Diretrizes de reestruturação da zona norte de Osasco

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UNIVERSIDADE ANHEMBI MORUMBI ARQUITETURA E URBANISMO TRABALHO FINAL DE GRADUAÇÃO

DIRETRIZES DE REESTRUTURAÇÃO DA ZONA NORTE DE OSASCO

ALUNA: GLÉCIA LIMA DE JESUS ORIENTADOR: PROF° DR. GERALDO MOURA

SÃO PAULO 2018

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus, por ter me dado forças ao longo desse percurso e por me dar uma família tão maravilhosa, que desde sempre esteve ao meu lado, me incentivando a estudar, a correr atrás do que eu quero e me amparando com palavras de conforto nos momentos difíceis. Agradeço ao meu namorado, Raphael Marciano, pela imensa ajuda (principalmente com software), pelo apoio, paciência, pelas cartas e desenhos motivacionais, sempre acreditando em mim, me incentivar a seguir firme e ser mais confiante. Agradeço a Fabiana Morais, Karoline Souza, Francieli Szymonek e Milana Souza, amigas de longa data que sempre esteve ao meu lado, ao Silas Ferrarini pela parceria e conversas na qual sempre aprendo um pouco mais. E por fim, a não menos importante, muito pelo contrário, agradeço a todos os professores que tive até hoje e contribuíram na formação da pessoa que sou. Em especial a Professora Patrícia e ao Professor Filippo, pelas conversas que me fizeram olhar o mundo de outra forma e sempre questionar. A professora Isabela Solleto, mulher forte e incrível que tanto admiro, e tive o enorme prazer de trabalhar junto no 9º semestre. Ao professor Geraldo Moura, por me acolher no 10º semestre, sempre com muita paciência e dedicação. Vocês são incríveis.

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RESUMO

Os levantamentos e análises feitas no município de Osasco, confirmam a deficiência que a região norte do município da RMSP sofre com mobilidade urbana, equipamentos públicos, habitação e de meio ambiente. A zona norte de Osasco, possui particularidades no seu padrão de uso do solo. A porção leste da região é predominante industrial/empresarial, já a porção oeste caracteriza uma área mais residencial e grandes áreas de favelas, que estão distribuídas em diversas partes da região. Além dos usos distintos, a zona norte do município encontra-se limitada pelas rodovias Anhanguera (leste) e Rodoanel (oeste), que inibem a integração de Osasco com os municípios vizinhos e sobrecarregam a região com os intensos fluxos viários. A porção oeste do Pico do Jaraguá é outro elemento muito significativo, pois sua grandeza natural delimita e pressiona o território. Visualmente percebe-se que a mancha correspondente a moradias irregulares é praticamente igual a de área de moradias regulares e com o ritmo que a expansão das favelas vem acontecendo, as áreas irregulares tendem a crescer cada vez mais. Considerando que favelas existentes e as novas ocupações vem se expandindo cada vez mais para áreas importantes de preservação. Com base em toda a análise feita, o resultado do seguinte trabalho foi no desenvolvimento de diretrizes a longe prazo para a reestruturação da zona norte de Osasco. Visando a melhoria no transporte público e vias de acesso, na criação de equipamentos, preservação e recuperação de vegetações e nascentes, criação de habitações, regularização de moradias existentes e infraestrutura, e até mesmo na segurança.

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SUMÁRIO I. INTRODUÇÃO 10 II. RMSP – REGIÃO METROPOLITANA DE SÃO PAULO 12 2.1. RELAÇÃO DE OSASCO COM OS MUNICÍPIOS VIZINHOS 15 III. HISTÓRIA E EXPANSÃO URBANA DE OSASCO 19 IV. LEGISLAÇÃO E POLÍTICA URBANA 30 V. PADRÃO DE USOS DO SOLO 36 5.1. EQUIPAMENTOS PÚBLICOS 46 VI. SUPORTES NATURAIS E MEIO AMBIENTE 50 6.1. INFRAESTRUTURA URBANA 58 VII. MOBILIDADE URBANA 62 7.1. PROPOSTAS PARA O SISTEMA VIÁRIO 69 VIII. PERTINÊNCIAS DO RECORTE DE ESTUDO 72 8.1. DADOS SOCIOECONÔMICO 77 8.2. PADRÃO DE USO DO SOLO 81 8.3. EQUIPAMENTOS PÚBLICOS 84 8.4. MOBILIDADE URBANA 88 8.5. ZONEAMENTO E OPERAÇÃO URBANA PAIVA RAMOS 92 IX. PROBLEMÁTICAS 97 X. DIRETRIZES DE REESTRUTURAÇÃO DA ZONA NORTE 110 10.1. DETALHAMENTO 118 XI. ÍNDICE DE FIGURAS 130 XIII. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 134 12.1. REFERÊNCIAS DE IMAGENS PARA ELABORAÇÃO DAS COLAGENS 136 9 10º CADERNO.indd 9

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I. INTRODUÇÃO 10º CADERNO.indd 10

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A explosão populacional do município de Osasco se deu após os anos 60 e assim como diversas cidades do Brasil, a intensificação do crescimento populacional do município sem um planejamento e gestão, desencadeou diversos problemas urbanos que refletem até hoje no dia a dia da população. Nos seguintes capítulos no qual o trabalho está subdividido, serão analisados a Região Metropolitana de São Paulo na qual o município de Osasco está inserido e tem um papel importante economicamente; a importância e a relação de Osasco com os municípios vizinhos; a expansão da mancha urbana na cidade e consequente-

mente as legislações, o padrão do uso do solo, os equipamentos públicos, a infraestrutura e mobilidade urbana no município. A análise geral feita no município de Osasco ao longo do trabalho, confirma a necessidade de um estudo mais detalhado no extremo norte de Osasco, pois é uma região extremamente carente de infraestrutura urbana, equipamentos públicos e mobilidade urbana. A partir dessa conclusão foi feito uma análise mais detalhada do uso e padrão do solo, da mobilidade urbana e dos equipamentos públicos da região norte do município.

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II. RMSP - REGIÃO METROPOLITANA DE SÃO PAULO 10º CADERNO.indd 12

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A Região Metropolitana de São Paulo (RMSP) foi constituída através de uma Lei Federal em 1973. Segundo a Lei Complementar Nº 1.139, DE 16 DE JUNHO DE 2011, a organização da RMSP tem como objetivo “o planejamento regional para o desenvolvimento socioeconômico e a melhoria da qualidade de vida; a cooperação entre diferentes níveis de governo, mediante a descentralização, articulação e integração de seus órgãos e entidades da administração direta e indireta com atuação na região, visando ao máximo aproveitamento dos recursos públicos a ela destinados; a utilização racional do território, dos recursos naturais e culturais e a proteção do meio ambiente, mediante o controle da implantação dos empreendimentos públicos e privados na região; a integração do planejamento e da execução das funções públicas de interesse comum aos entes públicos atuantes na região; a redução das desigualdades regionais.”. Em 2011 a Região Metropolitana de São Paulo sofreu uma reorganização e atualmente é constituída por 39 municípios do estado de São Paulo, que são subdivididos em cinco regiões, além da cidade de São Paulo que os

interligam, norte (Caieiras, Cajamar, Francisco Morato, Franco da Rocha e Mairiporã), leste (Arujá, Biritiba-Mirim, Ferraz de Vasconcelos, Guararema, Guarulhos, Itaquaquecetuba, Mogi das Cruzes, Poá, Salesópolis, Santa Isabel e Suzano), sudeste (Diadema, Mauá, Ribeirão Pires, Rio Grande da Serra, Santo André, São Bernardo do Campo e São Caetano do Sul), sudoeste (Cotia, Embu das Artes, Embu-Guaçu, Itapecerica da Serra, Juquitiba, São Lourenço da Serra, Taboão da Serra e Vargem Grande Paulista) e oeste (Barueri, Carapicuíba, Itapevi, Jandira, Osasco, Pirapora do Bom Jesus e Santana de Parnaíba). A RMSP possui cerca de 21 milhões de habitantes (IBGE, 2016), equivalente a quase 50% da população de todo o estado de São Paulo. Além de ser considerada a maior região metropolitana do Brasil, a RMSP é responsável por 18% do Produto Interno Bruto (PIB) do país e 55% do PIB paulista (EMPLASA, 2017). Importantes complexos industriais, comerciais e financeiros do país estão localizados na metrópole, principalmente no ABC, Guarulhos, Osasco e São Paulo, a maior e mais importante cidade do Brasil. 13

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> Figura 1. Mapa da Região Metropolitana de São Paulo. Fonte: emplasa.sp.gov.br/RMSP

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2.1. RELAÇÃO DE OSASCO COM OS MUNICÍPIOS VIZINHOS 10º CADERNO.indd 15

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Osasco é um dos municípios da Região Metropolitana de São Paulo, localizado na sub-região oeste, o município possui cerca de 64,95km² e tem como vizinhos os municípios de Cotia, Carapicuíba, Barueri, Santana do Parnaíba e São Paulo. As principais vias de acesso dos municípios vizinhos de Osasco e de algumas cidades do interior paulista, ao município de São Paulo são através das rodovias Anhanguera, Rodoanel, Castelo Branco e Raposo Tavares, e todas elas cortam ou tangencia o município de Osasco. Segundo a estimativa populacional de 2017 do IBGE, Osasco tem 697.886 habitantes e é a 6º cidade mais populosa do estado de São Paulo e 26º do Brasil. Sua densidade demográfica é de 10.264,8 hab/km² (IBGE, 2016). Em 2010 o censo demográfico estipulou que 68,03% da população local tem entre 15 e 59 anos, 22,17% tem entre

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0 e 14 anos e 9,8% entre 60 anos ou mais, sendo que o número de mulheres (51,94%) da população é maior que o de homens (48,06%). O PIB estimado em 2014 de Osasco é de R$84.478,07, sendo o 3º maior da RMSP e o 64º do Brasil. Osasco possui um dos maiores parques industriais do estado de São Paulo, reunindo cerca de 500 indústrias de pequeno, médio e grande porte, como a matriz do Banco Bradesco, que está localizada na denominada “Cidade de Deus” e tem o maior centro de processamento de dados da América do Sul. Além do Banco Bradesco, as empresas Asea Brown Boveri, SBT, RedeTV, Mercado Livre, Pão de Açúcar, Carrefour, Sem Parar, Mãe Terra, Avon Cosméticos, Walmart, Sam’s Club e Makro, estão instaladas no município.

> Figura 2. Vista do bairro Industrial Anhanguera, Osasco. Fonte: Google Maps.

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> Figura 3. Mapa de Osasco, destacando as rodovias. Fonte: Google Maps, com desenho autoral.

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Outro destaque econômico da região é o setor comercial. Osasco é considerado o segundo maior polo varejista de rua do estado de São Paulo, perdendo apenas para a rua 25 de março. Seu centro tem uma enorme variedade de lojas que chegam a reunir cerca de 350mil pessoas diariamente, em época de natal atrai cerca de 1,5 milhões de consumidores por dia. A maior parte dos visitantes, atraídos pelo centro comercial, vem dos municípios vizinhos, principalmente de Carapicuíba, Barueri e Itapevi, que são municípios interligados a Osasco através da ferrovia. Por mais que Osasco seja uma cidade que se destaca pelo seu polo industrial e comercial, milhões de habitantes do município se deslocam diariamente para capital paulista, principalmente para trabalhar e estudar. As rodovias Anhanguera, Rodoanel, Castelo Branco e Raposo Tavares, que passam por Osasco e a conexão da linha ferroviária da CPTM, possibilitam o rápido acesso a São Paulo.

> Figura 4. Foto do calçadão do centro de Osasco. Fonte: http://www.fecomercio.com.br

Outra característica importante destacar, é o Pico do Jaraguá, lado oeste da Serra da Cantareira e o Parque Estadual do Jaraguá, criado para a conservação da área verde de mata atlântica ali existente. O Pico do Jaraguá é o ponto mais alto de São Paulo, com a altitude de 1.135 metros e sua vista panorâmica para diversos municípios, assim como Osasco, atrai muitos visitantes. Além do Parque Estadual do Jaraguá ser uma forma de conversação da área verde, é também um espaço de lazer e possui um acervo histórico da exploração de ouro e dos conflitos entre bandeirantes e índios na região, expostos no casarão do bandeirante Afonso Sardinha. Por mais que o Pico do Jaraguá e o Parque Estadual do Jaraguá esteja fora do município de Osasco, os dois locais são bem frequentados pelos moradores da zona norte de Osasco, que possui uma carência preocupante de espaços de lazer na região.

> Figura 5. Pico do Jaraguá, visto do bairro Vila Menck, Osasco. Fonte: https://www.panoramio.com

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III. HISTÓRIA E EXPANSÃO URBANA DE OSASCO 10º CADERNO.indd 19

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> Figura 6. Mapa dos sítios de Osasco, 1900. Fonte: http://www.hagopgaragem.com/osasco_historia2.html

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Inicialmente, nas terras onde atualmente se situa o município de Osasco, eram habitadas por índios tupi-guarani. Pós colonização, portugueses chegaram e se instalaram na vila Quitaúna, mas permaneceram na região só até a descoberta de ouro em Minas Gerais, no século XVIII. No século XIX, período do Império, a região que futuramente seria a cidade de Osasco, estava ocupada por diversos sítios e chácaras. Na beira do Rio Tietê havia aldeias de pescadores e grandes fazendas, no final do Império uma delas foi comprada por um italiano chamado Antônio Agú e a outra fazenda por um português chamado Manuel Rodrigues. Antônio Agú foi um nome importante para a o desenvolvimento da cidade de Osasco, pois era proprietário > Figura 7. Primeiras vias da região central de Osasco, 1887. de vários terrenos e negócios da região, como a primeira Fonte: http://www.hagopgaragem.com/osasco_historia2.html indústria da cidade no ramo de cerâmicas, telhas e tijolos. O italiano era dono de terras no km 16 da Estrada de Ferro Sorocabana, onde em 1895 iniciou a construção da Estação Ferroviária “Osasco”, nome em homenagem a cidade italiana “Osasco” onde Antônio Agú nasceu. Com a construção da Estação Ferroviária, o italiano construiu casas para os operários que chegaram para trabalhar na obra e permaneceram na cidade após a finalização da construção. Consequentemente a região de Osasco, como ficou conhecida, passou a ser mais frequentada, aos poucos novos comércios foram surgindo e a indústria foi se instalando na região, isso atraiu novos imigrantes que se tornaram parte da população local. > Figura 8. Primeiras vias da região central de Osasco, 1891. Fonte: http://www.hagopgaragem.com/osasco_historia2.html

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> Figura 9. Mapa do traรงado urbano da regiรฃo central de Osasco, 1912. Fonte: http://www.hagopgaragem.com/osasco_historia2.html

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> Figura 10. Foto aérea da região central de Osasco, sem data. Fonte: http://www.hagopgaragem.com/osasco_historia2.html

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Por volta de 1940, linhas de ônibus foram criadas para fazer a ligação da região de Carapicuíba e Osasco à São Paulo. Devido a isso, a quantidade de pessoas que frequentavam as regiões de Osasco, Carapicuíba e Barueri aumentaram e até mesmo permanecessem pelas regiões, isso ocasionou na transformação dos sítios em loteamentos e da expansão habitacional além do perímetro da linha férrea.

10 anos depois. No dia 19 de fevereiro de 1962 Osasco se tornou um município.

Em 1968 a sede do Banco Bradesco se instalou em Osasco e foi responsável pela implantação da Companhia Telefônica Suburbana Paulista (Cotespa) no município. A sede do Banco Bradesco permanece até hoje em Osasco, com um complexo chamado Cidade de Deus, foi um dos principais fatores de desenvolvimento econôO processo de loteamentos de Osasco se iniciou mico do município. aos arredores da ferrovia, ou seja, no centro do município. Os preços dos lotes na região central eram eleva“[...] as direções preferenciais de crescimento são dos, em relação a outras regiões do município, porém determinadas pala inserção regional da metrópole, foram os lotes que venderam com maior rapidez. Com ocorrendo nas direções nas quais são mais intensos o decorrer dos anos a mancha urbana foi se expandinos fluxos de transporte regional, o que se dá, via de do, os primeiros bairros foram Vila Quitaúna, Campesiregra, na direção da grande metrópole ou região mais na, Presidente Altino, Jardim Santo Antônio, Continental. próxima” VILLAÇA, 1998. Logo após, Villa Osasco, Bussocaba foram os primeiros bairros da zona sul do município e do lado norte, A retificação do Rio Tietê acarretou a expansão da surgiram a Vila dos Remédios, Piratininga, Jd. Helena mancha urbana para a zona norte de Osasco. Até então, Maria e Jardim Rochdale, que só receberam arruamento para a transposição do Rio Tietê, a população possuía por volta de 1950. No extremo norte e o extremo sul do apenas uma ponte de madeira que interligava o Km 17 município – manchas mais escurado no mapa a seguir ao Piratininga, com o intenso fluxo de pessoas tornou-se – foram as últimas áreas a serem loteadas, por volta das necessário a construção de uma ponte apropriada para a décadas de 70 – 80. transposição de pedestres e automóveis. Entre 1960 e 1964 a densidade demográfica de Osasco aumentou 10,8% ao ano, nesse momento a taxa de crescimento populacional em São Paulo era 5,7% ao ano. Esse crescimento acelerado foi um dos principais motivos e justificativas para que os moradores lutassem pela emancipação da cidade, em 1952 aconteceu o primeiro ato de manifestação, mas só obtiveram resultados 24 10º CADERNO.indd 24

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> Figura 11. Mapa da evolução dos loteamentos de Osasco. Fonte: Plano local de habitação de interesse social de Osasco, com desenho autoral.

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Na década de 70 houve um crescimento nas atividades industriais no município de Osasco, principalmente na zona norte, que acabou ocasionando no crescimento cada vez maior na região. Esse crescimento acelerado, sem infraestrutura, foi gerando habitações irregulares e na década de 80 a zona norte passou a ser conhecida pela pobreza e pela violência. “Sem perspectiva de trabalho ou pelo menos à segurança de um trabalho regular; sem estímulo para estudar, discriminada pela cor e pela pobreza; envolvida por uma intensa publicidade que liga felicidade ao padrão de consumo inatingível; partícipe de uma realidade social desigual e arbitrária além de fetichista, na qual convivem extremos de carências básicas e o consumo conspícuo; submetida a uma re-

lação de favor com os políticos; crescendo em contato com a violência no cotidiano e tendo o crescente aumento das drogas como possibilidade de fuga e eventualmente de ganhos rápidos e fartos, essa é a realidade da imensa massa de jovens que habitam as periferias metropolitanas. Com a ausência da cidadania, o terreno é fértil para o desenvolvimento do crime organizado, especialmente através do tráfico de drogas.” MARICATO, 1995. Assim como grande parte da Região Metropolitana de São Paulo, nos anos 90 Osasco sofreu com a mudança de diversas indústrias para o interior do estado de São Paulo, porém o município se reinventou, passou a explorar os setores comerciais e de serviços, na qual até hoje é reconhecido como um importante polo do ramo.

> Figura 12. Foto aérea da região central de Osasco, sem data. Fonte: http://www.hagopgaragem.com/osasco_historia2.html

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> Figura 13. Foto aérea das indústrias da região central de Osasco, sem data. Fonte: http://www.hagopgaragem.com/osasco_historia2.html

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Atualmente o município de Osasco é constituído por 60 bairros, subdivididos em sete regiões: Sudeste (Adalgisa, Bela Vista, Bussocaba, Cipava, City Bussocaba, Jardim D’Abril, Jaguaribe, Umuarama e Vila Yolanda), Sul (Bandeiras, Conceição, Conjunto Metalúrgicos, Jardim Veloso, Novo Osasco, Padroeira II, Raposo Tavares, Santa Maria e Santo Antônio), Sudoeste (Cidade das Flores, Jardim das Flores, Jardim Roberto, Km 18, Pestana, Quitaúna, São Pedro, Setor Militar e Vila Militar), Nordeste (Aliança, Ayrosa, Industrial Remédios, Jardim Mutinga, Jardim Platina, Remédios, Rochdale e Vila Menck), Norte (Industrial Anhanguera, Industrial Mazzei, Paiva Ramos, Santa Fé e Três Montanhas), Noroeste (Baronesa, Bonança, Castelo Branco, Helena Maria, IAPI, Jardim Elvira, Jardim Piratininga, Munhoz Júnior e Portal D’Oeste) e Centro (Bonfim, Centro, Cidade de Deus, Continental, Industrial Altino, Industrial Autonomistas, Industrial Centro, Presidente Altino, Vila Campesina, Vila Osasco e Vila Yara). Osasco contém cerca de 697.886 habitantes (IBGE, 2017) e está entre as cinco cidades mais densas da RMSP, com a densidade demográfica de 10.264,8 hab/km².

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> Figura 14. Imagem da divisão dos bairros e da sub-regiões de Osasco. Fonte: Google Maps, com desenho autoral.

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IV. LEGISLAÇÃO E POLÍTICA URBANA 10º CADERNO.indd 30

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Após a emancipação da Osasco em 1962, aconte- 1966, Jorge Wilheim, Paulo Sérgio Souza e Silva Jorge ceu um enorme crescimento populacional no município. Haberkorn, que diz: Devido a isso foi necessária a criação de um plano urbanístico para o município, já que a cidade estava crescendo “[...] A topografia acidentada impõe decada dia mais. Em 1966 o “Plano Urbanístico Básico” da safios à drenagem urbana e ao sistema viário, cidade ficou pronto, elaborado por Jorge Wilheim, Paulo e o aumento populacional e de atividades reSérgio Souza e Silva Jorge Haberkorn, que escreveu: vela a necessidade de uma estrutura administrativa que atenda a demandas novas, en“À ausência do onde ir dentro da cidade frentando a realidade da exiguidade do solo para se divertir e conviver, aliada a dificuldade urbano e da carência de infraestrutura básica de ligação entre um lado e outro da malha e equipamentos sociais, sobretudo nos bairurbana, empurrava o morador de Osasco a ros periféricos. Para potencializar os benefíir para São Paulo. Com isso, o morador de cios, é preciso atentar para o caráter metroOsasco não desenvolvia o importante sentido politano, porém sem perder a referência da de pertencer à cidade.”. identidade e das necessidades locais. Osasco naquele período era fragmentada, os bairros eram distantes, não havia transporte público para todos os lugares, a transposição do rio não existia, ou seja, não tinha uma integração dos bairros. Para fazer a integração dos bairros e da malha urbana, foram feitas grandes obras ao longo dos anos, com a criação de pontes, viadutos e avenidas, como as avenidas Bussocaba, Maria Campos, Nova Granada e Corinthians Paulista, que ligam a zona sul à zona norte, e que até hoje fazem parte dos vários eixos viários estruturais importantes do município. Ao longo dos anos o “Plano Urbanístico Básico” de 1966, foi sofrendo diversas alterações, com leis sendo aprimoradas e complementadas, e com a elaboração de novos projetos consolidados. Um plano complementar que vale ressaltar, é o de 2001 e 2002, elaborada pelos mesmos criadores do “Plano Urbanístico Básico” de

As diretrizes que nortearam este trabalho tiveram como foco a necessidade de modernização e reestruturação administrativa; a premência da mobilidade e acessibilidade; a estratégia de implantação de projetos localizados de requalificação de áreas degradadas; a implementação dos instrumentos de gestão urbana do Estatuto da Cidade, visando a implantação de políticas habitacionais e fundiárias; a dinamização de atividades econômicas, especialmente em função da implantação do Rodoanel; e a ampliação da oferta de espaços públicos qualificados destinados ao lazer e cultura da comunidade, buscando a inserção social e um uso mais equilibrado do solo urbano, a partir de investimentos distribuídos pelos núcleos de centralidade propostos.” 31

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Como podemos ver nos mapas 1 e 2 a seguir, as propostas do escritório seriam, projetos hídricos de combate a enchentes e ambiental, modificação na lei de zoneamento com plano de adensamento em avenidas importantes, ou seja, estratégias voltadas para a especulação imobiliária. Com apenas quatro projetos pontuais, na qual não são explicadas quais as estratégias ou os projetos específicos de cada uma dessas intervenções. Já o mapa 3 é uma setorização de prioridades 1, 2, 3 e 4, sendo que quanto mais clara a cor do bairro, maior a prioridade de intervenção.

> Figura 15. Rede hídrica e ambiental. > Figura 16. Zoneamento e projetos pontuais. Fonte: http://www.jorgewilheim.com.br/legado/Projeto/visualizar/1678 Fonte: http://www.jorgewilheim.com.br/legado/Projeto/visualizar/1678

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Analisando os três mapas e com base no texto da proposta do plano complementar, percebe-se uma enorme contradição, pois a maior parte das propostas de “modernização” seriam voltadas para áreas denominadas como “prioridade 1”, ou seja, áreas centrais e em bairros de classe média. As regiões mais periféricas, principalmente nas zona norte e zona sul, que sofrem com a falta de saneamento básico, infraestrutura e equipamentos sociais, como é citado fortemente e diversas vezes no texto acima, são denominadas como “prioridade 3” e “prioridade 4”, sem nenhuma proposta estratégica voltada para as carências desses bairros. Essas regiões foram consoladas apenas com propostas de áreas verdes

> Figura 17. Prioridades de intervenção. Fonte: http://www.jorgewilheim.com.br/legado/Projeto/visualizar/1678

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Em 1978 foram estabelecidas as diretrizes do uso e ocupação do solo em Osasco, na qual permanece o mesmo até hoje. Assim como o plano diretor, ao longo dos anos a lei de zoneamento do município vem sofrendo diversas alterações e complementos de leis a todo

momento. As cidades vivem numa constante evolução e crescimento, o zoneamento e o plano diretor são as mais importantes ferramentas para esses processos de mudança, é importante a análise de planos criados a mais de 40 anos.

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> Figura 18. Zoneamento de Osasco. Fonte: Google Maps e Prefeitura Municipal de Osasco, com desenho autoral.

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V. PADRร O DE USO DO SOLO 10ยบ CADERNO.indd 37

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Houve um período da história, que as indústrias de Osasco eram concentradas próximo a linha férrea que corta o município, mas ao decorrer dos anos isso foi mudando. É possível observar no mapa a seguir, que existe um elevando número de indústrias e empresas distribuídas por todo o território do município. Villaça (2001) dizia que uma via provoca o crescimento ou desenvolvimento urbano nesta ou naquela direção. Na região central, onde as primeiras industrias se instalaram, continua sendo um ponto de concentração das mesmas, porém após a década de 60 – 70, a região norte começou a receber industrias e empresas. Acredita-se que o fácil acesso a Rodovia Anhanguera, que liga a capital paulista ao interior, foi o principal fator atrativo da indústria e empresas para a zona norte de Osasco. Atualmente a região é o principal polo industrial e empresarial, principalmente voltado para logística e transporte, do município.

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> Figura 19. Industrias de Osasco, por porte e número de funcionários. Fonte: Plano Local de Habitação de Interesse Social de Osasco, com desenho autoral.

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Após a migração de diversas indústrias para o interior do estado de São Paulo, nos anos 90, o comércio foi o seguimento que fez Osasco voltar a produzir economia. Atualmente o eixo central do município é considerado e conhecido por ser o segundo maior polo varejista de rua do estado de São Paulo, depois da rua 25 de março. Rolnik (2004) diz “a cidade, ao aglomerar num espaço limitado uma numerosa população, cria o mercado.”. Percebe-se que o comércio está distribuído de forma linear no município, essa concentração é justamente nas principais vias. As áreas de maiores lacunas de comércio são as regiões industriais, militar, alguns bairros do extremo norte e alguns bairros do extremo sul. A concentração de comércio na região central de Osasco é o principal atrativo de visitantes ao município, principalmente dos municípios vizinhos que possui fácil acesso pela linha de trem Osasco recebe cerca de 350 mil pessoas diariamente.

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> Figura 20. Comércios de Osasco, por porte e número de funcionários. Fonte: Plano Local de Habitação de Interesse Social de Osasco, com desenho autoral.

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É possível visualizar que na maior parte do território urbanizado possui serviços, nota-se que os vazios de serviços são nas regiões industriais, militar de Quitaúna e em alguns bairros da região norte. Assim como o comércio, é nítido a concentração de serviços na região central de Osasco e nos eixos das principais vias.

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> Figura 21. Serviços de Osasco por porte e número de funcionários. Fonte: Plano Local de Habitação de Interesse Social de Osasco, com desenho autoral.

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Analisando o mapa do atual padrão de uso do solo no município de Osasco, percebe-se a predominância de área residencial no território, sendo que a maior parte é horizontal. Outras quatro manchas de destaque no mapa são as áreas industriais e sua concentração na zona norte, o comércio na região central, a vila militar em Quitaúna que causa um vazio na mancha e a ampla área verde das montanhas do extremo norte do município. As manchas laranjas no mapa são sinais de verticalização, fator que tem crescido cada vez mais em Osasco. Rolnik (2004) diz que o próprio espaço urbano é uma mercadoria cujo preço é estabelecido em função de atribu-tos físicos e locacionais. Os dois principais focos da especulação imobiliária no município é a região central e a região sul. Dois cenários completamente diferentes, pois a região central é banhada por comércios, serviços e equipamentos; já a região sul, contradiz a fala de Rolnik, pois possui a topografia acidentada e que sofre com a falta de equipamentos e infraestrutura. O que as duas regiões têm em comum é o fácil acesso a São Paulo, ambas regiões se localizam próximo as principais rodovias de acesso a capital paulista (Rodovia Castelo Branco e Rodovia Raposo Tavares). “Nesse sentido, portanto, não é rigorosamente verdadeiro que o preço da terra determina a distribuição espacial das classes sociais. Ficaríamos um pouco mais próximos (mas ainda não totalmente) da verdade se afirmássemos que os terrenos mais caros são ocupados pelas camadas de alta renda, pois na periferia de metro quadrado barato a alta renda ocupa terrenos grandes ou, em se tratando de condomínios verticais, grandes quotas ideais de terreno.” VILLAÇA, 2001, p. 146.

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> Figura 22. Atual padrรฃo de uso de Osasco. Fonte: Google Maps com desenho autoral.

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5.1. EQUIPAMENTOS Pร BLICOS 10ยบ CADERNO.indd 47

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Osasco possui diversos tipos de equipamentos públicos, porém os equipamentos voltados para cultura, lazer e esporte são poucos para a quantidade de habitantes do município. Os equipamentos existentes estão concentrados na região central ou próximo, quando mais distante da região central menos equipamentos encontramos. Jacobs (1961) disse “as crianças da cidade precisam de uma boa qualidade de locais onde possam brincar e aprender. Precisam, entre outras coisas, de oportunidades para praticar todo tipo de esporte e exercitar a destreza física – e oportunidades mais acessíveis do que aquelas de que desfrutam na maior parte dos casos. Ao mesmo tempo, no entanto, precisam de um local perto de casa, ao ar livre, sem um fim específico, onde possam brincar, movimentar-se e adquirir noções do mundo.”. O município de Osasco extremamente carente de áreas verde livre, no seguinte mapa percebe-se as pouquíssimas manchas de parques e praças no município.

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> Figura 23. Equipamentos de Osasco. Fonte: http://www.prefeitura.osasco. sp.gov.br/habitacao/index.html, com desenho autoral.

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VI. SUPORTES NATURAIS E MEIO AMBIENTE 10ยบ CADERNO.indd 50

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O município de Osasco possui 64,95km² e está localiza-se a uma latitude 23º3158’ sul e uma longitude 46º47’31” oeste, sua altitude varia entre 720 a 1009 metros, sendo que as áreas mais baixas estão na várzea do Rio Tietê e as mais altas no extremo norte do município.

> Figura 24. Mapa de hidrografia e hipsometria, de Osasco. Fonte: Câmara Municipal de Osasco, com desenho autoral.

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O elemento de destaque do mapa de hidrografia e hipsometria, é o Rio Tietê, que cruza a cidade de Osasco de leste a oeste, separado as regiões norte e sul. Os principais córregos do município são afluentes do Rio Tietê, sendo eles, ao norte: Córrego Baronesa, Córrego Rico e Ribeirão Vermelho; e ao sul: Córrego Bussocaba, Córrego Continental, Córrego João Alves, Córrego do Tijuco Preto e Ribeirão de Carapicuíba.

> Figura 25. Hidrografia de Osasco. Fonte: Plano de drenagem urbana de Osasco, com desenho autoral.

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A região norte de Osasco é a região com a maior quantidade de áreas verde do município. As montanhas do extremo norte ficam aos pés da área de preservação do Pico do Jaraguá, um dos últimos remanescentes de mata atlântica da Região Metropolitana de São Paulo. A área possui pontos de mata atlântica e diversas nascentes. Próximo da área verde montanhosa da zona norte de Osasco, foi inaugurado um Parque Ecológico (junho de 2016), que atualmente está totalmente abandonado e ocupações estão aos poucos tomando conta desse parque

> Figura 26. Vista aérea do Parque Ecológico do Jardim Bonança, Osasco. Fonte: Google maps

Osasco sofre há muitos anos com problemas ambientais, o ar é muito poluído pelo grande número de indústrias e também pelo número elevado de veículos que transitam diariamente pela cidade, os principais córregos do município estão poluídos e a maior parte do curso d’água desses córregos tiveram seus leitos canalizados. Além desses apontamentos, o maior problema que o município enfrenta são as enchentes. Os bairros da região norte da cidade são os mais atingidos, principalmente o bairro Rochdale – um dos primeiros bairros da zona norte a receber moradores após a retificação do Rio Tietê – pois está localizado exatamente acima do braço morto do Rio Tietê. 53 10º CADERNO.indd 53

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> Figura 27. Foto da entrada do Parque Ecolรณgico do Jardim Bonanรงa, Osasco. Fonte: Foto autoral.

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> Figura 28. Foto do piscinรฃo do Jardim Bonanรงa e do Parque Ecolรณgico ao fundo. Fonte: Foto autoral.

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> Figura 29. Foto do conjunto habitacional Colinas D’Oeste no Jardim Bonança e o Parque Ecológico ao fundo. Fonte: Foto autoral.

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> Figura 30. Foto da favela do Bonanรงa, Osasco. Fonte: Foto autoral.

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6.1. INFRAESTRUTURA URBANA 10ยบ CADERNO.indd 58

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O município de Osasco é abastecido pelo sistema Cantareira e tem como gerenciador de abastecimento de água e esgotamento sanitário a empresa SABESP. Segundo o Plano Municipal de Abastecimento de Água e Esgotamento Sanitário de Osasco, 77% da população possui sistema de esgotamento sanitário, porém desses 77% apenas 38% do esgoto coletado é tratado na estação de tratamento ETE em Barueri, o restante é descartado na natureza, ou seja, polui as águas do Rio Tietê.

> Figura 31. Mapa da Hidrografia da bacia do Alto Tietê. Fonte: Plano Municipal de Drenagem Urbana de Osasco.

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Osasco possui um aterro sanitário próprio desde 1989, porém só foi regularizado em 2013. Desde 2008, o aterro é administrado numa parceria, público privado, da prefeitura com a Eco Osasco e diariamente o local recebe cerca de 800 toneladas de resíduos. O aterro está localizado no extremo norte de Osasco, região montanhosa de áreas verdes e diversas nascentes, além disso, no pé do aterro de mais de 800 metros tem uma enorme favela. Só nesse ano de 2017, a companhia ambiental do estado (Cetesb), interditou o aterro de Osasco duas vezes, pois ultrapassou dos 817 metros de

> Figura 32. Aterro sanitário de Osasco. Fonte: Google maps.

altura permitido, a mistura de lixo orgânico com descarte de construção civil estava causando a instabilidade do terreno, correndo o risco de desabamento nas casas da favela abaixo. A área verde ao lado do aterro sanitário vem sendo estudada faz alguns anos, no intuito de ampliar. A proposta de ampliação foi aprovada e em maio de 2017 uma parte das 200 famílias que serão desapropriadas já saíram de suas casas. Na visita feita ao local, pude ver em ruínas as casas removidas.

> Figura 33. Área de expansão do aterro sanitário. Fonte: https://www.visaooeste.com.br

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> Figura 34. Foto das ruínas das casas demolidas na desapropriação da favela Açucará. Fonte: Foto autoral.

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VII. MOBILIDADE URBANA 10ยบ CADERNO.indd 62

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A cidade de Osasco possui 697.886 habitantes, que se deslocam diariamente não só dentro da cidade, mas também para os municípios vizinhos, principalmente para São Paulo. Segundo os dados do Plano Municipal de Mobilidade Urbana de Osasco, 40% das viagens feitas pelos habitantes da cidade são por modos motorizados coletivos, 30% são por meios ativos não motorizados (bicicleta ou a pé) e 30% por modos motorizados individuais. É possível visualizar no gráfico abaixo o destino das viagens originadas em Osasco. O principal destino dos habitantes de Osasco é externo, com uma média de 56%, sendo que 41% é para a capital paulista. Outro fator interessante apresentado no gráfico é o tipo de transporte utilizado pela população no deslocamento, quando o destino é São Paulo 47% da população utiliza o transporte coletivo, já as viagens internas, ou seja, mais perto, são mais utilizados os transportes individuais, com uma média de 45%.

> Figura 35. Gráfico de “Destinos das viagens originadas em Osasco. Fonte: Plano Municipal de Mobilidade Urbana de Osasco.

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Algumas das principais rodovias que liga o interior paulista a capital, passam pelo município de Osasco. A Rodovia Castelo Branco corta o centro do município de leste a oeste, a Rodovia Raposo Tavares também corta de leste a oeste um pedaço da região sul, já a Rodovia Rodoanel Mario Covas tangencia o sudoeste e a Rodovia anhanguera a nordeste. Além de formar barreiras dentro da cidade e entre municípios, essas rodovias carregam o trânsito de Osasco, pois muitos usam o município de atalho quando as rodovias estão congestionadas. O mapa a seguir mostra o fluxo do sistema viário de Osasco em horário de pico. Em vermelho são as vias mais carregadas, em rosa as regulares, amarelo médio e verde pouco carregadas. Nota-se que as vias mais carregadas, em vermelho e rosa, são predominantemente rodovias, apenas as numeradas em 1 (Avenida das Nação Unidas) e 2 (Avenida dos Autonomistas) são avenidas. As duas avenidas citadas são justamente as mais utilizadas como atalho quando as rodovias estão congestionadas, pois a Avenida das Nação Unidas liga Barueri, Osasco e São Paulo, e a Avenida dos Autonomistas liga Carapicuíba, Osasco e São Paulo. As vias numeras em 3 (Avenida Getúlio Vargas) e 4 (Avenida Maria Campos), são os dois principais pontos de transposição do lado norte e sul do Rio Tietê, essas duas pontes ficam cercam de 4km de distância uma da outra e recebem um fluxo intenso diariamente de transporte coletivo, carros, motos, bicicletas e pedestres.

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> Figura 36. Mapa do fluxo em horรกrio de pico no sistema viรกrio de Osasco. Fonte: Google maps, com desenho autoral.

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A ferrovia foi um elemento muito importante para a formação da cidade de Osasco, foi através dela e diversas pessoas chegaram para ficar no município. A importância da ferrovia permanece até os dias atuais, pois ela continua sendo um meio muito importante de transporte, tanto para quem vai como para quem vem, até porque Osasco como um importante polo comercial, recebe milhões de pessoas diariamente. Atualmente o município de Osasco possui cinco estações de trem, sendo elas: Presidente Altino, Osasco, Comandante Sampaio, Quitaúna e General Miguel Costa. Duas linhas da CPTM passam pelo município, a linha 8 - esmeralda (Osasco – Grajaú) e a linha 9 diamante (Itapevi – Júlio Preste), as duas linhas possui fluxo diário intenso.

> Figura 37. Linhas da CPTM em Osasco. Fonte: https://commons.wikimedia.org

O transporte coletivo do município de Osasco é administrado por duas empresas, Viação Osasco e Auto Viação Urubupungá. Sendo que as linhas locais da Viação Osasco circulam predominantemente entre a região sul e o centro, e a as linhas locais da Auto Viação Urubupungá entre a região norte e o centro. A setorização de atendimento prejudica o acesso da região sul a região norte do município, obrigando os passageiros a fazer baldeação no centro e a gastar mais, já que no município não existe integração gratuito. Ambas empresas contam com linhas de ônibus intermunicipal que ligam Osasco aos municípios vizinhos. 66 10º CADERNO.indd 66

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> Figura 38. Mapa das linhas de Ă´nibus de Osasco. Fonte: Google maps, com desenho autoral.

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Como citado posteriormente, 30% da população utilizam meios não motorizados, bicicleta ou a pé, para se locomover dentro do município, porém essas pessoas não tem uma infraestrutura adequada para essa locomoção. Osasco não é uma cidade que prioriza o pedestre, são poucas as calçadas de qualidade. Os ciclistas muito menos, o mais próximo de infraestrutura que o município de Osasco oferece para ciclistas é uma ciclovia na Av. Visconde de Nova Granada de 1km, que não leva a lugar nenhum e uma ciclofaixa, patrocinada pelo Bradesco, de 15,5 quilômetros. A ciclofaixa funciona apenas aos domingos das 7h às 16h, ligando o Parque Chico Mendes, no bairro Bussocaba, ao Parque Nelson Vilha Dias, no bairro Rochdale, passando por: • • • • • •

Avenida Prefeito Hirant Sanazar Avenida Bussocaba Avenida Domingos Odalia Filho Viaduto Guerino Spitaletti Avenida Fuad Auada Avenida Brasil

> Figura 39. Mapa da ciclovia e ciclofaixa de Osasco. Fonte: Google maps, com desenho autoral.

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7.1. PROPOSTAS EXISTENTES PARA O SISTEMA VIร RIO 10ยบ CADERNO.indd 69

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Seguindo o Plano Municipal de Mobilidade Urbana de Osasco, as propostas elaboradas para o sistema viário foram subdivididas em quatro eixos: Sistema viário, transporte coletivo, transporte ativo (cicloviário e pedestres) e gestão da circulação (ações relativas ao transporte de carga). As propostas têm como objetivo melhorar as condições de acessibilidade e de circulação pelo município, contribuir para a melhoria da qualidade de vida da população, definir um sistema viário estruturador de deslocamento em geral com qualidade, segurança e fluidez, priorizar os investimentos públicos e privados na expansão e melhorias da infraestrutura viária, e contribuir para a construção de um modelo de mobilidade urbana sustentável.

Algumas das propostas são: Ampliar a ciclofaixa de lazer que atualmente acontece aos domingos, sistema de bicicleta compartilhada, novos bicicletários, apoio a grupos de ciclistas, programa em escolas de comportamento seguro no trânsito, implantar ciclovia no eixo norte-sul e no eixo leste-oeste, e na marginal do Rio Tietê, junto ao parque linear. Observando o mapa a seguir, é nítido que novamente o foco está no quadrante central do município. Os bairros afastados das principais vias de ligação norte-sul e leste-oeste, não recebem propostas nem de conexão ao centro e muito menos de lazer.

As propostas do PMMU para os cicloviários, tem como meta propagar o uso da bicicleta como veículo de transporte urbano com implantação de infraestrutura segura para a circulação de bicicletas, melhorar o desempenho do sistema viário atual e ampliação dos mesmos, com foco em obter melhorias na conexão entre a região norte e região sul, nos acessos ao município e na conexão entre a região leste e região oeste. > Figura 40. Mapa das intervenções propostas de ciclovias em Osasco. Fonte: Plano Municipal de Mobilidade Urbana.

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> Figura 41. Mapa das intervenções propostas para o sistema viário de Osasco. Fonte: Plano Municipal de Mobilidade Urbana, com desenho autoral.

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VIII. PERTINร NCIAS DO RECORTE DE ESTUDO 10ยบ CADERNO.indd 73

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Após diversos levantamentos gerais do município de Osasco, percebe-se que a infraestrutura e até mesmo as propostas de futuras intervenções, é concentrado no eixo leste a oeste próximo a ferrovia, ou seja, na região central do município de Osasco. Ao afastarmos na direção norte e sul desse eixo principal, nota-se que a quantidade de infraestrutura vai caindo e é exatamente nas regiões norte e sul que se concentram os bairros mais periféricos do município. As precariedades dos extremos da região norte e da região sul de Osasco, se destacaram posteriormente em todas as análises. Os bairros do extremo sul e o extremo norte foram loteados depois da década de 70-80, ambos possuem uma topografia bem acidentada e estão confinadas por rodovias importantes de ligação a outros municípios, em relação as outras regiões de Osasco as duas regiões são as mais carentes de infraestrutura e equipamentos e a renda dos moradores é baixa. Os dois extremos possuem características em comum, porém cada região tem suas particularidades, a zona sul possui uma densidade populacional maior que a zona norte, é uma região com uma predominância residencial, poucas áreas livres e um fluxo viário maior. Já a região norte possui maior quantidade de área verde, pois é banhada pelas montanhas da continuação do Parque

Estadual do Jaraguá, essa área verde é repleta de nascentes, região reúne uma mistura interessante de usos, comparado com o extremo sul a densidade do extremo norte é menor, porém é uma região com uma quantidade maior de favelas e o índice de pobreza, desigualdade e exclusão social da região é um dos mais elevados de todo o município. O conflito de elementos tão distintos, o isolamento e a mobilidade urbana no extremo norte do município motivaram estudar Osasco. Além de ter morado no bairro Industrial Anhanguera durante 20 anos e ter presenciado de perto as pertinências da região que venho observando há alguns anos, as análises do município desenvolvidas ao longo do estudo confirmam a necessidade de um estudo mais detalhado no extremo norte de Osasco e da elaboração de diretrizes de intervenção. O recorte determinado para estudo abrange os bairros Parque Industrial Mazzei, Industrial Anhanguera, Três Montanhas, Paiva Ramos, Bonança e Santa Fé. Segundo o Plano Local de Habitação de Interesse Social de Osasco de 2016, em 2015 os seis bairros do recorte somavam cerca de 49.318 habitantes, sendo que o bairro do Bonança é mais denso com 21.294 habitante e o bairro menos denso é o Paiva Ramos com cerca de 2.417 habitantes.

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> Figura 42. Mapa do recorte de estudo do extremo norte de Osasco. Fonte: Google maps, com desenho autoral.

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> Figura 43. Foto da favela do Aรงucarรก, Osasco. Fonte: Foto autoral.

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8.1 DADOS SOCIOECONร MICO 10ยบ CADERNO.indd 77

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SANTA FÉ 2.630HA PAIVA RAMOS 2.417HA TRÊS MONTANHAS 2.535HA BONANÇA 21.294HA INDUSTRIAL ANHANGUERA 15.5564HA INDUSTRIAL MAZZEI 4.878HA

> Figura 44. Mapa do número de habitantes no recorte. Fonte: Google maps, com desenho autoral.

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O mapa de vulnerabilidade social nos mostra que os índices do extremo norte de Osasco variam entre alta e muito alta, sendo que as áreas de muito alta vulnerabilidade são onde estão localizadas as maiores favelas. O verde-escuro e claro que representa nenhuma ou muito baixa vulnerabilidade, são áreas verdes e onde estão localizadas as residências de médio e alto padrão. O índice de pobreza aponta que a taxa dos seis bairros é de 0,00, sendo a mais baixa de todo o município. O de desigualdade mostra que o bairro Industrial Mazzei possui 0,419 e os outros cinco bairros 0,600. No índice de exclusão social, os cinco bairros tão com 0,335 e o Industrial Mazzei com 0,404. Comparando com outros bairro, a região apresenta as menores taxas, o que indica ser uma área de piores condições sociais do município. > Figuras 45, 46, 47 e 48 (De cima para baixo, esquerda para a direita): Mapa do índice de vulnerabilidade social, índice de pobreza, desigualdade e exclusão social. Fonte: Plano Local de Habitação de Interesse Social Osasco.

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> Figura 49. Foto da favela Santa Rita, Osasco. Fonte: Foto autoral.

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8.2. PADRร O DE USO DO SOLO 10ยบ CADERNO.indd 81

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A densidade populacional do extremo norte de Osasco é baixa comparado com outras regiões do município de Osasco, porém quatro dos seis bairros escolhidos para estudo tem favela e pela extensão das manchas é possível observar que o tamanho das manchas de habitações irregulares são bem próximas a mancha de habitações regulares. Existe diferentes tipologias de residências nos bairros escolhidos para recorte, é predominante residência de baixo padrão, mas existe uma quantidade significante de residências de médio e alto padrão na região, principalmente no bairro Três Montanhas.

tidade significante de verde comparadas as outras regiões do município, em destaque tem três áreas do recorte. O parque ecológico no bairro Bonança na qual está ao lado do aterro sanitário e de uma favela que aos poucos está engolido essa área de preservação. O Parque Linear no bairro Três Montanhas recém-inaugurado, mas com um extenso lago poluído. E as montanhas no bairro Paiva Ramos, que são a continuação do Parque Estadual do Jaraguá, lado oeste da Serra da Cantareira, entre as montanhas têm diversas nascentes ali escondidas, uma riqueza ambiental.

O número de indústrias e empresas voltada para logística e distribuição na região é bem elevado, tanto que dois bairros se chamam Industrial Anhanguera e Industrial Mazzei, a proximidade desses bairros com importantes rodovias de ligação a outros municípios, principalmente São Paulo e ao interior paulista, pode ser o principal motivo desse aglomerado de empresas e indústrias nessa região.

Entre a mistura de habitações, indústrias e áreas verdes, dentro do recorte também temos um cemitério bem degradado que é banhado por uma favela e é usado pelas crianças como uma área de lazer, um clube isolado no meio do verde, linha de transmissão bem marcante que corta de leste a oeste separando os bairros e um aterro sanitário que fica ao lado da área verde do Paiva Ramos, esse aterro sanitário recebe os resíduos sólidos de todo o município de Osasco e existe projeto da prefeitura em Outro elemento de grande destaque da região norte ampliar esse aterro sanitários, ou seja, a área verde e suas de Osasco é a vegetação, é possível observar uma quan- nascentes estão sob ameaças.

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FAVELA ESPERANÇA

FAVELA AÇUCARÁ

FAVELA BONANÇA FAVELA SANTA RITA

FAVELA RADAR > Figura 50. Mapa do atural uso real do solo no recorte. Fonte: Google maps, com desenho autoral.

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8.3. EQUIPAMENTOS Pร BLICOS 10ยบ CADERNO.indd 84

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> Figura 51. Mapeamento dos equipamentos públicos da região norte de Osasco. Fonte: Google maps, com desenho autoral.

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Os equipamentos públicos existentes no recorte são três escolas estaduais e duas municipais, um posto de saúde, um CEU e um centro cultural e esportivo. Lembrando que estamos falando de um recorte com 46.688 habitantes, sendo que cerca de 13% são crianças de 0 à 9 anos, 17% jovens de 15 à 24 anos e 10% idosos de mais de 60 anos. O Centro de Artes e Esportes Unificado (CEU) Zona Norte foi inaugurado no bairro Bonança em junho de 2016, após a implantação do CEU a prefeitura de Osasco elaborou um documento (Área de influência do futuro Centro de Artes e Esportes Unificado (CEU) Zona Norte, 2016) referente a área de influência do CEU, contendo dados demográficos e dados do bairro da área de influência do CEU, no âmbito de traçar um perfil da população que utilizaram o equipamento e suas atividades. O CEU possui 7.000 m² de área construída e possui um Centro de Referência de Assistência Social (CRAS), salas multiúso, biblioteca, cineteatro com capacidade para 125 pessoas, telecentro multimídia, pista de skate, equipamentos de ginástica, playground, quadra poliesportiva, quadra de areia e pista para caminhada. No documento consta que as atividades oferecidas pelo CEU são para o público de toda as idades, porém as programações têm como alvo crianças e adolescentes. Segundo o documento, a área de influência do CEU foi determinada com base no estudo “Planning Design Strategies for Sustaintability and Profit” feito pela ONU em 2004, que estabelece uma área de influência para equipamentos básicos. No caso do CEU, foi elaborado um estudo das linhas de ônibus que passam próximo ao equipamento e de acordo com os pontos de parada das linhas foi determinado um limite de 500 metros, pois é considerado uma distância confortável para se locomover a pé. Apesar dos bairros Três Montanhas, Industrial Mazzei e Industrial Anhanguera estarem na área de influência do CEU, as áreas residências desses bairros são bastante afastadas dos pontos de parada na qual as linhas de ônibus que da acesso ao CEU transitam. Já a população do bairro Paiva Ramos, tem um fácil acesso ao CEU, porém o bairro não faz parte da área de influência do equipamento. O centro cultural e esportivo está localizado no bairro Bonança, cerca de 2km do CEU. Ele passou alguns anos fechado para reforma e foi reinaugurado em 2017. O espaço é muito importante para a região, principalmente pelo amplo programa de esporte e cursos que oferece para a população, porém assim como o CEU, o acesso através de transporte público para os moradores dos bairros vizinhos é restrito. 86 10º CADERNO.indd 86

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> Figura 52. Mapa da área de influência do CEU da zona norte de Osasco. Fonte: Plano Municipal de Mobilidade Urbana de Osasco.

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8.4. MOBILIDADE URBANA 10ยบ CADERNO.indd 88

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Como já citado, a região possui uma quantidade elevada de industrias e empresas voltadas para logísticas e distribuição, decorrente a isso o número de caminhões transitando na região é bastante alto, segundo o Plano de Mobilidade Urbana de Osasco 2016, a região norte é responsável por 32% dos 28.672 caminhões entram e saem de Osasco diariamente. Desses 32% caminhões que entram e sai da região norte do município, 5,3% são em direção oeste e 44,1% em direção a leste, sendo a Rodovia Anhanguera o principal ponto de acesso.

> Figura 53. Diagrama do fluxo de entrada e saída de caminhões em Osasco. Fonte: Plano Municipal de Mobilidade Urbana de Osasco, com desenho autoral.

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Resultante do número de indústrias e empresas, é importante destacar que a região norte é responsável por 26,8% dos empregos do município, ou seja, além do fluxo de cargas, o local possui uma quantidade elevada de pessoas entrando e saindo das industrias e empresas, seja de automóvel ou transporte público. Além do número de caminhões e de pessoas se deslocando diariamente para trabalhar na região, a zona norte possuir 46.688 habitantes que se desloca para outras regiões e até mesmo para outros municípios, de automóvel e transporte público. Ao contrário do que seria o correto, o sistema viário da zona norte é escasso e o transporte público possui poucas linhas, de longos intervalos e pontos de parada longe das áreas residências. • MUNICIPAL: 026 JD. SANTA FÉ - JARDIM ADALGISA 017 PORTAL D’OESTE II - VILA YARA 023 JD. SANTA FÉ - LARGO OSASCO • INTERMUNICIPAL: 439TRO ALPHAVILLE - MERCADO PIRITUBA 399TRO PARQUE IMPERIAL METRÔ BARRA FUNDA 386TRO SANTANA DE PARNAÍBA (VÁRZEA DE SOUZA) - SÃO PAULO (PINHEIROS) 202TRO OSASCO (JARDIM ADALGISA) - SÃO PAULO (PIRITUBA) 113TRO JD. SANTA FÉ - LAPA 229TRO JD. AÇUCARÁ - LAPA

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> Figura 54. Vias onde passam ônibus. Fonte: Google maps, com desenho autoral.

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8.5. ZONEAMENTO E OPERAÇÃO URBANA PAIVA RAMOS 10º CADERNO.indd 92

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> Figura 55.Mapa do zoneamento. Fonte: Google Maps e Prefeitura Municipal de Osasco, com desenho autoral.

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O zoneamento do recorte é predominantemente zona de uso exclusivamente industrial e a segunda maior macha, a amarela, é de uso residencial. Podemos observar que as áreas verdes do bairro Paiva Ramos e até mesmo do Santa Fé, que deveriam ser conservadas por uma legislação pela sua riqueza ambiental, é denominada como industrial e residencial. Marcada de ultima hora, no dia 28 de dezembro de 2010, aconteceu a audiência pública que determinou aprovado o projeto da Operação Urbana Paiva Ramos, que tem como proposta ocupar a região com uso residencial, comercial e de serviços, parque ecológico, jardim botânico e um trevo de ligação com a Rodovia Rodoanel e uma alça de acesso à Rodovia Anhanguera. Em 2012 a Promotoria de Justiça de Osasco entrou com um processo contra a Operação urbana Paiva Ramos, pelo fato de não ter a participação da população na decisão e não terem apresentado um estudo de impacto de vizinhança e de meio ambiente. Além desses dois fatores, a Promotoria alegou que o projeto viola aos arts. 32, §1°; 33, III, V, VI e VII; 37 e 38 do Estatuto da Cidade e aos arts. 144, 180,191,197 e 213. O processo foi arquivado. No meio das pesquisas feitas para a elaboração desse trabalho, encontramos uma matéria com o título “Bairros planejados perto de rodovias alteram o perfil da Grande São Paulo.”, na qual destaca que a Operação Urbana visa atrair empreendimentos e que a construtora WTorre já tem planos de erguer um complexo residencial na área, que está aguardando aprovação. Para os órgãos públicos e privado, a região norte de Osasco se resume no interesse econômico. “Bem mais vantajoso construir torres exorbitantes para classe média e/ou alta, vias de acesso as duas rodovias que tangenciam a região, para que seus carros de luxo não passem pela periferia. Ninguém se importa com a população morando em beira de córregos, quase dentro de um cemitério e correndo o risco de ter um aterro sanitário de mais de 800 metros desabando sobre seus tetos. Vamos dar um parque ecológico e um jardim botânico - que muitos deles nem se quer sabe o que é isso - que está tudo certo.”

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> Figura 56. Projeto Operação Urbana Paiva Ramos. Fonte: Plano de Mobilidade de Osasco.

> Figura 57. Vista aéria da zona norte de Osasco. Fonte: Google maps.

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> Figura 58. Materia sobre lanรงamento imobiliรกrio no Paiva Ramos. Fonte: https://www1.folha.uol.com.br

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IX. PROBLEMร TICAS 10ยบ CADERNO.indd 97

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3 2 1 > Figura 59. Mapa 1 problemáticas. Fonte: Google Maps, com desenho autoral.

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• Favela radar que fica na beira de um córrego, possui cerca de 200 famílias; • Um dos únicos parques infantil da região completamente abandonado e fechado; • Córrego quase totalmente tamponado, na qual é usado de estacionamento em alguns pontos. • Na hora do almoço, muitas pessoas que trabalham nas empresas ao redor ficam deitadas no chão dessa superfície, o local não possui nenhum banco ou equipamento de estar; • A linha de alta tensão é muito utilizada pelo moradores como atalho para outros bairros, principalmente para pegar transporte público, ir a um supermercado ou até mesmo posto de saúde, mesmo não sendo nada seguro. Nessa área costuma acontecer bastante assalto e até mesmo estupro.

> Figura 60. Zoom 1. Fonte: Google Maps, com desenho autoral.

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> Figura 61. Zoom 2. Fonte: Google Maps, com desenho autoral.

> Figura 62. Foto do parque infantil do Industrial Mazzei. Fonte: Foto autoral.

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> Figura 63. Foto do parque infantil do Industrial Mazzei. Fonte: Foto autoral.

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> Figura 64. Foto do cรณrrego do Industrial Mazzei. Fonte: Foto autoral.

> Figura 65. Foto dos carros estacionados sobre o cรณrrego. Fonte: Foto autoral.

> Figura 66. Foto do cรณrrego tamponado no Industrial Mazzei. Fonte: Foto autoral.

> Figura 67. Foto Industrial Mazzei . Fonte: Foto autoral.

> Figura 68. Foto do cรณrrego tamponado no Industrial Mazzei. Fonte: Foto autoral.

> Figura 69. Foto do Industrial Mazzei. Fonte: Foto autoral.

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> Figura 70. Zoom 3. Fonte: Google Maps, com desenho autoral.

> Figura 71. Foto do atalho aberto na linha de alta tensão. Fonte: Foto autoral.

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> Figura 72. Foto da linha de alta tensão. Fonte: Foto autoral.

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• Favela Santa Rita em beira de córrego e praticamente dentro do cemitério; • Cemitério é utilizado pelas crianças para brincar; • Quando chove favela Santa Rita fica alagada; • Bairro isolado e nada seguro, costuma acontecer muito assalto e estupro; • Poucas opções de ônibus e o pouco que tem possuem intervalos longos.

4

> Figura 73. Mapa 2 problemáticas. Fonte: Google Maps, com desenho autoral.

> Figura 74. Zoom 4. Fonte: Google Maps, com desenho autoral.

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> Figura 75. Foto da linha de alta tensão. Fonte: Foto autoral.

> Figura 76. Foto entrada da favela Santa Rita. Fonte: Foto autoral.

> Figura 77. Foto favela Santa Rita. Fonte: Foto autoral.

> Figura 78. Foto favela do Santa Rita. Fonte: Foto autoral.

> Figura 79. Foto favela do Santa Rita. Fonte: Foto autoral.

> Figura 80. Foto cemitério Girassol. Fonte: Foto autoral.

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• • • • • • •

Parque ecológico completamente abandonado; Muita habitação em área de risco; Ruas estreitas e bastante movimentadas; Piscinão dentro do parque ecológico; Falta transporte público; Ocupação na linha de alta tensão; Centro cultural e esportivo isolado dos bairros vizinhos.

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> Figura 81. Mapa 3 problemáticas. Fonte: Google Maps, com desenho autoral.

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> Figura 82. Zoom 5. Fonte: Google Maps, com desenho autoral.

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> Figura 83. Foto Av. Panorâmica. Fonte: Foto autoral.

> Figura 84. Foto do piscinão no Bonança. Fonte: Foto autoral.

> Figura 85. Foto conjunto habitacional do Bonança. Fonte: Foto autoral.

> Figura 86. Foto linha de alta tensão. Fonte: Foto autoral.

> Figura 87. Foto do bairro Bonança. Fonte: Foto autoral.

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• Onde esta localizada a maior favela da região, favela do açucará; • Moradia irregular e em área de risco; • Aterro sanitário irregular e se expandindo para área verde e nascentes; • Enchente no pé da favela do açucará; • Difícil acesso dos bairros vizinhos até o CEU; • Parque do bairro Três Montanhas abandonado; • As últimas ruas do bairro Três Montanhas, próximo ao parque e ao lago não possuem acesso de ônibus. Por mais que seja uma região com residências de médio e alto padrão, não tem segurança nenhuma, tanto que a área é conhecida por desovarem cadáver.

> Figura 88. Mapa 4 problemáticas. Fonte: Google Maps, com desenho autoral.

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> Figura 89. Zoom 6. Fonte: Google Maps, com desenho autoral.

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> Figura 90. Foto das ultimas ruas do bairro Três Montanhas. Fonte: Foto autoral.

> Figura 91. Foto residência médio/alto padrão Três Montanhas. Fonte: Foto autoral.

> Figura 92. Foto entrada da favela Açucará. Fonte: Foto autoral.

> Figura 93. Foto aterro sanitário. Fonte: Foto autoral.

> Figura 94. Foto panorâmica Paiva Ramos. Fonte: Foto autoral.

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• • • • •

Bairro Santa Fé não possui acesso de ônibus, o ponto de ônibus mais próximo com linhas municipais fica cerca de 30 minutos; Não tem serviço ou comércio, área totalmente isolada e com poucas residências; Vias não são asfaltadas; Ocupação esperança é a mais recente na região, resiste desde 2013 e possui cerca de cerca de 500 famílias; Área perigosa pelo fato de ser isolada, assim como no bairro Três Montanhas, é frequente desovarem cadáver na região.

> Figura 95. Mapa 5 problemáticas. Fonte: Google Maps, com desenho autoral.

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> Figura 96. Zoom 7. Fonte: Google Maps, com desenho autoral.

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> Figura 97. Foto ocupação esperança. Fonte: Foto autoral.

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X. DIRETRIZES DE REESTRUTURAÇÃO DA ZONA NORTE 10º CADERNO.indd 110

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> Figura 98. Masterplan diretrizes de reestruturação da Zona Norte de Osasco. Fonte: Google Maps, com desenho autoral.

Após diversos levantamentos, análises e estudo do extremo norte de Osasco, chegamos a conclusão da urgência de um plano de reestruturação para lidar com as problemáticas ali existente. Ao longo desse semestre as análises das problemáticas foram se aprofundando e com ela o desenvolvimento de diretrizes para a reestruturação, seguindo quatro eixos: mobilidade urbana, habitação, equipamentos públicos e meio ambiente. 111 10º CADERNO.indd 111

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MOBILIDADE URBANA > Figura 99. Masterplan diretrizes, detalhamento mobilidade urbana. Fonte: Google Maps, com desenho autoral.

• Ciclovia sobre canteiro do rio canalizado, fazendo a ligação do parque infantil revitalizado até o parque linear da linha de alta tensão. Facilitando o acesso entre bairros e de uma forma mais segura. 112 10º CADERNO.indd 112

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MOBILIDADE URBANA

> Figura 100. Masterplan diretrizes, detalhamento mobilidade urbana. Fonte: Google Maps, com desenho autoral.

• • • •

Revitalização da Av. Alberto Jackson e Av. Panorâmica; Ligação da Av. Panorâmica até um túnel abaixo da linha de alta tensão de ligação a Rodovia Rodoanel; Asfaltar o bairro Santa Fé e linhas de ônibus que acesse o interior do bairro; Ampliação do transporte público, com novas linhas de ônibus, na qual seu itinerário faça a ligação entre os bairros Santa Fé, Três Montanhas, Paiva Ramos e Bonança 113

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REGULARIZAÇÃO

> Figura 101. Masterplan diretrizes, detalhamento regularização. Fonte: Google Maps, com desenho autoral.

• Regularização de habitação nos bairros Bonança, com a retirada de algumas moradias para a abertura de vias, revitalização do viário existente, vielas e calçadas, implantação de sistema de esgoto; • Regularização no bairro Santa Fé e complementar a área com a criação de uma ecovila para realocar as famílias da ocupação esperança. 114 10º CADERNO.indd 114

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NOVAS HABITAÇÕES

> Figura 102. Masterplan diretrizes, detalhamento habitação. Fonte: Google Maps, com desenho autoral.

• Implantação de habitações em terrenos varios, principalmente em área de ZEIS e também em áreas de favelas; • Remoção de x familias e criação de x habitações; • Ideia é construir habitações atraves de mutirões. 115 10º CADERNO.indd 115

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EQUIPAMENTOS

> Figura 103. Masterplan diretrizes, detalhamento equipamentos públicos. Fonte: Google Maps, com desenho autoral.

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• Pela forte questão ambiental na região, temos como a principal diretriz de equipamento, a disponibilização da área onde atualmente é a favela do Santa Rita, para a criação de uma universidade e formação profissional focada em meio ambiente e biologia; • Em cada parque e conjunto habitacional implantaremos um equipamento dessa universidade na qual disponibilizara para a população cursos livres, biblioteca, workshop e atividades itinerantes.

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MEIO AMBIENTE

> Figura 104. Masterplan diretrizes, detalhamento meio ambiente. Fonte: Google Maps, com desenho autoral.

• A principal diretriz para meio ambiente é a criação de legislações para a proteção e conservação da única área verde e suas nascentes que resta no município; • Além disso, a revitalização dos parques existes e a criação de novos parques, como o linear sob a linha de alta tensão. 117 10º CADERNO.indd 117

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10.1. DETALHAMENTO 10ยบ CADERNO.indd 118

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• Remoção das famílias da beira do córrego e transformação da área em um parque; • Utilizar o terreno da frente para a implantação de habitação através de mutirão; • Revitalização do parque infantil e ciclovias interligando os novos parques da região; • Implantação de habitação no terreno ao lado da linha de alta tensão.

> Figura 105. Mapa 1, detalhamento. Fonte: Google Maps, com desenho autoral.

> Figura 106. Relevo da área. Fonte: Desenho autoral.

> Figura 107. Zoom mapa 1. Fonte: Google Maps, com desenho autoral.

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> Figura 108. Zoom mapa 1. Fonte: Google Maps, com desenho autoral.

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> Figura 109. Colagem ciclovia Industrial Mazzei. Fonte: Foto e desenho autoral.

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• Remoção da favela do Santa Rita; • Implantação de habitação para essas famílias nos três terrenos da Av. Alberto Jackson; • Após a remoção da favela do Santa Rita, doação da área para a criação de um centro universitário e de formação profissional voltado para meio ambiente e biologia; • Parque linear na linha de alta tensão.

> Figura 110. Mapa 2, detalhamento. Fonte: Google Maps, com desenho autoral.

> Figura 111. Zoom mapa 2. Fonte: Google Maps, com desenho autoral.

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> Figura 112. Zoom mapa 2. Fonte: Google Maps, com desenho autoral.

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> Figura 113. Zoom mapa 2. Fonte: Google Maps, com desenho autoral.

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> Figura 114. Zoom mapa 2. Fonte: Google Maps, com desenho autoral.

> Figura 115. Relevo da รกrea. Fonte: Desenho autoral.

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• Recuperação e revitalização do parque ecológico; • Regularização de habitacional, estruturação do viário e e instalação de saneamento básico; • Implantação de novas habitações através de mutirões; • Continuação do parque linear, no qual terá equipamentos itinerantes para a população; • Expansão do viário com a ligação da Av. Panorâmica ao túnel de acesso a Rodovia Rodoanel.

> Figura 116. Mapa 3, detalhamento. Fonte: Google Maps, com desenho autoral.

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> Figura 117. Zoom mapa 3. Fonte: Google Maps, com desenho autoral.

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• Remoção de moradias em área de risco e implantação de novas moradias; • Regularização de habitacional, estruturação do viário e e instalação de saneamento básico; • Encerramento das atividades do aterro sanitário e início do processo de recuperação da área para a inserção de um bioparque; • Estudo de implantação de um novo aterro sanitário numa área a 800m; • Recuperação da área verde e nascente da região.

> Figura 118. Mapa 4, detalhamento. Fonte: Google Maps, com desenho autoral.

> Figura 119. Zoom mapa 4. Fonte: Google Maps, com desenho autoral.

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> Figura 120. Mapa das diretrizes, com destaque da área de estudo para a implantação de um novo aterro sanitário. Fonte: Google Maps, com desenho autoral. > Figura 121. Vista aéria do atual aterro sanitário e da área proposta para estudow. Fonte: Google Maps.

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• Regularização de habitacional, estruturação do viário e e instalação de saneamento básico; • Remoção da ocupação esperança; • Implantação de uma ecovila através de mutirão, para as famílias da ocupação esperança; • Plantio para renda individual e coletivas da ecovila.

> Figura 122. Mapa 5, detalhamento. Fonte: Google Maps, com desenho autoral.

> Figura 124. Zoom mapa 5. Fonte: Google Maps, com desenho autoral.

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> Figura 123. Relevo da área. Fonte: Desenho autoral.

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XI. ร NDICE DE FIGURAS 10ยบ CADERNO.indd 130

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Figura 1. Mapa da Região Metropolitana de São Paulo. Figura 2. Vista do bairro Industrial Anhanguera, Osasco. Figura 3. Mapa de Osasco, destacando as rodovias. Figura 4. Foto do calçadão do centro de Osasco. Figura 5. Pico do Jaraguá, visto do bairro Vila Menck, Osasco. Figura 6. Mapa dos sítios de Osasco, 1900. Figura 7. Primeiras vias da região central de Osasco, 1887. Figura 8. Primeiras vias da região central de Osasco, 1891. Figura 9. Mapa do traçado urbano da região central de Osasco, 1912. Figura 10. Foto aérea da região central de Osasco, sem data. Figura 11. Mapa da evolução dos loteamentos de Osasco. Figura 12. Foto aérea da região central de Osasco, sem data. Figura 13. Foto aérea das indústrias da região central de Osasco, sem data. Figura 14. Imagem da divisão dos bairros e da sub-regiões de Osasco. Figura 15. Rede hídrica e ambiental. Figura 16. Zoneamento e projetos pontuais. Figura 17. Prioridades de intervenção. Figura 18. Zoneamento de Osasco. Figura 19. Industrias de Osasco, por porte e número de funcionários. Figura 20. Comércios de Osasco, por porte e número de funcionários. Figura 21. Serviços de Osasco por porte e número de funcionários. Figura 22. Atual padrão de uso de Osasco. Figura 23. Equipamentos de Osasco.

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Figura 24. Mapa de hidrografia e hipsometria, de Osasco. Figura 25. Hidrografia de Osasco. Figura 26. Vista aérea do Parque Ecológico do Jardim Bonança, Osasco. Figura 27. Foto da entrada do Parque Ecológico do Jardim Bonança, Osasco. Figura 28. Foto do piscinão do Jardim Bonança e do Parque Ecológico ao fundo. Figura 29. Foto do conjunto habitacional Colinas D’Oeste no Jardim Bonança e o Parque Ecológico ao fundo. Figura 30. Foto da favela do Bonança, Osasco. Figura 31. Mapa da Hidrografia da bacia do Alto Tietê. Figura 32. Aterro sanitário de Osasco. Figura 33. Área de expansão do aterro sanitário. Figura 34. Foto das ruínas das casas demolidas na desapropriação da favela Açucará. Figura 35. Gráfico de “Destinos das viagens originadas em Osasco. Figura 36. Mapa do fluxo em horário de pico no sistema viário de Osasco. Figura 37. Linhas da CPTM em Osasco. Figura 38. Mapa das linhas de ônibus de Osasco. Figura 39. Mapa da ciclovia e ciclofaixa de Osasco. Figura 40. Mapa das intervenções propostas de ciclovias em Osasco. Figura 41. Mapa das intervenções propostas para o sistema viário de Osasco. Figura 42. Mapa do recorte de estudo do extremo norte de Osasco. Figura 43. Foto da favela do Açucará, Osasco. Figura 44. Mapa do número de habitantes no recorte.

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Figura 45. Mapa do índice de vulnerabilidade social. Figura 46. Mapa do índice de pobreza, desigualdade. Figura 47. Mapa do índice de desigualdade. Figura 48. Mapa do índice de exclusão social. Figura 49. Foto da favela Santa Rita, Osasco. Figura 50. Mapa do atual uso real do solo no recorte. Figura 51. Mapeamento dos equipamentos públicos da região norte de Osasco. Figura 52. Mapa da área de influência do CEU da zona norte de Osasco. Figura 53. Diagrama do fluxo de entrada e saída de caminhões em Osasco. Figura 54. Vias onde passam ônibus. Figura 55. Mapa do zoneamento. Figura 56. Projeto Operação Urbana Paiva Ramos. Figura 57. Vista aérea da zona norte de Osasco. Figura 58. Matéria sobre lançamento imobiliário no Paiva Ramos. Figura 59. Mapa 1 problemáticas. Figura 60. Zoom 1. Figura 61. Zoom 2. Figura 62. Foto do parque infantil do Industrial Mazzei. Figura 63. Foto do parque infantil do Industrial Mazzei. Figura 64. Foto do córrego do Industrial Mazzei. Figura 65. Foto dos carros estacionados sobre o córrego. Figura 66. Foto do córrego tamponado no Industrial Mazzei. Figura 67. Foto Industrial Mazzei. Figura 68. Foto do córrego tamponado no Industrial Mazzei. Figura 69. Foto do Industrial Mazzei. Figura 70. Zoom 3. Figura 71. Foto do atalho aberto na linha de alta tensão. Figura 72. Foto da linha de alta tensão.

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Figura 73. Mapa 2 problemáticas. Figura 74. Zoom 4. Figura 75. Foto da linha de alta tensão. Figura 76. Foto entrada da favela Santa Rita. Figura 77. Foto favela Santa Rita. Figura 78. Foto favela do Santa Rita. Figura 79. Foto favela do Santa Rita. Figura 80. Foto cemitério Girassol. Figura 81. Mapa 3 problemáticas. Figura 82. Zoom 5. Figura 83. Foto Av. Panorâmica. Figura 84. Foto do piscinão no Bonança. Figura 85. Foto conjunto habitacional do Bonança. Figura 86. Foto linha de alta tensão. Figura 87. Foto do bairro Bonança. Figura 88. Mapa 4 problemáticas. Figura 89. Zoom 6. Figura 90. Foto das ultimas ruas do bairro Três Montanhas. Figura 91. Foto residência médio/alto padrão Três Montanhas. Figura 92. Foto entrada da favela Açucará. Figura 93. Foto aterro sanitário. Figura 94. Foto panorâmica Paiva Ramos. Figura 95. Mapa 5 problemáticas. Figura 96. Zoom 7. Figura 97. Foto ocupação esperança. Figura 98. Masterplan diretrizes de reestruturação da Zona Norte de Osasco. Figura 99. Masterplan diretrizes, detalhamento mobilidade urbana. Figura 100. Masterplan diretrizes, detalhamento mobilidade urbana. Figura 101. Masterplan diretrizes, detalhamento regula-

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rização. Figura 102. Masterplan diretrizes, detalhamento habitação. Figura 103. Masterplan diretrizes, detalhamento equipamentos públicos. Figura 104. Masterplan diretrizes, detalhamento meio ambiente. Figura 105. Mapa 1, detalhamento. Figura 106. Relevo da área. Figura 107. Zoom mapa 1. Figura 108. Zoom mapa 1. Figura 109. Colagem ciclovia Industrial Mazzei. Figura 110. Mapa 2, detalhamento. Figura 111. Zoom mapa 2. Figura 112. Zoom mapa 2. Figura 113. Zoom mapa 2. Figura 114. Zoom mapa 2. Figura 115. Relevo da área. Figura 116. Mapa 3, detalhamento. Figura 117. Zoom mapa 3. Figura 118. Mapa 4, detalhamento. Figura 119. Zoom mapa 4. Figura 120. Mapa das diretrizes, com destaque da área de estudo para a implantação de um novo aterro sanitário. Figura 121. Vista aéria do atual aterro sanitário e da área proposta para estudo. Figura 122. Mapa 5, detalhamento. Figura 123. Relevo da área. Figura 124. Zoom mapa 5.

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XII. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 10º CADERNO.indd 134

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12.1 REFERÊNCIAS DE IMAGENS PARA ELABORAÇÃO DAS COLAGENS 10º CADERNO.indd 136

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ArchDaily, Acupuntura urbana busca requalificar o bairro La Morán em Caracas, Venezuela. Disponível: https:// www.archdaily.com.br/br/01-176595/acupuntura-urbana-busca-requalificar-o-bairro-la-moran-em-caracas-venezuela?ad_medium=gallery <Acesso: 27/10/2018> ArchDaily, Aterro sanitário será transformado em “bioparque” na Argentina. Disponível: https://www.archdaily. com.br/br/885638/aterro-sanitario-sera-transformado-em-bioparque-na-argentina?ad_medium=gallery <Acesso: 14/10/2018> ArchDaily, Biblioteca e Centro Comunitário Pinch / Olivier Ottevaere + John Lin. Disponível: https://www.archdaily.com.br/br/628187/biblioteca-e-centro-comunitario-pinch-olivier-ottevaere-mais-john-lin?ad_medium=gallery <Acesso: 04/11/2018> ArchDaily, Centro Universitário “des Quais” / Auer Weber. Disponível: https://www.archdaily.com.br/br/774441/centro-universitario-des-quais-auer-weber?ad_medium=gallery <Acesso: 04/11/2018> ArchDaily, Onde Corre o Rio / Penda. Disponível: https://www.archdaily.com.br/br/777136/onde-corre-o-rio-penda?ad_medium=gallery <Acesso: 14/10/2018> ArchDaily, Praça Infantil Iguatemi / StudioMK27 - Marcio Kogan + Eduardo Gurian + Marcio Tanaka. Disponível: https://www.archdaily.com.br/br/624244/praca-infantil-iguatemi-studiomk27-marcio-kogan-mais-eduardo-gurian-mais-marcio-tanaka?ad_medium=gallery <Acesso: 13/10/2018> ArchDaily, Projeto Rio la Piedad e Cidade Esportiva prometem devolver a Cidade do México sua relação com a água. Disponível: https://www.archdaily.com.br/br/01-167419/projeto-rio-la-piedad-e-cidade-esportiva-prometem-devolver-a-cidade-do-mexico-sua-relacao-com-a-agua?ad_medium=gallery <Acesso: 13/10/2018> ArchDaily, USINA 25 anos - Mutirão Paulo Freire. Disponível: https://www.archdaily.com.br/br/767957/usina-25-anos-mutirao-paulo-freire?ad_medium=gallery <Acesso: 04/09/2018> ArchDaily, USINA 25 anos - Mutirão União da Juta. Disponível: https://www.archdaily.com.br/br/767411/usina-25-anos-mutirao-uniao-da-juta?ad_medium=gallery <Acesso: 04/09/2018> ArchDaily, Value Farm / Thomas Chung. Disponível: https://www.archdaily.com.br/br/600615/value-farm-thomas-chung?ad_medium=gallery <Acesso: 15/10/2018> Vigliecca & Associados, Área de Portais. Disponível: http://www.vigliecca.com.br/pt-BR/projects/portais-area# <Acesso: 11/08/2018> Vigliecca & Associados, Miguel Costa. Disponível: http://www.vigliecca.com.br/pt-BR/projects/miguel-costa# <Acesso: 11/08/2018> USINA, Reassentamento da Comunidade do Piquiá de Baixo. Disponível: http://www.usina-ctah.org.br/piquia.html <Acesso: 17/10/2018> USINA, Urbaização Favela Macaúba. Disponível: http://www.usina-ctah.org.br/macauba.html <Acesso: 17/10/2018>

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