Europa

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EUROPA


O litoral europeu é extremamente recortado, com muitos golfos e penínsulas, o que favorece a construção de portos.

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Destacam-se: Península Ibérica (Portugal e Espanha) Península Itálica (Itália) Península Escandinava (Noruega e Suécia) Península Balcânica (Grécia, Albânia, Turquia, Bulgária, Macedônia, Kosovo, Sérvia e Montenegro)


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Destacam-se os seguintes mares : Mar Negro Mar Mediterrâneo Mar Báltico Mar do Norte Mar Cáspio

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Destacam-se os seguintes estreitos (canais) Bósforo e Dardanelos (ambos na Turquia) Gibraltar Mancha


ESTREITO DE GIBRALTAR

Prolongamento da Península Ibérica, é uma base militar inglesa devido à sua posição estratégica (porta do Mediterrâneo). A Espanha o reivindica; além deste problema geopolítico é palco de um problema socioeconômico: imigrantes vindos da África atravessam de barco, a partir do Marrocos, e próximo à costa espanhola saltam ao mar, com alguns morrendo afogados pelo cansaço




ESTREITO DE BÓSFORO 

Ligação entre o Mar Negro e o Mar Mediterrâneo, separa a Turquia européia da Turquia asiática. atravessa a cidade de Istambul (antiga Constantinopla), única cidade do mundo localizada em dois continentes.





CANAL DA MANCHA 

A construção do Eurotunel sob o Canal da Mancha aumentou a integração entre o continente europeu, por onde passa o TGV (Trem de Grande Velocidade), ligando a cidade de Calais (França) à Dover (Inglaterra)



RELEVO 

Enquanto o norte da Europa é coberto por planícies, o sul é coberto por cordilheiras (ou dobramentos modernos do período terciário da Era Cenozóica) .


Os dobramentos ocorrem porque o sul da Europa está sobre uma é área de encontro de placas tectônicas, o que explica a ocorrência de vulcões e terremotos na Itália, Grécia e Portugal.


Destacam-se as seguintes cadeias montanhosas: Alpes (onde está o famoso Mont BlancFrança) Cáucaso (abriga o pico culminante do continente, o Monte Elbrus-5642 m) Apeninos (Itália) Pirineus (entre Espanha e França) Cárpatos Bálcãs Urais (separa a Europa da Ásia) Alpes Escandinavos



ALPES


PIRINEUS


HIDROGRAFIA 

Mais importante rio europeu, já que banha a área mais rica e industrializada (Alemanha), o que explica seu elevado teor de poluição. Nasce nos Alpes e deságua no Mar do Norte pelo Porto de Roterdã-Holanda (o maior do mundo) .




O Rio Danúbio, conhecido como “Rio das Capitais”, nasce nos Alpes (Floresta Negra) e deságua no Mar Negro, banhando as belíssimas capitais Viena, Budapeste e Belgrado.


BUDAPESTE




Hoje o Danubio está ligado ao Reno através de uma hidrovia, ou seja, o canal do Meno


O Rio Volga, na Rússia, nasce no norte da Rússia e deságua no Mar Cáspio. É o maior rio do continente.



Há outros rios importantes na Europa como o Sena (que corta Paris), o Ródano e o Loire (grande área vinícola da França), o Tâmisa (que corta Londres), o Pó (norte da Itália) e o Tejo (corta Lisboa)




TÂMISA e TEJO



ÁRTICO ( SUBPOLAR)

Extremo norte da Europa, bastante frio por estar em áreas de altas latitudes. O inverno chega a -50°C, e o verão atinge o máximo de 5°C; o índice pluviométrico é baixo. A vegetação é a tundra, gramínea que só floresce no degelo do verão, basicamente formada por musgos e líquens




CLIMA MEDITERRÂNEO 

Sul da Europa; verões quentes e secos, invernos suaves e chuvosos. A vegetação típica é formada por pequenos arbustos espinhentos, chamados maquis e garrigues.


GARRIGUES (SLIDE ANTERIOR) E MAQUIS


CLIMA TEMPERADO 

Predominante na Europa, divide-se em Temperado Oceânico (litoral), com estações suaves e menor amplitude térmica porque o oceano age como regulador térmico, e Temperado Continental (interior), com verões e invernos rigorosos (maior amplitude térmica) pois não há influência do mar (continentalidade e maritimidade)


A Corrente do Golfo (Gulf Stream) é uma corrente marinha quente, proveniente do Golfo do México, que eleva a temperatura no litoral europeu durante o inverno, evitando que os portos se congelem, aumentando a produção de peixes e tornando as temperaturas mais suaves (menor amplitude térmica).


Neste clima encontramos a floresta boreal (ou taiga, sendo perene) mais ao norte e a floresta temperada (caducifólia, ou seja, perde as folhas no outono; está praticamente devastada); nas áreas mais interioranas encontramos as pradarias (gramínea de lugar úmido) e as estepes (gramínea de lugar seco).




FLORESTA BOREAL (TAIGA)

FLORESTA TEMPERADA




PRADARIA

ESTEPE



EUROPA PÓS-GUERRA (19451990) 

Durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945) a Alemanha de Hitler dominou a Europa, mas foi derrotada pelos exércitos da exUnião Soviética e dos Estados Unidos .


LIBERTAÇÃO DE PARIS/ENCONTRO ENTRE AS TROPAS RUSSAS E NORTE – AMERICANAS EM TERRITÓRIO ALEMÃO


N a Conferência de Yalta (Ucrânia), os líderes Stálin, da URSS e Franklin Roosevelt, dos EUA, dividiram o continente europeu (em especial o território alemão)em duas áreas de influência: os países do Leste Europeu ficaram sob in fluência do regime socialista soviético, enquanto o restante do continente ficou sob órbita dos EUA, e adotaram o regime capitalista.




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Criou-se uma metáfora para a linha imaginária que dividia a Europa em Ocidental capitalista e Oriental socialista :“ Cortina de Ferro” O período de tensão entre o regime socialista e o regime capitalista foi chamado “ Guerra Fria” A Guerra Fria durou de 1945 à 1990, quando a queda do Muro de Berlim, a extinção da URSS e a derrocado do socialismo mudaram radicalmente a situação


Os EUA, Canadá e os países capitalistas europeus criaram uma aliança militar chamada OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte- NATO em inglês), até hoje atuante, enquanto a URSS e os países os imitaram criando o Pacto de Varsóvia, aliança militar extinta com a Guerra Fria

SÍMBOLO DA OTAN


Preocupado com a economia europeia, destruída após a Guerra e que poderia deixar o continente à mercê do avanço do socialismo, os EUA resolveram auxiliar a Europa capitalista através de vultosos empréstimos, no chamado PLANO MARSHALL. Os países socialistas e a URSS também criaram um acordo de cooperação econômica, o COMECOM (Acordo de Cooperação Econômica Mútua)

GAL. MARSHALL, secretário de Estado de Truman, idealizador do plano


Com o objetivo de aumentar a influência sobre o mundo, em contrapeso aos Estados Unidos, os países da Europa Ocidental concretizaram a unificação econômica com a União Européia, formalizada com o Tratado de Maastricht (cidade holandesa) em 1992


– Destruídos pela guerra, os países europeus precisavam se reerguer. Bélgica, Holanda e Luxemburgo resolveram criar um bloco econômico, ou seja, abolir as tarifas alfandegárias entre seus territórios para agilizar as trocas comerciais . Nascia o BENELUX em 1948 (iniciais dos três –Netherland s é a Holanda), de certa forma considerado o embrião da União Europeia. (iniciada oficialmente com o Tratado de Roma em 1957)


Após o BENELUX surgiu a CECA em 1952 (Comunidade Econômica do Carvão e do Aço), ou seja, não havia imposto de importação sobre o carvão ou o aço que circulasse dentre os seis países membros: Benelux, Itália, França e Alemanha. A chamada ‘Europa dos Seis” transformou-se em MCE (Mercado Comum Europeu, no Tratado de Roma), depois CEE (Comunidade Econômica Europeia) até chegar à atual União Europeia, com 27 membros.


As mercadorias, capitais e serviços circulam livremente entre os países da UE, ou seja, não podem ser taxados com tarifas alfandegárias.  As pessoas também circulam livremente, ou seja, não há necessidade de passaporte nas fronteiras entre os países-membros.  Há uma moeda única, o euro ( Inglaterra, Suécia e Dinamarca não adotaram por questão de orgulho nacional) e um Banco Central comum. 




Em 2010, apesar do sucesso da União Europeia e consequente valorização do euro perante outras moedas, alguns paísesmembros estão em dificuldades econômicas (déficit público maior que o permitido pelo bloco, ou seja, 3% do PIB), o que pode comprometer a unificação europeia.  Estes países já receberam o apelido de PIGS (um trocadilho com “porcos”, já que estão sujando a economia do bloco, retirado das iniciais (em inglês) de Portugal, Irlanda Grécia e Espanha)  A Grécia é a que enfrenta a maior crise 


ALEMANHA A MAIOR POTÊNCIA ECONÔMICA DA EUROPA



A Alemanha, com um PIB de 3 trilhões de dólares e renda per capita de US$ 34 mil é a maior potência econômica da Europa (quarta maior do mundo), com uma indústria extremamente moderna (Bosch, Bayer, B MW, VW, MercedesBenz, Basf, Siemens) e um setor terciário fortíssimo.

Localiza-se na Europa Central, com a maior parte de seu território formada por planícies; o sul do país é montanhoso, nas proximidades dos Alpes.


A área mais industrializada a Alemanha (e da Europa) é o Vale do Rio Ruhr, um afluente do Reno, que concentra uma imensa área urbana (megalópole), destacando-se cidades como Colônia, Essex, Dortmund e Dusseldorf.. As reservas de ferro e carvão mineral foram os fatores que favoreceram essa industrialização.




Outras cidades importantes da Alemanha são Frankfurt (maior centro financeiro do continente), Munique (forte indústria farmacêutica como a Bayer) e Hamburgo, principal porto do país.

HAMBURGO


Derrotada, na Segunda Guerra Mundial, a Alemanha, rendeu-se, tendo seu território dividido entre russos (RDA-República Democrática Alemã, ou Alemanha Oriental, socialista, capital Berlim) e americanos (República Federal Alemã, ou Alemanha Ocidental, capitalista,capital Bonn), que passaram a exercer influência sobre o país.


A cidade de Berlim foi também dividida entre americanos (Berlim Ocidental, capitalista) e soviéticos (Berlim Oriental), gerando uma situação esdrúxula em que uma cidade era dividida em dois sistemas econômicos. O Muro de Berlim, construído pelos soviéticos em 1960, entrou para a História como o “Muro da Vergonha”.










Em 1989, com o fracasso do socialismo e o enfraquecimento da URSS, a Alemanha Ocidental capitalista e a Oriental socialista se reunificaram, e a Alemanha voltou a ser um só país. O Muro de Berlim, maior símbolo da Guerra Fria, foi derrubado.





A reunificação não foi tranquila. Como a parte oriental do país, que ficou sob o socialismo durante a Guerra Fria, era bem mais atrasada que a rica parte ocidental que ficou sob o capitalismo, o governo alemão (primeiroministro Helmut Kohl) teve que gastar muito dinheiro para desenvolver a economia local.


É cada vez mais frequente o surgimento de grupos neonazistas na parte Oriental. Desempregados, atribuem a culpa de seus males aos imigrantes (principalmente turcos, principal corrente imigrante do país), com atos de violência praticados pelos skinheads



Atualmente a presidente da Alemanha é a eficiente e discreta Angela Merkel, e um de seus principais desafios é manter o padrão de vida do país, mesmo em tempos de crise global, e controlar o fluxo de imigrantes para o país.


CATEDRAL DE COLONIA




REINO UNIDO A SEGUNDA MAIOR POTÊNCIA ECONÔMICA DA EUROPA


O Reino Unido é formado pela Ilha da Grã-Bretanha (Inglaterra, Escócia e País de Gales) e pela Irlanda do Norte.


Graças à grande riqueza acumulada durante o Capitalismo Comercial e a seus recursos minerais, principalmente ferro e carvão mineral, no século XVIII a Inglaterra foi o berço da Revolução Industrial, inicialmente com as indústrias têxteis e metalúrgica. Atualmente, a indústria inglesa é uma das mais avançadas e diversificadas do mundo.


Graças à essa industrialização, a Inglaterra é o quarto país mais industrializado do mundo, o que contribuiu para que 90% da população se instalasse na zona urbana. Os centros industriais e urbanos mais importantes, comandados por Londres (centro financeiro europeu), são Birmingham, Liverpool (ambas polos siderúrgicos), Glasgow, Manchester, Edimburgo e Belfast.


A necessidade cada vez maior de matériasprimas deu início ao Imperialismo Inglês, que dominou boa parte da Ásia e África (neocolonialismo). O país lutou contra a Alemanha nas duas guerras mundiais, vencendo-as.


A heróica resistência inglesa aos nazistas foi liderada pelo primeiroministro Winston Churchill, que conduziu o país à vitória ao lado de EUA e RUSSIA.


A recente descoberta de novas jazidas de gás natural e petróleo no Mar do Norte aumentou as reservas energéticas do país.









A Inglaterra recebe muitos imigrantes, principalmente provenientes de suas ex-colônias (destacamse Índia, Paquistão, Jamaica e outras ilhas caribenhas).


Muitos muçulmanos, aproveitando-se do ambiente de tolerância da Inglaterra, foram viver no país. Aliada histórica dos EUA, os ingleses tornaram-se vítimas preferenciais dos ataques terroristas fanáticos muçulmanos, como o recente atentado ao metrô de Londres.



FRANÇA A TERCEIRA MAIOR POTÊNCIA ECONÔMICA DA EUROPA


Os principais rios do país são o Sena, que atravessa Paris, o Ródano e o Loire.



Além de altamente industrializada (Airbus, Renault, Peugeot, Rhodia, Citroen, Loreal), a França possui um setor de serviços forte (Carrefour, por exemplo), com grande participação do Estado na economia. A existência de grandes jazidas de urânio tornou o país o mais dependente de energia nuclear no mundo: 75%.




A França é a maior potência agrícola da Europa, com excedentes que exporta, destacandose a beterraba açucareira e o trigo . É a maior produtora mundial de vinhos (os melhores do mundo), concentrados no vale do Loire.


Há um forte movimento separatista na Ilha da Córsega, já que os corsos possuem etnia e idioma próprios.


O fortalecimento de partidos políticos de direita aumenta a xenofobia, com frequentes distúrbios decorrentes de conflitos entre imigrantes (principalmente da Argélia, ex-colônia) e as forças policiais. Além do mais, estes imigrantes querem manter algumas tradições muçulmanas contrariam o caráter laico da França.


Mesmo travando guerra para dominar o Vietnã (Guerra da Indochina) e realizando testes atômicos no Pacífico, nas Ilhas de Bikini e Mururoa, a França entrou em um processo de decadência após a Segunda Guerra, perdendo a influência que tivera nos séculos anteriores.


Membro da União Europeia , a França tenta reencontrar seu papel de liderança, mesmo enfrentando problemas internos como o aumento do desemprego e a xenofobia contra imigrantes, principalmente argelinos, que têm dificuldades em se integrar aos hábitos franceses.


ITÁLIA

SEXTA POTÊNCIA INDUSTRIAL MUNDIAL E QUARTA POTÊNCIA ECONÔMICA DA EUROPA


Sexta potência industrial do mundo (G-7), a Itália apresenta grande disparidade interna: o norte é rico e industrializado (Milão, Florença, Turim, Gênova, Veneza, Bolonha), enquanto o sul é pobre e agrícola (o chamado Mezzogiorno:Nápoles, Sicília, Calábria).


Área sujeita a intensos abalos sísmicos (terremotos), sofre também com os vulcões, como o Etna e o Vesúvio, que soterrou a belíssima cidade de Pompéia em 70 d. C.


O TURISMO É IMPORTANTE FONTE DE DIVISAS A belíssima Costa A belíssima Costa Amalfitana



A CHARMOSA TOSCANA E SEUS VINHEDOS


FLORENÇA, CAPITAL DO RENASCIMENTO E DA TOSCANA, E PISA, OUTRA CIDADE IMPORTANTE




ROMA



VENEZA



Nos anos 1960 e 70, a instabilidade política (terrorismo do Partido Comunista, as Brigadas Vermelhas) , aliada à pobreza do sul, fez prosperar a rede de crime organizado (Nápoli, Calábria e Sicília, por exemplo) : a máfia italiana aterrorizou o país por várias décadas (Camorra, por exemplo).


A partir de 1992, a Itália mergulha na “Operação Mãos Limpas”, em que juízes e promotores dão início ao combate à máfia e à corrupção, num processo de moralização na política do país.


SICILIA


NÁPOLI, CENTRO DA INDÚSTRIA NAVAL E GRANDE PORTO


Hoje membro da União Européia e governada pelo excêntrico Silvio Berlusconi, a Itália enfrenta problemas ligados à xenofobia, em decorrência do grande número de imigrantes romenos e albaneses que ingressam no país, além do forte separatismo nos estados do norte, a Lombardia.


PAÍSES BAIXOS (Holanda), BÉLGICA E LUXEMBURGOBENELUX


A parte baixa da Holanda é principalmente formada por pôlderes, zonas marítimas que foram drenadas e que ficam protegidas por diques. O nível das águas subterrâneas é regulado artificialmente. Antigamente, a regulagem era feita por moinhos; hoje em dia, é feita através de instalações de bombeamento modernas.



País altamente industrializado, destacando-se os setores têxtil, siderúrgico e eletrônico (caso da transnacional Philips), proporciona à população alto nível de vida, liberdade e tolerância (prostituição, maconha, aborto, eutanásia e casamento homossexual são permitidos).


O Porto de Roterdã, o mais movimentado da Europa, traz divisas importantes para o país. A produção leiteira e agrícola nos pôlderes, principalmente de flores, como por exemplo as mundialmente famosas tulipas, também contribuem para a economia do país, também uma potência turística.



A Bélgica é uma potência industrial que se destaca no setor têxtil na histórica região de Flandres. A cidade de Liége destaca-se na indústria mecânica, e Antuérpia abriga o porto do país e grandes lapidarias de diamantes. A capital, Bruxelas, é a sede da União Européia.

BRUXELAS e ANTUÉRPIA (abaixo)


O país tem um forte movimento separatista pela rivalidade entre os moradores da Valônia (os valões, que falam francês e mora numa área menos próspera) e os de Flandres (que falam o flamengo e moram na área mais próspera do país).


A economia de Luxemburgo baseia-se na produção de aço (siderúrgicas), proporcionando ao seu povo a maior renda per capita do mundo.


PAÍSES NÓRDICOS

OS ESTADOS DO BEM-ESTAR SOCIAL (WELLFARE STATE)


Considerados os países de melhor nível socioeconômico do planeta (“Wellfare state”, ou seja, “Estado do Bem-estar social”), os loiríssimos habitantes da Suécia, Noruega, Finlândia, Dinamarca e Islândia possuem altíssimo nível cultural e renda per capita. São países de leis extremamente liberais com relação ao aborto, casamento homossexual e respeito às mulheres, apesar dos altos índices de violência doméstica, decorrência da alta taxa de alcoolismo entre os homens do país. 1% de seus PIBs é destinado a ajudar os países pobres.


Por estarem em altas latitudes, são países com clima rigoroso, principalmente no inverno, cobertos pela floresta boreal e pela tundra, já ao norte.



Durante os meses de Inverno, temperaturas de 20 graus negativos não são raras. No Norte, para além do Círculo Polar Ártico, não há pôr-do-sol durante 73 dias no Verão, fenômeno que dá origem ao “sol da meia- noite”. Nesta mesma região, durante o escuro Inverno, o sol permanece abaixo da linha do horizonte durante 51 dias, o que dá origem ao fenômeno da noite polar.


Outro fenômeno comum é a “Aurora Boreal”, decorrente de ondas magnéticas solares.




A Suécia é um país altamente industrializado, destacando-se a Scania, Electrolux, Volvo e Ericsson. Além das imensas reservas de ferro, a produção de madeira e papel, devido à vasta floresta de coníferas, também é importante. Por ser um país tradicionalmente neutro, não foi atingida pelas duas grandes guerras mundiais. Possuindo uma das maiores cargas tributárias do mundo, com este dinheiro mantém o elevado padrão de vida da população.



Gotemburgo é a cidade que abriga o principal porto do país.


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A Noruega, extremamente montanhosa, possui uma costa extremamente recortada de fiordes – golfos estreitos e profundos em vales escavados pela erosão glacial.



Além de grande produtora de bacalhau (praticamente extinto na região), arenque, salmão, anchova e atum, o país é grande produtor de petróleo, extraído do Mar do Norte, madeira e celulose, da floresta boreal (taiga) .


OSLO, A CAPITAL


A Dinamarca tem grande força na indústria de laticínios, com forte rebanho bovino, além de produzir eletrônicos. É de Copenhague a fábrica de brinquedos Lego.



A Finlândia já foi dominada pela Suécia e também pela Rússia, país do qual se emancipou em 1917, sendo o dia 6 de dezembro comemorado como o Dia da Independência. Conservou-se independente como nação, apesar de tremendas ameaças, sendo por muitos anos o único país nãocomunista a fazer fronteira com a ex-URSS. A tenacidade dos finlandeses fez a nação vencedora contra o poderoso exército vermelho na Guerra de Inverno, na qual o uniforme de seus bravos soldados era de cor branca para identificar-se com a neve, camuflagem perfeita. É conehcida como “o país dos lagos”.


No norte da Finlândia está a Lapônia, conhecida como a “Terra de Papai Noel”. Há um forte movimento separatista na região, onde vivem os lapões, conhecidos como “os fazendeiros de rena”


Apesar de ainda rural, o país é altamente industrializado, com um dos melhores sistemas educacionais do mundo (não há escola particular no país), destacando-se na área de tecnologia, sendo sede da Nokia.


Praticamente falida na crise econômica de 2009, sua principal atividade econômica é a pesca,principalmente do bacalhau, já que as águas quentes da Corrente do Golfo, em contato com as gélidas águas do ártico, favorece a proliferação de cardumes. O gélido país é pouquíssimo habitado, com apenas 200.000 habitantes. Obtém a maior parte de sua energia elétrica através dos vulcões, ou seja, do calor vindo da crosta. Possui muitos gêiseres, que são fontes intermitentes de água quente, resultante de atividade vulcânica.




Em área de contato de placas tectônicas, a ilha de origem vulcânica possui dobramentos modernos e intensa atividade vulcânica, como mostram os gêiseres (jatos de águas quentes) na foto ao lado.


ÁUSTRIA E SUÍÇA


Países encravados na Cordilheira dos Alpes, são extremamente industrializados e com altíssimo padrão de vida (wellfare states).


CASTELO DE SCHONBRUN, SEDE DO ANTIGO IMPÉRIO AUSTRO-HÚNGARO


Hoje a Áustria, que permaneceu sob o regime capitalista durante a Guerra Fria (1945-1990), é um país próspero, e enfrenta problemas de grupos xenófobos, de inspiração neonazista, contra imigrantes.

Região do TIROL


SALZSBURGO, CAPITAL DA MÚSICA ERUDITA


A Suíça é um país neutro, ou seja, não se envolveu em nenhum conflito entre nações, não sofrendo destruição nas guerras mundiais. O país é dividido em 26 cantões, englobando os principais grupos étnicos (alemães, italianos e franceses).


Tradicional produtor de chocolate, o país destaca-se também no turismo e na indústria, principalmente de instrumentos de precisão, relógios e de laticínios ( sede da Nestlé, por exemplo). O país, por sua neutralidade e leis de sigilo bancário, é um paraíso fiscal, ou seja, recebe depósitos em dinheiro de empresas ou pessoas do mundo inteiro. É o principal centro bancário do mundo, escondendo em contas numeradas as maiores fortunas do mundo.


As principais cidades são a capital, Berna, além de Zurique, Genebra e Basiléia.


A xenofobia (intolerância com relação ao imigrante, principalmente se for muçulmano) vem aumentando no país, inclusive com o surgimento de grupos neonazistas.


IRLANDA


A Irlanda (Eire), com capital Dublin, é extremamente católica. A Irlanda do Norte (Ulster), capital Belfast, é de maioria protestante.


País de clima temperado extremamente chuvoso, a Irlanda tornou-e independente do Reino Unido em 1920. Muito pobre, sempre foi um país foi um país de emigração, principalmente para o EUA no período de 1845-1890, já que um fungo destruiu as plantações de batatas, base de alimentação do país. O saldo da grande fome foi assustador: 1milhão de mortos (10% da população) e 2 milhões de emigrantes principalmente para a América do Norte e Austrália. Estima-se que 80 milhões de irlandeses saíram da Irlanda durante sua história.

MONUMENTO À GRANDE FOME DA IRLANDA


A pobreza ficou para trás. Após o ingresso na União Européia, a Irlanda atraiu muitos investimentos graças principalmente aos avanços na área da educação, que a transformou em um polo tecnológico, exportando softwares e produtos de alta tecnologia, a ponto de receber o apelido de “Tigre Celta”. De um país de emigração, a Irlanda tornou-se um país de imigração, atraindo trabalhadores. Sua renda per capita, por exemplo, já superou a da Inglaterra.


Na esfera geopolítica, destaca-se a questão da Irlanda do Norte, onde atua o IRA (Exército Republicano Irlandês), um grupo com tradição terrorista que luta pelo fim do secular domínio britânico sobre a parte norte da ilha irlandesa. A situação interna é preocupante, já que os moradores da Irlanda do Norte, na maioria protestante, são favoráveis à permanência no Reino Unido. Já os católicos são simpatizantes do IRA e do Sinn Fein (braço armado do IRA). Um plano de paz assinado em 1988 reduziu drasticamente os conflitos.

MURO EM BELFAST



EUROPA MERIDIONAL ESPANHA, PORTUGAL E GRÉCIA


Os países da Europa meridional possuem clima mediterrâneo (verões quentes e secos, invernos suaves e chuvosos), com a típica vegetação espinhenta mediterrânea (maquis e garrigues).


ESPANHA

A Espanha era um país muito pobre, de emigração, como prova o grande de descendentes de espanhóis residentes no Brasil.


Com o ingresso na União Européia, o país atraiu investimentos dos países mais ricos do bloco, e sua economia, que já tinha boa base industrial, deslanchou, proporcionando enorme melhoria no padrão de vida dos espanhóis, sendo hoje um país de imigração (principalmente de magrebinos (Marrocos, Argélia e Tunísia) e países americanos de língua espanhola.


Barcelona, Madri e Bilbao são os principais centros industriais. Além de grande produtora de vinho e azeite (oliveira), o país é uma potência no ramo de turismo.


Outras cidades importantes são Valência, Sevilha,Toledo, Málaga e Granada.

TOLEDO


Além do aumento da xenofobia devido ao grande afluxo de imigrantes dos países pobres, a Espanha enfrenta separatismo na região basca, na Catalunha e na Galícia.


A Espanha não aceita a independência destas regiões, já que o “país basco”, por exemplo, é uma área industrializada (siderúrgicas de Bilbao) e rica em ferro e carvão mineral.

Os bascos querem a separação porque possuem cultura e língua diferentes das dos espanhóis. Em 1959 criaram o feroz grupo terrorista ETA (Pátria Basca e Liberdade).


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Assim como outros paĂ­ses europeus, a Espanha enfrenta uma preocupante taxa de desemprego.


PORTUGAL

Localizado na Península Ibérica, Portugal possui clima mediterrâneo (verão quente e seco, inverno pouco frio e chuvoso). A Corrente Quente do Golfo do México deixa os invernos suaves, por isto o porto de Lisboa não se congela.


Embora tenha dado início à expansão ultramarina do século XV, Portugal nunca desenvolveu a manufatura, limitando-se à pesca e ao beneficiamento de alimentos. Por este motivo, é considerado um dos mais pobres países da Europa.


Seus principais produtos de exportação são o azeite e o bacalhau. O turismo também é importante na atração de divisas. A pobreza o tornou um dos países emigrantes da Europa.


Com o ingresso na União Européia, Portugal, que tem a oferecer uma mãode-obra barata com relação ao resto da Europa, passou a progredir aceleradamente, apesar dos portugueses jovens ainda emigrarem para o resto da Europa. A cidade mais rica é Lisboa.




Outras cidades importantes são Porto, Braga e Coimbra. 

PORTO


A região sul de Portugal, além do Rio Tejo, é o Algarves, área mais pobre do país.


GRÉCIA 

Localizada na Península Balcânica, a Grécia é um país de clima Mediterrâneo, extremamente ensolarado em boa parte do ano.


Um dos países mais pobres da Europa atualmente, a Grécia não é nem sombra do que foi na Antiguidade, onde floresceu como a mais extraordinária civilização e berço da cultura ocidental.




Apesar da economia do país ter avançado após o ingresso na União Européia, oferecendo mão-deobra barata, continua sendo um típico país de emigração.


O país é montanhoso, pobre em recursos minerais e com solo pedregoso, o que dificulta a prática da agricultura. Plantam-se uvas, azeitonas e criam- se caprinos.


A principal industria grega é a da construção naval, já que o país tem tradição em marinha mercante.

ARISTÓTELES ONASSIS


A rivalidade entre gregos e turcos é ferocíssima, já que os turcos dominaram a Grécia por muitos anos (Império TurcoOtomano, que se encerrou em 1918)


LESTE EUROPEU O FIM DO SOCIALISMO NOS PAÍSES DA ANTIGA CORTINA DE FERRO


EUROPA ORIENTAL (LESTE EUROPEU) 

O Leste Europeu é a parte mais atrasada do continente há séculos, já que não acompanhou a Revolução Industrial dos países da Europa Ocidental. Seus países formaram-se da desintegração dos grandes impérios com o fim da Primeira Guerra Mundial (1914-1918), ou seja, Império Austro-Húngaro e Império Turco-Otomano.


Todos estes países ficaram sob o regime socialista durante a Guerra Fria (19451990, na chamada “Cortina de Ferro), imposto pela exURSS, já que foram os russos que libertaram estes países do exército nazista (à exceção da ex-Iugoslávia, já que os iugoslavos, liderados pelo General Tito, expulsaram sozinhos os alemães).


A população destes países não aceitava o socialismo nem Partido Comunista, que só se mantinha no poder por imposição da ex-URSS. A ex-Tchecoslováquia, por exemplo, tentou se libertar em 1968, mas a capital Praga foi invadida pelo exército soviético, que sufocou o movimento que acabou denominado “Primavera de Praga”. Em 1956, a Hungria havia tentado a liberdade, sem sucesso.


Em 1990 o socialismo acabou na Europa, e os países do Leste Europeu enfrentam dificuldades para se adaptar ao novo regime. Como sempre possuíram um eficiente sistema educacional herdado do socialismo, possuem mãode-obra qualificada e barata. A maioria deles ingressou na União Européia.

Há algumas diferenças entre eles, ou seja, alguns estão tendo sucesso na transição, recebendo muitos investimentos, como Polônia, Hungria, Eslovênia, Croácia e Rep. Checa. Já Romênia, Bulgária e Albânia enfrentam grave crise econômica.


POLÔNIA 

País mais avançado nas reformas pós-socialismo e entrada na economia de mercado (capitalismo), a Polônia sempre sofreu pois está entre dois gigantes: Alemanha e Rússia, que dominaram o país respectivamente durante a Segunda Guerra Mundial e durante a Guerra Fria.



A Polônia conta com uma forte indústria siderúrgica em Cracóvia, graças ao carvão mineral abundante na região da Silésia. A forte indústria naval concentra-se na cidade de Gdansk (Dantzig), principal porto do país, no mar Báltico. A agricultura também é forte, já que o país é fértil planície, a Planície Germano-Polonesa.


Em 1982, o “Solidariedade”, principal sindicato de trabalhadores do país, apoiado pela Igreja Católica (sempre forte no país), começou a organizar passeatas a favor do fim do socialismo, o que contrariou a ex-URSS. O operário líder do Solidariedade, Lech Walesa, foi eleito presidente da Polônia com o fim do socialismo.


HUNGRIA 

A Hungria ocupa uma grande planície cortada pelo rio Danúbio, que separa os dois centros urbanos (Buda e Peste), que formam a capital Budapeste.


Em 1956, a população da Hungria, Liderada por Imre Nagy, líder do Partido socialista, tentou se libertar dos soviéticos, mas a URSS invadiu o país e, dois anos depois, executou Nagy.


REPÚBLICA CHECA 

País de indústria siderúrgica tradicional graças às reservas de ferro e carvão mineral da Morávia, a Rep. Checa é famosa por suas fábricas de cristais da região da Boêmia. Praga, com sua arquitetura barroca, é uma das mais belas cidades européias. O turismo é importante no PIB.




Em 1968, liderada por Alexander Dubcek, a Tchecoslováquia quis se libertar da influência ex-URSS. O exército soviético invadiu o país e acabou com a manifestação popular, conhecida como “Primavera de Praga”.


Jovens checos comemoram a queda do regime socialista em 1989. Logo a seguir, em 1992, a Tchecoslováquia se dividiu, dando origem a dois novos países: a República Checa e a Eslováquia. Foi a Revolução de Veludo, já que não houve derramamento sangue.


Por ser mais atrasada do que a República Checa, a Eslováquia enfrenta dificuldades econômicas na transição para o capitalismo.


BULGÁRIA 

País nascido com a desintegração do Império Austro-Húngaro ao fim da Primeira Guerra Mundial (1914-1918), a Bulgária é hoje um país pobre, mesmo com o ingresso na União Européia, pois adotou o regime socialista durante a Guerra Fria (1945-1990). Sua capital é Sófia.


ROMÊNIA 

Depois da expulsão das forças nazistas, a Romênia foi ocupada pela ex-URSS, adotando o socialismo. Apesar das grandes reservas de petróleo do Mar Negro, o país é um dos mais pobres da Europa. Sua capital é Bucareste.


A partir de 1965, o país foi governado pelo presidente Nicolae Ceausescu, um psicopata que transformou o país em sua propriedade e de sua família, ditador que aterrorizou a vida dos romenos, com perseguições de fuzilamentos.Ao lado, foto de seu palácio, cujas torneiras eram de ouro maciço.


Em 1989, cansados da miséria e da ditadura, os romenos foram às ruas e fizeram uma sangrenta revolução, que pôs fim ao socialismo. O ditador Ceausescu e sua esposa, cúmplice em seus crimes, foram fuzilados no natal de 1989.


TRANSILVÂNIA


Além da pobreza, mesmo com o ingresso da União Européia, a Romênia enfrenta problemas com as minorias húngara, na região da Transilvânia, e cigana, já que é o país que mais tem ciganos no mundo ( aproximadamente 10 milhões ).


ALBÂNIA 

Sob a liderança de Enver Hodja (que morreu em 1985), a Albânia adotou o socialismo de maneira radical, proibindo, por exemplo, o automóvel para que todos só usassem o transporte coletivo. Isolou-se do mundo, rompendo relações até com a Rússia e a China durante a Guerra Fria. Sua capital é Tirana.


O País investiu apenas no setor primário, não se preocupando com a industrialização, e hoje é um país de base agrícola, sendo o mais pobre da Europa, o que explica o grande número de emigrantes que se dirigem principalmente para a vizinha Itália, onde enfrentam discrimação. O país vive da remessa de dinheiro dos albaneses que trabalham no resto da Europa, sempre nas funções mais servis. A Albânia não foi aceita na União Européia.


A DESINTEGRAÇÃO DA IUGOSLÁVIA Carnificina na civilizada Europa


A ex-Iugoslávia, país que surgiu em 1918, ao fim da Primeira Guerra Mundial, localiza-se na Península Balcânica.



O país nasceu da conjunção de 4 etnias principais, os sérvios, povo eslavo de religião católico -ortodoxa, os croatas, povo de religião católica romana, os bósnios, povo de religião muçulmana, e os macedônios


Ocupada pelos nazistas na Segunda Guerra Mundial (1939-1945), os próprios iugoslavos expulsaram o exército de Hitler sem precisar da ajuda do exército russo, e por isto o país, ao fim da guerra, ao contrário dos outros países do Leste Europeu, não ficou sob a órbita da ex-União Soviética. Passou a ser governada pelo Marechal Tito, cuja mão-de-ferro mantinha as diferenças étnicas sob controle.


Porém, com a morte de Tito na década de 1980, as rivalidades étnicas explodiram, e o país começou a se desintegrar. Com o fim do sistema socialista na década de 1990, as repúblicas que formavam a Iugoslávia, não querendo permanecer sob o jugo da principal delas, a Sérvia, começaram a proclamar sua independência. Croácia e Eslovênia foram as primeiras, seguidas pela Macedônia.


Quando a república da Bósnia-Herzegovina resolveu seguir as outras em sua independência, a Sérvia, república mais poderosa, não aceitou a separação e invadiu Sarajevo, capital bósnia, dando início a uma das guerras mais sangrentas da atualidade, promovendo uma faxina étnica com genocídio, estupros em massa e destruição da pequena nação muçulmana.



Após grande número de bósnios mortos, tropas da OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte), liderada pelos EUA, intervieram na Bósnia, e tropas sérvias recuaram, pondo fim ao conflito e admitindo a independência da Bósnia-Herzegovina. Da ex-Iugoslávia sobrou apenas as Repúblicas da Sérvia e de Montenegro.


Com o fim da Guerra da Bósnia, o líder dos sérvios, Slobodan Milosevic, conhecido como “açougueiro dos Bálcãs” por ter promovido a limpeza étnica na Bósnia, foi preso pela OTAN e condenado, no Tribunal Internacional de Haia (Holanda), à prisão perpétua pelo crime de genocídio. Na prisão, foi assassinado (envenenamento) .


Na década de 1990, a pequena província de Kosovo quis sua independência, já que os kosovares possuem uma etnia diferente dos sérvios: são albaneses e de religião muçulmana, enquanto os últimos são eslavos e de religião católica ortodoxa. A Sérvia enviou tropas para a região, dando início à Guerra de Kosovo. No início de 2008, apoiada pelos países ocidentais, Kosovo declarou sua independência da Sérvia, que em 2007 já havia perdido a província de Montenegro, hoje outro país independente.


Os conflitos de separatismo na Sérvia podem continuar, já que agora a província da Voivodina, de maioria étnica húngara, quer sua independência. Como os russos são da mesma etnia que os sérvios (eslavos), apóiam a Sérvia, o que pode agravar ainda mais a situação.


EX-UNIÃO SOVIÉTICA




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A ex-URSS passou a existir em 1922, englobando a Rússia e outras 14 repúblicas: Letônia Estônia Lituânia Ucrânia Bielo-Rússia Moldávia Armênia

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Geórgia Azerbaijão Cazaquistão Tadjiquistão Uzbequistão Quirguistão Turcomenistão



ASPECTOS NATURAIS DA RÚSSIA 

O maior país do mundo, com 17 milhões de km², possui poucas áreas aproveitáveis para a agricultura, já que a parte setentrional (Sibéria) é muito fria,e a parte central é desértica.


Enquanto o norte é coberto pela tundra e clima polar, o sul é coberto pelas estepes e clima desértico. Na porção branca encontramos a floresta temperada (caducifólia) e a taiga (floresta boreal, perene e homogênea). Predomina no país o clima temperado continental, com grandes amplitudes térmicas (invernos rigorosos) porque não sofre influência das correntes marinhas.



Na Rússia Européia há a grande planície Russa, e do outro lado dos Montes Urais, na parte asiática, a grande planície siberiana, cortada pela Transiberiana, maior ferrovia do mundo. Há grandes rios como o Volga, o Lena, o Ienissei e o Obi, além do Lago Baikal (de origem glacial), o maior do mundo, O Mar Aral e o Mar Cáspio .



LAGO BAIKAL


MAR CÁSPIO


Apesar das iniciativas governamentais de ocupação do território a partir de 1917, com a construção de grandes centros urbanos na Sibéria como Novosibirsk, Bratsk e Irkutsk e a construção da Transiberiana, a área ainda é anecúmena, com baixa densidade demográfica.

A Rússia é o país mais rico do mundo em minerais, destacando-se ferro e carvão mineral nos Urais, petróleo e gás natural no Cáucaso, ouro, cobre, níquel, urânio e diamante (este na Iakútia) na Sibéria.


A indústria russa está sucateada pela falta de investimento do período socialista, que priorizou a indústria bélica em detrimento dos bens-deconsumo. Destacam-se a siderúrgica na Bacia do Rio Volga (Moscou) e Montes Urais e a papeleira em São Petersburgo, graças à proximidade da floresta de taiga.São Petersburgo também é importante por estar perto do Mar Báltico, já que a Rússia tem falta de portos devido ao congelamento das águas do Ártico.


A abundância de recursos minerais (ferro e carvão mineral) dos Montes Urais impulsionou a industrialização russa na parte européia, principalmente nas cidades de São Petersburgo, Donetsk e Moscou.


Sテグ PETERSBURGO



A principal mudança causada pela industrialização russa foi o surgimento do operariado, que, ao lado dos camponeses que viviam na miséria há séculos, passaram a exigir melhores condições de vida.


O autoritarismo e incompetência do czar Nicolau II estimularam ainda mais os movimentos revolucionários, liderados por Lênin, que em outubro de 1917 tomou o poder na chamada Revolução Russa ( Socialista ou Bolchevique). A Rússia foi a primeira república socialista da história.


O grande impulsionador Senhor absoluto da industrialização soviética foi o psicopata Stálin, ao lado de Hitler e Mao TséTung no grupo dos três maiores assassinos da história. Acredita-se que seja responsável, direta ou indiretamente, pela morte de 50 milhões de soviéticos, a maioria de fome pela coletivizaçãop dos campos ou mandada para Gulags, campos de trabalho forçado na inóspita Sibéria..


É importante frisar, no entanto, que Stálin foi o grande líder de seu país na luta contra o nazismo, derrotando, ao lado dos norteamericanos, Hitler. A foto ao lado mostra os líderes Joseph Stálin (URSS), Franklin Roosevelt (EUA) e Winston Churchill (Grã-Bretanha).


Com a morte de Stálin (1953), Nikita Kruschov assumiu a presidência da URSS, iniciado um processo de “degelo”, ou seja, aproximação com o Ocidente, apesar de momentos de tensão como a “Crise dos Mísseis” em 1963. Ele denunciou todos os crimes de Stálin.


Apeado do poder em 1964, quando o líder Brejnev tornou-se o presidente do país, Kruschev passou a viver em prisão domiciliar até morrer, em 1971.


Em 1985, o líder do Partido Comunista Mikhail Gorbachev foi eleito presidente da URSS. Para acabar com a crise econômica do socialismo, abriu o país ao capitalismo através de um intenso processo de privatizações e atração de investimentos e empresas externas; é o que denominamos “perestróika” (“reforma” em russo). A abertura política, com a extinção por exemplo do Partido Comunista como partido único, foi chamada “Glasnost” (“abertura ou transparência” em russo). AO LADO, GORBACHEV COM O EX-PRESIDENTE BUSH (PAI).


Mikhail Gorbachev (calvo), último presidente da URSS, e Bóris Yeltsin, primeiro presidente da Rússia pós-URSS.


As reformas de Gorbachev, último presidente da URSS, apressaram o fim do império soviético em 1990: as outras quatorze repúblicas que o formavam, juntamente com a Rússia, foram se separando, e hoje são países independentes. Era o fim da Guerra Fria.


Em agosto de 1989, os povos bálticos formam um cordão humano – da Estônia até a Lituânia , passando pela Letônia – como forma de reivindicar a independência das nações.


Apesar da separação política, as exrepúblicas da URSS resolveram criar uma união econômica com a Rússia, a CEIComunidade dos Estados Independentes.

Somente as exrepúblicas do Mar Báltico, Letônia, Estônia e Lituânia, recusaram-se a entrar para a CEI.


Com o fim do mandato de Gorbachev em 1990, o povo russo elegeu como presidente na nova Rússia o falecido Boris Yeltsin, que governou o país até 1999, quando apresentou seu pedido de demissão, graças à crise econômica no país .


O sucessor de Boris Yeltsin foi o exmembro da KGB (agência de espionagem soviética) Vladimir Putin, homem autoritário que permanece até hoje no comando do país no cargo de presidente, que não esconde a vontade de retomar a influência russa sobre os países vizinhos.


No Oceano Ártico, por exemplo, Putin já está movimentando a marinha russa com o objetivo de tomar posse da área, rica em petróleo e que, com o derretimento do gelo devido ao aquecimento global, fica mais fácil de ser explorada. Os EUA, que também reivindicam a área, não estão gostando destas manobras, o que pode fazer com que a Guerra Fria volte ao cenário mundial.



Hoje a Rússia, cuja economia está fundamentada na exportação de minerais, principalmente o petróleo, está em dificuldades. A indústria está sucateada, já que nos anos de socialismo o país investiu na indústria bélica, esquecendo-se dos bensde-consumo, gerando falta de produtos para os russos. A criminalidade e a corrupção política tomaram conta do país, que ainda convive com uma democracia frágil.

Fila para o pão na época do fim da URSS


PETRÓLEO E GÁS- CÁUCASO CARVÃO E FERRO - URAIS


O principal problema da Rússia hoje é o separatismo em algumas regiões, já que o país é um mosaico étnico-linguístico e religioso. Há mais de 400 etnias e 1200 idiomas e dialetos.

A região do Cáucaso, por exemplo, é a mais conflagrada, destacandose as repúblicas da Chechênia e do Daguestão, ambas de religião muçulmana e nãoeslavas, etnia dos russos.





Morador do Daguestão com a filha, e cerimônia de casamento da Iakutia

A Chechênia é uma república autônoma, não-eslava e de religião muçulmana, o que explica o forte movimento separatista entre a população. A Rússia não aceita a independência desta área por dois motivos: a abundância de petróleo e gás natural e o possível efeitodominó entre as outras áreas separatistas, como por exemplo o Daguestão e a Yakútia.


PROVÍNCIA DA YAKÚTIA


Os chechenos, apoiados pelos fundamentalistas islâmicos, criaram grupos terroristas, realizando ataques como o do Teatro de Moscou (2002) e o de uma escola infantil russa de Beslan (2004), na Chechênia.




AS EX-REPÚBLICAS DA CEI 

Os países bálticos, Letônia, Estônia e Lituânia, não aderiram à CEI (Comunidade dos Estados Independentes), já que querem distância da influência russa e hoje fazem parte da União Européia. Assim como outros países da Europa, dependem profundamente do petróleo e gás natural russo para a obtenção de eletricidade, o que os torna vulneráveis perante Moscou.


UCRÂNIA, BIELORÚSSIA E MOLDÁVIA 

Maior país da Europa depois da Rússia, a Ucrânia era o celeiro da ex-URSS, já que seus férteis solos negros (Tchernozión) das pradarias produzem muito trigo, aveia, cevada e beterraba branca. Sua capital é Kiev, e enquanto o lado leste é cristão ortodoxo e de língua e alfabeto cirílico, o oeste é católico romano e de alfabeto latino. O país possui considerável indústria, localizada principalmente na região de Donbass, devido às grandes reservas de carvão mineral.



A BieloRússia, que sofre com uam forte ditadura, é a ex-república soviética mais próxima da Rússia, já que sua população é eslava também.

A Moldávia, país muito pobre, possui a maioria da população de origem romena, e por isto quer se unir à vizinha Romênia, mas a minoria russa residente na Moldávia quer impedir a unificação, e chegou a proclamar a república independente do Transdniester.


PAÍSES DO CAÚCASO 

Localizados entre o Mar Negro e o Mar Cáspio, os países do Cáucaso (Armênia, Geórgia e Azerbaijão) são montanhosos e com grande diversidade étnicoreligiosa, o que explica a intensidade de movimentos separatistas e disputas territoriais.




A Armênia (católica) e o Azerbaijão (muçulmano) disputam, por exemplo, o enclave de Nagorno-Karabakh.


O Azerbaijão é um país muito rico em petróleo, concentrado nas proximidades de sua capital, Baku, às margens do Mar Cáspio.



A Armênia, de forte tradição católica (foi o primeiro país a aceitar o cristianismo), sempre foi dominada. Durante a ocupação turco-otomana, por exemplo, foram massacrados 1 milhão de armênios, um verdadeiro genocídio ocorrido na época da Primeira Guerra Mundial. Para agravar a situação, um grande terremoto em seguida matou quase 500 mil pessoas.Isto explica o motivo de a maioria dos armênios terem emigrado, principalmente para o Brasil. Há mais armênios no Brasil do que na própria Armênia.


GEÓRGIA 

Terra natal de Stálin, a Geórgia enfrenta problemas em duas áreas separatistas: a Abkhazia e a Ossétia do Sul. A Rússia apóia este separatismo, já que pretende absorver ambas regiões. Em 2008 o exército russo entrou em choque com o exército da Geórgia.


ÁSIA CENTRAL 

Todos praticantes da religião islâmica (muçulmanos), os países da Ásia Central possuem clima árido ou semi-árido e paisagem desértica, coberta pela vegetação rasteira das estepes. Todos possuem governo autoritário e a economia baseada na pecuária extensiva.



O imenso Cazaquistão é um país cuja economia baseia-se na agropecuária, principalmente na produção de algodão. Durante seu governo, Stálin desviou o curso dos rios Amur-Daria e SyrDaria, que desaguavam no Mar Aral, para irrigar as plantações de algodão do Cazaquistão.


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O desvio dos rios fez praticamente o Mar Aral desaparecer, restando apenas 20% de seu volume de ĂĄgua atualmente.



A alta no preço do petróleo, abundante no Cazaquistão, fez o país passar por um surto prosperidade, como mostra sua moderna capital, Astana.


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