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Retirada de sigilo do processo que envolve ameaça a Moro foi pedido do delegado, diz Justiça Federal
A Justiça Federal do Paraná a irmou, em nota, que a retirada do sigilo do processo sobre a operação da Polícia Federal (PF) contra integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC) foi um pedido do delegado que conduz as investigações, protocolado nos autos às 14h da quinta-feira (23).
O processo diz respeito a operação da PF desta quarta-feira (22), que prendeu nove pessoas suspeitas de fazerem parte de um plano para realizar ataques contra servidores públicos e autoridades, dentre eles o ex-juiz e atual senador Sergio Moro (União Brasil-PR).
“Contudo, por cautela, a juíza federal designada para atuar no caso, entendeu melhor manter o nível de sigilo 1, por segurança dos investigados e vítimas, autorizando a divulgação apenas das representações policiais e das decisões que autorizaram as prisões e as buscas, bem como o termo de audiência de custódia”, diz a nota da Justiça Federal.
A juíza responsável pela decisão que suspendeu o sigilo do processo é Gabriela Hardt. Ela assumiu o inquéri- to do caso ao substituir a juíza Sandra Regina Soares, que saiu de férias, na titularidade da 9ª Vara Federal de Curitiba. Hardt passou a ocupar o posto na terça-feira (21), e seguirá responsável pelos processos da magistrada titular até 31 de março.
JUÍZA SUBSTITUTA
O ministro da Secretaria de Comunicação Social, Paulo Pimenta, criticou a decisão da juíza em suas redes sociais na manhã desta sexta-feira (24).
“Gabriela Hardt acaba expondo as investigações e, consequentemente, atrapalhando-as, já que as apurações seguem em curso e tratam de um tema sensível, que é o das organizações criminosas. Seu objetivo foi ajudar a PF?”, disse em publicação. Na quinta-feira (23), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) havia levantado dúvidas sobre a operação ser “mais uma armação” de Moro.
Em sua fala, Lula citou a juíza ao dizer: “Até iquei sabendo que a juíza não estava nem em atividade quando deu o parecer para ele. Isso a gente vai es- perar, eu não vou icar atacando ninguém sem ter provas. Eu acho que é mais uma armação. Se for, ele vai icar mais desmascarado ainda e eu não sei o que ele vai fazer da vida se continuar mentindo do jeito que está.”
Hardt foi a juíza que substituiu Sergio Moro em 2018, quando este pediu exoneração da 13ª Vara Federal de Curitiba para assumir o Ministério da Justiça no governo de Jair Bolsonaro (PL). Foi ela quem assumiu o comando da Operação Lava Jato na época.
Ela também foi responsável pela sentença de 2019 que condenou Lula em processo referente a um sítio de Atibaia. A decisão repercutiu por ter trechos idênticos à sentença dada por Moro no caso do triplex do Guarujá envolvendo Lula em 2017. Alguns apontaram que a magistrada teria “copiado e colado” partes do texto do ex-juiz.
As sentenças contra Lula foram anuladas posteriormente pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
*Publicado por Fernanda Pinotti