2 minute read
Pré-candidatura de Ron DeSantis: iasco à vista?
Nessa quarta-feira (25), Ron DeSantis, atual governador da Flórida, anunciou que é pré-candidato à Presidência dos Estados Unidos nas eleições de 2024. O anúncio foi feito por meio de uma transmissão ao vivo no Twitter, contando com a participação, inclusive, de Elon Musk, dono da rede social. Uma escolha pouco ortodoxa alvo de uma chuva de críticas, principalmente pelo iasco que foi.
Durante a transmissão, vieram à tona uma série de falhas técnicas, como microfones com ecos, longos períodos de silêncio e falhas que fechavam os aplicativos de celular, que deram um tom extremamente amador ao lançamento. Segundo responsáveis pelo evento, os erros ocorreram em decorrência da quantidade de pessoas presentes: a primeira tentativa, que durou 20 minutos, contou com mais de 600 mil ouvintes, mas DeSantis não conseguiu nem mesmo falar. A segunda, bem menor, teve por volta de 100 mil pessoas.
O governador, membro do Partido Republicano, está sendo impulsionado pelo imperialismo como uma alternativa a Trump. Finalmente, o ex-presidente, a todo momento perseguido pelo regime vigente, é uma força antissistema no sentido de que não representa os interesses da ala principal do imperialismo. Isso, em conjunto com a ausência de uma verdadeira esquerda no país, fez com que Trump se tornasse um importante líder da extrema-direita, capaz de mobilizar uma quantidade signi icativa de pessoas em prol de sua política.
O imperialismo precisa, portanto, neutralizá-lo, e é aí que entra Ron DeSantis. Seu caráter arti icial pode ser aferido, inclusive, pelo próprio iasco do evento de lançamento de sua candidatura. Esse tipo de trapalhada é típico de uma campanha arti icial, de algo montado pelo regime com um objetivo político especí ico. Tamanha foi a fraude que até mesmo Trump caçoou de DeSantis, publicando uma série de críticas ao agora pré-candidato em sua rede social Truth.
Apesar de todos os esforços do imperialismo, a manobra para alavancar DeSantis não está sendo bem sucedida. Pesquisas recentes colocam Trump em franca vantagem sobre o governador da Flórida: o ex-presidente tem 53,9% das intenções de voto dentro do GOP (Grand Old Party), enquanto que DeSantis possui apenas 26% segundo sondagem da CNN divulgada também na quarta-feira.
No im, tudo indica que será inviável tirar Trump das eleições do ano que vem. O ex-presidente possui um amplo apoio político que se traduz, inclusive, nas ruas. Basta observarmos a invasão do Capitólio e a reação dos setores trumpistas à tentativa recente de prender Trump – tentativa que, diga-se de passagem, também falhou.
Sabotar Trump
Para sabotar a candidatura de Trump, a alternativa para o regime imperialista seria fazê-lo “no tapetão”, ou seja, apelando para uma manobra muito mais escancarada de intervenção no processo eleitoral. Isso, todavia, traria o risco de uma enorme crise no seio do principal país imperialista de todo o mundo. Algo gravíssimo para o sistema imperialista principalmente quando levamos em consideração que a crise pela qual passa o regime atualmente é inédita e profunda.
Por im, a situação política nos Estados Unidos é importantíssima ao Brasil, pois revela uma série de conclusões completamente relacionadas pelo que passa o País neste momento. Fica claro, por exemplo, que não adianta chamar nem a polícia, nem os juízes para atacar a extrema-direita. Esta sairá ainda mais fortalecida, como foi com Trump que, agora, tem a total capacidade de retornar ao posto de presidente.