Agenda GNRation Abr / Mai / Jun 2015

Page 1

gnration

www.gnration.pt


wide/side

peixe/nova por joão martinho moura orquestra futurista primeiros bits do porto capta’sons 12 mar –­ 9 mai · instalação

15 abr · workshop

15 mai · música

sensible soccers + “ressonâncias laetitia morais apresentam “paulo” da cidade” orquestra digitópia 13 mai · workshop

por aki onda

17+18 abr · música/residência artística

“acoustics, architecture and energy on sound art pratices” por aki onda

29 mai · música/residência artística

fora e dentro

por faculdade de belas artes da universidade do porto

16 abr · workshop

29 mai – 4 jul · exposição

shabazz palaces

outros cantos

24 abr · música

colleen 9 mai · música

13 jun · música/residência artística

matmos 27 jun · música

“poetics and practicalities of electronic sound/music” por matmos 28 jun · workshop


Perder o relógio

O segundo trimestre de 2015 assinala a estreia da rubrica “Perspetivas” na agenda impressa do GNRation. Nesta coluna, figuras da cultura nacional são convidadas a dar a sua perspetiva sobre a nossa programação. O primeiro convidado é Paulo Brandão, Diretor Artístico do Theatro Circo e figura incontornável da cultura Bracarense.

Pode parecer estranho, mas perder o relógio pode ser uma felicidade. Eu explico. Ter em Braga e ao serviço de todos um espaço como o GNRation é como acelerar o tempo, estar por momentos já no Futuro. Submergir na emergência de escutar algo novo; associar ideias em catadupa em comunhão com diferentes gerações de públicos e de criadores; ocupar com o nosso escafandro a leveza da arquitetura do espaço; dar corda aos sapatos para melhor agitar o corpo. Sem relógio, mas já lá dentro, os ponteiros que indicam a verdade das coisas são tão genuínos e inteligentes que só apetece ficar para sempre. A primeira vez que pisei o GNRation, ainda em construção, perdi o meu relógio. Juro! Foi algo literalmente mecanosférico. Percebi que, quando existisse uma programação firme e original, certamente complementar ao trabalho que fazemos no Theatro Circo, entenderia melhor os fluxos do mundo. Não de uma forma abstrata como quando via as horas no relógio que perdi, mas já aberta a devires, a maquinações saídas das cabeças dos criadores que ali habitariam e de gente comum como eu ou tu, leitor! Ou seja, o GNRation é para entrar, experimentar e repetir. Eu explico exemplificando: Os Matmos são uma das minhas bandas de calendário e assaltam o espaço em Junho. Espero que em formato criminal. A Colleen é sempre de cristal e estreia Maio. Peixe e a Nova Orquestra Futurista do Porto é voltar a ser puto, pois há consolas de jogos, cones de papel e um “velho” televisor em fusão. Acertem os vossos ponteiros e vão. E deixem por lá os vossos relógios sff. Paulo Brandão Diretor Artístico do Theatro Circo


12 mar – 9 mai — instalação — Galeria GNRATION segunda-sexta 14:00-18:30 sábados 14:30-18:30 entrada livre M/6

wide/side

por joão martinho moura Na sequência de trabalhos, anteriormente apresentados pelo autor, que interligaram o corpo, a interatividade e a arte digital: YMYI (2007), NUVE (2010), SUPER COLLIDER SHAPE (2011), B/SIDE (2012), CÂMARA NEURONAL (2012), João Martinho Moura apresenta, em 2015, um novo trabalho, na forma de instalação interativa: WIDE/SIDE, que representa o corpo, interconectado, cuja silhueta é captada por sensores, e ligados sistemas visuais/artificiais, que promovem a exploração imersiva, com recurso a feixes rápidos de luz, projetados num conjunto de barras verticais, que formam uma escultura cinética preparada especificamente para o espaço GNRation.

O corpo é representado no espaço digitalmente abstrato e generativamente alterado no tempo. A interação é sincronizada com atmosferas sonoras generativas, que reagem às linhas geradas pelas silhuetas, e ao seu movimento.


15 abr + 13 mai — WORKSHOP — Capta’Sons 15 abril Orquestra Digitópia 13 maio destinatários Escolas do 1º, 2º e 3º Ciclo do Ensino Básico, Ensino Secundário parceiro Digitópia/Serviço Educativo da Fundação Casa da Música

primeiros bits O ciclo Primeiros Bits pretende expor crianças e jovens da cidade de Braga às novas tecnologias aplicadas à arte. Durante cada sessão serão abordadas diferentes temáticas, com o objetivo de estimular o seu público-alvo para atividades artísticas de cariz lúdico. O ciclo decorrerá entre fevereiro e dezembro de 2015 no GNRation fruto de uma parceria com a Digitópia, plataforma de música digital sediada na Casa da Música, no Porto, que incentiva a audição, a performance e a criação musical. Baseando-se em ferramentas digitais, embora não exclusivamente, enfatiza a criação musical colaborativa, o design de software, a educação musical e a inclusão social, promovendo a emergência de comunidades multiculturais de performers, compositores, curiosos e amantes de música.

Sessões: Capta’Sons (1º e 2º ciclos) · 15 abril Temos uma missão: capturar sons escondidos por todo o GNRation. Partimos artilhados de ferramentas informáticas que detetam e ampliam os foragidos mais encobertos. Feita a caça, vamos pô-los a andar ao nosso ritmo, fazer a nossa música. E no fim ainda damos um autógrafo sonoro. Orquestra Digitópia (para todos) · 13 maio Temos uma missão: capturar sons escondidos por todo o GNRation. Partimos artilhados de ferramentas informáticas que detetam e ampliam os foragidos mais encobertos. Feita a caça, vamos pô-los a andar ao nosso ritmo, fazer a nossa música. E no fim ainda damos um autógrafo sonoro.


17 + 18 abr — MÚSICA/ residência artística — 17 abr concerto PÁTIO EXTERIOR 22:30 18 abr soundwalk início No jardim de santa bárbara 16:00 17 abr 5€ 18 abr gratuito M/6

“ressonâncias da cidade” por aki onda

Há algo de completamente apropriado na forma como a fita magnética da cassete preserva memórias, revestindo-as de um certo grão analógico, distorcendo-as levemente, precisamente como o nosso cérebro, escolhendo frequências seletivamente, deixando outras de fora mercê das limitações do próprio suporte. É em cassete, e usando walkmans como interface, que Aki Onda há mais de duas décadas vem registando o seu diário, uma coleção imensa de gravações de campo a que chama “cassette memories”. Ao vivo, estas memórias adquirem depois uma dimensão física através da performance quase visceral de Aki Onda, como se fosse no seu corpo que estes sons primeiramente ecoam e ressoam. Onda vai caminhar por Braga, descobrir recantos e registar sons nos seus walkmans, procurando captar uma

certa identidade acústica da cidade, trabalhando a partir de uma perspetiva completamente pessoal. Os registos resultantes desta residência serão depois usados numa apresentação no pátio exterior do GNRation e em espaço público, através de uma “soundwalk”. A envolvente arquitetónica tem uma dimensão física específica, com propriedades acústicas próprias que mais do que impactarem a performance se tornam parte dela. É esta a base do “sounding”, uma prática de interação entre as dimensões acústicas do espaço físico e a própria apresentação artística que Aki Onda tem vindo a explorar em diferentes cidades do mundo ao longo dos anos, tornando-se um dos artistas de referência desta área. À Wire Onda referiu gostar de trabalhar com gente das margens da cidade, oportunidade que


16 abr — workshop — número máximo de participantes 25 duração 5 horas inscrições ­ bilheteira do GNRation ou bilheteira online — quinta-feira 14:00 5€

“acoustics, architecture and energy on sound art practices” por aki onda

certamente será proporcionada ao artista japonês em Braga através do workshop “Acoustics, Architecture and Energy on Sound Art Practices” que será uma das consequências da sua residência artística. “Ainda se conseguem encontrar personalidades interessantes algures nas margens extremas da cidade. As pessoas com quem trabalho, todas têm isso, as suas vidas e música estão interligadas”, explicou Aki Onda à revista britânica, referindo-se a personalidades como DJ Olive, Loren Connors ou Alan Licht com quem colaborou ao longo dos anos. Braga passa agora a ser mais um ponto no mapa pessoal de ligações artísticas, pessoais e até emocionais deste guardião de memórias analógicas.

Aki Onda abordará e discutirá a relação entre som e arquitetura, como trazer música e/ou som a um contexto exterior e como transmitir energia através do som. Através deste workshop o autor japonês transmitirá também a sua perspetiva sobre como quebrar regras para construir as nossas próprias regras.


24 abr — MÚSICA — BLACKBOX sexta­‑feira 22:30 7€ M/12

shabazz palaces Seattle: casa de Bruce Lee e de Jimi Hendrix, casa da Sub Pop e dos Nirvana, casa dos Shabazz Palaces. No folclore erguido em torno da cidade natal do grunge, talvez os nomes de Bruce Lee e dos Shabazz Palaces destoem da paisagem de flanela e cabelos desgrenhados, mas isso serve apenas para confirmar que para cada cliché de postal ilustrado existe uma fuga à norma. E a verdade é que numa linhagem alternativa, Bruce Lee e Ishmael Butler fazem pleno sentido lado a lado: afinal de contas, se o primeiro desafiou tradições para impor a sua própria visão das artes marciais, o segundo, educado no templo de Shaolin que foi a Golden Age do hip hop, soube levar para lá da tradição boom bap a sua destreza verbal e musical fazendo dos Shabazz Palaces uma das mais desafiantes propostas hip hop de tempos recentes. Enquanto Butterfly e parte dos Digable Planets, Ishmael inscreveu o seu nome num dos mais entusiasmantes momentos do devir musical negro norte-americano, editando, em 1993 e 1994, dois discos absolutamente cruciais da era dourada do sampling: Reachin (A New Refutation of Time and Space) e Blowout Comb. Dezoito anos depois do primeiro álbum dos Planets, Black Up, estreia em grande dos Palaces, afirmou-se de facto como uma

nova refutação do tempo e do espaço, ainda por cima com o bónus simbólico suplementar de ostentar o carimbo da Sub Pop, editora conotada com outro tipo de sonoridades, primeira casa dos Nirvana e sinónimo de guitarras e de Seattle. Black Up mereceu generosa atenção e justificado aplauso da imprensa internacional, afirmando a equipa de Ishmael Butler e do produtor Tendai Marare como uma extraordinária força criativa, empurrando o rap para lá das margens pop confortavelmente ocupadas neste século, sacrificando sentido e melodia em detrimento de abstracção e dissonância. Hip hop, uma vez mais, como território virgem de invenção. Lese Majesty, do ano passado, se alguma proeza conseguiu foi a de elevar a fasquia, afirmando com maior intensidade um natural desejo de liberdade: liberdade de ideias, de formas, de práticas, de texturas. A fuga à convenção é idêntica em palco. O Guardian descreveu o duo ao vivo como “silhuetas misteriosas”, dando a ideia de que a penumbra serve melhor os seus devaneios cósmicos do que a luz. Hip hop, sim, mas sem uma ligação óbvia ao lado mais exposto dessa cultura, é o que os Shabazz Palaces oferecem. E é crime de lesa majestade não lhes prestar a atenção devida.


9 mai — MÚSICA — BLACKBOX sábado 22:30 7€ M/6

colleen É difícil perceber quanto pesa o coração. Não o músculo que bombeia sangue pelo nosso corpo, que já não oferece mistério nesta era de vastos conhecimentos clínicos, diagnósticos eletrónicos e séries de televisão onde médicos legistas são personagens centrais. Mas esse outro coração, romântico, poético, metafórico, que é certamente o coração referenciado no título do mais recente trabalho de Colleen Schott. Não é apenas com esse órgão metafísico que Colleen tem uma relação especial. Julgando pela música e pela sua carreira discográfica, a sua intimidade com o tempo também é distinta e ela tem, certamente, o seu próprio ritmo. Musical, claro, mas também biológico: é de forma demorada que vai descobrindo coisas na música e em si mesma. Como a voz, que surge distinta no seu mais recente álbum, o tal The Weighing of the Heart, sem máscaras proporcionadas pela alquimia tecnológica do estúdio, sem véus ou filtros. Nua. O que é surpreendente. Foram seis os anos que mediaram entre The Weighing of the Heart e o anterior Les Ondes Silencieuses, o que significa apenas que Colleen é Colleen quando Colleen quer. Ou consegue. Porque esta música é intensa, profunda e abismal na sua riqueza emocional e não há-de ser tarefa

fácil conjura-la a partir do silêncio. Requer tempo. E coração, certamente. Tradições folk globais informam melodicamente a música de Colleen, mas também, a um nível mais textural, a emotividade extrema de outsiders como Arthur Russell. E obras que resistem elas mesmo ao tempo e pesam mais do que todas as poeiras do mundo, como o Livro Egípcio dos Mortos, poço simbólico sem fundo onde gerações têm bebido. A face visível da carreira de Colleen remonta a 2003 e a Everyone Alive Wants Answers, álbum de estreia na conceituada Leaf que também editou os registos seguintes The Golden Morning Breaks (2005) e o já referido Les Ondes Silencieuses (2007). Pelo meio houve ainda espaço para Mort Aux Vaches. Corpo de obra considerável, construído a golpes de pensamento, com uma abstração e experimentação apoiadas num desejo de encontrar coisas novas. Ou arcanas. A ideia de procura é importante para Colleen. E talvez o aparecimento da voz neste capítulo discográfico mais recente signifique que Colleen se encontrou finalmente. Ou que deseja de novo perder-se. Certa e inegável, no entanto, é a beleza singular da sua música. Sem tempo, sem peso. Como o tal coração de fantasia.




15 mai — MÚSICA — BLACKBOX sexta‑feira 22:30 5€ M/6

peixe/ nova orquestra futurista do porto No novo guitarrismo português, Peixe é… bem…, peixe dentro de água. Pode ter mestres comuns a outros peixes desse oceano guitarrístico – menciona como influências nomes como Carlos Paredes, referência assumida para Norberto Lobo, por exemplo, ou Marc Ribot, herói também nomeado por Tó Trips – mas Apneia, o seu registo de estreia, tem um sabor distinto do dos seus pares musicais já referidos. Certamente porque ele mesmo nadou noutras águas: o seu percurso prende-o aos Ornatos Violeta, primeiro, aos Pluto, depois, e ainda aos DEP ou à Orquestra de Guitarras e Baixos Elétricos, cardumes que falaram diferentes tipos de linguagem, entre o rock, o jazz e algo mais de igualmente exploratório. Agora apresenta novo álbum, Motor, o que não deixa de ser curioso por acontecer na mesma noite em que também sobe ao palco a Nova Orquestra Futurista do Porto. A sintonia entre Peixe e a NOFP não é simplesmente geográfica (como se a geografia fosse, aliás, coisa simples…). Peixe e a NOFP partilham igualmente uma vocação acústica na instrumentação, mas o título do novo trabalho do guitarrista, Motor, pode também servir de ponte para se abordar o

trabalho do coletivo que tem no manifesto futurista italiano e nos intonarumori de Luigi Russolo o seu ponto de partida. O inventor da “art of noises”, ou da arte dos ruídos, imaginou o futuro e ousou uma tradução musical para uma sociedade mecânica, feita de velocidade e de barulho industrial. Talvez Peixe procure também uma abordagem poética e humanizada a esse lado mecânico que o título do seu novo trabalho pode referenciar. Ou talvez o Motor de Peixe seja outro, mais do corpo do que do barco, mais do homem do que do peixe. O coração. Mas até aí há ligação, porque até Russolo era romântico e sentia paixão. Pelo futuro e pelas possibilidades em aberto do que estava para vir. Russolo acreditava que tudo podia ser música. Peixe sabe que tudo se pode transformar em música. Um mergulho em apneia ou um motor que impõe ritmo. Os concertos de Peixe e da Nova Orquestra Futurista do Porto apresentam, especulações à parte, novas ideias e propostas, novos sons e melodias, de quem acredita que a música pode de facto sustentar um admirável mundo novo. Nem que seja por um momento. E um momento pode ser infinito.


29 mai — MÚSICA/ RESIDÊNCIA ARTÍSTICA — direção artística Sensible Soccers Laetitia Morais produção GNRation Teatro Maria Matos Curtas Vila do Conde - Festival Internacional de Cinema música Sensible Soccers visuais Laetitia Morais técnico de som João Moreira — BLACKBOX sexta-feira 22:30 7€ M/12

sensible soccers + laetitia morais apresentam “paulo”

Resultado de uma encomenda conjunta do GNRation, do Teatro Maria Matos e do Festival Curtas de Vila do Conde, Paulo é um espectáculo especial que marca um encontro colaborativo entre os Sensible Soccers e a artista visual Laetitia Morais. Há uma ambição de novidade nesta colaboração, um desejo de testar novas soluções cénicas, mas também visuais e até musicais. Uma declarada vontade exploratório, um desejo de deslocação. Ou de superação. O facto dessa ambição se traduzir em três únicas apresentações ao vivo reveste a ocasião de uma urgência que importa testemunhar, até porque os Sensible Soccers são responsáveis por um dos momentos musicais mais marcantes do ano que passou. Na revista Blitz, escreveu-se assim sobre o álbum que os Soccers ofereceram ao mundo o ano passado. “8 foi uma das melhores surpresas de 2014. O trabalho passado dos vila-condenses Sensible Soccers já indiciava as capacidades por aqui demonstradas, mas por não se terem até aqui aventurado para lá das mais curtas molduras dos EPs, os Soccers ainda não tinham explicitado toda

a amplitude da sua linguagem. Este álbum – de 8 temas precisamente – demonstra ter sido pensado como um todo, como uma viagem, com os sintetizadores e as guitarras a fornecerem o combustível timbrico para a jornada que explora paisagens tropicais e ambientes de pôr-do-sol com classe e elegância discursiva bem pronunciada”. Essa classe é agora submetida a novo desafio. Diz a banda sobre o novo espetáculo: “Se tudo é Paulo e nada é Paulo também, a palavra deixa de ser chão e atalho e é abandonada”. Sobre esta ideia, Laetitia Morais manipula ao vivo imagens que foi recolhendo com “um olhar que contempla a trivialidade e evidencia em simultâneo o mordaz e o decoroso”. Imagens que serão cortadas para depois serem de novo coladas, sons que serão dispersos para depois serem reunidos, num labirinto de sentidos e intenções, num momento de repetição difícil ou rara. Importa estar presente, claro. Para depois passar a estar ausente, porque som e imagens passarão a ocupar todo o espaço disponível da nossa atenção.


29 mai – 4 jul — EXPOSIÇÃO — exposição coletiva pelo mestrado em práticas artísticas contemporâneas da FBAUP — Vários locais segunda-sexta 14:00-18:30 sábados 14:30-18:30 entrada livre M/6

fora e dentro

por Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto A exposição que agora se mostra configura uma possibilidade em aberto logo no título: as obras encontram-se um pouco por todo o espaço do GNRation, fora e dentro dos espaços expositivos. O que quer dizer que a opção foi pela instalação e adaptabilidade das obras a especificidades várias dos espaços. Fora e dentro é também uma referência a um conjunto de obras que querem, por vontade própria, ter um posicionamento despreocupado relativamente ao seu posicionamento no território aberto das práticas artísticas: desenhos que dialogam com instalações; pinturas que “falam” com objetos sonoros; esculturas que se avizinham de fotografias, etc. Finalmente, fora e dentro, porque a exposição é constituída por obras e artistas que decidiram voltar à Faculdade e aí, sistematizar as suas questões e pensamentos em torno de uma

prática expandida que, obviamente, só poderá ter resultados nesta lógica de interior e exterior. As obras e os artistas presentes nesta exposição fazem parte de um conjunto mais alargado de artistas que voluntariamente formam o grupo de trabalho que dá corpo ao Mestrado em Práticas Artísticas Contemporâneas da Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto. Este, dá-lhe corpo sabendo à partida que todos os artistas aqui envolvidos se mantêm numa relação de fora e dentro, quer dizer, de total independência artística mas, também, de uma saudável discussão em torno dos seus pensamentos e obras que a formação contingente deste grupo potencia. São esses resultados que agora poderão ser aqui fruídos, sabendo que alguns ficarão mais fora que dentro e outros no seu inverso possível.


13 jun — MÚSICA / RESIDÊNCIA ARTÍSTICA — direção artística Joana Araújo José Alberto Gomes Ricardo Baptista — pátio exterior + restaurante sábado 21:30 5€ M/6

outros cantos O canto tradicional representa um legado cultural de elevado valor e simbologia no contexto nacional. É também um fenómeno de cariz transversal, alargando-se a todas a regiões do nosso país, tendo sido, historicamente, alvo de estudo por parte de etnomusicólogos como Gonçalo Sampaio e Michel Giacometti. Dentro deste contexto, a especificidade do canto minhoto consubstancia um património cultural extremamente rico e representativo de uma região.

A riqueza tímbrica vocal inerente ao canto tradicional minhoto será o ponto de partida para o projeto “Outros Cantos”, através do qual, entre os meses de Março e Junho de 2015, cantores da região construirão um espetáculo original. Neste processo, a Voz, o Corpo e o Espaço serão matéria-prima para o desenvolvimento de um trabalho em que as raízes tradicionais do canto serão cruzadas com abordagens de cariz contemporâneo. Uma viagem sem destino definido, mas cujo percurso será único e especial.


27 jun — MÚSICA — BLACKBOX sábado 22:30 9 € concerto 15 € concerto + workshop M/6

matmos Ganzfeld Ep e The Marriage of True Minds, os dois registos mais recentes na discografia dos norte‑americanos Matmos, ambos com selo da conceituada Thril Jockey, são apenas a ponta de um efervescente iceberg que é a complexa e vasta discografia do duo. Drew Daniel e Martin Schmidt procuraram sempre ao longo do seu trabalho partir de conceitos elaborados e The Marriage of True Minds não é, nesse aspeto, um exercício diferente. É a ideia de telepatia que anima o disco, com uma série de experiências conduzidas de forma mais ou menos científica a servir de ponto de partida para o disco. Mas se em texto tal proposta pode sugerir música mais etérea, tal coisa não é coincidente com o resultado final apresentado em The Marriage of True Minds. Mas isso também acaba por fazer pleno sentido porque aos Matmos nunca deverá ser imputada a fatura da previsibilidade.

“Very Large Green Triangles” é um dos temas desse álbum mais recente, sendo que o título refere o que alguns dos participantes da experiência acreditam ter-lhes sido comunicado telepaticamente pelos próprios Matmos. Há um certo humor em jogo, nos samples de voz, mas também na música que os rodeia. Essa capacidade de retorcer sentidos, de enganar, esteve sempre presente na música dos californianos (relocalizados em Baltimore) e em última análise terá ditado a a aproximação de Bjork que em estúdio colaborou com o duo em Vespertine e Medulla, mas também em vários espetáculos dessa mesma era. A provocação e o espírito desafiante da música da criadora islandesa, sempre em busca das margens da pop, foi amplificada pela abordagem pouco convencional dos Matmos à criação. É por isso mesmo muito importante a apresentação no GNRation daquela que já foi descrita como


28 jun — workshop — número máximo de participantes 20 duração 5 horas inscrições ­ bilheteira do GNRation ou bilheteira online — nota caso os participantes pretendam partilhar algum do seu trabalho para escuta, deverão fazê-lo nos seguintes formatos: CD ou ficheiros “.wav” e “.aiff” — blackbox Domingo 14:00 10€

“uma das bandas mais estranhas do mundo”. “Os Matmos são uma experiência muito invulgar, mas fascinante”, escreveu-se no Guardian a propósito de uma apresentação em Sidney o ano passado, já com o material de The Marriage of True Minds a ocupar o centro do palco. Na crónica desse concerto, Helen Davidson confessou já se ter aborrecido em muitos espetáculos, mas que nunca tinha sido tão surpreendida pela estranheza: “e isso é muito melhor do que ver algo de que nos esquecemos imediatamente a seguir”. A passagem dos Matmos por Braga será, por isso mesmo, memorável e imperdível. É nestes momentos que se faz história, afinal de contas.

“poetics and practicalities of electronic sound/music” por matmos Neste workshop, Drew Daniel e Martin Schmidt abordarão a sua forma de trabalhar o som e de compor música de uma forma teórica e prática. Propõe também a escuta e discussão do seu trabalho e de trabalho dos participantes, numa perspetiva conceptual e técnica.


Ficha Técnica GNRation conselho de administração Sameiro Araújo Luís Silva Pereira Tiago Gomes Sequeira diretora executiva Raquel Nair diretor de programação Luís Fernandes comunicação Ilídio Marques produção Francisco Quintas Sara Borges Luís Passos departamento técnico João Coutada Hugo Carvalho técnica administrativa Maria João Silva programa da juventude Carlos Santos financeiro André Dantas design gráfico www.studiodobra.com créditos fotograficos Perspectivas – Joana Pereira Wide/Side – João Martinho Moura Primeiros Bits – Digitópia/Fundação Casa da Música Aki Onda – Fridolin Schopper/ Sandrine_Marc Shabazz Palaces – Patrick O’Brien Smith Colleen – Iker Spozio Fotografia do centro – Lino Silva/GNRation Peixe – Adriana Oliveira Nova Orquestra Futurista do Porto – Pedro Tudela Sensible Soccers – Vera Marmelo/ Laetitia Morais/Sensible Soccers Fora e Dentro – Daniel Costa Outros Cantos – Ilídio Marques/GNRation Matmos –­ James Thomas Marsh textos música Rui Miguel Abreu media partner

apoio

parceiro

bilheteira os bilhetes para os espetáculos podem ser adquiridos no balcão do gnration ou na bilheteira on-line. bilheteira on-line a bilheteira on-line possibilita ao espetador a aquisição simples, rápida e cómoda de ingressos para quaisquer dos espetáculos em agenda. www.gnration.bilheteiraonline.pt reservas as reservas devem ser efetuadas através do contacto telefónico ou e-mail e serão válidas por um período de 48 horas após o seu pedido e até 24 horas antes do espetáculo. horário geral segunda-sexta 09:30-18:30 horário em dias de espetáculo em dias de espetáculo, o gnration abre 60 minutos antes do início do espetáculo. newsletter se desejar receber a programação cultural e novidades do gnration por correio eletrónico envie-nos uma mensagem com nome e respetivo endereço para info@gnration.pt ou subscreva a nossa newsletter em www.gnration.pt. em consideração não é permitido qualquer registo, vídeo ou áudio, sem autorização prévia. não é permitido o uso do telemóvel ou outros aparelhos sonoros durante o evento. o ingresso deve ser conservado até ao final do evento. não se efetuam trocas ou devoluções. confira o seu ingresso no ato de compra. não é permitido o acesso à sala após o início do evento, exceto se autorizado pelo responsável da frente de casa. alterações à programação a programação apresentada nesta agenda poderá estar sujeita a alterações.

descontos Maiores de 65 anos Cartão Municipal de famílias numerosas Pessoas com deficiência e acompanhante Cartão Jovem e Estudantes Crianças até 12 anos Grupos com dez ou mais pessoas (com reserva e levantamento antecipado, 48h antes do espetáculo) condições de aplicação O desconto aplicado é de 20%. Os descontos serão efetuados no ato da venda dos bilhetes tornando­‑se obrigatória a apresentação de documentos de identidade aquando da admissão aos espetáculos. Os descontos apenas são aplicáveis a espetáculos promovidos pelo GNRation e com preço superior a 5€ (por favor informe­‑se junto da bilheteira) info@gnration.pt press@gnration.pt www.facebook.com/gnration.pt www.gnration.pt GNRation Praça Conde de Agrolongo, 123 4700-312 Braga, Portugal T 253 142 200




Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.