EDUCAÇÃO EM
sexualidade
GIULIA OCAÑA JEAN ROSSI JOSÉ ANTÔNIO BUERE KÁTIA LEONOR ALVES
GIULIA OCAÑA JEAN ROSSI JOSÉ ANTÔNIO BUERE KÁTIA LEONOR ALVES
EDUCAÇÃO EM
sexualidade 1ª EDIÇÃO SANTA MARIA 2017
ANO DE PUBLICAÇÃO 2017
DIAGRAMAÇÃO Giulia Ocaña Kátia Alves
AUTORES Giulia Ocaña Jean Rossi José Antônio Buere Kátia Leonor Alves
CAPA Kátia Alves
ORIENTAÇÃO Prof°. Dr. Leandro Stevens EDIÇÃO 1ª Edição PREPARAÇÃO DE TEXTO Jean Rossi Antônio Buere REVISÃO FINAL Jean Rossi Antônio Buere
ILUSTRAÇÕES Bancos de Imagens PROJETO GRÁFICO Giulia Ocaña Kátia Alves IMPRESSÃO E ACABAMENTO Imprensa Universitária
REALIZAÇÃO Projeto Experimental em Educação II APOIO Curso de Produção Editorial Universidade Federal de Santa Maria
APRESENTAÇÃO Este material paradidático foi desenvolvido por acadêmicos e acadêmicas do 6º semestre do Curso de Comunicação Social – Produção Editorial da Universidade Federal de Santa Maria, durante o segundo semestre de 2017, na disciplina de Projeto Experimental em Educação, ministrada pelo professor Leandro Stevens. Este produto é fruto do projeto “Educação em Sexualidade” que tem por objetivo desmitificar as inseguranças que cercam os adolescentes e professores sobre a temática da sexualidade na escola. Através da proposta, foi produzido um livreto educativo no formato de um Recurso Educacional Aberto (REA), formulado de acordo com as demandas, dúvidas e sugestões dos alunos do 2º ano do Colégio Politécnico da UFSM durante encontros presenciais em aulas de biologia. O livreto foi dividido em seis capítulos, escritos pelos organizadores, conforme a carência de temáticas sobre sexualidade na escola, assim como a falta de tratamento que os livros didáticos de biologia dão aos assuntos tangentes ao tema, muitas vezes omitindo informações necessárias aos adolescentes justamente no momento em que estão passando por várias mudanças físicas e psicológicas. O primeiro capítulo aborda a Apresentação dos Corpos Masculino e Feminino. Foi escolhido como o capítulo de entrada, pois queremos que nossos leitores e leitoras conheçam a biologia dos seus corpos, desde a parte interna dos órgãos específicos de cada sexo até a parte externa com as mudanças perceptíveis nos meninos e nas meninas. Além disso, abordamos a importância da masturbação como ferramenta de conhecimento do próprio corpo e como todo esse sistema biológico funciona no momento do sexo.
Seguindo a organização dos temas, tem-se o próximo capítulo, intitulado Orientação Sexual, no qual tratamos dos variados tipos dessa construção social, biológica e psicológica dos seres humanos, de maneira a informar nosso público sobre as diversas necessidades afetivas e sexuais demandadas pelo corpo e mente. Assim, nossos leitores e leitoras poderão identificar sua orientação, caso ainda tenham dúvidas, e se habituar com tais conceitos, muitas vezes vistos com olhares preconceituosos pela sociedade. O terceiro capítulo traz uma gama de informações sobre Prevenção Sexual. Subdivido em infecções sexualmente transmissíveis e métodos contraceptivos, tem a função de alertar os jovens sobre os riscos do sexo sem proteção e dos modos de evitar a gravidez indesejada. Pode ser encarado como um guia para as principais ISTs e métodos contraceptivos na atualidade. Sobre o Sexo é nome do quarto capítulo do livreto. Ele abarca e desconstrói o tabu ao redor do ato sexual, os pré-conceitos sobre virgindade, a importância da relação sexual consentida e algumas explicações sobre o sexo nas relações hétero, homo e bissexuais. É um dos capítulos mais relevantes, pois este tema gera muitas dúvidas nos adolescentes. Assim, pretendeu-se explorar um pouco desse momento íntimo para que nosso público tenha informações úteis e não se sinta desconfortável na hora do sexo. Ainda contempla e critica a “fama” da indústria pornográfica na sociedade, um mercado que cada vez mais explora mulheres e crianças, dando aval ao machismo e abuso infantil. No quinto capítulo, trazemos a questão do Planejamento Familiar com o objetivo de quebrar os tabus envoltos nesse assunto, no que diz respeito ao direito de mulheres e homens escolherem ou não construir uma família, além de apresentar a ideia do planejamento para aqueles que querem iniciar uma família, tanto casais de todas as orientações, quanto para família
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monoparental. Para ficar ainda mais completo, o capítulo aborda a inseminação artificial, fertilização in vitro, barrigas de aluguéis, adoção, gravidez na adolescência, entre outros temas tangentes ao planejamento de uma família. O último capítulo, intitulado Sexualidade na Mídia, resgata produtos midiáticos que têm a sexualidade como um de seus principais eixos temáticos, seja em séries, filmes ou livros, além de recomendar outros materiais educativos sobre sexualidade. Desse modo, você pode ampliar ainda mais seus conhecimentos sobre o tema e de quebra se divertir assistindo um filme, por exemplo. Agora é o momento de você embarcar em uma jornada de descobertas sobre si e sobre o outro. Aproveite esta oportunidade, compartilhe o que aprendeu com seus(as) amigos(as), parceiros(as) e família. Ajude ainda mais pessoas a desmitificar o tabu que a sexualidade carrega na nossa sociedade. Boa leitura! Um abraço desconstruído da equipe organizadora
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Capítulo
APRESENTAÇÃO
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Capítulo
ORIENTAÇÃO
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Capítulo
PREVENÇÃO
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I
II
III
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do corpo
sexual
sexual
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Capítulo
SOBRE O
sexo
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Capítulo
PLANEJAMENTO
familiar
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Capítulo
SEXUALIDADE
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IV
V
VI
na mídia
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APRESENTAÇÃO DO CORPO 9
APRESENTAÇÃO DO
corpo
Capítulo I
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O CORPO FEMININO O desenvolvimento do corpo das meninas, como a cintura mais fina , os quadris arredondados e os seios, depende da quantidade de hormônio sexual produzido pelo corpo, mais precisamente, pelos ovários. Algumas meninas começam a produzir os hormônios sexuais mais cedo do que outras. Por isso, além de ficarem menstruadas primeiro, determinadas garotas se desenvolvem mais precocemente que outras. O desenvolvimento dos seios ocorre na puberdade e nem sempre acontece de forma idêntica, às vezes, um seio é ligeiramente maior do que o outro. O tamanho do seio varia de uma mulher para outra. Eles são formados por um tecido gorduroso e por pequenas glândulas chamadas glândulas mamárias. Essas glândulas são ligadas ao mamilo (bico) por canais, através dos quais o leite passa durante a amamentação. O mamilo, em geral, é muito sensível ao toque. O aparelho genital feminino é formado pelos órgãos genitais internos e externos. O sistema reprodutor feminino, além de produzir os hormônios sexuais e gametas, é o receptáculo da fecundação. É no seu interior que o feto se desenvolverá por nove meses.
APRESENTAÇÃO DO CORPO 11
ÓRGÃOS INTERNOS A vagina é um espaço tubular fibromuscular, recoberto por uma mucosa pregueada, com aproximadamente 10 centímetros de comprimento. Ela que faz a comunicação entre a vulva e o útero. Sua função é dar saída ao fluxo menstrual, receber o pênis durante a relação sexual e formar o canal do parto. Devido a essa última função, a vagina possui grande elasticidade. Os ovários são as gônadas femininas, e produzem hormônios. São pequenas estruturas ancoradas por ligamentos como mesovário e o ligamento úteroovárico. São eles que desenvolvem o óvulo e produzem os hormônios femininos: o estrogênio e a progesterona. O útero é um órgão oco, com paredes musculares espessas. Serve como caminho para os espermatozoides chegarem à tuba uterina para a fertilização e também abriga o feto durante o desenvolvimento. O seu volume pode chegar até cinco litros. Em seu interior, na parte superior, encontra-se o colo do útero. É ligado às tubas uterinas ou Trompas de Falópio. Trompas de Falópio ou tubas uterinas são tubas compostas por um canal, com forma de funil, recoberto em sua extremidade por franjas, as fímbrias, por uma ampola e por um istmo. São os canais que ligam útero e ovários. As trompas são como um tubo, mas também se comportam como uma rede de pescar, recolhendo o óvulo liberado na ovulação, transportando os espermatozoides até o óvulo e depois, conduzindo o óvulo fertilizado ao útero. 12 EDUCAÇÃO EM SEXUALIDADE
ÓRGÃOS EXTERNOS São formados pelo monte de Vênus (monte púbico) e vulva, que engloba os grandes lábios, os pequenos lábios e o clitóris. Os Grandes Lábios são tecidos adiposos, coberto por pelos pubianos. Os pequenos lábios são tecidos sem gordura. Na parte superior dos pequenos lábios encontra-se o clitóris, uma massa de tecido erétil de aproximadamente 2 cm de comprimento. O clitóris tem a função exclusiva de proporcionar prazer sexual. Entre os pequenos lábios fica a abertura da vagina, que é recoberta por uma fina membrana altamente vascularizada chamada de hímen. É importante perceber que o hímen não “fecha” o canal: ele está presente ao redor do orifício. As mulheres que nascem com o canal obstruído por esse tecido precisam passar por cirurgia corretiva, para que o fluxo menstrual possa passar. O hímen não necessariamente estará presente ainda na primeira relação sexual, pois pode desaparecer bem antes da puberdade, em atividades normais como abrir as pernas na ginástica, andar de bicicleta, masturbação. Outro mito sobre o hímen é que ele será rompido na primeira relação: em muitas mulheres, a penetração vaginal não leva ao rompimento do hímen e ao sangramento, especialmente se for feita com delicadeza.
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MENSTRUAÇÃO Menstruação é a descamação das paredes internas do útero quando não há fecundação. Essa descamação faz parte do ciclo reprodutivo da mulher e acontece todo mês. O corpo feminino se prepara para a gravidez, e quando esta não ocorre, o endométrio (membrana interna do útero) se desprende. Assim, o fluxo menstrual é composto por sangue e tecido interior uterino. O período menstrual faz parte do ciclo reprodutivo da mulher, que acontece em quatro fases: Fase pré-ovulatória – Período em que o óvulo se desenvolve para sair do ovário e o útero se prepara para poder receber um óvulo fecundado; Ovulação – Processo que ocorre entre o 13º e 15º dia antes da próxima menstruação. Nessa fase, a mulher está fértil e tem maiores chances de engravidar; Fase pós-ovulatória – quando o óvulo não é fecundado, ele morre após 12 ou 24 horas. Após essa morte, há o início de uma nova menstruação. Menstruação – Perda de sangue que ocorre periodicamente. Devido a estímulos hormonais, a superfície do endométrio se rompe e é excretada pela vagina, sob a aparência de um fluido de sangue. Dura de 3 a 8 dias. Em geral, a primeira menstruação (menarca) ocorre aos dozes anos e a partir daí, deve surgir todos os meses até à menopausa, por volta dos 50 anos de idade. 14 EDUCAÇÃO EM SEXUALIDADE
É possível evitar a menstruação a fim de melhorar os sintomas da cólica, da TPM e da endometriose com o uso dos anticoncepcionais, nos chamados regime contínuo (não há pausa) e regime estendido (a pausa é realizada após 84 dias). Ou utilizar absorventes/ coletor menstrual durante este período. Consulte sua ginecologista para decidir qual a melhor opção para você.
COLETOR MENSTRUAL O coletor menstrual é um copinho de silicone hipoalérgico e antibacteriano, ajustável ao corpo e que coleta o sangue da menstruação. Ele é maleável, o que facilita na hora de colocar na vagina. Diferente do absorvente interno, que é inserido ao fundo do canal vaginal, o coletor fica na entrada da vagina. É uma ótima estratégia para substituir o absorvente durante a menstruação, sendo uma opção mais confortável, econômica e ecológica. Ele é fácil de usar, não deixa nenhum cheiro de menstruação pelo ar e só precisa ser trocado após 8 horas. Não existem contra-indicações, mas não é aconselhável para mulheres que nunca tiveram relações sexuais, pois ao colocar ou retirar o coletor, o hímen pode se romper. Converse com sua ginecologista antes de usá-lo.
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MASTURBAÇÃO FEMININA A Masturbação é o ato de estimular os genitais com a intenção de gerar prazer. É colocar a mão ou algum objeto nos genitais e ficar gerando algum movimento para provocar uma excitação sexual. Masturbação é o ato praticado por homens e mulheres que geralmente aparece mais intensamente na puberdade/adolescência mas que pode ficar como prática por toda a vida. É a intenção de tocar os órgãos genitais masculinos ou femininos buscando o prazer. Pode estar ou não associada a um orgasmo. É um ato que existe desde que a humanidade existe, é natural e absolutamente saudável. Em algumas épocas e por algumas culturas foi condenado e proibido, porém qualquer ser humano adulto, em algum momento da vida, já se masturbou ou teve vontade de gerar esses estímulos genitais. Por isso, não tenha medo ou culpa de explorar seu corpo e prestar atenção nas sensações que cada toque proporciona. Quando uma mulher não sabe se tocar ou do que gosta, pode acabar levando alguns reflexos disso para a relação sexual e até para o relacionamento como um todo. Não é vergonhoso se tocar e depois instruir o outro a tocar você da maneira certa. Isso é natural e fundamental na sexualidade humana.
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Apesar de estarmos em 2017, o assunto “masturbação feminina” continua sendo considerado tabu por muita gente. Nem mesmo entre amigas mais íntimas o tema é abordado com naturalidade. Uma pena, pois o hábito de explorar o próprio corpo só traz benefícios. Afinal, é neste momento de intimidade que você tem a melhor chance de conhecer seu corpo.
COMO ACONTECE O ORGASMO FEMININO? O sexo faz um rebuliço com a imensa cadeia de processos físicos e químicos do nosso organismo. Depois da excitação, há um aumento da liberação de hormônios sexuais (estrógeno, na mulher, e testosterona, no homem) e de adrenalina, que preparam o indivíduo para o ato sexual. O efeito dessa elevação química é imediato: a circulação sanguínea aumenta, o coração dispara, os pêlos eriçam, a pele enrubesce e a região genital, com uma grande concentração de sangue, se dilata. Na mulher ocorre o inchaço e a lubrificação vaginal. Ao mesmo tempo em que a excitação cresce, outra substância entra em ação. É a endorfina, responsável pela sensação de prazer e satisfação. Nesse momento, a adrenalina está mais baixa e o organismo fica completamente inebriado. O nível máximo de liberação desta última substância corresponde ao orgasmo. É o momento no qual todas as células nervosas do cérebro descarregam seu conteúdo elétrico, promovendo o relaxamento físico total. Na mulher, durante esse clímax também é liberado outro hormônio, chamado ocitocina, responsável pela contração do útero. APRESENTAÇÃO DO CORPO 17
Estudos sobre as mulheres revelam que elas costumam demorar mais tempo do que os homens para atingir ao clímax do sexo, enquanto para eles isso é bem mais fácil. Além disso, apenas um quarto delas conseguem ter um orgasmo de verdade, e muitas nunca nem mesmo tiveram um em sua vida. Durante o sexo, quando a mulher está sentindo prazer, a pélvis relaxa a vagina, que se alonga até 16 cm para acolher o pênis durante a penetração. Curioso, não? Mas isso não para por aí, pois o clitóris, neste momento, chega a mudar de posição, e todo o órgão feminino se incha por causa do fluxo do sangue que aumenta. O sangue, que flui pela vagina na hora que a mulher está sentindo prazer, aumenta a área pélvica e, com isso, toda pele do órgão fica mais sensível. Quando acontece o orgasmo, toda a tensão acumulada durante a relação sexual é liberada, o que causa as contrações musculares, fazendo a vagina latejar. Mas além dela, o ânus, o assoalho pélvico e o útero também se contraem neste momento. São tantas sensações novas que mexem com o corpo feminino, e por isso é tão importante conhecer previamente a teoria para que na hora da prática, seja na masturbação ou em uma relação sexual, a mulher consiga sentir-se confortável consigo, sabendo seus limites e preferências.
O CORPO MASCULINO O conhecimento do próprio corpo e de como ele funciona é imprescindível para que você saiba o que está acontecendo, o que 18 EDUCAÇÃO EM SEXUALIDADE
é normal ou não. É muito importante que você entenda que cada adolescente se desenvolve no seu tempo, ou seja, pode haver diferença entre você e os seus amigos e isso é mais do que normal. Na fase da puberdade, que pode manifestar-se entre nove e catorze anos, os estímulos hormonais, principalmente a produção de testosterona nos testículos, podem trazer várias mudanças, desde alterações no tom de voz, aumento dos testículos e do pênis até o aparecimento de pelos na região pubiana, nas axilas, no rosto e no restante do corpo. Podemos dividir sistema reprodutor masculino em duas partes: órgãos internos e órgãos externos. Também conhecido por sistema genital masculino, é o responsável pela produção dos gametas masculinos, os espermatozóides. Vamos conhecer melhor esses conceitos?
ÓRGÃOS EXTERNOS O pênis e o escroto, também chamado de bolsa escrotal, são os órgãos externos do sistema genital masculino. O pênis é um órgão de forma cilíndrica, coberto por uma pele frouxa que, na porção final, perto da glande (porção dilatada do pênis), forma uma dobra ou prega chamada de prepúcio. O prepúcio do pênis é retrátil, ou seja, ao ser puxado para trás ou removido cirurgicamente, expõe a glande. A glande apresenta uma abertura por onde ocorre a ejaculação do sêmen e a eliminação da urina. Já o escroto, conhecido popularmente como “saco”, é a bolsa cutânea onde residem os testículos, dada a sua localização externa na parte inferior do tronco. Nomes complexos, né? Com as imagens de apoio fica bem mais fácil de você entender! APRESENTAÇÃO DO CORPO 19
ÓRGÃOS INTERNOS Entre os órgãos internos do sistema genital masculino estão os testículos, os epidídimos, a próstata, os dutos deferentes, a uretra, as glândulas vesicosas (vesículas seminais) e as glândulas bulbouretrais. A partir da puberdade, os espermatozóides começam a ser produzidos nos testículos, de onde passam para os epidídimos, pequenos órgãos localizados acima dos testículos. Nesses órgãos, os espermatozoides completam, em alguns dias, o seu processo de amadurecimento. Espermatozóides maduros podem ficar armazenados nos chamados canais deferentes. Leva cerca de 74 dias para o esperma ficar pronto. A uretra liga a bexiga ao exterior e, além de possibilitar a saída do sêmen com a ejaculação, permite a saída da urina na micção. Por outro lado, os órgãos genitais internos são igualmente constituídos pelas vesículas seminais e pela próstata, as glândulas que se encarregam da elaboração do líquido seminal, proporcionando aos espermatozóides os elementos nutritivos de que necessitam ao longo
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do seu percurso no aparelho reprodutor feminino até alcançarem os óvulos que devem ser fecundados. Já as glândulas bulbouretrais secretam uma substância alcalina que protege os espermatozóides e também produzem um muco, que lubrifica a extremidade do pênis e o revestimento da uretra, diminuindo a quantidade de espermatozóides danificados durante a ejaculação. Em contato com o ar ou água, os espermatozóides vivem de segundos a minutos. No entanto, dentro da vagina podem sobreviver por até 72 horas, o que potencializa as chances de gravidez indesejada. Fique ligado e sempre use camisinha!
MASTURBAÇÃO MASCULINA É natural e permite um maior conhecimento do corpo. Não cria cabelos, nem calos nas mãos. O que pode acontecer em masturbações frequentes ou intensas é uma irritação na pele do pênis (ele literalmente fica um pouco esfolado) e uma diminuição na quantidade de esperma ejaculado. O esperma, contudo, é constantemente renovado pelo organismo, por isso o homem não corre o risco de ficar estéril (incapaz de ter filhos) ou com o esperma “ralo”. Às vezes, alguns meninos demoram para ter sua primeira ejaculação, que acontece geralmente no sono, a famosa “polução noturna”, mas o importante é saber que cada um tem o seu tempo. Quanto aos estímulos para masturbação, são muito variáveis, o mais apropriado é o menino procurar o que mais o excita, não apenas ficar fazendo fricção no pênis, o que pode gerar lesões. APRESENTAÇÃO DO CORPO 21
Se você ainda tiver alguma pergunta, procure um profissional de saúde, pois ele ou ela pode dar boas orientações e acabar com suas dúvidas.
COMO O ORGASMO MASCULINO ACONTECE? O orgasmo de um homem tem duas fases. No primeiro estágio, denominado de emissão, ocorre a contração da próstata, vesículas seminais e canal deferente. Como parte deste processo, o esperma recém-fabricado segue por um tubo de cerca de 9 metros de comprimento, denominado epidídimo. Esse tubo forma uma estrutura espiral que se situa na parte posterior e superior de cada testículo. Antes da ejaculação, outro tubo denominado canal deferente leva o esperma maduro do epidídimo até a próstata, onde se mistura com fluidos especiais da próstata e das vesículas seminais, localizadas do lado da próstata. Esses fluidos esbranquiçados, ricos em proteínas, nutrem os espermatozóides para que possam viver por algum tempo após a ejaculação. Durante o orgasmo, essa mistura do líquido e do esperma, chamada de sêmen, é enviada através da uretra para fora pelo pênis. Durante a emissão, o sêmen é depositado próximo à parte superior da uretra, pronto para ser enviado para fora (ejaculação). Neste momento, uma pequena válvula na parte superior do tubo se fecha para impedir que o sêmen vá para a bexiga. O homem sente a emissão como “o ponto sem retorno,” quando sabe que está prestes a ter um orgasmo. A emissão é controlada pelo sistema nervoso simpático ou involuntário. A ejaculação é a segunda fase do orgasmo. É controlada pelos mesmos nervos que levam os sinais de prazer quando a área genital é acariciada. Esses nervos fazem com que os músculos ao redor da base do pênis se contraiam ritmicamente, empurrando o esperma 22 EDUCAÇÃO EM SEXUALIDADE
através da uretra para fora do pênis. Ao mesmo tempo, mensagens de prazer são enviadas para o cérebro. Essa sensação é conhecida como orgasmo ou clímax. Mesmo que algum nervo esteja lesionado ou os vasos sanguíneos sejam bloqueados, isso não impede que o homem tenha ereções e possa atingir o orgasmo. Agora que você já entendeu um pouco mais sobre o corpo masculino, que tal rever seus hábitos? Você vai ao médico ao menos uma vez por ano? Está atento às mudanças que estão acontecendo? Conhecer o corpo é conhecer a si mesmo. Nunca deixe de procurar auxílio se as suas dúvidas ainda não foram respondidas.
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ORIENTAÇÃO
sexual
Capítulo II
24 EDUCAÇÃO EM SEXUALIDADE
A orientação sexual é a forma como os desejos e afetos humanos são expressos, ou seja, é o sentimento de atração por quem deseja relacionar-se sexual e afetivamente. A construção da orientação sexual é algo que acompanha o indivíduo desde o seu nascimento. Sendo assim, é caracterizada por ser uma interrelação entre fatores biológicos, sociais e psicológicos. A sociedade tem o costume de tratar a orientação sexual como um assunto de categorias. O que isso quer dizer? Significa que ela acredita que um indivíduo deve encaixar-se desde muito cedo e exclusivamente em uma única orientação sexual. Dessa forma, se uma pessoa considera-se heterossexual, a mesma não pode ter margem para dúvidas: ela gosta do sexo oposto e pronto. Errado. Viver em sociedade faz parte da construção da orientação sexual e neste processo está incluída a troca de experiências. Descobrir-se é, portanto, viver e experimentar, e mais importante ainda, trata-se de uma forma de autoconhecimento. A dúvida faz parte do indivíduo, principalmente quando a sociedade insiste em tratar as plurais orientações sexuais existentes como tão distintas e como algo que não pode ser debatido coletivamente. É importante que a pessoa que apresenta dúvidas vá permitindo-se aos poucos, descobrindo o seu próprio tempo à medida que vai se conhecendo. A questão central é atender as necessidades afetivas e sexuais demandadas pelo corpo e mente, e não procurar encaixar-se no rótulo de uma orientação sexual. Mas a partir do momento que o sujeito consegue descobrir com qual gênero — ou gêneros — deseja relacionar-se, ele pode pertencer a uma das orientações sexuais descritas a seguir. ORIENTAÇÃO SEXUAL 25
HETEROSSEXUALIDADE Descrita como a orientação sexual onde os sujeitos se sentem atraídos física e afetivamente por pessoas do sexo oposto.
HOMOSSEXUALIDADE Está relacionada à atração física e afetiva por pessoas do mesmo sexo. Encaixamse nesta orientação sexual os Gays (homens que são atraídos por outros homens, física, afetiva e espiritualmente) e Lésbicas (mulheres que se sentem atraídas por outras mulheres, física, afetiva e espiritualmente, da mesma maneira que os homens gays)
BISSEXUALIDADE
Ao falar sobre a bissexualidade, é importante retomar o que foi dito no início deste capítulo. Experimentar faz parte da descoberta de nossa orientação sexual, e neste processo poderá acontecer um envolvimento com homens e mulheres. Isto não significa que o indivíduo irá se construir, obrigatoriamente, como um bissexual. A bissexualidade é classificada como a orientação em que a pessoa se sente atraída de forma afetiva e sexual por pessoas de ambos os sexos (masculino e feminino). Dentro da bissexualidade, existe um termo chamado ambissexualidade, que designa os bissexuais que não determinam uma preferência por algum dos sexos, enquanto há bissexuais que podem ter maior envolvimento com homens ou mulheres. 26 EDUCAÇÃO EM SEXUALIDADE
É importante salientar: esta preferência por um dos sexos não conduz o bissexual à orientação de heterossexual ou homossexual. Ele permanece bissexual, pois aqui não há regras definidas.
PANSEXUALIDADE É uma orientação sexual pouco discutida — e quando é, geralmente os comentários não são bons. Ela é associada a uma sexualidade livre, na qual o pansexual sente-se atraído por tudo e todos. Para desconstruir esta ideia, a pansexualidade é na realidade uma união da atração estética, desejo sexual e afetividade por qualquer um. O pansexual pode sentir-se atraído por pessoas de diferentes sexos e gêneros; ele não está preso ao binarismo de homem e mulher como gêneros exclusivos.
ASSEXUALIDADE Há quem diga que uma pessoa que identifica-se como assexual é uma pessoa triste. O porquê? Esta orientação sexual é definida pela pessoa que não possui interesse na prática sexual. Isto não é uma escolha, como o celibato, ou uma patologia, como o transtorno do desejo sexual hipoativo*. O assexual apenas não envolve-se sexualmente, o que significa que o indivíduo assexual pode vir a se envolver romanticamente com alguém, já que desejo sexual e afeto podem ser vistos como categorias diferentes. A assexualidade ainda é uma orientação sexual que está sendo conhecida e estudada e, portanto, outras orientações acabam se ramificando da mesma, como a demisexualidade e o gray-a.
ORIENTAÇÃO SEXUAL 27
DEMISEXUALIDADE O indivíduo demisexual se encontra entre a assexualidade e as demais orientações sexuais. A demisexualidade é descrita como a orientação em que o sujeito precisa construir um vínculo afetivo com as pessoas para que, assim, a atração sexual seja despertada.
GRAY-A Pessoas que identificam-se como gray-a são o cinza entre o preto e o branco quando se fala da sexualidade. Esta orientação sexual representa indivíduos que irão sentir atração sexual por outra pessoa esporadicamente, assim o desejo não é algo experimentado com frequência pelos gray-a. Além disso, apesar de sentir desejo e atração sexual, tais fatores não são fortes o suficiente para a realização do ato sexual. Assim, é de extrema importância esclarecer que orientação sexual deve ser abordada de forma tranquila e sem tabus, para que as pessoas entendam a sexualidade como uma situação natural e satisfatória na vida de todos os seres humanos.
ORIENTAÇÔES SEXUAIS EM SIMBOLOS E BANDEIRAS HOMOSEXUALIDADE
SIMBOLO
BANDEIRA
SIGNIFICADO DAS CORES A bandeira de seis cores diversidade sexual humana:
representa
a
Vermelho para o fogo/vida; Laranja para cura/poder; Amarelo para o sol/luz: Verde para natureza; Azul para as Artes; Roxo para espirito;
GAY
MOVIMENTO LGBT LESBICO
HOMEM BISSEXUAL
28 EDUCAÇÃO EM SEXUALIDADE
Nasceu com oito cores mas perdeu duas, devido à dificuldade da impressão em grande escala. As excluidas: rosa choque para o sexo; Turquesa para harmonia. A bandeira é de três cores para dar o seu próprio símbolo comparável com a bandeira da comunidade LGBT. O objetivo era aumentar a visibilidade dos bissexuais, tanto entre a sociedade como dentro da comunidade LGBT.
BISSEXUALIDADE PANSEXUALIDADE ASSEXUALIDADE BISSEXUALIDADE
MOVIMENTO BISSEXUAL
A chave para compreender o simbolismo da bandeira do orgulho bi é saber que a faixa roxa cria uma transição suave entre as faixas rosa e azul, assim como no “mundo real” os bissexuais se misturam suavemente tanto com as comunidades gays e lésbicas como com as comunidades heterossexuais.
MOVIMENTO PANSEXUAL
A bandeira do orgulho pansexual foi criada para que ela se distinguisse da bissexualidade. A faixa azul representa a atração por homens, a faixa rosa representa a atração por mulheres, e o amarelo representa a atração por pessoas que se identificam como sem gênero, de ambos os gêneros ou de um terceiro gênero.
MOVIMENTO ASSEXUADOS
Na bandeira assexual a cor roxa representa a união da comunidade, as cores preta e cinza representam a fluidez da assexualidade (ou seja as diferentes identidades de atração), a cor branca é representada como neutra para os “sexuais” que apoiam, ou são simpatizante de causas abortadas sobre a sexualidade no geral.
MULHER BISSEXUAL
PANSEXUAL
ASSEXUAL
DEMISEXUALIDADE MOVIMENTO DEMISEXUAL
As escalas cinza e branca são as pertencentes ao grupo de assexuais, já aquelas da branca são as sexuais, triângulo preto invertido representa o antissocialismos a interseção sexual. A cor roxa é a cor padrão que representa a atração sexual das comunidades assexuais.
A bandeira gray-a possui as faixas roxas que representam assexualidade; as faixas cinzas representam a transição entre assexualidade e zedsexualidade; a faixa branca representa zedsexualidade
GRAY-A
HETEROSEXUALIDADE
MOVIMENTO GRAY-A
HÉTERO
MOVIMENTO HETEROSEXUAL
Movimento do orgulho hétero foi criado pela aversão ao movimento LGBT, para que que os héteros demonstrem todo seu orgulho e satisfação de ser o que é, sua bandeira é a representação de um degrade da cor cinza simbolizar estabilidade, sucesso e qualidade sendo expressão de neutralidade.
ORIENTAÇÃO SEXUAL 29
PREVENÇÃO
sexual
Capítulo III
30 EDUCAÇÃO EM SEXUALIDADE
A prevenção é uma das etapas fundamentais para que o ato sexual seja seguro e prazeroso, tanto antes quanto após o sexo, não apenas por ajudar a evitar a gravidez indesejada, como também por prevenir que nenhum dos parceiros transmita ou contraia Infecções Sexualmente Transmissíveis. Sabemos que os nomes de muitas IST (sigla para Infecções Sexualmente Transmissíveis) são assustadores e que os sintomas podem ser ainda mais aterrorizantes, mas caso você chegue até o final da leitura desse capítulo com muitas dúvidas e curiosidades, nós indicamos que você procure um profissional da saúde para esclarecer com mais propriedade as suas questões, ok? A seguir, listamos algumas informações básicas sobre as IST e os métodos contraceptivos.
IST - INFECÇÕES SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS
AFINAL, O QUE SÃO IST?
As IST passam das pessoas infectadas para os seus parceiros/as durante as relações sexuais. São provocadas por microrganismos — bactérias, vírus e parasitas. A terminologia Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST) passa a ser adotada em substituição à expressão Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST), porque destaca a possibilidade de uma pessoa ter e transmitir uma infecção, mesmo sem sinais e sintomas. Qualquer pessoa pode contrair uma IST se fizer sexo vaginal, anal ou oral com alguém que esteja infetado. A transmissão é facilitada se não usar preservativo e tiver vários parceiros sexuais. As pessoas com um único parceiro sexual ao longo da vida poderão adquirir uma IST se esse parceiro tiver relações sexuais com outras pessoas e se infectar. PREVENÇÃO SEXUAL 31
COMO SE MANIFESTAM AS IST? Muitas vezes as IST não dão manifestação clínica durante meses ou anos. Nestes casos só através de análises específicas é possível saber quem está infectado. Quando há sintomas, estes podem aparecer logo após o contato sexual, ou levar semanas, meses ou anos a surgir. Por vezes os sintomas desaparecem mesmo sem qualquer tratamento, mas a infecção permanece no organismo.
AS IST CAUSAM COMPLICAÇÕES? Se não forem tratadas, algumas IST podem provocar doenças ou complicações graves: doença inflamatória pélvica, epididimite, orquite, infertilidade, cancro do colo do útero, pênis ou ânus. Nas grávidas, podem provocar aborto, parto prematuro ou passar para o feto e ocasionar malformações congênitas ou doença no recém-nascido.
IST MAIS COMUNS GONORREIA E CLAMÍDIA São IST causadas por bactérias (Neisseria gonorrhoeae e Chlamydia trachomatis, respectivamente). Na maioria das vezes estão associadas, causando a infecção que atinge os órgãos genitais, a garganta e os olhos. Essas infecções, quando não tratadas, podem causar infertilidade (dificuldade para ter filhos), dor durante as relações sexuais, gravidez nas trompas, entre outros danos à saúde. A transmissão é sexual e o uso da camisinha masculina ou feminina é a melhor forma de prevenção. 32 EDUCAÇÃO EM SEXUALIDADE
SINAIS E SINTOMAS — Dor ao urinar ou no baixo ventre (pé da barriga), corrimento amarelado ou claro, fora da época da menstruação, dor ou sangramento durante a relação sexual. — A maioria das mulheres infectadas não apresentam sinais e sintomas. — Os homens podem apresentar ardor e esquentamento ao urinar, podendo haver corrimento ou pus, além de dor nos testículos. — Dor abdominal — Penetração dolorosa durante o ato sexual, no caso de mulheres — Sintomas de doença inflamatória pélvica.
INFEÇÃO HPV O condiloma acuminado, causado pelo HPV (Papilomavírus Humano), é também conhecido por verruga anogenital, crista de galo, figueira ou cavalo de crista. Atualmente, existem mais de 200 tipos de HPV; alguns deles podem causar câncer, principalmente no colo do útero e no ânus. A principal forma de transmissão do HPV é por via sexual, que inclui contato oral-genital e genital-genital. Embora de forma mais rara, o HPV pode ser transmitido durante o parto ou, ainda, por determinados objetos.
SINAIS E SINTOMAS — Verrugas não dolorosas, isoladas ou agrupadas, que aparecem nos órgãos genitais. — Irritação ou coceira no local. — O risco de transmissão é muito maior quando as verrugas são visíveis.
PREVENÇÃO SEXUAL 33
— As lesões podem aparecer no pênis, ânus, vagina, vulva (genitália feminina), colo do útero, boca e garganta. — O vírus pode ficar latente no corpo: a lesão muitas vezes aparece alguns dias ou anos após o contato. — As manifestações costumam ser mais comuns em gestantes e pessoas com imunidade baixa.
CANCRO MOLE É causado pela bactéria Haemophilus ducreyi, sendo mais frequente nas regiões tropicais. Transmite-se pela relação sexual com uma pessoa infectada sem o uso da camisinha masculina ou feminina.
SINAIS E SINTOMAS — Feridas múltiplas e dolorosas de tamanho pequeno com presença de pus, que aparecem com frequência nos órgãos genitais (ex.: pênis, ânus e vulva). — Podem aparecer nódulos (caroços ou ínguas) na virilha. — Doença Inflamatória Pélvica (DIP) É uma síndrome clínica, que ocorre quando a gonorreia e a infecção por clamídia não são tratadas, atingindo os órgãos sexuais internos da mulher, como útero, trompas e ovários, e causando inflamações.
DOENÇA INFLAMATÓRIA PÉLVICA (DIP) Essa infecção pode ocorrer por meio de contato com as bactérias após a relação sexual desprotegida. A maioria dos casos ocorre em mulheres que têm outra IST, principalmente gonorreia e infecção por clamídia não tratadas. Entretanto, também pode ocorrer após algum procedimento médico local — como inserção de Dispositivo Intra-Uterino (DIU), biópsia na parte interna do útero, curetagem. 34 EDUCAÇÃO EM SEXUALIDADE
O uso da camisinha masculina ou feminina é a melhor forma de prevenção.
SINAIS E SINTOMAS — Dor na parte baixa do abdômen (no “pé da barriga” ou baixo ventre) e durante a relação sexual. — Dor abdominal e nas costas. — Febre, fadiga e vômitos.
HERPES GENITAL É uma infecção genital causada pelo vírus Herpes simples (HSV), vírus tipos 1 e 2. Não existe um tempo determinado para o aparecimento dos sintomas, já que o vírus pode ficar latente no corpo, sendo possível até que a pessoa nunca desenvolva sintomas. Caracteriza-se pelo aparecimento de lesões vesiculosas que, em poucos dias, transformam-se em pequenas úlceras.
OS PRINCIPAIS SINTOMAS SÃO: — Ardor ou queimação na região genital (pênis, vagina e ânus). — Bolhas dolorosas cheias rapidamente e formam.
de
líquidos,
que
se
rompem
— Pequenas feridas que desaparecem e reaparecem. A herpes pode reaparecer em situações de estresse, ansiedade, traumatismo, exposição prolongada ao sol e quando ocorre a diminuição das defesas do corpo contra doenças. O recém-nascido pode ser contaminado na hora do parto caso a mãe tenha a doença em atividade (feridas no colo do útero, vagina, vulvas e ânus).
PREVENÇÃO SEXUAL 35
SÍFILIS A sífilis é uma infeção sexualmente transmissível causada por uma bactéria chamada Treponema pallidum. Esta IST é frequentemente assintomática, o que dificulta o seu diagnóstico e tratamento adequado. Após a infecção, existe um período latente que dura em média 3 semanas e durante este período não são visíveis quaisquer sintomas, podendo manter-se assintomática durante um tempo considerável. A Sífilis Primária caracteriza-se por uma úlcera indolor no ponto de exposição da bactéria e pode aparecer nos genitais, na uretra, no ânus e no colo do útero, bem como nos lábios e na boca. Transmite-se através de relações sexuais não protegidas (sexo vaginal, oral ou anal), contacto com ferimentos causados pela doença e durante a gestação (em 40% dos casos causa aborto espontâneo, morte à nascença ou neonatal; noutros casos, causa sífilis congénita).
SINTOMAS Não são sempre evidentes e variam consoante o estágio da doença: — FASE 1: Cerca de 3 semanas após a infecção, aparece uma pequena ferida/úlcera nos órgãos genitais, na boca, na mama ou no ânus. — FASE 2: De 3 a 6 semanas depois do aparecimento da lesão, os sintomas podem incluir febre, dores de cabeça, perda de peso, dores musculares e fadiga. — FASE 3: Nos casos em que não foi tratada, a sífilis pode evoluir para situações clínicas graves, dando origem a severos danos ao nível do sistema nervoso e sistema cardiovascular e pode levar à morte. Esta fase pode ocorrer 1 a 20 anos após a infeção.
36 EDUCAÇÃO EM SEXUALIDADE
SARNA A Sarna, ou escabiose, é uma infecção de pele contagiosa causada por um parasita, o ácaro Sarcoptes scabiei, que se aloja no hospedeiro e ali se reproduz. Estes ácaros não vivem mais de três dias longe da pele humana, isso porque se alimentam das proteínas da pele, principalmente da queratina. Mas, uma vez alojados na pele, podem viver até dois meses. Ela pode afetar indivíduos de qualquer sexo e faixa etária, porém é mais comum em crianças. Também pode se localizar em qualquer parte do corpo, mas as áreas mais comuns são entre os dedos das mãos e pés, ao redor dos pulsos e cotovelos, nas axilas, na dobra dos joelhos e ao redor da cintura. Nas crianças pequenas e bebês é mais comum que a doença se prolifere nas regiões da cabeça, pescoço e palmas das mãos.
SINAIS E SINTOMAS MAIS COMUNS DA SARNA SÃO: — Coceira, geralmente intensa e que piora no período noturno; — Presença de pápulas e lesões, como pontinhos ou bolinhas com relevo, que surgem principalmente nas dobras da pele.
AS ÁREAS MAIS COMUNS PARA SURGIR AS PÁPULAS SÃO: — Cintura; — Cotovelos; — Dedos das mãos e pés; — Punhos; — Axilas; — Parte inferior das nádegas; — Em homens, podem surgir na região genital; — Em mulheres, podem aparecer também nos seios. PREVENÇÃO SEXUAL 37
PEDICULOSE PUBIANA Ectoparasitose conhecida há séculos, a pediculose do púbis é causada pelo Phthirus pubis, um piolho pubiano. É para alguns autores a mais contagiosa das infecções sexualmente transmissíveis. Transmite-se por meio do contato sexual, mas pode ser veiculada por meio de vestuário, roupas de cama e toalhas. Os sintomas surgem de uma a duas semanas após a infestação ou em menor tempo, se o paciente apresentou infestação prévia pelo piolho. O piolho adulto e as lêndeas são encontrados fixados aos pêlos pubianos e também nas regiões pilosas do abdômen inferior, coxas e nádegas. Ocasionalmente, o piolho adulto pode ser encontrado nas axilas, pálpebras e supercílios.
OS PRINCIPAIS SINTOMAS SÃO: — Coceira intensa. — Lesões de urticária, bolhas e manchas azuladas.
TRICOMONÍASE Esta é uma das infeções sexualmente transmissíveis mais comuns. É causada por um parasita denominado Trichomonas vaginalis e transmite-se pelo contato sexual. A pessoa pode estar infectada e não apresentar sintomas.
QUAIS OS SINTOMAS? Os sintomas que frequentemente estão associados à infecção por tricomonas são:
NA MULHER — Corrimento com odor intenso e cor alterada. — Pequenas hemorragias durante ou após a relação sexual 38 EDUCAÇÃO EM SEXUALIDADE
— Prurido ou comichão à volta da vagina — Inchaço das virilhas — Necessidade de urinar com frequência e ardor ao urinar.
NO HOMEM — Corrimento proveniente da uretra — Necessidade de urinar mais do que o habitual, associada a dor ou ardor — Irritação no pênis
TAMBÉM SÃO SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS AS SEGUINTES INFECÇÕES E PARASITOSES: HEPATITE B A hepatite B é uma doença transmitida por vírus e que causa irritação e inflamação do fígado. Este é um dos tipos de hepatites virais que existem, que são classificadas por letras A, B, C, D e E. No Brasil, estima-se que 15% da população já foi contaminada e 1% é portadora crônica da doença.
FORMAS DE TRANSMISSÃO DO VÍRUS B: Sexual, sanguínea e vertical.
A hepatite B pode ser transmitida de pessoa a pessoa por meio do contato com sêmen, saliva e secreções vaginais durante relação sexual desprotegida. Isso acontece porque o vírus atinge concentrações muito altas em secreções sexuais. A transmissão sanguínea ocorre por meio do compartilhamento de seringas com sangue contaminado, que é uma prática comum entre usuários de drogas injetáveis, em acidentes com material perfurante contaminado, entre trabalhadores da área da saúde, por meio de pequenos ferimentos presentes na pele e nas mucosas, hemodiálise, PREVENÇÃO SEXUAL 39
por transfusão de sangue - principalmente quando a contaminação acontece do doador de sangue para o receptor. Felizmente, desde que a avaliação de sangue doado tornou-se uma prática obrigatória nos bancos de sangue, a contaminação de hepatite B por meio de transfusão é cada vez mais rara. A transmissão vertical é quando a contaminação acontece de mãe portadora do vírus B para a criança, que se dá durante o parto. Geralmente, os sintomas de hepatite B surgem entre dois a quatro meses após o contato com o vírus, e sua intensidade varia de pessoa para pessoa.
A SEGUIR, SÃO LISTADOS OS PRINCIPAIS SINTOMAS DA DOENÇA: — Dor abdominal — Urina escura — Febre — Dor nas articulações — Perda de apetite — Náusea e vômitos — Fraqueza e fadiga — Amarelamento da pele (icterícia). Os sintomas vão melhorando aos poucos, geralmente duram alguns dias e desaparecem, essa fase inicial com sintomas e com alteração dos exames de sangue é chamada de Hepatite Aguda. Nessa fase o seu sistema imunológico consegue combater o vírus facilmente e o prognóstico é dos melhores, com recuperação em poucos meses. Apesar da melhora dos sintomas os exames podem demorar até 6 meses para voltarem ao normal, quando ocorre a cura da hepatite. 40 EDUCAÇÃO EM SEXUALIDADE
Porém em cerca de 5 a 10% dos casos o corpo não consegue combater o vírus B, permanecendo com infecção ativa, o que caracteriza a forma crônica da doença, que pode evoluir para problemas mais graves no fígado, a exemplo da cirrose e do câncer. A maioria das crianças infectadas durante o parto ou até os cinco anos de idade não conseguem eliminar o vírus e apresentam hepatite B crônica. Além de ser mais grave, a hepatite crônica é também mais traiçoeira, pois pode passar despercebida por décadas. Muitas pessoas não apresentam os sintomas de fase aguda quando entram em contato com o vírus e ele permanece sem causar sintomas, porém causando destruição progressiva do fígado. Quando o diagnóstico finalmente é feito, muitas vezes o paciente já está com complicações graves e com tratamento muito mais difícil.
HEPATITE C Hepatite C é uma doença viral que leva à inflamação do fígado e raramente desperta sintomas. Na verdade, a maioria das pessoas não sabe que tem hepatite C, muitas vezes descobre através de uma doação de sangue ou pela realização de exames de rotina, ou quando aparecem os sintomas de doença avançada do fígado, o que geralmente acontece décadas depois. A hepatite C é causada pelo vírus C, sua transmissão ocorre por meio do contato com sangue contaminado, seja por transfusão de sangue, acidentes com material contaminado, no caso de trabalhadores na área da saúde, ou por meio de drogas injetáveis. A transmissão de mãe para filho é rara, cerca de 5%, ocorre no momento do parto. A maioria dos estudos não conseguiu comprovar a transmissão da hepatite C por contato sexual.
PREVENÇÃO SEXUAL 41
Hepatite C tem formas aguda e crônica. A maioria das pessoas que está infectada com o vírus tem hepatite C crônica, pois a doença geralmente não manifesta sintomas em sua fase inicial.
OS SEGUINTES SINTOMAS PODEM OCORRER COM A INFECÇÃO POR HEPATITE C, E SÃO DECORRENTES DA DOENÇA DO FÍGADO AVANÇADA: — Dor abdominal — Inchaço abdominal — Sangramento no esôfago ou no estômago — Urina escura — Fadiga — Febre — Coceira — Icterícia — Perda de apetite — Náusea e vômitos.
HIV / AIDS HIV é a sigla em inglês do vírus da imunodeficiência humana. Causador da Aids, ataca o sistema imunológico, responsável por defender o organismo de doenças. As células mais atingidas são os linfócitos T CD4+. E é alterando o DNA dessa célula que o HIV faz cópias de si mesmo. Depois de se multiplicar, rompe os linfócitos em busca de outros para continuar a infecção. Ter o HIV não é a mesma coisa que ter Aids. Há muitos soropositivos que vivem anos sem apresentar sintomas e sem desenvolver a doença. Mas podem transmitir o vírus a outras pessoas pelas relações sexuais desprotegidas, pelo compartilhamento de seringas contaminadas ou de mãe para filho durante a gravidez e a amamentação, quando 42 EDUCAÇÃO EM SEXUALIDADE
não tomam as devidas medidas de prevenção. Por isso, é sempre importante fazer o teste e se proteger em todas as situações.
ASSIM PEGA: — Sexo vaginal sem camisinha; — Sexo anal sem camisinha; — Sexo oral sem camisinha; — Uso de seringa por mais de uma pessoa; — Transfusão de sangue contaminado; — Da mãe infectada para seu filho durante a gravidez, no parto e na amamentação; — Instrumentos que furam ou cortam não esterilizados.
ASSIM NÃO PEGA: — Sexo desde que se use corretamente a camisinha; — Masturbação a dois; — Beijo no rosto ou na boca; — Suor e lágrima; — Picada de inseto; — Aperto de mão ou abraço; — Sabonete/toalha/lençóis; — Talheres/copos; — Assento de ônibus; — Piscina; — Banheiro; — Doação de sangue; — Pelo ar.
PREVENÇÃO SEXUAL 43
COMO POSSO SABER SE TENHO UMA IST? Procure o médico, faça as análises e os tratamentos que ele recomendar. As IST provocadas por bactérias (clamídia, gonorreia, sífilis) e por parasitas (tricomoníase, sarna, pediculose) curam facilmente com tratamento adequado. Para as outras existem tratamentos que ajudam a controlar a infeção. Se tiver uma IST, deve informar os seus parceiros e/ou parceiras para que procurem uma consulta médica onde serão aconselhados e tratados.
COMO TORNAR O SEXO MAIS SEGURO? — Utilize preservativo sempre que tiver relações sexuais. — Se tiver um novo parceiro sexual ambos devem fazer um Rastreio de IST.
44 EDUCAÇÃO EM SEXUALIDADE
MÉTODOS CONTRACEPTIVOS Os métodos anticoncepcionais, também conhecidos como métodos contraceptivos, são recursos utilizados tanto pelo homem como pela mulher para evitar uma gravidez. Alguns protegem apenas da gravidez, mas existem outros, como os preservativos masculinos e femininos, que também evitam IST. Há vários tipos de métodos anticoncepcionais e estar bem informado é fundamental para fazer a escolha do método mais adequado. Cada método anticoncepcional tem suas vantagens e desvantagens, por isso torna-se necessária a ajuda de um profissional da saúde para definir a escolha do método mais apropriado. É importante lembrar que qualquer método escolhido só funcionará se utilizado de maneira correta. Faça acompanhamento periódico com um profissional da saúde para verificar se a utilização do método escolhido está correta ou se houve alguma alteração que torne necessária a sua substituição. Assim sendo, a eficácia depende do uso correto de cada método.
PREVENÇÃO SEXUAL 45
MÉTODO
PÍLULA DO DIA SEGUINTE
ORAIS ORAIS
ANTICONCEPCIONAIS ANTICONCEPCIONAIS
DIAFRAGMA
46 EDUCAÇÃO EM SEXUALIDADE
Sim
Sim
Sim
92 – 99%
Há dois tipos de cartelas: as que contêm 21 comprimidos (tomar um comprimido por dia até o fim da cartela, aguardar sete dias e iniciar nova cartela, independentemente da menstruação) e a cartela com 28 comprimidos (tomar um comprimido por dia, todos os dias). De preferência, tomar os comprimidos sempre no mesmo horário
Impede a liberação de ovócitos pelos ovários
Alterações na menstruação (diminuição na quantidade e duração da menstruação) Dor de cabeça Tontura Náusea Maior sensibilidade nas mamas; Mudança de peso Mudança no humor Melhora na acne
Irritação na vagina ou no pênis
QUAIS SÃO OS EFEITOS COLATERAIS?
Náusea Se tomada Dor abdominal até 24hs: 95% Fadiga De 25 a 48hs: Dores de cabeça 85% Maior De 49 a 72hs: sensibilidade nos 58% seios De 73 a 120hs: Tontura 31% Vômitos
84 – 94%
Introduzir o diafragma em direção ao fundo da vagina, até que o colo do útero esteja totalmente coberto.
Impede que o espermatozoide entre no útero
É para ser usada apenas quando houve falhas no uso dos outros métodos ou após violência sexual. Impede ou retarda a Tomar o comprimido liberação de ovócitos (ou dois comprimidos, a depender da marca) assim que perceber que houve a relação sexual desprotegida.
QUAL É A EFICÁCIA?
COMO USAR?
ADOLESCENTES COMO FUNCIONA? PODEM USAR?
Não
Não
Não
PREVINE CONTRA IST?
Em qualquer posto ou farmácia.
Em qualquer posto de saúde ou farmácia. É necessário um profissional de saúde para indicar a pílula mais adequada
Em qualquer posto ou profissional de saúde. É necessário um profissional, pois existe um tamanho adequado para cada mulher
ONDE CONSEGUIR?
Sim
ESPERMICIDA
ADESIVO
Sim
Sim
INJEÇÃO
PREVENÇÃO SEXUAL 47
Mata ou desacelera o movimento dos espermatozoides, impedindo o encontro com o ovócito
Impede a liberação de ovócitos pelos ovários
Devem ser colocados no órgão genital feminino antes de cada relação sexual
Impede a liberação dos ovócitos
Deve ser colado no primeiro dia da menstruação, permanecendo na pele durante uma semana A cada três semanas, deve-se fazer uma pausa de uma semana, que é quando ocorre a menstruação Pode ser colocado no abdômen, braço, costas ou nádegas.
Há dois tipos de anticoncepcionais injetáveis: – Trimestral que deve ser aplicado a cada 3 meses – Mensal que deve ser aplicado todo mês
Irritação na vagina ou no pênis
Irritação ou erupção da pele no local onde é aplicado Alterações na menstruação (diminuição na Mais eficazes quantidade, que o anticon- duração e ausência de menstruação) cepcionais Dor de cabeça orais Náusea Vômito Maior sensibilidade e dor nos seios Sintomas de gripe Irritação na vagina
71 – 82%
97 – 99%
Alterações na menstruação (diminuição na quantidade, duração e ausência de menstruação) Ganho de peso Dor de cabeça Tontura Maior sensibilidade nos seios
Não
Não
Não
Comprado em farmácia. É necessário um profissional de saúde para indicar o local de aplicação e o adesivo mais adequado
Comprado em farmácia
Em qualquer posto ou farmácia. É necessário um profissional de saúde treinado para aplicá-la
99%
Provoca alteração química que danifica o espermatozoide e impede seu encontro com o ovócito
Sim
Sim
IMPLANTES
DIU COM COBRE
O DIU é inserido dentro do útero, onde pode permanecer de um a dez anos
99%
Muco da entrada do útero fica espesso impedindo É inserido debaixo da o espermatozoide pele, na região do braço chegar ao ovócito e pode permanecer por Interrompe o ciclo três anos. menstrual impedindo a liberação do ovócito
Sim
Impede a liberação de ovócitos pelos ovários
Deve ser introduzido flexionado na vagina e empurrado com o dedo até não senti-lo mais Mais eficazes Após colocado, não é que os sentido pela mulher anticoncepcioA colocação é no 5º dia nais orais da menstruação e deve permanecer no local por 21 dias
ANEL VAGINAL
48 EDUCAÇÃO EM SEXUALIDADE Não
Não
Não
Alterações na menstruação (diminuição na quantidade, duração e ausência de menstruação) Dor de cabeça Irritação Irritação na vagina Alterações na menstruação Primeiros meses: diminuição na quantidade, duração e ausência de menstruação Após um ano de uso: diminuição na quantidade, duração, frequência da menstruação) Dor de cabeça Dor abdominal Melhora da acne Alteração no peso Maior sensibilidade nos seios Tontura Mudança de humor Náusea
Alterações na menstruação (diminuição na quantidade, duração e ausência de menstruação) Cólicas e dor durante a menstruação
No posto ou médico particular. É necessário um profissional de saúde treinado para colocá-lo
Comprado em farmácia. É necessário um profissional de saúde treinado para colocá-lo
Comprado em farmácia. É necessário um profissional de saúde para indicar o anel vaginal mais adequado
Sim
COITO INTERROMPIDO
TEMPERATURA CORPORAL BASAL
Sim
Sim
DIU COM HORMÔNIOS
PREVENÇÃO SEXUAL 49
O DIU é inserido dentro do útero, onde pode permanecer de uma a dez anos
O pênis deve ser retirado da vagina antes da ejaculação
Registrar a temperatura e observar se ela aumentou de 0,2 a 0,5°C Se a temperatura aumentar por três dias consecutivos, é porque houve ovulação três dias atrás Não ter relações sexuais antes do aumento da temperatura
Altera as características do muco cervical Inibe a ovulação Diminui a espessura do endométrio
Ejaculação fora da vagina Este método deve ser evitado pois o risco de falha é alto
Verificar a temperatura do corpo na mesma horado dia, de manhã antes de sair da cama ou comer alguma coisa, após ter repousado pelo menos cinco horas e não ter ingerido bebida alcoólica na noite anterior
75 – 99%
73 – 96%
99%
Nenhum
Nenhum
Alterações na menstruação (diminuição na quantidade, duração e ausência de menstruação) Melhora da acne Dor de cabeça Dor ou maior sensibilidade nos seios Náusea Alteração no peso Tontura Mudança de humor
Não
Não
Não
_
_
Médico particular. É necessário um profissional de saúde treinado para colocá-lo
Sim
Sim
Sim
TABELINHA
CAMISINHA MASCULINA
CAMISINHA FEMININA
Colocar no pênis antes da penetração. Usar uma para cada relação sexual Colocar na vagina antes da penetração. Usar uma para cada relação sexual
Forma uma barreira que não deixa os espermatozoides entrarem na vagina
79 – 95%
85-98%
75 – 91%
Evitar as relações Registro da duração sexuais cinco dias antes dos ciclos menstruais e cinco dias depois do durante 6 meses. período fértil
Forma uma barreira que não deixa os espermatozoides entrarem na vagina
75 – 96%
Não ter relações sexuais desde quando surgir a secreção espessa até acabar a saída de secreções
Verificar se surge uma secreção na entrada da vagina ou na calcinha. No início, esta secreção é mais espessa e pouco elástica e depois ela vai se tornando menos espessa, mais transparente e mais elástica Se a secreção espessa surgir, a mulher ficará fértil logo em seguida
Nenhum
Nenhum
Nenhum
Nenhum
Sim
Sim
Não
Não
Em qualquer posto de saúde ou comprado em farmácia
Em qualquer posto de saúde ou comprado em farmácia
_
_
* Eficácia: Refere-se aos efeitos desejados dos métodos anticoncepcionais, neste caso, evitar uma gravidez. Exemplo: se um método tem uma eficácia de 95%, isto significa que o método tem uma capacidade máxima para evitar uma gravidez de 95%, ou seja, 95 de cada 100 mulheres usando o método não ficarão grávidas. Referência: Organização Mundial da Saúde (OMS). Planejamento familiar: um manual global para profissionais e serviços de saúde. Departamento de Saúde Reprodutiva e Pesquisas, 2007. Disponível em: <bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/0102assistencia1.pdf.>
Sim
MUCO CERVICAL OU BILLINGS
50 EDUCAÇÃO EM SEXUALIDADE
COMO COLOCAR CAMISINHA
MASCULINA
Abra a embalagem com cuidado, nunca com os dentes para não furar a camisinha. Coloque a camisinha somente quando o pênis estiver ereto.
D e s e n r o l e a camisinha até a base do pênis, mas antes aperte a ponta para retirar o ar. Só use lubrificantes à base de água, evite vaselina e outros lubrificantes à base de óleo.
Após a ejaculação, retire a camisinha com o pênis ainda duro, fechando com a mão a abertura para evitar que o esperma vaze da camisinha.
Dê um nó no meio da camisinha e jogue-a no lixo. Nunca use a camisinha mais de uma vez. Usar a camisinha duas vezes não previne contra doenças e gravidez.
FEMININA
Segura a argola menor com o polegar e o indicador.
Aperte a argola e iintroduza na vagina com o dedo indicador.
Empurre-a com o dedo indicador.
A argola maior fica para fora da vagina, isso aumenta a proteção.
DURANTE A RELAÇÃO A MENINA DEVE CUIDAR — O anel deve ficar cerca de três centímetros para fora da vagina — Com o vaivém do pênis, é normal que a
camisinha deve ser retirada apertando o anel externo. É preciso torcer a extremidade externa da bolsa para garantir a manutenção do esperma no interior da
camisinha se movimente. Se o anel externo estiver
camisinha. Depois, basta puxar o preservativo para
sendo puxado para dentro, é necessário segurá-lo ou
fora delicadamente.
colocar mais lubrificante. — Uma vez terminada a relação sexual, a
— Em cada relação deve-se usar um novo preservativo.
PREVENÇÃO SEXUAL 51
SOBRE O
sexo
Capítulo IV
52 EDUCAÇÃO EM SEXUALIDADE
A VIRGINDADE Ser virgem significa nunca ter tido uma relação sexual. Mas afinal, o que isso significa? O termo e o conceito de ¨virgindade¨ foi sendo construído pela sociedade, a qual ao longo de toda a história foi estabelecendo critérios sobre quando, como, e onde as pessoas deveriam ¨perder¨ a sua virgindade. Há alguns anos, a virgindade era tratada com muito zelo. Não se falava muito sobre o assunto, e quando surgiam comentários, estes direcionavam o ¨ser virgem¨ apenas ao sexo feminino. Alguns homens, ou melhor, meninos, eram levados pelos seus pais em casas de prostituição para deixarem de ser virgens. Era, e pode-se dizer que continua sendo, um orgulho para alguns pais saber que o filho homem já transou. Enquanto isso, as meninas eram instruídas que sexo era sujo, e que ela jamais poderia fazer, ou se fosse fazer, apenas depois que casasse. E assim foram sendo criados conceitos, regras, estigmas, tabus, e preconceitos. Atualmente a virgindade parece ser tratada como algo incômodo. Um exemplo disso está na mídia televisiva que, ao expor situações constrangedoras para quem é virgem, acaba por deturpar o sexo, deixando explícita a sexualidade de um modo não condizente com a faixa etária de alguns espectadores, fazendo com que eles interpretem a situação mostrada de uma maneira errada.
SOBRE O SEXO 53
O importante a ser lembrado é que não existe uma idade certa para ter sua primeira relação sexual, cada um tem o seu tempo e você nunca deve fazer nada que você não queira, seja por pressão dos pais, amigos ou da sociedade. Não há nada de errado em nunca ter feito sexo se você ainda não se sente confortável para tal ato.
IDADE DE CONSENTIMENTO A idade de consentimento no Brasil é de 14 anos, ou seja, é sempre crime namorar menores de 14 anos de idade. Para a lei brasileira, crianças abaixo desta idade são incapazes de consentir a respeito de sua interação sexual. “Estupro de vulnerável: Art. 217-A. Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com menor de 14 (catorze) anos:” A partir dos 14 anos, a legislação brasileira prevê o desenvolvimento da capacidade de consentimento. Isso significa que, a partir deste momento, o fato de o indivíduo querer relacionar-se importa. Desta forma, se o/a menor de idade quer relacionar-se sexualmente, não há nenhum crime na prática. É proibida, no entanto, a exploração de outros tipos de atividade, como a pornografia, por exemplo. Em alguns casos, a autonomia do consentimento pode ser questionada. É possível considerar que um adulto tenha levado o indivíduo menor de idade a consentir, aproveitando-se de relações de poder muito díspares, em função da idade. Neste caso, pode-se investigar o relacionamento para definir se houve crime ou não.
54 EDUCAÇÃO EM SEXUALIDADE
SEXO HETEROSSEXUAL Ninguém nasce sabendo como transar, então a primeira vez em uma relação sexual pode causar medo e ansiedade, mas a verdade é que a última coisa que alguém quer neste momento são esses empecilhos. Quando você não sabe como fazer sexo, pode ter a ajuda de um parceiro(a) que já tenha se relacionado sexualmente com outras pessoas. Quando vocês dois nunca transaram, a primeira vez deve ser feita com muita conversa, o que não exclui a importância do diálogo quando somente uma pessoa é virgem. Só você consegue sentir o que está acontecendo consigo, saber se está gostoso ou se está doendo, se está na hora de ir mais fundo ou não, então não precisa ficar com receio de falar. É uma hora de descobertas. Mesmo se seu parceiro(a) já transou com outra pessoa, esta será a primeira vez dele(a) com você, ou seja, tudo muda. As posições também serão uma descoberta, variam de acordo com o clima, mas claro que há algumas que podem ser mais confortáveis para a primeira vez. Primeiro, ambos devem ter em mente que a vagina não está acostumada a receber a penetração. Caso a menina ainda não saiba direito calcular o quão lubrificada ela está, então deve procurar por posições em que fique mais relaxada. Dessa forma, nunca esqueçam das preliminares, elas são essenciais não só na primeira vez, para
SOBRE O SEXO 55
que os dois fiquem no clima e não tenha o risco da menina estar pouco lubrificada e tensa, o que causaria dor. E novamente, sempre com o uso da camisinha. O preservativo não evita apenas uma gravidez indesejada, mas principalmente as infecções sexualmente transmissíveis.
SEXO GAY O sexo gay exige diálogo e muitos cuidados, especialmente quando for a primeira vez de um dos parceiros, pois além do sexo oral, há o sexo anal. No sexo anal, no momento da penetração, o pênis passa por dois músculos no ânus que se não estiverem relaxados, podem gerar um sexo doloroso e, quem sabe, até indesejado. Portanto, é importante que antes de qualquer penetração os parceiros sejam capazes de realizar o relaxamento um do outro, para que ambos estejam confortáveis e preparados para o momento da penetração.
56 EDUCAÇÃO EM SEXUALIDADE
Além disso, é bom lembrar que diferente da vagina (que é capaz de fabricar secreções lubrificantes) o ânus não possui nenhuma estrutura para isso, sendo fundamental o uso de gel lubrificante no momento da penetração. Para garantir um sexo seguro, além do lubrificante é importante o uso da camisinha, que irá prevenir a transmissão de doenças pelo contato do pênis desprotegido com a região anal. O sexo oral entre homens homossexuais também exige o uso de preservativos, pois tanto o pênis quanto a boca podem ser meios de transmitir doenças, caso um dos parceiros estiver infectado. Independente da situação, a prevenção nunca é demais. Lembrando que nunca se deve usar alimentos ou condimentos (manteiga, óleo, etc) como lubrificante.
SEXO LÉSBICO Tabus e fantasias rodeiam o sexo lésbico e muito pouco se diz sobre a saúde da mulher lésbica e bissexual. É importante ressaltar que deve sempre haver diálogo entre as partes envolvidas, mas também há outras questões importantes a serem tratadas, como a prevenção. O contato de mucosas e secreções são meios de transmissão de DSTs. Não existem meios específicos de prevenção para o sexo entre mulheres, existem adaptações; para o sexo oral o plástico filme, a barreira dental ou a camisinha masculina cortada; para penetrações, o uso do preservativo masculino em brinquedos ou o uso de luvas cirúrgicas e lubrificante no dedo. Não há problemas com o sexo no período menstrual, porém é importante saber que o corpo fica mais vulnerável nessa época, aumentando o risco de contaminação. Além disso, as unhas, caso haja penetração do dedo, devem ser curtas para não criar feridas no útero e transmitir bactérias. O mais importante é conversar com sua SOBRE O SEXO 57
parceira para uma primeira vez tranquila e não ter medo de discutir seus receios e expectativas.
Deu tudo errado? A primeira vez não foi boa? Sem problemas. Foi apenas uma experiência ruim. Reflita o ‘porquê’ disso. Sexo é algo que também depende da nossa saúde emocional. Procure encontrar esses erros e se conhecer cada vez mais, pois assim as relações sexuais tendem a ser satisfatórias. Não fique achando que existe algum problema com você e que por isso a primeira vez não foi boa. Não há uma fórmula exata de como fazer sexo. Lembre do seu primeiro beijo. Raramente a primeira vez beijando a boca de outra pessoa é perfeita. Você não sabe como se aproximar direito, se tem que usar língua, se tem que abrir muito ou 58 EDUCAÇÃO EM SEXUALIDADE
pouco a boca ou se deve só dar um selinho, mas, com o tempo, descobre como deixar essa troca gostosa. Mas se acha que tem algo realmente de errado, não tem problema conversar com o seu parceiro(a) – que deve compreender o que você está passando e te ajudar – ou com ainda passar por um diálogo com seu(a) médico(a). Por agora você já deve ter percebido que a chave para qualquer relação sexual é ter um diálogo aberto e sincero com seu parceito em potencial, e lembre-se, não tem problema se você queria antes e na hora mudou de ideia. Você nunca deve fazer nada por obrigação ou medo, e se o seu parceiro não respeitar isso ele estará cometendo estupro, se esse for o caso não exite em pedir por ajuda, seu corpo é seu para decidir com quem e quando você terá uma relação física.
NÃO EXISTE SEXO A FORÇA, ISSO É ESTUPRO! Estupro não é sobre sexo. É sobre poder e violência. É sobre acreditar que o corpo do outro pertence a alguém que não a própria pessoa. É preciso respeitar que o outro te diz, entender quando a parceira ou parceiro não está afim de sexo e não forçar – ela ou ele não tem que transar só porque vocês estão em um relacionamento. Pela lei, estupro consiste em “constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção carnal ou a praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso”. A pena – sem agravantes – é de seis a dez anos de prisão. Estupro não se resume ao ato sexual, qualquer tipo de assédio de natureza sexual pode ser considerado estupro. “LEI Nº 12.015, DE 7 DE AGOSTO DE 2009: TÍTULO VI -DOS CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL | CAPÍTULO I - DOS CRIMES CONTRA A LIBERDADE SEXUAL Estupro: Art. 213. Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção carnal ou a praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso.” SOBRE O SEXO 59
INDÚSTRIA
pornográfica Capítulo IV EXTRA
60 EDUCAÇÃO EM SEXUALIDADE
INDÚSTRIA PORNOGRÁFICA A indústria pornográfica movimenta no mundo cerca de US$ 97 bilhões por ano, segundo informações do The Week. Mas, embora praticamente todo adulto já tenha dado o play em algum vídeo do gênero, são poucos os que refletem sobre a condição das mulheres nesta indústria. Um vídeo de 2014 publicado no canal do Youtube da TV USP e compartilhado pela página do Facebook Desintoxicação do Romantismo, busca trazer o assunto à tona. Na produção são ouvidas duas atrizes pornôs que contam o papel destinado às mulheres nesta indústria. Em seus relatos estão situações de violência, infecções sexualmente transmissíveis no meio e o machismo dos bastidores, em que a maior parte dos trabalhadores são homens. Com contratos realizados de forma verbal, muitas vezes estas mulheres acabam sendo impelidas a participar de cenas com as quais não se sentem confortáveis e podem não ter a quem recorrer em casos de abuso. Além disso, embora o uso da camisinha seja comum em filmes nacionais, o preservativo não é utilizado em produções internacionais, o que expõe atores e atrizes a situações de risco.
“MAS, SE A PORNOGRAFIA É TÃO RUIM QUANTO ALGUNS DIZEM SER, PORQUE HÁ TANTAS PESSOAS TRABALHANDO NISSO?” Há, evidentemente, muitas respostas para essa questão. Algumas mulheres fazem-no por desespero, porque precisam de dinheiro; muitas – senão a maioria – foram abusadas sexualmente; outras, ainda, foram enganadas pela mídia e levadas a acreditar que a indústria pornô seria um empreendimento sexy e cheio de glamour.
SOBRE O SEXO 61
A indústria pornô é obscura, má e incrivelmente violenta. É chocante de várias formas que a indústria pornográfica seja tão mainstream e popular, considerando que, ao mesmo tempo, tem havido várias vozes falando abertamente contra a exploração sexual. Alvo de 94% da pornografia, as mulheres são as maiores vítimas dessa atividade. Embora muito discurso de defesa à atividade diga que se trata de empoderamento da mulher sobre o próprio corpo, dados revelam que o problema é muito mais complexo. 90% de mulheres da indústria do sexo foram vítimas de abuso infantil e muitas delas continuam sofrendo, todos os dias, para fornecer prazer aos homens. Fala-se homens pois essa indústria é voltada basicamente a eles. O uso de câmeras focado na mulher, bem como a performance de submissão e objetificação dela – um caso muito emblemático em 100% dos roteiros é o filme acabar apenas quando o homem goza – indica um público bem específico: pessoas que não têm, nem desenvolveram, maturidade sexual suficiente para entender o que é o sexo e a relação entre duas pessoas. Significa dizer que a mulher serve para a hora que os homens a quiserem, que na cama vale tudo e o jogo apenas acaba quando eles apitam. Muitos irão dizer que é exagero, mas educação sexual, para a violência ou não, exerce exatamente essa função. Atualmente, enquanto nos negamos a regulamentar, debater e questionar a indústria do sexo, é ela que vem tendo o grande papel de professora para pessoas que desejam saber sobre o tema. O que é mostrado na pornografia não é sexo real. As mulheres filmadas provavelmente não estariam lá se tivessem condições financeiras e estruturais melhores. O que se tem na pornografia é claro: misoginia (isto é, o ódio declarado às mulheres) e machismo. Uma pesquisa mostra que, dos 50 filmes mais vendidos de 2015, 48% de 304 cenas dos vídeos pornográficos 62 EDUCAÇÃO EM SEXUALIDADE
produzidos contêm violência verbal contra mulher; 94% contêm violência física. Se a pornografia funciona como “o professor da educação sexual”, é mais que claro que a pornografia faz parte do aliciamento para prostituição e tráfico humano. A pornografia ensina o homem a conseguir prazer vendo o sofrimento e a humilhação da mulher e, com isso, fortalece a cultura do estupro, o machismo e a misoginia. A indústria pornográfica, atualmente, está migrando para um novo tipo de negócio, as garotas que se parecem com crianças. Antes, por lei, nenhuma mulher que aparenta ter menos de 18 anos poderia gravar um vídeo pornográfico. Hoje, essa lei foi revogada e a categoria mais acessada nos sites pornográficos é a categoria “adolescentes” (ou, em inglês, “teens”). As palavras mais procuradas nesses sites também são “novinhas”, “ninfetas” e “garotinhas”. Aproximadamente 25% de todo o conteúdo pornográfico na internet trata-se de abuso sexual infantil. Está muito claro que a indústria pornográfica, além de promover a objetificação, tráfico e prostituição de mulheres, cria tendências pedófilas para os consumidores de pornografia. Como essa indústria pornográfica tem forte influência em ditar com o que se deve ter prazer, também cria, portanto, uma demanda de pessoas para continuarem financiando a prostituição, o tráfico e a pedofilia através da objetificação dos corpos das mulheres e a fetichização dos corpos das crianças. Logo, o consumo de pornografia traz sérias consequências para o psicológico de quem assiste. Pode contribuir para a percepção do ato sexual como algo muito mais grandioso do que na realidade o é, principalmente para os consumidores mais jovens que ainda estão formando suas opiniões acerca da sexualidade.
SOBRE O SEXO 63
PLANEJAMENTO
familiar
Capítulo V
64 EDUCAÇÃO EM SEXUALIDADE
PLANEJAMENTO FAMILIAR É um conjunto de ações que auxiliam homens e mulheres a planejar a chegada dos filhos e também a prevenir gravidez indesejada. Todas as pessoas possuem o direito de decidir se terão ou não filhos. Tem como objetivo principal incentivar as mulheres a engravidarem/ adotarem apenas quando se sentirem preparadas para isso, tirando um pouco da pressão de que “engravidar é um dever/sonho de toda mulher”. Estamos em 2017 e ainda se propaga a ideia de que ter filhos não só é um dever como é um sonho de todos. Embora a pressão para começar uma família seja maior para as mulheres, tanto homens quanto mulheres sofrem com essa imposição da sociedade. O objetivo deste capítulo é quebrar os tabus desse assunto e apresentar a questão do planejamento para aqueles que querem iniciar uma família, tanto para casais de todas as orientações, quanto para Família Monoparental.
NEM TODA MULHER QUER SER MÃE, E ESTÁ TUDO BEM! Boa parte das mulheres já estão exaustas daquele papo: “Mulheres nascem com um instinto natural de ser mãe”, o tal do Instinto Maternal ou Relógio Biológico. Ser mulher não implica ser mãe; mesmo assim, ainda existe uma forte pressão social sobre elas no que diz respeito à maternidade, uma ideia que se perpetua através do conhecido ‘instinto maternal’. Porém, o desejo de ser mãe (ou não) não tem nenhuma causa fisiológica conhecida. Mulheres sem filhos, geralmente as que estão chegando ou passaram da idade de 30 anos são alvo de uma grande pressão por parte de parentes, amigos, colegas de trabalho e até mesmo estranhos. Muitas PLANEJAMENTO FAMILIAR 65
até evitam falar sobre o assunto para não serem bombardeadas com frases tipo “É porque você não gosta de crianças?” ou “Quando chegar a idade você vai sentir o chamado, não tem como evitar”. Infelizmente ainda existe uma pressão social muito forte sobre as mulheres, o que faz parecer que elas estão submetidas a uma falsa equação: ser mulher é ser mãe. O egoísmo é associado às mulheres que rejeitam a maternidade, criando a falsa ideia de que elas são seres individualistas que só se preocupam com elas mesmas. Porém, ninguém fica de boca aberta quando um homem diz que não quer ser pai, não é?. Existe muito aquela canonização da maternidade, sendo que todos sabem que não é fácil. Ser mãe não é uma propaganda de margarina ou de shampoo. Não é um mar de rosas e tampouco é padecer no paraíso. Você vai ter momentos incríveis de orgulho que não dá nem pra explicar e outros de muito amor, mas também pode ser que você tenha vontade de arrancar os cabelos e fugir de casa sem sapatos no meio da madrugada. Antes se relacionava o período de ovulação à época que mulher estava mais receptiva para se reproduzir, porém o desenvolvimento cultural mudou tudo isso por completo. Já é determinado que o desejo de ser mãe (ou não) não tem nenhuma causa fisiológica conhecida. A sociedade é cruel com as mulheres. Se elas não possuem um companheiro, são julgadas incompletas; se não se casam, também. Se decidem não ser mães, ou inclusive são incapazes de ter filhos, se transformam em um bicho raro. Para os homens isso não acontece. A reflexão que este capítulo sugere é a seguinte: filhos podem ser incríveis, é claro, mas só se você realmente quiser tê-los. E
é ok você não querer. E é ok também você querer e ser uma mãe completamente fora dos padrões de mãe conhecidos e aceitos.
O PLANEJAMENTO Esse planejamento, entre outras coisas, é importante para aproveitar melhor esse momento tão especial que é conceber uma nova vida. É preciso estar bem preparado para assumir tamanha responsabilidade. Prever as futuras despesas que terão com os filhos faz parte do planejamento familiar. Esses gastos vão desde o pré-natal até a educação escolar da criança. É por esta razão que muitos têm adiado a chegada do primeiro filho, preferem ter plenas condições de criá-lo e é por isso também que o número de filhos por casal tem diminuído nos últimos tempos. A falta de planejamento pode gerar problemas sociais; a taxa de natalidade nas classes menos favorecidas, por exemplo, é consideravelmente maior e é causada pela falta de prevenção e informação. O governo tem tomado providências quanto ao controle de natalidade, disponibilizando métodos anticoncepcionais gratuitamente nos postos de saúde, mas essas providências não têm sido suficientes e a taxa de natalidade continua alta. O plawnejamento familiar não deve ser privilégio de classes sociais mais altas, mas sim de todas as pessoas, basta que tenham informação e conscientização da importância desse ato. Para casais que não conseguem ter filhos, famílias monoparentais ou casais homoafetivos, o ideal é se programar para métodos como a fertilização in vitro, a inseminação artificial ou a adoção de crianças. PLANEJAMENTO FAMILIAR 67
A FERTILIZAÇÃO IN VITRO É um tratamento complexo, realizado totalmente em laboratório. Na técnica o óvulo é retirado do ovário através de uma punção por via transvaginal e é fecundado pelo espermatozóide no laboratório, fora do corpo feminino. Após alguns dias de desenvolvimento o embrião no laboratório é transferido para o útero, que foi previamente preparado para aceitar o embrião. Apesar de suas várias aplicações, a fertilização in vitro ainda tem um custo financeiro muito alto devido aos complexos processos científicos de alta tecnologia empregados. Os planos de saúde não cobrem esses serviços, que custam, em média, entre R$ 5 mil e R$ 20 mil, cada tentativa, em clínicas particulares. Além disso, não é um procedimento com garantia total de sucesso, o que significa que talvez várias tentativas sejam necessárias para a concepção, o que aumenta ainda mais o peso financeiro para o casal.
A INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL É um procedimento mais simples do que a FIV. A inseminação consiste em diminuir o caminho percorrido pelo espermatozóide até o óvulo. A técnica é eficaz em diversos casos. Na inseminação artificial, o sêmen é depositado diretamente na cavidade uterina, quando a mulher tenha ovulado para ser fecundado na tuba uterina. Para realizar o procedimento, o sêmen é coletado através da masturbação e separado em laboratório, a fim de selecionar os 68 EDUCAÇÃO EM SEXUALIDADE
espermatozoides com maior potencial. Os valores da inseminação artificial, assim como a inseminação in vitro, têm grandes oscilações de preço de acordo com a região e clínica. A média de valores é entre R$5.000 e R$15.000, dependendo do tipo de cobertura, hormônios e medicamentos utilizados no decorrer do processo.
BARRIGA DE ALUGUEL Um casal homossexual formado por homens pode recorrer à inseminação artificial ou fertilização in vitro para ter um filho, desde que a mulher que vai gerar a criança seja da família de um dos interessados, num parentesco consanguíneo até o quarto grau. O sêmen é de um dos parceiros e o óvulo vem de um banco de doadoras anônimas. No brasil a mulher não pode receber qualquer remuneração por estar se propondo a fazer esse procedimento. Além disso, só podem ser barriga de aluguel parentes do casal. Um casal homossexual formado por mulheres também pode optar por este procedimento, as regras são as mesmas, mas neste caso é o sêmen que vem de doador anônimo. “RESOLUÇÃO CFM nº 2.121/2015: VII - SOBRE A GESTAÇÃO DE SUBSTITUIÇÃO (DOAÇÃO TEMPORÁRIA DO ÚTERO): As clínicas, centros ou serviços de reprodução assistida podem usar técnicas de RA para criarem a situação identificada como gestação de substituição, desde que exista um problema médico que impeça ou contraindique a gestação na doadora genética ou em caso de união homoafetiva.”
PLANEJAMENTO FAMILIAR 69
DOADOR DE SÊMEN Um casal homossexual formado por mulheres pode recorrer à inseminação artificial ou fertilização in vitro para ter um filho. A recomendação é que que haja um doador de sêmen anônimo, assim uma delas poderá gestar o embrião, desde que tenha interesse e condições clínicas favoráveis. A escolha do sêmen pode ser intermediada pelo médico, mas a escolha das características do doador deve ser feita pelo casa. O banco de sêmen oferece uma lista que compreende características físicas (cor de olhos, cabelos, estatura, etc), tipo sanguíneo, etnia, profissão e hobby. Pela legislação, o doador deve ser anônimo. Ou seja, no caso da gravidez de duas mulheres, nem elas e nem a criança terá nenhum tipo de contato com o doador, tampouco saberá informações sobre a identidade dele.
FAMÍLIAS MONOPARENTAIS Um homem ou mulher pode recorrer à inseminação artificial ou fertilização in vitro para ter um filho. Se o procedimento for barriga de aluguel a mulher que vai gerar a criança deve ser da família do 70 EDUCAÇÃO EM SEXUALIDADE
interessado, num parentesco consanguíneo até o quarto grau. No caso do homem, o sêmen é dele e o óvulo vem de um banco de doadoras anônimas. E no caso da mulher o sêmen que vem de um doador anônimo.
ADOÇÃO A Adoção não precisa ser utilizada como último recurso, pois adotar uma criança é um ato nobre, além de ser uma forma de realizar o sonho de ser mãe ou pai. Infelizmente muitas crianças são abandonadas todos os dias e crescem em lares coletivos, às vezes em condições nada agradáveis já que é preciso dividir espaço com outras crianças que podem ser violentas e que estão ali por motivos diversos. Algumas crescem com grandes traumas relacionados a rejeição, pois sabem que seus pais verdadeiros não as quiseram e não possuem maturidade para entender tal situação.
PLANEJAMENTO FAMILIAR 71
Após os 18 anos, as crianças já não mais podem viver em seus lares provisórios (orfanatos) e por isso devem ir para o mundo. E muitas estão despreparadas e com medo, pois cresceram sem parentes para lhe dar suporte. O processo de adotar uma criança envolve algumas etapas, tanto para casais como para solteiros. O primeiro deles é entrar com os documentos devidos no Juizado da Infância e da Juventude, local este em que o casal deve fazer um CPD (Cadastro de Pretendentes para Adoção). Em seu cadastro você pode escolher alguns detalhes como sexo, cor da pele e idade preferida. Haverá um processo envolvendo entrevistas, avaliação das condições psicológicas e financeiras dos pais para só então o filho ser entregue aos pais. Nos primeiros meses pode haver visitas constantes de um assistente social para saber como está sendo a adaptação da criança ao casal ou pai e mãe solteiro. Há uma fila de adoção em cada Estado e você deve entrar nela após ser considerado apto a adotar uma criança. O processo é um pouco demorado, podendo envolver meses. Apesar dos avanços em relação à adoção, algumas características como a idade e cor da criança ou o fato de ser adolescente ainda são um grande impasse na hora da escolha.
72 EDUCAÇÃO EM SEXUALIDADE
Segundo dados do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), existem 4.427 crianças e adolescentes inscritas no Cadastro Nacional de Adoção. Dentre elas, 33,86% são brancas, 19,11% são negras, 0,54% amarelas, 45,74% pardas e 0,75% indígenas. O problema se encontra na distribuição em relação à preferência dos pais na hora de adotar. Quanto à cor, 37,94% somente adotam crianças brancas, 2,1% negras, 1,29% amarelas, 5,90% pardas e 1,28% indígenas. A diferença também acontece quando o assunto é idade: 75% dos pais preferem as crianças até três anos para adotar. Existe a falsa ideia de que cuidar de bebês é mais fácil, pois criase a ideia de que será possível moldar tais crianças desde cedo. Entretanto, sabemos que isso não é verdade, afinal, todos os pais terão problemas com os filhos e deverão ser firmes na educação, independente da idade e se são ou não biológicos.
ADOÇÃO TARDIA Considera-se tardia a adoção de crianças que já tenham uma percepção maior de si, do outro e do mundo. O critério é vago, mas a estimativa é a partir dos 3 anos de idade. A crença de que uma criança mais velha, que não passou seus primeiros anos com uma família não vai conseguir estabelecer uma relação de amor com os pais adotivos é refutada por quem passou por essa experiência. Compreender que a adoção tardia tem sim seus desafios particulares, que é um processo longo e delicado de estabelecimento de confiança e que muitos aspectos dela não são fáceis é essencial. Mas também é importante perceber que dela pode sair uma relação de amor tão profunda quanto em qualquer outra circunstância. Adotar uma criança é um salto no escuro enorme – mas o resultado pode ser fantástico.
PLANEJAMENTO FAMILIAR 73
GRAVIDEZ NA
adolescência Capítulo V EXTRA
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GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA A adolescência é a passagem da infância para a vida adulta. Nesse momento os hormônios estão à flor da pele, as descobertas estão acontecendo e há a sensação de que tudo é definitivo. É justamente nessa fase que muitos adolescentes se vêem na situação difícil de serem pais precocemente. É considerada precoce a gravidez que ocorre até aos 21 anos onde a pessoa ainda está em fase de desenvolvimento. Os adolescentes ainda não estão preparados psicológica e fisicamente para tamanha responsabilidade. Infelizmente apesar de toda a liberação sexual que há, esses adolescentes são filhos de pais reprimidos sexualmente e que vieram de uma geração cheia de tabus. Por não abordarem esse tema de forma conveniente, os pais acabam não sabendo da vida sexual dos seus filhos. A escola, inclusive, ao não abordar tais assuntos causa ainda mais a falta de informação e os alunos acabam recorrendo a pornografia como forma de adquirir conhecimento. Segundo dados do Ministério de Saúde, referente ao período de 2004 e 2015, ainda são 546,5 mil mães adolescentes só em 2015, ano de realização da pesquisa. É um número bastante alto. E o assunto é bastante conflituoso, pois envolve muitos fatores. No entanto, existe um ponto pacífico: meninas não deveriam ficar grávidas na adolescência, a menos que seja isso que elas queiram, o que – sabemos – não é a realidade desse número enorme que citamos há algumas linhas. Atualmente, a informação sobre métodos contraceptivos é bastante disseminada, bem como o acesso a eles. No entanto, a gravidez na adolescência não é somente uma conversa sobre o anticoncepcional que a menina não usou, mas sim sobre muitas outras coisas, que envolvem estrutura familiar, condição financeira, educação, autoestima e aceitação, e também a forma que o sexo é visto por cada uma delas.
PLANEJAMENTO FAMILIAR 75
Não podemos atribuir a gravidez precoce apenas as mulheres; os homens apesar de não carregarem a criança no ventre têm responsabilidades iguais, pois as mulheres não concebem os filhos sozinhas. É preciso conscientizar tanto meninos quanto meninas sobre a relação sexual. Hoje 66% das gravidezes em adolescentes são indesejadas. Em geral, não é uma decisão voluntária ou consciente, sendo muito frequentemente produto de violência e abuso ou pressão do parceiro/amigos, mas também por busca de afeto e curiosidade sexual. Está diretamente associada à iniciação cada vez mais precoce da vida sexual, falta de informação e desconhecimento de métodos contraceptivos eficientes.
ACONTECEU, E AGORA? Descobrir que está grávida na adolescência pode ser um grande choque e é comum que, em um primeiro momento, a jovem se veja confusa e sem saber bem como reagir à situação. É hora de pensar no que fazer e, dependendo da decisão, contar aos pais. Fale da forma mais direta, sem drama, com honestidade. É preciso assumir a responsabilidade e deixar claro para eles que a criança é o mais importante e precisará do apoio de todos. Para enfrentar a nova realidade da melhor forma possível, buscar apoio emocional e médico faz toda a diferença. O mais importante é se prevenir para que você não tenha uma gravidez indesejada. Mas se aconteceu e já teve seu filho, é hora de aprender a viver essa nova fase. Mas vale lembrar que todo mundo precisa de ajuda, e você não precisa ter vergonha de admitir isso.O suporte familiar para os jovens pais deve ser compreensivo e afetuoso, não apenas com os cuidados médicos-obstétricos no prénatal, mas também sob os aspectos psicológico, social e com ênfase na orientação no campo da amamentação e puericultura. 76 EDUCAÇÃO EM SEXUALIDADE
Muitas vezes, a gravidez interrompe alguns sonhos. Mas o importante é: não vale desistir desses sonhos. Você pode aprender a conciliar sua vida com o seu filho e, aos poucos, colocar seus planos em prática. Outra coisa, ninguém faz um filho sozinha. Por isso, é total seu direito pedir (e até exigir) ajuda do pai do bebê, ok? A essa ajuda, nos referimos ao apoio financeiro e também moral. A notícia da gravidez precoce pode ser um choque e motivo de preocupação. É comum que a gravidez não seja planejada e a adolescente precise lidar com um misto de sentimentos – insegurança, medo, ansiedade, estresse. Além disso, nessa fase da vida, grande parte das adolescentes dependem do amparo e apoio dos pais, tanto financeiro quanto emocional. Para os pais, a notícia pode ser igualmente impactante. Ainda que seja normal sentirem-se desapontados, nervosos ou preocupados neste momento, os pais de uma adolescente gestante precisam ter em mente que esse é um momento em que a filha precisará deles, talvez mais do que em qualquer outro momento. É possível que a adolescente se veja diante de fortes críticas e julgamentos de conhecidos, afastamento de amigos e abandono de responsabilidade por parte do pai do bebê. O importante é: não estar sozinha nesse cenário é fundamental, por isso o apoio dos pais pode fazer toda a diferença e ajudar muito na saúde mental e física da adolescente que enfrenta essa situação. Ter alguém com quem conversar, tirar dúvidas e compartilhar seus sentimentos é tão importante quanto o auxílio financeiro e acompanhamento médico.
PLANEJAMENTO FAMILIAR 77
SEXUALIDADE
na mídia
Capítulo VI
78 EDUCAÇÃO EM SEXUALIDADE
Gostou de tudo que leu até agora, mas quer saber ainda mais sobre sexualidade? Nós acreditamos que tudo que falamos até aqui está dentro de uma temática ampla e também inesgotável. Pensando nessa pluralidade de questões e diferentes formas de abordar o assunto, este capítulo traz indicações de produtos que trabalham questões relacionadas ao campo do sexo e sexualidade. Aqui, você encontrará sugestões que vão de séries de televisão até livros
que falam sobre sexualidade (direta ou indiretamente) e também em diferentes linguagens: algumas mais sérias e outras de forma totalmente extrovertida. Esperamos que nossas dicas sejam úteis e que você consiga refletir sobre a importância de falar sobre sexualidade, sem ter vergonha ou medo. Então prepara o café e o seu cantinho favorito do lazer e divirta-se!
YOU ME HER
quando percebem que deixaram de ter o desejo que um dia tiveram um pelo outro. Assim, eles contratam a jovem universitária Izzy Silva (Priscilla Faia), o que faz o casal monogâmico abrir as portas para o amor poligâmico. Ao contrário do que as sinopses deixam a entender, a série não se trata de uma história onde um deles se apaixona por Izzy e a relação do casal acaba sendo destruída, mas sim da questão do poliamor, ou seja, como esses três indivíduos se relacionam como casal, de forma consensual. Outros pontos positivos desta série são a abordagem da bissexualidade, o fato do envolvimento das personagens Emma e Izzy não ser hipessexualizada (um clichê já exaustivo quando se fala em relação bissexual entre mulheres ou relação lésbica) e Jack não possuir nenhum fetiche maluco sobre a interação de suas parceiras.
(SÉRIE)
SOBRE A SÉRIE:
O casal Jack (Greg Poehler) e Emma Trakarsky (Rachel Blanchard), apesar de estarem felizes, decidem adicionar mais uma pessoa à relação
SEXUALIDADE NA MÍDIA 79
A série é indicada para aqueles que querem entender o poliamor e a complexidade envolvida na trama da série, ao mesmo tempo que nos faz repensar os conceitos a respeito da monogamia já construídos em nossa cabeça e também na sociedade em que vivemos. TEMPORADAS 1º temporada – 10 episódios 2º temporada – 10 episódios 3º temporada – Confirmada, mas
BIG MOUTH (SÉRIE)
SOBRE A SÉRIE: Uma turma de amigos sobe e desce ao sabor das maravilhas e horrores da puberdade nesta comédia criada pelos amigos Nick Kroll e Andrew Goldberg. Em 10 episódios, a animação fala aberta e explicitamente as aflições e 80 EDUCAÇÃO EM SEXUALIDADE
sem data de estreia ainda DURAÇÃO MÉDIA DOS EPISÓDIOS 28 minutos. ANO 2016 - em exibição CLASSIFICAÇÃO 16 anos GÊNERO Comédia, drama e romance ABORDAGEM Poliamor, heterossexualidade e bissexualidade prazeres da pior e ao mesmo tempo melhor época da vida de qualquer ser humano: a adolescência. Os 5 protagonistas, Missy, Andrew, Nick, Jessi e Jay têm idades entre 12 e 14 anos e estão naquela fase em que suas vidas literalmente viram de cabeça para baixo com a chegada da puberdade, das mudanças corporais e comportamentais, o surgimento dos prazeres (95% desses prazeres são, de alguma forma, sexuais), medos e dúvidas. Para ilustrar toda essa loucura, foram criados 3 personagens que são o ponto alto da série de animação: o casal de Monstros do Hormônio e o Fantasma de Duke Ellington. Maury e Connie são os monstros do hormônio que atormentam e colocam ideias estúpidas e extravagantes nas mentes dos adolescentes, fazendo com que eles ajam por puro instinto e na maioria das vezes de maneira insensata e violenta, destruindo vidas sociais, amizades de longa data e suas relações com os pais. Aliás, os pais de todos os adolescentes do
show atrapalham muito mais do que ajudam os seus filhos. Todos são estranhos e bizarros, com manias e vícios, e que vivem constrangendoos involuntariamente diante de seus grupos. Nada muito diferente da realidade, não é mesmo? Já o Fantasma de Duke Ellington é realmente o espírito do famoso jazzista que mora no sótão de Nick, o personagem mais novo da turma e que ainda não entrou na adolescência, mas anseia muito pela chegada desse momento. Toda dúvida que o pequeno tem, ele leva para o espírito do boêmio resolver. Obviamente, os conselhos nunca são bons. E já que estamos falando de conselhos ruins, não podemos nos esquecer do professor de Educação Física analfabeto e repugnante, Steve, que apesar de bem intencionado só serve como mau exemplo para os adolescentes
que já são suficientemente perdidos. E aí, o que você achou até agora? Nós super recomendamos essa série para todos e todas que já passaram, passam ou ainda vão passar pela fase da puberdade, porque além de morrer de rir com as situações realistas e exageradas dos personagens, você ainda vai aprender e descobrir muitas coisas sobre sexualidade na adolescência. TEMPORADAS 1º temporada – 10 episódios DURAÇÃO MÉDIA DOS EPISÓDIOS 27 minutos ANO 2017 CLASSIFICAÇÃO 16 anos GÊNERO Comédia ABORDAGEM Adolescência, Puberdade e Sexualidade.
MEU AMIGO QUER SABER... TUDO SOBRE SEXO (LIVRO)
SOBRE O LIVRO: Quem acompanha o programa Altas Horas da Rede Globo, conhece ou já ouviu falar da sexóloga Laura Muller. Participando do programa desde 2007, ela tem, no mesmo, um quadro onde responde perguntas da plateia ou dos convidados a respeito de sexualidade. Este livro não foge muito de sua participação no programa, pois ele SEXUALIDADE NA MÍDIA 81
apresenta uma série de perguntas e respostas a respeito de sexo e sexualidade, separados em onze grandes tópicos: 1. O mundo virtual e o real; 2. As primeiras vezes; 3. O corpo feminino e o masculino; 4. O orgasmo, a ereção e a ejaculação; 5. Masturbação, sexo oral, penetração vaginal e anal; 6. A gravidez fora de hora e a prevenção; 7. As doenças sexualmente transmissíveis e a Aids; 8. A homossexualidade e a diversidade sexual; 9. Algumas curiosidades sobre sexo; 10. Um teste rápido; e o 11. Dicionário sexual. O décimo e décimo primeiro capítulos trazem, respectivamente, um teste para o leitor e um dicionário com termos relativos ao universo do sexo e sexualidade. O número de perguntas e respostas varia em cada tópico. Sobre o nome do livro, a autora explica que temos mais facilidade em
SKINS (UK) (SÉRIE)
SOBRE A SÉRIE: A adolescência é com certeza uma das fases mais loucas da vida devido aos altos e baixos que passamos. Skins UK nos apresenta esse período através de um grupo de amigos de diferentes personalidades que está vivendo os dois últimos anos do colégio, cada um da sua maneira e ainda assim juntos. A série Skins é dividida em 3º gerações, sendo que cada geração ganhou duas temporadas, além de 82 EDUCAÇÃO EM SEXUALIDADE
perguntar sobre o assunto quando a dúvida é “do amigo”, seja por não possuirmos certeza de como perguntar ou vergonha em assumir que aquela dúvida é nossa. Laura buscou reunir o máximo de nossas perguntas e incertezas neste livro e respondê-las de uma maneira super fácil, de modo que não nos restassem segundos questionamentos. As questões abordadas pela sexóloga em seu livro são diversas e vão desde perguntas básicas até as mais complexas, que envolvem questões pessoais a respeito do sexo. Esse livro é uma ótima sugestão para se manter informado e ainda realizar uma leitura descontraída, hein? AUTORA Laura Muller PÁGINAS 160 EDITORA Leya Casa Da Palavra, 2015
uma temporada especial misturando a 1º e 2º geração vivendo a vida adulta. Cada episódio se foca em um ou dois personagens (que possuem entre 16 e 18 anos) e os seus problemas particulares, que podem estar relacionados aos usos (e abusos) de drogas, sexo, gravidez, homossexualidade (gay ou lésbica), bissexualidade, famílias disfuncionais, autismo, gênero fluído, religião, tentativas de suicídios, distúrbios alimentares ou até mesmo confiança e auto afirmação da amizade. Em cada temporada, porém, existe pelo menos um episódio focado na história do grupo. A série é ótima por apresentar essa diversidade em seus personagens e assuntos, e por trazer as experiências e diversas questões que fazem parte da juventude, ela não põe rótulos de como um homem ou mulher deve ser. Além do diferencial da série em abordar os assuntos já mencionados acima sem pudor (atenção: Skins traz várias cenas de sexo e do consumo de drogas), ela conta com a surpresa de pelo menos a morte de um personagem por geração. Outra peculiaridade da série é nunca dar um final definitivo para os personagens e suas gerações (fora a morte), usando a lógica que depois da adolescência a vida continua.
Skins é indicada tanto para quem está passando pela adolescência ou por quem acabou de pensar. Então, que tal dar uma conferida? É bem provável que você vai gostar. TEMPORADAS Primeira Geração (Tony, Sid, Cassie, Jal, Chris, Michelle, Anwar, Maxxie, Sketch e Effy). 1º temporada – 9 episódios 2º temporada – 10 episódios Segunda Geração (Effy, Pandora, Naomi, Cook, Fred, JJ, Thomas e as gêmeas Katie e Emily Fitch) 3º temporada – 10 episódios 4º temporada – 8 episódios Terceira Geração (Franky, Rich, Nick, Matty, Alo, Liv, Mini, Grace e Alex) 5º temporada – 8 episódios 6º temporada – 10 episódios Geração Especial (Cassie da 1º geração, Effy e Cook da 2º) 7º temporada – 6 episódios DURAÇÃO MÉDIA DOS EPISÓDIOS 45 minutos, com exceção de 7º temporada com episódios de 1 hora. ANO 2007 - 2013 (finalizada) CLASSIFICAÇÃO 16 anos (há controvérsias que é 18) GÊNERO Drama ABORDAGEM Adolescência no modo geral, sexualidade, relacionamentos, violência e orientação sexual
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MOONLIGHT (FILME)
SOBRE A SÉRIE: O filme conta a história do tímido Chiron (Ashton Sanders) e se divide em três grandes atos que acompanham o crescimento do personagem. No longa, Chiron enfrenta problemas relacionados à sexualidade, família, drogas e violência, ao mesmo tempo em que tenta entender os próprios sentimentos e descobrir seu lugar no mundo. Apelidado de “Little” (pequeno), Chiron mora em uma comunidade pobre da Miami do crack dos anos 1980 e, desde jovem, sofre com a maneira que os colegas de escola o tacham: “bicha” – embora, aos dez anos, nem ele mesmo saiba o que isso quer dizer. Dos muitos méritos que o filme merece, o que nos interessa é como ele trabalha de forma diferente de 84 EDUCAÇÃO EM SEXUALIDADE
outros filmes sobre a temática LGBT. A exploração do sexo está presente e tem um papel fundamental no arco dramático do personagem Chiron. A sexualidade é retratada de uma forma nada idealizada, surgindo diversas vezes como causa de insegurança e pesadelo para o protagonista. O filme também explora o drama e a tragédia, mas esses momentos na narrativa não vão além de dificuldades do cotidiano, o que não diminui a importância desses atos. Além disso, não ocorrem cenas calculadas para que o espectador chore ou seja capturado por um momento de glória: o filme foi construído de maneira que o espectador crie e decida esse vínculo emocional com os momentos. Alguns críticos afirmam que se trata do filme LGBT mais importante lançado por Hollywood desde Brokeback Mountain. O longa-metragem é também bastante elogiado pelas técnicas de filmagem, enquadramentos e use de cores, onde a direção coloca a câmera em movimentos inesperados e as falas são recheadas de gírias, colocando claramente um ruído entre o que se assiste e o espectador. Esse incômodo que atinge o visual e o sonoro é a constatação dessa marginalidade, desse espírito transgressor que se distancia do padrão dos filmes americanos. Por mais incrível que isso possa parecer, é através dessa lógica transgressora que o filme consegue atingir o íntimo de seus personagens: como se fosse
necessário se despir de uma estética e de uma forma hegemônica para atingir o âmago humano dos seres que habitam aquele mundo. Moonlight é uma obra da sétima arte acima de tudo humana, que representa esse mundo cercado por hostilidades para investigar os sentimentos mais sensíveis a respeito da fragilidade. Nós indicamos esse filmaço para aqueles que buscam e estão preparados para assistir uma nova abordagem audiovisual sobre a temática LGBT. Desde já, avisamos:
o filme não tem nada de leve ou mágico. De qualquer forma, você vai aproveitar muito! DURAÇÃO Média de 1h55m ANO 24 de fevereiro de 2017 (Brasil) CLASSIFICAÇÃO 16 anos GÊNERO Drama ABORDAGEM Sexualidade, problemas familiares, drogas, violência e orientação sexual.
VAMOS FALAR SOBRE SEXUALIDADE?
necessidades, a cartilha procura responder algumas das dúvidas dos adolescentes sobre o corpo, o sexo, as doenças sexualmente transmissíveis e os modos de evitar gravidez. O conteúdo deste material foi sugerido pelos próprios adolescentes, estudantes do ensino médio de uma escola pública. Além disso, seu conteúdo foi elaborado com base no conhecimento científico atualizado, buscando criar um material seguro para discutir temas como a autoestima, o corpo, as mudanças físicas e emocionais que ocorrem em ambos os sexos na adolescência, as expressões da sexualidade, o sexo e as responsabilidades que devem ser assumidas ao praticá-lo, principalmente na prevenção das DST e da Aids e da gravidez não planejada. ANO 2013 ABORDAGEM Adolescencia em modo geral.
(CARTLHA)
E s s a cartilha foi realizada p o r membros d o grupo de pesquisa Núcleo de Assistência Para o Autocuidado da Mulher – NAAM, vinculado à Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo. Ela é pensada para promover a saúde sexual e reprodutiva na adolescência. Acreditando que odo adolescente tem direito a uma assistência de qualidade e humanizada no que se refere à saúde sexual e reprodutiva, que respeite as características próprias desta fase da vida e suas
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AUTORES
Giulia Ocaña Acadêmica do Curso de Comunicação Social – Produção Editorial. Foi diagramadora da Revista Trinque e dos livros Imersão em Signos e Superliga Sonhadores, todos projetos desenvolvidos no curso. Atualmente é estagiária de Social Media na Comissão de Residência Multiprofissional em Saúde e em Área Profissional da Saúde (COREMU). Tem interesse por séries, cachorros e astrologia, não necessariamente nesta ordem.
Jean Rossi Acadêmico do Curso de Comunicação Social – Produção Editorial. Foi gestor editorial, revisor e diagramador da Revista Trinque e dos livros Imersão em Signos e Superliga Sonhadores, todos projetos desenvolvidos no curso. Atualmente é editor de conteúdos do Colégio Politécnico da UFSM. Seus interesses giram em torno de Netflix, Pokémon, Burger King e, claro, astrologia.
Kátia Alves Acadêmica do Curso de Comunicação Social – Produção Editorial. Durante o curso diagramou e/ou foi designer gráfica de projetos como a Revista Trinque, o livro Super Liga Sonhadores e o livro Quantas diferenças cabem na sua história? Atualmente é bolsista no Grupo de Pesquisa Tutorial Em Educação - PET Ciências Socias Aplicadas (PET CiSA). Obcecada por séries políciais, de suspense e/ou dramas e claro como boa aquariana também obcecada por perfeição e inovação no design gráfico e seus projetos em geral.
José Antônio Buere Acadêmico de Comunicação Social - Produção Editorial, sexto semestre. Já trabalhou como bolsista de produção na TV Campus da Universidade Federal de Santa Maria e atualmente atua como bolsista no projeto “Comunicação e mobilidade urbana: estudo de experiência cotidiana de deslocamento mediada por dispositivos móveis”. É apaixonado pela cultura pop e arte drag, gastronomia e astrologia e adora beber um bom vinho ou cerveja. Tem interesse na área audiovisual, com foco em roteiro e produção.
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Tipografias utilizadas: Antonio (títulos) Overpass (corpo do texto) Flaming (caracteres especiais) Papel Couché 120g/m² Capa Couché 300g/m² Imprensa Universitária - UFSM Novembro 2017