada vez mais ocorra a busca pela sua independência. Atualmente temos muito mais mulheres atuando no mercado de trabalho, porém ainda temos a desigualdade salarial, funções onde as mulheres não são bemvindas, na política também vemos essa diferença, onde a maioria dos cargos importantes são compostos por homens, e isso as desigualdades continuam, mesmo que menores que num passado recente. Por isso temos que avançar lutando pelos nossos diretos, e por uma sociedade mais juntas para todas e todos.
Melhorar o acesso e a segurança das meninas e mulheres nos espaços públicos aumentando a igualdade, combate à discriminação, e promover a inclusão são alguns pontos que irão fazer com que nós mulheres participemos mais da cidade e dos espaços públicos. Segundo Lakshmi Puri, diretora-executiva da ONU Mulheres destacou que a violência conta as mulheres e meninas nos espaços públicos é um grande desafio. “Se agora a violência contra mulheres e meninas no âmbito privado é muito reconhecida como uma violação dos direitos humanos, especialmente o assédio sexual e outras formas de violência sexual, no espaço público continuam sendo um tema muito ignorado, com poucas leis ou políticas que a previnam ou abordem”. Diante disso vemos hoje uma crescente de mulheres usando os espaços públicos como forma de protestos. Como fizeram no início do século XX, pedindo o direito ao voto e a melhores condições de trabalho. Hoje elas pedem por melhores condições nos espaços públicos, por segurança, iluminação pública, praças e parques, e por transporte público
A violência contra as mulheres constitui-se em uma das principais formas de violação dos seus direitos humanos, atingindo-as em seus direitos à vida, à saúde e à integridade física. Homens e mulheres são atingidos pela violência de maneira diferenciada. Enquanto os homens tendem a ser vítimas de uma violência predominantemente praticada no espaço público, as mulheres sofrem cotidianamente com um fenômeno que se manifesta dentro de seus próprios lares, na grande parte das vezes praticado por seus companheiros e familiares. A violência contra as mulheres em todas as suas formas (doméstica, psicológica, física, moral, patrimonial, sexual, tráfico de mulheres, assédio sexual, etc.) é um fenômeno que atinge mulheres de diferentes classes sociais, origens, idades, regiões, estados civis, escolaridade, raças e até mesmo a orientação sexual. Faz-se necessário, portanto, que o Estado brasileiro adote políticas públicas, acessíveis a todas as mulheres, que englobem as diferentes modalidades pelas quais a violência se expressa.
Sufragistas nos Estados Unidos. 1913 IMAGEM 1
Ato contra a censura, 1967. IMAGEM 2
Ato pelo dia da mulher IMAGEM 3
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1: https://pt.wikipedia.org/wiki/Sufr%C3%A1gio_feminino#/media/File:Rose-Sanderson-Votes-for-Women.jpeg 2: http://corpoacorpo.uol.com.br/blogs/mulher-de-corpo/11-fatos-femininos-que-marcaram-a-historia/2017# 3: http://www.areah.com.br/vibe/mulher/materia/164888/1/pagina_1/mitos-e-verdades-sobre-o-movimento-feminista.aspx 4: http://luannathainy.blogspot.com.br/
Ato pelo dia da mulher IMAGEM 4
UNIVERSIDADE FEDERAL DA FRONTEIRA SUL - UFFS ARQUITETURA E URBANISMO TRABALHO FINAL DE GRADUAÇÃO - 2016/2 ACADÊMICA:GISELLEN SUAYNE DA SILVA ORIENTADOR: RICARDO SOCAS WIESE
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