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O que pode ter acontecido com Titan, “submarino” desaparecido em viagem ao Titanic?
Embarcação com turistas desapareceu no domingo (18)
Desde o começo desta semana, uma das notícias que mais balançou o mundo consistiu no desaparecimento do “submarino” Titan, com cinco pessoas a bordo. A embarcação partiu no último domingo (18) em uma expedição rumo aos destroços do Titanic. Na manhã desta quinta-feira (22), era o prazo estipulado para o término do oxigênio no local.
No entanto, ao longo do dia desta quinta, a Guarda Costeira dos Estados Unidos detectou destroços do veículo submersível. Além disso, a OceanGate – fabricante do veículo – con irmou a morte de todos os indivíduos. O Detetive TC separou as principais informações para tentar entender o que pode ter acontecido com o Titan.
Submarino Vs Submers Vel
A inal, o Titan era um submarino ou um submersível. Por mais que tratem a embarcação como um “submarino”, pelo senso comum de ser um veículo que opera de maneira submersa, há algumas diferenças na classi icação.
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Os submarinos são veículos maiores, focados especialmente em operações militares. Muitos deles possuem mais de 100 metros em seu tamanho e possuem capacidade de armazenar armamentos de grande porte.
Eles também se destacam pelo funcionamento autônomo, com possibilidade de se reabastecer de ar e de energia, o que permite passar meses no fundo do mar. Sem contar a sua velocidade maior, devido aos propulsores mais potentes.
Por sua vez, os submersíveis – onde o Titan se encaixa – são embarcações de menor porte, voltadas a pesquisa cientí ica e ex- ploração, com inalidade civil. Esse tipo de veículo não funciona “sozinho”. Ele depende de uma outra estrutura para seu abastecimento, além de não suportar muitos dias com o oxigênio acumulado na parte interna.
O QUE LEVA A UMA IMPLOSÃO?
Ao encontrar os destroços que faziam parte do Titan, a Guarda Costeira con irmou a implosão da embarcação. Esse consiste em um processo quando há o colapso direcionado ao centro de um objeto ou uma estrutura – ou seja, o contrário de uma explosão, que gera uma força para a parte de fora do centro.
A implosão de um veículo submerso ocorre quando a pressão externa supera a de dentro. E por que isso teria ocorrido no Titan? Este veículo era feito de ibra de carbono e titânio. Ambos os materiais não possuíam estudos mais aprofundados sobre o comportamento em diferentes tipos de pressão.
O submersível já havia realizado uma vez com sucesso a viagem. A ida para tamanha profundidade – cerca de 3,8 mil metros – pode ter gerado danos prévios que aceleraram a tragédia.
Comportamentos
DOS MATERIAIS
De acordo com o engenheiro naval Thiago Pontin, em entrevista ao G1, ambos os materiais produzem diferentes efeitos no momento de uma implosão a uma pressão no fundo do mar.
No caso da ibra de carbono, a consequência do colapso seria partir em vários pedaços. Algo similar a um vidro estilhaçado. Por sua vez, as partes feitas de titânio teriam o comportamento padrão de metal nessas condições. Isto é, as peças seriam retorcidas.
Uma imagem digital chegou a reproduzir em vídeo como seria a implosão de um “submarino”, a qual ocorreria em cerca de milésimos de segundo – ou seja, a tendência é que a morte dos passageiros tenha acontecido de maneira instantânea.
QUAIS AS MEDIDAS DE SEGURANÇA PARA UM SUBMERSÍVEL?
O fundador e CEO da OceanGate, Stockton Rush, foi uma das pessoas a bordo que morreram com a possível implosão do Titan. Ele já deu declaração polêmica no inal do ano passado, ao a irmar em um podcast de um jornalista da emissora americana CBS que “a segurança é apenas puro desperdício”.
Há algumas iniciativas que se deve tomar para garantir a proteção de um veículo submersível. Uma delas é a certi icação de segurança, a qual a OceanGate dispensou de possuir. Em uma entrevista à CNN na quarta-feira (21), o presidente da Marine Technology Society, Will Kohnen, a irmou que o Titan era o único dos 10 submersíveis que podem chegar a 4 mil metros de profundidade sem o certi icado.
Kohnen também havia mandado uma carta a Rush em nome do grupo, em 2018, para descrever as preocupações a respeito da falta do que é considerado o “padrão ouro” para segurança nesta área. Ainda assim, o executivo se recusou.
Revisões de segurança constantes são outra iniciativa que poderia ter evitado a tragédia ocorrida. Isso porque, na detecção de algum dano existente de viagens anteriores, o alerta teria sido dado, para impedir uma nova ida ao fundo do mar.
De acordo com a OceanGate, o Titan utilizava um “sistema próprio de monitoramento da saúde do casco em tempo real (RTM)”. O recurso teria a função de avaliar a pressão na embarcação e a integridade da estrutura.