Centro ElAs/DelAs
Acolhimento e Empoderamento Feminino através da Tecnologia
Localizado no distrito do Jabaquara, na zona Sul da cidade de São Paulo, o terreno de 2623.72 metros quadrados, dá lugar a um centro de acolhimento e empoderamento a pessoas que se identificam com o gênero feminino vítimas de violência ou em situação de vulnerabilidade social, sendo apoiado pela união de setores públicos e privados, com um programa completo que visa contemplar todas as fases de recuperação da mulher até sua independência através de capacitação nas áreas de TI oferecido por incentivo privado de empresas da área, dessa forma capacitando essas pessoas profissionalmente para que não retornem para situações físicas, emocionais ou sociais que se encontravam, e em paralelo suprindo um déficit de profissionais e diversidade de gênero do setor.
A escolha do local se deu pela fácil localização visto que o terreno se encontra ao lado do Terminal-Estação de Metrô Jabaquara, em uma localização bem servida de transporte, dessa forma facilitando o acesso do público feminino ao local. Outros pontos levados em consideração na escolha do local foram a ausência de equipamentos, falta de delegacia da mulher, e alta vulnerabilidade social da região.
O projeto tem como principal objetivo através do papel social da arquitetura ser um equipamento fortalecedor do feminino, servindo não só de acolhimento para mulheres dentro do programa, como também um espaço seguro para moradoras e trabalhadoras da região, e um marco feminino da cidade para todas que queiram visitar o local.
O partido projetual se apoia na localização entre ruas (esquina), trazendo um térreo aberto através de pilotis gerando conexão com o entorno pois facilita o fluxo para o metrô por dentro do terreno, além da fachada ativa e conexão com a praça localizada no interior do terreno. Aproveitando as duas ruas que cercam o terreno, se erguem os blocos, sendo o bloco habitacional voltado a R. Nelson Fernandes, e o bloco institucional voltado para a R. dos Jornalistas, assim evidenciando os acessos diferentes. Além disso, os blocos rígidos de circulação vertical e banheiros ficam voltados para o interior do terreno, deixando assim áreas mais valorizadas e de permanência que necessitam de mais luz voltadas para as fachadas principais.
PLANTA | Térreo | Cota 816.31
Tanto pela Rua Nelson Fernandes como pela Rua dos Jornalistas existe passagem aberta facilitando o fluxo para o metrõ, e para o interior do edifício onde se encontra a praça.
A praça tem um papel fundamental, tan-
to no ponto de vista ambiental, como no ponto de vista social. No ponto de vista ambiental contribui para a permeabilidade da região e cobertura vegetal. E no ponto de vistal social, busca trazer um local de descanso, contemplação e segurança para aquelas que moram, trabalham ou frequentam a região.
Os estabelecimentos comerciais presentes no térreo também servem de
socialização e comodidade para os usuários do edifício ou da região, sendo dois ambientes voltados para lojas, um café e uma livraria. Além disso os estabelecimentos comerciais são pontos de “disfarce”, ou seja, trazem segurança e privacidade para mulheres que não querem expor ou precisam evitar que saibam o motivo por qual estão acessando o edifício, um exemplo mulheres que es-
tão no local para denunciar violência ou abuso.
Enquanto isso, o subsolo conta com vagas para usuários do edifício, principalmente para estacionamento de viaturas da delegacia. Conta com espaço para carga e descarga, bicicletário e vagas de idoso/cadeirante. Também está concentrado no subsolo ambientes de serviços.
1 29.58m²
19.99m² 24 Apartamento 36.40m² 9 Duplex 89.05m² 8 Cozinha 29.58m² 1 Lavanderia 16.12m² 1 Refeitório 327.46m² 1 Empoderar Lazer Academia 388.60m² 1 Sala de Yoga 109.92m² 1 Sala de Dança 115.42m² 1 Profissional Coworking 316.67m² 1 Sala de TI 2 64.67m² 2 Sala de TI 2 47.79m² 4 Sala
ário, onde entra o acolhimento de fato de mulheres que necessitam de uma moradia de curto a médio prazo. Por fim, momentos empoderar e cuidar, etapas do programa mais focadas em trazer independência e elevar a autoestima da mulher.
O segundo e terceiro pavimentos, são focados em espaços mais coletivos, tanto no bloco institucional como no bloco residencial.
No bloco residencial os pavimentos apresentam ambientes focados em empoderar, como sala de dança, academia e sala de yoga no segundo pavimento. E no terceiro pavimento cozinha e lavanderia coletiva, com um grande espaço para o refeitório, com mesas redondas justamente para provocar interações e comunicação entre as mulheres que estão sendo acolhidas.
No bloco institucional o segundo pavimento pavimento apresenta todo o momento inicial da mulher no Centro Elas/Delas, ou seja, apoio jurídico, médico e pscicológico. No terceiro pavimento apresenta o ambiente de coworking, com foco em proporcionar interações e comunicação, dando ênfase no networkig. Ainda no coworking há três salas de reunião que podem ser reservadas para questões mais privativas.
Por fim, ainda no terceiro pavimento um grande terraço que serve como ambiente de descompressão e contemplação para os dois blocos, porém há uma retrição entre blocos para evitar acessos não permitidos a área de acolhimento.
No quarto pavimento residencial, inicia-se as unidades habitacionais para acolhimento de mulheres que necessitam de moradia, podendo ser moradia individual ou em família, para mulheres que possuem dependentes, ou seja, filhos.
O projeto possui 5 pavimentos de unidades habitacionais, totalizando 44 unidades, com 3 diferentes tipologias. Nos pavimentos tipos 5 e 8, estão concentradas as unidades de 20m² e 38m². A unidade de 20m² pode comportar até 2 mulheres, e a unidade de 38m² pode comportar até 2 mulheres, ou 1 mulher e 1 criança.
Entre os pavimentos 3 e 9, estão concentradas as unidades duplex de 89m², estas focadas mulheres com mais de uma criança ou em uso coletivo contemplando até 4 mulheres acolhidas que necessitam de acolhimento por prazos maiores.
Em relação ao duplex, todos são acessados pelo mesmo pavimento, sendo que algumas unidades são acessadas pelo pavimento inferior do duplex, e outras são acessadas pelo pavimento superior do duplex. Essa escolha de projeto possibilitou a diminuição da circulaçao horizontal, e possibilitou assim mais espaço para essas unidades coletivas ou familiares.
Sobre a cirulação horizontal que divide as unidades de 20m² e 38m², foram projetadas com uma largura maior que circulações convencionais. O propósito por trás dessa escolha projetual é proporcionais interações entre as mulheres acolhidas, estas estão em um momento de fragilidade, muitas vezes com sensação de solidão, e a circulação horizontal é um grande ponto de encontro entre “vizinhas”, deixando assim de ter apenas o papel de passagem e ganhando o papel de conexão.
Para a parte estrutural foram aplicadas dois tipos de estrutura, sendo pilares, vigas e lajes de concreto armado no edificio residecial; e no edifício institucional estrutura mista de concreto armado na laje, e metálica nas vigas e pilares possibilitando assim um vão maior.
Toda a extensão do edifício possui eixos estruturais de 5m x 6,25m com modulação de 1.25.
Em relação a materialidade da fachada, o edifício institucional
possui uma cortina de vidro coberta por módulos de alumínio composto em cores vibrantes. Os módulos e cores foram escolhidos para trazer contemporanidade ao edifício remetendo a tecnologia que faz parte do programa institucional. Além disso, esses módulos protegem a camada de cortina de vidro dos raios solares.
Já o edifício residencial é repleto de varandas, que trazem uma leveza para o edifício e sensação de lar tanto exteriormente, como para mulheres acolhidas internamente. Ainda nas varandas, em
suas paredes laterais foram usadas as mesmas cores da fachada do edifício institucional assim trazendo conexão entre as fachadas.
A escolha do concreto aparente, e cores vibrantes em detalhes do edíficio tem como premissa remeter a situação que está sendo cortada da vida das mulheres, ou seja, a brutalidade do concreto é cortada por pontos vibrantes, assim como as situações de violência e vulnerabilidade são cortadas pela coragem, força e esperança das mulheres, estas que enxergam que ainda podem vibrar.
TRABALHO FINAL DE GRADUAÇÃO DE CURSO
Orientando: GABRIELA JANNUZI BASTOS
Orientador: FANNY SCHROEDER DE FREITAS ARAUJO
Tema: CENTRO ELAS/DELAS | ACOLHIMENTO E EMPODERAMENTO FEMININO ATRAVÉS DA TECNOLOGIA
No topo do edifício, de forma bem isolada se encontra a creche para cuidado e supervisionamento de crianças que estão sendo acolhidas junto com suas mães. A escolhda da creche no topo do edifício é proposital, dessa forma dificultando o acesso de terceiros.
Além disso, há um segundo terraço, também servindo como descompressão, e além disso contemplação do sol e lua. Por fim, nos últimos pavimentos de cada edifício estão concentradas as áreas técnicas de funcionamento dos mesmos, como casa de máquinas e caixa d’água.
TRABALHO
FINAL DE GRADUAÇÃO DE CURSO
Orientando: GABRIELA JANNUZI BASTOS
Orientador: FANNY SCHROEDER DE FREITAS ARAUJO
Tema: CENTRO ELAS/DELAS | ACOLHIMENTO E EMPODERAMENTO FEMININO ATRAVÉS DA TECNOLOGIA