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nesta edição
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Turismo Fruto de investimentos internacionais, a chegada de resorts amplia a oferta de hospedagem de luxo e colabora para a mudança do perfil turístico do Ceará
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Esporte Olímpico Com a entrada em funcionamento do Aquiraz Golf Links, Ceará ganha primeiro campo de golfe e passa a receber jogadores e turistas
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breves
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editorial É tempo de expansão
negócios Negócio da África
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entrevista Um desbravador do Atlântico,
Estudo dos portos fará diagnóstico das potencialidades de negócios
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comércio exterior Exportações das Micro e Pequenas Empresas para países da CPLP
com Eduardo Bezerra Neto, superintendente do Centro Internacional de Negócios do Ceará - CIN-CE
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investimento Lazer com requinte
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informecial Vivo - Conexão a serviço do Brasil
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tecnologia Infobrasil 2010
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Cozinha portuguesa Magia dos doces portugueses encanta paladares e faz sucesso nas mesas de todo o mundo, inclusive nas brasileiras
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Clube de golfe inicia atividades e prepara os primeiros torneios
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administração Gestão de qualidade
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gastronomia Além da língua
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informecial Martifer - Confiança e competência no setor de energia
página jurídica Lei 11.638/07 e a nova realidade contábil
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intercâmbio Em busca de negócios além-mar
cultura Dicas de livros
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agenda
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lazer Ceará na rota internacional dos amantes do golfe
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literatura
breves | notícias
Escritora Beatriz Alcântara lança “Palavras Cúmplices” Versos e ensaios em uma única obra. Em seu décimo segundo livro, a escritora Beatriz Alcântara passeia por palavras, frases e sentimentos. “Palavras Cúmplices – Verso & Reverso” traz a já conhecida riqueza dos versos e faz uma mescla com a inspirada prosa de Beatriz Alcântara (na foto, com seu esposo, Lúcio Alcântara). O livro tem duas capas, cada uma voltada para um dos gêneros. Se o leitor abre o livro pela parte Verso, se depara com visões sobre a família, o amor, lugares guardados na memória, morte, vida e a própria poesia como fonte inspiradora. Quando se gira o livro e se começa pelo Reverso, o leitor encontra no texto “O Escritor e o Processo Criativo” o ponto de partida para
uma série de três ensaios – Janela; Pedra; e Porão & Sótão. Beatriz Alcântara nasceu em Fortaleza (CE) e foi criada em Portugal. Além de colecionar prêmios literários, é titular de diversas entidades literárias de renome, como as Academias Cearense e Fortalezense de Letras, a Academia de Letras e Artes do Nordeste, a Sociedade Amigas do Livro, a Rede de Escritoras Brasileiras (Rebra) e a União Brasileira de Escritores (UBE/SP). SERVIÇO: Palavras Cúmplices - Verso & Reverso De Beatriz Alcântara Editora Labirinto e Fundação Waldemar Alcântara Informações: fwa@fwa.org.br
indústria
I Cearápão movimenta setor da panificação cearense A cadeia produtiva da indústria da panificação, representada por empresários do setor, fornecedores e fabricantes de máquinas e equipamentos, ganhou um espaço específico para se reunir e discutir os avanços do setor, com a realização da primeira edição do CearáPão. Em uma iniciativa do presidente da Associação Cearense da Indústria de Panificação (ACIP), José Antônio Nogueira, o evento contará com uma série de atividades, em especial ações de capacitação sob a forma de oficinas de temas distintos, como sushi e chocolate, higiene e limpeza, produção de embalagens, lucra-
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sanduíches. Um dos destaques será a “Padaria Show”, um show room com as novidades em produtos e equipamentos de diversos fornecedores. Nogueira mantém a mais antiga panificadora do Ceará, fundada em 1932 e localizada em Fortaleza no bairro de Messejana, e reconhece a necessidade de fortalecer a indústria. “O setor de panificação é carente de eventos e acreditamos em uma iniciativa deste tipo como forma de colaborar para o crescimento de todos os envolvidos”, explica. tividade de self-service, entre outras. Os visitantes do Cearápão – a ser realizado de 24 a 26 de agosto, no Hotel Praia Centro – também poderão visitar exposições de equipamentos e participar de concursos de pães, doceria e
SERVIÇO: De 24 a 26 de agosto de 2010 Local: Hotel Praia Centro - Fortaleza-CE Informações: (85) 3272 8751 com Márcia e Salete ou (85) 3276 6061 com José Antônio
eleições
comunicação
Conselheiro da Imprensa Portuguesa visita o Ceará O jornalista Carlos Fino, conselheiro de Imprensa da Embaixada de Portugal no Brasil, esteve em visita ao Vice-Consulado português no Ceará e participou de atividades com a comunidade lusa no Estado. Em entrevistas aos jornalistas locais, Carlos Fino destacou a necessidade de ampliar o intercâmbio entre a imprensa brasileira e a portuguesa. “É necessário superar os preconceitos mútuos que ainda acometem muitos brasileiros e portugueses, e isso seria possível com o maior trânsito de informações”, disse. O conselheiro completou afirmando que vários aspectos da realidade portuguesa ainda são desconhecidos pelos brasileiros, o mesmo acontecendo em sentido inverso. Durante a visita, Carlos Fino reuniu-se com a diretoria da Câmara Brasil-Portugal no Ceará, encontrou com membros da Academia do Bacalhau e visitou pontos turísticos cearenses que contam com investimentos de empresários portuguesas, como o Aquiraz Riviera. O jornalista iniciou sua carreira como jornalista na década de 1970, na Radiotelevisão Portuguesa (RTP), onde desenvolveu todo o seu trabalho. Foi correspondente em Moscou (Rússia), chefe da delegação e correspondente da RTP em Bruxelas (Bélgica) e em Washington (EUA). Destacou-se como correspondente de guerra, tendo estado presente aos conflitos da Chechênia (1994), Kosovo (1999) e no Afeganistão (2001).
Rômulo Alexandre se mantém no comando do Conselho das Câmaras A consolidação das relações Brasil-Portugal passa pelo reforço do papel institucional das câmaras de comércio. Nos últimos anos, elas têm encontrado cada vez mais voz ativa na sociedade e contado com o respaldo do Conselho das Câmaras Portuguesas de Comércio do Brasil. A entidade realizou suas eleições no último dia 14 de abril, em Belo Horizonte (MG), e as Câmaras decidiram pela reeleição do atual presidente do Conselho, Rômulo Alexandre Soares, para o biênio 2010/2011. O evento contou com representantes de todas as Câmaras, além da presença do embaixador de Portugal no Brasil, João Salgueiro. Para o presidente da Câmara Brasil-Portugal no Ceará, Jorge Chaskelmann, o Conselho “tem desempenhado papel importantíssimo na coordenação do conjunto dos esforços para fortalecer e melhorar a informação e a imagem dos nossos associados frente ao mercado brasileiro”. Segundo Chaskelmann, ações como a centralização e unificação dos websites, além da organização de eventos como o V Encontro de Negócios da Língua Portuguesa abrem caminhos para a evolução dos negócios nos países lusófonos.
novos sócios
Câmara amplia seu time de sócios Em ano de Copa do Mundo, as equipes se preparam para entrar em campo com força máxima. Com o mesmo espírito de se fortalecer cada vez mais como entidade, a Câmara Brasil-Portugal no Ceará segue essa filosofia e anuncia novos sócios nestes primeiros meses de 2010. As empresas e instituições vêm como reforço para um time já consolidado que conta com mais de 120 sócios em diversas áreas. Ao todo, são 14 empresas que trazem para o grupo novos conhecimentos de mercado e buscam possibilidades de geração de negócios. Conheça abaixo os novos participantes da CBP-CE: Ampla Engenharia e Meio Ambiente e Planejamento Causa e Efeito - Comunicação Visual Dream Serviços Turísticos & Gestão Empresarial E-novar Soluções Tecnológicas Fibra Engenharia Infante Santo Empreendimentos Imobiliários Martifer Renováveis Geração de Energia e Participações Mega Advocacia MZG & Lima Consultoria e Contabilidade OSS Consulting RHesult Sanford Consultoria Imobiliária e Representações Terra Quente Agropecuária Time Incorporação e Gestão Jan-Fev-Mar 2010 5
setor imobiliário
breves | notícias
Nordeste na rota do mercado Premium de imóveis A região Nordeste acaba de entrar de forma definitiva no mercado imobiliário na categoria Premium. Atuando nos estados do Ceará, Maranhão, Pará e Piauí, a IN´s Brasil foi eleita pela Christie´s Great Estates – braço imobiliário da Christie's –, como representante exclusiva para comercialização de imóveis Premium nesta região do país. A oficialização para a sociedade ocorreu em abril, com a presença do vice-presidente da Christie´s Great Estates, Rick Moeser. No escopo da IN´s Brasil, imóveis de alto padrão em níveis nacional e
internacional, como a Casa Grande, localizada em Flecheiras, no município de Trairi (Ceará). O diretor executivo da IN´s Brasil e sócio da Câmara Brasil-Portugal no Ceará, o português Francisco Próspero, explica que entre os objetivos da empresa está o de apresentar e disseminar esse conceito de imóveis Premium. “Mas também pretendemos mostrar que estamos aqui para ser elemento respeitador das tradições locais e que ao mesmo tempo irá contribuir para o desenvolvimento das relações internacionais dos mercados imobiliários
cearense e nordestino”, afirma Próspero. Fundador da IN´s Portugal, o empresário dirige este novo projeto contando com a colaboração de reconhecidos profissionais locais e internacionais ligados a várias vertentes do mercado imobiliário como arquitetura, engenharia, direito, área fiscal, comercial, entre outras. SERVIÇO: Avenida Dom Luís, 1200 Torre Business Salas 411-412 - Fortaleza-CE CEP 60160-230 - Fone: (85) 3267 4584 E-mail: ceara@insbrasil.com
internet
Site da CBP-CE é recordista de acessos Após passar por reformulações, os endereços virtuais das Câmaras Portuguesas de Comércio no Brasil receberam novos recursos, ganharam novas ferramentas e, com isso, estão oferecendo aos leitores ambientes de navegação mais agradáveis. Perfil na rede de microblog Twitter, vídeos disponibilizados em canais do Youtube, revista em formato eletrônico são algumas das inovações que estão ao alcance de todos. São os efeitos da Web 2.0, que está revolucionando a forma de se construir um site ao possibilitar maior interatividade e tornar a assimilação do conteúdo mais fácil para o internauta. Durante levantamento realizado entre os dias 1º e 31 de março, o Google Analytics registrou em todo o portal 4.800 acessos e 11.313 exibi-
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ções de páginas, sendo 56% realizadas por novos navegadores – valores que representam um incremento de 75% no número de usuários se comparados ao mesmo período do ano passado. Dentre as câmaras de comércio existentes e o site do Conselho, a Câmara Brasil-Por-
tugal no Ceará (CBP-CE) foi a recordista no número de acessos ao registrar a marca de 2.494 exibições de página. Outro fator positivo foram as exibições de páginas únicas, um crescimento de 181%, saltando de 641 para 1.805. Em segundo lugar ficou a Câmara Portuguesa de Comércio da Bahia e, em terceiro, o site do Conselho das Câmaras Portuguesas. Para Jorge Chaskelmann, presidente da CBP-CE, “a preocupação de nossa equipe é com a manutenção de conteúdo consistente e inserção de informações relevantes tanto das ações da Câmara, quanto de nossos parceiros. Isso faz com que nosso site tenha essa grande aceitação e se torne uma referência”, explica. O site oficial da Câmara é o www.brasilportugal.org.br/ce.
eventos economia
Guia de Investimentos facilita acesso a informações sobre o NE O recém-lançado Guia de Investimentos do Nordeste 2010, concebido pelo Grupo de Comunicação O Povo, serve como uma bússola para descobrir o potencial econômico dos nove estados da Região Nordeste. A publicação apresenta um mapa dos principais empreendimentos realizados na região, mostrando detalhes dos mais relevantes setores da economia regional. Tratase da primeira publicação a reunir informações desses estados sob esta ótica. Voltado, prioritariamente, para o investidor internacional, a obra conta com 268 páginas e traz o perfil das principais cidades nordestinas, indicadores econômicos e entrevistas com personagens regionais relevantes, como os governadores dos Estados. Todos os textos têm versões em português e inglês. A Câmara Brasil-Portugal apoia a iniciativa e vem colaborando na
divulgação e na distribuição direcionada a investidores portugueses com interesse em firmar negócios na região. Segundo o executivo de Projetos Especiais do jornal O Povo, Cliff Villar, “o Guia tem o propósito de apresentar a região como um celeiro de oportunidades nos mais diversos setores, como logística, energia limpa e turismo”.
Todos os caminhos levam à Copa A Copa da África do Sul está chegando e faltam poucos dias para o início do maior torneio de futebol do mundo. Mas antes mesmo do pontapé inicial nos campos, o país vem respirando o torneio e todos os esforços vêm sendo canalizados para viabilizar o espetáculo. E o que precisa ser feito para garantir o conforto de quem vai jogar ou assistir aos jogos ao vivo e ainda às transmissões ao vivo para centenas de países? Qual é a fórmula para fazer de um evento desse porte um sucesso? Para mostrar aos empresários cearenses como se
Dentre os vários conselhos passados por Correia aos empreendedores locais – que se preparam para a Copa do Mundo de 2014 –, um dos principais foi que o Brasil precisa aproveitar muito bem o que está sendo feito na África do Sul. “A Copa deve ser vista como uma oportunidade que o Estado tem para se projetar mundialmente. O Brasil pode aprender com os erros da Copa da África”, destacou. Para Correia, uma das tarefas mais importantes a serem cumpridas diz respeito à infraestrutura aeroportuá-
marca um gol de placa em um evento futebolístico de grande porte, a Câmara Brasil-Portugal no Ceará iniciou seus Almoços de Negócios de 2010 trazendo a Fortaleza o ex-secretário de Turismo do governo português, Luís Correia da Silva, que apresentou o planejamento realizado em Portugal para a realização da Eurocopa 2004. O evento foi um sucesso de público, com aceitação de grande parte dos sócios e de convidados, que lotaram o salão de eventos do Hotel Gran Marquise.
ria, seguida pela boa oferta hoteleira. Caso essas questões essenciais não estejam funcionando perfeitamente, o resultado da Copa pode se reverter em negativo para o Estado. “Não basta apenas construir estádios. Os jogos têm curta duração e o mais importante é que as cidades preparem um cenário que faça o turista ficar o maior tempo possível na cidade. Locais voltados ao entretenimento, serviços médicos e segurança obrigatoriamente merecem atenção”, reforçou o executivo. Jan-Fev-Mar 2010 7
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editorial A Câmara Brasil-Portugal no Ceará - Indústria, Comércio e Turismo (CBP-CE) surgiu em junho de 2001. Atualmente, a entidade conta com cerca de 130 associados entre sócios pessoa física e pessoa jurídica. O objetivo principal da entidade é apoiar as atividades empresarias e influir nas políticas públicas vinculadas às relações luso-cearenses no âmbito das áreas de atuação da Câmara. DIRETORIA Presidente
Jorge Duarte Chaskelmann 1º Vice-Presidente
José Maria McCall Zanocchi 2º Vice-Presidente
Huga Mendes Oliveira Diretor Tesoureiro
José Manuel Dias Rodrigues Diretor de Energia e Meio Ambiente
Mário Freire Ribeiro Filho
Diretor de Promoção Turística e Hotelaria
José Augusto Pinto Wahnon
Diretor de Turismo e Infraestruturas de Apoio
Arthur Oliveira Costa Sousa Diretora Executiva
Clivânia Maria Alves Teixeira Diretor de Negócios e Parcerias
Emilia Buarque Resende
Diretor de Negócios e Parcerias
Antonio Roberto Alves Marinho Diretor de Qualidade e Competitividade Ricardo Medeiros de Viana Av. Barão de Studart, 1980 - 2º Andar Ed. Casa da Indústria (FIEC) Fortaleza-CE - CEP: 60120-901 Fone e Fax: + 55 85 3261 7423 E-mail: secretariace@brasilportugal.org.br
BRASILPORTUGAL NO CEARÁ
A Revista Brasil-Portugal no Ceará é uma publicação trimestral da Câmara Brasil-Portugal no Ceará Ano 1 - # 2 - Janeiro-Fevereiro-Março de 2010 Conselho Editorial
Clivânia Teixeira, José Maria McCall Zanocchi e José Wahnon Jornalista Responsável
Mauro Costa (CE01035JP) Redação
Aline Romero, Déborah Duarte, Denise Mustafa, Gabriela Alves, Juliana Lousada, Larissa Viegas, Rafaela Britto, Roberta Ribeiro, Rodrigo Coimbra e Samira de Castro
É tempo de expansão
O
s últimos acontecimentos envolvendo a Câmara Brasil-Portugal no Ceará (CBP-CE) demonstram o caminho certo escolhido pela entidade. Sem evocar qualquer falsa modéstia ou superestimar percepções, é com satisfação que acompanhamos o crescente reconhecimento obtido por nossa entidade, bem como o aumento no interesse de empresas e instituições em conhecer melhor a Câmara e participar de nossas atividades. Exemplo disso foi a elevada presença de sócios e de novos convidados no primeiro Almoço de Negócios deste ano, onde o público superou as estimativas da diretoria. Junte-se a isso os diversos retornos recebidos pela Câmara aos boletins semanais de notícias, enviados por e-mail e que trazem fatos de interesse dos envolvidos nas relações lusocearenses. E registramos ainda com alegria a progressão no número de associados, em uma diversidade de setores que somente agrega valor a quem participa ativamente da entidade. Afinal, estão entre os principais objetivos de uma Câmara de Comércio os de fomentar negócios, descobrir oportunidades e unir interesses comuns. De uma entidade pequena e de ações tímidas em seu início, hoje a CBP-CE chega a um estágio de consolidação e maturidade que nos leva a buscar novos horizontes. Isso tudo se deu graças ao trabalho incansável de todos os presidentes e diretores que construíram essa curta carreira de sucesso. O tempo agora é de se planejar para dar passos mais ousados. E, para isso, contamos com o apoio dos nossos associados e parceiros, para que possamos juntos elevar ainda mais a importância das relações comerciais, econômicas e sociais entre o Brasil, em especial o Ceará, e Portugal. A Diretoria
Concepção Gráfica / Design Editorial
GMS Studio - Glaymerson Moises Produção
(85) 3258 1001 - www.ad2m.com.br Os artigos assinados da revista não necessariamente refletem a opinião da entidade e são de exclusiva responsabilidade dos autores. Jan-Fev-Mar 2010 9
entrevista Eduardo Bezerra Neto, J. R. SOBRINHO - AIRM - FIEC
superintendente do Centro Internacional de Negรณcios do Cearรก (CIN-CE)
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UM DESBRAVADOR DO ATLÂNTICO AS RELAÇÕES ECONÔMICAS ENTRE O CEARÁ E PORTUGAL TÊM NA FIGURA DE EDUARDO BEZERRA NETO UM DOS SEUS PRINCIPAIS ARTICULADORES A fala mansa e o jeito tranquilo e simpático escondem um perfil guerreiro quando se fala de uma causa que, há pouco mais de uma década, seria considerada algum tipo de devaneio de visionários. Pois a bandeira defendida pelo cearense Eduardo de Castro Bezerra Neto se mostrou não somente viável, mas também ganhou uma relevância tal a ponto de hoje fazer parte da realidade empresarial não somente do Ceará, mas de todo o Nordeste. Foi graças a Eduardo Bezerra Neto que as relações comerciais entre o Ceará e Portugal ganharam um novo rumo e se consolidaram, com a geração de uma nova safra de empreendedores preocupados em fazer negócios além-mar, seja aportando no Brasil ou virando os olhos para a Europa e para a África. Bacharel em Direito e Ciências Econômicas, com Master of Science na Universidade do Arizona (EUA), Eduardo Bezerra Neto foi professor universitário, exerceu diversos cargos públicos e foi Superintendente do Sistema FIEC (Federação das Indústrias do Estado do Ceará) entre os anos de 1995 a 99. A partir de 1999, assumiu a Superintendência do Centro Internacional de Negócios do Ceará (CIN/Ceará), onde passou a voltar suas atenções para ampliar o foco de negócios das relações luso-cearenses, e teve papel preponderante na criação da Câmara Brasil-Portugal no Ceará. Nesta entrevista, Eduardo Bezerra Neto trata com a discrição e a humildade habituais o seu papel nesse novo momento histórico da economia cearense e compartilha com os leitores da Revista Brasil-Portugal no Ceará muito do seu conhecimento e experiência.
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O que levou o Sr. a se interessar pelas relações comerciais luso-brasileiras e motivar os empresários cearenses a abrir os olhos para a causa lusófona? Quando surgiu essa oportunidade de ampliar as fronteiras e resgatar os laços entre Ceará e Portugal, desta vez com o foco em negócios? A economia globalizada levou à formação de grandes blocos nos espaços desenvolvidos do planeta. As ações conjuntas desses blocos são muito mais fortes do que seriam as ações isoladas dos países que os compõem. Os países de língua portuguesa não podem formar um bloco, porque falta a continui-
dade territorial. Mas podem formar uma comunidade de negócios e, por essa forma, tornar mais fortes as relações entre si. No que diz respeito à Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), Portugal e Brasil sempre tiveram papel de liderança. Por ser o segundo destino dos investimentos portugueses no Brasil, é natural que o Ceará procure ampliar suas relações com o país que é responsável por nossas origens. Mas não apenas isso, as economias emergentes estão crescendo rapidamente, como é o caso de Angola, de modo que, em breve, teremos relações multilaterais bem estruturadas.
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Quais os desafios enfrentados na criação da Câmara de Comércio Brasil-Portugal no Ceará? Devemos entender que os Consulados Honorários são instituições criadas a partir das relações entre governos. As Câmaras de Comércio, que quase sempre se expandem para incluir Indústria, Turismo e Investimentos, são espaços de relações empresariais. Antes da Câmara ser criada, essas relações decorriam em um ambiente de individualismo, sem organicidade. Sua criação contribuiu para facilitar as relações entre as partes, proporcionando aos sócios uma cobertura de confiabilidade. Jan-Fev-Mar 2010 11
entrevista | Eduardo Bezerra Neto SANTOS AIRM – FIEC
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Como foi a receptividade da sociedade cearense ao surgimento de uma câmara de comércio nestes moldes? Houve apoio governamental, nas esferas federal e estadual, ou a iniciativa foi encarada com desconfiança? As relações entre Portugal e o Ceará têm uma história bastante longa. Ao ser criada a Câmara, o ambiente favorável já existia. A nova entidade veio agregar um novo impulso às relações de negócios, favorecendo os empreendedores, quer de Portugal, quer do Ceará.
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O Sr. acha que o empresariado cearense e nordestino já despertou para o potencial de geração de negócios advindo da participação direta em entidades como as câmaras de comércio? Este é um espaço de aprendizado contínuo. Nenhuma Câmara pode afirmar que cumpriu sua missão. Fatos novos sempre estão a surgir. As relações de negócios crescem em valor e se tornam objeto da automação dos processos e da informatização das relações. Existe um horizonte bastante amplo pela frente, possibilitando o crescimento. O empresariado cearense e nordestino está se sensibilizando nesse sentido. Todavia, é necessário ser realista para reconhecer que o Sudeste e o Sul do Brasil vêm avançando em um ritmo que constitui um desafio para o nosso Estado e a nossa região.
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Quais áreas podem ser destacadas como aquelas que mais evoluíram nesse processo de relações comerciais bilateriais? Os investimentos portugueses na área do turismo, incluindo hotéis, restaurantes e equipamentos correlatos estão acima dos investimentos em unidades agrícolas e industriais. Não 12 Brasil-Portugal no Ceará
obstante, tudo está em processo de crescimento. No cenário de incertezas que marca o presente, torna-se difícil prever qual será o perfil das relações Portugal-Ceará no curto e no médio prazos. Estando no Brasil, falar do longo prazo é muito arriscado. Não obstante, se do lado dos investimentos os portugueses estão em uma posição que ultrapassa a dos cearenses, por outro lado, nas relações de comércio, Ceará e Brasil exportam mais para Portugal do que importam.
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O Sr. acredita que as relações mercadológicas entre o Brasil, em especial o Ceará, e Portugal já estão consolidadas? Ainda existem mercados específicos a serem explorados entre esses atores? Não existe consolidação de relações comerciais, como não existe consolidação em outras relações de negócios. Tudo é muito dinâmico. Neste particular, a inteligência comercial é um instrumento valiosíssimo para identificar novas oportunidades. Onde quer que elas surjam, convém investir nelas, E, adiante, colher os frutos.
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A África surge como novo filão a ser desbravado, em especial no que diz respeito aos países lusófonos. Já existem relações constantes firmadas
com Cabo Verde e Angola é a nova bola da vez. Como o Sr. avalia essa aproximação entre o Ceará e a África e quais os obstáculos a serem superados para a solidificação deste processo de aproximação? A geografia funciona como elemento facilitador das relações de comércio e de outros negócios. A África está “do lado de lá” do Oceano Atlântico. No entanto, existe um elemento gerador de dificuldades. Trata-se da logística. Impõe-se equacionar as rotas marítimas e o equipamento dos portos, de modo a reduzir o tempo de trânsito e o custo dos fretes. É bem verdade que Cabo Verde e Angola detêm a liderança nas relações presentes. No entanto, no futuro será importante olhar para o conjunto dos países de língua portuguesa, no sentido de trazer para todos os benefícios do desenvolvimento. Naturalmente considerando que a igualdade é impossível de se alcançar. Porém uma melhor equidade, sem dúvida.
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Para o Sr., quais os próximos passos evolutivos desta cadeia produtiva? É chegado o momento de transferir as perguntas para os empresários. Eles são mais confiantes na visualização do futuro. Pessoalmente, sou bastante cauteloso, pelo que prefiro calar. Outros melhor qualificados responderão por mim.
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investimento | turismo
LAZER com REQUINTE CHEGADA DOS GRANDES RESORTS ABRE NOVO POTENCIAL PARA TURISMO DO CEARÁ
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ncorado nos seus atrativos naturais e na solidez de sua economia, o Ceará se consolida como destino de vultosos investimentos internacionais, sobretudo nos mercados turístico e imobiliário. O capital luso-brasileiro – com projetos da envergadura do Aquiraz Riviera e do Vila Galé Cumbuco, ambos de sócios da Câmara Brasil-Portugal no Ceará – vem alavancando os dois
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segmentos, gerando empregos e contribuindo para a criação de uma nova dinâmica socioeconômica em cidades litorâneas com atividades pouco estruturadas até então. Além do aporte de recursos, que somados superam os US$ 500 milhões, os projetos do Aquiraz Riviera e do Vila Galé Cumbuco irão colaborar para deixar o Estado do Ceará na condição de competir com famosos destinos nacionais e inter-
nacionais de sol e praia. Também fomentam um novo nicho turístico: o do esporte, no caso o golfe, conhecido pelo elevado poder aquisitivo de seus praticantes. “Com os campos de golfe, o Ceará passa a ter uma visitação mais estruturada e menos sazonal, com um perfil de visitante de maior renda e que, preferencialmente, viaja em família”, afirma José Wahnon, diretor de Turismo do Aquiraz Riviera.
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Visitantes do Vila Galé Cumbuco irão dispor de luxuosos chalés
“O Aquiraz Riviera, como outros empreendimentos desenvolvidos no litoral cearense, significa uma mudança de paradigma no turismo do Ceará”, resume Wahnon. Segundo o executivo português, até hoje o turismo no Estado se baseia numa hotelaria tradicional, sobretudo em Fortaleza. “Com os resorts, poderemos começar a atrair mais visitantes do exterior e nacionais, que procuram meios de hospedagem realmente no perfil desejado deste produto e que até então estavam indo para a Bahia, o Rio Grande do Norte e Pernambuco, e que não vinham para o Ceará”, enfatiza. A economia estável – fruto de uma diretriz política responsável –, a ampliação da classe média e o aumento do consumo interno ratificam a escolha dos investidores luso-brasileiros em aportar seus recursos e know how no litoral cearense. Se o momento econômico em crescimento já era fa-
vorável, a conquista de Fortaleza como subsede da Copa do Mundo de 2014 é decisiva para colocar o Ceará e o Brasil definitivamente numa posição de destaque no turismo mundial.
COM OS OLHOS DO FUTURO “O Ceará recebe o turista de braços abertos e, da mesma forma, apoia os empreendimentos destinados a desenvolver nosso Estado como destino turístico”, afirma Bismark Maia, secretário de Turismo do Estado e presidente da Fundação Comissão de Turismo Integrado do Nordeste (CTI-NE). Todo o processo de investimento no Ceará, ainda segundo o secretário, tem como base e por planejamento, a estruturação de um cenário para as próximas décadas que permita ao Estado se consolidar como destino turístico no Brasil e no exterior. “Nosso interesse não é apenas Country Club do Aquiraz Riviera oferecerá opções de esporte e lazer com piscinas, quadras de tênis e poliesportiva, fitness, bar e deck molhado
À esquerda, José Wahnon, diretor de Turismo do Aquiraz Riviera; e ao lado, Bismarck Maia, secretário de Turismo do Ceará 16 Brasil-Portugal no Ceará
abrir as portas para o setor público e privado, mas fazer isso de forma ordenada sem jamais descuidar de nossos maiores patrimônios: um povo que sabe lutar e crescer e o nosso meio ambiente”, reforça Maia. O titular da Secretaria do Turismo acrescenta que o grande interesse do Estado está baseado na implantação de equipamentos que contribuam para o crescimento do setor e gerem desenvolvimento socioeconômico da população. “Temos, por exemplo, a necessidade de construir novos equipamentos hoteleiros horizontais para suprir a demanda de nichos importantes de mercado que procuram por esse serviço”. O secretário destaca ainda que o governo quer apoiar a implantação de equipamentos em número que atenda e preencha as lacunas no Ceará, especialmente em Fortaleza. “Nossa rede hoteleira na Capital é praticamente vertical e não permite acesso direto à praia. Por isso, é preciso diversificar os equipamentos criando novos atrativos para grupos específicos de visitantes. Equipamentos como resorts, pousadas de charme, hotéis dedicados a esportes e equipados com áreas de lazer e de diversão que atendem essa demanda e que sejam capazes de receber uma diversidade maior de turistas e famílias e, ao mesmo tempo, gerem desenvolvimento e emprego nas áreas onde são implantados, funcionando também como um
mecanismo importante de inclusão social e de integração da população local”, destaca o secretário Bismark Maia.
AQUIRAZ RIVIERA Com as obras em ritmo constante, as vendas com excelentes resultados e o início das atividades do campo de golfe, o Aquiraz Riviera pouco a pouco ganha forma enquanto empreendimento internacional de alto nível. Localizado na praia de Marambaia, município de Aquiraz, vizinho a Fortaleza, o Aquiraz Riviera será o maior empreendimento de padrão internacional do Estado, com valor global estimado em US$ 350 milhões. Fruto de uma parceria entre o investidor cearense Francisco Ivens Dias Branco e os grupos portugueses Dom Pedro Hotels e Solverde, além do Ceará Investment Fund, o Aquiraz Riviera conta com uma parte residencial e uma área hoteleira, cercadas por uma área de proteção ambiental com 58 hectares de fauna e flora locais e o primeiro campo de golfe do Ceará, além de 1.800m de frente para o mar. O Hotel Dom Pedro Laguna será seu primeiro empreendimento, com inauguração prevista para setembro deste ano. O Dom Pedro Laguna já está com mais de 70% das obras finalizadas, com investimento ultrapassando R$ 15 milhões. A estrutura conta com
38 chalés de um e dois quartos (seis deles com piscinas) e 64 apartamentos, além de ambientes com lagos artificiais. Terá dois restaurantes (principal e na piscina) e dois bares com room service 24 horas. Outras facilidades e serviços poderão acolher com maior mordomia e conforto os hóspedes como transporte interno em barcos e carros elétricos, SPA com tratamentos de estética, internet wireless e sala multimídia, piscina próxima à praia, academia de ginástica, clube infantil e salas de reuniões para até 200 pessoas. No fim de 2009, foi lançada a segunda etapa de vendas dos lotes residenciais do empreendimento. Ao todo, estão sendo comercializados nesta etapa 113 lotes residenciais, com valores a partir de R$ 321 mil e condições de pagamento em uma entrada mais 120 parcelas. As vendas estão sob a coordenação da Lopes Immobilis. A primeira fase do empreendimento disponibilizou 325 espaços a partir de 1.000 m², dos quais cerca de 90% já foram comercializados. As obras em curso de infraestrutura, como rede viária, elétrica e de água e saneamento básico já foram concluídas em 60%. E a previsão é finalizar tudo até o início de 2011.
“Acreditamos que o cearense possa se permitir morar com sua família em um complexo como o Aquiraz Riviera, que engloba área residencial e área hoteleira, além de um campo de golfe de padrão internacional, um beach club, country club, entre outros benefícios”, explica o diretor de Projetos, Jorge Chaskelmann. Ainda neste ano, o Aquiraz Riviera iniciará a construção de outros empreendimentos turístico-imobiliários no complexo. Para isso, a direção do empreendimento está em processo final de acordos de intenção com quatro grandes incorporadoras cearenses.
VILA GALÉ CUMBUCO Com cerca de 750 pessoas trabalhando no canteiro de obras, o Vila Galé Cumbuco é um projeto com investimento de cerca de R$ 110 milhões e que vai colaborar diretamente para a melhoria da realidade econômica e social do município de Caucaia, na região Metropolitana de Fortaleza. “Serão gerados mais de 300 empregos diretos e pelo menos 1.500 indiretos. O empreendimento vai produzir riqueza tangível. É o primeiro grande hotel resort do Ceará, que vai dar uma contribuição fundamental para a melhoria da Jan-Fev-Mar 2010 17
oferta turística do Estado”, afirma José António Bastos, Diretor de Operações da rede Vila Galé no Brasil. De acordo com o executivo, as obras do Hotel Vila Galé Cumbuco estão em bom andamento e já existe até uma data marcada para abertura: o dia 5 de outubro deste ano, com a festa de inauguração oficial agendada para o dia 23 do mesmo mês. “Finalmente, o Ceará vai poder oferecer ao mercado nacional e internacional um grande resort, com 465 quartos, SPA, quatro restaurantes, cinco bares, Centro de Convenções, Clube de Crianças, entre outros, com qualidade para captar novos fluxos turísticos”, enumera. De acordo com Bastos, as obras de infraestrutura por parte do Governo do Estado estão também em andamento. “E esperamos que estejam concluídas para a abertura do Hotel”, destaca, acrescentando que a etapa seguinte do Cumbuco Golf Resort, com a construção de condomínios turísticos e do campo de golfe, ainda aguarda conclusão, prevendo-se o início destas obras para o fim do corrente ano. O grupo português iniciou suas operações no Brasil em 2001, com a inauguração do Hotel Vila Galé Fortaleza. Em 2004, a rede lançou o Vila Galé Salvador e, dois anos depois, o Vila Galé Marés Resort Spa & Conference Hotel, em Guaraju ba (BA). Desde setembro do ano passado, o Vila Galé passou a ser
tamentos no Brasil. “O ano de 2010 apresenta-se com perspectivas muito favoráveis para os cinco resorts no País. A nossa aposta é agora a expansão para o Rio e São Paulo”, completa.
ENOTEL
José Antonio Bastos é diretor de Operações da rede Vila Galé no Brasil 18 Brasil-Portugal no Ceará
responsável pela gestão dos empreendimentos da Funcef. Dessa forma, são mais três hotéis operando com a bandeira portuguesa no Brasil: o Vila Galé Eco Resort de Angra (RJ), o Vila Galé Eco Resort do Cabo (PE) e o Vila Galé Cumbuco, no Ceará, totalizando quase dois mil apar-
Após conhecer as obras do Vila Galé Cumbuco, em visita ao Ceará no início do ano, o empresário e proprietário do grupo hoteleiro português Enotel, Estevão Neves, afirmou ao governador Cid Gomes que pretende investir R$ 210 milhões (cerca de 80 milhões de euros) em um complexo turístico hoteleiro na mesma região litorânea que o do grupo patrício. “O arranque das obras está apenas dependente da criação da infraestrutura (saneamento básico, água potável e energia elétrica), que é da responsabilidade das autoridades estaduais”, disse Neves. O novo investimento compreende um complexo turístico hoteleiro com 500 apartamentos, de características semelhantes ao que o grupo já tem em Porto de Galinhas, no estado de Pernambuco (com 374 apartamentos), local onde a Enotel está construindo um segundo resort, num terreno próximo do primeiro, este com uma previsão de 700 apartamentos e uma vasta área destinada a funções que envolvam até cerca de dois milhões de pessoas, e que poderá ser inaugurado em 2013. Estevão Neves fez, no final de 2009, um acordo operacional e comercial com a cadeia Riu Hotels, de capitais alemães e espanhóis, válido por seis anos, que prevê a operação conjunta de três unidades hoteleiras, com características de resort all inclusive, até 2015. A primeira, o atual Enotel Porto de Galinhas, aberto em 2008, começará suas operações em abril deste ano, passando a designar-se por Enotel Riu Porto de Galinhas. A segunda, já em construção, abrirá em 2013, e a terceira, cuja localização se sabe agora que será na Praia do Cumbuco, no Estado do Ceará, e abrirá portas até 2015.
informe publicitário
Vivo Conexão a serviço do Brasil
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onectar pessoas para que elas vivam melhor é permitir que elas possam se comunicar com amigos e familiares com facilidade, que acessem conteúdos informativos, de entretenimento e até educacionais a qualquer hora e em qualquer lugar. É com essa perspectiva que a Vivo, líder do mercado brasileiro de telecomunicações móveis, trabalha diariamente para levar o sinal de suas antenas e a sua prestação de serviço a mais de 3,4 mil municípios em todo o Brasil. Esse avanço na área de cobertura é profundamente notado no interior nordestino, e no interior do Ceará em especial. É o caso de Cariré, onde a Vivo instalou no último ano seu sinal e iniciou as operações comerciais no município, de 18 mil habitantes e distante 268 quilômetros da capital, Fortaleza. A partir dessa iniciativa, os moradores usaram pela primeira vez um serviço de telecomunicações móveis. Histórias similares são encontradas em outras localidades com as quais a companhia se comprometeu com a prestação de serviços. O município de Icapuí, no interior cearense recebeu o
sinal de Terceira Geração por meio da operadora. Desde a sua entrada no mercado cearense, em outubro de 2008, a Vivo vem expandindo sua cobertura e levando novas formas de conexão aos rincões brasileiros. E com o avanço da rede de Terceira Geração, que permite um acesso mais veloz com mobilidade à internet, as possibilidades de comunicação são ainda maiores. Um curioso formato que a Vivo analisa para uma implementação de sua cobertura a novas localidades, ainda mais distantes de grandes centros, é o uso de energias limpas, como eólica (vento) e solar para abastecer suas estações radiobase (ERBs), também conhecidas como antenas. Em um projeto piloto conduzido pela operadora, foram instaladas duas antenas, em fase de testes no estado do Piauí, nas cidades de São Raimundo Nonato e Parnaguá. Além dessas localidades, a operadora tem um plano mais três estações concentradoras de transmissão movidas a energias limpas na região Norte do Brasil, onde o acesso a fontes de energia cabeadas é restrito. As novas instalações fazem parte da rota de ligação entre as capitais paraense e amapaense – respectivamente, Belém e Macapá. Dados recentes de uma pesquisa conduzida pelo IDC apontam que os usuários da internet discada estão, cada vez mais, buscando alternativas móveis que trazem mais velocidade na conexão e a inegável vantagem de poder se locomover enquanto mantém o serviço ativo. Nesse mesmo estudo, a internet 3G no Brasil cresceu 82% em números de usuários em comparação ao ano anterior. Essa é a comprovação de que o Brasil é uma nação no caminho da informação, da sociedade em rede. O resultado de iniciativas como a da Vivo é a criação de um Brasil mais forte quando conectado. Jan-Fev-Mar 2010 19
informática | feira
INFOBRASIL 2010 JORNALISTA MARCELO TAS E CIENTISTA SÍLVIO MEIRA SÃO NOMES CONFIRMADOS. EVENTO DEBATERÁ OS CAMINHOS DA INTERNET COMO FOMENTADORA DE NEGÓCIOS
Evento é referência para os profissionais e pesquisadores das áreas de Informática e TI 20 Brasil-Portugal no Ceará
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Web 2.0 está alterando a forma de interação entre o internauta e o mundo virtual. Uma das oportunidades que este novo momento no mundo virtual criou foi o desenvolvimento de outras soluções utilizando a Internet como plataforma. As tão faladas Redes Sociais, representadas por serviços como Youtube, Orkut, Facebook, Myspace e, mais recentemente, pelo Twitter, entraram de vez na mente e no cotidiano não só das pessoas, mas também das empresas. Pesquisa do Ibope Nielsen Online, divulgada em 2009, apresentou números impressionantes: em cinco anos, a quantidade de usuários das redes sociais no Brasil quase dobrou, chegando a 5,3 milhões em setembro. A liderança ficou com o Orkut, utilizado com frequência por uma média de 26 milhões de internautas mensal-
mente. Com apenas quatro anos de existência, o Twitter – a febre do momento – alcançou a marca de 75 milhões de perfis no microblog e 50 milhões de tweets por dia. Outro fato relevante diz respeito à quantidade de internautas surfando nas ondas da Web. Em 2009, só em território nacional, eram 46,7 milhões de pessoas. Investimentos e projetos do Governo Federal para ampliar o acesso à internet banda larga em todo o Brasil reforçam o papel da Internet. A nanotecnologia coloca na palma das mãos o mundo virtual, seja por meio dos computadores portáteis, seja nos aparelhos celulares cada vez mais recheados com recursos e múltiplas funções. Para abordar os adventos da tecnologia no mundo virtual com a merecida atenção, a capital cearense sediará, entre os dias 26 e 28 de maio, a InfoBrasil 2010, evento que conta com a Câmara Brasil-Portugal no Ceará (CBPCE) como um dos apoiadores. Com tema “Redes Sociais, Corporativas e a Geração de Negócios”, o evento contará com a participação de dois nomes de peso para palestras sobre inovação e novas tecnologias. Um desses destaques é Silvio Meira, cientista chefe do Centro de Estudos e Sistemas Avançados (C.E.S.A.R) e considerado um dos mais respeitados pesquisadores de engenharia de software no Brasil. Meira estará presente no dia 26, às 19 horas, para falar sobre “Inovação e Competitividade”. No dia seguinte é a vez de Marcelo Tas, jornalista e atual âncora do programa CQC (Band), que irá falar sobre “Redes sociais: virtudes e efeitos colaterais da nova comunica-
ção digital”. Figura exponencial da internet brasileira, Tas irá compartilhar com os convidados da InfoBrasil suas experiências inovadoras na comunicação através de vídeo, blog, Twitter e outras ferramentas digitais. Consolidado como o segundo evento do País na área de tecnologia da informação e telecomunicações, a InfoBrasil oferece um ambiente adequado para a realização de negócios, integrando academia, governo e mercado. Sua mais forte característica é a promoção do conhecimento, mediante a realização de congresso, seminários e palestras sobre temas de interesse, além da exposição de inovações tecnológicas. De acordo com a jornalista Marluce Aires, diretora executiva do evento, a parceria entre a CBP-CE e a InfoBrasil vem sendo aprofundada na atual gestão. “Estamos programando um encontro entre a diretoria atual da Câmara, as empresas de TI associadas e os empresários e representantes das entidades participantes, visando estabelecer políticas de relacionamento com o mercado e identificar oportunidades para estabelecer e manter parcerias”, enfatiza. Do outro lado da moeda, Miguel Costa Manso, diretor da Additive (T.I) e eleito pelo presidente da CBPCE como elo de ligação entre a comunidade portuguesa e a organização do evento, mostra-se otimista
À esquerda, jornalista Marcelo Tas falará sobre experiências com o universo digital; ao lado, cientista Silvio Meira é referência nacional na área de software
com a InfoBrasil. “Acreditamos no potencial da Tecnologia da Informação como ponto de atração de novos investidores portugueses, que já ocupam espaço importante em nossa economia e se destacam na indústria cearense, seja no turismo, seja na carcinicultura, setor têxtil, de energia, vinicultura e outros. Busco mostrar aos associados a importância de criar bons relacionamentos em eventos como esse para fomentação de parcerias e novos negócios”, destaca.
RODADA DE NEGÓCIOS Como promotor da InfoBrasil, o Sebrae-CE pretende realizar uma Rodada de Negócios no evento, nos dias 27 e 28 de maio, de 8 às 12 horas, no Hotel Blue Tree Premium Fortaleza. Caberá à articuladora da Unidade de Acesso a Mercados, Mônica da Rocha Tomé, com o apoio dos consultores Mario Bravo e Horácio Melo, o desafio de articular as empresas compradoras e fornecedoras especializadas na área de TIC, incentivando a criação de parcerias comerciais. Idealizada e realizada com base na metodologia desenvolvida pelo Sebrae, a Rodada de Negócios é reconhecida pelo mercado nacional como um ponto de encontro para fazer bons negócios. “A iniciativa envolverá empresas de todo o País e do mercado internacional”, afirma Alci Porto, diretor técnico do Sebrae. Realizar a Rodada de Negócios dentro da InfoBrasil é uma das Marluce Aires é diretora executiva da InfoBrasil 2010
ações mais aguardadas do setor e será um marco na história do evento. “Com essa iniciativa, o Sebrae aporta um grande diferencial ao evento cearense”, destaca Marluce Aires, que fará a prospecção das empresas fornecedoras. O que a organização do evento busca é oferecer mais uma oportunidade que desperte o interesse da comunidade portuguesa. Para isso, irá focar a agenda de palestras na área de negócios com temas segmentados por nichos de mercado, oferecendo a oportunidade das empresas falarem diretamente com o seu público-alvo. “O novo modelo tem despertado a atenção e vem conquistando novos parceiros,” destaca a diretora do evento. SERVIÇO: 36ª InfoBrasil TI & Telecom De 25 a 28 de maio de 2010 Local: Centro de Negócios do Sebrae Av. Monsenhor Tabosa, 777 - Praia de Iracema Fortaleza-CE - Mais informações: (85) 3275 2033 www.infobrasil.inf.br - atendimento@infobrasil.inf.br
Objetivos das rodadas de negócios • Facilitar a aproximação e o intercâmbio comercial e tecnológico entre empresas. Estimular parcerias. • Despertar o interesse comercial comum. • Criar um ambiente propício e saudável para os encontros de negócios. • Possibilitar o acesso a novos mercados. • Aproximar ofertantes e demandantes de produtos e serviços. Jan-Fev-Mar 2010 21
negócios | exportação
NEGÓ CIOdaÁFRI CA CONTINENTE AFRICANO É O NOVO FOCO DO COMÉRCIO EXTERIOR BRASILEIRO. CÂMARAS DE COMÉRCIO FACILITAM APROXIMAÇÃO E AMPLIAM INTERCÂMBIO
22 Brasil-Portugal no Ceará
Jan-Fev-Mar 2010 23
negócios | exportação
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Sebrae/Ceará já fez várias missões a países africanos
om mais de um bilhão de habitantes espalhados por 53 países, o continente africano deixou de ser um ambiente eminentemente exportador de mão de obra e passou a, nos últimos anos, ser visto como o mais novo mercado em processo de expansão. A África detém um potencial estratégico para a internacionalização das empresas cearenses, principalmente as nações de língua portuguesa, como é o caso de Angola, Cabo Verde, Guiné Bissau e Moçambique. “O primeiro fator a ser considerado é o idioma, além das semelhanças percebidas nos hábitos, costumes e cultura desses países africanos com o Brasil. As semelhanças existentes entre os povos africano e brasileiro facilitam a aproximação e o intercâmbio comercial entre as empresas”, avalia Marta Campêlo, consultora do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas no Estado do Ceará (Sebrae/CE). De acordo com ela, a maioria desses países não dispõe de um parque industrial que possa atender as demandas de seus mercados internos, tornando-os possíveis compradores dos produtos oriundos do Ceará. Dados do Centro Internacional de Negócios do Ceará (CIN-CE), órgão ligado à Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec), dão conta de uma corrente de comércio Ceará-África de US$ FOB 90,3 milhões, valores de 2009, incluindo
24 Brasil-Portugal no Ceará
Marta Campelo é consultora do Sebrae/Ceará
exportações e importações. Analisando a balança, percebe-se que ela é superavitária para o Estado. Ou seja, no ano passado, as empresas cearenses mais exportaram aos países africanos – com cerca de US$ FOB 52,1 milhões –, do que compraram mercadorias oriundas daquele continente (US$ FOB 38,2 milhões). “São mercados menos exigentes que o europeu e o norte-americano, facilitando a negociação entre empresas africanas e empresas cearenses. A localização estratégica do Ceará em relação à África facilita sobremaneira a aproximação comercial”, argumenta Marta Campêlo. A opinião da consultora do Sebrae/Ceará é corroborada pela experiência do empresário Roberto Marinho, da Ceará Trade Brasil, sócia da Câmara Brasil-Portugal no Ceará (CBP-CE) e empresa de comércio internacional que já negocia produtos cearenses em países como Angola e Cabo Verde. Considerado um dos experts em mercado africano, Roberto Marinho está à frente da instalação da Câmara Brasil-Angola no Ceará, que conta com o apoio da CBP-CE. “A Câmara Brasil Angola está em processo de registro, com a posse dos seus membros prevista para maio deste ano. Procuramos unir, neste espaço de articulação comercial e política, um número considerável de empresários de diversos setores, mas também os dirigentes de entidades importantes como a Fiec, o CIN-CE, o Sebrae/Ceará, a Universidade Federal do Ceará (UFC), o Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura (Crea), a Agência e o Conselho
de Desenvolvimento Econômico do Estado (Adece)”, assinala. De acordo com Marinho, o grupo vai realizar reuniões trimestrais, tornando a atuação da Câmara Brasil Angola bastante dinâmica. O trabalho já começou, antes mesmo registro da entidade. “A primeira grande ação, junto com a Fiec e CNI-CE é promover a missão empresarial à Filda (Feira Internacional de Luanda), de 20 a 25 de julho deste ano. Trata-se da maior feira multissetorial do país, para a qual estamos programando levar empresários cearenses dos mais diversos segmentos: material de construção, cosméticos, calçados, vestuário, energias alternativas, agronegócio (que foi o carro chefe da edição do ano passado) e tecnologia da informação”, revela. A missão está sendo liderada pelo CIN-CE, em âmbito nacional, com o apoio das câmaras Brasil-Angola e Brasil-Portugal. Marinho vai como consultor, dada a sua larga experiência em negociação com compradores africanos. A Ceará Trade Brasil esteve na Filda, em parceria com o Sebrae, em 2009. “Tivemos uma grande procura pelo nosso estande, o que viabilizou a missão de 2010. Ao longo do ano passado, alguns negócios foram realizados, mas o potencial cresceu assustadoramente, à medida que os entraves foram sendo removidos”, avalia Marinho. Esses entraves eram a burocracia para a importação de alguns produtos, a demora no transporte da mercadoria e a falta de financiamento internacional – uma barreira ocasionada pela crise financeira mundial. “A criação da Câmara e a realização do V Encontro Empresarial dos Países de Língua Portuguesa no Ceará, em 2009, já possibilitaram a remoção de alguns destes empecilhos. Uma das soluções para dar agilidade ao processo de exportação foi a criação da linha marítima do Ceará até São Paulo, via cabotagem, e de lá até Luanda, operada pela Brandão Filhos Fort Ship”. Sobre a questão do crédito, Marinho afirma que o Banco Nacional
de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) já garantiu financiamento aos importadores angolanos. “Seguimos à Filda também para selar esse acordo. Aí, teremos a garantia da transferência de recursos, além de carta de crédito através do financiamento do Banco do Nordeste (BNB). Porque não adianta o empresário cearense colocar sua mercadoria no país africano se não tiver a certeza de que vai receber por elas”, argumenta. Para ele, o empresário cearense tem de ter inteligência comercial e explorar essa oportunidade que o mercado africano oferece, de forma consciente e preparada. “Nosso trabalho é no sentido de localizar o importador ideal para o tipo de produto e quantidade que as nossas indústrias têm à disposição”.
CABO VERDE ONDE TUDO COMEÇOU Um pequeno arquipélago, de 4.033 km² e com 500 mil habitantes, distante do Ceará apenas quatro horas de voo, tem sido a porta de entrada dos produtos “made in Ceará” no continente africano. Trata-se de Cabo Verde, onde o processo de aproximação bilateral começou em 2002 e ganhou corpo desde então. “Um empresário do Crato se estabeleceu no arquipélago africano desde o início do relaci-
Acima, Mindelo, a segunda maior cidade de Cabo Verde, situada na Ilha de São Vicente. O arquipélago é formado por dez ilhas e várias ilhotas (veja imagem de satélite). Suas montanhas, despidas de vegetação, indicam a origem vulcânica das ilhas; há poucos pontos verdes por lá e os recursos hídricos são escassos, fato que obriga a população a se valer de água do mar dessalinizada
Fabiano Lima é diretor da Universo Pescados
onamento comercial. Ele importa produtos de cosméticos, material de limpeza, alimentos em geral do Ceará e de outros estados e leva para Cabo Verde. Há também o exemplo de um empresário de Juazeiro do Norte que abriu uma franquia da rede O Boticário naquele país, e de empresas de construção civil, que começaram a exportar material para Cabo Verde e hoje se estabeleceram lá”, relata Marta Campêlo. Eduardo Bezerra, superintendente do CIN-CE, comenta que as relações comerciais entre o Ceará e Cabo Verde existem de fato há pelo menos dez anos. “Os caboverdianos, por não terem em seu país condições de produzir, aprenderam a comercializar, são grandes re-exportadores. O que se coloca em Cabo Verde vai para o continente africano. Todo mundo sabe que o mercado atacadista de Gana, por exemplo, está nas mãos dos cabo-
verdianos”, comenta. Para ele, o tratado geral entre os países membros da Comunidade dos Países de língua Portuguesa (CPLP), que envolve as vertentes pública e privada, é um alavancador dessas relações bilaterais entre o Estado e a África que fala o mesmo idioma. A cearense Universo Pescados, sócia da Câmara Brasil-Portugal no Ceará (CBP-CE), especializada na produção, beneficiamento e comercialização de pescados, é um dos mais contundentes exemplos de internacionalização bem-sucedida. Com recursos do Private Sector Investment (PSI) da Holanda, ela firmou uma joint venture com a empresa cabo-verdiana Sucla, para produzir camarão de cativeiro e alevinos de tilápia no arquipélago africano. A produção de alevinos, estimada em 300 toneladas/ano e com início previsto para o fim de 2010, será utilizada como isca viva para a pesca de atum no país. Segundo Fabiano Moreno Lima, diretor técnico da Universo Pescados, a criação de tilápia será realizada na ilha de São Vicente, mesmo local onde ocorrerá a implantação da fazenda de carcinicultura, empreendimento que ocupará uma área de 20 hectares para o cultivo de 120 toneladas de camarão/ano. “Devemos começar a construção da fazenda de tilápia em meados de 2010, mas como ainda temos que conseguir licenciamentos e autorizações, a produção provavelmente Jan-Fev-Mar 2010 25
negócios | exportação Francisco das Chagas Magalhães, diretor regional do Senai-CE
se iniciará no fim de 2010”, estima ele. Quanto ao projeto da fazenda de camarão, a Universo Pescados já colocou em funcionamento e o início da produção está previsto para agosto do próximo ano. Juntos, os dois projetos vão gerar 50 empregos diretos em Cabo Verde. No Ceará, a Universo Pescados possui 40 funcionários na RB Aquicultura, frigorífico localizado no município de São Gonçalo do Amarante que abastece, além do mercado cearense, o Rio de Janeiro, Santa Catarina e outros estados. O Sebrae/Ceará, que apoiou a empresa cearense na formação da
joint venture, articula a formação de novas parcerias entres companhias do Ceará e Cabo Verde.
ANGOLA UM PAÍS EM CONSTRUÇÃO Num país que supera uma história de mais de 20 anos de guerra civil e com economia movida pelo dinheiro do petróleo e da exploração de diamantes, Angola alcançou o status de emergente dentro do continente africano em apenas oito anos de reconstrução. Hoje, é o mercado dos sonhos de qualquer empresá26 Brasil-Portugal no Ceará
rio mundial. “A economia local cresceu 19,9% no ano passado e 18% em 2008. Cerca de 88% dos itens vendidos nos supermercados são importados de países como os Estados Unidos, China, Brasil e Portugal”, comenta André Staudt Rodrigues, da New Concept, empresa paulistana criada para intermediar as relações comerciais entre companhias brasileiras e angolanas. A carência de produção local demonstra o potencial de mercado para produtores cearenses de frutas, carne de carneiro, laticínios, bebidas (sobretudo água mineral), calçados, roupas e tantos outros. “Há um grande mercado para a indústria de construção civil (cimento, blocos de concreto, mármore branco, tijolos, cerâmica etc), uma vez que o país vive a necessidade de refazer sua infraestrutura de energia, estradas, habitação e até comércio”, completa Rodrigues. As dez maiores construtoras brasileiras atuam em Angola. Só a Odebrecht possui 40 mil operários, entre angolanos e brasileiros, trabalhando lá. Com população de 15 milhões de habitantes, Angola tem apenas um shopping center. No entanto, 28 centros de compras estão em obras, além de centenas de condomínios residenciais e prédios públicos. “Assim, o empresário cearense também pode querer abrir um negócio lá e não apenas colocar seu produto à venda. As marcas que chegarem primeiro têm mais condições de se sobressair”, comenta. Para Eduardo Bezerra, do CINCE, Angola é um país onde “tudo está por acontecer”. Assim, a participação das empresas cearenses na Filda 2010 foi remodelada. “Vamos incentivar a realização de negócios não apenas na questão do comércio internacional, ou seja, geração de exportações. Mas o empresário que quiser investir diretamente em Angola, vai ter o canal aberto”, explica. Independentemente da via escolhida, Marta Campêlo, do Sebrae, afirma que as empresas devem se qualificar antes de se lançarem no mercado internacional, seja expor-
tando ou fazendo investimentos diretos. “O processo de internacionalização exige uma preparação no que diz respeito ao conhecimento do mercado que a empresa pretende atingir. A inserção de um produto exige um conhecimento prévio das exigências daquele mercado, tendo em vista se inserir de forma segura e definitiva”, ensina.
INTERCÂMBIO NA PAUTA Referência na formação de mão de obra qualificada e no apoio à inovação na indústria cearense, o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial do Ceará (Senai-CE) iniciou, em 2006, uma nova fase em sua história, desta vez no âmbito da cooperação internacional. A entidade ligada à Fiec foi responsável pela implantação do Centro de Formação Profissional da Cidade de Praia, em Cabo Verde. O equipamento atua na formação de profissionais em áreas como construção civil, eletricidade e serralheria. Foi inaugurado em 2008 e segue os padrões das escolas do Senai no Brasil. Denominado “Fortalecimento e Capacitação Técnica de Recursos Humanos para o Sistema de Formação de Cabo Verde”, o projeto resultou de parceria entre a Agência Brasileira de Cooperação, ligada ao Itamaraty e o governo daquele país, contemplando investimentos do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). A iniciativa proporcionou a formação de professores e estruturação do Centro de Formação Profissional. Além de fortalecer laços diplo-
máticos e culturais, o projeto abre caminho para empresas cearenses. Segundo o diretor regional do Senai-CE, Francisco das Chagas Magalhães, a ideia surgiu a partir de conversas do governo brasileiro, ainda em 2003, reforçando uma tradição de acordos de cooperação entre os países de língua portuguesa. “A escolha do Ceará também se deu por conta de nossa proximidade com Cabo Verde – apenas 3h30 de voo – e do relacionamento comercial”, explica Magalhães, para quem a visão de cooperação do Senai no Estado tende a ser ampliada. “Temos potencial para muito mais”, garante. De acordo com ele, até junho próximo, cerca de 200
alunos cabo-verdianos concluem a fase de estágio do projeto de cooperação entre a instituição cearense e Cabo Verde, iniciado em 2008. Para o embaixador de Cabo Verde no Brasil, Daniel Pereira, o projeto de cooperação com o Senai-CE marca a mudança de paradigma do ensino no país africano, onde o foco sempre foi na formação superior, resultando na carência de técnicos para atuar em funções operacionais. “Ao longo dos anos, temos formado um 'exército de generais'. Mas uma guerra não se ganha só com generais. Precisamos de soldados”, diz o diplomata. O Centro de Formação Profissional da Cidade de Praia não é a pri-
meira iniciativa do Senai Nacional em projetos de cooperação. A atuação neste campo envolve 38 parcerias de 28 países em diferentes estágios de desenvolvimento. O Senai já implantou unidades de formação em Angola, Guiné-Bissau, Paraguai e Timor Leste, procurando sempre seguir o padrão que caracteriza as atividades no Brasil, com adaptação às realidades locais. A entidade participa desde a concepção dos prédios e do treinamento de pessoal local para as obras até a construção. Depois, há o trabalho de cogestão, que culmina com a transferência da administração para profissionais do país beneficiado. No mais antigo centro instalado pelo Senai no exterior, em Angola, mais de três mil alunos foram formados entre 1999 e 2006, quando as instalações passaram a ser administradas e operadas por profissionais locais. Eles foram preparados no próprio centro, em Cazenga, área de baixa renda em Luanda. São oferecidos cursos nas áreas de construção civil, informática, eletroeletrônica, hidráulica mecânica diesel e metal-mecânica. Já a unidade de Guiné-Bissau reúne 200 alunos nos cursos de construção civil, eletricidade, reparos de eletrodomésticos e refrigeração. Luanda, capital da Angola, abriga o mais antigo centro do Senai no exterior Jan-Fev-Mar 2010 27
negócios | logística
Estudo dos portos fará diagnóstico das potencialidades de negócios 28 Brasil-Portugal no Ceará
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endo como ponto de convergência a língua comum, os portos pertencentes aos países membros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) têm como desafio estratégico ampliar a cooperação e estreitar os laços, além da efetivação de parcerias e intercâmbios na troca de experiências e conhecimentos. Essa foi uma das principais conclusões do II Encontro de Portos da CPLP, realizado entre os dias 01 a 03 de dezembro de 2009, no Marina Park Hotel, em Fortaleza.
Abordando a temática "Estreitando relações comerciais e de cooperação no espaço da lusofonia", o evento foi um encontro técnico, com debates na sessão plenária, sessões de trabalho e uma exposição, numa promoção da Secretaria Especial de Portos (SEP) da Presidência da República, com o apoio de alguns órgãos como o Conselho das Câmaras Portuguesas de Comércio no Brasil. O encontro evidenciou que a atividade portuária, eminentemente internacionalizada e dinâmica em sua essência, proporciona por si só um grande leque de oportunidades para a intensificação das relações de cooperação empresarial e institucional. Os representantes dos portos da CPLP acordaram implementar medidas que levem ao incremento do intercâmbio comercial entre os países membros. Neste momento, entenderam dar início a um processo para a execução de um estudo que caracteriza fluxos atualizados de importação e exportação de cada um dos membros da CPLP. O referido estudo, envolvendo África, América e Europa, fará um diagnóstico atual e futuro das potencialidades dos membros da CPLP. Cada país membro indicará um representante que acompanhará o levantamento, que deverá ficar concluído antes do III Encontro de Portos, previsto para acontecer em Angola, na segunda quinzena de novembro. Para o coordenador geral do evento, o engenheiro Adalmir José de Souza, o II Encontro dos Portos da CPLP foi mais uma oportunidade para debater a logística entre os países lusófonos e ajudar a melhorar tanto a questão técnica como comercial entre essas nações. Com 12 anos, a CPLP tornou-se um grupo consolidado, com cerca de 240 milhões de pessoas espalhadas por oito países – Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor –, em quatro continentes. O comércio global (exportações e importações) entre o Brasil com os parceiros da CPLP aumentou 30% entre 2006 e 2007, tendo as importações crescido
cerca de 120%, com destaque para os bens alimentares. Com uma costa de 8,5 mil km navegáveis, o Brasil possui um setor portuário que movimenta anualmente cerca de 700 milhões de toneladas das mais diversas mercadorias e responde, sozinho, por mais de 90% das exportações. Esta modalidade possui um dos menores custos para o transporte de cargas no Brasil. O diretor presidente da Companhia Docas do Rio de Janeiro, Jorge Luiz de Mello, que representou o titular da Secretaria Especial dos Portos, ministro Pedro Brito, reconheceu que o maior entrave ao incremento das relações comerciais entre os países de língua portuguesa está na baixa capacidade econômica, sobretudo dos países africanos. Segundo Mello, como a decisão pela criação de novas rotas marítimas comerciais ainda está sob o comando dos armadores, os terminais brasileiros e lusófonos devem buscar investir na infraestrutura, a começar pela dragagem dos portos. "A solução (do modal marítimo) passa pela adequação das avenidas marítimas, que são os canais de acesso aos portos", disse.
Portos participantes do II Encontro: Associação de Portos de Portugal (APP); Companhia Docas do Ceará, Companhia Docas do Espírito Santo; Companhia Docas do Rio de Janeiro; Companhia Docas de São Paulo; Companhia de Integração Portuária do Estado do Ceará; Porto de Aveiro, Porto de Cabo Verde (Enapor); Porto de Guiné-Bissau; Porto de Itajaí; Porto de Itaqui; Porto de Leixões; Porto de Luanda; Porto de Lisboa; Porto de São Francisco do Sul; Porto de São Sebastião; Porto de Setubal e Sesimbra; Porto de Sines. O comércio global (exportações e importações) entre o Brasil com os países parceiros da CPLP aumentou 30% entre 2006 e 2007, tendo as importações crescido cerca de 120%, com destaque para os bens alimentares. Jan-Fev-Mar 2010 29
comércioexterior | exportações
por Roberto Marinho é engenheiro civil e empresário. Sócio da Ceará Trade Brasil, Presidente da Câmara de Comércio Brasil Angola no Ceará e Vice-Presidente da Câmara de Comércio Brasil Portugal no Ceará
Exportações das Micro e Pequenas Empresas para países da CPLP
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inserção internacional das Micro e Pequenas Empresas é um desafio que só será vencido através de um amplo esforço das esferas de Governo, Parlamento e Empresários, que por meio de vários programas e ações, viabilizarão a exportação de produtos e serviços originados das MPE’s. Considerando que o segmento é constituído por 98% das empresas formais do País, emprega 53% das pessoas ocupadas e gera 42% da renda produzida no setor industrial, contribuindo assim com 20% do Produto Interno Bruto (PIB), nota-se a importância das MPE’s, para o aumento da participação brasileira no comércio internacional, hoje pouco superior a 1%. A saída é dotar as empresas de conhecimento, o indutor da inovação, palavra de ordem para o sucesso nos negócios em organizações de qualquer porte e segmento. O conhecimento internacional aliado à capacidade de inovação, flexibilidade e cooperação dos agentes de governo induz a internacionalização das empresas e, com ela, a expansão dos negócios, que gera ganho de competitividade. Isso resulta em maior solidez no mercado interno, criando assim um círculo virtuoso para as empresas e para o país. Observa-se que há uma relação muito forte entre inovar, internacionalizar, crescer, ganhar competitividade e se posicionar melhor no mercado interno. O Brasil hoje tem um olhar mais atento ao que acontece na África e nos países de Língua Portuguesa, a conjuntura econômica do pós-crise tende a ser mais favorável às incursões internacionais nestes países, porém, é necessário que o conhecimento internacional ganhe força e torne as empresas, em especial, as MPE’s, preparadas para o momento, para o surgimento de inúmeras oportunidades, não esquecendo que a velocidade de adaptação aos acontecimentos e o entendimento das especificidades de cada país é que vão ditar o sucesso. No início de sua internacionalização, as MPE’s podem lançar mão da Exportação Indireta, através de comerci-
30 Brasil-Portugal no Ceará
ais exportadoras, desde que em parceria sólida, ampliando os conhecimentos, buscando novos mercados, com baixo custo e monitoramento do feed back sobre seus produtos e serviços. A Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex) lançou em 2008 o Projeto Tradings do Brasil, visando dar maior credibilidade à relação das empresas com as comerciais exportadoras do Brasil e, com isso, aumentar o número de empresas exportadoras do Brasil, contribuindo assim para a inserção internacional das empresas, em especial as MPE’s. Estas parcerias não eliminam a necessidade da empresa apostar no aprendizado contínuo, treinamento especializado no produto e no mercado, bem como no controle e nos custos. No Estado do Ceará, destacamos a grande importância das Câmaras de Comércio, em especial a Câmara de Comércio Brasil-Portugal, que desde cedo incentivou e criou condições para um debate acerca das necessidades e das oportunidades, interagindo com os governos, empresários e sociedade, de forma a contribuir com o desenvolvimento do Estado e do País, além é claro, da ambiência de negócios que se transforma em resultados. Deste apoio surgiu a Câmara de Comércio Brasil-Cabo Verde e agora nasce a Câmara de Comércio Brasil-Angola no Ceará, que terão espaço de negócios abrigado pela Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec) e se unirão em busca de aumentar a inserção de empresas da região nos mercados de língua portuguesa, favorecendo o surgimento de oportunidades nos países relacionados. Apesar da aparente facilidade do mesmo idioma, os países da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) trazem inúmeras diferenças culturais, de infraestrutura, de necessidades e é imperativo entender cada uma delas, acompanhar seu desenvolvimento e partilhar do espírito empreendedor e cooperador, vencendo assim as dificuldades e atingindo os objetivos empresariais e pessoais.
informe publicitário
Martifer Confiança e competência no setor de energia
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ara muitos, 2009 foi um ano bastante difícil do ponto de vista empresarial. Crises assolaram alguns dos principais mercados globais e um clima de insegurança pairou no mundo dos negócios. Algumas empresas, no entanto, mesmo com esse cenário, conseguiram desempenhos destacáveis e obtiveram resultados positivos no ano que passou. A Martifer, um grupo multinacional com mais de 4.000 colaboradores e atividades centradas nos setores de construção metálica e energias renováveis, apresentou, em 2009, um lucro líquido de 100,2 milhões de euros e atingiu satisfatoriamente as metas que foram traçadas, sobretudo no campo energético. O crescimento e o amadurecimento do mercado de energias renováveis no Brasil permitiram à Martifer Renováveis atuar de forma cada vez mais contundente no país. Num contexto extremamente competitivo, com mais de 13.000 MW de projetos eólicos cadastrados, aconteceu no passado mês de dezembro o leilão de energia de reserva, destinado a fonte eólica, promovido pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL). Apenas cerca de 1.800 MW obtiveram contratos de venda de energia neste leilão, sendo a Martifer a segunda maior vencedora – sendo a primeira do estado do Ceará, um dos estados brasileiros onde a energia
eólica assume maior importância. Essas conquistas consolidam a empresa como um dos principais players do segmento no Brasil. Além dos 14,7 MW de projetos eólicos já em operação, a Martifer irá agora implementar mais 218 MW, com investimentos a realizar na ordem de 1 bilhão de reais. Para além das energias renováveis, o Grupo Martifer tem como objetivo estratégico procurar aproveitar o potencial dos grandes projetos previstos no Brasil, com a Copa do Mundo FIFA e Jogos Olímpicos em destaque. Na área das construções metálicas, onde o Grupo iniciou suas atividades em 1990 e na qual é referência na Europa, o momento é propício. Em eventos desse porte, a Martifer Construções detém vasto know-how, fator diferenciador na execução dos projetos: na Eurocopa 2004, em Portugal, realizou a construção de cinco dos dez estádios que foram utilizados na competição. Com um quadro atual de expectativas alcançadas, o Grupo se prepara para os novos desafios. Em 2012, iniciará a operação dos parques eólicos com contrato de venda de energia obtido no leilão da ANEEL. Em nível global, continuará a potencializar a internacionalização de suas atividades, levando a ainda mais países ao redor do mundo um pouco do talento, experiência e paixão da Martifer. Jan-Fev-Mar 2010 31
intercâmbio | visita Eduardo Bezerra (CIN-CE), Elizabete Rita (Aida), Armando Ferreira (in memoriam - ex-presidente da CBP-CE) e Rômulo Alexandre (Conselho de Câmaras) em uma recente visita da comitiva da Aida
EM BUSCA DE NEGÓCIOS
ALÉM-MAR EMPRESÁRIOS DE AVEIRO VÊM AO CEARÁ EM BUSCA DE NOVOS NEGÓCIOS
A
realização de missões de negócios entre empresários brasileiros e portugueses é uma das principais atividades das Câmaras de Comércio e de órgãos de apoio na área de comércio exterior. Como objetivos maiores estão o estímulo à geração de negócios internacionais e o estreitamento nas relações comerciais entre os dois países. Nos últimos anos, a Câmara Brasil-Portugal no Ceará (CBP-CE) tem centrado foco neste setor, seja promovendo ela mesma missões que 32 Brasil-Portugal no Ceará
levam empresários cearenses para além-mar, ou mesmo recebendo e dando suporte a missões estrangeiros ao Estado. Um dos exemplos mais recentes registrados é a vinda de uma Missão Empresarial da Associação Industrial do Distrito de Aveiro (Aida). A ação teve o apoio direto da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec), através do Centro Internacional de Negócios (CIN/CE), e da CBP-CE. A Missão Empresarial de Aveiro é fruto de um protocolo de intenções assinado em 2008 entre a Fiec
e a Aida, com o objetivo de impulsionar o desenvolvimento das relações comerciais entre Portugal e o Estado do Ceará. Ao todo, participaram da missão prospectiva oito empresas ligadas aos setores da metalurgia e da eletromecânica de Portugal e dois representantes da Aida. Durante os cinco dias da visita da delegação portuguesa ao Ceará, foram promovidos agendamentos individuais e visitas ao Complexo Industrial e Portuário do Pecém, que além de contar com empresas detendo participação de capital por-
tuguês é atualmente um dos principais terminais marítimos exportadores do Brasil, trabalhando com produtos de diversos setores. De acordo com o CIN/CE, a programação agendada buscou preparar, apoiar e acompanhar os empresários portugueses em um trabalho de prospecção e de continuidade de negócios, dando subsídios para um reforço no processo de internacionalização para este mercado.
NEGÓCIOS COM TODO O NORDESTE Os empresários da Missão de Aveiro também puderam ampliar as possibilidades de geração de negócios com a participação no XIV Encontro Internacional de Negócios do Nordeste, entre 28 e 30 de abril, no Centro de Negócios do Sebrae/Ceará. O evento foi aberto para todas as empresas exportadoras da Região
Nordeste e reuniu cerca de 200 companhias de vários setores. As empresas integrantes da delegação de Portugal e presentes ao evento conferiram ainda o espaço específico montado para a Aida e os produtos e serviços ofertados pelos associados da Câmara Brasil-Portugal no Ceará, disponibilizados em um estande de representação dos países da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP). Atendendo a convite da Aida, já está agendada para o segundo semestre deste ano, uma missão prospectiva a Portugal, desta vez com os representantes da Câmara Brasil Portugal no Ceará e do CIN/CE para uma visita técnica e institucional a empresas e associações que realizam um trabalho semelhante de apoio empresarial no país europeu. Elizabete Rita, da Aida, e o vice-Cônsul de Portugal no Ceará, Francisco Brandão
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lazer | esporte
CEARÁ NA ROTA INTERNACIONAL DOS
AMANTES DO GOLFE CONHECIDO COMO UM ESPORTE DE ELITE, O GOLFE TENDE A TER NOVOS ADEPTOS APÓS O RETORNO DA MODALIDADE ÀS OLIMPÍADAS
34 Brasil-Portugal no Ceará
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visual é paradisíaco e inspirador. Afinal, não é todo lugar que une a beleza de uma praia repleta de dunas com sol praticamente o ano inteiro ao verde forte de um gramado onde a bola voa alto, desce macia e desliza como em um tapete até encontrar seu lugar de repouso. E não estamos falando de futebol, o “esporte nacional”. Com a entrada em funcionamento do Ocean Golf Course, o Ceará passa a ser destino obrigatório para quem gosta e pratica o golfe, modalidade que após 100 anos de ausência retorna ao status de esporte olímpico exatamente nas Olimpíadas de 2016, no Rio de Janeiro. Até lá, profissio-
nais e amadores terão à disposição um dos mais modernos e belos campos para a prática do esporte no país. Localizado dentro do empreendimento turístico-imobiliário Aquiraz Riviera, na praia de Marambaia, a apenas 35 km de Fortaleza, o Ocean Golf Course ocupa uma área de 80 hectares, com 18 buracos par 72, dos quais nove já estão prontos. O que antes parecia um sonho para os empreendedores e muitas vezes motivo de piada de alguns desavisados, hoje é realidade, a ponto de ter virado local de encontro para aqueles que veem no golfe um esporte de união. “Temos recebido muitos grupos de amigos para ter aulas, praticar o
Golfe em números • Golfe é bom para o coração: a pé, um jogador anda em média 7 km em uma partida, com esforço de média intensidade. • Estudo do Centro Rose para Saúde e Ciências do Esporte (EUA) constatou que o gasto de energia com a atividade é tão significativo que deve ser considerado um esporte, e não hobby. Quem joga duas vezes por semana queima, em média, 3 mil calorias. Estudos demonstram que o gasto de 2.500 calorias/semana reduz o risco de desenvolver doenças do coração, câncer e diabetes. • Alongar é essencial: a melhor tacada não vem da força, mas do melhor “swing” – movimento prolongado da tacada que exige muito das pernas, costas, tórax e quadril. • Todo jogador iniciante começa no “driving range”, espaço adequado para treinar as tacadas. O do Aquiraz Golf Links possui 325 jardas (cerca de 297 metros) e, por ser contra o vento, é considerado um ótimo centro de treinamento pelo grau de dificuldade para tacadas a longa distância. • É um esporte que pode ser jogado tanto sozinho (contra o campo ou contra si mesmo), quanto acompanhado.
esporte, se divertir ou simplesmente se encontrar tendo o golfe como motivação”, comenta o diretor de Projeto do Aquiraz Riviera e um dos vice-presidentes do Clube do Golfe do Ceará, Jorge Chaskelmann, ele próprio um adepto do esporte, praticado em momentos junto com a esposa.
NOVOS ADEPTOS O golfe começa a deixar de lado a antiga ideia de que é um esporte apenas para pessoas com alto poder aquisitivo. Não bastasse o anúncio de que voltará a ser esporte olímpico, a modalidade vem aumentando cada vez mais o número de adeptos no Brasil. Dados da Confedera-
ção Brasileira de Golfe apontam para cerca de 25 mil golfistas atuantes no Brasil e 110 campos em funcionamento, além de mais 30 em construção. No Ceará, além do Clube de Golfe Aquiraz Riviera, existem outras duas organizações ligadas ao desenvolvimento do esporte: a Escola de Golfe de Fortaleza e a Associação Cearense de Golfe. No total, as duas congregam mais de 50 golfistas, mas com a inauguração do Ocean Golf Course, estima-se que esse número possa triplicar ou até mesmo quadruplicar. O clube oferece aulas com o professor Max Lima que, hoje, atende a 15 alunos e já formou mais de 30. “Temos notado o
aumento no interesse das pessoas, que vêm direto aqui ou nos ligam para saber informações, obter preços, tirar dúvidas”, diz o paulista de Osasco, que começou a jogar aos 12 anos e veio ao Ceará para compartilhar seus conhecimentos com os novos atletas. No apoio, uma equipe de oito caddies (o carregador da bolsa com os tacos do golfista), todos adolescentes oriundos das comunidades de Aquiraz e que participam de um projeto social desenvolvido pelo Aquiraz Riviera. “Alguns desses garotos têm notório futuro no esporte como profissionais, caso do Rafael, que tem 17 anos e já é um talento. Aposto muito nele”, comenta o professor Max Lima. Jan-Fev-Mar 2010 35
FÁBIO LIMA
lazer | esporte BELEZA E PRATICIDADE O gramado do campo de golfe do Aquirz Riviera é 100% do tipo Seashore Conquista (Paspalum vaginatum), grama costeira nativa do Brasil adaptada à baixa demanda hídrica. Um campo de golfe tradicional consome, em média, 2 mil metros cúbicos de água por dia. No entanto, com esse tipo de grama, o campo cearense permite chegar aos 1.300 metros cúbicos e ainda se destaca pela possibilidade de ser regada com água do mar, necessitando de água doce apenas uma vez por semana. O projeto, do tipo links (união da terra e do mar, típico de campos de origem costeira), é do arquiteto Donald Steel, responsável por empreendimentos como o Campo Real Golfe & Natureza e o Vila Sol, em Portugal, e privilegia a natureza, mantendo a vegetação natural, reduzindo ao mínimo a movimentação de terras e aproveitando a ondulação do terreno para criar o tipo de percurso para golfe estratégico.
FÁBIO LIMA
SERVIÇO: Aquiraz Golf Links Informações: (85) 4118 0160 Site: www.aquiraz-riviera.com Twitter: @AquirazRiviera
Clube de Golfe i e prepara os pri
E Elegância nos trajes é marca registrada do golfe 36 Brasil-Portugal no Ceará
m fevereiro, foi oficializada a criação do Clube de Golfe Aquiraz Riviera – sediado no Club House do empreendimento. Na ocasião, tomaram posse o empresário Aristarco Sobreira, presidente do Clube; Jorge Chaskelmann, primeiro vice-presidente; Wandocyr Romero, segundo vice-presidente; José Maria Zanocchi, terceiro vice-presidente; José Wahnon, diretor executivo; e Henrique Belém, que será o “Capitão” do clube. O regulamento aprovado traz as seguintes categorias de sócios: contribuinte, conveniado e honorário.
Com a criação do campo de golfe do Aquiraz Riviera, o que se espera é um incremento do esporte no cotidiano do cearense. “O campo de golfe do Aquiraz Riviera começa a funcionar com nove buracos – o que já permite a realização de torneios em nível internacional –, porém, quando estiver totalmente concluído, serão 18 buracos, caracterizando-o como um dos maiores campos do país”, destaca o “Capitão” Henrique Belém. “A intenção agora é reunir ainda mais pessoas e consolidar a ideia da prática deste esporte, inserindo-o no contexto da sociedade cearense”, reforça.
Jogadores treinam as primeiras tacadas no ‘driving range’ já em funcionamento
inicia atividades imeiros torneios Para se filiar ao Clube de Golfe Aquiraz Riviera, os interessados devem pagar uma taxa de inscrição e as mensalidades – que são variáveis de acordo com a categoria do associado. Para os residentes, ou seja, aqueles que são proprietários de um lote no empreendimento Aquiraz Riviera, o valor mensal é de R$ 150,00. Foi criada uma tabela especial de promoção para o primeiro ano de atividade do Clube. Os sócios terão várias regalias no Golfe e nas dependências do Club House, tais como isenção do pagamento de green-fee, descontos no bar e restaurante, entre outros benefícios.
Esporte driblou dificuldades para ser praticado Engana-se quem pensa que somente agora o golfe dá o ar da graça em terras de Iracema. Um grupo de jogadores abnegados, que morava em Fortaleza, mas trazia consigo o desejo de voltar a praticar o esporte, decidiu se unir e buscar um local na cidade onde eles pudessem se reunir para dar umas tacadas e resgatar a paixão pela modalidade. O ano era 2005. O local não poderia ser mais inusitado. Em pleno Centro da cidade, na Praça José de Alencar, o engenheiro Henrique Belém e alguns apaixonados pelo esporte passaram a jogar nos jardins da praça. “O espaço não era considerado exatamente um campo de golfe por conta de sua dimensão, e nós jogávamos com bolas especiais para diminuir a distancia de voo em cerca de 70%”, explica Belém. Em 2006, foi desenvolvido um projeto para a criação de uma escola de golfe para crianças de baixa renda que viviam em torno da Praça José de Alencar. O curso foi frequentado por cerca de 40 crianças entre sete e 14 anos, com todas as aulas e material necessário cedidos pelos praticantes. Com o tempo, o campo mudou de lugar e as aulas passaram a acontecer no gramado existente no Parque do Cocó, próximo ao anfiteatro,com a criação de um campo de três buracos, sendo um par 3 e dois pares 4, que ao serem percorridos três vezes completavam uma volta de nove buracos, com o par do campo sendo de 33 tacadas. Desde então, campo provisório veio servindo para treinamentos, aulas e jogos. “Agora a realidade é outra, pois teremos um espaço adequado à prática do golfe, seja para quem já é profissional ou para aqueles que querem descobrir os segredos do golfe”, complementa José Wahnon, um dos vice-presidentes do Clube de Golfe Aquiraz Riviera. Henrique Belém, Jorge Chaskelmann e José Wahnon
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administração | processos
GESTÃO DA
QUALIDADE SÓCIO DA CBP-CE DISSEMINA O MODELO DE LEAN NA GESTÃO DE SISTEMAS DE PRODUÇÃO
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a busca por se manter e se destacar no mercado e conquistar novos negócios, as empresas, além de investir em novas tecnologias, procuram cada vez mais a aplicação de métodos para racionalizar seus processos produtivos e potencializar resultados. Muitas empresas de pequeno, médio e grande porte estão encontrando na filosofia Lean a melhor alternativa para atingir esses objetivos e desenvolver aspectos importantes como sustentabilidade, redução de perdas, satisfação dos clientes e, ainda, a valorização dos colaboradores. O Lean é um modelo de gestão baseado na “mentalidade enxuta” e na busca pela qualidade total com a organização e simplificação dos processos, a eliminação do desperdício e
a redução de custos e prazos. A origem dessa filosofia vem da indústria automobilística, com o Lean Manufacturing, ou Sistema Toyota de Produção, criado nas fábricas japonesas da Toyota como um novo modelo para gerir as dimensões da manufatura, do desenvolvimento de produtos e relacionamento com os clientes e fornecedores.
NA CONSTRUÇÃO CIVIL Apesar de ser pensado, inicialmente, para a realidade das fábricas, o Lean pode ser implantado em empresas das mais diferentes áreas, estando apto a ser considerado uma cultura empresarial. A construção civil é um desses setores em que mais se verifica os re-
sultados da utilização da filosofia, que foi adaptada e denominada de Lean Construction. A Fibra Engenharia, empresa associada à Câmara Brasil-Portugal no Ceará (CBP-CE) e que completa 17 anos no mercado, é uma das pioneiras a adotar o Lean no Estado e justifica a medida pela filosofia se adequar integralmente aos seus objetivos e ao posicionamento diante do mercado. “A Fibra sempre se preocupou em trabalhar com um conceito diferente nas suas obras e canteiros, baseado na organização, na sustentabilidade e na responsabilidade social. Antes de definir a filosofia Lean como nosso modelo de gestão, já desenvolvíamos as ideias e as práticas por ela defendida. Assim, em cada projeto, fomos afinando cada vez essa filosofia”, ressalta a engenheira civil Madalena Leite, diretora administrativa da Fibra Engenharia e co-autora da coletânea “Edificar Lean”, lançada no ano passado, no Rio de Janeiro. Uma das principais características observadas com a implantação da filosofia Lean e que passou a ser parte fundamental nos projetos da Fibra é a interação entre o planejamento e a obra em todos os processos e etapas. Segundo Eugênio Montenegro, diretor-presidente da Fibra Engenharia e co-autor do livro “Logística e Lógica na Constru-
Trabalhadores da construção civil em sintonia com o mundo da informática
ção Lean – Um Processo de Gestão Transparente na Construção de Edifícios” e da coletânea “Edificar Lean”, muitos problemas são resolvidos não apenas com o investimento na tecnologia, mas com uma melhor gestão da obra e com o controle da produção. A filosofia Lean influencia o trabalho em todas as áreas da construtora, inclusive na relação com os fornecedores e colaboradores. Hoje, a Fibra conta com cerca de 60 funcionários. No escritório, logo se nota uma maior estabilidade, mas são nos canteiros de obra que se vêem melhor as práticas atuais e os diferenciais do modelo tradicional. As obras ganham um ritmo contínuo, não existem altos e baixos. A divisão da obra é feita em pacotes de serviço, fazendo o planejamento das células de produção. Para cada etapa, executada por um grupo de operários, faz-se um diagrama inicial de sequência de atividades.
QUALIDADE E SATISFAÇÃO Para executar essas mudanças, a base das obras segue a metodologia japonesa para organização de ambientes dos 5S (sensos de utilização, de ordenação, de limpeza, de saúde e de autodisciplina). Os operários são orientados e valorizados
como peças fundamentais dentro do processo. Nos canteiros de obra, são oferecidos ginástica laboral, acesso à internet, almoço self service e uma área de descanso e lazer com “cochilódromo”, biblioteca, jogos de tabuleiro e uma mesa de sinuca. “Os clientes se interessam muito mais pelo empreendimento quando sabem como funcionam nossos canteiros de obra e da nossa preocupação com a responsabilidade social”, revela a diretora administrativa da Fibra. Segundo o Institute Lean Brasil, a implementação da filosofia Lean por uma empresa é gradual. Dura, em média, doze meses para que todos os processos e setores estejam adaptados com as ferramentas e práticas de gerenciamento. Os resultados para as empresas que a praticam são comprovados. Na Fibra Engenharia, é estimada a redução de 30% do tempo de execução em algumas etapas de cada obra.
Eugênio Montenegro é diretor da Fibra Engenharia
Para ler: Edificar Lean, vol. I e II A coletânea, lançada em 2009, reúne conceitos e aplicações práticas que incentivem a adoção do Lean Manufacturing pelas empresas de construção civil. Discute desde os princípios e conceitos básicos desta nova filosofia de produção até ferramentas operacionais, com experiências nos canteiros de obras da Fibra Engenharia. Autores: Eugênio Montenegro, engenheiro civil e diretor-presidente da Fibra Engenharia; Madalena Leite, engenheiro civil e diretora administrativa da Fibra Engenharia; Luis Fernando Mählmann Heineck, engenheiro civil, bacharel em administração de empresas e professor titular da Universidade Federal do Ceará (UFC) e Pedro Eduardo Pereira, engenheiro civil e analista de sistemas. Fontes: Revista Techne / Lean Institute Brasil / Fibra Engenharia Jan-Fev-Mar 2010 39
gastronomia | cozinha portuguesa
ALÉM
da língua
HERANÇA ADOCICADA DOS PORTUGUESES ENCANTA O PALADAR BRASILEIRO "Sem a escravidão não se explica o desenvolvimento no Brasil de uma arte de doce, de uma técnica de confeitaria, de uma estética de mesa, de sobremesa e de tabuleiro, tão cheias de complicações e até de sutilezas e exigindo tanto vagar, tanto lazer, tanta demora, tanto trabalho no preparo e no enfeite de doces, dos bolos, dos pratos, das toalhas, das mesas. Só o grande lazer das sinhás ricas e o trabalho fácil das negras e das molecas explicam as exigências de certas receitas das antigas famílias das casas-grandes e dos sobrados" Gilberto Freyre
A
s palavras de Gilberto Freyre retratam a comunhão antropológico-gastronômica pela qual o Brasil passa desde a chegada dos primeiros colonizadores. Antes mesmo de ter um imperador, os que moravam em terras brasileiras já haviam se rendido a compotas, bolos e quitutes, que ganharam formas e adequações locais assim que os portugueses desembarcaram no litoral canarinho. Muitos dos doces hoje considerados brasileiros têm origem portuguesa. Quindim, bom-bocado, pudim, papo-de-anjo e manjar. Passadas as gerações, todos, crianças e adultos, se fartam dessas mesmas iguarias – muitos sem ter noção da verdadeira origem deles.
40 Brasil-Portugal no Ceará
Dentre as várias versões de como surgiram os doces portugueses, a mais fiel, segundo o especialista, escritor e crítico gastronômico Virgilio Gomes, tem a ver com verdades históricas. A chegada do açúcar da cana, que tinha preço muito elevado, levou o Rei D. João II a limitar o seu consumo. Primeiro restringiu às mulheres o tratamento e venda de açúcar. Uma versão muito conhecida é a de que nos conventos d’além mar, era comum o uso de claras de ovos para o trabalho de engoma dos hábitos das freiras. O que fazer com a gigantesca sobra de gemas? Criativas, as religiosas começaram a fazer os saborosos, e agora famosos, doces. Responsável pela travessia dos doces portugueses pelo Atlântico, a esquadra de Pedro Álvares Cabral, em Abril de 1500, os trouxe como presentes ofertados aos índios de Porto Seguro, que até então desconheciam completamente a “arte”. Logo as senhoras portuguesas trariam suas receitas cheias de segredos que pouco a pouco foram passados à frente. O doce é mesmo referência da gastronomia portuguesa, reforça Gomes. “Os doces são, de fato, uma arte! Os portugueses, a partir do século XVI, desenvolve-
ram uma prática requintada de doçaria através dos conventos femininos”, explica o escritor. Para dar vazão à fama, os portugueses não têm papas na língua quando o assunto é o consumo de doces. Virgilio Gomes explica que em Portugal há uma tradição generalizada de comer coisas com açúcar. “Os portugueses comem doces logo ao café da manhã. É preciso não esquecer a expressão quando se termina uma refeição: ‘Não ficar com boca de pobre’ que significa comer um doce em final de refeição”. Já no Brasil, pobre ou não, a tradição do doce fica mais para o final da refeição mesmo, geralmente acompanhado de café ou até da boa e velha água gelada.
a mesma fórmula do tradicional Pastel de Belém, em Portugal), o Bolo Rei (com dois brindes entre os ingredientes) e o Folar da Páscoa (com ovos inteiros e massa cozida em casca de cebola). Atualmente, a segunda geração da família Nogueira está à frente do negócio. O diretor Antonio Nogueira explica que todas as receitas são portuguesas, mas que o sabor às vezes diferencia por conta das matérias primas locais. “Adaptamos as receitas em prol dos materiais disponíveis no Brasil, utilizamos também alguns toques como o uso de limão e laranja, mas de qualquer forma, dá pra matar a saudade de casa e, para os que nunca estiveram em Portugal, pra saborear um verdadeiro quitute português”, explica Nogueira. A tradição não designa regra para o acompanhamento dos doces portugueses, mas para quem aprecia um bom vinho, pode seguir a dica do diretor da adega Domaine Montes Claros, Adalberto Benevides. “Uma excelente sugestão de acompanhamento é o vinho do Porto Rozès tanto na versão branco, tinto reserva ou 10 anos, vai bem com doces como o pastel de nata, à base de mel, de chocolate, entre outros”. Fica a dica, ou melhor, as várias dicas.
"O açúcar refinou o paladar brasileiro, dando-lhe densidade histórica por intermédio dos doces e bolos" Gilberto Freyre
TOQUE TROPICAL Apesar de todo o sucesso no Brasil, algumas iguarias portuguesas tiveram os ingredientes modificados para se adequar ao paladar do brasileiro. O quindim, por exemplo, teve as amêndoas substituídas por coco. Para Virgilio Gomes, o importante na relação dos portugueses no mundo é a circulação de produtos e a influência das técnicas culinárias. “Para além do Quindim podemos também pensar na Bebinca de Goa, Aluar de Macau, Queque de natal de Macau, Alvá de Goa, Dodol Sa-
bang de Malaca, Doce Bagi de Goa, Pudim café de Cabo Verde, Serikaya da Indonésia, Castela do Japão e muitos outros”. Para finalizar, o escritor responde quais as receitas de doces portugueses campeãs do gosto popular. “É difícil responder, mas vou arriscar: Pastel de Nata e Bolas de Berlim”. Arrisca um pedaço?
Fonte: Artigo “Uma doce história do Brasil” do jornalista Alexandre Menegale.
SERVIÇO: Panificadora Nogueira - (55 85) 3276 6061 Domaine Montes Claros - (55 85) 3258 9000
PARA DEGUSTAR Em Fortaleza, capital do estado do Ceará (Brasil), dois portugueses resolveram fundar uma panificadora especializada nos quitutes portugueses. Há quase 80 anos, a Panificadora Nogueira é referência na fabricação do tradicional pão português e tem como especialidades o Pastel de Nata (único da cidade com
Virgílio Gomes é crítico gastronômico Jan-Fev-Mar 2010 41
página jurídica | contabilidade
por Francisca Francilene Bezerra Lima é formada em Controladoria Empresarial e graduada em Ciências Contábeis pela Faculdade Integrada do Ceará - FIC, sócia da empresa OSS Consulting Consultoria e Contabilidade. E-mail: francilene@ossconsulting.com.br
42 Brasil-Portugal no Ceará
Lei 11.638/07 e a nova realidade contábil
A
contabilidade passa por um período intenso de mudanças rumo à modernização. Com a publicação da Lei 11.438/ 07, complementada pela Medida Provisória 449/08 e alterada pela Lei 11.941/09, cujo principal objetivo foi a harmonização e convergência das normas contábeis ao padrão internacional de contabilidade, o Brasil passou a ser inserido em um novo contexto de globalização econômica. Além disso, vale ressalvar que as mudanças implicam transparência das informações nas demonstrações financeiras, o que contribui para aumentar a confiança dos investidores estrangeiros e abertura no mercado de capitais. Sabemos que as mudanças são benéficas e necessárias às empresas. Entretanto o processo de adaptação envolve tantos detalhes técnicos quanto novas posturas, treinamento, mudança de comportamento, pensamento e escrituração. Dentre as principais alterações trazidas na Lei 11.638/ 07, podemos citar resumidamente: a. Classificação do Ativo e do Passivo em “Circulante” e “Não Circulante”; b. Extinção do grupo Ativo Permanente; c. Restrição ao longo do exercício de 2008 e extinção, na data de 5-12-08, do subgrupo “Ativo Diferido”; d. Criação do subgrupo “Intangível” no grupo do Ativo Não Circulante; e. Proibição da prática da reavaliação espontânea de ativos; f. Aplicação, ao final de cada exercício social, do teste de recuperabilidade dos ativos (teste de impairment);
g. Registro, em contas de ativo e passivo, dos contratos de arrendamento mercantil financeiro (leasing); h. Extinção do grupo Resultados de Exercícios Futuros; i. Criação, no Patrimônio Líquido, da conta de “Ajustes de Avaliação Patrimonial”; j. Destinação do saldo de Lucros Acumulados; k. Alteração da sistemática de contabilização das doações e subvenções fiscais, anteriormente contabilizadas em conta de Reserva de Capital; l. Alteração da sistemática de contabilização dos prêmios nas emissões de debêntures, anteriormente contabilizados em conta de Reserva de Capital; m. Substituição da Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos (DOAR) pela Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC) no conjunto das Demonstrações Contábeis obrigatórias; n. Obrigatoriedade da elaboração da Demonstração do Valor Adicionado (DVA) pelas Companhias abertas; o. Criação do Regime Tributário de Transição (RTT); p. Extinção da classificação das Receitas e Despesas em Operacionais e Não-Operacionais; q. Implantação da apuração do Ajuste a Valor Presente de elementos do ativo e do passivo. Fundamento: Resolução do CFC nº 1.159/2009, item 6
Adicionalmente o Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC), órgão comprometido com a convergência, emitiu pronunciamentos técnicos a se-
rem adotados a partir de 01.01.2008 contemplando as modificações da Lei 11.638/07, que alterou os dispositivos da Lei das Sociedades Anônima (6.404/76). Não há dúvidas que o ponto sensível da Lei 11.638/ 07 diz respeito à neutralidade fiscal, ou seja, eliminar todos os efeitos do resultado que modifiquem a apuração do lucro real. Para isso, a Receita Federal através da Medida Provisória 449/08, art. 15, convertida na Lei 11.941/09 criou o Regime Tributário de Transição (RTT) que trata dos ajustes decorrentes do novo método contábil. O RTT era optativo para o biênio 2008-2009 mas obrigatório a partir do ano-calendário de 2010, inclusive para as empresas submetidas à apuração do imposto de renda com base no lucro presumido ou arbitrado. Sob a ótica contábil, a principal mudança está no princípio da “primazia da essência sobre a forma” (Resolução do CFC 750/93), característica principal das regras internacionais. Isso significa que, ao se registrar um item do patrimônio considerar-se-á sua essência, ou seja, o valor econômico se sobrepõe ao que está formalmente escrito. As entidades que terão maior impacto das alterações mencionadas na Lei, são àquelas consideradas
de grande porte, ainda que não constituídas sobre a forma de capital aberto. Estas, terão a obrigatoriedade da auditoria independente, deverão atender às normas da CVM, publicar suas demonstrações financeiras, apresentar a Demonstração de Fluxo de Caixa (DFC) e se for S/A aberta ou apresente patrimônio liquido na data do balanço superior a R$ 2 milhões, se fechada, a Demonstração do Valor Adicionado (DVA) Entretanto, a adoção das novas práticas contábeis deve ser observada sob o aspecto contábil não somente pelas sociedades por ações, mas por todas as demais, ainda que constituída sob a forma de limitadas, independentemente da sistemática de tributação por elas adotadas. Entendemos que apesar das dificuldades encontradas por todos àqueles envolvidos neste processo de transição, especialmente os profissionais da área contábil, a adequação às novas regras contábeis possui suas grandes vantagens e vem agregar valor às empresas e contribuir para o crescimento econômico no país, criando assim novas oportunidades e valor à classe contábil. Em meio a tantas mudanças e exigências, é importante consultar o profissional de contabilidade.
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cultura | literatura
Sonhos reais e realidade sonhada Caçar elefantes na África, subir o rio Solimões, visitar a comunidade indígena do Xingu, conhecer mosteiros europeus, viajar pela Cordilheira dos Andes. Aventuras para uma vida inteira ou mesmo para várias vidas. Mas, para o escritor Antonio Bacelar Carrelhas, autor de “Cavalo encilhado não passa duas vezes”, tais viagens significaram a sua própria existência. A transição cultural desse português para o Brasil se deu por meio de muitas realizações e oportunidades únicas. Emigrante aos 40 anos, Carrelhas apostou tudo que havia construído, pessoal e profissionalmente, para concretizar seus desejos em um outro continente. Em sua autobiografia, o aventureiro relata suas experiências juntamente com o contexto histórico dos períodos,
como guerras e questões políticas. Com uma linguagem simples, culinária, religião e cultura dividem linhas e parágrafos com desabafos e opiniões pessoais. A paixão do português pelo Brasil, evidente e contagiante, é traduzida em capítulos que apresentam um país que poucos têm chance de conhecer. “Nas entrelinhas está a minha existência: a determinação e a persistência. O incansável movimento para descobrir ou construir as oportunidades que permitem a realização dos sonhos, para depois recomeçar a sonhar”. Afinal, cavalo encilhado não passa duas vezes.
SERVIÇO: Cavalo encilhado não passa duas vezes Editora: Raiz Editorial Para adquiri-lo, envie e-mail para raizeditorial@gmail.com ou carrelhas@gmail.com
44 Brasil-Portugal no Ceará
Relato em torno das riquezas e pobrezas da África do século XXI “Deixo aqui a minha admiração pelo povo africano, que mesmo tendo fornecido escravos para o novo mundo ao longo de três séculos, sejam como reféns de guerra ou simplesmente capturados no mato, manteve intacta sua cultura, sendo hoje o principal elo de ligação entre os povos do ocidente e os povos de toda África. Deixo também meu testemunho sobre o enorme potencial artístico, cultural, econômico e social do continente africano. A África não é apenas uma “reserva de mercado”. A África é um mercado. Em todos os sentidos!” As palavras do escritor e consultor internacional Altair Maia expressam a alma do livro “Baobá – Cenas e Fatos D’África”, lançado pela Thesaurus Editora no final de
2009. As histórias e fatos narrados – vivenciados pelo autor em mais de 20 países durante nove anos – transformam-se em matéria-prima de uma narrativa leve, agradável e bem humorada do cotidiano de diversos países africanos, alguns lusófonos, como Cabo Verde, Angola e Moçambique, entre vários outros. Ler “Baobá” é viajar junto com o autor pelos infindáveis e misteriosos caminhos do continente. Cotidiano, política, economia, cultura se misturam nas 208 páginas, 16 delas só de fotografias coloridas, como o vulcão da Ilha do Fogo, o momento da criação da Comunidade dos
Países de Língua Portuguesa (CPLP), o palácio bombardeado de Guiné Bissau, o portal dos sem retorno no Benin e muitos baobás, que dão título ao livro. Curioso também saber que o título da obra é uma referência à árvore Adansonia Digitata (nome científico), abundante em toda a África e considerada a árvore da vida, reverenciada em todos os rituais africanos. Altair Maia é economista, formado pela Universidade de Brasília (UnB), com especialização em Comércio Exterior. Desde 2001, tem desenvolvido negócios em diversos países do Continente Africano.
SERVIÇO: Baobá - Cenas e Fatos D’África Valor: R$ 35,00 (já incluso o custo do correio). Para adquiri-lo, envie e-mail para altair2001@yahoo.com
Bem mais que uma simples praça Em 1971, a capital cearense ganhou um forte vínculo com a pátria lusitana. Em formato de rotatória, na qual circulam atualmente cerca de 3,5 mil carros por hora, a Praça Portugal faz parte da história de Fortaleza. Para retratar um pouco desse ícone da cidade, localizado em pleno coração do bairro da Aldeota, a jornalista Ângela Barros Leal, com o apoio de grandes fotógrafos, assina o livro “Praça Portugal – Um laço entre Portugal e o Ceará”. Fotos antigas e atuais, documentos, mapas, ilustrações e objetos concretizam o texto narrado linearmente, iniciando pela chegada dos portugueses ao Ceará. Histórias de vida se misturam ao desenvolvimento de Fortaleza e ao estreitamento dos laços entre Brasil e Portugal. Costumes, vocabulário, estilos e edificações refletem diretamente a influência lusitana no surgimento da cidade. A construção da Praça, o desenvolvimento do bairro Aldeota e da capital em geral dividem espaço com descrições de fatos históricos e realizações, sem ignorar os problemas e investimentos que também mudam com o tempo. É nesse contexto que Ângela Barros Leal cruza caminhos e fatos de uma relação não apenas de comércio e turismo, mas de conhecimentos e memórias. SERVIÇO: Praça Portugal – Um laço entre Portugal e o Ceará Editora: Terra da Luz Editorial Informações: (85) 3261 0525, 3261 7423 ou www.terradaluzeditorial.com.br
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agenda | Câmara
CBP-CE fomenta novos negócios realizando e apoiando eventos Durante o primeiro semestre de 2010, a Câmara Brasil-Portugal no Ceará não só tem realizado eventos em consonância com os anseios de seus associados, como também vem apoiando iniciativas de instituições que podem contribuir com o desenvolvimento da economia do Estado. No site da entidade (www.brasilportugal.org.br/ce), os internautas podem conferir o que já foi destaque nos três primeiros meses do ano e quais novos projetos e eventos estão por vir. Neste primeiro trimestre, a Feira Internacional do Turismo; o Salão Internacional Vinho, Pescado e Agroalimentar; a
Missão Empresarial e Contatos Bilaterais (Brasil-Angola); o Concerto em Homenagem ao bicentenário de Chopin; e o 1º Almoço de Negócios do ano, com a presença de Luis Correia, ex-secretário de Turismo do Governo Português, foram alguns dos vários destaques que levaram a chancela da CBP-CE. Para os meses de abril, maio e junho, outros fatos vão fomentar os bastidores da cadeia econômica nas empresas filiadas à entidade e movimentar a sociedade em geral. Confira o que a Câmara está preparando para os próximos meses:
Abril
Maio
Junho
De 25 a 30 Missão AIDA a Fortaleza
Dia 1º Prospecção AIDA – Fortaleza
De 27 a 30 Fiema Brasil 2010
De 6 a 9 Salão Imobiliário de Angola 2010
Dia 1º Comemoração de 9 anos da Câmara Brasil-Portugal no Ceará
De 28 a 30 XIV Encontro Internacional de Negócios do Sebrae
De 10 a 12 Nordeste INVEST 2010
De 28/04 a 02/05 Salão Internacional de Agricultura do Marrocos Dia 30 I Fórum Lusófono das Comunicações
De 13 a 15 Conferência “Eficácia Energética – Uma Parceria Estratégica” De 23 a 28 Missão Empresarial a Xangai (República Popular da China) De 24 e 25 Curso de Direito Marítimo Aplicado ao Comércio Internacional (CIN) De 25 a 28 InfoBrasil 2010 De 27 e 28 Curso de Contratos Internacionais (CIN)
46 Brasil-Portugal no Ceará
De 1º a 6 Festival do Vinho de Fortaleza e Guaramiranga De 20 a 25 Missão Empresarial a Argélia dia 22 Missão de Compradores – Sourcing Day Portugal 2010 De 30/06 a 02/07 All About Energy
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48 Brasil-Portugal no Cearรก