Conferência Internacional em Turismo discute o setor no Brasil
A nova Certidão Negativa de Débitos Trabalhistas – CNDT
Brasil é um dos principais destinos de imigrantes
BRASILPORTUGAL NO CEARÁ
Ano III - # 9 - Outubro-Novembro-Dezembro de 2011
COPA DO MUNDO
TUDO SOBRE A CAMPANHA DE FORTALEZA COMO UMA DAS CIDADES-SEDE DO MUNDIAL, O ANDAMENTO DAS OBRAS DO ESTÁDIO CASTELÃO, ENTRE OUTROS PROJETOS, NA ENTREVISTA EXCLUSIVA CONCEDIDA PELO SECRETÁRIO ESPECIAL DA COPA DO ESTADO DO CEARÁ FERRUCCIO FEITOSA Out-Nov-Dez 2011 1
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nesta edição
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entrevista O secretário Ferruccio Feitosa fala dos diferenciais da capital cearense como cidade-sede da Copa do Mundo e palco de jogos importantes da competição
breves editorial Cumprindo etapas no caminho do desenvolvimento entrevista O mundo com os olhos no Ceará com o secretário Ferruccio Feitosa
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evento Conferência Internacional de Turismo
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página jurídica A nova certidão negativa de débitos trabalhistas - CNDT
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espaço ibef
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enlp Encontro de Negócios na Língua Portuguesa trouxe oportunidades para os países participantes e a sensação de estarem vivenciando um grande momento da economia
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gastronomia Tipicamente portugueses, os pastéis de nata já ganharam o paladar dos brasileiros e podem ser encontrados até em redes de fast food por todo o mundo
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página econômica Compartilhe esta ideia
página econômica Gestão de risco: reputação empresarial
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página econômica Brasil - África, cooperação como vetor de desenvolvimento
áfrica Exportações para Moçambique dobram em 2011
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intercâmbio Identidade cultural e grandes negócios
negócios Brasil mais competitivo na África
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legislação Lei das Competências Ambientais é aprovada
economia Brasil: um novo destino para recomeçar
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gastronomia Doçura portuguesa
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negócios Unidos pela língua
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cultura Dicas de livros
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agenda
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informecial Aquiraz Riviera
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sócios
breves | notícias
Novos associados chegam à Câmara Brasil-Portugal no último trimestre de 2011 ADVOCACIA Helder Nascimento Advogados - Fundado em 2011, o escritório Helder Nascimento Advogados atua com serviços jurídicos empresariais. O objetivo em associar-se à Câmara Brasil-Portugal no Ceará é viabilizar negócios com segurança jurídica. Seu endereço funcional é Rua Marcos Macedo, 1333 - Conjunto 1018 Torre Corporate - Edifício Pátio Dom Luís - Aldeota - FortalezaCE. Para mais informações, entre em contato pelo fone/fax: (55 85) 4011 6380. COMÉRCIO Cerâmica Sagrada Família A Cerâmica Sagrada Família possui 12 anos no mercado de produção de tijolos e cerâmica, e está localizada em São Gonçalo do Amarante, região metropolitana de Fortaleza. Segundo o diretor Airton Júnior, a sociedade com a CBP-CE se dá com a expectativa de conseguir novos parceiros e expandir a atuação da empresa. O empresário afirma, ainda, que a Cerâmica Sagrada Família tem como objetivo exportar os seus produtos para os países de língua portuguesa e vê a proximidade com o Terminal Portuário do Pecém, localizado no mesmo município, como um facilitador para futuras transações. Mais informa-
ções pelos fones: (85) 3315 7137 / 9667-7171 ou pelo site: www.ceramicasagradafamilia.com.br EDUCAÇÃO IBE FGV - Sediada em Campinas, interior de São Paulo (SP), a IBE é uma grande parceira da Fundação Getúlio Vargas (FGV), responsável pela formação do maior número de alunos fora do eixo Rio - São Paulo. Juntas, IBE e FGV formam anualmente centenas de executivos nas cidades de Campinas, Jundiaí, Piracicaba e Limeira. A IBE está sediada em Campinas, no interior de São Paulo (SP). Segundo Euclides Germiniani Neto, consultor comercial do IBE / FGV, a associação com a CBP-CE se dá pelo reconhecimento da expansão pela qual passa o Ceará, com constantes investimentos públicos e privados para ampliar a economia. Para saber mais, acesse o site: http://www.ibe.edu.br/fgv/ CONSULTORIA Singular Consultoria - A Singular Consultoria foi fundada em 2010 pelo empresário Luiz Henrique Correa e presta consultoria em gestão, finanças e investimentos para outras instituições. De forma prática, a Singular assessora empresas e busca financiamento e capital adequados para os in-
vestimentos, principalmente no Nordeste brasileiro. Além da Singular Consultoria, Luiz Henrique também é sócio da Vilidigood, em Portugal, onde atua no mesmo ramo. A empresa fica localizada na Rua Vicente Linhares, 500 – Grupo 1001 - Aldeota - Fortaleza-CE. Mais informações pelo fone: (55 85) 3244 1513. CONSULTORIA E ASSESSORIA Luiz Henrique Mascarenhas Correa Silva - Graduado em Economia, tem especialização em Gestão, Finanças e Direito, além de mestrado em Administração e Gestão na Université Catholique de Louvain (Bélgica). Exerceu a função de Conselheiro das empresas Cibrasec, Cobra Computadores, Cadam, GTD, RGE e Brasil Telecom. Foi funcionário do Banco do Brasil, onde exerceu funções de gestor na Diretoria de Mercado de Capitais e Investimento. Foi Analista Sênior na Diretoria de Planejamento da Caixa de Previdência dos Funcionários do Banco do Brasil – Previ e Diretor Financeiro e de Mercado de Capitais do Banco do Nordeste do Brasil – BNB. Atualmente, é sócio da Plural Capital, sócio-fundador da Singular Consultoria e membro do Conselho de Administração da Brascom S.A. Contato: lhmcorrea@gmail.com
notícias
Jornal O Povo lança caderno com notícias do The New York Times No início do mês de dezembro, o jornal O Povo lançou caderno especial com notícias do jornal norte-americano The New York Times, que circula todas as segundas-feiras. Sócio da Câmara Brasil-Portugal no Ceará (CBPCE), o periódico é o primeiro no Ceará a trazer notícias do jornal norte-americano. A primeira edição trouxe, entre outros temas, matérias sobre o design nas favelas e o cineasta e ator brasileiro José Mojica Marins, criador 4 Brasil-Portugal no Ceará
do personagem Zé do Caixão. O The New York Times foi fundado em 1851 com o nome de New-York Daily Times. Atualmente, é considerado o jornal mais influente do mundo. Suas matérias são reproduzidas por 35 importantes veículos mundiais, como El País (Espanha), Le Figaro (França), The Observer (Reino Unido) e Clarín (Argentina). Para conferir o conteúdo do caderno no jornal O Povo basta acessar o site (www.opovo.com.br).
cultura
copa do mundo
Músico português Luis Peças Martifer faz apresentação em Fortaleza participa de construção do Estádio do Grêmio de Porto Alegre
O Teatro Celina Queiroz, na Universidade de Fortaleza (Unifor), foi palco do show do contratenor português Luis Peças, em novembro. Acompanhado pela Camerata e pelo Coral da instituição, a apresentação marcou o lançamento do CD “Camerata, Coral e Luis Peças.” A apresentação na Unifor contou com a presença do vice-cônsul de Portugal em Fortaleza, Francisco Brandão. O repertório inclui obras compostas pelos alemães Georg Frederic Händel, J. S. Bach, W. A. Mozart e pelo austríaco C. W. Gluck. Luis Peças se dedica à música desde 1985, quando iniciou sua carreira musical tocando oboé e, em paralelo, estudava canto lírico. Foi aluno do contratenor Rodney Gibson, em Londres, com quem aperfeiçoou o repertório barroco. O artista participa de vários eventos musicais em países como Brasil, Itália, França, Espanha e Suíça.
fic
15ª Feira Internacional de Cabo Verde teve o Brasil como convidado O Brasil foi convidado a participar da 15ª edição da Feira Internacional de Cabo Verde (FIC), que ocorreu na cidade do Mindelo, na ilha de São Vicente, durante o mês de novembro. O evento trouxe o tema “15 anos a promover negócios em Cabo Verde” e contou com a participação de 90 expositores de empresas cabo-verdianas e estrangeiras em 140 estandes. A feira ofereceu aos expositores a possibilidade de mostrarem seus produtos e serviços, a fim de estimular o desenvolvimento de negócios, a transferência de conhecimento e a promoção de trocas comerciais em várias áreas. Dividida em segmen-
tos, a FIC reuniu industriais de máquinas e equipamentos, empresários de setores como construção civil, habitação, transporte, eletroeletrônico, tecnologias de informação, agronegócio, comércio e serviços, artesanato, entre outros. Destaque para a presença de empreendedores em áreas como arte, moda e cultura. Na ocasião, as entidades parceiras da feira, sob a coordenação da Câmara de Comércio do Barlavento, prepararam um conjunto de atividades paralelas e de interesse empresarial e cultural destinado aos expositores e visitantes profissionais nacionais e internacionais.
A empresa portuguesa Martifer, sócia da CBP-CE e especializada na fabricação de estruturas metálicas, e com negócios também na área da energia solar e eólica, ganhou a concorrência para a construção de um terceiro estádio de futebol no Brasil. O novo projeto é o estádio do Grêmio de Porto Alegre – clube do Rio Grande do Sul, que não constava na lista das infraestruturas pré-selecionadas para o Mundial de Futebol de 2014. A obra prevê a construção do estádio, do qual toda a estrutura metálica ficará a cargo da Martifer. A responsável pela obra é a OAS Empreiteiros, com quem a empresa portuguesa está trabalhando no projeto do estádio Fonte Nova, em Salvador, Bahia. Com capacidade para 55 mil pessoas, a obra de Porto Alegre está integrada em um complexo imobiliário composto por hotel, centro comercial, centro de congressos, edifícios de apartamentos e zona de estacionamento. A conclusão da obra está prevista para dezembro de 2012.
Maquete do Estádio do Grêmio de Porto Alegre
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breves | notícias
personalidade 2011
Cid Gomes recebe homenagem da Coopercon A Cooperativa da Construção Civil do Ceará (Coopercon) prestou homenagem ao governador do Estado, Cid Gomes, durante sua festa de confraternização anual, realizada em novembro no La Maison Dunas, em Fortaleza. Instituição parceira da Câmara Brasil-Portugal no Ceará (CBP-CE), a Coopercon dedicou o Prêmio Personalidade 2011 ao governador, cuja formação é em engenharia civil. O evento homenageou também as empresas que apresentaram o maior faturamento no ano a partir de valores negociados pela cooperativa: Cameron Construtora, Diagonal Engenharia e C. Rolim Engenharia, respectivamente em primeiro, segundo e terceiro lugares. A confraternização reuniu o presidente da Coopercon, Marcos Vasconcelos, cooperados e parceiros, sendo prestigiada por mais de mil convidados. Também estiveram presentes o presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Ceará (Sinduscon-CE), Roberto Sérgio, o ex-ministro Ciro Gomes, irmão do atual governador, o deputado federal Arthur Bruno e os deputados estaduais Tim Gomes e Ely Aguiar. O cerimonial foi assinado por Ivana Castro, com decoração de Branca Mourão. As bandas Acaiaca e Batuques Acaiaca animaram a noite.
6 Brasil-Portugal no Ceará
sustentabilidade
Recicla Nordeste 2011 Fortaleza sediou o Recicla Nordeste 2011, que aconteceu no Centro de Convenções, entre os dias 03 e 05 de novembro. A feira reuniu prestadores de serviços, fabricantes, importadores e consultores ligados ao setor da reciclagem. Com organização da Ikone Eventos em parceria com o Sindicato das Empresas de Reciclagem de Resíduos Sólidos Domésticos e Industriais do Estado do Ceará (Sindiverdi), o evento visou a interação entre a cadeia produtiva e a reciclagem, no intuito de promover o desenvolvimento sustentável no Ceará. O Recicla Nordeste 2011 estimulou a implementação de diversas práticas em diferentes setores da sociedade, como a
disciplina no combate ao desperdício, a prática da coleta seletiva e o consumo consciente, além de fomentar a cultura da preocupação sustentável através do compartilhamento de conhecimentos e experiências entre os participantes. Com o tema “Reciclando com Sustentabilidade”, a feira trouxe uma vasta programação que contou com palestras, cursos, workshops, seminários e mostras, como a de Tecnologias Industriais e Sociais para a Gestão dos Resíduos e a de Ecoarte Cultura. Os visitantes também puderam conferir o Salão de Boas Práticas e a Indústria Modelo, além de eventos paralelos de premiação das ações de Responsabilidade Socioambiental.
encontro
Sebrae-CE promove workshop preparatório para a Feira do Empreendedor 2012 Em ritmo de preparação total para a próxima edição da Feira do Empreendedor, que será realizada em Fortaleza, em 2012, o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas no Ceará (Sebrae-CE) vem promovendo diversas ações de planejamento para garantir a qualidade do evento. Exemplo disso foi um workshop que reuniu os principais atores sociais envolvidos com a Feira, cujo objetivo foi contribuir para a construção coletiva das temáticas, delimitando objetivos e expectativas para o evento. O facilitador do workshop foi Francílio Dourado, mestre em Administração, especialista em Marketing e consultor de empresas, que utilizou a metodologia de Facilitação Gráfica para desenvolver o encontro e captar os desejos e potencialidades dos participantes, um
modelo de trabalho em grupo que provoca o espírito criativo das pessoas à explicitação de ideias e sentimentos ligados ao tema do encontro. “A ideia era ajudar as pessoas a verem o significado de sua participação. Com o uso criativo das imagens, buscamos catalisar a intuição dos participantes na construção da árvore de comprometimento e do edifício organizacional”, explicou Dourado. Em sua próxima edição, a Feira do Empreendedor será realizada entre os dias 24 e 27 de setembro de 2012, no novo Centro de Eventos do Estado. Consolidado como uma ação multisetorial, o evento trouxe, somente em 2010, mais de 18 mil visitantes e realizou 15 mil atendimentos presenciais, além de 162 eventos simultâneos, com cerca de 13 mil pessoas capacitadas.
evento
CBP-CE participa de reunião da Rede Petro-CE A Câmara Brasil-Portugal no Ceará esteve presente na reunião das empresas integrantes da Rede Petro-CE, em outubro. Na ocasião, foram evidenciadas as potencialidades de relacionamento entre as empresas brasileiras e estrangeiras, promovendo intercâmbio de mercado, capital e tecnologia. De acordo com o diretor da CBP-CE, Carlos Duarte, que marcou presença no evento, a rede busca o forne-
cimento de produtos e serviços de excelência para atender o mercado nacional e o de países lusófonos, com destaque para Angola. Criada em março de 2007, a partir do convênio Petrobras-Sebrae, a Rede Petro-CE é integrada pela Associação das Empresas da Rede Produtiva do Petróleo, Gás e Energia do Ceará (Apegce), com mais de 50 empresas associadas.
nova gestão
Pedro Reis é o novo presidente da Aicep A Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (Aicep) – que responde por 50 delegações em 44 países, integrada por uma rede diplomática – terminou o ano de 2011 com um novo presidente. Pedro Reis assumiu o cargo que passou meses desocupado, após Basílio Horta ter renunciado ao mandato para assumir as funções de deputado pelo Partido Socialista. Desde julho, Pedro Reis era vicepresidente da Cunha Vaz & Associados, consultora que entrou ao sair da Imago, da qual detinha 25% do capital, vendido posteriormente. Foi conselheiro do atual Primeiro-Ministro Pedro Passos Coelho, tendo, a seu pedido, lançado o livro “Voltar a Crescer”, obra que reúne as sugestões de 55 empresários e gestores sobre a economia portuguesa. Pedro Reis é licenciado em Gestão e Administração de Empresas pela Universidade Católica Portuguesa, tendo feito cursos de especialização na Universidade Católica Portuguesa, na Universidade de Harvard, nos EUA, e no Insead, na França. Acumula uma experiência de mais de 20 anos como gestor e consultor de empresas, tendo sido vencedor do Prêmio “Gestores do Amanhã”, em 1995, atribuído pelo JNICT, Egon Zehnder e revista “Fortuna”. Desempenhou, ainda, o cargo de Presidente do Grupo Altamira e do Grupo Tubos, e foi comentarista de temas econômicos, políticos e empresariais em televisão, tendo também assinado artigos na imprensa escrita.
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confraria
Compadres batizam Academia do Bacalhau de Fortaleza
breves | notícias
troféu
Vila Galé Cumbuco recebe Prêmio Guia Quatro Rodas Brasil 2012 O resort Vila Galé, localizado na praia do Cumbuco, município de Caucaia, Região Metropolitana de Fortaleza, foi reconhecido pela Guia Quatro Rodas Brasil 2012 como o melhor resort do ano e melhor SPA em hotel. A solenidade de entrega do prêmio foi realizada na cidade de São Paulo, em setembro. Com apenas um ano de operação, o empreendimento, associado da Câmara Brasil-Portugal no Ceará, recebeu o prêmio concorrendo com um total de 14 destaques entregues para empresas divididas nas categorias Hotéis, Restaurantes e Atrações. A abertura do resort Vila Galé Cumbuco, em outubro de 2010, marcou a inauguração da sexta unidade hoteleira da rede Vila Galé no Brasil. Com seus 465 apartamentos e chalés, quatro restaurantes e cinco bares, é o primeiro resort do grupo Vila Galé a contar com um SPA médico, o Satsanga SPA Médico, também vencedor do prêmio Guia Quatro Rodas. Vila Galé Cumbuco
A Academia do Bacalhau realizou, no dia 13 de outubro, o batismo da sede de Fortaleza, no restaurante João do Bacalhau, especializado em culinária portuguesa. O jantar foi presidido pela academia-mãe, sediada em Johanesburgo, África do Sul e reuniu cerca de 120 compadres e comadres da associação de Fortaleza, estrangeiros e convidados oficiais da Academia. A sede de Fortaleza, presidida por José Antônio Nogueira, foi criada no dia 5 de agosto de 2008.
turismo
Oásis Atlântico inaugura hotel de luxo em Cabo Verde O grupo hoteleiro português Oásis Atlântico inaugurou mais um hotel na Ilha do Sal, em Cabo Verde. O Oásis Salinas Sea foi inaugurado em junho de 2011 e conta com 338 quartos em uma área de 17 mil m². A nova unidade possui padrão cinco estrelas e o total investido foi cerca de 25 milhões de euros. O Oásis Salinas Sea é uma das seis unidades da rede de
Oásis Salinas Sea 8 Brasil-Portugal no Ceará
Atualmente, a Associação do Bacalhau está localizada na Rua Padre Pedro de Alencar, 71, bairro de Messejana. A celebração do batizado da entidade em Fortaleza foi realizada na véspera do 40º Congresso Mundial das Academias do Bacalhau, em Recife, entre os dias 14 e 16 de outubro. Já existem mais de 30 associações espalhadas por diversos países do mundo. Além de valorizar a cultura portuguesa, a Academia do Bacalhau realiza trabalhos de assistência social aos mais humildes.
hotéis pertencentes ao grupo empresarial. São quatro hotéis de quatro estrelas em Cabo Verde – Oásis Atlântico Belorizonte e Oásis Atlântico Novorizonte, ambos na Ilha do Sal; o Oásis Atlântico Praiamar, na Ilha de Santiago; e o Oásis Atlântico Porto Grande, na Ilha de São Vicente – e dois hotéis de cinco estrelas no Complexo Fortaleza, Brasil - Oásis Atlântico Imperial e Oásis Atlântico Fortaleza.
editorial A Câmara Brasil-Portugal no Ceará - Indústria, Comércio e Turismo (CBP-CE) surgiu em junho de 2001. Atualmente, a entidade conta com cerca de 150 associados entre sócios pessoa física e pessoa jurídica. O objetivo principal da entidade é apoiar as atividades empresarias e influir nas políticas públicas vinculadas às relações luso-cearenses no âmbito das áreas de atuação da Câmara. DIRETORIA Presidente
Jorge Duarte Chaskelmann 1º Vice-Presidente
José Maria McCall Zanocchi 2º Vice-Presidente
Antonio Roberto Alves Marinho 3º Vice-Presidente
José Augusto Pinto Wahnon
Cumprindo etapas no caminho do desenvolvimento
Diretora Tesoureira
Huga Mendes Oliveira Diretor de Energias Renováveis
Armando Leite Mendes de Abreu Diretor de Agronegócios
Carlos Manuel Subtil Duarte Diretor de Comunicação
Cliff Freire Villar da Silva Diretora de Assuntos Jurídicos
Fernanda Cabral de Almeida Gonçalves Diretor de Construção Civil
Francisco Eugênio Montenegro Diretor de Meio Ambiente
José Euber de Vasconcelos Araújo Diretora de Tecnologia da Informação (Brasil) Marluce B. Aires de Pina Diretor de Tecnologia da Informação (Portugal) Miguel Costa Manso Diretor de Logística Carlos Maia Av. Barão de Studart, 1980 - 2º Andar - Ed. Casa da Indústria (FIEC) Fortaleza-CE - CEP: 60120-901 Fone e Fax: + 55 85 3261 7423 E-mail: secretariace@brasilportugal.org.br
BRASILPORTUGAL NO CEARÁ
A Revista Brasil-Portugal no Ceará é uma publicação trimestral da Câmara Brasil-Portugal no Ceará Ano III - # 8 - Julho-Agosto-Setembro de 2011 Conselho Editorial
Clivânia Teixeira, José Maria McCall Zanocchi, José Wahnon e Cliff Freire Villar da Silva Jornalistas Responsáveis
Mauro Costa (CE 01035 JP) e Rafaela Britto (PE 3672 JP) Redação
Sarah Coelho, Sara Raquel Melo, Vicky Nóbrega, Manuela Barroso, Adailma Mendes, Felipe Pontes, Eduardo Lima e Francisco Barbosa Colaboração
Caramelo Comunicação Concepção Gráfica / Design Editorial
GMS Studio - Glaymerson Moises Produção
Estimados sócios, Mais um ano se passou e a nossa Câmara completou o seu décimo aniversário, continuando a prestigiar a comunidade portuguesa do Ceará e a apoiar os empresários e outros que de nós se têm aproximado. Apesar da crise, mantivemos um crescimento no número de associados e consolidamos a nossa imagem junto à comunidade cearense. Ao concluir 2011, podemos estar orgulhosos pela realização de vários eventos, destacando, com certeza, o Encontro de Negócios na Língua Portuguesa, realizado em outubro, e no qual 164 empresários participaram em mais de 200 rodadas de negócios com a colaboração do Governo do Estado do Ceará e as suas instituições, do Sebrae e da Fiec. Apesar das dificuldades financeiras e dos poucos apoios, podemos nos orgulhar de uma missão cumprida. Em colaboração com a Beneficência Portuguesa e a Academia do Bacalhau celebramos, no Bar do Pirata, a Festa de Portugal, no dia 10 de junho, com uma grande audiência. Enfim, foi um ano cheio de atividades e trabalho. Para 2012, temos alguns projetos de eventos e uma maior ligação aos pequenos e médios municípios do Ceará, onde acreditamos que está o futuro crescimento econômico e onde os médios empresários portugueses e cearenses poderão fechar parcerias com mútuos benefícios. Continuaremos a lutar pela consolidação do espaço de negócios da lusofonia nesta triangulação da Europa, América do Sul e África, e insistir no Ceará para sediar os eventos da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), por acreditarmos que a localização privilegiada do nosso Estado tem as melhores condições como porta de entrada para o Brasil e o Nordeste, onde o ritmo de crescimento não para. Portugal vai atravessar um longo e mau momento na consequência da falta de visão e patriotismo de dirigentes que preferiram hipotecar o seu futuro ao se entregarem a um espaço europeu que voltou o país para uma condição periférica logo após a reunificação da Alemanha, permitindo acabar com as atividades econômicas tradicionais, alienando a vocação atlântica, onde continuamos a acreditar que está o futuro dos portugueses. Assim, a nossa missão tem, neste momento, um peso maior de responsabilidade, e tanto esta presidência e diretoria agora, como no futuro, irá continuar a lutar por esta comunidade. Feliz Ano de 2012 para todos vocês. Jorge Duarte Chaskelmann
(85) 3258 1001 - www.ad2m.com.br Os artigos assinados da revista não necessariamente refletem a opinião da entidade e são de exclusiva responsabilidade dos autores.
Presidente CBP-CE – Gestão 2010/2014
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entrevista Ferruccio Feitosa Secretรกrio Especial da Copa do Estado do Cearรก
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O MUNDO COM OS OLHOS NO CEARÁ FERRUCCIO FEITOSA FALA DOS DIFERENCIAIS DO ESTADO PARA A CONQUISTA DE FORTALEZA COMO CIDADE-SEDE DA COPA DO MUNDO E AINDA RECEBENDO JOGOS IMPORTANTES DA COMPETIÇÃO O advogado Ferruccio Petri Feitosa, 41 anos, é hoje o interlocutor da Sede Fortaleza na Copa do Mundo da Fifa Brasil 2014 junto ao Comitê Organizador LOC/Fifa. Nomeado em 2011 como Secretário Especial da Copa, Ferruccio foi, antes, Secretário do Esporte do Estado do Ceará, quando obteve destaque a partir do desenvolvimento de diversos projetos. Dentre as ações de destaque estão a concessão de 6.458 bolsas destinadas a atletas, com os programas Bolsa Esporte e Bolsa Atleta; a implantação de 356 núcleos esportivos e a autorização de 300 obras voltadas à prática esportiva; além do apoio a 204 eventos, somente nos anos de 2009 a 2010. Em sua gestão, o Ceará se destacou por ser o único estado brasileiro com cobertura esportiva em 100% do seu território, gerando oportunidade de empregos diretos a mais de 1.500 pessoas e atendendo mais de 60 mil atletas e estudantes todos os dias. Os desafios atuais do secretário são de seguir com a excelente campanha de Fortaleza entre as cidades-sede da Copa do Mundo de 2014, mantendo o sucesso de resultados das obras do Estádio Castelão e o andamento de outros projetos
que preparam a cidade e o Estado para receber bem o público do Mundial. Ao todo, serão investidos R$ 518,6 milhões na modernização da Arena Castelão, construção de uma praça no entorno do equipamento, estacionamento coberto para 1.900 veículos e edifíciosede de dois órgãos estaduais que foram inaugurados em novembro de 2011. Segundo o secretário, o Governo do Estado está investindo também em obras públicas que vão impactar a Região Metropolitana de Fortaleza, mais de R$ 5 bilhões. As obras da Arena Castelão atingiram, no fim de novembro, a marca de 50,09% de conclusão, segundo relatório divulgado pelo Consórcio Construtor, composto pelas empresas Galvão Engenharia e Andrade Mendonça. Além desse percentual, duas das quatro etapas do projeto estão finalizadas, sendo que as etapas III e IV já estão com, respectivamente, 38,34% e 13,29% de conclusão. A obra é a mais adiantada entre todas as arenas que vão receber a Copa do Mundo da Fifa e a Copa das Confederações 2013, e deve ser concluída em dezembro de 2012. Out-Nov-Dez 2011 11
entrevista | Ferruccio Feitosa
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Como começou o trabalho do Governo do Estado do Ceará para trazer a Copa do Mundo para Fortaleza? Quais foram as principais ações para atingir o destaque que a cidade conseguiu dentro da programação dos jogos do Mundial e, consequentemente, para o ganho da confiança da Fifa? Primeiro tenho que destacar que no ano de 2007, época em que o Brasil era candidato a ser sede da Copa do Mundo de 2014, foi-nos solicitado que ajudássemos o País a ser contemplado com o evento. Naquele momento, começamos a trabalhar fortemente nessa perspectiva. Tivemos a apresentação das potencialidades da cidade de Fortaleza no Rio de Janeiro, para a Fifa, quando eram 18 cidades concorrendo. Nossa apresentação foi muito elogiada pelos membros da Fifa e pelos membros da própria CBF. E quando o Brasil foi confirmado para ser sede, acreditamos na possibilidade de sermos uma das sedes da Copa de 2014 e ainda ajudar na Copa das Confederações. Tivemos a felicidade de estarmos iniciando um novo Governo em 2007 e lembro da fala do Governador Cid Gomes dizendo que só acreditava em governos que tinham bons projetos e que para bons projetos não faltavam recursos. A partir dessa fala, montamos uma equipe
Maquete do Estádio Castelão 12 Brasil-Portugal no Ceará
para começar a trabalhar alguns projetos para Fortaleza, e muitos, até mesmo de outras secretarias, começaram a se viabilizar já nos anos de 2007 e 2008. Um grupo começou a trabalhar principalmente em sete eixos: saneamento básico, turismo, segurança, saúde, estádio, meio ambiente e tecnologia da informação. Veio então a decisão do Governo de modernizar o estádio do Castelão, aumentando em 10% a sua capacidade, sendo, portanto, o maior estádio do Norte e Nordeste, e um dos quatro maiores da Copa do Mundo. A primeira pergunta da Fifa foi qual era a pretensão de Fortaleza e desde o começo deixamos bem claro que era receber uma semifinal da Copa do Mundo. O projeto do Castelão passou a ser visto dentro dessa perspectiva, olhando capacidade de público, área para a imprensa, área de broadcast, de mídia etc. Para as semifinais é necessário um estádio com capacidade acima de 60 mil lugares.
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Então foi feita uma análise a partir também de um posicionamento da Fifa? Sim, porque eles colocaram que os pré-requisitos para uma semifinal eram diferentes para jogos da fase inicial na Copa do Mundo. Isso tudo serviu como parâmetro para receber um jogo da seleção brasileira. Assim,
fomos agraciados com um jogo já certo do Brasil, e o Brasil avançando bem, jogará aqui durante as quartas de finais. Se ele ficar como segundo colocado do grupo, então joga a fase anterior, de oitavas de finais. E tudo isso por conta da disposição do Governo em fazer um estádio de grande porte e do desempenho da execução da obra por parte dos 800 colaboradores envolvidos. O Castelão é a obra mais adiantada do país. É o primeiro estádio brasileiro que já está com metade da obra executada.
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Além do porte do Castelão, que outros diferenciais do estádio pesaram na decisão de Fortaleza como sede da Copa e ainda recebendo jogos importantes? Além de ser um estádio de grande porte, o projeto foi analisado desde o início pelos técnicos na Fifa como um projeto sem entrave. Tudo o que foi colocado ficou fácil de atender, sem fazer arranjos, e nada fora dos padrões da Fifa. A própria área do estádio é fabulosa para atender às exigências do caderno de encargos. Desde o primeiro momento, o diálogo com os técnicos do comitê organizador e da Fifa foi fácil.
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Dentro desse cenário, a figura do secretário Ferruccio Feitosa ganhou grande credibilidade e notoriedade na sociedade. Como o senhor está trabalhando essa visibilidade? Existem alguns princípios que carrego sempre muito próximos de mim. Um é a questão do princípio cristão. Quando temos oportunidades, devemos abraçá-las e dar o nosso máximo, gerando oportunidades e melhoria de qualidade de vida para as pessoas. Eu me sinto, na verdade, uma pessoa contemplada por Deus, de estar podendo fazer algumas coisas em benefício dos meus irmãos cearenses. Nunca me deixei contaminar pela vaidade pecaminosa. Aprendi, desde a minha infân-
Somente em Fortaleza temos 27 mil leitos. Quando ampliamos para um raio de 60 km, temos 55 mil leitos. Então estamos bem atendidos, até mesmo com novos resorts. Este ano, o Vila Galé Cumbuco, inclusive, foi eleito melhor do Brasil, e o seu SPA também foi o melhor na categoria. Também tivemos o prêmio de grande novidade, que foi o Carmel Charme Resort, na praia do Barro Preto. E ainda tem outros investidores que estão vindo para o Ceará com o intuito de reforçar essa estrutura de hotéis. Um deles é na praia de Paracuru.
cia, a ser solidário, praticar o bem e tratar as coisas com muito espírito público. É natural a visibilidade, pois ocupo um cargo que está cuidando do maior evento do mundo. Não existe outro evento com essa dimensão, haja vista que mais de 1 bilhão de pessoas assistem a cada jogo transmitido na Copa do Mundo. Agora mesmo, para a Copa do Mundo de 2014, já temos 207 países que fecharam as transmissões.
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Em novembro de 2011, o Governador Cid Gomes e o senhor estiveram em Portugal, onde visitaram a Federação Portuguesa de Futebol e alguns estádios do país. Que experiências portuguesas podem servir de exemplos para o Ceará? Algum acordo ou parceria foi fechado na ocasião? Na verdade, fizemos visitas às federações portuguesa, espanhola e alemã de futebol. Nessas oportunidades, deixamos books mostrando oito hotéis que temos no Estado do Ceará como possibilidades de hospedagem para as seleções desses países, inclusive podendo ser utilizados à aclimatação dos jogadores no Brasil. Também deixamos dois vídeos que retratam as belezas naturais, a cultura e a culinária do Estado do Ceará, e a maquete eletrônica do Castelão. Ainda iremos visitar a Itália e, possivelmente, a Inglaterra.
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O Ceará está fazendo, com essas visitas, uma ação diferenciada frente aos outros estados? Eu não tenho conhecimento de nenhum outro Estado que esteja fazendo isso, o que mostra o quanto o Governador Cid Gomes está empenhado e entende que a Copa do Mundo é uma grande oportunidade para o Ceará. Fortaleza também está numa situação privilegiada por conta da localização geográfica, sendo a cidade mais próxima da Europa, uma das mais próximas da América do Norte e a mais próxima da África. Então, lógico, vamos explorar isso ao máximo. No período da Copa do Mundo e das Confederações, Fortaleza ainda pode ser a única cidade a ter sol. As outras talvez estejam muito frias ou em período de chuvas.
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Como o Estado está se preparando para a hospedagem de atletas, turistas e imprensa? A Fifa, através da Match Hospitality, empresa contratada para cuidar da parte de hospedagem, esteve conosco algumas vezes e colocou a exigência de que a cidade-sede tenha até 20 mil leitos à disposição em um raio de até 80 km do local.
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É possível falarmos de um valor que a Copa deve movimentar dentro do Estado? Foi feito um estudo pelos Ministérios do Esporte e do Turismo que apontou como o Brasil poderia receber 3,6 milhões de turistas somente durante a Copa do Mundo. Dentro desse estudo, também foi colocado que esses visitantes deveriam incrementar a economia do País em R$ 9 bilhões só no período do mundial. Nessa mesma pesquisa, o Ceará ficou em terceiro lugar, recebendo um pouco mais de 700 mil turistas, tendo apenas São Paulo e Rio de Janeiro à sua frente. Ocorre que esse estudo foi antes da escolha dos jogos para cada cidade-sede. Se antes já tínhamos essa posição satisfatória, imagine agora.
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Podemos esperar a Copa América de 2015 no Ceará? Há estados que não foram contemplados nem com a Copa das Confederações e nem com a Copa do Mundo, e aí não podemos ser egoístas. Acho que deveria haver um esforço das 12 cidades escolhidas para a Copa do Mundo em dar oportunidade a outros estados para se desenvolverem, como temos aqui vizinho o Piauí e a Paraíba, além do Pará. Outros estados poderiam ser contemplados com a Copa América. Out-Nov-Dez 2011 13
evento | turismo
por Adailma Mendes
CONFERÊNCIA INTERNACIONAL DE
TURISMO ENCONTRO PROMOVEU DISCUSSÕES SOBRE O SETOR NO BRASIL E NO CEARÁ. EXPERIÊNCIAS COM MEGAEVENTOS ESPORTIVOS TAMBÉM FORAM APRESENTADAS NO EVENTO QUE ACONTECEU EM NOVEMBRO, EM FORTALEZA
14 Brasil-Portugal no Ceará
C
erca de 1.000 pessoas circularam pelo Centro de Convenções do Ceará, nos dias 28 e 29 de novembro, para discutir as perspectivas e desafios do turismo. Confiantes de que a atividade pode ser uma forte indutora de geração de riqueza, sustentabilidade, igualdade e desenvolvimento, 27 palestrantes compartilharam experiências e apostas durante a programação da 1ª Conferência Internacional em Turismo, uma realização do Governo do Estado do Ceará, por meio da Secretaria do Turismo do Estado (Setur); Ministério do Turismo (Mtur); Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID); Organização Mundial do Turismo (OMT), e Banco do Nordeste do Brasil (BNB). Investimentos na área, casos de sucesso do setor como indutor de desenvolvi-
mento econômico e social, e experiências com megaeventos esportivos foram os destaques das discussões da Conferência. “Nós temos previstos para investimentos no próximo quadriênio algo em torno de R$ 12 bilhões e R$ 1,3 bilhão estará alocado para o turismo”, anunciou o Governador do Estado do Ceará, Cid Ferreira Gomes, durante o evento. A meta no Estado, segundo o Governador, é manter o turismo como responsável por 11% das riquezas produzidas no Ceará, sendo um importante meio de geração de emprego e renda para a população. Para o secretário de Turismo do Ceará, Bismarck Maia, o Estado está provando sua capacidade de implantar macro e microestruturas turísticas, sendo as primeiras a base para o desenvolvimento geral do
setor e as segundas as responsáveis por potencializar a capacidade de cada comunidade em desenvolver a atividade turística a partir de sua vocação. “A Conferência foi capaz de criar no Ceará o terreno propício para se discutir os desafios atuais do desenvolvimento do turismo mundial com base em experiências de instituições internacionais e do Governo Federal brasileiro, governos estaduais e municipais”, completou Maia. O ministro do Turismo do Brasil, Gastão Vieira, destacou na Conferência os 72 milhões de desembarques nacionais no País em novembro de 2011, quando no mesmo período de 2010 foram 68,8 milhões. Segundo Gastão, o número de empregos em toda a cadeia do setor aumentou e passou a ser uma alternativa para sair da crise. Entre as principais conclusões das discussões, destacaram-se a necessidade do turismo figurar entre as prioridades nacionais, através da garantia de políticas multissetoriais; a visão de que a redução da pobreza e a sustentabilidade são consequências diretas do desenvolvimento do setor, assim como a geração de empregos e a inclusão de grupos vulneráveis (mulheres e jovens, por exemplo); a consciência de que o turista atual não busca apenas paraísos para serem fotografados, mas sim experiências reais e contato com as comunidades; e que os megaeventos são uma oportunidade única para a integração regional e garantia de um importante legado para a população.
EXPERIÊNCIAS INTERNACIONAIS O secretário-geral da Organização Mundial do Turismo (OMT), Taleb Rifai, defendeu na Conferência que o Brasil deve se espelhar em exemplos como o de Barcelona, na Espanha, que soube aproveitar as Olimpíadas de 1992 para gerar legados à população local. Rifai pontuou também que os investimentos em turismo garantem melhor infraestrutura, valorização da população local e desenvolvimento de destinos turisticos. Manuel de Forn, comissário do Conselho de Barcelona para os Jogos Olímpicos de 1992, colocou durante a conferência que as parcerias público-privadas são fundamentais na preparação para receber um grande evento. Para ele, o setor privado é o mais beneficiário após os jogos. O setor público não pode investir em tudo.
AS OBRAS NO CEARÁ Na visão de Fernando Carillo-Flórez, representante do BID no Brasil, é incrível a cifra de mais de R$ 1 bilhão de investimento em obras no Ceará. “O Estado é o principal destino dos investimentos do BID”, disse Flórez. Ele ainda informou, na Conferência, que existe uma carta de crédito de US$ 400 milhões a ser preparada para uso ao longo dos próximos quatro anos. Entre as obras em andamento no Estado, está o Centro de Eventos do Ceará (CEC), com cerca de 87% das obras físicas concluídas, empregando
Cid Gomes, governador do Estado do Ceará
Bismarck Maia, secretário de Turismo do Estado do Ceará
Taleb Rifai, secretário-geral da Organização Mundial do Turismo
mais de 1.200 funcionários. A previsão é de que o CEC esteja pronto, inclusive com equipamentos completares, no segundo semestre de 2011. Trinta mil pessoas poderão ser recebidas no local a cada dia. A ampliação e modernização do aeroporto de Aracati, município situado a 140 km de Fortaleza, é outro grande projeto. O contrato para a Aquisição e Ampliação da Pista de Pouso foi firmado por meio da Secretaria do Turismo com a interveniência do Departamento de Edificações e Rodovias (DER), com recursos do Ministério do Turismo e Tesouro do Estado, no valor de R$ 15,3 milhões. Já o aeroporto de Jericoacoara está sendo projetado para atender a 1,2 mil voos/ano, incrementando o fluxo turístico do Litoral Oeste. O Acquário Ceará, obra de aproximadamente R$ 250 milhões, é uma das maiores obras estruturantes em curso no Estado. Para a sua primeira etapa, orçada em R$ R$ 16,9 milhões, será construída uma espécie de esqueleto de concreto de quatro pavimentos, chamado de caixa básica. Esta fase foi iniciada no final de 2010, com a demolição dos prédios e limpeza do terreno onde será instalado o equipamento, e deve ficar pronta até o segundo semestre de 2012. A rodovia CE-040, uma das principais vias do Litoral Oeste, passa ainda por ampliação. Depois da duplicação entre o início da estrada em Fortaleza, da Avenida Perimetral até o Iguape, em Aquiraz, a Setur vai entregar até o primeiro semestre de 2012 o trecho restante, entre o Iguape e Beberibe. Mais da metade das obras já está concluída. Out-Nov-Dez 2011 15
página jurídica | cndt
por Daniela Moreira Sampaio Ribeiro, graduada em Direito pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), pós-graduada em Direito Processual Civil e Trabalhista na Universidade Cândido Mendes do Rio de Janeiro, atual sócia pleno do escritório Trigueiro Fontes Advogados desde 2005 e revisora temática trabalhista
A nova certidão negativa de débitos trabalhistas – CNDT
E
m julho de 2011 foi editada a Lei nº 12.440, que criou a Certidão Negativa de Débitos Trabalhistas (CNDT). A referida Lei, no artigo 1º, incluiu o artigo 642-A na Consolidação das Leis do Trabalho, instituindo a CNDT para a finalidade específica de comprovação da inexistência de débitos inadimplidos perante a Justiça do Trabalho. A partir de 4 de janeiro de 2012, quando a referida Lei entrar em vigor, a CNDT será documento obrigatório para os interessados em contratar com o setor público e participar de licitações, sendo o documento exigido já na fase de habilitação. O prazo de validade da CNDT é de 180 (cento e oitenta) dias, contando a partir da data de sua emissão, e certificará a empresa em relação a todos os seus estabelecimentos, agências e filiais (§ 3º e 4º do art. 642-A da CLT). Nos termos do § 1º do art. 642-A da CLT, para a expedição da CNDT, o interessado deverá comprovar a quitação das obrigações estabelecidas em sentenças condenatórias transitadas em julgado, acordos judiciais trabalhistas, além de seus respectivos recolhimentos previdenciários, custas e emolumentos, honorários advocatícios e outros recolhimentos “determinados em lei”. Se houver o inadimplemento de acordos firmados com o Ministério Público do Trabalho ou ainda com as Comissões de Conciliação Prévia, isso impossibilitará a expedição da CNDT. A Lei também prevê a expedição da Certidão Positiva de Débitos Trabalhistas, com os mesmos efeitos da CNDT, para o caso de débitos ainda não quitados que estejam devidamente garantidos por penhora suficiente ou com a exigibilidade do crédito suspensa (§ 2º do art. 642-A da CLT). Para disciplinar a expedição do documento, o Tribunal Superior do Trabalho editou a Resolução Administrativa nº 1.470, em 24.8.2011, informando que a CNDT poderá ser obtida gratuitamente nos sítios daquele Tribunal, do Con-
16 Brasil-Portugal no Ceará
selho Superior da Justiça do Trabalho, ou de qualquer Tribunal Regional do Trabalho. Com a edição da referida Resolução Administrativa, os Tribunais Regionais do Trabalho passaram a abastecer o Banco Nacional dos Devedores Trabalhistas (BNDT), sendo que vários destes suspenderam suas atividades forenses por determinado período, a fim de consolidarem a sua base de dados e adequarem seus procedimentos e mecanismos de operação para a futura emissão das CNDTs. Não há dúvida de que a instituição da CNDT tem por finalidade conferir maior eficácia à execução trabalhista, beneficiando o ex-empregado que tem créditos já reconhecidos pela Justiça do Trabalho e dificuldade para recebê-los. Contudo, é certo, também, que trará alterações, nem sempre positivas, nas rotinas das empresas, principalmente daquelas que precisam demonstrar sua idoneidade financeira. Portanto, em que pese a intenção do legislador, alguns problemas já começam a ser identificados com relação à nova Lei, iniciando pela discussão em torno da sua própria constitucionalidade. Há quem defenda que a nova Lei é inconstitucional, contrariando o artigo 37, inciso XXI, da Constituição Federal, eis que o referido inciso é claro ao proclamar que o edital de licitação somente conterá exigências de qualificação técnica e econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações. Nesse passo, o ente público não poderia acrescer a CNDT como mais uma exigência ao interessado. Em tese, apenas não obterão a CNDT os empregadores que não garantirem o juízo, no prazo legal de 48 horas, após citados para o pagamento da condenação. Todavia, as empresas deverão estar atentas para a possibilidade de negativa infundada de expedição da CNDT, em diversas situações peculiares, como por exemplo, em casos de execução em fase de liquida-
ção por artigos ou por arbitramento, ou ainda nas execuções que se processem nos termos do art. 879, § 2º da CLT, ou seja, com discussão de valores sem garantia prévia do juízo. Outro aspecto a ser considerado diz respeito à restrição de expedição da CNDT em casos de inadimplemento de obrigações decorrentes de acordos firmados perante o Ministério Público do Trabalho. Não se pode perder de vista que o Termo de Ajustamento de Conduta é firmado em processo administrativo, de modo que, apenas se o seu descumprimento for objeto de ação judicial específica, processar-se-á a execução trabalhista e eventual penhora. Caso o processo permaneça no âmbito administrativo, a restrição legal não parece lógica. O mesmo raciocínio pode ser aplicado aos acordos firmados perante as Comissões de Conciliação Prévia. Outro ponto que tem sido levantado e que merece reflexão é de como o benefício deve alcançar apenas os empregados das grandes empresas, uma vez que a exigência da CNDT poderá privar as micro e pequenas empresas de participação em certames licitatórios, deixando-as à margem do mercado e agravando a dificuldade destas para a regularização de seus débitos trabalhistas já existentes e até provocando uma situa-
ção de inadimplência com seus atuais empregados. Seria um círculo vicioso a ameaçar a própria sobrevivência dessas pequenas empresas. De outro lado, a CNDT trará consequências diretas em um setor relevante de serviços: a terceirização de atividades. Isso porque as empresas que terceirizam serviços poderão exigir o documento das empresas que vierem a contratar. Tal atitude se justifica diante do posicionamento adotado pelo TST, expresso na Súmula 331, no sentido de responsabilizar subsidiariamente o tomador de serviços pelos débitos trabalhistas contraídos pelas empresas terceirizadas, frente a seus empregados. A CNDT, nesse ponto específico, será uma ferramenta auxiliar para as empresas contratantes de terceirizadas, reduzindo o risco de contratação de más prestadoras, possibilitando também um controle durante a execução do contrato. Como se viu, a Lei ainda não entrou em vigor, mas já há várias discussões sobre a sua aplicação prática que poderão ser questionadas judicialmente. Certamente, a vigência da Lei trará as respostas e possibilitará uma melhor avaliação sobre os reais benefícios e eventuais prejuízos da instituição da CNDT, tanto no âmbito público como privado.
Out-Nov-Dez 2011 17
ESPAÇO IBEF
A importância do setor industrial para a economia cearense: um retrato de 2010
O
Setor industrial do Ceará tem uma importância fundamental para a economia do Estado. Para a análise do leitor, foram escolhidas algumas variáveis econômicas para o delineamento do “retrato” desejado. No Quadro 1 abaixo são apresentados alguns dados, para o ano de 2010, cobrindo sete variáveis econômicas.
QUADRO 1 A INDÚSTRIA E A ECONOMIA DO CEARÁ - 2010 VARIÁVEIS ECONÔMICAS
çou, em 2009, quase R$ 22 bilhões, tendo contribuído para o Fisco Estadual, em 2010, com a expressiva soma de R$ 1,3 bilhão. Tendo em vista que somente os dados do Quadro 1 não permitem medir a importância do Setor Industrial para a Economia Cearense, e como para algumas variáveis é possível complementar estas informações com a participação percentual do Setor Industrial na economia cearense, mostramos, a seguir, o Quadro 2: QUADRO 2 PARTICIPAÇÃO DO SETOR INDUSTRIAL NO SISTEMA ECONÔMICO CEARENSE
EMPREGO FORMAL
337.171
FATURAMENTO DA INDÚSTRIA DE TRANSFORMAÇÃO (R$ 1.000.000,00)
21.557***
VALOR ADICIONADO (R$ 1.000.000,00)
16.200
PIB
24,5*
EXPORTAÇÃO DE PRODUTOS INDUSTRIAIS (US$ 1,000.00)
849,535
PEA
20,5*
EMPREGO
25,4**
ARRECADAÇÃO TRIBUTÁRIA (IPI) – R$ 1.000.000,00
312
EXPORTAÇÕES
66,9**
ARRECADAÇÃO TRIBUTÁRIA (ICMS) – R$ 1.000.000,00
1.299
ARRECADAÇÃO ICMS
21,13
FINANCIAMENTO/EMPRÉSTIMOS BNDES - R$ 1.000.000,00
3.592
CONSUMO DE ENERGIA - MWh
1,985.871***
Dados de 2009 Fonte: INDI/FIEC
Dentro deste contexto, chama a atenção o fato de a indústria ser responsável pelo emprego de 337.171 indivíduos com Carteira de Trabalho assinada. Também vale registrar o Valor do Faturamento, somente da Indústria de Transformação, o qual alcan18 Brasil-Portugal no Ceará
VARIÁVEIS
PARTICIPAÇÃO (%)
Fonte: INDI/FIEC
O tamanho dos dados apresentados no Quadro 1, coadjuvados com as informações do Quadro 2, não deixam dúvidas sobre a importância do setor para a economia do Ceará. De fato, não podemos deixar de reconhecer que o Setor Industrial Cearense representa, aproximadamente, 25% da economia do Ceará. por Pedro Jorge Ramos Vianna, professor titular da UFC, aposentado
informe publicitário
Padrão de qualidade Já com tudo pronto para o início das obras de sua área residencial, o Aquiraz Riviera dispõe de projetos que seguem o padrão de construção do empreendimento, que preza pelo luxo, beleza e alta qualidade.
J
Com toda a infraestrutura completa de drenagem, esgotamento sanitário, distribuição elétrica, abastecimento de água, sistema viário e iluminação pública, é hora de começar a construir no Aquiraz Riviera. Muitos proprietários de terrenos já estão com seus projetos prontos em processo de aprovação e a casa modelo já está em obras. O empreendimento turístico-imobiliário possui um padrão de construção idealizado com o objetivo de garantir a qualidade das residências e a variedade dos estilos, e assegurar a harmonia entre natureza e arquitetura. Essa preocupação prima também pela diversidade de projetos de forma a atender as diferentes preferências dos clientes. Valderzei Tarcisio, proprietário da Home Construtora, empresa parceira do Aquiraz Riviera na construção da área residencial, comenta que há algum tempo vem percebendo uma tendência nos estilos mais contemporâneos nas residências
de veraneio, mas todas sempre com um toque de descontração e peças assinadas por designers que garantem exclusividade ao ambiente. “Além do design, o padrão Aquiraz Riviera destaca o conforto e a maneira inteligente de ocupação dos espaços de serviço, lazer e área privativa”, reforça Valderzei. As construtoras e escritórios de arquitetura parceiros que já dispõem de modelos de projetos para os clientes do empreendimento têm priorizado a integração entre as áreas de convívio social (estar, jantar e home) e as áreas de lazer, como varanda, deck, piscina etc. Tudo isso sem contar com a generosa vista para o jardim, o campo de golfe e o mar. Mesmo com toda a estrutura do Aquiraz Riviera e a localização próxima à praia, a área residencial contará com generosas áreas de lazer e tudo o que o Aquiraz Riviera oferece: Golf Club House, Country Club, quadras de tênis e poliesportiva, restau-
Projeto assinado pela arquiteta Mazé Lopes
rantes, entre outros. Quanto à manutenção das casas, o diferencial serão os próprios serviços que o Aquiraz Riviera irá disponibilizar com custos especiais: jardineiro, camareira, lavanderia, pequenos reparos elétricos e hidráulicos, limpeza de piscina e segurança. “A oportunidade de ter uma casa com um campo de golfe no quintal e vista para o Oceano Atlântico é única e imperdível”, diz Valderzei. O Aquiraz Riviera conta, ao todo, com 606 lotes comercializáveis de, no mínimo, 1.000 m². Na primeira fase – iniciada em junho de 2009 – foram colocados 312 lotes à venda. Na segunda, que começou em novembro de 2009, outros 113 também foram disponibilizados. Do total, 260 já foram vendidos, incluindo as duas fases.
RIVIERA HOME VILLAGE Fruto da parceria entre o Aquiraz Riviera e a Home Construtora, o Riviera Home Village é a área residencial do complexo turístico-imobiliário onde está sendo construída a casa modelo. O imóvel tem projeto assinado por Mazé Lopes, uma das arquitetas responsáveis pelo design das unidades do Riviera Home Village. O empreendimento também dispõe dos projetos de mais três renomados profissionais: Marcelo Franco, Maria Emília e Paulo Franklin. Com previsão de entrega para julho próximo, já toda mobiliada e decorada, a casa modelo possui três suítes com closet e varanda, suíte para hóspede ou gabinete living, cozinha com varanda gourmet, deck, sauna molhada, piscina, garagem para três veículos ou dois depósitos e mais de 1.000 m² de jardins.
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página econômica | mercado imobiliário
por Paulo Angelim, arquiteto, pós-graduado em Marketing, autor de livros sobre vendas e motivação, palestrante internacional nas áreas de vendas e motivação, corretor de imóveis e sócio-diretor da VivA Imóveis
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F
oi dada a largada para uma verdadeira revolução no mercado de imóveis de segunda residência no Ceará. Chegou ao nosso Estado o conceito de propriedade compartilhada, trazida pela VivAVacation. A lógica é simples. Usualmente, o proprietário de um imóvel de praia, campo ou serra não o utiliza o tempo todo. Normalmente, vai ao mesmo duas ou, no máximo, uma vez por mês (às vezes, menos que isso). Mesmo usando parcialmente o bem, isso não seria um problema se ele não tivesse que assumir integralmente os custos de aquisição e manutenção do mesmo. Mas será que existe uma maneira de alguém ser dono de um imóvel de lazer, com matrícula em seu nome, pagar apenas uma fração do seu valor de aquisição, e somente uma fração proporcional dos custos de manutenção do mesmo, além de ser 100% dono durante o tempo em que estiver fazendo uso dele? Sim, e a resposta é a propriedade compartilhada.
gar sua semana e fazer renda, ou trocar a semana em seu imóvel por outra em outro empreendimento afiliado ao sistema, em outros destinos. O melhor é que isso não é apenas um sonho, mas algo que já está à disposição dos clientes de nosso mercado. Seis empreendimentos de primeira linha já fazem parte do sistema, e estão localizados no Aquiraz Riviera (dois), Porto das Dunas, Cumbuco, Lagoa do Catu e Guaramiranga. Diante de vantagens óbvias e claras para os proprietários, também existem vantagens para os incorporadores e para os corretores? Posso enumerar algumas:
Neste sistema, um imóvel tem sua propriedade e uso compartilhados entre quatro ou mais proprietários, que são donos integralmente na hora de usá-lo. Ou seja, o imóvel é só seu na hora de usar, mas de todos na hora de pagar e manter. Parece mágico, mas não é nada mais que lógico. Vamos entendê-lo.
3. Com o incremento da frequência de uso, os serviços de restaurantes e bares serão viabilizados nos condomínios, antes impossibilitados de existirem em empreendimentos, quase fantasmas, que só lotam nos feriados e grandes datas; 4. Os corretores ganharão com um mercado mais dinâmico, com mais gente podendo ou querendo comprar, em face da redução do valor de aquisição e, em um futuro breve, querendo revender suas frações;
A fração de propriedade de cada dono é dividida em semanas por ano. Por exemplo, se você imagina que somente irá usar seu imóvel de veraneio uma vez por mês, adquire apenas uma fração de 1/4, que corresponde a 12 semanas por ano para usar seu imóvel, incluindo grandes datas, alta estação e feriados prolongados, de acordo com um calendário flexível e escolhido por você mesmo ao longo do ano. Por conseguinte, você somente irá pagar 1/4 das despesas de manutenção do bem, e que ficarão a cargo de uma empresa gestora, independente, que cuidará de toda a arrumação, limpeza e manutenção preventiva e corretiva do bem. A preocupação do proprietário é curtir o imóvel. Se não bastasse isso, o proprietário ainda pode alu-
20 Brasil-Portugal no Ceará
1. Os incorporadores terão seu universo de clientes potenciais aumentado de forma significativa, pois o custo de aquisição cai drasticamente; 2. O fluxo de caixa das obras fica extremamente saudável, pois o valor da fração do imóvel é pago integralmente, ainda durante o período de obra;
5. Retorno dos clientes estrangeiros ao mercado cearense, uma vez que eles poderão investir valores bem menores em imóveis, usá-los quando desejarem, e ainda gerarem renda de locação quando os mesmos estiverem vagos. Estamos diante da gênese de um novo mercado, pronto para crescer e se consolidar em nosso Estado, dinamizando ainda mais a vocação de nossa terra para o turismo, gerando divisas e contribuindo incisivamente para o desenvolvimento de nosso povo.
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Out-Nov-Dez 2011 21
página econômica | cooperação estratégica
por Roberto Marinho, Diretor da Ceará Trade Brasil, presidente da Câmara Brasil-Angola no Ceará, vice-presidente da Câmara Brasil-Portugal no Ceará, gerente regional da Câmara de Comércio, Indústria e Agropecuária Brasil-Moçambique
Brasil - África, cooperação como vetor do desenvolvimento
A
primeira visita da Presidenta Dilma Rousseff ao continente africano no final de 2011 representou um importante passo nos esforços de aprofundamento e diversificação da cooperação Brasil - África numa altura em que os países africanos aspiram ao estabelecimento de uma verdadeira cooperação estratégica entre eles e o Brasil. A importância da visita de Dilma Rousseff a Angola, África do Sul e Moçambique pode ser ilustrada com o fato de se fazer acompanhar de uma grande delegação de empresários dos mais variados portes e setores, em busca de estabelecer parcerias com empresas locais, como contributo não só para a consolidação dos negócios já existentes, como também para a identificação de novas áreas de oportunidades. Oportunidade é o que não falta no continente africano, principalmente se atentarmos para o fato da existência de várias Comunidades Econômicas Regionais, como CEDEAO, SADC, EAC, COMESA, entre outras. Só para exemplificar, a CEDEAO – Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental, conta com 15 países membros e aproximadamente 250 milhões de habitantes. Já a SADC – Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral, conta com 13 países e 210 milhões de habitantes, o que por si só potencializa toda e qualquer ação que se faça na África. O desenvolvimento dos negócios a partir dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa pode ser a porta de entrada para estas Comunidades Econômicas Regionais e adotando a estratégia da cooperação, da transferência de tecnologia, do apoio ao empreendedorismo, o Brasil ocupará um espaço importante do cenário econômico e geopolítico, principalmente em um momento de crise internacional, em que os protago-
22 Brasil-Portugal no Ceará
nistas econômicos tradicionais estão com suas economias debilitadas e os países emergentes estão mostrando sua pujança. O fortalecimento da cooperação Sul – Sul é de fundamental importância para o Brasil e também para os países africanos, haja vista a grande sinergia existente entre nossos povos e países. Se tirarmos proveito da imagem do Brasil e agregarmos a isso o real sentido de colaboração, de investimentos, de desenvolvimento de parcerias que objetivem o uso racional da tecnologia, poderemos avançar em um mercado grandioso e fascinante que, neste momento, anseia por uma participação brasileira mais efetiva, concretizando assim o apoio ao desenvolvimento sustentado do continente africano. Foi pensando assim que a Câmara Brasil-Angola no Ceará e a Câmara Brasil-Portugal no Ceará, em grande parceria com o SEBRAE- Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Ceará e com a FIEC – Federação das Indústrias do Estado do Ceará, articularam um acordo assinado em janeiro de 2012 entre os Portos de Cabo Verde e o Porto de Fortaleza, com vistas à retomada de uma linha marítima direta entre o Ceará e o continente africano. O alvo do acordo de cooperação entre os portos é transformar Cabo Verde e o Estado do Ceará em HUB’s para os produtos brasileiros com destino à África, diminuindo o Transit Time, custos de transbordo e melhorando a logística como um todo. A ideia surgiu após a ABASE – Associação Brasileira dos SEBRAE Estaduais contratar a Ceará Trade Brasil para desenvolver um estudo de logística do nordeste brasileiro para a África, no final de 2010. Assim começamos 2012, reforçando e defendendo a cooperação como forma de crescer, desenvolver e criar parcerias fortes em busca do sucesso.
intercâmbio | investimentos
por Sarah Coelho
IDENTIDADE CULTURAL E GRANDES
NEGÓCIOS SÉCULOS DEPOIS DA EXPANSÃO MARÍTIMA TRAZER CABRAL AO BRASIL, EMPRESÁRIOS BRASILEIROS FAZEM O CAMINHO INVERSO E ENCONTRAM EM TERRAS PORTUGUESAS A PROSPERIDADE PARA OS SEUS NEGÓCIOS
B
rasil e Portugal podem completar-se. A afirmação tem ares de déjà vu e relembra uma época em que se faziam negócios com especiarias e caravelas. De um lado, a Europa, com sua civilização e poderio. De outro, a América recém-descoberta pelos desbravadores lusos e, consequentemente, aberta à troca, ao intercâmbio cultural e comercial. Séculos depois, o oceano que os separa permanece atormentado, mas aquilo
que os une continua a existir apesar dele. Como se a natureza de cada um dependesse da história comum aos dois. A língua impera. Os debates da conferência “Oportunidades de Investimentos no Brasil”, realizada em novembro pelo jornal português Diário Econômico, reavivaram a crença nesses laços. “Temos que nos unir em torno da nossa identidade cultural”, afirmou o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, um dos participantes do evento. O acentuado crescimento econômico do Brasil nos últimos anos tem não só criado oportunidades de investimento para empresas estrangeiras, mas também potencializado o desenvolvimento de sociedades brasileiras que, capitalizadas, procuram crescer para fora do país. As afinidades com Portugal colocam o país como um parceiro privilegiado, em um momento em que necessita atrair investimento estrangeiro para alavancar o desenvolvimento econômico. É como retribuir aos pais a herança deixada. Para Sérgio Cabral, a aproximação dos dois países tem sido, sobretudo, feita através dos investimentos de empresas portuguesas no Brasil. Um mo-
vimento que tem sido mais visível em setores como o das telecomunicações e petrolífero, mas que o governador quer estimular também em outros segmentos, num momento em que o país se preparara e se transforma para receber uma mão cheia de eventos com os Jogos Olímpicos e a Copa do Mundo de futebol. "As empresas brasileiras precisam se expandir e Portugal é o porto mais seguro para a entrada na Europa", comenta Cabral. Sérgio Cabral, governador do Estado do Rio de Janeiro
Out-Nov-Dez 2011 23
legislação | imóveis e turismo
por Adailma Mendes
LEI DAS COMPETÊNCIAS AMBIENTAIS É APROVADA A A NOVA LEGISLAÇÃO DEFINE O QUE É LICENCIAMENTO AMBIENTAL, PERMITE PARCERIAS ENTRE DOIS OU TRÊS ENTES FEDERATIVOS PARA ATUAR NA FISCALIZAÇÃO E ESTABELECE REGRAS PARA CASOS DE MULTAS EM DUPLICIDADE
chamada Lei das Competências Ambientais foi aprovada pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal em novembro de 2011. Essa aprovação contou com a decisiva participação da Associação para o Desenvolvimento Imobiliário e Turístico do Brasil (ADIT Brasil), que há três anos, a partir de sua área ambiental, vinha discutindo alterações da referida lei. A Associação verificou que o projeto da Lei das Competências e a Lei de Licenciamento Ambiental estavam misturados. O primeiro trabalho foi defender a separação desses assuntos nessas respectivas leis. Conseguido isso, foi verificado como esses projetos poderiam dar segurança jurídica aos empresários do mercado imobiliário e turístico brasileiros. Assim, foi proposto que somente um ente federativo pudesse autorizar os empreendimentos e atividades, e que os órgãos secundários
José Maria Zanocchi, advogado e vicepresidente da Câmara Brasil-Portugal no Ceará 24 Brasil-Portugal no Ceará
poderiam se manifestar de maneira nãovinculante, ou seja, sem o poder de veto como eles tinham na primeira proposta. Os demais entes federativos podem se manifestar em relação ao licenciamento ambiental, entretanto eles não podem ter o poder de veto e devem respeitar os prazos de licenciamento. O outro parágrafo defendido pela ADIT Brasil é o que se refere à fiscalização do órgão licenciador. Com a alteração desse parágrafo, só o órgão licenciador pode autuar um empreendimento. Isso aumenta a segurança na fiscalização. “Antes do advento da LC 140/ 2011 era comum a autuação de empreendimento e atividades por órgãos que não eram responsáveis pelo licenciamento ambiental e que, portanto, não tinham todas as informações técnicas ao seu dispor para julgar acerca da regularidade ou não de um empreendimento. Esse tipo de autuação, além de paralisar diversos empreendimentos ao
longo de anos, gerava processos administrativos e judiciais, inclusive na esfera penal, com sérias consequências para todos os envolvidos”, defende o advogado José Maria Zanocchi, advogado e vicepresidente da Câmara Brasil-Portugal no Ceará (CBP-CE), entidade que também apoiou a ADIT Brasil nas interferências junto à aprovação da Lei das Competências Ambientais. A CBP-CE tem atuado com diversos parceiros para promover um ambiente favorável aos investimentos e às atividades econômicas, sem deixar de lado a preocupação com um meio ambiente equilibrado, dentro de um conceito de desenvolvimento sustentável. “A Câmara Brasil-Portugal no Ceará tem acompanhado de perto os debates em torno de matérias de interesse dos seus associados em diversas instâncias no âmbito federal, estadual ou municipal. Como exemplo, participa da Comissão de Meio Ambiente da Adit,
onde tem levado as principais preocupações dos seus associados para a proposição de sugestões que propiciem uma maior articulação institucional na matéria ambiental”,
acrescenta Zanocchi. A CBP-CE acompanha também as atividades do Conselho Estadual do Meio Ambiente (COEMA) em matérias de interesse dos seus associados.
A Lei das Competências Ambientais A Lei Complementar 140/2011 regulamenta o Art. 23 da Constituição Federal de 1988, que dispõe acerca da competência comum da União, Estados, Distrito Federal e Municípios para a proteção do meio ambiente. Antes da Lei das Competências Ambientais, as principais normas de repartição de competências no Brasil eram a Resolução 237 do Conselho Nacional do Meio Ambiente e a Lei Ordinária 6.938/1981, que dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente. A nova lei também define o que é licenciamento ambiental, permite parcerias entre dois ou três entes federativos para atuar
na fiscalização e estabelece regras para casos de multas em duplicidade. O projeto foi apoiado pelo governo e pela oposição. Na definição sobre as competências de órgãos de diferentes níveis de governo, fica estabelecido que caberá à União legislar sobre áreas indígenas, florestas e reservas federais, questões nucleares, fronteiras e questões que envolvam dois estados ou mais. Os órgãos ambientais estaduais ficarão responsáveis por questões que envolvam mais de um município. Os municípios fiscalizarão e licenciarão obras e outras interferências ambientais ligadas a parques e reservas municipais, além de questões locais.
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negócios | enlp
por Francisco Barbosa
UNIDOS PELA LÍNGUA ENCONTRO DE NEGÓCIOS NA LÍNGUA PORTUGUESA (ENLP) DE 2011 TROUXE OPORTUNIDADES DE EMPREENDIMENTOS PARA POVOS PROVENIENTES DE PAÍSES DE LÍNGUA PORTUGUESA
26 Brasil-Portugal no Ceará
C
onversas sobre novos mercados, dúvidas sobre a atual situação da economia mundial, expectativa de novos negócios e a sensação de estar vivenciando um grande momento da economia local, tanto para o Brasil como para os demais países participantes. Assim foi o Encontro de Negócios na Língua Portuguesa (ENLP), que ocorreu entre os dias 03 e 06 de outubro de 2011. O ENLP, realizado pela Câmara BrasilPortugal no Ceará (CBP-CE), em uma corealização da Prática Eventos com apoio do Conselho das Câmaras Portuguesas de Comércio no Brasil e Câmara Brasil-Angola no Ceará, ocorreu no La Maison Coliseu, na cidade de Fortaleza (Brasil). O Encontro fez da capital cearense o centro de negociações desempenhadas no idioma português, cerca de 300 pessoas de várias cidades do Brasil e de outros países se uniram para falar sobre os mais diversos ramos de mercado, produtos, equipamentos de trabalhos, sustentabilidade, cuidados com meio ambiente, energias alternativas, entre outros assuntos. O grande diferencial do Encontro de Negócios na Língua Portuguesa, como o próprio nome indica, foi fazer com que tantas pessoas, mesmo separadas por quilômetros de distância, pudessem se unir
para negociar utilizando sua língua oficial. Para o presidente da Câmara Brasil-Portugal no Ceará (CBP-CE), Jorge Duarte Chaskelmann, o encontro veio para criar a oportunidade de abrir o diálogo entre os empresários e sensibilizar os responsáveis pelas políticas públicas para que permitam agilizar as trocas comerciais entre os países. No decorrer do evento, foi possível observar que os povos de língua portuguesa estão se mostrando possíveis potências mercadológicas. Segundo Chaskelmann, o Encontro quebrou a questão da distância da língua, e isso já facilita as negociações. “Existem cerca de 300 milhões de pessoas espalhadas por todo o mundo partilhando a língua portuguesa e uma identidade histórica comum, mas que precisam de oportunidades para crescer e dialogar”, disse o presidente da CBP-CE. A programação contou com rodadas de negócios, lançamento de livros, palestras e painéis com eixos temáticos sobre agronegócios, comércio exterior, construção civil, energias renováveis, educação, jurídico, logística, meio ambiente, tecnologia da informação, indústria, serviços e turismo. Entre os palestrantes, estiveram pesquisadores, especialistas e empresários dos mais diversos segmentos.
O Encontro de Negócios da Língua Portuguesa (ENLP)
O
primeiro dia do Encontro ficou reservado para a recepção dos participantes que vieram de outras regiões brasileiras ou de países de língua portuguesa como Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Macau, São Tomé e Príncipe, Moçambique, Timor Leste e Portugal. Também participaram pessoas de comunidades originárias dessas nações localizadas na África do Sul, Argentina, Bélgica, Canadá, Chile, Estados Unidos, Luxemburgo, Uruguai e Venezuela. À noite, todos se fizeram presentes à palestra “Amazônia – Viva seus Sonhos” com o advogado, administrador de empresas e conselheiro do governo português para a internacionalização da economia, Antônio Carrelhas. O mesmo fez ainda o lançamento do seu livro “Cavalo encilhado não passa duas vezes”, em que faz uma composição entre relatos de viagem, memórias e aventuras. Na manhã do segundo dia ocorreu a abertura oficial do evento. A cerimônia
contou com a presença de autoridades, como a Prefeita de Fortaleza Luizianne Lins; Rômulo Alexandre Soares, Presidente do Conselho das Câmaras Portuguesas de Comércio no Brasil; Ferruccio Feitosa, secretário especial da Copa de 2014; Francisco das Chagas Soares, diretor setorial da ADECE, que representou o governador do Estado do Ceará, Cid Gomes; Daniel Pereira, embaixador de Cabo Verde no Brasil; Glória Ribeiro, diretora comercial da Prática Eventos; Carlos Páscoa, deputado da Assembleia da República de Portugal; Roberto Macêdo, presidente da FIEC; Francisco Neto Brandão, vice-cônsul de Portugal; e Hélder Vaz, diretor geral das Comunidades de Países de Língua Portuguesa (CPLP). Jorge Chaskelmann, presidente da Câmara Brasil-Portugal no Ceará, fez o discurso de abertura do evento. “O Brasil atravessa um período muito favorável de crescimento econômico e social, o consumo cresce e a economia apresenta indicadores otimistas. Por sua locali-
zação geográfica, o Ceará pode desempenhar um importante papel na realização contínua de eventos da Comunidade de Países da Língua Portuguesa (CPLP)”, afirmou Chaskelmann. Também na cerimônia de abertura foi lançado o Guia de Investimentos Nordeste edição 2011, produzido pelo Jornal O Povo, que teve a palavra do vicepresidente do Grupo O Povo de Comunicação, João Dummar Neto. “Esperamos que o Guia nos aproxime tanto nos negócios como na amizade”, disse o empresário. Exemplares foram distribuídos gratuitamente para o público no estande do Grupo O Povo de Comunicação. Outro momento bastante esperado foi a assinatura simbólica da ordem de serviço para a construção da Casa da Lusofonia feita pela prefeita de Fortaleza, Luizianne Lins, e pelo presidente da Câmara Municipal de Fortaleza, Acrísio Sena. O projeto, segundo a prefeita, é uma forma de revitalizar o polo cultural da Praia de Iracema. Out-Nov-Dez 2011 27
Jorge Chaskelmann, presidente da Câmara Brasil-Portugal no Ceará
Logo após a solenidade de abertura, Emílio Garofalo Filho, Secretário-Executivo da Câmara de Comércio Exterior (Camex) do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, realizou a conferência de abertura do ENLP. Em seguida, houve o lançamento do livro “Teorias do Comércio Internacional e Política Comercial”, do prof. Henrique Marinho, economista do Banco Central e professor da Universidade de Fortaleza (Unifor). À tarde, a programação teve início com a apresentação do Instituto Municipal de Pesquisas, Administração e Recursos Humanos (IMPARH), representado pela presidente Íris Tavares, que explicou ao público todo o trabalho realizado há 36 anos pelo IMPARH, suas principais ações e projetos que estão em prática atualmente na capital cearense. Após a apresentação, houve a realização do “Encontro de Prefeituras”, em que representantes das cidades de Juazeiro do Norte, Maracanaú, Sobral e Caucaia apresentaram informações sobre os municípios e quais as vantagens de abrirem empresas naquelas localidades. Todos mostraram números otimistas da economia e também sobre o crescimento econômico de cada cidade.
Ao lado, vencedores da 6ª edição do Prêmio Exportador do Ano; à direita, apresentação dos Eixos Temáticos 28 Brasil-Portugal no Ceará
Durante o evento também ocorreu a solenidade de Entrega da 6ª edição do Prêmio Exportador do Ano, coordenado pela Comissão de Comércio Exterior do Ceará (CCE-CE). A solenidade premiou as empresas cearenses que mais se destacaram no comércio internacional em 2010. O prêmio é dividido em três categorias. Na categoria Inserção de Mercado, concorrem empresas iniciantes, que realizaram uma exportação pela primeira vez. A categoria Conquista de Novos Mercados contempla aquelas empresas que expandiram seus mercados de destino. Já a categoria Consolidação de Mercado premia as empresas que ampliaram suas vendas em um mesmo mercado já explorado. As vencedoras da 6ª edição do prêmio foram respectivamente: Skibeach, Cascavel Couros LTDA e Redes Isaac. No terceiro dia, as atividades ficaram por conta das rodadas de negócios e das palestras, que foram divididas por eixos temáticos, abordando temas atu-
ais através de painéis e mesas redondas com o intuito de viabilizar as transações comerciais dos países participantes. As salas onde aconteceram os painéis levaram o nome de três expoentes Luso-Brasileiros: a escritora Rachel de Queiroz, o Embaixador Dário Moreira Alves e o escritor Fernando Pessoa. Já as rodadas de negócios foram realizadas em um ambiente onde empresários trocaram informações sobre interesses, produtos e negócios de suas empresas para, em seguida, marcarem uma reunião e fecharem possíveis parcerias. Ao todo, as rodadas tiveram a participação de 30 empresas estrangeiras e 59 brasileiras. Ao final, foram totalizados cerca de 127 encontros de negócios. O último dia contou com uma visita técnica ao Porto do Pecém. Cerca de 40 pessoas tiveram a oportunidade de conhecer de perto o funcionamento do equipamento, com direito a visita guiada e instruções com o objetivo de conhecerem melhor toda a estrutura do local e as atividades desenvolvidas.
Casa da Lusofonia em Fortaleza
D
urante a solenidade de abertura do ENLP, a prefeita de Fortaleza, Luizianne Lins, apresentou oficialmente o projeto da construção da Casa da Lusofonia e assinou simbolicamente a Ordem de Serviço para o início das obras. O espaço é um dos oito equipamentos culturais que a Prefeitura de Fortaleza entregará à população da área da Praia de Iracema. Luizianne explicou que a construção da Casa da Lusofonia retomará o polo cultural da Praia de Iracema, juntamente com os equipamentos já finalizados, como o Estoril e o Centro de Artesanato. O local, parte integrante do Centro de Informações Turísticas de Fortaleza, será gerenciado pelo Instituto Cultural Iracema, organização social que está sendo criada pelo Projeto de Revitalização da Praia de Iracema. A Casa da Lusofonia terá em sua estrutura biblioteca, auditório para 100 pessoas, um espaço cultural para a realização de eventos e mostras que tenham a ver com a valorização do mundo cultural luso-brasileiro e de valorização da língua portuguesa. De acordo com a prefeita, o Projeto de Revitalização da Praia de Iracema,
Luizianne Lins, prefeita de Fortaleza-CE
executado pela Coordenadoria de Projetos Especiais e Relações Institucionais e Internacionais (COOPERII) e pela Secretaria Executiva Regional II (SER II), é dividido em duas etapas, totalizando investimentos de pouco mais de R$ 48 milhões. Do total de 22 intervenções, sete já se encontram finalizadas, com destaque para a recu-
peração e a reforma do calçadão (trecho compreendido entre as avenidas Almirante Tamandaré e Rui Barbosa) e a recuperação do Estoril. Todo o projeto tem previsão de conclusão para dezembro de 2012. Para a construção da Casa da Lusofonia, a Prefeitura desapropriou o prédio onde funcionava o “La Trattoria”.
Firmada parceria entre as cidades de Tauá e Moura A realização do ENLP viabilizou a construção de momentos únicos para o mercado de trabalho dos países participantes. Prova disso foi a assinatura do protocolo referente à parceria entre a cidade de Tauá (Brasil) e Moura (Portugal). A assinatura do documento foi feita no dia 5 de outubro pelo vice-presidente da Câmara Brasil-Portugal, Roberto Marinho, e a Presidente do Sindicato dos Engenheiros no Estado do Ceará (Senge-CE), Thereza Neumann, que ressaltou a importância dessa parceria para garantir o fluxo de troca de experiência entre as duas cidades.
De acordo com Neumann, a ideia do protocolo surgiu em 2010 na ocasião de uma visita à cidade de Moura coordenada pelo Instituto Hidroambiental Águas do Brasil (IHAB), e que contou com a participação do Sebrae, Fórum de Turismo do Ceará, Adece, Prefeitura de Tauá, Câmara Brasil Portugal no Ceará (CBP-CE), Senge-CE, entre outras. Desse encontro foi gerado o protocolo de Germinação Moura-Tauá, criando assim uma parceria entre as duas cidades para troca de conhecimentos no campo econômico, gestão, negócios e o Protocolo de Cooperação
entre a Câmara de Moura, Cooperativa Mourense de Interesse Público de Responsabilidade Limitada (Comoiprel) e do Sindicato dos Engenheiros no Estado do Ceará (Senge-CE). O protocolo assinado no ENLP tem como objetivo viabilizar o intercâmbio de formadores, monitores e de alunos de acordo com as regras legais aplicáveis, além da utilização de equipamentos, transferência de conhecimento técnico e científico, e realização de seminários, workshops e parcerias com interesses bilaterais (Portugal/Brasil).
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página econômica | imagem
por Isabella Braga, consultora e professora na área de Gestão Estratégica de Pessoas, realiza trabalhos dedicados aos relacionamentos corporativos, ética e diplomacia empresarial
Gestão do risco: reputação empresarial
A
reputação como o novo ativo das organizações e empresas não é assunto novo. Em 1984, a Revista Fortune elaborou e publicou um ranking das organizações mais admiradas. A partir da década de 90, o assunto toma notoriedade no Brasil gradativamente. Um novo tempo acena com possibilidade das ideias substituírem os elementos físicos no quesito geração de valor econômico nas empresas, independente do seu faturamento, tamanho ou segmento de atuação. Já se pode dizer que a competição pela reputação é hoje uma mola propulsora que impulsiona a economia em face global também. Como se forma a reputação de uma organização? É demorada para ser construída. É criada através da história e relacionamento da organização ou seu produto. Envolve conquista, relações honestas, empatia, integração, compromisso, comprometimento, transparência, fluidez, comunicação, entendimento recíproco. Será que faltou algo? O que mais se acrescenta? Mais, muito mais! Trata-se de conquistar a confiança de longo prazo do cliente e de todos os públicos com os quais a organização se relaciona, os stakeholders. Certamente, um grande desafio, quando o que se diz deve refletir o que a organização é, transformase no real valor de sua marca. Nas palavras de Mário Rosa (2006): “A propaganda deixou de ser a alma do negócio. A alma agora é a reputação.” Vale saber que hoje o grau de reputação pode ser medido pelo IDR (Índice Grau de Reputação), que foi desenvolvido pela FGV. Por meio dele é possível classificar as práticas éticas da organização com o meio ambiente, tratamento do consumidor, satisfação de colaboradores e acionistas, entre outros, indicando a imagem da empresa ao público. Existem passos primordiais para a conquista de um excelente grau de reputação. Um dos urgentes
30 Brasil-Portugal no Ceará
pousa seu olhar sobre o capital humano como um fator essencial para aumentar a reputação da organização. Essa valorização deve se refletir na atenção ao ambiente de trabalho e compromissos com a cidadania. É importante compreender como o comportamento humano afeta as organizações e consequentemente os clientes. O processo de criação e fixação da reputação organizacional começa de dentro para fora, estimulado pela boa comunicação interna e entendimento de seus valores e missão. Investir nessa relação é necessário, uma vez que não basta apenas preocuparse em definir como comunicar a imagem para fora, mas sim como ter dentro da organização, entre todos os seus colaboradores, atitudes que reflitam seu modo de ser, os valores e sua forma de atuar nos negócios. Em outras palavras, se os colaboradores não entenderem os valores da empresa e não vivenciarem no dia a dia, não há como construir uma reputação realmente consistente. Ações práticas devem ser levadas a efeito para fortalecer o capital humano: o endomarketing. Como resultado, espera-se ter, em cada colaborador, um aliado. Trabalhar a ideia de aliar a missão pessoal do colaborador à missão central da organização, compartilhando objetivos e fortalecendo estas relações. Um risco à reputação é descuidar-se das relações com os colaboradores abrindo precedentes que possam enfraquecer a aliança Organização X Colaboradores. Nas palavras de Kempenich (1997) significa dizer: “Quando você se esquece do funcionário, você esquece do segundo e do terceiro aspecto mais importante em termos de grupo de influência e envolvimento. Isto é esquecer daquele que pode ser um efetivo parceiro de seu negócio”. Lembre-se de que uma equipe motivada e comprometida com os resultados da organização e satisfação do cliente é um dos principais atributos da vantagem competitiva: ser difícil de ser copiado.
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áfrica | exportações
por Adailma Mendes
EXPORTAÇÕES PARA
MOÇAMBIQUE DOBRAM EM 2011
A BALANÇA COMERCIAL ENTRE O BRASIL E O PAÍS AFRICANO SOMARAM CERCA DE US$ 65 MILHÕES ATÉ SETEMBRO DESTE ANO
A
relação entre o Brasil e Moçambique ganha impulso e os resultados já se refletem na balança comercial. As exportações do país sul-americano para o africano dobraram entre 2010 e 2011. O envio de produtos brasileiros para Moçambique somou US$ 61,030 milhões de janeiro a setembro de 2011, segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) do Brasil. No mesmo período, as importações brasileiras de Moçambique somaram US$ 3,559 milhões. Os principais produtos vendidos pelos brasileiros para Moçambique foram o trigo (US$ 12,145 milhões), derivados de óleo de soja (US$ 6,55 milhões), carnes de frango congeladas (US$ 5,87 milhões), resíduos sólidos de óleo de soja (US$ 4,975 milhões) e locomotivas a diesel e elétricas (US$ 4,068 milhões). Em 2010, os resutados de exportações do Brasil para Moçambique somaram US$ 40,378 milhões. Os produtos mais comprados pelo Brasil de Moçambique, também de janeiro a setembro de 2011, foram alumínio em forma bruta, fumo, transistores montados, circuitos integrados
32 Brasil-Portugal no Ceará
monolíticos, assentos com armação de madeira, conectores, feixes ou cabos de fibra ótica e estatuetas, e outros objetos de ornamentação de plásticos. Para 2012, a expectativa é dobrar o volume de importações e exportações entre os dois, segundo o diretor-executivo da Câmara do Comércio, Indústria e Agropecuária Brasil-Moçambique (CCIABM), Rodrigo Coelho de Oliveira. “Os moçambicanos consomem muito do Brasil. Eles querem comprar e o Brasil é o país com o qual eles mais detêm acordos de cooperação. Um exemplo é o escritório da Fiocruz em Moçambique, que foi o único a evoluir para uma fábrica fora do País”, coloca Oliveira. Farmanguinhos/Fiocruz é responsável pela execução das atividades de assessoramento técnico e gerencial, da capacitação de recursos humanos e da transferência de tecnologia de 21 medicamentos. O objetivo é o de produzir anualmente 226 milhões de unidades farmacêuticas de antirretrovirais para atender a população moçambicana. Hoje, os setores brasileiros que mais exportam para Moçambique são os de cereais, carnes e de materiais de construção. Com grandes projetos de
infraestrutura em andamento, construtoras também descobriram no país do sul da África um grande filão de oportunidades. Odebrecht, Andrade Gutierrez e Camargo Corrêa já atuam por lá. “A proximidade entre os mercados e a similaridade cultural e linguística facilitam as relações entre os dois países”, acrescenta o diretor da Câmara BrasilMoçambique. Em novembro, uma missão comercial a Moçambique, Angola e África do Sul, organizada pelo MDIC e pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), reuniu 53 empresas brasileiras que participaram de 1.154 encontros com empresários locais. A estimativa é de que sejam gerados negócios de US$ 122 milhões nos próximos 12 meses,
distribuídos da seguinte forma: US$ 19 milhões em Moçambique, US$ 51 milhões em Angola e US$ 52 milhões na África do Sul. A comitiva brasileira foi liderada pelo ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, e pelo presidente da Apex-Brasil, Mauricio Borges. As empresas que participaram da missão eram, em sua maioria, dos setores de casa e construção civil, máquinas e equipamentos, alimentos e bebidas e agronegócios, assim como comerciais exportadoras e tradings. Além dos empresários que participaram das rodadas de negócios, integraram a comitiva outras 20 empresas convidadas, entre elas, grandes construtoras e instituições governamentais. Out-Nov-Dez 2011 33
áfrica | exportações
A proximidade do Ceará com a África Dois grandes acordos comerciais entre o Brasil, em especial com o Ceará e a África, estão prestes a ser assinados. O primeiro deles é a recente conquista da aproximação do Porto de Fortaleza (Mucuripe) com os Portos de Cabo Verde (Praia e Mindelo). Um acordo de cooperação entre as unidades portuárias criará condições de carga, descarga, armazenagem e desburocratização, facilitando a distribuição de produtos brasileiros por países da África. Este acordo possibilitará, em paralelo, a conquista de carga através de uma parceria entre Porto de Fortaleza, Portos de Cabo Verde, Sebrae, FIEC, Câmara de Comércio Brasil Angola Ceará, Câmara de Comércio Brasil 34 Brasil-Portugal no Ceará
Moçambique Nordeste, Comissão de Comércio Exterior, Ceará Trade Brasil, entre outras entidades e empresas interessadas na internacionalização dos empreendimentos cearenses e nordestinos em geral. O segundo acordo está em estudo e diz respeito à Cooperação entre a Zona de Processamento de Exportações do Ceará (ZPE) e a Zona Franca de Cabo Verde (FIC). Em maio de 2011, as duas entidades começaram uma aproximação para análise da legislação capaz de criar uma parceria que beneficie as empresas que atuam nos dois pontos. Esse acordo é de grande importância, dada a participação de Cabo Verde em inúmeros tratados internacionais, como na Comunida-
de Econômica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) e no African Growth and Opportunity Act (AGOA, Crescimento e Oportunidade para a África em português). “Embora a instalação da Câmara Brasil-Moçambique Nordeste tenha acontecido em maio de 2011, estamos na fase de estruturação, de apresentação de oportunidades e de firmar parcerias entre as entidades Moçambicanas e a CCIABM para além das já existentes. O foco inicial são as pequenas e médias empresas, pois localizamos neste ponto um grande potencial de relacionamento”, explica o vice-presidente da Câmara Brasil Portugal no Ceará e gerente regional da CCIABM no Ceará, Roberto Marinho.
negócios | novo mercado
por Sara Melo
CEARÁ NA ROTA BRASIL INTERNACIONAL DOS
MAIS COMPETITIVO NA ÁFRICA PRESIDENTE DILMA ROUSSEFF DECIDE QUE A ÁFRICA TERÁ ESTRATÉGIA ESPECIAL DO GOVERNO BRASILEIRO PARA EXPORTAÇÕES DE SERVIÇOS E MERCADORIAS Vendo esse crescimento, o Brasil formulou estratégias diferentes para cada região daquele continente que pretende atuar. Ao norte, onde os mercados para manufaturados são solidamente ocupados por empresas europeias, o governo tem incentivado a exportação de bens primários, especialmente alimentos: carnes, açúcar, café, entre outros. Porém, a instabilidade política nessa região fez abortar uma empreitada comercial em 2011. Já os países ao sul do continente são o principal alvo em 2012. Em Angola, por exemplo, a Apex identificou pelo menos 36 produtos que o Brasil possui participação expressiva, tais como: madeira, materiais têxteis, calçados especiais de segurança e para obras, veículos etc. O governo brasileiro ainda estuda fazer
mecanismos de garantia de exportações, baseadas em vendas de matérias-primas dos países africanos. Angola e Gana já utilizam esse mecanismo que dá segurança de pagamento pelas mercadorias e serviços que importa. JOAQUIM SALDANHA
P
reocupada com a crescente competição da Ásia e de alguns países desenvolvidos, a presidente Dilma decidiu que o continente africano terá estratégias especiais de seu governo para exportação de mercadorias e serviços, assim como garantia de financiamentos para diminuir os obstáculos entre o Brasil e os países africanos. Em novembro, o ministro Fernando Pimentel comandou a missão da Agência de Promoção de Exportações (Apex) que levou empresários brasileiros a Angola, Moçambique e África do Sul, a fim de discutir investimentos e perspectivas de comércio com os governos e o setor privado desses países. A primeira reunião do “grupo África” já ocorreu e contou com a participação de vários ministros, especialistas e executivos. O desafio agora é compor um projeto geral que explicite os benefícios sociais que as atuações do governo e do setor privado brasileiro levarão ao continente africano. Entre os anos de 2003 e 2008, o mercado da África cresceu de forma continuada, porém sofreu forte queda, algo em torno de 15% em 2009 devido à crise mundial. Em 2010, houve grande recuperação, atingindo a quantia de US$ 9,3 bilhões.
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economia | imigração
por Manuela Barroso
BRASIL:
UM NOVO DESTINO PARA RECOMEÇAR DIANTE DA GRAVE CRISE ECONÔMICA QUE ATINGE OS ESTADOS UNIDOS E PARTE DA EUROPA, O BRASIL SE TRANSFORMOU EM UM DOS PRINCIPAIS DESTINOS DE IMIGRANTES DE TODO O MUNDO DEVIDO À BOA FASE DE SUA ECONOMIA. EM APENAS SEIS MESES, O NÚMERO DE ESTRANGEIROS QUE VIVEM REGULARMENTE NO PAÍS CRESCEU 50% 36 Brasil-Portugal no Ceará
O
crescimento econômico do Brasil nos últimos anos e a grande quantidade de investimentos realizados tem dado mais visibilidade ao país no exterior e, consequentemente, um maior poder de atração de imigrantes. Segundo dados divulgados pela ABrasil, o número de estrangeiros em situação regular saltou de 961.867 em dezembro de 2010 para 1,47 milhão em junho de 2011 – um aumento de 50% em seis meses. Entre as nacionalidades que mais têm procurado novas chances no Brasil, os portugueses lideram a lista, seguidos pelos bolivianos, chineses e paraguaios. Segundo reportagem veiculada pela emissora portuguesa RTP, em apenas seis meses mais de 50 mil portugueses se mudaram para o país e as autoridades brasileiras apontam a crise de desemprego em Portugal como a principal explicação. A comunidade lusa já é a maior, com mais de 320 mil pessoas, e as maiores necessidades em mão de obra qualificada são engenheiros, arquitetos, economistas e médicos. Ainda segundo a reportagem, os salários destes profissionais no Brasil chegam a ser 85% mais elevados do que em países como Portugal. Já a presença chinesa se deve ao crescente estreitamento das relações comerciais entre os dois países. À medida que os parceiros fecham mais acordos, a indústria da China envia mais representantes e trabalhadores para atuarem aqui. O advogado Leandro Pereira da Silva, da Visto Brasil, empresa especializada em oferecer assistência jurídica a companhias nacionais e internacionais, também tem sentido essa novidade. “A defasagem interna de profissionais em áreas técnicas de engenharia e arquitetura faz a indústria nacional recorrer a outros países”, diz Silva. Entre os parceiros da Visto Brasil estão empresas como Votorantim, Hyundai, Camargo Correia e Queiroz Galvão. As áreas da construção, como a
engenharia civil, são as mais procuradas pelos portugueses que desembarcam no Brasil. “Muitas imobiliárias estão vindo para cá devido a essa movimentação toda no nosso mercado. Vemos técnicos da China que vêm ensinar os brasileiros a operar determinada máquina comprada por uma indústria nacional, por exemplo,” conta o advo-
Números Imigrantes em dezembro de 2010
961.867
Imigrantes em junho de 2011
1.470.000 Comunidade portuguesa
320.000
Pedidos de residência permanente em 2008
10.683
Pedidos de residência permanente em 2010
18.058
Solicitações de naturalização em 2008
1.119
Solicitações de naturalização em 2010
2.116
gado, que ressalta que as leis são como as de qualquer outro país e priorizam as vagas para brasileiros.
CLANDESTINIDADE Em paralelo ao número de estrangeiros regulares, também cresce a quantidade de irregulares, de acordo com a Associação Nacional de Estrangeiros e Imigrantes no Brasil (Aneib). Também atraídos pelas melhores condições econômicas, os clandestinos chegam como turistas e permanecem no país depois de expirado o prazo legal. A grande maioria é formada por latinos, mas há também africanos, chineses e outras nacionalidades. Devido ao boom econômico, o Brasil está começando a precisar de um tipo de mão de obra que o brasileiro não quer mais efetuar. Começam a faltar profissionais qualificados em áreas básicas, como pedreiro, eletricista, encanador, postos que, em grande parte, os imigrantes irregulares tentam ocupar.
DE VOLTA PARA CASA O bom momento do país também está influenciando a volta de brasileiros para casa. "Em 2005, eram 4 milhões vivendo fora do Brasil. Houve uma queda drástica para 2 milhões em 2010. São brasileiros que retornam principalmente dos Estados Unidos, do Japão e da Inglaterra", conclui o secretário nacional de Justiça, Paulo Abrão. Out-Nov-Dez 2011 37
gastronomia | pastel de nata
por Manuela Barroso
NÃO SE SABE AO CERTO A ORIGEM, MAS É INEGÁVEL O SABOR E A TRADIÇÃO DO PASTEL DE NATA NA CULINÁRIA PORTUGUESA. A IGUARIA JÁ CONQUISTOU O PALADAR DOS BRASILEIROS E PODE SER ENCONTRADA ATÉ EM RESTAURANTES FAST FOOD
DOÇURA
PORTUGUESA
O
cronista gastronômico português Virgílio Gomes confessa: “Apesar de aparecer em vários registros, especialmente do começo do século XIX, ainda não posso afirmar, de forma categórica, onde começaram, em que data e como se expandiram os pastéis de nata.” O doce é referido em livros como “Doçaria Conventual do Alentejo”, de Alfredo Saramago, com uma receita do Convento de Santa Catarina de Sena, em Évora. Em “Doçaria Conventual do Norte”, do mesmo autor, o pastel de nata volta a aparecer, desta vez no Mosteiro de Arouca. Nas duas referências, a receita é a mesma: massa folhada e um recheio constituído de natas frescas, açúcar e gemas de ovo. No livro “A Tradi-
38 Brasil-Portugal no Ceará
ção Conventual na Doçaria de Lisboa”, de Carlos Consiglieri e Marília Abel, é feita uma listagem de conventos femininos de Lisboa em 1833, nos quais supostamente se produziria os pastéis. Em seguida, foram várias as citações de receitas na literatura portuguesa, mas o que se pode constatar é que hoje o pastel de nata é saboreado em várias partes do mundo, inclusive no Brasil, onde muitas pessoas o confundem com o pastel de Belém, que na verdade é um tipo do doce que foi patenteado como uma marca. De acordo com o livro “A Mágica da Cozinha”, do chef Renato Freire, Portugal vivia uma grave crise econômica em 1834 e os conventos tiveram que ser fechados. Para sobreviverem,
os frades do Convento de São Jerônimo, em Belém, passaram a vender os pastéis de nata, cuja receita, até então, era exclusiva. A loja era ligada a uma refinaria de açúcar que acabou se tornando a casa dos pastéis de Belém, que ficaram conhecidos no mundo todo e hoje podem ser encontrados até em restaurantes fast food. A receita dos verdadeiros pastéis de Belém tem sido mantida em segredo nestes anos todos, mas segundo Freire, “no fundo parece que todo o segredo é para não divulgar que o pastel de Belém não deixa de ser um falso pastel de nata. Em Lisboa e em todo o Portugal, apenas aqueles pastéis de nata podem ser chamados realmente de pastéis de Belém.”
Os portugueses costumam comer pastéis de nata acompanhados de café ou simples entre as refeições. Entretanto, Virgílio Gomes tem suas sugestões de vinho para, como ele mesmo diz, “casar” com o doce. Em julho, a Pastelaria Aloma promoveu uma prova de harmonia entre seu pastel de
nata com vinhos portugueses. A prova aconteceu na Escola de Hotelaria e Turismo de Lisboa, e mais de 20 vinhos foram provados. O júri era constituído por 25 membros, entre eles, o próprio Virgílio, que elegeu duas opções em primeiro lugar: “Abafado da Quinta da Alorna 5 anos” e “Moscatel de Setúbal Bacalhôa Moscatel Roxo 2000”. “O pastel, apesar de ser bígamo, não aceita uma partilha em simultâneo: é um vinho de cada vez”. Em segundo lugar também ficaram dois: “Madeira Justino’s Colheita 95” e “Porto Dalva Colheita 1999”.
NO BRASIL
Virgílio Gomes, cronista gastronômico português
Entre 1874 e 1888, um livro anônimo intitulado “Cozinheiro Nacional”, cuja autoria vem sendo atribuída a Paulo Salles, fez uma compilação de receituário, modo de servir e composição de ementas, tudo com um forte sentido de modernidade para a época. “Este livro veio ‘colocar nas prateleiras’ as sucessivas edições de Domin-
gos Rodrigues, e tem um receituário mais elaborado, possivelmente recolhido após a permanência da Família Real no Brasil”, conta Virgílio. Em 1892, foi publicado no Brasil o “Dicionário do Doceiro Brasileiro”, de Antônio José de Sousa Rego, com um trabalho de organização e um estudo sobre o açúcar e a doçaria, do antropólogo Raul Lody. Nesta publicação surgem três receitas de pastéis de nata. “A primeira é um pouco confusa e parece uma massa de fazer bolinhos e usa farinha de arroz”, comenta Virgílio. A segunda e a terceira receitas são semelhantes. A segunda refere-se apenas à massa folhada e ao recheio com gemas, açúcar, natas e raspas de limão. Depois de cozidos, polvilha-se com canela e açúcar. Na terceira, há a curiosidade de fazer massa folhada com farinha, duas gemas, uma clara, banha de porco e sal. O recheio é feito com leite guardado de um dia para o outro para extrair as natas, açúcar em calda e uma colher de manteiga. Out-Nov-Dez 2011 39
cultura | literatura
por Manuela Barroso
Como tudo começou Para encerrar as comemorações de seu centenário, a Câmara Portuguesa de Comércio e Indústria do Rio de Janeiro lançou o livro “A Outra Margem do Atlântico - A Câmara Portuguesa de Comércio e Indústria do Rio de Janeiro e as relações comerciais lusobrasileiras - 1911-2011", de Renata Santos e Cíntia Carli. A obra conta a história do comércio português no Rio de Janeiro ao longo do século XX e mostra a importância da instituição como representante das relações econômicas, políticas e sociais entre Brasil e Portugal, e a sua contribuição para a formação cultural e econômica da sociedade. Com fotos históricas, o livro mostra como a Câmara ajudou a mediar a relação entre brasileiros e portugueses, que há um século chegavam para
trabalhar e não mais explorar. “Como essa relação não era das melhores, a Câmara chega para regulamentar o comércio e mudar a imagem dos portugueses”, afirma Renata Santos, uma das autoras. A pesquisa para o livro, feita em seis meses, vem de parte do acervo da Câmara e de arquivos do Real Gabinete Português de Leitura. “A Outra Margem do Atlântico” relata, também, a história do incêndio que, em 1976, acabou com a primeira sede da Câmara e destruiu boa parte de seu acervo.
SERVIÇO: A Outra Margem do Atlântico A Câmara Portuguesa de Comércio e Indústria do Rio de Janeiro e as relações comerciais luso-brasileiras - 1911-2011 Autores: Renata Santos e Cíntia Carli Editora: Documento Histórico
Memória afetiva Em 2006, a Terra da Luz Editorial iniciou o projeto Memórias da Cidade, lançando o livro “Ah, Fortaleza!”, no qual apresentou a capital cearense de 1880 a 1950. Em dezembro de 2011, trouxe um novo registro de memórias com a publicação “Viva Fortaleza 1950-2010”, revelando em imagens e textos a passagem dos anos de uma cidade que cresce a passos largos. O novo volume pretende contribuir para a compreensão da história, possibilitando assim a reflexão sobre quais rumos seguir no presente e no futuro, de como redesenhar
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esse pulsante diálogo com a cidade. O “Viva Fortaleza” reúne 17 autores, entre historiadores, jornalistas, pesquisadores, cientistas sociais e literatos acompanhados de 17 fotógrafos. O livro é organizado em 17 capítulos, cada um abordando um tema relativo ao recorte histórico das últimas seis décadas na capital cearense em textos e ensaios fotográficos. Possui tradução para o inglês. SERVIÇO: Viva Fortaleza 1950-2010 Autores: Gylmar Chaves, Patrícia Veloso (organizadores) Editora: Terra da Luz
Fábulas contemporâneas Simone Pessoa trata os valores da sociedade contemporânea, como o perdão, a solidariedade, a resignação, a honestidade, o respeito às diferenças e o aprender com o outro no livro de fábulas “O Pequeno Hércules”. Os cenários são, na sua essência, brasileiros e rurais, assim como a maioria dos personagens. Embora com pendor construtivo, as fábulas não buscam os tradicionais desfechos do tipo “moral da história” para não forjarem lições nem darem um caráter prescritivo. Entre as fábulas, destacam-se: Os dois Jumentinhos, que fala da sabedoria do perdão, da solidariedade e da resignação em face às circunstâncias; O Cavalinho Diferente, so-
bre andar contra o tempo para refletir e alcançar a liderança pela razão; O Tatu Medroso, que aborda a superação dos ritos de passagem, entre outras. Leituras para todo dia, a vida inteira. SERVIÇO: O Pequeno Hércules Autora: Simone Pessoa Editora: Armazém da Cultura
Gastronomia portuguesa O livro “Alentejo, Além-Mar Influências e Tradições na Cozinha” começa com o prefácio do próprio autor, Vítor Sobral, no qual afirma ser necessário lê-lo para entender o livro. Em seguida, um texto intitulado “O cozinheiro completo”, da autoria do brilhante investigador e escritor de gastronomia, J.A. Dias Lopes, descreve o autor e caracteriza a sua cozinha. É também Dias Lopes quem conduz a entrevista com Vítor. Possivelmente, a melhor parte do livro. Se as perguntas são diretas e parecem complexas, são uma excelente oportunidade para Vítor se definir, explicar, descomplicar e, no fundo, transparecer a sua carreira e
as várias etapas do seu percurso para evidenciar a sua marca. Até quando é questionado se “há limites para a criação culinária” e depois sobre a lusofonia e a miscigenação na gastronomia, ele ressalta o seu orgulho de ser português. Sobre as receitas, são novidades de uma cozinha regional em encontro com outros produtos, outras montagens, outros paladares e mais descobertas. Vítor Sobral é um nome de grande importância no surgimento da nova cozinha portuguesa, marcando uma época e se baseando sempre nos registros regionais da culinária sem perder a identidade, mas com características de uma cozinha evoluída
SERVIÇO: Alentejo, Além-Mar - Influências e Tradições na Cozinha Autor: Vítor Sobral Editora: Senac
e dinâmica. E tão importante quanto as receitas, é a escrita em forma de entrevista que Vítor Sobral comunica sua ligação com a gastronomia, os seus passos, e a sua consolidação.
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Janeiro Dia 13 Reunião das Câmaras de Comércio Portuguesas em Lisboa
Fevereiro De 27 a 29 SISAB – Salão Internacional do Vinho Pescado e Agroalimentar De 29/2 a 4/3 BTL – 2012 Feira Internacional do Turismo
agenda | Câmara
Março De 5 a 9 Expodireito Contrijal – Feira Internacional De 15 a 18 Energia & Águas de Angola – Feira Internacional de Energia e Águas de Angola De 22 a 25 ACQUALIVEEXPO – Água,Resíduos e Ambiente. No Centro de Congressos de Lisboa De 22 a 25 ENERGYLIVEEXPO – Eficiência Energética, Energias Renováveis, Mobilidade Elétrica. No Centro de Congressos de Lisboa De 29/3 a 1o/4 Saúde Angola – Feira Internacional de Saúde de Angola De 29/3 a 1o/4 Prodigit@al – Salão Internacional de Impressão, Imagem, Comunicação Digital e Têxtil Promocional Mais informações e atualizações no site www.brasilportugal.org.br /ce
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