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Em evento conservador, Trump expõe racha do Partido Republicano para eleição de 2024
Diante de uma plateia de centenas de lugares - metade vazia-, o filho de Donald Trump anunciou:
Dado os muxoxos de incredulidade, Donald Trump Jr. explicou: “É sério, quem achar vai ter um passe VIP para um encontro com seu presidente Donald Trump amanhã”.
A plateia se agitou - e parte dos presentes chegou a se levantar pra examinar as ileiras vazias do CPAC - Conservative Political Action Conference-, um dos principais eventos políticos conservadores do país que, em 2023, se tornou o símbolo de um racha entre os Republicanos sobre quem será seu candidato à presidência em 2024.
Um desavisado que chegasse ao auditório do Gaylord National Resort em Maryland, onde o evento aconteceu, entre 2 e 4 de março, poderia imaginar que Trump seria novamente o candidato republicano, por aclamação.
Por todos os lados, pessoas circulavam com bonés e adesivos de “Make América Great Again” (torne a América grande novamente, em tradução livre) ou simplesmente MAGA, como o movimento trumpista é conhecido.
Nos corredores, entusiastas de Trump - como o empresário Mike Lindell, conhecido como “My Pillow Guy”, o ideólogo da direita populista Steve Bannon ou os deputados Marjorie Taylor Greene e Matt Gaetz eram tietados.
As lojas do evento - com suas extravagantes bolsas de strass em formato de pistola - vendiam camisetas e bandeiras com o rosto do ex-presidente.
“Eu não sabia que isso era um comício. Mas realmente é um comício”, empolgou-se Trump em dado ponto de um discurso de cerca de duas horas, que fechou a conferência e destoou inteiramente dos 20 minutos protocolares respeitados por todos os demais palestrantes até então.
Em sua peroração, no papel de dono da festa, Trump mesclou autoelogios, promessas para um futuro governo (como acabar com a guerra na Ucrânia “em um dia” e construir mais 300 quilômetros de muros na fronteira com Méxicos) e ataques tão duros aos opositores republicanos quanto aos democratas e à China.
Mas a atmosfera de já ganhou de Trump não conseguia esconder uma tensão latente: ao contrário de 2020, quando não teve desa iantes, o ex-presidente deve enfrentar uma disputa aberta pelo posto de presidenciável republicano quatro anos mais tarde.
O domínio do evento por Trump não resulta apenas de apenas de seus predicados políticos, mas de uma decisão de estrelas jovens do partido de esvaziar o evento conservador que já foi tido como a principal arena política da direita do país.
Neste ano, o CPAC teve ainda o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) entre seus palestrantes.
Seus apoiadores presentes comemoravam que ele teria sido menos aplaudido apenas que o ideólogo da direita populista Steve Bannon e o próprio Trump.
À plateia, ele a irmou que sente que sua missão na Presidência ainda não terminou.
Considerado o republicano mais vitorioso nas eleições de meio de mandato de 2022, quando foi reeleito com folga enquanto Trump viu muito dos candidatos que pessoalmente endossou naufragarem nas urnas, o governador da Flórida Ron DeSantis decidiu não aparecer.
Embora não seja ainda o icial-
Ao final do evento, 60% dos presentes disseram querer ver Trump como presidenciável em 2024 e 20% votaram por DeSantis mente um pré-candidato, DeSantis é considerado o principal desa iante de Trump.
O ex-vice-presidente de Trump, Mike Pence, declinou do convite. O presidente da Câmara, o deputado republicano Kevin McCarthy e o líder da minoria republicana no Senado, Mitch McConnell, também não apareceram.
Os governadores do Texas, Greg Abbott e o da Virgínia, Glenn Youngkin, iguras proeminente na direita, não deram o ar da graça, assim como nenhum dos demais governadores republicanos do país.
Estavam lá, no entanto, o militante anônimo com terno de muro de fronteira, a artista desconhecida que, descalça, pintava o rosto de Jesus em uma tela no corredor do evento, o grupo ruidoso de idosas com adesivos de MAGA e cachorri- nhos de raça em carrinhos de bebê. Como notou David Siders, correspondente nacional do site Político, nos últimos anos, “o CPAC passou de uma conferência política séria e obrigatória para algo mais parecido com um carnaval MAGA”.
A ideia de carnaval certamente traduz a atmosfera extremamente colorida e barulhenta e as fantasias de militantes trumpistas - mas não dá conta da disputa em curso, que promete ser escarnecida.
Uma das poucas pré-candidatas à presidência dos Republicanos a comparecer ao evento este ano, Nikki Halley, ex-governadora da Carolina do Sul, disse em sua palestra: “Perdemos o voto popular em sete das últimas oito eleições presidenciais”.
Sua fala relembrou os militan- tes republicanos de que a eleição de Trump em 2016 se deu via colégio eleitoral (com menos votos do que a democrata Hillary Clinton recebeu) e admitiu tacitamente que Trump perdeu em 2020, o que ele próprio e muitos na plateia ainda se recusam a reconhecer.
Como resposta, Halley não foi aplaudida por parte da audiência.
Em coletiva de imprensa no CPAC, a deputada Taylor Greene, conhecida por ter sido uma seguidora de teorias conspiratórias Q-Anon e por sua idelidade a Trump, disse que a opinião de Halley “não importa muito agora”.
Questionada pela BBC News Brasil sobre por que DeSantis não estava no evento, ela ironizou: “Não sei, ele não me ligou pra explicar”. Mariana Sanches/ BBC News Brasil em Washington
Silicon Valley Bank se torna maior banco americano a quebrar desde crise de 2008
Com US$ 209 bilhões em ativos e US$ 175,4 bilhões em depósitos, o Silicon Valley Bank (SVB) se tornou o maior banco americano a quebrar desde a crise inanceira de 2008 ao ser fechado por reguladores americanos nesta sexta-feira (10).
A Federal Deposit Insurance Corporation (FDIC) assumiu o controle da empresa controlada pela SVB Financial Group, como forma de proteger os clientes. A agência, no entanto, não anunciou um comprador para os ativos do credor, o que costuma ocorrer quando há uma liquidação ordenada de bancos.
O rápido colapso do SVB começou na última quarta-feira, quando a companhia anunciou uma perda de quase US$ 2 bilhões ao tentar levantar capital para lidar com a fuga de depósitos. O banco se notabilizou pelo foco em start-ups do Vale do Silício, que enfrentam di iculdades relativas ao encarecimento do crédito, diante do avanço dos juros.
O último banco sob supervisão da FDIC a quebrar foi o Almena State Bank, em outubro de 2020. Não está claro quantos clientes detinham depósitos acima dos US$ 250 mil cobertos pelo seguro da agência.
Estados Unidos, Janet Yellen, disse que monitora a crise do Silicon Valley Bank, bem como os desdobramentos em vários outros bancos. “Há desdobramentos recentes que preocupam alguns bancos que estou monitorando com muito cuidado e quando os bancos sofrem perdas inanceiras, é e deve ser motivo de preocupação”, disse Yellen em uma audiência no Congresso dos EUA.
Em entrevista à Bloomberg TV, Summers explicou que o banco com sede na Califórnia foi duramente afetado pelas di iculdades no setor de venture capital e na liquidez de startups norte-americanas. “Isso é menos relevante que o fato de termos visto grandes oscilações nas ações até mesmo dos grandes bancos do país”, disse.
Avalia O
espera uma situação de contágio para outras empresas. “Não vejo como, se for tratado de forma razoável, e tenho todos os motivos para pensar que será, isso será uma fonte de risco sistêmico”, destacou Summers, que atuou nos governos dos ex-presidentes Barack Obama e Bill Clinton.
RISCO
Para O Sistema
FINANCEIRO?
A secretária do Tesouro dos
Já o ex-secretário do Tesouro dos Estados Unidos Larry Summers vê poucos riscos de que a crise do SVB se dissemine por todo o sistema bancário norte-americano, desde que todos os depósitos sejam totalmente devolvidos aos clientes.
Summers avaliou que houve exagero na reação do mercado, mas reconheceu que bancos com ativos com vencimento de longo prazo são prejudicados pela escalada dos juros.
Ainda assim, o economista não
US$ 2 BILHÕES foi a perda anunciada pela companhia