Agenda GNRation Jan / Fev / Mar 2015

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gnration

www.gnration.pt


norberto lobo

weyes blood/ tó trips phon­­am­bient braga panda bear 17 jan · música

17 jan – 28 fev · exposição

28 fev · música

12 mar · música

sonic boom wide/side

24 jan · música /residência artística por joão martinho

moura

primeiros bits

música e matemática 11 fev · workshop

12 mar ­– 8 mai · instalação

“segunda mão”

mão morta por compor para imagens stephan mathieu que mexem gnration@ Mosteiro de Tibães 25 fev · workshop

trabalho da casa: gonçalo

21 fev · música/residência artística

27 mar · música/residência artística


O GNRation inicia 2015 com motivação redobrada para continuar a apresentar um programa cultural rico e de perfil vincado. Neste trimestre apresentaremos concertos, instalações, residências artísticas e projetos de cariz educativo. Por cá passarão Norberto Lobo, a apresentar o mais recente Fornalha; Weyes Blood, nova coqueluche da canção norte­ ‑americana, a dividir a noite com o brilhante Tó Trips, metade dos Dead Combo; Panda Bear, a incluir Braga no exclusivo roteiro de apresentações europeias do novo Panda Bear meets the grimm reaper; e Sonic Boom, alter­‑ego de Pete Kember, fundador dos saudosos Spacemen 3 e produtor de alguns dos mais interessantes discos pop dos últimos anos (Panda Bear e MGMT à cabeça), que gravará o seu novo disco em residência no GNRation; Fevereiro marcará o início do ciclo Trabalho da Casa no qual, periodicamente, artistas locais serão convidados a criar conteúdos únicos que originarão simultaneamente uma atuação e uma gravação. O primeiro escolhido é Gonçalo, cara que conhecemos dos Long Way to Alaska. Em Março outro projeto muito especial terá lugar. Para assinalar os 30 anos de carreira dos bracarenses Mão Morta convidamos o compositor alemão Stephan Mathieu a criar uma obra nova a partir do legado discográfico da banda. Segunda Mão será apresentado em concerto no contexto do ciclo gnration@, desta vez no belíssimo Mosteiro de Tibães. As instalações terão também lugar na nossa programação. Entre Janeiro e Fevereiro apresentaremos Phonambient, que terá como tema central a identidade sonora de Braga, trabalhada sob formato sonoro e audiovisual por um grupo de participantes locais. Em Março, João Martinho Moura apresentará WIDE/ SIDE, nova peça a estrear em território nacional, que o reafirma como nome fundamental da arte digital em Portugal. O programa educativo verá também a estreia do ciclo Primeiros Bits, em parceria com a Digitópia/Casa da Música. As razões para nos acompanharem são muitas. Contamos com a vossa presença. Luís Fernandes Diretor de Programação


17 jan — MÚSICA — BLACKBOX sábado 22:30 5€ M/12

norberto lobo O percurso de Norberto Lobo é singular, sinuoso e estreito. Este guitarrista ousou reinventar uma relação com a guitarra, num país pouco dado a monólogos, por mais expressivos que possam ser os textos. E o texto oferecido por Norberto Lobo ao mundo é vivo, rico, pleno de metáforas e cheio de recantos onde se escondem outros sentidos para melodias, harmonias, ritmos e contrapontos. Em disco, pode­‑se recuar a 2007 e a um hoje mítico Mudar de Bina lançado na Bor Land e onde, sem medos, tanto no título como numa abordagem directa, Norberto “atacou” de imediato a memória de Carlos Paredes, fazendo­‑a sua e assumindo­‑a como ponto de partida para a invenção de uma linguagem própria. Pata Lenta (2009), Fala Mansa (2011), Mel Azul (2012) e Mogul de Jade (trabalho de 2013 creditado igualmente a João Lobo) – todos lançados com carimbo Mbari – firmaram os contornos do universo de Norberto Lobo, tornando as listas de balanço do ano habitat natural de todos os seus registos. Porque não é possível ter outra relação com estes discos que não seja a de os colocar no topo. Porque Norberto desafia­‑se permanentemente, tratando a guitarra como uma extensão do seu pensamento, como a fonte de toda a sua linguagem, como um corpo vivo que é sempre possível abordar de outro ângulo. E na música que vai libertando (sim, porque ela soa

como se estivesse presa e ansiasse sempre por se soltar para dentro dos nossos ouvidos), Norberto vai contando histórias ou pintando paisagens, umas mais impressionistas, outras mais abstractas, mas todas carregadas de uma luz própria. E isso sente­‑se tanto nos discos como nos palcos, outro habitat natural de um artista que parece sempre viver no momento, em directo, livre e transparente. No final de 2014, duas novas propostas: Fornalha (edição Three:four Records, selo franco­‑suíço que já lançou igualmente trabalhos de gente como Aaron Moore ou Filipe Felizardo) e Oba Loba (edição Shhpuma). Se no primeiro encontramos Norberto Lobo em modo solitário mas expansivo, abordando a guitarra com arco ou rodeando­‑a de alguma electrónica, no segundo volta a dividir os créditos de capa com João Lobo, mas convoca igualmente uma série de outros músicos que se tornam personagens numa história diferente, com mais recursos, mas onde a personalidade de Norberto Lobo continua a assumir­‑se como central. E explora­‑se um lado mais cósmico do jazz, sente­‑se Brasil e aborda­‑se a pop, numa ambiciosa viagem em que Norberto demonstra coragem, desafio e transcendência. É singular, de facto, o seu percurso. E sinuoso, mas recompensador. Estreito, mas suficiente para que toda a sua música passe para o lado de cá.


24 jan — MÚSICA / RESIDÊNCIA ARTÍSTICA — BLACKBOX sábado 22:30 7€ M/12

sonic boom Peter Kember, ou Sonic Boom, prepara­‑se para uma residência artística em Braga. A ideia é recolher­‑se no GNRation ao longo de uma semana e trabalhar em material para um novo disco. O espetáculo que vai assinar na Blackbox poderá inclusive já servir de apresentação para algum desse material novo. O que é uma perspectiva entusiasmante já que se estará perante um dos mais interessantes exploradores sónicos das últimas décadas. Sonic Boom é, de facto, um nome artístico apropriado para quem nunca temeu implodir o som e o sentido em busca de novos mundos musicais. Olhando para o percurso artístico de Sonic Boom é impossível não pensar nos Spacemen 3, momento zero de uma atitude exploratória que ainda hoje serve de cartilha detalhada para quem pretende construir um discurso musical psicadélico. A discografia construída pelos Spacemen 3 é ainda hoje, quase três décadas volvidas sobre o seu momento inaugural – Sound of Confusion (1986) – alvo de justificado culto, tal a profusão de ideias aí contidas. Depois da separação pouco amigável do núcleo central deste grupo, Jason Pierce estabeleceu os Spiritualized como uma proposta mais linear da visão dos Spacemen 3 e Sonic Boom, que também gravou como Spectrum e E.A.R. (Experimental Audio Research), prosseguiu caminho erguendo

um discurso mais experimental, mas igualmente triunfante de um ponto de vista artístico. A discografia construída por Sonic Boom desde o arranque dos anos 90 é impressionante. Se se contabilizarem apenas os álbuns que gravou como Sonic Boom, Spectrum e E.A.R. facilmente se chega perto das duas dezenas de títulos, número que é dramaticamente expandido se a essas criações originais se juntarem eps, edições especiais, álbuns ao vivo, etc. E depois há o trabalho com outros artistas: nesta discografia própria, Peter Kember nunca temeu diálogos e projectos colaborativos tendo gravado com gente como Jim Dickinson, com os míticos Silver Apples ou com Kevin Shields dos My Bloody Valentine. Esse universo de ligações expande­‑se quase até ao infinito se tomarmos como ponto de partida um importante lado da carreira de Sonic Boom: o de produtor. Esse papel tem sido requisitado por diversos músicos de renome, o mais notável dos quais, provavelmente, e para citar apenas o exemplo mais recente, Panda Bear, com quem trabalhou em Tomboy e no novíssimo Panda Bear Meets The Grim Reaper. Tudo isso são marcas reveladoras de uma personalidade inquisitiva, curiosa, sempre aberta a situações novas, com sede de exploração. Agora vai­‑se perceber o efeito de Braga nessa equação criativa.


17 jan – 28 fev — EXPOSIÇÃO — coordenador local e direção artística Rui Dias coordenação geral e direção artística Gustavo Costa obras por Bruno Rocha Gil Teixeira Henrique Fernandes Lisete Dias Liza Barley Miguel Carneiro Miguel Meira Óscar Santos Pedro Portela Tiago Morgado e Vânia Leite produção e comunicação Sonoscopia/GNRation — Galeria GNRation segunda – sexta 14:00 às 19:00 sábados 14:30 – 18:30 entrada livre M/6

phonambient braga

A exposição Phonambient Braga apresentará o trabalho realizado por um grupo de participantes da cidade sob formato de instalação sonora e audiovisual tendo como tema central a identidade sonora de Braga. A abertura da exposição contará com uma apresentação do projeto pela associação Sonoscopia. Phonambient é um projeto de documentação e transformação artística do património sonoro contemporâneo. Pretende registar e disponibilizar numa base de dados digital (www.phonambient.com) os sons que caracterizem uma determinada cidade ou região, incluindo paisagens sonoras, sons localizados, excertos musicais, fonética e fonologia. O arquivo criado fica disponível gratuitamente para consulta e utilização em contextos criativos e científicos, tais como composições electroacústicas,

sonoplastia ou reflexões teóricas, que serão também divulgadas na base de dados digital. O Phonambient surge como uma expansão do projeto Porto Sonoro (www.portosonoro.pt), tentando alargar a base de documentação atual (confinada essencialmente ao centro histórico do Porto) para várias cidades: Braga, Guarda, Tondela, Fundão, Castelo Branco e Abu Dhabi. Em cada cidade foi lançado o convite à participação de habitantes locais, que podem contribuir com recolhas sonoras para o arquivo ou com qualquer tipo de trabalho de criação artística que tenha como tema central a identidade sonora da cidade e região.


11 fev + 25 fev — WORKSHOP — Música e Matemática 11 fevereiro Compor para Imagens que Mexem 25 fevereiro — destinatários Escolas do 1º, 2º e 3º Ciclo do Ensino Básico inscrições ­ info@gnration.pt parceiro Digitópia / Serviço Educativo da Fundação Casa da Música

primeiros bits O ciclo Primeiros Bits pretende expor crianças e jovens da cidade de Braga às novas tecnologias aplicadas à arte. Durante cada sessão serão abordadas diferentes temáticas, com o objetivo de estimular o seu público­‑alvo para atividades artísticas de cariz lúdico. O ciclo decorrerá entre fevereiro e dezembro de 2015 no GNRation fruto de uma parceria com a Digitópia, plataforma de música digital sediada na Casa da Música, no Porto, que incentiva a audição, a performance e a criação musical. Baseando­‑se em ferramentas digitais, embora não exclusivamente, enfatiza a criação musical colaborativa, o design de software, a educação musical e a inclusão social, promovendo a emergência de comunidades multiculturais de performers, compositores, curiosos e amantes de música.

Sessões: Música e Matemática · 11 fevereiro Os polígonos são as figuras geométricas que inspiram a composição musical original. Alicerçado numa forte componente gráfica que evidencia a relação umbilical entre Música e Matemática, estas ferramentas tecnológicas convidam o utilizador a criar polígonos, regulares e irregulares, na tela digital. O que parece algo complicado para quem não domina a linguagem geométrica (ou musical) revela­‑se, afinal, um processo extremamente simples. Compor para Imagens que Mexem · 25 fevereiro O desafio passa por dar sentido sonoro, que não apenas musical, a trechos de vídeo. Recorrendo a possibilidades tecnológicas, os participantes são confrontados com o universo das imagens e dos sons, entrando no mundo da composição através da arte e sonorizar pequenos vídeos.


21 fev — MÚSICA/RESIDÊNCIA ARTÍSTICA — BLACKBOX sábado 22:30 5€ M/12

trabalho da casa: gonçalo O primeiro a entregar o Trabalho da Casa será Gonçalo, mas a ideia é que outros se sigam: o GNRation assume­‑se assim como palco privilegiado para artistas locais, desafiados para criarem obras específicas, resultantes de residências pensadas como momentos de criação únicos que se traduzam em concerto, mas também em novas gravações. Gonçalo, músico dos Long Way To Alaska, é o primeiro de uma lista que se deseja em permanente crescimento. Enquanto parte de um grupo, Gonçalo tem traçado com os Long Way To Alaska um caminho muito próprio que teve consequências discográficas concretas com o álbum Eastriver (2010, carimbo Lovers & Lollypops) e com o EP Life Aquatic (2013, edição PAD). O ep Quim, lançado já em 2014, é outra coisa. Gonçalo em modo solitário, debruçado sobre a sua guitarra eléctrica, como quem encara uma folha em branco e nelas espalha traços ou palavras, formando desenhos ou poemas ou textos ou ideias ou outra coisa qualquer num registo mais íntimo. Esse trabalho resultou do acumular de ideias musicais que não se encaixavam num formato de grupo, mas que cresceram até ganharem vida própria. O plano, agora, é expandir essas primeiras pistas.

Deste Trabalho da Casa resultará o primeiro álbum de Gonçalo, um disco em que certamente voltará a pegar no discurso poético e emocional que fez de temas como “Crianças”, “Soldadinho de Chumbo” ou “Tuga” verdadeiros hinos a uma memória difusa. De infância, pois claro, mas certamente também de coisas que apenas se sonharam ou pressentiram, episódios fugazes, memórias felizes. Em palco, para apresentar este seu álbum de estreia, Gonçalo contará com amigos, cúmplices e companheiros de uma aventura rica e espantosa, porque genuína e carregada de invenção: Jorge Queijo (membro dos Torto, Os Príncipes e Evols) e Sérgio Silva ajudarão Gonçalo a dar espessura “live” às ideias trabalhadas em estúdio e resultantes da residência proporcionada pelo GNRation. Numa entrevista a Simão Freitas (strobe.pt) em Fevereiro do ano passado, Gonçalo não escondia a vontade de aprofundar as pistas inauguradas em Quim: “Tenho vontade de fazer coisas novas. Não se pode parar”, dizia. Essa vontade, um ano depois, transforma­‑se em trabalho realizado, em obra feita, em fôlego maior. Trabalho da Casa. Da Casa. Do Gonçalo.


28 fev — MÚSICA — BLACKBOX sábado 22:30 7€ M/12

weyes blood/ tó trips Natalie e Tó. Dois nomes, dois percursos, dois instrumentos diferenciados, duas nacionalidades, dois espectáculos. Mas um só palco. Weyes Blood, com The Innocents na bagagem, primeiro, Tó Trips em busca do futuro, logo depois. Natalie e Tó. Dois nomes, dois percursos, dois instrumentos diferenciados, duas nacionalidades, dois espetáculos. Mas um só palco. Weyes Blood, com The Innocents na bagagem, primeiro, Tó Trips em busca do futuro, logo depois. É o próprio Tó Trips que avança o plano para o ano que agora se estende à nossa frente. Explica ele que ao longo de 2014 planeia dividir o seu tempo entre os seus cada vez mais planetários e desejados Dead Combo e apresentações ao vivo a solo no nosso país, mostrando os novos temas que tem composto e terão lugar num próximo disco, bem como outras peças em guitarra acústica e eléctrica que tem trabalhado para encomendas de espetáculos de dança e teatro. Parece um óptimo plano. E uma óptima notícia saber que Guitarra 66, álbum que lançou com a Mbari no já distante ano de 2009, vai finalmente ter um sucessor. E compreende­‑se que Tó seja alvo de tantas solicitações: a sua música ­‑ intuitiva, natural, desaprendida e desprendida ­‑ tem uma honestidade emocional tão funda que é impossível quem a ouve

não se sentir irremediavelmente atraído para o seu âmago. Será, por isso mesmo, um momento especial. Antes de Tó Trips, ao palco da Blackbox do GNRation subirá Natalie Mering que, enquanto Weyes Blood, editou na recta final de 2014 pela prestigiada Mexican Summer o fantástico álbum The Innocents, segundo trabalho a sério e sucessor de The Outside Room que mereceu carimbo da Not Not Fun de Los Angeles. Como pontos cardeais da sua carreira pode ainda apontar­‑se o seu trabalho com Jackie­‑O Motherfucker ou a sua participação em Mature Themes de Ariel Pink. Natalie é totalmente americana, a sua música vive da paisagem que os seus olhos vão resgatando das viagens que a levam da costa aos desertos. A sua música e imaginário vivem também da grande literatura, de Steinbeck ou Flannery O’Connor, das palavras fundas com que descreveram a realidade de um país complexo e mágico e selvagem e tudo. Por isso a música que cria é também ela diversa, entre uma ideia de folk mais cândida e outra de rock mais abrasiva, entre madrigais e drones, entre a pureza acústica e a dureza elétrica. A Pitchfork descreveu­‑a como uma artista “fascinante e confiantemente subversiva”. Faz todo o sentido tê­‑la então ao lado de Tó Trips, outro viajante que nunca temeu a paisagem.


12 mar — MÚSICA — BLACKBOX sábado 22:00 12 € M/12

panda bear Coloquem­‑se as coisas em perspetiva: Panda Bear trabalhou em Random Access Memories por isso é como se, de repente, houvesse apenas um grau de separação entre o público que aceder à Blackbox do GNRation e os Daft Punk. Mas, pronto, Panda Bear é muito maior que “Doin’ It Right”. Prova? Panda Bear Meets The Grim Reaper, fantástico novo álbum que o homem dos Animal Collective se prepara para apresentar ao vivo em Braga, numa das raras datas que reservou para a Europa. Oportunidade imperdível, portanto. Com ou sem Daft Punk na biografia pessoal. Intercalado com Person Pitch (2007) e Tomboy (2011), títulos anteriores da sua discografia pessoal, Panda Bear viu serem editados os dois mais recentes trabalhos dos Animal Collective, Merriweather Post Pavilion (2009) e Centipede Hz (2012). Em entrevistas, este lisboeta e benfiquista honorário já confessou que Meets the Grim Reaper será sucedido por novo trabalho dos Animal Collective e talvez por isso se entenda a curta duração da série de apresentações ao vivo com que pretende promover o seu novo trabalho. Há aqui um sentido de urgência, não apenas em relação ao futuro imediato do colectivo de Baltimore, mas também em relação à sua própria vida. Noah “Panda Bear” Lennox voltou a trabalhar com Sonic Boom em Meets The Grim Reaper e fala publicamente num tom cinzento para as novas canções, resultantes de uma visão de

vida assombrada por um futuro cada vez mais negro. A urgência justifica­‑se, de facto. Com data de Janeiro de 2015, Panda Bear Meets The Grim Reaper foi precedido pela edição de Mr Noah, um ep com quatro temas que apontam para um futuro mais vincadamente rítmico, com samples de baterias a revelarem a influência decisiva do hip hop e de nomes como J Dilla na arquitetura sonora de Noah Lennox. Há um outro facto curioso: ligando o título do ep – que remete para o nome próprio de Panda Bear – e o curto vídeo de apresentação do novo álbum – com a morte, ou o Grim Reaper, a destruir um panda de peluche – será que se pode depreender daí a despedida do alter­‑ego artístico de Noah Lennox? Virá daí também a urgência? O concerto de Panda Bear no GNRation não responderá, provavelmente, a nenhuma destas perguntas, mas permitirá, certamente, presenciar em direto uma das mais intrigantes personagens da pop contemporânea, alguém cuja música inaugurou posturas e atitudes face à criação, que criou escola e descendência. E não é todos os dias que se pode encarar uma pessoa assim. E se calhar até vê­‑la a deixar cair a máscara. Algo que os Daft Punk nunca farão…


12 mar – 8 mai — INSTALAÇÃO — Galeria GNRation segunda – sexta 14:00 às 19:00 sábados 14:30 – 18:30 entrada livre M/6

wide/ side por joão martinho moura Na sequência de trabalhos, anteriormente apresentados pelo autor, que interligaram o corpo, a interatividade e a arte digital: YMYI (2007), Nuve (2010), Super Collider Shape (2011), B/Side (2012), Câmara Neuronal (2012), João Martinho Moura apresentará, em 2015, um novo trabalho, na forma de instalação interativa: Wide/Side (2015), que representará o corpo performativo, conectado, através de sensores, a sistemas visuais/artificiais, que promovem a exploração imersiva, com recurso a feixes rápidos de luz meticulosamente sincronizados com atmosferas sonoras.

Wide/Side terá a sua estreia na Cidade do México, em Fevereiro de 2015, e será apresentado pela primeira vez em Portugal no GNRation, em março de 2015.


Com o Ciclo gnration@, o GNRation pretende dinamizar atividades culturais em locais emblemáticos da cidade de Braga. Através de uma programação cultural forte, procura-se potenciar o património da cidade, impulsionando o Turismo e a atividade económica da região. Em 2014 o ciclo levou Lee Ranaldo, fundador dos Sonic Youth, ao Salão Medieval da Reitoria da Universidade do Minho e os Batida, Marfox e Nigga Fox à Avenida Central, no âmbito da Noite Branca 2014. Em 2015 o ciclo prossegue e continuará a assumir-se como um ponto alto da programação cultural da cidade. Em março o alemão Stephan Mathieu apresentará “Segunda Mão”, trabalho construído a partir da obra dos Mão Morta, no belíssimo Mosteiro de S. Martinho de Tibães, antiga Casa-Mãe da Congregação Benedita Portuguesa, fundada entre os finais do século X e inícios do século XI. No final do século XI, transformou-se, com o apoio real e a concessão de Cartas de Couto, num dos mais ricos e poderosos mosteiros do norte de Portugal. Será na nobre Sala do Capítulo que Stephan Mathieu apresentará publicamente o trabalho desenvolvido durante a sua residência artística. Construída em 1700, a sala mantém ainda o bonito teto de caixotões de madeira pintada. À época, o Capítulo era tido como o local de grandes decisões, acrescendo pela sua simbologia um contexto único a esta etapa do ciclo e a esta obra encomendada pelo GNRation.


27 mar — MÚSICA/RESIDÊNCIA ARTÍSTICA — gnration@ Mosteiro de Tibães sexta­‑feira 22:30 7€ M/12

“segunda mão” mão morta por stephan mathieu Os Mão Morta inventaram o seu próprio espaço no panorama da música portuguesa e são aquilo a que, justamente, se chama uma instituição. 30 anos de carreira dão­‑lhes esse alcance e uma discografia recheada de momentos de ruptura, partindo do rock e da eletricidade para um estudo sobre a natureza humana, adoptando perspectivas filosóficas e políticas pouco exploradas no lado mais eléctrico da nossa música popular, mesmo o mais abrasivo, confere­‑lhes uma nobre singularidade. Estes artistas bracarenses souberam também encher esse dilatado espaço temporal com dezena e meia de obras originais, cortantes, densas e intensas, que entre o estúdio e o registo de palco lhes garantiram um lastro sério e monolítico. É esse acervo que Stephan Mathieu encara como ponto de partida para uma revisão que resultará de uma residência artística no GNRation e terá consequência direta num espetáculo a realizar no incrível Mosteiro de Tibães. O percurso artístico de Stephan Mathieu traduz uma procura contínua através da mais desafiante electrónica. Este músico alemão colaborou com um verdadeiro quem é quem do universo mais experimental da música,

de Akira Rabelais a Robert Hampson dos Main, de Sylvain Chaveau a David Sylvian. Mathieu, entretanto, tem feito da abordagem a obras de outros compositores, ponto de partida para exercícios de pura exploração electrónica. Fez isso com gigantes da modernidade erudita como Alvin Lucier, Phil Niblock ou Charlemagne Palestine, mas também com exploradores das margens mais remotas da pop como Holger Czukay ou David Sylvian, dupla de quem reinterpretou o clássico Plight And Premonition. Wandermude foi outro momento de interação com a obra de Sylvian, artista com que de resto tem colaborado frequentemente. É com essa bagagem que Stephan Mathieu chega a Braga: uma bagagem de experimentação, de derrube de fronteiras entre linguagens, de construção de um novo discurso electrónico a partir de fontes digitais e analógicas. Desta vez, no entanto, é a obra eléctrica e negra dos Mão Morta que é alvo do mergulho de Mathieu e de uma reinterpretação que naturalmente se espera original, oferecendo uma diferente perspectiva para música que há três décadas nos assombra a imaginação.


Ficha Técnica GNRation conselho de administração Sameiro Araújo Luís Silva Pereira Tiago Gomes Sequeira diretora executiva Raquel Nair diretor de programação Luís Fernandes comunicação Ilídio Marques produção Francisco Quintas Sara Borges departamento técnico João Coutada Hugo Carvalho técnica administrativa Maria João Silva programa da juventude Carlos Santos financeiro André Dantas design gráfico www.studiodobra.com créditos fotograficos Norberto Lobo Vera Marmelo Sonic Boom Steven Perilloux Phonambient Micaela Amaral/Teresa Ribeiro Gonçalo Raposa Collective Weyes Blood Shawn Brackbill Tó Trips Alice Lua Panda Bear Fernanda Pereira Mosteiro de Tibães Ilídio Marques/GNRation Stephan Mathieu Michael Barland textos música Rui Miguel Abreu media partner

apoio

parceiro

bilheteira os bilhetes para os espetáculos podem ser adquiridos no balcão do gnration ou na bilheteira on-line. bilheteira on-line a bilheteira on-line possibilita ao espetador a aquisição simples, rápida e cómoda de ingressos para quaisquer dos espetáculos em agenda. www.gnration.bilheteiraonline.pt reservas as reservas devem ser efetuadas através do contacto telefónico ou e-mail e serão válidas por um período de 48 horas após o seu pedido e até 24 horas antes do espetáculo. horário geral segunda – sexta 09:30 – 18:30 horário em dias de espetáculo em dias de espetáculo, o gnration abre 60 minutos antes do início do espetáculo newsletter se desejar receber a programação cultural e novidades do gnration por correio eletrónico envie-nos uma mensagem com nome e respetivo endereço para info@gnration.pt ou subscreva a nossa newsletter em www.gnration.pt. em consideração não é permitido qualquer registo, vídeo ou áudio, sem autorização prévia. não é permitido o uso do telemóvel ou outros aparelhos sonoros durante o evento. o ingresso deve ser conservado até ao final do evento. não se efetuam trocas ou devoluções. confira o seu ingresso no ato de compra. não é permitido o acesso à sala após o início do evento, exceto se autorizado pelo responsável da frente de casa alterações à programação a programação apresentada nesta agenda poderá estar sujeita a alterações.

descontos Maiores de 65 anos Cartão Municipal de famílias numerosas Pessoas com deficiência e acompanhante Cartão Jovem e Estudantes Crianças até 12 anos Grupos com dez ou mais pessoas (com reserva e levantamento antecipado, 48h antes do espetáculo) condições de aplicação O desconto aplicado é de 20%. Os descontos serão efetuados no ato da venda dos bilhetes tornando­‑se obrigatória a apresentação de documentos de identidade aquando da admissão aos espetáculos. Os descontos apenas são aplicáveis a espetáculos promovidos pelo GNRation e com preço superior a 5€ (por favor informe­‑se junto da bilheteira) info@gnration.pt press@gnration.pt www.facebook.com/gnration.pt www.gnration.pt GNRation Praça Conde de Agrolongo, 123 4700-312 Braga, Portugal T 253 142 200




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