Gis Creatio
O mundo que vemos e o mundo em que vivemos
Um mergulho no cotidiano BALNEÁRIO CAMBURIÚ - 2012 - POR GISLENE VIEIRA DE LIMA
Não tenho feito muita coisa além de ir do serviço para a escola e da escola para a cama durante estes últimos dias e como minha rotina no serviço tem sido demasiadamente desestimulante nestes dias achei melhor falar mais a respeito do curso do CAV. Estivemos fazendo alguns testes com uma câmera analógica que acabou resultando nesta imagem fantasmagórica da primeira turma do período noturno em Desenho Animado. Um início bem sobrenatural. Rs.
ROTEIRO
CHEGUEI ATRASADA PARA A AULA DE ROTEIRO E A ÚNICA COISA
QUE CONSEGUI ABSORVER ALÉM DE UM COMENTÁRIO SUPERFICIAL SOBRE O DRAMA LÍRICO E O ÉPICO E UMA INDICAÇÃO PARA LER A POÉTICA DE ARISTÓTELES FOI QUE UMA BOA HISTÓRIA GERALMENTE PRECISA DE UM PROTAGONISTA COM UM DESEJO E UM ANTAGONISTA QUE EXECUTE UMA FORÇA CONTRÁRIA AO DESEJO DESSE PROTAGONISTA. NÃO É MUITO, MAS AINDA ESTAMOS NAS PRIMEIRAS AULAS. VAMOS COM CALMA. O PONTO ALTO MESMO FOI ESSE CURTA SUECO, TUNE FOR TWO QUE VOCÊ ACHA FÁCIL NO YOUTUBE E QUE PARTE DE UMA IDEIA SIMPLES E GENIAL. VALE A PENA DAR UMA CONFERIDA.
É até infame eu dividir a página entre Bastardos e Flower Boy Next Door. Mas não posso fazer nada se foi isso que andei vendo nestes dias. O primeiro, um filme de Tarantino cheio de sua cultura pop e personagens caricatos que dão aquele humor um tanto fora de contexto que lhe é característico. Ambientado na Segunda Guerra, apresenta o sonho de todo aliado em uma câmera que em muitos momentos lembra um faroeste: o que aconteceria se um grupo de soldados homicidas encontrassem Hitler? O segundo já fala de uma hikikomori (tradução literal: isolado em casa) que se isola em seu apartamento e que dentro de toda uma série de coincidencias romanticas tão comuns a esse gênero de drama coreano, vai aos poucos dando um rumo para a sua vida. Um água com açúcar sem maiores pretenções.
EDITORIAL TUDO BEM, PODE PARECER QUE NÃO ANDEI FAZENDO MUITA COISA. MAS A VERDADE É QUE ESTIVE ESCREVENDO COMO UMA CONDENADA ESSES DIAS. SEMPRE QUE TENHO UM TEMPINHO LIVRE LÁ ESTOU EU OU CORRIGINDO OU ESCREVENDO O QUE EM SI NÃO Á UMA ATIVIDADE MUITO GLAMOUROSA. RS. VOU POSTAR PARA VOCÊS O PRIMEIRO CAPÍTULO DO ROMANCE QUE ESTOU ESCREVENDO PARA QUE VOCÊS ME DIGAM O QUE ACHAM.
Pés de louça I
Não havia ar. O corpo apenas fundava lentamente dentro da escuridão do mar. Gelado, inerte, esquecido. Era o corpo de uma mulher. Uma corrente a pegou fazendo dar voltas sobre si mesma como se fosse uma graciosa bailarina. Mas dentro daquela casca vazia, algo persistia. Alguma coisa brilhava em sua mente e não a deixava se perder por completo. Um desejo. Já não se lembrava mais qual era. Mas ele ainda clamava, reluzindo em frente aos seus olhos inúteis. E por mais que tentasse se livrar daquilo que a prendia e finalmente aceitar o seu completo aniquilamento, não conseguia. Aquilo a chamava em uma voz muda se enrodilhando no vazio que agora era a sua consciência, impedindo que ela explodisse como uma bolha deixando para trás apenas o nada. Quando finalmente seu corpo bateu no fundo de areia aquele desejo se espalhou por completo, como se toda a superfície de seu corpo fosse banhada por uma luz tênue e misteriosa. Ela sentiu a textura irregular e granulada correndo por seus dedos. Precisava voltar. Precisava voltar. Não soube como ou por quanto tempo se arrastou por ali levando consigo algas e outros detritos. Apenas que aquele era um trajeto longo e penoso que aquela força dentro dela impelia em uma ordem muda e sem palavras. Sua mão emergiu para novamente ser coberta pelas ondas. O corpo foi regurgitado para a praia vazia. O brilho da lua lá no alto em uma noite quente e sem nuvens testemunhou seu renascimento. Mal conseguiu içar o corpo para longe da agora ingrata água salobra. Arrastando-se para fora finalmente parou, enregelada, olhando para outra luz que não vinha do céu, mas dela mesma. Seus pés estavam luzidios como o mais polido mármore. Irradiavam uma luz branca que preenchia o vazio que havia se tornado sua consciência. Uma angústia foi crescendo dentro dela. Um pavor sem razão e sem compreensão. Apenas o medo fermentando e crescendo como se seguisse
uma ordem natural e inabalável de evolução. Teria apenas permanecido ali, imóvel, temível aspecto do que já fora com seu corpo arroxeado e inchado, coberto pelas imundícies do oceano, se algo não houvesse se movimentado ao seu lado. Seu corpo estava pesado. Não era capaz de movê-lo. Com a fronte desfigurada parcialmente afundada na areia viu o vulto de um homem surgir à sua frente. Na verdade o que viu foram os pés dele, metidos em ordinários chinelos, preencherem sua única visão livre e inchada. Pés negros e luzidios por onde uma luz pura e branca se irradiava. Ele produziu algum som que para ela foi ininteligível. Isso não importava realmente. Sentia que estava diante de um ser igual e que aquela luz que ele produzia lhe trazia conforto e afastava um pouco aquela pesada camada de pavor que a envolvia. O gigante simplesmente se debruçou sobre seu corpo e sem aparente esforço o ergueu. Aquela maça de carne inchada e apodrecida foi jogada por cima de seus ombros. Como uma boneca de pano, foi carregada por uma trilha no meio da mata cerrada que circundava a praia, deixando em sua passagem um rasto de água salobra putrefata. Com os braços estendidos e o rosto batendo nas ancas do homem, seus olhos apenas conseguiam buscar a luz suave que se irradiava dos pés em movimento lá embaixo. Depois de algum tempo, saíram da mata e entraram nos fundos de uma casa que ficava no alto de um morro. Ele deixou os chinelos sujos de terra para fora e andou pelo piso de madeira encerado até depositá-la em uma espreguiçadeira de madeira que ficava num canto da varanda. Entrou pela porta da casa deixando apenas um rastro de luz amarela projetando-se pelo chão. Sentiu-se ainda mais vazia. Um frio avassalador preenchia seu peito e ameaçava se espalhar por todo o corpo, devorando-o. A angústia recomeçou a dominar aquele cérebro vazio de memórias. O mais profundo medo que era reforçado pela escuridão da mata que rodeava a casa e pelos sons que dali se desprendiam. Fosse um recém nascido, já estaria berrando seu terror a plenos pulmões. Mas nem ao menos isso era capaz de fazer, pois seu corpo não lhe pertencia. Sentia como se uma corda perigosamente esticada a prendesse àquele momento. Bastaria tencioná-la mais um milímetro. Só mais um pouco e estaria livre. O corpo do homem que a resgatou surgiu à sua frente. Trazia algo em suas mãos e se agachou sobre ela franzindo o cenho. Era um homem enorme, de pele negra, com dentes muito brancos, sem cabelos no alto da cabeça. Uma figura curiosa. Uma existência ao mesmo tempo terrível e bela. Ele colheu seu rosto com suas mãos enormes e a forçou a encará-lo. Existia um brilho misterioso em seus olhos. Um círculo prateado rodeava o negro de sua íris. Ele movia sua boca enquanto seu rosto se apresentava como uma face cheia de ondulações. Aquilo não a agradava. Percebia que sem aquelas marcas aquele rosto seria muito bonito. Não entendia que tal distorção da imagem era o resultado da água que escorria de seus cabelos por seus olhos inchados e opacos. “Ah, eu queria ver como seria este rosto sem essas tensões desnecessárias.”
Esse foi o primeiro pensamento claro que ouviu. Chegou a ficar por um instante estupefata com a própria voz em sua mente. Pois até então desconhecia que tivesse uma voz. Ao constatar isso entendeu que uma voz talvez estivesse se desprendendo daqueles lábios em movimento. Um aglomerado de ruídos desconexos invadiu sua mente. Mas dentre eles, um timbre profundo onde se verificava o medo mesclado com alguma urgência se destacava. Seria aquela a voz daquele homem? Reforçou seus sentidos. Finalmente compreendeu o que ele dizia. -... Nome! Vamos! Diga-me qual é o seu nome? Ele apenas repetia a pergunta, cada vez mais aflito. Se a sua pele não fosse apenas uma superfície morta, perceberia que ele também estava pressionando mais e mais seu rosto a ponto de seus dedos se afundarem na pele flácida e inchada. Porque será que ele fazia a q u e l a pergunta? Um nome? Será que ela tinha um nome? Uma voz atravessou as profundezas de sua mente com a força de um raio causando um estrago tão grande ao emergir para a superfície que seu corpo finalmente f o i sacudido por uma convul são
Pés de louça Fotos tiradas no Niagaras Fall - Lado do Canadá
Pés de louça que teve o efeito imediato de fazer o homem negro se calar e fitá-la atentamente. Ela arregalou os olhos, finalmente esboçando alguma reação em sua expressão sempre inerte e de sua boca brotou, junto da água e de restos do mar, o nome que ainda ecoava em sua mente. Uma voz roufenha, envelhecida, engasgada. A voz de um afogado. - Ciara. Disse isso e desabou inerte sobre a espreguiçadeira como se fosse um fantoche ao qual, repentinamente, faltam as cordas. O homem então a soltou e caiu de joelhos no chão parecendo incrivelmente aliviado. Entre as pálpebras incrivelmente inchadas ele pôde ver as íris esbranquiçadas readquirirem um castanho claro brilhante e em torno delas um círculo prateado se formar espalhando com força um lindo brilho prateado.
YONDEMASUYO, AZAZEL-SAN
B E M , JÁ Q U E S O B R O U U M PEDACINHO AQUI VOU FALAR UM POUCO DE UM ANIME QUE JÁ ASSISTI FAZ UM TEMPO E CUJA SEGUNDA TEMPORADA ESTÁ SENDO EXIBIDA AGORA. NÃO SE ENGANE COM OS DESENHOS BONITINHOS, ESTA É UMA SÉRIE COM UM HUMOR NEGRO POLITICAMENTE INCORRETO REPLETO DAS CRIATURAS MAIS BIZARRAS E REPREENSÍVEIS QUE SE POSSA IMAGINAR. NELA OS ANJOS SÃO HORROROSOS E PREGUIÇOSOS, OS DEMONIOS SÃO SACANAS E OS HUMANOS SÃO EM MUITOS ASPECTOS, BEM PIORES QUE QUALQUER OUTRA CRIATURA. UM ANIME PARA QUEM NÃO QUER FICAR DENTRO DE UMA LINHA DE CONFORTO FOCADO NO PÚBLICO ADULTO. OU SERIA ADÚLTERO? CONFERE LÁ SÓ NÃO DIGA QUE FUI EU QUEM INDIQUEI! :P