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EUA/CLIMA: Oceano atinge temperatura de banheira de hidromassagem na Flórida e bate recorde

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Jair Bolsonaro,

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Uma bóia que mede a temperatura da água dentro do Parque Nacional de Everglades, nas águas de Manatee Bay, atingiu uma máxima de 38,44°C no final da tarde de segunda-feira

Atemperatura da super ície do oceano na região de Florida Keys, nos Estados Unidos, e nos seus arredores subiu para níveis típicos de banheiras de hidromassagem nesta semana, em meio a alertas recentes de monitores climáticos globais sobre o impacto perigoso do aquecimento das águas nos ecossistemas e de eventos climáticos extremos.

Uma bóia que mede a temperatura da água dentro do Parque Nacional de Everglades, nas águas de Manatee Bay, atingiu uma máxima de 38,44°C no inal da tarde de segunda-feira (24), mostraram dados do governo dos Estados Unidos, enquanto outras bóias próximas superaram 38°C e 32°C.

As temperaturas normais da água para a área nesta época do ano deveriam estar entre 23°C e 31°C, de acordo com a Agência Nacional Oceânica e Atmosférica dos EUA (Noaa, na sigla em inglês), que publicou as descobertas do Centro Nacional de Informações de Bóias.

As leituras se somam aos alertas anteriores sobre o aquecimento das águas da Flórida, no sudeste dos Estados Unidos, já que o calor prolongado continua “cozinhando” outras partes do país.

A crescente frequência e intensidade do clima extremo -tanto em terra quanto nos oceanos- é sintomática do processo global de mudanças cli- máticas causado pelo homem que está alimentando esses extremos, dizem especialistas da área. As atuais ondas de calor devem persistir até agosto.

No início deste mês, a OMM (Organização Meteorológica Mundial) das Nações Unidas disse que as temperaturas globais do mar têm atingido recordes mensais desde maio, também impulsionadas em parte pelo fenômeno El Niño. A OMM e a Noaa a irmam que temperaturas como as do sul da Flórida podem ser mortais para a vida marinha e ameaçar os ecossistemas oceânicos.

Isso também pode afetar o abastecimento de alimentos humanos e os meios de subsistência para aqueles cujo trabalho é

A crescente frequência e intensidade do clima extremo -tanto em terra quanto nos oceanos- é sintomática do processo global de mudanças climáticas causado pelo homem que está alimentando esses extremos

Recorde No Mediterr Neo

ligado à água.

Temperaturas anormais também têm sido registradas nas águas do mar Mediterrâneo. As medições bateram o recorde nesta segunda-feira, informou à agência AFP, nesta terça (25), o principal instituto espanhol de pesquisas marítimas.

O recorde coincide com uma excepcional onda de calor que atinge a região.

“Foi alcançado um novo recorde de temperatura média diária da super ície do mar no Mediterrâneo para o período 1982-2023, com 28,71°C”, alertaram os pesquisadores do ICM (Instituto de Ciências do Mar), com sede em Barcelona.

Os dados ainda precisam ser con irmados pelo Copernicus, mas “estamos convencidos de que a mediana não será muito tendenciosa e que a indicação da temperatura até a primeira casa decimal é globalmente correta”, disseram os pesquisadores Justino Martinez e Emilio García.

Os cientistas preferem usar um valor mediano e não médio (28,40°C na segunda-feira) porque é menos “afetado por valores atípicos”, ou seja, por registos de temperaturas extremas em pontos isolados do Mediterrâneo.

Entre a ilha da Sicília e a cidade de Nápoles, na Itália, por exemplo, foram registradas áreas com mais de 30°C (4°C acima do normal).

O Painel Intergovernamen- tal das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês) classi ica a região do Mediterrâneo como um “ponto quente” para as mudanças climáticas.

“Desde a década de 1980, os ecossistemas marinhos mediterrâneos sofreram alterações drásticas, com um declínio da biodiversidade e a chegada de espécies invasoras”, diz o IPCC.

No caso de as temperaturas ultrapassarem 1,5°C em comparação com a era pré-industrial, mais de 20% de todos os peixes e invertebrados no Mediterrâneo oriental poderiam desaparecer localmente antes de 2060. A renda da pesca pode, por sua vez, diminuir em 30% até 2050, alertam especialistas da ONU.

Se a temperatura das águas mediterrâneas tende a aumentar, “não há prova clara, estatisticamente falando, de um aumento da frequência de ondas de calor marinhas na bacia mediterrânea no período de 1982-2023”, esclarecem os pesquisadores do ICM.

“Acredita-se que a origem das ondas de calor marinhas seja principalmente -mas não apenas- atmosférica”, dizem. “Essa questão está em debate, mas, se for esse o caso, apenas uma redução nas ondas de calor atmosféricas levará a uma redução nas ondas de calor marinhas”, acrescentam.

Tatiane Martinelli

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