Cimento Branco Elementos para a preparação de clausúlas técnicas de cadernos de encargos de obras em Betão Branco
Nota Prévia O Betão Branco Arquitectónico concilia funções de estrutura, revestimento e produto final. A sua especificação e os respectivos cuidados na sua aplicação são factores de elevada relevância na qualidade final da obra. A SECIL, única produtora portuguesa de cimento branco pretende com este documento disponibilizar aos projectistas nacionais elementos para a elaboração de cadernos de encargos para betão branco arquitectónico. Procurou-se disponibilizar um conjunto de dados tão abrangente quanto possível. Face à diversidade de soluções em cimento branco, esta informação não deixa de ser de carácter indicativo, pelo que não dispensa a definição de pormenores, obra a obra, por parte do técnico projectista.
Índice 1 MATERIAIS DO BETÃO BRANCO 1.1 LIGANTE HIDRÀULICO 1.1.1 Cimento Branco 1.2 AGREGADOS 1.2.1 Areias e Britas 1.2.2 Fíler (pó de pedra) 1.3 ÁGUA 1.4 ADJUVANTES 1.5 ARMADURAS 1.6 COFRAGENS
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2 FABRICO DE BETÃO BRANCO 2.1 ESPECIFICAÇÃO 2.2 PRODUÇÃO
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3 APLICAÇÃO DE BETÃO BRANCO 3.1 BETONAGEM E DESMOLDAGEM 3.2 PROTECÇÃO FINAL
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4 OUTROS ELEMENTOS 4.1 ESTEREOTOMIA DOS PAINÉIS DE COFRAGEM 4.2 PLANO DE BETONAGEM 4.3 RECOBRIMENTO DAS ARMADURAS 4.4 DIMENSIONAMENTO DAS ARMADURAS 4.5 DIMENSIONAMENTO DAS SECÇÕES 4.6 TOLERÂNCIAS ADMISSÍVEIS 4.7 PLANEAMENTO DA OBRA
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5 APOIO TÉCNICO SECIL
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1 Materiais do Betão Branco 1.1 LIGANTE HIDRÁULICO 1.1.1 Cimento Branco • Utilizar cimento PORTLAND branco, do tipo CEM II/A-L 52,5N (br) ou CEM II/B-L 32,5R (br) em conformidade com a norma NP EN 197-1 de 2001; Cimentos, Parte 1: Composição, especificações e critérios de conformidade para cimentos correntes. • Deve ser exigido periodicamente ao fabricante boletins de autocontrolo, com garantia de origem, onde constem as principais características químicas, físicas e mecânicas e a determinação dos parâmetros colorimétricos do cimento fornecido • A proveniência deve ser constante durante os diversos fornecimentos. • O cimento não pode apresentar-se endurecido, com grânulos ou contaminações. • O cimento fornecido em saco deve ser armazenado em zonas cobertas e ao abrigo da humidade. 1.2 AGREGADOS 1.2.1 Areias e Britas • A cor do betão depende da natureza dos inertes utilizados. A sua proveniência deve ser constante ao longo dos fornecimentos, de forma a manter a cor e a granulometria estável durante toda a obra. • Devem ser garantidos stocks suficientes para a betonagem de peças de maior dimensão, de forma a evitar descontinuidade de cor ou outro tipo de heterogeneidades na peça. • As britas podem ser provenientes de britagem de granitos, calcários ou seixos. Apesar da coloração das britas não ser determinante na cor do betão, quanto mais escuras forem, maior será a necessidade de finos para garantir uma correcta opacidade. • Todos os agregados têm que estar limpos de argilas ou de outros materiais que possam contaminar a cor do betão. • Devem ser armazenados em parques próprios para o efeito, devidamente drenados e pavimentados para minimizar o risco de contaminações. Os parques devem ser individualizados por tipo de inerte. • Os agregados devem obedecer aos demais requisitos da Norma NPEN 12620 de 2003; Agregados para betão e na Especificação LNEC E 454, relativamente às suas características, condições de fornecimento e armazenamento. 1.2.2 Fíler (pó de pedra) • O fíler, elemento preponderante na tonalidade dos betões, deve ser branco e de proveniência constante, de forma a garantir uma correcta homogeneidade e compacidade das superfícies. • Este material, que pode ter origem em calcários, granitos ou materiais siliciosos, deve apresentarse finamente moído com granulometrias inferiores a 125micron. • O fíler deve encontrar-se limpo, isento de argilas ou outras contaminações. • As suas características devem ser avaliadas pela regulamentação aplicável, nomeadamente NP EN 12620 e normas de ensaio respectivas NP EN 932.
• É fundamental a estabilidade de cor destes materiais, sob pena de não se alcançar, nos betões brancos, os índices de homogeneidade pretendidos, pelo que é fundamental o controlo das características colorimétricas deste produto. • Em sua substituição e como alternativa pode ser utilizada uma areia britada com um teor de finos elevado, fabricada a partir dos materiais referidos nos pontos anteriores, desde que sejam cumpridos os requisitos apontados em 1.2.1. 1.3 ÁGUA • A água deve ser limpa (incolor e sem cheiro), de preferência potável, e isenta de óleos ou outras impurezas que possam contaminar a cor do betão. • Deve obedecer ao estipulado na NP EN 1008 de 2003; Água de amassadura para betão: Especificações para amostragem, ensaio e avaliação da aptidão da água, incluindo água recuperada nos processos da indústria do betão pronto, para o fabrico do betão. 1.4 ADJUVANTES • Devem cumprir o estipulado na normativa aplicável, isto é NP EN 934-2 de 2003, Adjuvantes para betão, argamassas e caldas de injecção, parte 2: Definições, requisitos, conformidade, marcação e rotulagem. • As performances ao nível da manutenção das trabalhabilidades devem ser cuidadosamente verificadas, face aos tempos previstos para a aplicação, de forma a minimizar o risco de juntas de betonagem não previstas. • Devem ser incolores ou de cor clara, de modo a não provocarem contaminação de cor. 1.5 ARMADURAS • As armaduras devem ser armazenadas em áreas cobertas e elevadas do pavimento, de modo a evitar sujidades e condições favoráveis à oxidação. • O aço deve estar completamento limpo. A presença de óleos, argila, lamas, ferrugem ou outras sujidades podem contaminar a superfície do betão. • Se necessário, deve-se proceder à escovagem e limpeza a ar comprimido das armaduras e ao tratamento integral das armaduras, com uma demão de primário hidroepoxídica, se a Fiscalização/ Projectista assim o indicar. • No caso de não se proceder à pintura integral, é obrigatório pintar as armaduras de espera, de forma a evitar escorrências para as peças betonadas anteriormente. • O posicionamento e o recobrimento das armaduras deve ser assegurado convenientemente por espaçadores poliméricos ou, preferencialmente, de betão branco com forma apropriada. • Os arames ou cordões de atar são em aço inox ou aço galvanizado. As suas extremidades devem ficar voltadas para o interior da peça. • O tempo decorrido entre a colocação das armaduras e a betonagem das peças deve ser minimizado tanto quanto possível, de forma a evitar oxidação do aço e consequentemente a contaminação das cofragens. 1.6 COFRAGENS • É importante a escolha de um sistema de cofragem flexível, em contraplacado marítimo de boa qualidade, cuja película fenólica não seja atacada, nem solubilizada pelo meio alcalino, promovido pelo contacto com o betão fresco. • A cofragem deve apresentar uma boa rigidez, compatível com as cargas decorrentes da betonagem, devendo, para tal, o dimensionamento do sistema ser cuidadosamente verificado em função das tolerâncias e deformações máximas admissíveis para as peças a betonar. • São aconselháveis sistemas com tratamento dos topos. • Caso a opção seja a cofragem metálica, a estrutura pode ser de aço normal, mas o seu revestimento deve ser a chapa de aço inox. • O interior dos moldes deve estar impecavelmente limpo, isento de poeiras, resíduos de óleos descofrantes de anteriores utilizações e películas protectoras solúveis dos próprios painéis.
• O descofrante a utilizar deve ser solúvel em água, branco ou incolor, de origem parafínica. A sua aplicação é feita à pistola, de modo a garantir uma fina película uniforme e quase imperceptível. • De forma a evitar quaisquer escorrências, deformações ou perdas de leitada, as juntas de betonagem devem ser cuidadosamente vedadas a fim de garantir a completa estanquecidade do molde. Para tal, devem utilizar-se mastiques e fitas de borracha macia na selagem de painéis topo a topo e silicones aplicados exteriormente entre juntas de painéis. • Não são permitidas fixações através de varões que fiquem incorporados na massa de betão, devendo-se utilizar dispositivos que permitam retirar os tirantes, sem danificar os positivos. • Está interdita a utilização de qualquer acessório ou elemento de fixação metálico, nomeadamente, rebites e pregos que fiquem em contacto com o betão à vista. • O tempo decorrido entre a montagem da cofragem e a aplicação do betão deve ser o mais curto possível, de modo a que as águas da chuva e/ou poeiras não contaminem o betão. Em caso de peças de grande dimensão, e quando esse intervalo de tempo for superior ao desejável, deve-se prever-se coberturas provisórias ou filmes plásticos para protecção das cofragens inicialmente montadas. • É exigido o cumprimento integral do plano de estereotomia e do plano de betonagem. Na ausência destes elementos deve ser acordado com os projectistas as dimensões dos painéis e a localização de todas as juntas de cofragem e betonagem. • As tolerâncias admissíveis ao nível da implantação dos moldes, salvo referencia contrária, são: - 20 mm, em valor absoluto, medidos em relação à piquetagem final; - 5 mm, em valor relativo, medidos entre dois pontos quaisquer da cofragem das diferentes partes do mesmo apoio; - 10 mm, em valor relativo, medidos entre dois pontos quaisquer das cofragens de apoios diferentes. • Os moldes devem estar nivelados em todos os pontos com uma tolerância de 5 mm e as espessuras entre paredes contíguas do molde não deverão apresentar afastamentos superiores a 3 mm.
2 Fabrico de Betão Branco 2.1 ESPECIFICAÇÃO • O betão branco arquitectónico deve apresentar uma classe de resistência mínima C 30/37 • O diâmetro máximo do agregado depende da espessura da peça a betonar e da consistência requerida. Normalmente para peças de maior esbelteza recomendamos que a brita possuía uma máxima dimensão de 150mm. • A consistência a aplicar em peças de espessura habitual (superiores a 30cm) é de: - Elementos com desenvolvimento vertical (paredes, pilares), classe S4 (18±2cm) - Elementos com desenvolvimento horizontal (lajes e vigas), classe S3 (13±2cm) • Em peças de grande esbelteza (espessuras inferiores a 30cm) deve ser aplicado: - Betão autocompactável de espalhamento 70±5cm • Devido a exigências de acabamento, opacidade, compacidade e durabilidade de aparência, estes betões, devem possuir uma dosagem de cimento mínima, da ordem dos 370 kg/m3. • A relação água/cimento deve ser inferior a 0,42 por razões de durabilidade física e durabilidade de aparência. • Acresce aos pontos anteriores, no caso dos betões autocompactáveis, que o teor de finos (materiais inferiores a 125 micron) deve ser superior a 500kg/m3, normalmente por recurso a fileres ou areias britadas cujo teor de finos seja compatível com a curva granulometrica do betão. 2.2 PRODUÇÃO • De forma a evitar possíveis contaminações de cor, o betão branco deve, preferencialmente, ser fabricado em central exclusiva para o efeito. • A central de betão deve ser por Via Húmida, de forma a garantir uma correcta mistura dos componentes. • O controlo das quantidades de materiais por amassadura deve ser, obrigatoriamente, por pesagem rigorosa com registo dos dados. • A mistura deve ser suficientemente prolongada de forma a permitir a entrada atempada de todos os materiais e correcta homogeneização. • Todo o equipamento de transporte e aplicação do betão deve encontrar-se bem limpo para evitar contaminações de cor.
3 Aplicação de Betão Branco 3.1 BETONAGEM E DESMOLDAGEM • Aconselha-se a execução de protótipos em obra, com as condições e materiais a utilizar, por forma a preparar as equipas de execução, e até se alcançar a qualidade imposta pelo Projectista e/ou pela Fiscalização. • As betonagens devem ocorrer apenas em condições climatéricas adequadas, isto é sem chuva, com temperaturas ambiente entre os 10º e os 30ºC. Na impossibilidade de reunir estas condições e para não prejudicar o bom andamento dos trabalhos, podem-se realizar betonagens mediante a adopção de medidas construtivas específicas a aprovar. • Os moldes devem ser protegidos da chuva, não podendo na altura da betonagem possuir quaisquer vestígios de água acumulados. • O estado de limpeza dos moldes e a adequada selagem das juntas devem ser verificados antes da betonagem. • A consistência do betão deve ser cuidadosamente controlada à chegada à obra, não podendo ser admitidos veículos cujo betão não cumpra o especificado no ponto 2.1. • As unidades de vibração (vibradores de agulha) devem ser posicionadas normalmente com um afastamento de 2 a 3 m, função do tipo e esbelteza da peça a betonar • Deve-se evitar a queda do betão de grandes alturas (máx. aconselhável: 1,5m). As descargas não podem estar afastadas mais de 4 m, sendo o betão introduzido no molde ao nível da camada a aplicar, com auxílio de mangas de descarga ou tubo tremi, para evitar a segregação e um deficiente efeito de parede, por fixação de resíduos de betão seco junto às paredes do painel de cofragem. • A aplicação do betão deve ter uma cadência contínua, devendo o período decorrido entre aplicação de camadas, de espessura inferior a 50 cm (de forma a evitar, o mais possível, o aparecimento de bolhas de ar na "pele" do betão), ser controlado, em função da reologia do betão, de modo a evitar a formação de juntas de betonagem não previstas. • A vibração deve ser feita por camadas, com os vibradores continuamente posicionados no interior do betão, ascendendo gradualmente com a subida de nível, mantendo as agulhas dos vibradores 10 a 15 cm na camada subjacente, de modo a homogeneizar toda a massa por camadas sucessivas. O tempo de vibração deve ser o suficiente para permitir a saída das grandes bolhas de ar, devendo-se desligar os vibradores (mantendo-os embebidos no betão), assim que o aspecto superficial do betão se apresente vidrado, sem segregação e sem exsudação. • Os vibradores devem penetrar alguns centímetros nas camadas imediatamente adjacentes de forma a garantir a correcta homogeneização das mesmas. O recurso a marcadores de posição nas mangueiras destas máquinas facilitam consideravelmente a operação. • Não se deve revibrar as camadas colocadas muito anteriormente, nem deixar os vibradores entrarem em contacto com a parede dos painéis de cofragem e as armaduras, evitando assim o revibrar do betão que já iniciou o processo de presa, o que poderia danificar a sua superfície e conferir-lhe um aspecto final degradado. • No caso do betão auto-compactável devem ser considerados cuidados acrescidos com a descarga do betão no molde, sendo neste caso obrigatória a manga de descarga. O betão deve fluir naturalmente e o seu nível elevar-se a velocidade ritmada, mas lenta de forma a permitir a correcta libertação do ar junto aos paramentos. • Ainda nestes betões é fundamental que não haja sobreposição de camadas, mas antes uma ascensão gradual e contínua do nível da betonagem. O número de unidades de bombagem deve ser criteriosamente dimensionado de forma a garantir um nível do betão constante ao longo da peça. • No caso dos betões auto-compactáveis deve-se prever a correcta logística de fornecimento do betão, evitando-se interrupções ou paragens, sob pena de formação de juntas de betonagem horizontais. Estes betões, ao fim de alguns minutos de estabilizados, iniciam o processo de compactação por gravidade, sendo este processo irreversível. Assim, um novo betão colocado após uma paragem assentará sobre uma camada já compactada, não havendo lugar a homogeneização entre camadas.
• As juntas de betonagem serão definidas no plano de betonagem ou pela Fiscalização. • Os limites de deformação dos moldes devem ser controlados topograficamente, especialmente no caso de grandes peças, de modo a que ao longo das mesmas, durante a betonagem e ao fim de algumas horas após a aplicação, se proceda a apertos e ajustes das "tijes" e eventuais reforços nos escoramentos. • Após o início de presa ( 2 horas após a betonagem), o betão é obrigatoriamente protegido contra as perdas de água por evaporação e contra as temperaturas extremas. Para tal deve-se regar-se o betão com água limpa, por aspersão, a fim de minimizar a fissuração dos elementos betonados. Os produtos de cura utilizados habitualmente mancham o betão branco. • O tempo de descofragem deve ser controlado, em função da maturidade do betão aplicado: Não deve existir nem descofragem antecipada, nem prolongada; No primeiro caso, para evitar problemas de fissuração por retracção ou quebra de arestas e cantos. No segundo caso, para evitar manchas devido à alteração do fenol na presença de condensações. • Após a desmoldagem, as superfícies de betão à vista devem ser protegidas contra danos mecânicos, escorrências e outras contaminações resultantes do decorrer da obra. Para tal, é aconselhável o recurso a filmes plásticos, geodrenos ou outros materiais. 3.2
PROTECÇÃO FINAL • No final da obra, as superfícies de betão à vista devem ser lavadas a jacto de água de pressão controlada, de modo a remover poeiras depositadas, eventuais manchas e para preparar as superfícies para a aplicação de um protector de superfície. • Deve ser aplicado uniformemente e por pulverização um hidrófugo de superfície incolor e imperceptível à base de silanos e/ou siloxanos de forma a conferir uma protecção adicional ao betão. • Em peças de maior acessibilidade ao público, deve ser usado um produto, normalmente de base acrílica, incolor, com propriedades "anti-grafitti" garantidas e comprovadas.
4 Outros elementos 4.1 ESTEREOTOMIA DOS PAINÉIS DE COFRAGEM • É altamente recomendada a execução de um esquema com a definição precisa da estereotomia dos painéis de cofragem, onde, para além do tipo de cofragem, sistema e dimensões dos painéis, seja referida, com precisão, a sua distribuição espacial e localização das juntas entre painéis. • De modo a evitar-se danos e mau acabamento de cantos e juntas, deve o projectista definir e pormenorizar o tratamento a adoptar em cantos (quina viva ou chanfro de 0.5 cm, que muito facilita a aplicação). Também o tratamento das juntas deve ser objecto de um esquema de pormenor, com base na utilização de um “bite” de dimensões apropriadas e respectiva selagem. 4.2 PLANO DE BETONAGEM • As juntas de betonagem devem ser estudadas e referidas num plano de betonagem/estereotomia específico. Sempre que possível, deverão ser coincidentes com juntas entre painéis. • O tratamento das juntas deve ser objecto de um esquema de pormenor, com base na utilização de um “bite” de dimensões apropriadas e respectiva selagem. As juntas podem ser assumidas ou ficar imperceptíveis, função da opção de projecto. Em qualquer das situações o recurso ao bite é um garante do alinhamento da respectiva junta e afigura-se essencial especificar. 4.3 RECOBRIMENTO DAS ARMADURAS • Por necessidade de conferir protecção adicional ao betão arquitectónico branco, contra os efeitos da corrosão, por carbonatação do betão ou por deficiente posicionamento das armaduras, aconselha-se que a espessura do recobrimento sofra um incremento de, pelo menos, 1 cm, relativamente aos valores habituais, não sendo inferior a 3.5 cm. No caso de obras sujeitas a envolvente marítima, o reforço é de 1.5 cm. 4.4 DIMENSIONAMENTO DAS ARMADURAS • As armaduras devem absorver os esforços globais da estrutura e garantir o controlo da fissuração, de modo a conduzirem a uma abertura de fenda mínima. Para tal o recurso a armaduras de pele ou a malhas de distribuição é usual, em prol de armaduras de grandes diâmetros com maiores afastamentos. • Elementos com grande desenvolvimento em planta podem exigir, além da análise térmica regulamentar, o dimensionamento para tensões oriundas da retracção dos betões. A fissuração proveniente das variações térmicas diferenciais deve ser igualmente objecto de estudo, especialmente em peças com espessuras elevadas e/ou com gradientes térmicos exteriores importantes. Medidas construtivas como a protecção térmica das peças descofradas devem ser referidas em situações deste tipo. • A retracção do betão é função de uma série de factores, como a dosagem e o tipo de cimento, a quantidade de água de amassadura, a humidade relativa ambiente, etc.. Porém a título indicativo, em média, os betões utilizados em obras anteriores, que cumpriram os requisitos referidos, apresentaram valores que variaram entre 0.03 a 0.04 %. Bastará um aumento da dosagem de água em cerca de 20% (de 0.42 para 0.5) para aqueles valores duplicarem. 4.5 DIMENSIONAMENTO DAS SECÇÕES • Deve-se ter em conta a necessidade de proporcionar boas condições de aplicação do betão. Assim, a espessura das peças mais esbeltas, sobretudo com desenvolvimento vertical (paredes e pilares), deve ser superior a 30 cm, de modo a permitir a introdução de vibradores e tubos de descarga (tremi), a fim de evitar a queda do betão e sua possível segregação. • Caso, por razões de projecto, tal não seja possível, deve-se especificar betão de consistência autocompactável, com vista a minimizar aqueles efeitos.
4.6 TOLERÂNCIAS ADMISSÍVEIS • As tolerâncias admissíveis para as deformações dos paramentos, devem ser definidas ao nível do projecto, ou no projecto de execução da cofragem. Sugere-se como valores de deformações máximas admissíveis (constantes no ponto 3.2 deste documento), a partir dos quais se tornam bastante perceptíveis a "olho "nu", os seguintes valores para implantação ao nível dos moldes: - 20 mm, em valor absoluto, medidos em relação à piquetagem final; - 5 mm, em valor ralativo, medidos entre dois pontos quaisquer da cofragem das diferentes partes do mesmo apoio; - 10 mm, em valor relativo, medidos entre dois pontos quaisquer das cofragens de apoios diferentes. • Os moldes devem estar nivelados em todos os pontos com uma tolerância de 5 mm e as espessuras entre paredes contíguas do molde não devem apresentar afastamentos superiores a 3 mm. 4.7 PLANEAMENTO DA OBRA • O betão arquitectónico branco deve ser aplicado preferencialmente numa fase posterior a betonagens de betão corrente, de modo a obviar contaminações e danos na sua superfície. No caso de betonagens mistas deve-se, ao nível de plano de betonagem, prever um faseamento, constando da primeira fase os betões correntes, preparando-se as armaduras em espera e o sistema de cofragem para uma última fase de betão branco á vista . • Uma vez que a execução de protótipos se afigura essencial ao treino das equipas em obra, muito facilita se o projecto contemplar, desde logo, a realização dos mesmos. • Para este efeito, os protótipos podem não ser obrigatoriamente peças específicas ao treino, mas antes peças reais da obra, que normalmente seriam efectuadas em betão corrente e que vêm a ser eleitas para este fim, face ao seu dimensionamento, localização ou posição no planeamento da obra.
5 Apoio Técnico Secil O objectivo primordial de todos os sectores da empresa é conseguir sempre melhores formas de prestar, aos Projectistas, Arquitectos, Construtores e Clientes, um serviço eficiente que corresponda às suas necessidades. É com esse objectivo que os Serviços Comerciais e de Apoio Técnico da Secil incentivam ao diálogo permanente entre Técnicos e Clientes, testando o desempenho dos produtos, promovendo a sua correcta aplicação e, sempre que necessário, introduzindo melhorias específicas de acordo com contextos especiais da obra. Em complemento, com vista a optimizar a aplicação que é feita dos seus produtos, a Secil mantém em funcionamento um Laboratório de Betões onde, procede ao diagnóstico de problemas com a sua produção e aplicação, à concretização de formulações inovadoras dirigidas a necessidades especiais e à concepção de produtos novos feitos a partir dos vários tipos de cimento que produz. Factor decisivo na qualidade final da obra, a especificação do Betão Branco Arquitectónico e os respectivos cuidados na sua aplicação, deverão ser cuidadosamente definidos desde o início, dispensando a definição de pormenores na fase de execução. Para tal, a Secil disponibiliza os documentos de informação necessários e apoio técnico individualizado para cada projecto, que se prolongará até ao estudo de composição do betão, posterior aplicação em obra e, se for o caso, à análise de patologias.
A Secil presta apoio personalizado, obra a obra, que se prolonga desde o estudo de composição do betão até à posterior aplicação em obra e, caso necessário, ao estudo do betão aplicado e à análise de patologias.
Contactos SECIL - Companhia Geral de Cal e Cimento, S. A. Direcção Comercial Av. das Forças Armadas, 125 - 6º 1600 - 079 LISBOA Tel: 217 927 100 . Fax: 217 936 199
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Cimento Branco Fábrica Cibra Pataias Apartado 46 . 2449-909 PATAIAS Tel: 244 587 700 . Fax: 244 589 652
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