CÓDICE Glenio Lima

Page 1

1


Dedico este livro a duas mulheres maravilhosas, minha mĂŁe Delzuita e minha irmĂŁ Leila. Dedico este libro a dos mujeres maravillosas, mi madre Delzuita y mi hermana Leila. I dedicate this book to two wonderfull women, my mother Delzuita and my sister Leila.

2


3


4


Primeira Edição, 2016, Brasília, Brasil Editora do autor Primera Edición, 2016, Brasília, Brasil Editora del autor First Edition, 2016, Brasília, Brazil The Author’s publisher


Criação, textos, produção, pesquisa e projeto gráfico Creación, textos, producción, investigación y proyecto gráfico Creation, texts, reserch, production and graphic design Glenio Lima Fotos, manipulação de imagens e editoração eletrônica Fotos, Manipulación de imágenes y editoración electrónica Photos, manipulations of images and eletronic editing Glenio Lima Revisão de textos, português Revisión de textos, portugués Text revision, Portuguese Cristiano Torres, Lumos Bueau Traduções Versão para espanhol e inglês Traducción para español e inglés Translation into Spanish and English Francesc Tradutores Revisão de textos, espanhol e português Revisión te testos, español y portugués Translation into Spanish and English Lumos Bureau Traduções Revisão de textos, inglês Revisión te testos, inglés Text revision, English Solange Pedrosa Ficha catalográfica Ficha de catálogo Library catalogue register Neusa Silva

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação - CIP

Catalogación en Publicación – CIP

Cataloging in Publication – CIP

Lima, Glenio. Códice / Glenio Lima. – Brasília : Ed. do autor, 2016. 140 p. : il. ISBN 978-85-906101-2-0 1. Lima, Glenio, 1951-. 2. Processo de criação. 3. Residência artística – México. 4. Cultura indígena – Brasil/México.

Capa: detalhe da obra página 49, com a participação de Cubierta: detalle de la obra pagina 49, con la participación de Cover: detail of the work page 49, with the participation of Fernanda Pacca


Conteúdo Contenido Contents

Encontro com o México Encuentro con México Meeting with Mexico

Códice

Centro de Artes de Santo Agostinho Centro de las Artes de San Agustín The Arts Center of St. Augustine

A residência La residencia The residency

As obras Las obras The works

Retratos Retratos Portraits

Terceira Mostra de Arte Ibero-Americana Tercera Muestra de Arte Iberoamericano Third Show of Ibero-American Art

Oaxaca

Lugares Lugares Places

82

106

7

58

73

40

24

8

14

20


Encontro com o México “O México é o último País mágico”. Esse atemporal pensamento do poeta chileno Pablo Neruda ecoou em meus ouvidos, no momento em que decidi registrar e publicar a minha passagem pela encantadora Nação. As imagens que ilustram o Códice são tentativas de revelar qual era a magia do México que meus olhos procuravam. Em agosto de 2010, no ano do Bicentenário da Independência, desembarquei na Cidade do México para uma residência artística de quatro meses. Ao terminar a residência, pareceu-me inevitável publicar um livro, trazendo o panorama de (quase) tudo que vivi, baseado nas cores vivas mexicanas. Estava eu ali, no palco central da Mesoamérica, para executar um projeto de pintura junto a outros 39 ecléticos e talentosos artistas ibero-americanos de 16 países. Para realizar o meu trabalho, teria que produzir telas de grandes formatos, tomando como base duas culturas indígenas. Levava em minha bagagem, como ponto de partida, desenhos realizados pelos Yanomami. Descobrir na cultura mexicana o outro lado indígena da proposta seria, além de uma missão, um desafio - criar um conjunto de obras, com fusão de duas culturas num tempo único. Ao chegar à cidade de Oaxaca, lugar onde permaneci por três meses desenvolvendo o projeto, encontrei em uma revista de arqueologia um documento sobre o Códice Nuttall, que apresentava a surpreendente iconografia da cultura pré-hispânica dos Mixteca, povo que floresceu na região onde me encontrava. A partir do achado “arqueológico”, o desafio estava lançado – teria que provocar a união dos antigos e complexos Mixteca com os contemporâneos amazônicos Yanomami, do Brasil. Fazer tudo isso bem próximo ao Monte Albán, cidade dedicada aos mortos, construída pelos Zapoteca nos anos 500 a.C. e depois conquistada pelos Mixteca, no século XIV.

8


No momento em que tentava definir a metodologia de execução do projeto, permiti-me receber todas as boas influências do lugar onde vivia. Com isso, comecei a assumir cores e formas com as quais até então não havia me aventurado em minhas pinturas. Trabalhei durante três meses em Oaxaca, no inspirador Centro de Artes de Santo Agostinho, situado no pitoresco povoado de Vista Hermosa. Cercado de montanhas e com a Natureza aos meus pés, da janela do meu espaçoso estúdio, podia observar o movimento, sem pressa, do vai e vem da gente subindo e descendo ladeiras.

Sempre usei nomes femininos para dar títulos aos meus quadros. Após a incrível experiência com os retratos das famílias, realizados em Oaxaca, pareceu-me óbvio o título das obras: as quatro pinturas levaram os nomes de Antonia, Angela, Tereza e Maricela e María del Rosário – mulheres que me aceitaram em suas casas e acreditaram na intenção da proposta. Minha gratidão e homenagem a todas essas mulheres e suas famílias, que permitiram dar alma e um sentido mais delicado e humano ao meu trabalho.

Foi nessa atmosfera relaxante de ruelas íngremes e sinuosas, ladeadas por casinhas charmosas, que algo surpreendente aconteceu, fazendo-me crer que as pinturas no contexto daquele encantador lugar eram apenas um detalhe. Antes mesmo de terminá-las, percebi que o projeto não deveria se encerrar simplesmente com as telas prontas. Queria algo que me colocasse além das ruas de San Agustín.

A concretização da publicação representa o meu agradecimento pela chance de ter sido parte desse divertido grupo de artistas que fez aflorar a minha alma ibero-americana quase desconhecida. Deixo aqui o meu olhar e a minha emoção, juntando todas as cores, sabores e cheiros que alimentaram a minha imaginação nessa incrível viagem no tempo.

Convenci, então, algumas famílias do povoado a receber um quadro meu em seus lares, para uma exposição que aconteceria em várias casas ao mesmo tempo. A ideia era aproveitar o ambiente natural das moradias e criar um cenário para compor, com cada pintura, um retrato de família. Chamei a performance de Retratos.

¡Gracias, México!

Foi numa seção de fotos no interior da casa de Dona Antonia, uma construção de adobe feita pelo marido Maurício, que presenciei uma das mais inusitadas cenas que vivi no México. No momento em que a família se posicionava para o planejado retrato, o bicho de estimação da família – o simpático burrinho Marinheiro – docilmente entrou no ambiente e juntou-se à família. Diante da cena inesperada, vi-me dentro de um cenário surreal e mágico, parte de uma história encantada.


Encuentro con México “México es el último país mágico”. Ese pensamiento atemporal del poeta chileno Pablo Neruda hizo eco en mis oídos, en el momento en que decidí registrar y publicar mi paso por esa encantadora nación. Las imágenes que ilustran el Códice son tentativas de revelar cuál era la magia de México que mis ojos buscaban. En agosto de 2010, en el año del Bicentenario de la Independencia, desembarqué en la Ciudad de México para una residencia artística de cuatro meses. Al terminar la residencia, me pareció inevitable publicar un libro, mostrando el panorama de (casi) todo lo que viví, basado en los vivos colores mexicanos. Yo estaba allí, en el palco central de la Mesoamérica, para ejecutar un proyecto de pintura junto a otros 39 eclécticos y talentosos artistas iberoamericanos de 16 países. Para realizar mi trabajo, tenía que producir pinturas de grandes formatos, tomando como base dos culturas indígenas. Llevaba en mi equipaje, como punto de partida, dibujos realizados por los Yanomami. Descubrir en la cultura mexicana el otro lado indígena de la propuesta, era, más allá de una misión, un desafío crear un conjunto de obras, con fusión de dos culturas en un solo momento. Al llegar a la ciudad de Oaxaca, lugar donde permanecí por tres meses desarrollando el proyecto, descubrí en una revista de Arqueología un documento sobre el Códice Nuttall, que presentaba la sorprendente iconografía de la cultura prehispánica de los Mixteca, pueblo que floreció en la región donde me encontraba. A partir del hallazgo “arqueológico”, el desafío estaba lanzado - tendría que conseguir la unión de los antiguos y complejos Mixteca con los contemporáneos amazónicos, los Yanomami, de Brasil. Hacer todo eso bien cerca de Monte Albán, ciudad dedicada a los muertos, construida por los Zapoteca en los años 500 a.C. y después conquistada por los Mixteca, en el siglo XIV.

En el momento en que intentaba definir la metodología de ejecución del proyecto, me permití recibir todas las buenas influencias del lugar en donde estaba. Con eso, comencé a asumir, en mis pinturas, colores y formas con las cuales hasta entonces no me había arriesgado. Trabajé durante tres meses en Oaxaca en el inspirador Centro de las Artes de San Agustín, en el pintoresco poblado de Vista Hermosa. Rodeado de montañas y con la naturaleza a mis pies, de la ventana de mi espacioso estudio podía observar el movimiento, sin prisa, del vaivén de la gente subiendo y bajando la ladera. Fue en esa atmosfera relajante de callejuelas empinadas y sinuosas, ladeadas por casitas encantadoras, donde algo sorprendente sucedió, haciéndome creer que las pinturas en el contexto de aquel lugar encantador eran apenas un detalle. Aun antes de terminarlas, percibí que el proyecto no debería cerrarse simplemente con las pinturas listas. Quería algo que me pusiese más allá de las calles de San Agustín. Convencí, entonces, a algunas familias del poblado a recibir un cuadro mío en sus casas, para una exposición que se realizaría en varias casas al mismo tempo. La idea era aprovechar el ambiente natural de las viviendas y crear un escenario para componer, con cada pintura, un retrato de familia. Llamé a la performance de Retratos. Fue en una sesión de fotos en el interior de la casa de Doña Antonia, una construcción de adobe hecha por el marido Mauricio, que presencié una de las más inusitadas escenas que viví en México. En el momento en que la familia se posicionaba para el planeado retrato, la mascota de la familia - el simpático burrito Marinero dócilmente entró en el ambiente y se juntó a la familia. Delante de la escena inesperada, me encontré dentro de un escenario irreal y mágico, parte de una historia encantada. Siempre usé nombres femeninos para dar títulos a mis cuadros. Después de la increíble experiencia con los retratos de las familias, realizados en Oaxaca, me pareció obvio el título de las obras: las cuatro pinturas recibieron los nombres de Antonia, Ángela, Teresa y Maricela y María del Rosario - mujeres que me aceptaron en sus casas y creyeron en la intención de la propuesta. Mi gratitud y homenaje a todas esas mujeres y sus familias, que permitieron dar alma y un sentido más delicado y humano a mi trabajo. La concreción de la publicación representa mi agradecimiento por la oportunidad de haber formado parte de ese divertido grupo de artistas que hicieron florecer mi alma iberoamericana casi desconocida. Dejo aquí mi visión y mi emoción, juntando todos los colores, sabores y aromas que alimentaron mi imaginación en ese increíble viaje en el tiempo. ¡Gracias, México!

10


Meeting with México “Mexico is the last magical country”. This timeless thought from the Chilean poet Pablo Neruda echoed in my ears the moment I decided to record and publish my passage through that lovely nation. The images that illustrated the Códice wer attempts to reveal what the magic of Mexico that my eyes were looking for. In August 2010, the year of the Bicentenary of Mexican Independence, I landed in Mexico City for an artistic residency of four months. After I finished the residency, it seemed inevitable to publish a book, bringing forth a picture of (almost) everything I had experienced, based on the bright Mexican colors. I was there, at the center stage of Mesoamerica, to carry out a painting project with 39 other eclectic and talented Ibero-American artists from 16 countries. I would have to produce large format canvases, based on two indigenous cultures. I had brought in my luggage, as a starting point, drawings made by the Yanomami. Discovering in the Mexican culture the other Indian side of the proposal would be, more than a mission, a challenge to create a set of works that would fuse two cultures at the time. Upon arriving at the city of Oaxaca, where I stayed for three months developing the project, I found in an archeology magazine a document about the Nuttall Codex, which presented the startling iconography of Mixteca pre-Hispanic culture, a people who flourished in the region where I was. The challenge was launched from the “archaeological” discovery. I would unify the old and complex Mixteca with the contemporary Amazonian Yanomami from Brazil and would do all that right next to Monte Albán, a city dedicated to the dead people, built by Zapotec in 500 BC and later conquered by the Mixteca in the XIV century.

At that moment, as I was trying to define the methodology for implementing the project, I allowed myself to take in all the good influences of the place where I lived. With that, I began to incorporate in my paintings colors and shapes which I had never used. I worked for three months in Oaxaca, at the inspiring Arts Center of St. Augustine, in the picturesque village of Vista Hermosa. Surrounded by mountains and with nature at my feet, from the window of my spacious studio I could observe the movement, without rushing, of the comings and goings of people, walking up and down the hill, without rushing. It was in this relaxed atmosphere of steep and winding streets, with charming houses lining them, that something amazing happened, making me believe that, in the context of that beautiful place, the paintings were just a detail. Before even finishing them, I realized that the project should not just end once the paintings were ready. I wanted something that put me beyond the streets of San Agustín. Then, I convinced some families of the village to accept some of my pictures in their homes, for an exhibition that would happen in several houses at the same time. The idea was to enjoy the natural environment of homes and create a scenario to compose, with each painting, a family portrait. I called the performance of Portraits. It was during a photo shoot inside Mrs. Antonia`s home, an adobe building built by her husband Maurício, that I witnessed one of the most unusual scenes that I had ever seen in Mexico. By the time the family was positioned for the planned portrait, the family pet – the friendly donkey named Sailor – meekly entered the set and joined the family. In view of the unexpected scene, I found myself in a surreal and magical setting, part of an enchanted story. I always used female names to give titles to my paintings. After the amazing experience with pictures of families, held in Oaxaca, the titles of the works seemed obvious: the four paintings took the names of Antonia, Angela, Teresa and Maricela and María del Rosario – women who accepted me in their homes and believed in the intent of the proposal. I am grateful to them and pay tribute to all these women and their families, who allowed me to give my work a soul and a more sensitive and humane sense. The completion of the publication represents my gratefulness for the chance to have been part of this fun group of artists who brought out my Ibero-American almost unknown soul. I leave here my vision and my emotion, gathering all the colors, flavors and smells that fueled my imagination in this incredible journey through time. ¡Gracias, México!


Oaxaca

12



Códice A palavra códice, ou codex, era usada pelos antigos, até a Idade Média, para designar o que hoje chamamos de livro. A decisão de adotar códice como nome para essa publicação surgiu casualmente, numa visita que fiz a uma oficina de tatuagem no Centro de Artes de Santo Agostinho, em Oaxaca. Numa revista de arqueologia, encontrei curiosos desenhos que me chamaram a atenção: uma série de sofisticados hieróglifos que narravam a cultura e a genealogia de vários povos pré-hispânicos Mixteca – o Códice Nuttall. O documento é composto por 12 tiras de pergaminho, feitas de pele de veado e unidas pela extremidade, formando uma espécie de biombo. Curiosamente, essa relíquia faz parte do acervo do Museu Britânico, em Londres. Acabava, então, de encontrar o que vinha procurando desde a minha chegada ao México. Os manuscritos ilustrados passaram a ser a referência indígena que faltava ao meu projeto, pois teria que desenvolver uma série de pinturas abordando duas culturas. No caso do Brasil, os Yanomami eram a minha fonte de inspiração. Incentivado pelo amigo e artista Bené Fonteles, já havia feito algumas pinturas baseadas nos desenhos de Nakeuxima, um jovem índio e artista yanomami da região de Roraima, Brasil, que morreu aos 17 anos, na década de 1970. Também chamado de Orlando, ele foi vítima de uma epidemia de sarampo causada pelo contato com os brancos, na construção de uma rodovia no extremo norte do Brasil. Estava confiante de que esse encontro de culturas traria alguma novidade à minha pintura. Nos primeiros estudos para elaborar as telas, confesso que os desenhos pareciam um pouco confusos. Mas acho que os ares dos Vales Centrais de Oaxaca sopraram a meu favor, trazendo a magia das novas cores e formas do México, que impregnaram a minha memória e me fizeram investir num caminho abertos às minhas recém-descobertas.


Códice

Códice

La palabra códice, o codex, era usada por los antiguos, hasta la Edad Media, para designar lo que hoy llamamos de libro. La decisión de adoptar códice como nombre para esa publicación surgió casualmente, en una visita que hice a un taller de tatuaje, en el Centro de las Artes de San Agustín, en Oaxaca. En una revista de Arqueología encontré curiosos dibujos que me llamaron la atención: una serie de sofisticados jeroglíficos que narraban la cultura y la genealogía de varios pueblos prehispánicos Mixteca - Códice Nuttall. El documento se compone de 12 piezas de pergamino, hechas con piel de venado y unidas por el extremo, formando una especie de biombo. Curiosamente, esa reliquia forma parte de la colección del Museo Británico, en Londres.

The word codice or codex was used by the ancient peoples, until the middle Ages, to designate what we now call a book. The decision to adopt Codex as a name for this publication came casually in a visit to a tattoo workshop in The Arts Center of St. Augustine in Oaxaca. In an archeology magazine, I found curious drawings that caught my attention: a series of sophisticated hieroglyphics that told about the culture and genealogy of several pre-Hispanic Mixteca peoples - the Nuttal Codex. The document consists of 12 strips of parchment made of deer skin and joined on the edge, forming a sort of folding screen. Interestingly, this relic is part of the collection of the British Museum in London.

Acababa, entonces, de encontrar lo que estaba buscando desde mi llegada a México. Los manuscritos ilustrados se tornaron la referencia indígena que faltaba en mi proyecto, pues tendría que desarrollar una serie de pinturas abordando las dos culturas. En el caso de Brasil, los Yanomami eran mi fuente de inspiración. Incentivado por mi amigo y artista Bené Fonteles, ya había hecho algunas pinturas basadas en los dibujos de Nakeuxima, un joven indio y artista yanomami de la región de Roraima, Brasil, que murió a los 17 años, en la década de 1970. También llamado Orlando, él fue víctima de una epidemia de sarampión causada por el contacto con los blancos, en la construcción de una carretera en el extremo norte de Brasil. Confiaba en que ese encuentro de culturas traería alguna novedad a mi pintura. En los primeros estudios para elaborar las pinturas, confieso que los dibujos parecían un poco confusos. Pero creo que los aires de los Valles Centrales de Oaxaca soplaron a mi favor, trayendo la magia de los nuevos colores y formas de México, que impregnaron mis recientes descubrimientos.

15

I had just found what I had been looking for since my arrival in Mexico. The illustrated manuscripts became the indigenous reference missing in my project because I would have to develop a series of paintings dealing with two cultures. In Brazil, the Yanomami were my inspiration. Encouraged by my friend and artist Bené Fonteles, I had already done some paintings based on the drawings of Nakeuxima, a young Indian and Yanomami artist from the region of Roraima, Brazil, who died at age 17 in the 1970s. Also called Orlando, he was the victim of a measles epidemic caused by contact with the white man, during the construction of a highway in the far north of Brazil. I was confident that this meeting of cultures would bring something new to my painting. In the first studies to develop the paintings, I confess that the drawings looked a little confused. But I think the winds of the Central Valleys of Oaxaca blew in my favor, bringing the magic of new colors and shapes from Mexico, which has permeated my memory and made me invest in a path open to my new discoveries.


Desenho de Nakeuxima Wakatautheri (anos 1970), Ă­ndio Yanomami, Roraima, Brasil. Dibujo de Nakeuxima Wakatautheri (aĂąos 1970), indio Yanomami, Roraima, Brasil. Drawing by Nakeuxima Wakatautheri (70s), Yanomami indian, Roraima, Brazil.

16


Fragmento do pergaminho Códice Nuttall Mixteco (século XI ou XII), coleção Museu Britânico, Londres. Fragmento del pergamino Códice Nuttall Mixteco (siglo XI o XII), colección Museo Británico, Londres. Parchment fragment of the Codice Nuttall Mixtec (10th wor 12th century), British Museum collection London.


18


19


Centro de Artes de Santo Agostinho Conhecido como CaSa, o Centro de Artes de Santo Agostinho é considerado o primeiro centro de artes ecológico da América Latina. Com o uso de modernos meios tecnológicos em suas atividades, tem o compromisso com a formação, a criação e a experimentação no campo das Artes Visuais. Localizado no povoado de Vista Hermosa, no município de San Agustín Etla, próximo à cidade de Oaxaca, o Centro funciona em um prédio restaurado de uma antiga fábrica de fiação e tecelagem do final do século XIX. Inaugurado em 2006, o Centro de Artes possui uma fábrica de papel artesanal, uma oficina de fotografia, uma gráfica digital, uma gráfica não-contaminante, uma oficina de design têxtil, uma biblioteca de arte com cerca de nove mil volumes, dois grandes espaços para exposições e residência para artistas convidados a ministrar oficinas e cursos. Nesse pitoresco lugar, cercado de montanhas que jorram águas cristalinas, estabeleci meu ateliê, onde recebi todas as condições para trabalhar e refletir sobre meu especial momento no México.

20


Centro de las Artes de San Agustín

The Arts Center of St. Augustine

Conocido como CaSa, el Centro de las Artes de San Agustín es considerado el primer centro de artes ecológico de América Latina. Con el uso de modernos medios tecnológicos en sus actividades, tiene el compromiso con la formación, la creación y la experimentación en el campo de las Artes Visuales. Ubicado en el poblado de Vista Hermosa, en el municipio de San Agustín Etla, cercano a la ciudad de Oaxaca, el Centro funciona en un edificio restaurado de una antigua fábrica de hilados y tejidos de final del siglo XIX.

Known as CaSa, the Arts Center of St. Augustine is considered the first eco-arts center in Latin America. With the use of modern technological media in its activities, it has a commitment to train, create and experiment in the field of Visual Arts. Located in the village of Vista Hermosa, in the municipality of San Agustín Etla, near the city of Oaxaca, the center operates in a renovated building, originally an old spinning and weaving factory of the late 11th century.

Inaugurado en 2006, el Centro de Artes tiene una fábrica de papel artesanal, un taller de fotografía, una gráfica digital, una gráfica no contaminante, un taller de diseño textil, una biblioteca de arte con cerca de nueve mil volúmenes, dos grandes espacios para exposiciones y residencia para artistas invitados para dar talleres y cursos. En ese pintoresco lugar, cercado de montañas que chorrean aguas cristalinas, establecí mi taller, donde recibí todas las condiciones para trabajar y reflexionar sobre aquel especial momento en México.

Opened in 2006, the Arts Center has a craft paper factory and photography workshop, a digital graphics shop, a non-polluting printing store, a workshop for textile design, an art library with about nine thousand titles, two large spaces for exhibitions and a residence for visiting artists to teach workshops and courses. In this picturesque place, surrounded by mountains that spout forth crystalline waters, I set up my studio where I had all I needed to do my work and reflect on my special moment in Mexico.


Espaços do Centro de Artes: Oficina de Design Têxtil, Espaço de exposições e Fábrica de Papel Artesanal.

Espacios del Centro de las Artes: Taller de Diseño Textil, Espacio de exposicones y Fábrica de Papel Artesanal.

Arts Center Spaces: Textile Design Workshop, space for exhibits and Craft Paper Factory.

22



A residĂŞncia La residencia The residency

24


CaSa - Centro de las Artes de San AgustĂ­n, Oaxaca.

25


A residência

Participei, em 2010, da terceira edição do Programa de Residências Artísticas para Criadores da Iberoamérica e do Haiti no México, por meio de um processo de seleção para o qual foram escolhidos 40 artistas de 16 países: Brasil, Argentina, Chile, El Salvador, Uruguai, Peru, Paraguai, Venezuela, Costa Rica, Colômbia, Equador, Panamá, Portugal, México, Cuba e Espanha. Os 40 artistas foram divididos em grupos, por disciplinas e desenvolveram seus projetos em diferentes regiões do México: artistas de Artes Cênicas, Música e Dança estabeleceram-se em San Luís Potosí; projetos com temática de fronteira, na Baixa Califórnia; Letras e Meios Audiovisuais, na Cidade do México; o grupo de Artes Visuais e Design, do qual fiz parte com mais oito artistas, ficou em San Agustín Etla, em Oaxaca. Vivi numa confortável casa, com muita área verde e pássaros, e cercada de montanhas, num recanto chamado Primavera. Da casa até o Centro de Artes, onde mantinha o ateliê, era uma curta caminhada de divertidos dez minutos. Às vezes, porém, levava muito mais tempo, quando encontrava algo para ser fotografado, como um pássaro, ou um burrinho carregando lenha.

No período de trabalho em Oaxaca, usei os materiais que emprego normalmente, como as têmperas com pigmentos minerais, outras tintas industriais acrílicas e terras encontradas na região. Produzi quatro pinturas sobre tela, sendo duas de 200 x 200 cm e um díptico de 200 x 400 cm. Criei também algumas assemblages a partir de piões coloridos, lã e linha de tecelagem, além de algumas monotipias mescladas com colagem de bandeirinhas de plástico, comemorativas do Bicentenário da Independência do México. Todos os 40 artistas tiveram três meses para trabalhar em seus projetos, acompanhados por assessores e curadores durante todo o processo. Após o final da residência, os grupos retornaram à Cidade do México para a Terceira Mostra de Arte Ibero-americana, com a apresentação dos trabalhos por meio de espetáculos de teatro, dança, música, mostra de artes visuais e performances. A exposição do grupo de artes visuais, design e meios audiovisuais se deu no elegante Museu Diego Rivera-Anahucalli, marcando, assim, o encerramento da residência.

26


Grupo de artistas de Artes Visuais que realizaram a residência no Centro de Artes de Santo Agostinho, Oaxaca. De cima para baixo: Isaumir Nascimento - Brasil, Leonardo Trujillo - Equador, Ana Navas - Venezuela, Guillermo Quintero - Colômbia, Paula Villalba - Uruguai, Renato Pera - Brasil, Manuela Pacheco - Portugal e Glenio Lima - Brasil. Grupo de artistas de Artes Visuales que realizaron la residencia en el Centro de las Artes de San Agustín, Oaxaca. De arriba para abajo: Isaumir Nascimento - Brasil, Leonardo Trujillo - Ecuador, Ana Navas - Venezuela, Guillermo Quintero - Colombia, Paula Villalba - Uruguay, Renato Pera - Brasil, Manuela Pacheco - Portugal y Glenio Lima - Brasil. Group of Visual Arts artists who attended the residence in the Arts Center of St. Augustine, Oaxaca. From top to bottom: Isaumir Nascimento - Brazil, Leonardo Trujillo - Equador, Ana Navas - Venezuela, Guillermo Quintero - Colombia, Paula Villalba - Uruguay, Renato Pera - Brazil, Manuela Pacheco - Portugal and Glenio Lima - Brazil.


La residencia Participé, en 2010, en la tercera edición del Programa de Residencias Artísticas para Creadores de Iberoamérica y de Haití en México, por medio de un proceso de selección para el cual fueron elegidos 40 artistas de 16 países: Brasil, Argentina, Chile, El Salvador, Uruguay, Perú, Paraguay, Venezuela, Costa Rica, Colombia, Ecuador, Panamá, Portugal, México, Cuba y España. Los 40 artistas fueron divididos en grupos, por disciplinas, y desarrollaron sus proyectos en diferentes regiones de México: artistas de Artes Escénicas, Música y Danza se establecieron en San Luís Potosí; proyectos con temática de frontera, en Baja California; Letras y Medios Audiovisuales, en la Ciudad de México; el grupo de Artes Visuales y Diseño, del cual formé parte con otros ocho artistas más, se quedó en San Agustín Etla, en Oaxaca. Viví en una cómoda casa, con mucha área verde y pájaros y rodeada de montañas, en un lugar llamado Primavera. De la casa hasta el Centro de las Artes, donde mantenía el taller, era una corta caminata de divertidos diez minutos. A veces, sin embargo, llevaba mucho más tiempo, cuando encontraba algo para ser fotografiado, como un pájaro, o un borrito cargando leña.

En el período de trabajo en Oaxaca usé los materiales que utilizo normalmente, como las témperas con pigmentos minerales, otras tintas industriales acrílicas y tierras encontradas en la región. Produje cuatro pinturas sobre lienzo, siendo dos de 200 x 200 cm y un díptico de 200 x 400 cm. Creé también algunos assemblages a partir de trompos de colores, lana e hilos de algodón, y algunas monotipias mezcladas con collage de banderitas de plástico, conmemorativas del bicentenario de la Independencia de México. Todos los 40 artistas tuvieron tres meses para trabajar en sus proyectos, acompañados por asesores y curadores durante el proceso completo. Después del final de la residencia, los grupos volvieron a la Ciudad de México para la Tercera Muestra de Arte Iberoamericano, con la presentación de los trabajos por medio de espectáculos de teatro, danza, música, muestra de artes visuales y performances. La exposición del grupo de artes visuales, diseño y medios audiovisuales se hizo en el elegante Museo Diego Rivera-Anahucalli, marcando, así, la clausura del período de la residencia.

28


The residency In 2010, I attended the third edition of the Artistic Residency Program for creators of Ibero-American and Haitian art in Mexico, by means of a selection process for which 40 artists from 16 countries were chosen: Brazil, Argentina, Chile, El Salvador, Uruguay, Peru, Paraguay, Venezuela, Costa Rica, Colombia, Ecuador, Panama, Portugal, Mexico, Cuba and Spain. The 40 artists were divided into groups, by subject matter, and developed their projects in different regions of Mexico: artists for the Scenic Arts, Music and Dance settled in San Luis Potosí; border-themed projects, in Baja California; Literature and Audiovisual Media, in Mexico City; the group of Visual Arts and Design, in which I was placed with eight other artists, was in San Agustín Etla, Oaxaca. I lived in a comfortable home, with lots of green area and birds, surrounded by mountains, in a corner area called Spring. From the house to the Arts Center, where I kept my studio, it was a short , ten-minute walk of fun. Sometimes, however, it took much longer, when I found something to be photographed, like a bird, or a donkey carrying firewood.

A casa da residência no povoado de Vista Hermosa

In the period of work in Oaxaca I used materials that I use normally such as temperas with mineral pigments, industrial acrylic paints and earth found in the region. I produced four paintings on canvas, two of 200 x 200 cm, and a diptic of 200 x 400 cm. Also created some assemblages from colorful tops, wool and weaving line, and some mixed monotypes with a collage of the plastic flags, commemorating the Bicentenary of the Independence of Mexico. All 40 artists had three months to work on their projects, accompanied by advisers and curaters throughout the process. After the end of residency, the group returned to Mexico City for the Third Exhibition of Ibero-American Art, with the presentation of works by means of theater, dance, music and visual arts exhibition and performances. A group exhibition of visual arts, design and audiovisual media happened in the elegant Museum Diego Rivera-Anahuacalli, marking thus the closure of the residency.

La casa de la residencia en el poeblo Vista Hermosa

29

The house of residency in the Vista Hermosa


30


31


32


33


Oficina de pintura na CaSa, oferecida para a comunidade de San Agustín Etla. Taller de pintura en la CaSa, ofrecida para la comunidad de San Agustín Etla. Painting workshop at CaSa, for the Community of San Agustín Etla.

34



Cachorrinha Deise, que me adotou no período em que vivi em Oaxaca. Perrita Deise, que me adoptó, en el período que residí en Oaxaca. The little female dog, Deise, who adopted me in the period during which I lived in Oaxaca.

36


37


38


39


As obras Las obras The works

40


41


Omame também é artista, 2010 Mista e acrílica sobre tela, 180 x 230 cm Pintura elaborada a partir de desenhos do índio yanomami Nakeoxima, realizada para a apresentação do projeto da residência.

Omame también es artista, 2010 Mixta y acrílica sobre lienzo, 180 x 230 cm Pintura elaborada a partir de dibujos del indio Yanomami Nakeoxima, realizada para la presentación del proyecto de la residencia.

Omame is also an artist, 2010 Mixed media and acrylic on canvas, 180 x 230 cm Painting elaborated from drawings of the Yanomami indian Nakeoxima, made for the residency project presentation.

42



Angela, 2010 Técnica mista e acrílica sobre tela, 200 x 200 cm Angela, 2010 Técnica mixta y acrílica sobre lienzo, 200 x 200 cm Angela, 2010 Mixed media and acrylic on canvas, 200 x 200 cm



Antonia, 2010 Técnica mista e acrílica sobre tela, 200 x 200 cm Antonia, 2010 Técnica mixta y acrílica sobre lienzo, 200 x 200 cm Antonia, 2010 Mixed media and acrylic on canvas, 200 x 200 cm

46



Teresa, 2010 Técnica mista e acrílica sobre tela, 200 x 200 cm Teresa, 2010 Técnica mixta y acrílica sobre lienzo, 200 x 200 cm Teresa, 2010 Mixed media and acrylic on canvas, 200 x 200 cm

48



Maricela e María del Rosario, 2010 Díptico – Técnica mista e acrílica sobre tela, 200 x 400 cm

Maricela y María del Rosario, 2010 Díptico – Técnica mixta y acrílica sobre lienzo, 200 x 400 cm

50

Maricela and María del Rosario, 2010 Diptic – Mixed media and acrylic on canvas, 200 x 400 cm



Hilos, Objeto, 2010 Diferentes tipos de linhas, 200 x 60 cm Hilos, Objeto, 2010 Diferentes tipos de hilos, 200 x 60 cm Hilos, Object, 2010 Different kinds of lines, 200 x 60 cm

52


53


IndependĂŞncia, 2010 Monotipia e assemblage sobre papel, 60 x 90 cm Independencia, 2010 Monotipia y assemblage sobre papel, 60 x 90 cm Independence, 2010 Monotype and assemblage on paper, 60 x 90 cm

54



Roda de Pião México, 2010 Assemblage com piões de madeira, 50 cm diâmetro Rueda de Trompo México, 2010 Assemblage con trompos de madera, 50 cm diámetro Circle of Mexico Spinning Tops, 2010 Assemblage with wood spinning tops, 50 cm diameter

56



Retratos Retratos Portraits

“A ideia era aproveitar o ambiente natural das moradias e criar um cenário para compor, com cada pintura, um retrato de família.” “La idea era aprovechar el ambiente natural de las viviendas y crear un escenario para componer, con cada pintura, un retrato de familia.” “The idea was to enjoy the natural environment of homes and create a scenario to compose, with each painting, a family portrait.”

58


Família de María del Rosario Família de María del Rosario Family of María del Rosario


60


FamĂ­lia de Angela Aurora

FamĂ­lia de Angela Aurora Family of Angela Aurora


62


FamĂ­lia de Teresa Sumano

FamĂ­lia de Teresa Sumano

Family of Teresa Sumano


64


FamĂ­lia de Maricela Santiago FamĂ­lia de Maricela Santiago Famly of Maricela Santiago


66


Família de María del Rosario Família de María del Rosario Family of María del Rosario


68


Família de Antonia Jurit Amaya Família de Antonia Jurit Amaya Family of Antonia Jurit Amaya


70


Rua de Vista Hermosa, San Agustín Calle de Vista Hermosa, San Agustín Vista Hermosa Street, San Agustín


72


73


74


75


Terceira Mostra de Arte Ibero-americana

Tercera Muestra de Arte Iberoamericano

Dante Castillo Artista mexicano participante da exposição Artista mexicano participante de la exposición Mexican artist participant in the exhibition

76

Thirth Show of Ibero-American Art


Após o final da residência, os grupos retornaram à Cidade do México para a Terceira Mostra de Arte Ibero-americana, com a apresentação dos trabalhos por meio de espetáculos de teatro, dança, música, mostra de artes visuais e performances. A exposição do grupo de artes visuais, design e meios audiovisuais se deu no elegante Museu Diego Rivera-Anahucalli, marcando, assim, o encerramento da residência. Después del final de la residencia, los grupos volvieron a la Ciudad de México para la Tercera Muestra de Arte Iberoamericano, con la presentación de los trabajos por medio de espectáculos de teatro, danza, música, muestra de artes visuales y performances. La exposición del grupo de artes visuales, diseño y medios audiovisuales se hizo en el elegante Museo Diego Rivera-Anahuacalli, marcando, así, la clausura del período de la residencia. After the end of my residency, the group returned to Mexico City for the Third Exhibition of Ibero-American Art, with the presentation of works by means of theater, dance, music and visual arts exhibition and performances. The group exhibition of visual arts, design and audiovisual media happened in the elegant Museum Diego Rivera-Anahuacalli, marking the closure of the residency.

Museu Diego Rivera-Anahucalli

77


Glenio Lima

78


79


Obras dos artistas de Artes Visuais na exposição. Obras de los artistas de Artes Visuales en la exposición.

Foto: Carlos Contreras de Oteyza

Foto: Carlos Contreras de Oteyza

Works from visual arts artists in the exhibition.

Paula Villalba - Uruguai

Foto: Isaumir Nascimento

Foto: Carlos Contreras de Oteyza

Ana Navas - Venezuela

Leonardo Trujillo - Equador

Renato Pera - Brasil

Manuela Pacheco - Portugal

Foto: Carlos Contreras de Oteyza

Isaumir Nascimento - Brasil

80


Guillermo Quintero - ColĂ´mbia Foto: Carlos Contreras de Oteyza


Oaxaca Talvez em nenhum outro lugar do México se possa vislumbrar tanta diversidade cultural como na região de Oaxaca. O Estado, que já foi ambiente de lutas zapatistas, abriga mais de 15 etnias de povos indígenas de origens pré-colombianas, preservando suas línguas e seus costumes, tendo a predominância dos Zapoteca e dos Mixteca. Importantes sítios arqueológicos nas cercanias de Oaxaca, como Monte Albán, Mitla, San José de Mogote e Yagul, trazem vestígios de antigas civilizações que marcaram presença e influência, como Olmeca, Maia e Asteca. Mole, atole, tamal, taco, tlayuda, enchilada, milho, chocolate, pimenta e flor de abóbora. Sempre me permiti todas as aventuras possíveis na exótica e atraente cozinha mexicana. Encontrei sabores às vezes fortes, ou delicados, mas invariavelmente em boa companhia das estimulantes pimentas de todos os formatos e sabores. Passear pelos mercados de Oaxaca era encontrar-se com o mundo das cores e dos cheiros do México. Domingo era o dia para se desfrutar da beleza colorida zapoteca, no vibrante e sonoro Mercado de Tlacolula. E, entre os artesanatos, comidas e frutas, um olhar sobre o desfile das mulheres com seus alegóricos lenços, tranças e vestidos bordados – símbolos que nos contam sobre uma cultura antiga e que ainda vive. Essas imagens me levavam a criar quadros mentais carregados de lirismo e fantasias. A celebração do Dia dos Mortos é o evento mais aguardado e festejado do ano. A festa, na qual onde se misturam o religioso e o profano, acontece nas ruas, casas e nos cemitérios, com música, flores, altares, comida, bebida e muita brincadeira nas Comparsas, que são blocos de fantasiados (como no carnaval de rua do Brasil), que se reúnem na noite de 1 de novembro para percorrer as ruas e casas de San Agustín. Embaladas por animadas bandas, os blocos de foliões atravessam a madrugada regados a Mezcal e muita irreverência. Mezcal, a bebida destilada artesanal típica da região de Oaxaca, feita a partir do agave ou maguey, já embalou rituais de povos pré-hispânicos e continua preservando o mito na festa dos mortos.

82


Oaxaca

Oaxaca

Tal vez en ningún otro lugar de México se puede vislumbrar tanta diversidad cultural como en la región de Oaxaca. El Estado, que ya fue ambiente de luchas zapatistas, abriga más de 15 etnias de pueblos indígenas de orígenes precolombinas, preservando sus lenguas y sus costumbres, teniendo el predominio de los Zapoteca y Mixteca. Importantes zonas arqueológicas en las cercanías de Oaxaca, como Monte Alban, Mitla, San José de Mogote y Yagul, nos traen vestigios de antiguas civilizaciones que marcaron presencia e influencia, como la Olmeca, la Maya y la Azteca.

Perhaps nowhere else in Mexico, as in the region of Oaxaca, can we envision so much cultural diversity. The state, which has been the location of Zapatista conflicts, protects more than 15 ethnic groups of indigenous peoples of pre-Columbian origin, preserving their languages and customs, despite the predominance of Zapotec and Mixtec peoples. Important archaeological sites in the outskirts of Oaxaca, such as Monte Albán, Mitla, San José de Mogote and Yagul show traces of ancient civilizations that had marked their presence and influence, such as the Olmec, Maya and Aztec.

Mole, atole, tamal, taco, tlayuda, enchilada, maíz, chocolate, chile y flor de calabaza. Siempre me permití todas las aventuras posibles en la exótica y atrayente cocina mexicana. Encontré sabores a veces fuertes, o delicados, pero invariablemente en buena compañía de los estimulantes chiles de todos los formatos y sabores.

Mole, atole, tamal, taco, tlayuda, enchilada, corn, chocolate, pepper and pumpkin flower. I always allowed myself as many adventures as possible in the exotic and attractive Mexican cuisine. I found flavors either strong or delicate but always in good company of stimulating peppers of all shapes and flavors.

Pasear por los mercados de Oaxaca era encontrarse con el mundo de los colores y los aromas de México. El Domingo era el día para disfrutar de la belleza colorida zapoteca en el vibrante y sonoro Mercado de Tlacolula. Y entre las artesanías, comidas y frutas, una mirada sobre el desfile de las mujeres con sus alegóricos mantones, trenzas y vestidos bordados – símbolos que nos cuentan sobre una cultura antigua y que todavía vive. Esas imágenes me llevaban a crear cuadros mentales cargados de lirismo y fantasías.

Getting around the markets of Oaxaca it was like finding the world of Mexican colors and smells. Sunday was the day to enjoy colorful Zapotec beauty in the vibrance and rich sounds at the Tlacolula Market. Among the crafts, food and fruit, a look at the parade of women with their allegorical handkerchiefs, embroidered dresses and braids – symbols that tell us about an ancient culture that still lives. These images led me to create mental pictures loaded with lyricism and fantasy.

La celebración del Día de los Muertos es el acontecimiento más esperado y celebrado del año. La fiesta, donde se juntan lo religioso y lo profano, se celebra en las calles, casas y en los cementerios, con música, flores, altares, comida, bebida y muchos juegos en las Comparsas, que son grupo de disfrazados (como en el carnaval de calle de Brasil) que se reúnen en la noche del 1 de noviembre, para recorrer las calles y casas de San Agustín. Estimulados por animadas bandas, los grupos de bailarines atraviesan la madrugada regados con Mezcal y mucha irreverencia. Mezcal, la bebida destilada artesanal típica de la región de Oaxaca, producida a partir del agave o maguey, ya animó rituales de pueblos prehispánicos y continúa preservando el mito en la fiesta para los muertos.

The celebration of the Day of the Dead is the most awaited and celebrated event of the year. The party, which blends the religious and the profane, happens in the streets, homes and cemeteries, with music, flowers, altars, food, drink and lots of fun in Comparsas, which are costumed groups (such as in carnival in Brazil), which meet on the night of November 1st, to pass though the streets and by houses of San Agustín. Accompanied by lively bands, groups of revelers spend the night full of Mezcal and irreverence. Mezcal, a distilled craft beverage typical of the region of Oaxaca and made from the agave or maguey, already accompanied rituals of prehispanic peoples and continues preserving the myth of the party of the dead.


Povoado de San Agustín Etla Pueblo de San Agustín Etla San Agustín Etla village

À direita: CaSa, Centro de Artes de Santo Agostinho.

A la derecha: CaSa, Centro de las Artes de San Agustín.

Right: CaSa, The Arts Center of St. Augustine.

84


85


Povoado de San Agustín Etla, Vista Hermosa, Oaxaca

Pueblo de San Agustín Etla, Vista Hrmosa, Oaxaca

San Agustín Etla village, Vista Hermosa, Oaxaca

86



Mercado de Tlacolula, Oaxaca

Mercado de Tlacolula, Oaxaca Tlacolula Market, Oaxaca

88



Mercado de Tlacolula, Oaxaca

Mercado de Tlacolula, Oaxaca Tlacolula Market, Oaxaca

90


91


Vales Centrais Vales Centrales Central Valleys

92



Sítio arqueológico de Yagul Zona Arqueológica de Yagul Yagul Archeological site

94


Sítio arqueológico de Monte Albán

Zona Arqueológica de Monte Albán

Monte Albán Archeological site


96


Antonia Jurit Amaya em sua casa, Oaxaca Antonia Jurit Amaya en su casa, Oaxaca Antonia Jurit Amaya in her house, Oaxaca


98



Grafites para o Dia dos Mortos nas ruas de San Agustín Grafitos para el Día de los Muertos en las calles de San Agustín Graffitis for the Day of the Dead on the streets of San Agustín

100


101


Dia dos Mortos em Oaxaca Día de los Muertos en Oaxaca Day of the Dead in Oaxaca

102



Dia dos Mortos em Oaxaca – Comparsa Día de los Muertos en Oaxaca – Comparsa Day of the Dead in Oaxaca – Comparsa

104



Lugares Lugares Places

Guanajuato


107


Lugares Após a recepção dos artistas na Cidade do México, uma divertida excursão pela região central do País, promovida pelos organizadores do Programa da Residência, permitiu a integração dos 40 participantes: esse foi o passeio para os nossos primeiros passos na cultura mexicana. Cidade do México, Querétaro, Guanajuato, San Miguel de Allende e Dolores foram os lugares escolhidos para o tour. No incrível Museu de Antropologia, na Cidade do México, encontrei a história ilustrada da formação do povo mexicano. Ao circular por essas elegantes cidades coloniais – repletas de tantas histórias e situadas na região central da Mesoamérica, no coração do México – os detalhes da arquitetura revelaram a evidente e forte influência da conquista espanhola no início do século XVI. A geometria marcante e as cores fortes das fachadas das construções me levaram a fazer inevitáveis relações com a arquitetura colonial brasileira. Além da importância econômica, com a exploração das minas de ouro e prata no início do século XIX, essa região foi, ainda, palco da Guerra da Independência do México. Mas esse território também já pertenceu aos antigos Asteca, Zapoteca, Otomi e Chichimeca. O sítio arqueológico de Teotihuacan, próximo à Cidade do México, proporcionou-me uma das visões mais incríveis da viagem. Impressionou-me pelo desenho espacial da cidade com duas gigantescas e preservadas pirâmides: Sol e Lua. “A cidade onde os homens se tornam deuses” já foi considerada o maior centro urbano pré-colombiano, deixando fortes influências em grande parte da Mesoamérica. Xochimilco, com seus românticos canais, foi declarado Patrimônio Cultural da Humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), e é outro surpreendente sítio nas cercanias da Cidade do México – apreciada pelos turistas, ainda preserva as características do lugar quando os Astecas começaram a povoar essa pantanosa região. A origem da formação da Cidade do México está ligada à epopeia de ocupação dessas terras pelos Mexica ou Asteca, no início do século XIV. Quando esses aventureiros chegaram do Norte a essa singular região, encontraram um complexo de lagos e canais com solo pantanoso, extremamente instável. Mas o deus Huitzilopochtli, convertido em uma Águia, pousou em uma pequena ilha indicando o lugar onde se ergueria uma das mais sofisticadas e emblemáticas civilizações – o centro do Império Asteca. Hoje, a arte dos muralistas Diego Rivera, Orozco, Siqueiros e, ainda, o mito Frida Kahlo, traduzem a iconografia da cultura pós-revolução, colocando o lugar como referência mundial nas Artes Visuais. A partir do centro de Zocalo (Cidade do México), a “Cidade dos Palácios” se enche de mistérios e nos chama para um passeio pela sua história, seja antiga, seja contemporânea. Após esse didático passeio de alguns dias pela história do México, viajei com o grupo de Artes Visuais para Oaxaca.

108


Lugares

Places

Después de la recepción de los artistas en la Ciudad de México, una divertida excursión por la región central del país, promovida por los organizadores del Programa de la Residencia, permitió la integración de los 40 participantes; este fue el paseo para nuestros primeros pasos en la cultura mexicana. Ciudad de México, Querétaro, Guanajuato, San Miguel de Allende y Dolores fueron los lugares seleccionados para la gira tour. En el increíble Museo de Antropología, en la Ciudad de México, encontré la historia ilustrada de la formación del pueblo mexicano.

Upon the arrival of the artists in Mexico City, a fun tour of the central region of the country, promoted by the organizers of the Residency Program, helped to integrate the 40 participants. This was the tour for our first steps in Mexican culture. Mexico City, Queretaro, Guanajuato, San Miguel de Allende and Dolores were the places chosen for the tour. In the amazing Anthropology Museum in Mexico City, I found the illustrated history of the formation of the Mexican people.

Al caminar por esas elegantes ciudades coloniales - repletas de tantas historias y situadas en la región central de la Mesoamérica, en el corazón de México – los detalles de la arquitectura revelaron la evidente y fuerte influencia de la conquista española al inicio del siglo XVI. La geometría de destaque y los colores fuertes de las fachadas de las construcciones me llevaron a hacer inevitables comparaciones con la arquitectura colonial brasileña. Además de la importancia económica, con la explotación de las minas de oro y plata al inicio del siglo XIX, esa región fue, también, palco de la Guerra de la Independencia de México. Aunque ese territorio también ya perteneció a los antiguos Aztecas, Zapotecas, Otomies y Chichimecas. La zona arqueológica de Teotihuacán, en la proximidad de la Ciudad de México, me proporcionó una de las visiones más increíbles del viaje. Me impresionó por el diseño espacial de la ciudad con dos gigantescas y preservadas pirámides: del Sol y de la Luna. “La ciudad donde los hombres se convierten en dioses” ya fue considerada como el más importante centro urbano pre-colombino, dejando fuertes influencias en gran parte de Mesoamérica. Xochimilco, con sus románticos canales, fue declarada Patrimonio Cultural de la Humanidad por la Organización de las Naciones Unidas para la Educación, la Ciencia y la Cultura (UNESCO), y es otro sorprendente sitio en las cercanías de la Ciudad de México – apreciada por los turistas, aún preserva las características del lugar de cuando los Aztecas comenzaron a poblar esa pantanosa región. El origen de la formación de la Ciudad de México está relacionado con a la epopeya de ocupación de esas tierras por los Mexicas o Aztecas, al inicio del siglo XIV. Cuando esos aventureros llegaron del Norte a esa singular región, encontraron un complejo de lagos y canales con suelo pantanoso, extremadamente inestable. Pero el dios Huitzilopochtli, convertido en un Águila, se posó en una pequeña isla indicando el lugar donde se erguiría una de las más sofisticadas y emblemáticas civilizaciones – el centro del Imperio Azteca. Actualmente, el arte de los muralistas Diego Rivera, Orozco y Siqueiros y, también, el mito Frida Kahlo, traducen la iconografía de la cultura posrevolución, colocando al lugar como referencia mundial en las Artes Visuales. A partir del centro de Zócalo (Ciudad de México), la “Ciudad de los Palacios” se llena de misterios y nos llama para un paseo por su historia, sea antigua o contemporánea. Después de ese didáctico paseo de algunos días por la historia de México, viajé con el grupo de Artes Visuales para Oaxaca.

When we visited these elegant colonial cities – full of many stories and located in the central region of Mesoamerica, the heart of Mexico – the architectural details revealed the evidence and the strong influence of the Spanish conquest in the early sixteenth century. The striking geometry and the strong colors of the facades of buildings inevitably led me to make connections with colonial Brazilian architecture. Besides its economic importance with the mining of gold and silver in the early nineteenth century, this region was also the scene of the Mexican War of Independence. But this land also belonged to the ancient Aztec, Zapotec, Otomi and Chichimeca. The archaeological site of Teotihuacan, near Mexico City, gave me one of the most incredible views of the trip. I was impressed by the spacial design of the city with two gigantic, preserved pyramids: the Sun and the Moon, “The city where men become gods” was once considered the largest pre-Columbian urban center, leaving strong influences in much of Mesoamerica. Xochimilco, with its romantic canals, was declared a World Heritage by the United Nations Educational, Scientific and Cultural Organization (UNESCO); it is another amazing site near Mexico City; it is appreciated by tourists and still preserves the characteristics of where the Aztecs began to populate this swampy region. The original formation of Mexico City is connected to the epic occupation of land by Azteca or Mexica, in the early fourteenth century. When those adventurers arrived from the North to this unique region, they found a complex of lakes and canals on extremely unstable marshy ground. But the god Huitzilopochtli, converted into an eagle, perched on a small island indicating the place where one of the most sophisticated and emblematic civilizations would rise – the center of the Aztec Empire. Today, the art of muralists Diego Rivera, Orozco and Siqueiros, and also of the legendary Frida Kahlo, reflects the iconography of post-revolution culture, making this place a world reference in Visual Arts. From the center of Zocalo (Mexico City), the “City of Palaces” is filled with mysteries and calls us for a walk through its history, whether ancient or contemporary. After this trip of a few days learning the history of Mexico, we traveled with the group of Visual Arts to Oaxaca.


QuerĂŠtaro

110



QuerĂŠtaro

112



Guanajuato

114


115


Guanajuato

116



San Miguel de Allende

118


119


San Miguel de Allende

120



Dolores

“Dolores Hidalgo, berço da independência”. O “Grito de Dolores”, em 1810, marcou o início da independência do México. “Dolores Hidalgo, cuna de la Independencia”. El “Grito de Dolores”, en 1810, marcó el inicio de la independencia de México. “Dolores Hidalgo, cradle of Independence”. The “Cry of Dolores”, in 1810, marked the start of Mexican independence.

122


123


Cidade do México Ciudad de México Mexico City

Mural “A História do México”, 1935 – Diego Rivera, Palácio Nacional. Mural “La Historia de México”, 1935 – Diego Rivera, Palacio Nacional. Mural “Mexico’s History”, 1935 – Diego Rivera, National Palace.


125


Cidade do México Ciudad de México Mexico City

126



Cidade do México Ciudad de México Mexico City

128



Teotihuacán

“Teotihuacán, lugar onde homens se tornam deuses.” “Teotihuacán, lugar donde los hombres se convierten en dioses.” “Teotihuacán, the place where men become gods.”

130


Com meus amigos Con mis amigos With my friends Guillermo Quintero, Daniel Uchoa


132


Teotihuacรกn


Glenio Lima nasceu em Babaçulândia, Tocantins, Brasil, em 1951. Vive em Brasília desde 1960. Formou-se em Licenciatura em Artes Visuais, na Faculdade Dulcina de Moraes, em Brasília, em 1984. Realizou sua primeira exposição em 1985 e, a partir dos anos 1990, desenvolveu trabalhos que têm como particularidade a pesquisa alternativa de materiais como pigmentos naturais, velhos artefatos de madeira, metal e brinquedos populares, na produção de pinturas, objetos e instalações. Participou de cerca de 200 exposições coletivas e individuais no Brasil e no exterior, incluindo diversos salões de arte contemporânea. Segue um breve panorama de participações: 1989, coletiva Brasiliensis, Embaixada do Brasil em Portugal e Casa do Brasil, Espanha; 1990, Individual, Escavações, Mezanino do Teatro Nacional Claudio Santoro, Brasília; 1992, frequenta oficina de pintura de Katie van Cherpemberg e Luiz Paulo Baravelli, UnB – Universidade de Brasília; 1994, integra o programa de exposições do Instituto Cultural Itaú, com mostra individual em Belo Horizonte e coletiva em São Paulo; 1996, coletiva Frida Kahlo, Galeria Rubem Valentim, Brasília; 2003, instalação Casa de Farinha, Centro Cultural Brasil-Espanha, Brasília; 2005, coletiva e performance no Festival de Arte de Bonito, Mato Grosso do Sul; 2006, coletiva Midwest, Galeria Potter Butts, Universidade de Wisconsin, Madison, USA; 2007, residência artística em Hajdúböszörmény, Hungria, na Colônia Internacional de Arte de Hajdú, com artistas de oito países; 2008, individual Tombo, ECCO – Espaço Cultural Contemporâneo, Brasília; 2009, coletiva Nem é Erudito Nem é Popular, Museu Nacional, Brasília; 2010, coletiva Brasília, Síntese das Artes no CCBB – Centro Cultural Banco do Brasil, Brasília; coletiva Aos Ventos que Virão, ECCO – Espaço Cultural Contemporâneo, Brasília; residência artística, México, com artistas ibero-americanos de 16 países; Terceira Mostra de Arte Ibero-americana, Museu Diego Rivera – Anahuacalli, Cidade do México; 2015, Coletiva Acercamientos, 12ª Bienal de Havana; 2016, Salão Mestre D’armas, Brasília. Prêmios: 1992, prêmio aquisição no Salão de Arte Contemporânea de Pernambuco; 1993, 1994, prêmio aquisição no Salão Paraense de Arte Contemporânea; 1994, primeiro prêmio no Salão BRB Arte de Pintura, Brasília; 2003, prêmio conjunto da obra, V Prêmio de Artes Visuais do Iate Club, Brasília. Acervos públicos: Embaixada do Brasil em Lisboa, Portugal; MAB – Museu de Arte de Brasília; Museu Nacional de Brasília; Ministério da Cultura, Brasília; Câmara dos Deputados, Brasília; Itamaraty, Ministério das Relações Exteriores, Brasília; Museu de Arte Contemporânea do Mato Grosso do Sul, Brasil.

Foto: Fernanda Pacca

Cronologia


Cronología

Chronology

Glenio Lima nació en Babaçulândia, Tocantins, Brasil, en 1951. Vive en Brasilia desde 1960. Se graduó en la Licenciatura en Artes Visuales, en la Facultad Dulcina de Moraes, en Brasilia, en 1984. Realizó su primera exposición en 1985 y, a partir de los años 90, ha desarrollado trabajos que tienen como particularidad la investigación alternativa con materiales como pigmentos naturales, viejos artefactos de madera, metal y juguetes populares, para la producción de pinturas, objetos e instalaciones. Participó en cerca de 200 exposiciones colectivas e individuales en Brasil y en el extranjero, incluyendo diversos salones de arte contemporáneo. A continuación, un breve panorama de participaciones: 1989, Colectiva Brasiliensis, Embajada de Brasil en Portugal y Casa de Brasil, España; 1990, Individual, Excavaciones, Entrepiso del Teatro Nacional Claudio Santoro, Brasilia; 1992, frecuenta taller de pintura de Katie van Cherpemberg y Luiz Paulo Baravelli, UnB - Universidad de Brasilia, Brasilia; 1994, Integra el programa de exposiciones del Instituto Cultural Itaú, con muestra individual en Belo Horizonte y colectiva en São Paulo; 1996, colectiva Frida Kahlo, Galería Rubem Valentim, Brasilia; 2003, instalación Casa de Farinha, Centro Cultural Brasil-España, Brasilia; 2005, colectiva y performance en el Festival de Arte de Bonito, Mato Groso del Sul; 2006, colectiva Midwest, Galería Potter Butts, Universidad de Wisconsin, Madison, E.U.A; 2007, residencia artística en Hajdúböszörmény, Hungría, en la Colonia Internacional de Arte de Hajdú, con artistas de ocho países; 2008, individual Tombo, ECCO – Espacio Cultural Contemporáneo, Brasilia; 2009, colectiva Nem é Erudito Nem é Popular, Museo Nacional, Brasilia; 2010, colectiva Brasilia Sínteseis de las Artes en el CCBB – Centro Cultural Banco de Brasil, Brasilia; colectiva A los Vientos que Vendrán, ECCO – Espacio Cultural Contemporáneo, Brasilia; residencia artística, México, con artistas iberoamericanos de 16 países; Tercera Muestra de Arte Iberoamericano, Museo Diego Rivera – Anahuacalli, Ciudad de México; 2015, Colectiva Acercamientos, 12ª Bienal de la Havana. 2016, Salón Mestre D’armas, Brasília. Premios: 1992, premio adquisición en el Salón de Arte Contemporáneo de Pernambuco; 1993, 1994, premio adquisición en el Salón Paraense de Arte Contemporáneo; 1994, primer premio en el Salón BRB Arte de Pintura, Brasilia; 2003, premio conjunto de la obra, V Premio de Artes Visuales del Yate Club, Brasilia. Colecciones públicas: Embajada de Brasil en Lisboa, Portugal; Museo de Arte de Brasilia – MAB; Museo Nacional de Brasília; Ministerio de Cultura, Brasília; Cámara de Diputados, Brasília; Itamaraty, Ministerio de Relaciones Exteriores, Brasília; Museo de Arte Contemporáneo de Mato Grosso do Sul, Brasil.

Glenio Lima was born in Babaçulândia, Tocantins, Brazil, in 1951. He has lived in Brasília since 1960. He graduated with a Bachelor’s degree in Visual Arts, from Dulcina College, in Brasília, in 1984. His first exhibition was in 1985, and from the 1990s, has completed works that have developed special research in alternative materials – such as natural pigments, old artifacts made of wood, metal and popular toys – in the production of paintings, objects and installations. He has participated in nearly 200 group and solo exhibitions in Brazil and abroad, including several salons of contemporary art. A brief overview of participations: 1989, Brasiliensis collective, Embassy of Brazil in Portugal and the House of Brazil, Spain; 1990, Individual, Excavations, Mezzanine National Theatre Claudio Santoro, Brasilia; 1992, attends painting workshop by Katie van Cherpemberg and Luiz Paulo Baravelli, UnB – University of Brasília, Brasília; 1994, takes part in the Itaú Cultural exhibition program with a solo exhibition in Belo Horizonte and collective in São Paulo; 1996, group show Frida Kahlo, Rubem Valentim Gallery, Brasília; 2003, installation House of flour, Cultural Center Brazil-Spain, Brasilia; 2005, group show and performance at the Festival of Art Bonito, Mato Grosso do Sul; 2006, group show Midwest, Porter Butts Gallery, University of Wisconsin, Madison, USA; 2007, art residency in Hajdúböszörmény, Hungary, in the International Colony of Artists of Hajdú Region, with artists from eight countries; 2008, individual Tombo, ECCO – Contemporary Cultural Space, Brasilia; 2009, group show Neither Scholarly nor Popular, National Museum, Brasilia; 2010, group show Brasília, Synthesis in the Arts, CCBB – Cultural Center of Banco do Brasil, Brasília; group show The Winds That will come, ECCO – Contemporary Cultural Space Brasília; art residency, Mexico, with ibero-american artists from 16 countries; Third Exhibition of ibero-american Art, Museum Diego Rivera – Anahuacalli, Mexico City; 2015,Group show Acercamientos, 12ª Havana Biennial. 2016, Salon Mestre D’armas, Brasília. Awards: 1992, award acquisition of Contemporary Art Salon of Pernambuco, Recife; 1993, 1994, award acquisition in the Salon of Contemporary Art of Pará, Recife: 1994, first prize at the Salon BRB Art of Painting, Brasília: 2003, second prize for the totality of his work,V Yacht Club Visual Arts Prize, Brasília. Public Collections: Embassy of Brazil in Lisbon, Portugal; MAB – Art Museum of Brasília; National Museum of Brasília; Ministry of Culture, Brasília; Chamber of Deputies, Brasília; Itamaraty, Ministry of External Relations, Brasília; Museum of Contemporary Art of Mato Grosso do Sul, Brazil.

135


Obrigado

Referências

Um agradecimento especial à valiosa equipe de FONCA, que deu todo apoio e suporte para tornar os nossos sonhos realidade. Obrigado a Angélica Aguillera, Roberto Lazama, Gerard e Sofia Matta, pela paciência e amizade; aos amigos artistas que compartilharam comigo, em Oaxaca, inesquecíveis momentos de alegria e aprendizado; meu carinho e gratidão à Rosita, Bené Fonteles, Carlos Ortega, Lourdes Baéz Meza, Carlos Ballester, Márcia Lima, Ana Taveira, Cristiano Torres, Osmar Diaz Garcia, Sergio Flores, Isaumir Nascimento, Guillermo Quintero, Daniel Uchoa, Guillermo Eduardo Cruz Batista, César Martinez, Mary (CaSa), Graciela Kasep Ibáñes, Angélica Carrasco, Leonardo Trujillo, Dante Castillo, Desire Sanches, Samantha Milhet, Elias Lima, Geny Bárbara, Fernanda Pacca, André Mendes e Janice Affonso. Obrigado à cachorrinha Deise, que me adotou no período em que vivi em

Oaxaca - Coleção, Rincones y Sabores, 2010. Ciudad de México – Edições Monclem. Monte Alban – Edições Monclem, 2004. Atlas Del México Prehispânico – Arqueologia Mexicana, 2000. Códice Nuttall, segunda parte – Arqueologia Mexicana, 2008. Nem é Erudito Nem é Popular, Bené Fonteles, 2010. Fotógrafa Cláudia Andujar e desenho dos indios yanomamis Karomani Waika, Mamoké Rorowé e Kreptip Wakatautheri – ilustrações que contam a história do mundo, região de Catrimani, Roraima, Brasil, 1974.

Referencias Oaxaca - Colección, Rincones y Sabores, 2010. Ciudad de México – Ediciones Monclem. Monte Alban – Ediciones Monclem, 2004. Atlas Del México Prehispánico – Arqueología Mexicana, 2000. Códice Nuttall, segunda parte – Arqueología Mexicana, 2008. Nem é Erudito Nem é Popular, Bené Fonteles, 2010. Fotógrafa Cláudia Andujar y dibujos de los indios Yanomamis: Karomani Waika, Mamoké Rorowé y Kreptip Wakatautheri ilustraciones que cuentan la historia del mundo, región de Catrimani, Roraima, Brasil, 1974.

Gracias Un agradecimiento especial al valioso equipo de FONCA, que dio todo el apoyo y la colaboración para convertir nuestros sueños en realidad. Muchas gracias para Angélica Aguillera, Roberto Lazama, Gerard y Sofía Matta, por la paciencia y amistad; a los amigos artistas que compartieron conmigo, en Oaxaca, inolvidables momentos de alegría y aprendizaje; mi cariño y gratitud a Rosita, Bené Fonteles, Carlos Ortega, Lourdes Baéz Meza, Carlos Ballester, Márcia Lima, Ana Taveira, Cristiano Torres, Osmar Díaz García, Sergio Flores, Isaumir Nascimento, Guillermo Quintero, Daniel Uchoa, Guillermo Eduardo Cruz Batista, César Martínez, Mary (CaSa), Graciela Kasep Ibáñes, Angélica Carrasco, Leonardo Trujillo, Dante Castillo, Desire Sanches, Samantha Milhet, Elias Lima, Geny Bárbara, Fernanda Pacca, André Mendes y Janice Affonso. Gracias a la perrita Deise, que me adoptó, el período que residí en Oaxaca.

References Oaxaca - collection, Rincones y Sabores, 2010. Ciudad de Mexico - Monclem Editions. Monte Alban - Monclem Editions, 2004. Atlas Del Mexico Prehispánico - Mexican Archaeology, 2000. Codex Nuttall, Part II - Mexican Archaeology, 2008. Nem é Erudito Nem é Popular, Bené Fonteles, 2010. Photographer Cláudia Andujar and drowings from the yanomami indians: Karomani Waika, Mamoké Rorowé e Kreptip Wakatautheri - illustrations that tell the history of the world, region of Catrimani, Roraima, Brazil, 1974.

Thank you A special thank you to valuable team at FONCA that gave every bit of help and support to make our dreams come true. Thanks to Angelica Aguillera, Roberto Lazama, Sofia Matta and Gerard, for their patience and friendship, to fellow artists who shared unforgettable moments of joy and learning with me in Oaxaca, my gratitude to Rosita, Bené Fonteles, Carlos Ortega, Lourdes Baéz Meza, Carlos Ballester, Márcia Lima, Ana Taveira, Cristiano Torres, Osmar Garcia Diaz, Sergio Flores, Isaumir Nascimento, Guillermo Quintero, Daniel Uchoa, Guillermo Eduardo Cruz Batista, Cesar Martinez, Mary (CaSa), Graciela Kasep Ibáñes, Angélica Carrasco, Leonardo Trujillo, Dante Castillo, Desire Sanches, Samantha Milhet, Elias Lima, Geny Bárbara, Fernanda Pacca, André Mendes and Janice Affonso. Thanks to the little dog Deise, who adopted me, in the period during which I lived in Oaxaca.

136


Créditos Créditos Credits A terceira edição do Programa de Residências Artísticas para Criadores da Iberoamérica e do Haiti no México, 2010, contou com o apoio e a cooperação das seguintes instituições: La tercera edición del Programa de Residencias Artísticas para Creadores de Iberoamérica y de Haití en México, 2010, tuvo el apoyo y la cooperación de las siguientes instituciones: The third edition of the Artist Residence Program for Creators of Ibero-American and Haiti in Mexico, 2010, had the support and coperation of the following instituitions: Consejo Nacional para la Cultura y las Artes. Fondo Nacional para la Cultura y las Artes. Centro Nacional de las Artes. Fonoteca Nacional. Agencia Española de Cooperación Internacional para el Desarrollo. Centro Cultural de España. Centro de las Artes de San Agustín. Museo Diego Rivera-Anahuacalli. Secretaría de Relaciones Exteriores.

Apresentação

Secretaria de Cultura


138


139


140


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.