machados
por
meio
da
dos
ecologia
E n c o n t r o s - R ee n c o n t r o s Requalificação da av. riacho
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Vitória Dias dos Santos Gonçalves
Encontros - Reencontros Requalificação da Av. Riacho dos Machados por meio da ecologia Trabalho
de conclusão de curso apresentado como
exigencia
para
rel
em
a
obtenção
Arquitetura
Arquitetura
e
do
título
de
Bacha-
e Urbanismo do curso de
Urbanismo
do
Centro
de
Ciencias
Exatas e Tecnologia da Universidade Cruzeiro do Sul .
Orientador: Profº Ms. Marlon Paiva
São Paulo 2019
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5 Universidade Cruzeiro do Sul Centro de Ciencias Exatas e Tecnologia Curso de Arquitetura e Urbanismo
Autor(a): Vitória Dias dos Santos Gonçalves Título: Encontros - Reencontros : Requalificação da Av. Riacho dos Machados
por meio da ecologia
Monografia de Trabalho de Conclusão de Curso
de Arquitetura e Urbanismo
BANCA EXAMINADORA
Presidente e Orientador: Profº Ms. Marlon Paiva
São Paulo 2019
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Dedico este trabalho a todos aqueles que me inspiram a fazer a diferenรงa no Brasil e no mundo.
7 Agradecimentos Gostaria de agradecer e dedicar essa dissertação às seguintes pessoas: Primeiramente, gostaria de agradecer à Deus por me proporcionar tamanha força e garra para seguir com meus sonhos e alcançá-los. Agradeço aos meus pais, Viviane Gonçalves e Eduardo Gonçalves, que ao longo da minha caminhada sempre me apoiaram e estiveram ao meu lado nos momemntos aflitos, com sábias palavras de incentivo para eu sempre manter minha jornada com coragem e determinação. Agradeço-os, pois mesmo quando parecia impossível, sempre proporcionavam novas soluções ou formas de enfrentar os problemas, me mostrando que a vida pode ser muito mais do que achamos que é, e que devemos apreciar a vista da vida durante a nossa jornada, porque essa sim é a felicidade que tanto tentamos encontrar. Agradeço às minhas irmã, Laís e Jéssica Gonçalves, pelas conversas sábias e descontraídas, sempre passando mensagens construtivas e mantendo-se ao meu lado em todas as ocasiões. Agradeço às amizades que possuo, que sei que torcem por mim. Agradeço às amizades que construí ao longo do curso, especialmente à Karina Vieira, pela sinceridade e companheirismo, é uma pessoa com a qual pretendo compartilhar sonhos, planos e momentos. Passamos por muitos altos e baixos, mas sempre lado a lado, nos incentivando e ajudando para ver o sucesso acontecer. Agradeço aos mestres que tive o prazer em conhecer durante minha graduação, sem dúvida aprendi muito com eles e são exemplos que farei questão de seguir. Agradeço em especial às professoras Tarsila Miyazato, Rebeca Mendonça e Júlia Coelho, mulheres fortes que me trouxeram muito aprendizado na vida profissional, mas principalmente na vida pessoal. Experiencias, conversas e até mesmo simp0les posturas em sala de aula que auxiliaram na minha formação, de uma maneira mais forte e segura. Agradeço ao meu professor orientador, Marlon Paiva, pela sua paciencia e seu vasto conhecimento, me ajudou a fazer, estruturar e tornar possível o trabalho aqui apresentado. Meus sinceros agradecimentos a todos que puderam fazer parte dessa jornada e que ajudarm de alguma forma com que este sonho pudesse se tornar realidade.
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"Para o urbanista, a cidade e o território não são apenas um imenso arquivo de documentos do passado, eles são principalmente um inventário do futuro". Bernardo Secchi (1934-2014)
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RESUMO Este trabalho é uma análise operacional sobre a requalificação do espaço urbano por meio de pesquisas e técnicas ecológicas para esta intervenção. Grandes civilizações, como a egípcia, a chinesa e a hindu mantiveram seus costumes urbanos durante a história de milhares de anos da humanidade, pois de alguma forma tinham uma organização determinada por princípios ecológicos, embutidos em seus preceitos culturais. O urbanismo Ecológico, conceit recente na história do pensamento urbanístico, é capaz de criar equilíbrio entre os recursos naturais e as ocupações urbanas, de forma a implantar um novo conceito de urbanização em cidade como São Paulo. Com o surgimento do sedentarismo, houve a preocupação e a necessidade de avaliar os limites dos recursos disponíveis, bem como o tempo que a natureza levava para sua reposição, juntamente com o trabalho humano, e se adequar às inovações que seriam imprenscindíveis para o seu desenvolvimento e adensamento. Isso naturalmente demandava um "planejamento ambiental", mesmo que de forma intuitiva e rudimentar. Esse planejamento rqueria um nível de organização muito superior dos povos sedentários à dos povos nômades. O urbanismo ecológico propõe mudanças de paradigmas, tanto para arquitetos, quanto para a sociedade, pela qual o desenho urbano deveria ser pensado e projetado a partir das potencialidades e limitações do meio a ser inserido e buscar as infra-estruturas na própria paisagem. As áreas verdes não existem apenas pelo embelezamento das paisagens, elas agregam na qualidade do ar, no controle de temperatura, diminuição da poluição sonora, entre outros. Palavras-chave:
Ecologia.
Planejamento.
Historicismo.
Urbanismo
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ABSTRACT This work is an operational analysis on the revitalization and requalification of the urban environment through ecological techniques for this intervention. Great civilizations such as the Egyptian, the Chinese, and the Hindu maintained their urban customs during the thousands of years of humanity's history, for they were organized in some way by ecological principles, embedded in their religious precepts and their cultures. Ecological Urbanism, a recent concept in the history of urbanistic thinking, is capable of creating a balance between natural resources and urban occupations, in order to implant a new concept of urbanization in cities like SĂŁo Paulo. With the emergence of the sedentarism, there was the concern and the need to evaluate the limits of the available resources, as well as the time that nature took to its replacement, together with the human work and to adapt to the innovations that would be essential for its development and densification. This naturally demanded "environmental planning," even if intuitively and rudely. Such planning required a much higher level of organization of the sedentary peoples than the nomadic peoples. Ecological urbanism proposes a paradigm shift, for both architects and society, whereby urban design should be designed and projected from the potentialities and limitations of the environment to be inserted and seek the infrastructures in the landscape itself. Green areas, for example, do not only exist for the beautification of landscapes, they add to the quality of the air, the control of the temperature of the streets, the reduction of noise pollution, among others. Key-Word:
Ecology.
Planning.
Historicism.
Ecological
Urbanism
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LISTA DE FIGURAS: Figura 01. Fantastic City - Archdaily................................................ Figura 02. São Mateus na Cidade de São Paulo - São Mateus, SP - Ocupações do solo.......................................................................... Figura 03. Área de intervenção - Elaboração própria da autora.......................................................................................................... Figura 04.Uso do solo e cheias antes e depois da urbanização Prefeitura de São Paulo........................................................................ Figura 05. Aumento da fixa inundada e ocupação de várzeas Prefeitura de São Paulo...................................................................... Figura 06. Proporsta de Requalificação Urbana do centro histórico de São José (SC) - Archdaily........................................................... Figura 07. Interação entre construção e meio-ambiente - Arquitetura de baixo impacto..................................................................... Figura 08. Prédio de taipa de pilão: Hainallee 1, Weilburg, Alemanha, 1828 - MINKE............................................................................. Figura 09. Tripé da sustentabilidade - SustentArqui........................ Figura 10. Sub-Bacias do Aricanduva - Prefeitura de São Paulo.. Figura 11. Boletim da Subprefeitura de São Mateus (2008) - Prefeitura de São Paulo........................................................................... Figura 12. Boletim da Subprefeitura de São Mateus (2009) - Prefeitura de São Paulo........................................................................... Figura 13. Obras no córrego Riacho dos Machados (2012) - Prefeitura de São Paulo...........................................................................
PÁG. 04 PÁG. 21 PÁG. 22 PÁG. 27 PÁG. 27 PÁG. 28 PÁG. 30 PÁG. 30 PÁG. 31 PÁG. 36 PÁG. 36 PÁG. 37 PÁG. 37
13
Figura 14. Antes e depois Canal Paco - Elaboração própria da autora............................................................................................ Figura 15. Nova vida no entorno do Canal Paco - Ambiente legal Figura 16 e 17. Instalação de bóias ecológicas - UOL.................... Figura 18. Processo de autodepuração - 2engenheiros................... Figura 19. Zonas da Autodepuração - Elaboração própria da autora....................................................................................................... Figura 20. Funcionamento de ilhas flutuantes + Fluviais flutuantes - Biomatrix.......................................................................................... Figura 21. Tipos de ecossistemas flutuantes - Biomatrix............... Figura 22. Etapas dos ecossistemas flutuantes - Biomatrix.......... Figura 23. Votu Hotel - GCP Arquitetura & Urbanismo.................. Figura 24. Edifício Corte - GCP Arquitetura & Urbanismo................... Figura 25. Inspiração no cão de pradaria - GCP Arquitetura & Urbanismo.................................................................................................... Figura 26. Sistema de ventilação aplicado no projeto - GCP Arquitetura & Urbanismo......................................................... Figura 27. Esquema de autosombreamento - GCP Arquitetura & Urbanismo.................... Figura 28. Esquema cozinha/tucano - GCP Arquitetura & Urbanismo.................................................................................................... Figura 29. Programa de necessidades - GCP Arquitetura & Urbanismo......................................................................................................... Figura 30. A arca - Atelier Marko Brajovic........................................... Figura 31. Chicago Spire - Ecycle...................................................... Figura 32. Gardens by the ba - Lighting Planners.....................................
PÁG. 44 PÁG. PÁG. PÁG. PÁG.
44 45 46 46
PÁG. 47 PÁG. PÁG. PÁG. PÁG. PÁG.
47 48 48 49 49
PÁG. 49 PÁG. 50 PÁG. 50 PÁG. 50 PÁG. 51 PÁG. 51 PÁG. 52
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Figura 33. Supertrees - Munshi Ahmed................................................ Figura 34. Supertrees à noite - Archdaily............................................. Figura 35. Corte - Lighting Planners.................................................... Figura 36. Organograma de funcionalidade das supertrees - Gardens by the bay................................................................................... Figura 37. Passarela entre "super-árvores" - Lighting Planners........ Figura 38. Cachoeira fonte dos LED's - Lighting Planners................... Figura 39. Macrozona área de intervenção - Geosampa................... Figura 40. Macroárea área de interveção - Geosampa...................... Figura 41. Tipo de ocupação do lote - Geosampa............................ Figura 42. Macroárea de vulnerabilidade urbana - Manual do Plano Diretor do Município de São Paulo...................................................... Figura 42B. Macroárea de Controle e qualificação urbana e rural Manual do Plano Diretor do Município de São Paulo........................... Figura 43. Vista do entorno - Google Maps..................................... Figura 44. Vista aérea do terreno - Google Maps............................ Figura 45. Foto da margem do córrego com áreas verdes - Foto própria do autor................................................................................... Figura 46. Transito típico aos domingos - Google Maps................. Figura 47. Transito típico às quartas - Google Maps........................ Figura 48. P1: Pavimento calçadão / parque.................................... Figura 49. P2: Pavimento calçadas..................................................... Figura 50. P3: Pavimento ciclovia...................................................... Figura 51. P4: Pavimento acessibilidade............................................ Figura 52. P5: Pavimento vias de tráfego......................................... Figura 53. P6:Pavimento estacionamento..........................................
PÁG. PÁG. PÁG. PÁG.
52 53 53 54
PÁG. PÁG. PÁG. PÁG. PÁG. PÁG.
54 54 58 58 58 61
PÁG. 61 PÁG. 65 PÁG. 67 PÁG. 67 PÁG. PÁG. PÁG. PÁG. PÁG. PÁG. PÁG. PÁG.
69 69 84 84 85 85 85 85
15
Figura Figura Figura Figura Figura Figura Figura Figura Figura Figura Figura Figura Figura Figura Figura
54. L1: Iluminação viária.............................................. 55. L2: Iluminaçõo direcionável.................................... 56. L3: Iluminação paisagismo..................................... 57. L4: Iluminação parque............................................ 58,59,60. M1: Mobiliário: Bancos................................. 61. M2: Lixeira subterranea.......................................... 62. M3: Bicicletário....................................................... 63. M4: Gola de árvore................................................. 64. M5: Cinzeiro............................................................ 65,66,67. ME1: Biovaletas e cisternas verdes............. 68. A1: Tijolo ecológico................................................. 69. A2: Argamassa sustentável.................................... 70. Perspectiva cobertura.............................................. 71. Vista frontal cobertura............................................ 72. Vista superior cobertura..........................................
PÁG. PÁG. PÁG. PÁG. PÁG. PÁG. PÁG. PÁG. PÁG. PÁG. PÁG. PÁG. PÁG. PÁG. PÁG.
86 87 87 87 88 89 89 89 89 90 91 91 92 92 92
16
LISTA DE TABELA: Tabela 01. Impactos da urbanização - Prefeitura de São Paulo................ Tabela 02. Revitalização urbana x Requalificação urbana - Elaboração própria da autora............................................................................................ Tabela 03. Arquitetura ecológica x Arquitetura sustentável - Elaboração própria da autora............................................................................................ Tabela 04: Parâmetro de ocupação dos lotes - Prefeitura de São Paulo
PÁG. 26 PÁG. 28 PÁG. 33 PÁG. 59
17
18
LISTA DE GRÁFICOS: Gráfico 01. O sucessivo crescimento populacional mundial - U.S. CENSUS PÁG. 23 BUREAU (2002)............................................................................................... Gráfico 02. Organograma e Fluxograma........................................................ PÁG. 81
19
20
01
sumário
introdução
1.1. APRESENTAÇÃO DO TEMA....
PÁG. 20
1.2. ÁREA DE INTERVENÇÃO.......
PÁG. 20
1.3. JUSTIFICATIVAS.....................
PÁG. 21
1.4. METODOLOGIAS
PÁG. 22
2.1. URBANISMO
PÁG. 23
2.1.1. IMPACTOS DO URBANISMO
PÁG. 26
2.1.2. REQUALIFICAÇÃO DO ESPAÇO URBANO
PÁG. 28
2.2. ARQUITETURA ECOLÓGICA
PÁG. 29
2.3. ARQUITETURA SUSTENTÁVEL
PÁG. 31
2.4. ARQ. ECOLÓGICA X ARQ. SUSTENTÁVEL
PÁG. 32
2.5. SÍNTESE CRONOLÓGICA
PÁG. 34
2.6. PROBLEMÁTICA
PÁG. 36
03
estudo
de
caso 4.1. APRESENTAÇÃO DO LOCAL............... PÁG. 62 4.2. MAPAS TEMÁTICOS............................ PÁG. 64 4.3. LEVANTAMENTO FOTOGRÁFICO........... PÁG. 72 4.4. CONCLUSÃO....................................... PÁG. 78
02
contextualização histórica
3.1. INTRODUÇÃO......................... PÁG. 43 3.2. ESTUDO DE CASO 01.......... PÁG. 44 3.3. ESTUDO DE CASO 02............. PÁG. 48 3.4. ESTUDO DE CASO 03.......... PÁG. 52 3.5. CONCLUSÃO........................
PÁG. 56
04
área
de
intervenção
05 estudo
preliminar
21 5.1. CONCEITO........................................... PÁG. 78 5.2. PARTIDO ARQUITETONICO................... PÁG. 79 5.3. PROGRAMA DE NECESSIDADES.......... PÁG. 80 5.4. ORGANOGRAMA E FLUXOGRAMA........ PÁG. 81 5.5. CROQUIS............................................. PÁG. 83
6.1. PAVIMENTAÇÃO................................... PÁG. 84 6.2. ILUMINAÇÃO........................................ PÁG. 86 6.3. MOBILIÁRIO URBANO.......................... PÁG. 88 6.4. INFRAESTRUTURA VERDE................... PÁG. 90 6.5. ARQUITETURA..................................... PÁG. 91
06 memorial descritivo
6.6. COBERTURA....................................... PÁG. 92
07
PRO J E TOS
7.1. CONDICIONANTES DE PROJETO.......... PÁG. 94 7.2. PROJETOS REDUZIDOS........................ PÁG. 101 7.3. MAQUETE ELETRONICA....................... PÁG. 104 7.4. PRANCHAS DE PROJETO................... PÁG. 106
8.1. CONCLUSÃO........................................ PÁG. 110
08
CONCLUSÃO
Do questionamento à contextualização
01.
introdução
22 • • 1.1. APRESENTAÇÃO DO TEMA • • A proposta consiste em uma requalificação no entorno de uma parte da Av. Riacho dos Machados, no bairro de São Mateus, tendo como objetivo conectar o ecossistema existente antes da urbanização, com a edificação da cidade através da ecologia, priorizando o meio-ambiente e o pedestre, estimulando o novo uso do espaço de uma forma consciente e estimulando a busca por ecologia na cidade e seu impacto na vida das pessoas. Para alcançar o objetivo, a área de intervenção foi analisada segundo seus espaços naturais e urbanos e suas funções, seus fluxos e eixos, gerando ora pontos de precariedade de equipamentos para a população, ora espaços abandonados pela mesma. • • • • • • • • • • •
• • 1.2. ÁREA DE INTERVENÇÃO • • A área de intervenção se encontra em São Mateus, extremo leste de São Paulo, composta por 3 distritos: São Mateus, São Rafael e Iguatemi. Ao Norte faz divisa com Itaquera, Vila Formosa e Aricanduva. Ao Sul, faz divisa com Mauá e Santo André. A leste, com Guaianases e a oeste, com a Vila Prudente. • O relevo é acidentado devido à proximidade com a Serra do Mar. A noroeste tem a Bacia do Aricanduva. Possui 37 córregos, 2 rios: Aricanduva e Rio das Pedras e 1 ribeirão: Aricanduva. • O perímetro de atuação foi delimitado em: Av. Riacho dos Machados com travessa com a Rua Coqueiral, perpassando pela Secretaria Municipal da Saúde e terminando seu perímetro na travessa com a Rua Édson Mendo Leitão. • No perímetro de estudo, está situado vazios urbanos com potencial de crescimento, margeando o córrego dos Machados, o qual é importante para a região, mas não atua de forma apropriada, por alguns fatores, como abandono e poluição e traz inconvenientes para os moradores locais, dentre o mais austero, inundação da área. Além
23 demarcado • 1.3. JUSTIFICATIVAS • • • Fig. 02: São Mateus na Cidade de São Paulo • Por que da área? • • São Mateus está localizada dentro da Região Metropolitana de São Paulo, bairro conhecido pelo seu vasto número de comércios, tendo um grande potencial de desenvolvimento. Mesmo com potencial comercial alto, o bairro carece de equipamentos culturais, de lazer e espaços públicos de qualidade. A pouca oferta existente não é difundida adequadamente, ou é quase nula, deixando os moradores locais à deriva, obrigados a se deslocar para bairros mais centrais na procura de entretenimento, não promovendo o desenvolvimento econômico, cultural e de lazer local. • O bairro é formado por potencialidades pouco reconhecidas, como o diverso número de córregos que por ali passam e que poderiam ser explorados positivamente para gerar pontos de interação humana pelo bairro, consequentemente trazendo permanência ao local, resultando em maior segurança e elevando a economia. Ruas e avenidas • Fonte:https://pt.map-of-sao-paulo.com/munic%C3%ADprincipais tomadas por comércios, mas que não pios-mapas/s%C3%A3o-mateus,-s%C3%A3o-paulo---ose estende para a periferia, não promovendo o cupa%C3%A7%C3%A3o-do-solo-mapa desenvolvimento em todo o bairro, mas só em • uma parte central do mesmo. • • • • • • • • • • disso, uma parte como ZEIS-1.
do
território
é
24 • Por que do tema? • • Urbanismo está relacionado diretamente ao desenvolvimento da cidade juntamente com o bem-estar das pessoas que ocupam a mesma. Tema esse, adicionado à ecologia, que prevê o bem-estar do meio ali existente antes da urbanização e a sua interação com a mesma, só ocasiona um resultado: A melhoria das condições humanas encontradas hoje muitas vezes em estado precário e a volta do ecossistema natural do perímetro de maneira ecológica, trazendo uma interação entre ambos de uma forma mais saudável e agradável tanto na questão social, mas principalmente para a questão ambiental. • • • 1.4. METODOLOGIAS • • Para uma proposta clara e precisa, foram feitas diversas análises cartográficas e históricas da área, bem como contextualização da relação entre as regiões da cidade, todas consultadas em bases de dados de organizações de confiança e referência. Toda a base teórica foi consolidada a partir de consultas à conteúdos bibliográficos e acadêmicos associados ao tema abordado. • • • • • •
• • Fig. 03: Área de intervenção
• Fonte: Elaboração própria •
25
Do questionamento à contextualização
02.
contextualização histórica
26 • • 2.1. URBANISMO • • "Entre a história da cidade e do território e das práticas de que foram investidos há um paralelismo evidente, mas não uma perfeita coerência. O urbanismo não é o único responsável pela construção e pela mudança da cidade [...]. História da cidade e história do urbanismo são coisas diferente, mas como a cidade, também o saber do urbanismo é o resultado de um processo de seleção cumulativa." (SECCHI, 2016, p. 59). • • O termo "urbanismo" passou a englobar uma grande parte do que diz respeito a cidade, obras públicas, morfologia urbana, planos urbanos, práticas sociais e pensamento urbano, legislação e direito relativo a cidade. • A antiguidade greco-romana contribuiu para amenizar os laços de dependência que ligam a religião à organização do espaço constituído. Na Idade Média, embora imersa num ambiente profundamente religioso, são as autoridades leigas que estabelecem um domínio no espaço urbano. A partir da Renascença, os fundamentos urbanísticos autônomos se encontram colocados, mas a ruptura com o passado não está de
fato consumada. • É a Revolução Industrial, com um inchaço populacional, que forma o urbanismo moderno, com progressos técnicos e científicos a partir do séc. XVIII, provocando uma rejeição efetiva das concepções tradicionais da cidade e utilizando como recursos a utopia. • • Gráfico 01: O sucessivo crescimento populacional mundial
• Fonte: U.S. CENSUS BUREAU (2002) • • • • • • •
27 • Nos países onde ocorre o progresso técnico e o aumento da produtividade do trabalho, acarreta um aumento da produção global, o que possibilita o crescimento demográfico e a elevação do nível de vida. • Paralelamente, a estrutura da população ativa se transforma. Enquanto no início do séc. XIX todas as nações eram ocupadas em sua maioria no setor da agricultura, nos países industrializados ocorre uma fundição considerável da agricultura com o setor da indústria e serviços. Posteriormente, em função de um novo progresso da produtividade na indústria, o secundário (indústria) diminui por sua vez em benefício do terciário (serviços), que é o grande beneficiário do desenvolvimento econômico. Com essa notável mudança da necessidade de agricultores para a economia, todos os excedentes, que exploram as terras menos rentáveis, são obrigados a partir, surgindo assim, o êxodo rural, que transforma esses agricultores, mesmo sem o seu consentimento, em citadinos. A cidade, por sua vez, não está preparada para acolher toda essa população, o que gera a proliferação de cortiços. • Uma série de pensadores repudia a noção tradicional de cidade e elabora modelos que permitem reencontrar uma ordem perturbada pelo maquinismo. É desta pesquisa que nasce a principal corrente do urbanismo moderno, a corrente progressista. • Desde 1901 o arquiteto Tony Garnier elabora um plano da cidade industrial, onde se encontra
quase tudo o que está na base do urbanismo atual. Os "arquitetos racionalistas" constituem, a partir de 1928 um movimento internacional (CIAM - Congresso Internacional de Arquitetura Moderna). Em 1933 os arquitetos do CIAM elaboram um manifesto doutrinal: "A Carta de Atenas", uma carta constitucional capaz de construir concretamente um futuro melhor para as cidades. • O modelo progressista fundamenta-se na análise das funções urbanas acompanhadas de zoneamento: habitação, trabalho, lazer. A circulação é concebida como uma função distinta, independente em relação às edificações, com diferenciação de vias segundo velocidades. • O esquema urbano é concebido para o homem-padrão. Em qualquer lugar do mundo. Tanto para as grandes como para as pequenas cidades. Qualquer que seja o regime político ou o nível de desenvolvimento econômico. O modelo urbanístico é amplamente contestado. • Um urbanismo desumano. Esta é a principal crítica endereçada atualmente ao modelo dominante. Contudo, isto de certa forma é inevitável, devido a evolução econômica e demográfica. • No pós-guerra, na Europa, é necessário construir abundantemente em função das destruições, do crescimento demográfico e do êxodo rural que acompanhava o crescimento econômico e o progresso social. Volta-se para uma produção maciça de habitações sociais. Esse urbanismo, embora sob certo ponto de vista insatisfatório, ao menos assegura à grande
28 massa da população o benefício das principais conquistas da técnica moderna tanto no sanitário quanto no econômico. • Sobretudo a grande culpabilidade do urbanismo progressista é de apresentar a cidade futurista, com seus imóveis coletivos gigantes, formigueiros extremamente confortáveis com inúmeras células habitacionais, como o lugar da felicidade perdida. O grande pecado do urbanismo progressista é ter imposto o ideal não confesso de um universo kafkiano*, à base de espaços desestruturados e de gigantescas "máquinas de habitar", para homens-máquina. • Desde 1961, a socióloga americana Jane Jacobs, mostra que o abandono da rua acarreta o desaparecimento das principais vantagens da vida urbana: segurança, contato, formação das crianças, diversidade das relações. Ela acrescenta que a estrita aplicação do princípio do zoneamento esvazia durante o dia os bairros habitacionais: reina então um sentimento de tédio que reforça a padronização da arquitetura. Para ela, o essencial é refazer as ruas, que ela deseja vivas, animadas, comerciais, locais de sociabilidade e de segurança. • Ë nos países do Terceiro Mundo que o gigantismo urbano se revela mais assustador. Sua característica particularmente desumana resulta do imenso crescimento demográfico do país onde a ciência e as técnicas médicas foram introduzidas artificialmente. • Menos ainda que as cidades europeias do séc. XIX, as cidades do Terceiro Mundo não con-
seguem acolher as massas humanas que para elas fluem. São rodeadas de imensos subúrbios feitos de favelas. Mesmo Brasília, com um planejamento urbano feito por Oscar Niemeyer, com bairros habitacionais que não diferem dos conjuntos de Singapura, Paris e Moscou, possui suas favelas. • Em algumas destas cidades gigantes não existe nem mesmo eliminação de esgoto e coleta de lixo. Os detritos acumulam-se na periferia em verdadeiras colinas sobre as quais vive um povo miserável e das quais retiram sua subsistência. Trata-se, portanto, no final das contas, de uma situação bastante pior que aquela das grandes cidades ocidentais do séc. XIX. • Se na Índia, no Zaire ou no Brasil deixa-se a pequena cidade para se amontoar nas favelas, é porque existe diferença de nível entre as grandes cidades e o campo, totalmente incapaz de possibilitar a sobrevivência ao enorme excedente populacional. O espaço rural, é simplesmente abandonado no percurso natural de uma urbanização difusa. • Na reconstrução da história do urbanismo, são consideradas, na maioria das vezes, duas linhas de hipóteses. A primeira faz referência a tudo aquilo que é externo ao urbanismo, manifestadas pela sociedade, economia, instituições e grupos sociais. A segunda linha, faz referência àquilo que é interno ao urbanismo, conflitos e contradições que se manifestam com o passar do tempo nas cidades. • Os resultados obtidos pelo urbanismo moderno
29 são de um valor discutível, mas de uma am- • plitude arrasadora: isto se deve não a uma • Qualquer tipo de ocupação humana gera algum tipo de consequência direta ao meio ambiente. suposta qualidade enquanto ciência, mas às O microclima local acaba sendo alterado devido possibilidades geradas pelos meios técnicos que às alterações feitas na flora, fauna e incidência a civilização industrial coloca à disposição dos de recursos naturais peculiares ali existentes. arquitetos, dos engenheiros e dos urbanistas. • Durante a execução de uma nova intervenção • na cidade, o índice de poluição é alto, causa• *kafkiano: Situação indesejada em que um indos pelos resíduos de obra. Toda matéria-prima divíduo, sem o querer, se depara como inserido, utilizada na obra passou pelo processo de exficando com a real impressão de que, enquanto tração, manufatura e transporte até o local de a situação perdura, está vivendo em uma diutilização, de alguma forma, mesmo que mínimensão irreal, em estado de perplexidade poma, gera um percentual significativo de poluição dendo, em decorrência, ser levado a uma condo planeta. É nessa fase que são constatadas dição mental totalmente desajustada. igualmente o descarte de recursos naturais e • falta de bom senso na sua utilização. • • Quando o homem passa a habitar, ele gera re• 2.1.1. IMPACTOS DO URBANISMO síduos que agridem o local e os destinos que • seu lixo vai ter. Desperdício, falta de reutilização • Tabela 01: Impactos da urbanização ou reaproveitamento de recursos naturais são os grandes agentes de consequências negativas da cidade nos dias atuais. Inundações, alagamentos, deslizamentos e assoreamento são alguns exemplos das consequências geradas pelo urbanismo, quando implantado de maneira irregular no meio ambiente.
• Fonte: Prefeitura de São Paulo
• • • • • • •
30 • • Figura 04: Uso do solo e cheias antes e depois da urbanização
formas: A retificação de cursos d'água, que é tornar o curso do rio reto, geralmente curvos que acompanham o relevo; e a Canalização, que pode ser aberta ou subterrânea, que pode ser reconhecida pelo cobrimento do leito, ou a calha do rio com alguma superfície dura ou impermeável, geralmente se faz o uso do concreto. • • Figura 05: Aumento da faixa inundada e ocupação de várzeas
• Fonte:Prefeitura de São Paulo •
• A inundações urbanas podem ocorrer por diversos fatores, sendo os principais a ineficácia do sistema de drenagem e a construção de centros urbanos em terrenos que naturalmente são afetados pelas enchentes. Tudo se dá pela canalização de bacias, rios e córregos feitas de forma ineficaz, que sofreram com a urbanização desenfreada, deixando seu curso muito menor do que naturalmente ele se formou, com ocupação indevida e impermeabilização do solo para a construção de cidades. • O conjunto de modificações no leito e no trajeto dos rios, ribeirões e córregos se dá de duas
• • Fonte: Prefeitura de São Paulo • • • • • •
31 • Segundo o arquiteto e urbanista Alexandre Delijaicov, da FAU/USP, um dos grandes responsáveis pela mudança de paradigma que transformou São Paulo veio da gestão do prefeito Prestes Maia, que governou de 1938 a 1945, e eliminou 4 mil quilômetros de riachos, córregos e suas margens, essas consideradas ótimas opções de lazer em metrópoles como Paris e Londres. • As inundações localizadas são provocadas por intervenções antrópicas nas drenagens, com estrangulamento dos leitos fluviais em pontes, bueiros e aterros. O assoreamento agrava essa situação, pois reduz as seções dos canais e também pode provocar inundações localizadas. • • • • • • • • • • • • • • •
• •
• 2.1.2. REQUALIFICAÇÃO DO ESPAÇO URBANO • • O termo requalificação urbana, como uma maneira de intervenção dos espaços, surge nas terminologias do urbanismo a partir do final da década de 1990, uma época de contradição de ideologias, pois de um lado se tinha as transformações do tecido urbano, com os projetos de renovações urbanas, e, pelo o outro extremo, têm-se a necessidade de conservar os patrimônios históricos, ambientais e sociais das cidades. • A requalificação é um instrumento para a melhoria da qualidade de vida da população, promovendo o reordenamento, proteção e a recuperação dos centros urbanos, sempre integrando as questões econômicas, ambientais e socioculturais para uma melhor qualidade de vida. Engloba processos de alteração em uma área urbana com a ideia de lhe dar nova função, diferente daquela pré-existente. • • • • • • • • • • • •
32 • Figura 06: Proposta de Requalificação urbana do Centro Histórico de São José - SC
• Fonte: Archdaily •
• Procurando impulsionar a introdução ou a reintrodução de atividades urbanas, a requalificação propõe ações para a proteção de áreas degradas e voltadas para o enquadramento contemporâneo, trazendo, assim, uma nova centralidade para a região. Com essas características, a requalificação pode ser conhecida, também, com uma política de centralização urbana. • Requalificação urbana irá tratar de ações focadas ao espaço público e intervenções de larga escala para a reestruturação do espaço urbano, porém sem tirar a importância do patrimônio edificado como elemento básico para a composição da zona urbana. • • •
• Tabela 02: Revitalização urbana x Requalificação urbana
• Fonte: Elaboração própria do auto • • • • •
• 2.2. ARQUITETURA ECOLÓGICA • • Ecologia é a parte da Biologia que estuda as relações dos seres vivos entre si e destes com o meio e o entendimento do funcionamento da natureza. Assim sendo, ecologia significa o "estudo da casa" ou o "estudo do habitat dos seres vivos". • O termo foi usado pela primeira vez em 1866 pelo cientista alemão Ernest Haeckel, e vem da junção de duas palavras gregas: "oikos" = casa; "logos" = estudo. • A arquitetura ecológica tem como objetivo principal a utilização de materiais disponíveis no
33 próprio local de construção e que usam, na maioria das vezes, materiais renováveis como palha e fibras vegetais (a terra, muito usada neste tipo de construção, não é renovável, porém pode ser reutilizada inúmeras vezes), procurando causar o menor impacto possível à natureza. Está associada à técnicas passivas de construção, como iluminação e ventilação natural, às estratégias verdes, ao aproveitamento da água da chuva, e ao uso de materiais locais e naturais como por exemplo; a terra, o bambu, tijolos ecológicos, entre outros. • A arquitetura bioclimática, é uma das vertentes da arquitetura ecológica e, tem como foco principal o conforto e bem-estar do morador/ usuário através da adaptação da construção ao clima local gerando um melhor aproveitamento energético. • A compreensão da realidade territorial e climática do lugar onde se habita nos orienta quanto às decisões que devemos tomar sobre o posicionamento da edificação e a sua localização no terreno, assim como a organização dos ambientes que a compõem. Técnicas de projeto facilitam promover a eficiência energética da construção e economia de materiais e financeiro. • As diretrizes para esta pauta eco eficiente são: • • • - Projeto Solar Passivo: compreensão da "geometria solar" - variação do movimento aparente do sol ao longo das estações do ano
- aplicada à edificação, para que esta receba adequadamente iluminação natural e condicionamento térmico: que a aqueça no inverno e a refresque no verão. • • - Envoltória da edificação com materiais que promovam o correto isolamento e inércia térmica. • • - Ventilação Natural: captação, circulação cruzada, exaustão e barreiras de vento. • • - Aquecimento de água e calefação com o aproveitamento térmico de lareira e fogão à lenha. • • - Geração própria de energia elétrica limpa: solar, eólica e micro hidráulica. • Figura 07: Interação entre construção e meio-ambiente
• Fonte: https://www.arqbaixoimpacto.com.br/arquitetura-ecolgica
34 •
• Na verdade, trata-se de um resgate de técnicas construtivas tradicionais adaptadas à realidade atual que utilizam materiais feitos basicamente de terra (alguns utilizam terra e cimento em pequenas quantidades, outros utilizam terra e fibras vegetais, e etc.) e por isso, com praticamente nenhum impacto ambiental. • Na Alemanha, na cidade de Weilburg, está o prédio mais alto da Europa construído de terra crua (taipa-de-pilão). Com 7 andares, o prédio já resistiu a um incêndio e tem quase 200 anos. • • • Figura 08: Prédio de taipa de pilão: Hainallee 1, Weilburg, Alemanha, 1828
• Fonte: MINKE, 1995, p.18 •
• Alguns outros materiais que podem ser utilizados em construções ecológicas são: madeiras, pedras, adobe (blocos de terra crua que não passam pelo processo de cozimento dos tijolos convencionais), cob (mistura de barro com fibras vegetais sovados muito usado na Inglaterra), terra-palha ou somente palha prensada na forma de blocos (strawable), calfetice (barro, cal, cimento e fibra vegetal misturados), super-adobe (mistura tipo adobe apiloada em sacos de polipropileno). • Na construção ecológica não podem faltar precauções para economia no uso da água, podendo reaproveitar a água da chuva para o abastecimento, eficiência energética e gerenciamento de resíduos, assim como, é importante observar sempre se os materiais utilizados foram extraídos de forma sustentável (sem desmatamento e outras degradações). • • • • • • • • • • • • • •
35 • 2.3. ARQUITETURA SUSTENTÁVEL • • Sustentabilidade é um termo considerado bastante recente, porém existem registros de diversos movimentos que surgiram em várias regiões do planeta. Esses movimentos surgiram depois que foi identificado as consequências negativas do mundo industrial para o meio ambiente. O termo "sustentável" tem origem do latim sustentare, que significa sustentar, apoiar e conservar. • Em 1987 apareceu a primeira definição de desenvolvimento sustentável, por Brundtland Report, conceito que atende às necessidades do presente, sem comprometer às necessidades futuras. • Outra definição muito usada é o tripé da sustentabilidade, que é formado por três elementos: econômico, ambiental e social. Esse conceito foi criado nos anos 1990 pelo sociólogo britânico John Elkingtonque. • • • • • • • • • • • • • •
• Figura 09: Tripé da Sustentabilidade
• Fonte: https://sustentarqui.com.br/wp-content/uploads/2015/07/Trip%C3%A9-sustentavel.png •
• "Sustentabilidade" e "desenvolvimento sustentável" se complementam, porém as terminologias têm significados diferentes, onde: • • Sustentabilidade: Respeitar os ecossistemas conforme eles são dispostos na natureza. • • Desenvolvimento sustentável: Forma de proceder para chegarmos ao propósito de sustentabilidade. • • • • • •
36 • Na década de 70, foi identificado muitas crises ambientais em todo o planeta, tanto nas nações menos desenvolvidas, quanto nas industriais. Ao longo dos anos, foram criadas diversas ONG's, conferencias e tratados para lutar pelas questões ambientais e promover o desenvolvimento sustentável. • Arquitetura sustentável é aquela que busca minimizar os impactos ao meio ambiente, sendo ecologicamente correta, mas também deve promover o desenvolvimento social e cultural, além de ser viável no âmbito econômico. • A construção sustentável visa a redução do impacto ambiental da construção através da utilização de técnicas, materiais e tecnologias menos agressivas antes, durante e depois da obra, que garantam a sustentabilidade do empreendimento através do uso de materiais duráveis, com eficiência energética e hídrica. Essas práticas geram a redução dos custos de investimento e operação, valorização do imóvel / produto, maior produtividade de serviços e uma qualidade de vida muito melhor. • Ainda que o preço de implementação de alguns sistemas ambientalmente sustentáveis em um edifício verde gere um custo cerca de 5% maior do que um edifício convencional, sua utilização pode representar uma economia de 30% de recursos, durante o uso e ocupação do imóvel. • Um sistema de aquecimento solar, por exemplo, se instalado em boas condições de orientação das placas, pode ser pago, pela economia que gera, em apenas um ano de uso. Edifícios que empregam sistema de reuso de água (a água dos chuveiros e lavatórios, após tratamento,
volta para abastecer os sanitários e as torneiras das áreas comuns) podem ter uma economia de água da ordem de 35%. Por princípio, a viabilidade econômica é uma das três condições para a sustentabilidade. • • • 2.4. ARQUITETURA ECOLÓGICA X ARQUITETURA SUSTENTÁVEL • • A arquitetura ecológica e a arquitetura sustentável não são antagônicas, ao contrário, são tão parecidas em conceito que muitos consideram como expressões sinônimas, a diferença muitas vezes é mais um caso de ênfase do que uma definição precisa. Para muitos, a própria definição de uma boa arquitetura, já quer dizer uma arquitetura sustentável ou ecológica. • Na arquitetura sustentável, os projetos buscam novas formas de aproveitar o espaço e melhor uso da matéria-prima, sempre com o intuito de evitar o choque ambiental causado pelas obras. Na arquitetura ecológica o espaço não é prioridade, mas sim os sistemas que auxiliam o meio ambiente, como reaproveitamento da água. • O tipo de construção se refere à forma como a obra é feita. Na arquitetura sustentável, a preocupação vai desde os materiais usados até os sistemas que integram a construção, sempre tendo prioridade reduzir os impactos ambientais. Já na arquitetura ecológica, a obra é realizada buscando a interação com o meio ambiente, podendo ser usados materiais comuns, pois
37 a maior preocupação é reduzir os danos que o • • projeto causa no meio ambiente. • Uma construção ecológica pode não ser sustentável, quando, por exemplo, apesar de não agredir o meio ambiente o edifício tiver um ciclo de vida curto, ou a necessidade constante de manutenção que torne o uso financeiramente inviável, ou até quando não forem cumpridos os direitos dos trabalhadores. • Como possuem objetivos distintos, os dois tipos de arquitetura possuem diferentes utilizações. Se a necessidade é causar o menor estrago possível no meio ambiente, utiliza-se a arquitetura ecológica. Porém, se a prioridade é preservar a natureza, mas sem deixar de ser economicamente vi ável, usa-se a arquitetura sustentável. • • Tabela 03: Arquitetura Ecológica x Arquitetura Sustentável
• Fonte: Elaboração própria do autor
• 1933 - Carta de Atenas
• 1901 - Plano de cidade industrial (Tony Garnier)
• 1928 - CIAM (Congresso Internacional de Arquitetura Moderna)
38 • 2.5. SÍNTESE CRONOLÓGICA
• 1992 - Agenda 21 (No Brasil: desenvolvimento sustentável como premissa )
• 1987 - 1ª definição de desenvolvimento sustentável (Brundtland Report)
• 1990 - Tripé da Sustentabilidade (John Elkingntongue)
• 1972 - Conferencia de Estocolmo (Marco inicial e oficial do ambientalismo)
39
40 • 2.6. PROBLEMÁTICA • • A bacia hidrográfica do córrego Aricanduva é uma das maiores bacias da cidade de São Paulo. Os principais afluentes são: córregos RIACHO DOS MACHADOS, Rincão, Taboão, Inhumas e Rapadura. As primeiras obras de canalização do Aricanduva datam de 1970 e 1980. • Nos últimos 30 anos, a maioria dos córregos afluentes do córrego Aricanduva foram canalizados, contribuindo para o aumento da velocidade de escoamento de suas águas, provocando o rápido acumulo nos pontos de inundações. • O córrego Aricanduva abrange uma boa parte da zona Leste de São Paulo. Todo o seu conjunto de afluentes possuem tipos diversos de canalização, sendo em sua maioria, canalizações abertas, e seus territórios envoltórios não tem uma grande urbanização, sendo territórios subutilizados. •
•
• As enchentes se agravaram e se tornaram cada vez mais frequentes nas regiões mais baixas, trazendo enormes prejuízos para a cidade e para a população. • Desde a década de 1990, a prefeitura investe na readequação da macrodrenagem da bacia, visando reduzir a frequência das inundações através da construção de reservatórios, alteamento de pontes e ampliação do canal do Aricanduva. • • • Figura 11: Boletim da Subprefeitura de São Mateus (2008)
• Figura 10: Sub-Bacias do Aricanduva
• Fonte: Prefeitura de São Paulo
• Fonte: Prefeitura de São Paulo •
41 • Em 2009, sob o mandato do subprefeito Clóvis Luís • Chaves, as obras do córrego dos Machado rece- • Em 2012, a subprefeitura de São Mateus, retomou os trabalhos, na reconstrução da barreira de conbiam muitas queixas e reclamações pela lentidão tenção do córrego Riacho dos Machados, no Jardim das obras. O Jardim Tiete, bairro onde é localizado Tietê. A obra se fez necessária devido à erosão na o córrego, ficou à deriva, com possíveis chances de margem do córrego provocada pelas chuvas fortes. alagamentos e contaminações no local. • Figura 13: Obras no córrego Riacho dos Machados (2012) • Mais grave ainda foi a informação de que diversos moradores mesmo pagando para a Sabesp pelo fornecimento de água e coleta de esgotos, o serviço era mal feito. Segundo eles o esgoto coletado nas casas é despejado logo à frente dentro do córrego. A empresa Sabesp não concluiu o problema de fato, alegando possíveis vazamentos no esgoto não detectado pela empresa. • • Figura 12:Boletim da Subprefeitura de São Mateus (2009)
• Fonte: Prefeitura de São Paulo •
• O último relato de obras no local foi em 2015, fazendo novamente a canalização do córrego. As obras do córrego Aricanduva têm investimento do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento). •
• Fonte: Prefeitura de São Paulo
42
• • 3.1. INTRODUÇÃO • • Fusão entre ecologia e arquitetura como meio de solução é aparente desde pequenos recursos até mega construções de imponencia para a cidade. • Entretanto, em todos os casos, a ecologia se fez de forma tão inovadora, solúvel e flúida que tornam os projetos únicos e indispensáveis para o estudo do assunto. • • No ESTUDO DE CASO 01, a arquitetura escolhida foi uma arquitetura com o compromisso social e economico. • Usufruiu de instrumentos locais e idéias inovadores, capazes de construir uma nova vida para uma população. • • No ESTUDO DE CASO 02, a escolha foi por meio da sua programática, estrutura e linguagem arquitetonica. • Imerso em um estudo de funcionalidade e importancia com o meio ambiente, com soluções tanto para o público alvo quanto para o local de implantação. • • Já no ESTUDO DE CASO 03, a arquitetura se mostra estrutural, sua linguagem arquitetonica única e o seu compromisso social. • Uma tecnologia de ponta voltada para o bem estar, agregando funcionalidade, sustentabilidade, atração, além de uma beleza excepcional.
03. ESTUDO DE CASO
43
44 • 3.2. ESTUDO DE CASO 01 • • NOVA VIDA AO CANAL PACO - FILIPINAS • • • Figura 14:
talizador do processo natural de autodepuração, fazendo com que a decomposição aconteça de forma mais rápida, de fácil implantação em rios, canais e lagos contaminados. O projeto não apenas processou a recuperação do Canal Paco, mas também transformou todo o entorno do curso, meio físico e comunidade.
Antes e depois - Canal Paco
• • Figura 15: Nova vida em torno do Canal Paco
• Fonte:Elaboração própria
• • O CANAL PACO era considerado irrecuperável, um esgoto a céu aberto. Hoje, é referência positiva na paisagem de Manila - Capital das Filipinas. • Os idealizadores da proposta são os escoceses Galen Fulford, Michael Shaw e Lisa Shaw, que fundaram em 2008 a companhia "Biomatrix Water" algun anos após desenvolverem o projeto Ecovillage International que tinha como objetivo garantir o acesso à água potável em países do hemisfério sul. • A empresa desenvolveu um sistema de tratamento de água ecológico, que serve como ca-
• Fonte:Ambiente lega, Justiça e Polítrica •
• O sistema implantado consistiu na instalação de "jardins flutuantes" - estruturas modulares de aprox. 110m² feitas de um plástico reciclável, resistente à radiação UV e com vida útil de 50 anos, cobertas por plantas aquáticas nativas escolhidas para criar um habitat para a fauna selvagem e enriquecer a biodiversidade aquática, capazes de filtrar os poluentes sem a utilização de produtos químicos. • À medida em que a vegetação cresce, as raízes submersas oferecem uma atraente "matriz bio-
45 lógica" que "depura a água através da decomposição, absorção e transformação metabólica de nutrientes e outros contaminantes". • O custo da despoluição por esse sistema é menor que a metade do custo com estações de tratamento de águas residuais convencionais, devido à integração e ativação do ambiente fluvial circundante. • O sucesso do empreendimento de descontaminação, no entanto, deveu-se a dois fatores essenciais: • • 1- obras de infraestrutura para evitar o despejo de resíduos no local e • • 2- instalação de um reator de aeração, capaz de adicionar ar à água e introduzir no ecossistema uma bactéria que se alimenta de poluentes. • •
• O apoio efetivo do Poder Público e o engajamento da comunidade local para processo natural de restauração da biodiversidade do canal produziu resultados mais rápidos que qualquer outro sistema convencional utilizado atualmente. • O tempo de construção das ilhas artificiais, ao contrário das obras civis de concreto, é medido em semanas, em vez de meses. • • • •
• Figura 16 e 17: Instalação de boias ecológicas
• Fonte: https://noticias.uol.com.br/sistema-de-baixo-custo-recupera-rios-poluidos-e-cria-jardins-flutuantes.htm?foto=3 • •
• 3.2.1. AUTODEPURAÇÃO • • • A autodepuração é caracterizada pelo processo natural de recuperação de um corpo d'água, no qual cargas poluidoras, de origem orgânica, lançadas no corpo d'água são neutralizadas. A decomposição da matéria orgânica é quantificada por meio da Demanda Bioquímica Oxigenio (DBO) e posteriormente é feita a recuperação do oxigênio dissolvido. Dependendo da carga poluidora, esse processo pode demorar décadas ou até mesmo séculos. • De acordo com Von Sperling (1996): "A autodepuração pode ser entendida como um fenômeno ou processo de sucessão ecológica, em que há o
46 restabelecimento do equilíbrio no meio aquático, • >> ZONA DE DEGRADAÇÃO ou seja, a busca pelo estágio inicial encontrado • antes do lançamento de efluentes é realizada • A zona de degradação inicia logo após o lançamento por mecanismos essencialmente naturais." de resíduos ou poluentes, ocorrendo a diminuição do • consumo de oxigênio (reduzindo a ação de bactérias aeróbias) e a decomposição de matéria prima. • Figura 18: Processo da Autodepuração • • >> ZONA DE DECOMPOSIÇÃO ATIVA • • Na zona de decomposição ativa, o ecossistema começa a se organizar, com o predomínio de micro-organismos decompositores e como consequência, a qualidade da água está no seu estado mais deteriorado. •
• >> ZONA DE RECUPERAÇÃO • Já na zona de recuperação, a água volta a ficar mais clara e com menos lodo no fundo. Há • também o desenvolvimento de algas e diversi• A autodepuração é um processo que se apreficação da cadeia alimentar, tendo assim insenta em 4 estágios: trodução de oxigênio, aumentando os teores de • oxigênio dissolvido (OD). • Fonte:https://i1.wp.com/2engenheiros.com/wp-content/ uploads/2018/01/poluicao.png
• Figura 19: Zonas da Autodepuração
•
• Fonte: Elaboração própria
• >> ZONA E ÁGUAS LIMPAS • • E na zona de águas limpas, temos o retorno das condições naturais ao rio, com biodiversidade de espécies. No entanto, esse equilíbrio só será mantido se não houver uma nova introdução de poluentes. • • •
47 • 3.2.2. ECOSSISTEMAS FLUTUANTES (Floating mento de qualidade da água e o tratamento de Ecossystem) águas residuais. • • Este sistema é conectado por flanges de conexão • Os ecossistemas flutuantes são projetados para rápida SS, que são conexões de aço inoxidável melhorar a qualidade da água dentro de rios, que unem os módulos do ecossistema juntalagos, lagoas e canais à medida que aumentam mente com a capacidade de ajustar a rigidez, a vida aquática, levando a uma paisagem magirar e inclinar de acordo com a necessidade. rinha equilibrada e revitalizada. • Cada flutuador é fabricado e vedado de forma • independente para fornecer uma ilha flutuante • Figura 20: Funcionamento de Ilhas Flutuantes + Fluviais mais forte e de maior duração disponível. São Flutuantes 12 tamanhos de componentes padrão que criam diversas possibilidades de formas de ecossistemas para corresponder às condições do local. • • Figura 21: Tipos de Ecossistemas Flutuantes
• Fonte: Biomatrix
• • Os módulos do Ecossistema Flutuante é um sistema de intertravamento versátil que pode ser configurado de diversas maneiras para se adequar às condições do local. Possui diversos benefícios, incluindo a criação de um novo habitat, • Fonte: Biomatrix o uso de águas pluviais urbanas, o gerencia- •
48 • Figura 22: Etapas e funções dos Ecossistemas Flutuantes
• 3.3. ESTUDO DE CASO 02 • • VOTU HOTEL , BAHIA / ARQUITETURA BIOMIMÉTICA • • Figura 23: Votu Hotel
• Fonte: GCP Arquitetura & Urbanismo • • • Fonte: Biomatrix • • • • • •
• • • • • •
• O projeto foi executado para a Praia dos Algodões - Península de Maraú, Sul da Bahia e através da biomimética se inspirou em soluções da fauna e flora para promover melhor o conforto térmico nos edifícios e menor impacto ambiental para a sua operação. •
• A equipe estudou as técnicas que alguns animais e plantas criaram para tornar a vida mais confortável em ambientes hostis e as traduziu em arquitetura, a fim de gerar ambientes mais confortáveis que respeitem o entorno e usuário. "Votu", em tupi-guarani, significa "vento" na Península de Maraú/Bahia, uma localização privilegiada em termos de biodiversidade (mar,
49 bancada de coral, mata atlântica, lagoas natu- • Figura 25 e 26: Inspiração no cão de pradaria; Sistema de ventilação aplicado no projeto rais e manguezal). • • Figura 24: Edifício - Corte
• Fonte: GCP Arquitetura & Urbanismo •
• A biomimética trouxe diversas inovações ao projeto. Na concepção das suítes foi incorporado ao partido arquitetônico o Princípio de Bernolli para ventilação natural e constante, garantindo conforto térmico mesmo quando o espaço esteja fechado. Este princípio é observado na natureza em vários organismos e a inspiração, neste projeto, veio do cão de pradaria que faz suas tocas enterradas no solo com entradas e saídas de ar com altura e diâmetro distintos permitindo que o vento/brisa sempre possa entrar e ventilar sua toca. • • • • •
• Fonte: GCP Arquitetura & Urbanismo •
• Esta estratégia foi aplicada na estrutura de concreto que inicia como base, cresce como paredes da área íntima e se desenvolve como cobertura. Nesta, foi projetada uma laje jardim para dar maior massa térmica e com isso conforto térmico, além de proporcionar que o verde possa ocupar a sobreposição da área da suíte. O fechamento destas construções foi inspirado na capacidade de auto-sombreamento de alguns cactos. No prédio principal a cobertura da cozinha também é uma laje jardim, porém atua como um grande trocador de calor inspirado nos bicos dos tucanos. • •
50 • Figura 27: Esquema Auto sombreamento
• O projeto de paisagismo respeita o bioma local e não faz introdução de espécies exóticas. • O tratamento de efluentes também incorpora princípios da permacultura como Círculo de Bananeiras e Biossistemas com Biodigestores. • • Figura 29: Programa de necessidades
• Fonte: GCP Arquitetura & Urbanismo • • Figura 28: Esquema - Cozinha / Tucano
• Fonte: GCP Arquitetura & Urbanismo • • •
• 3.3.1. ARQUITETURA BIOMIMÉTICA: A ARQUITETURA SOB OS MODELOS DA NATUREZA •
• • A arquitetura biomimética é considerada uma • Estas estratégias inovadoras permitem que os corrente filosófica contemporânea que busca espaços sejam mais saudáveis e agradáveis evisoluções sustentáveis na natureza, sem simtando o uso excessivo de energia com climaplesmente replicar suas formas, mas através da tizadores, além de dar ao projeto um partido compreensão das normas que a regem. Essa arquitetônico criativo que não necessariamente corrente pode auxiliar na resolução sustentável remete a uma forma natural, mas sim um mede problemas em edificações como: iluminação, canismo natural. conforto térmico, eficiência energética, durabili• Fonte: GCP Arquitetura & Urbanismo •
51 • Figura 31: Chicago Spire dade e produtividade. • Brajovic é um exemplo de arquiteto que busca, na biomimética, soluções para seus projetos. A casa ARCA, por exemplo, possui uma cobertura leve com modulação de dobras que minimiza a espessura da chapa e permite vencer grandes vãos. "O sistema foi importado de Israel e imita soluções estruturais que a natureza usa constantemente, como nas conchas e folhas", explica.
/ Santiago Calatrava
• • Figura 30: A Arca / Marko Brajovic
• Fonte: Ecycle
• Fonte: Atelier Marko Brajovic •
• Quando Calatrava utilizou a torção do "torso humano" como uma metáfora para seu projeto Chicago Spire, sem se dar conta - e apesar das críticas - impulsionou um avanço na engenharia da construção: estruturas em espiral que se comportam muito bem frente aos esforços do vento. • •
• • Alguns exemplos se envolvem mais intensamente nos processos naturais para gerar sistemas funcionais sob forma de "edifícios vivos", enquanto que outros projetos tomam certos elementos formais para gerar uma estrutura ou um conceito construtivo. Acredita-se que todas estas abordagens são válidas se trouxerem qualidades à arquitetura e que tenha uma boa aplicação da natureza no edifício. • • O arquiteto inglês Michael Pawyl, um dos intelectuais da arquitetura biomimética, defendeu na conferência TED(Tecnologia, Entretenimento, Design) que o conceito pode impulsionar o desenvolvimento sustentável na construção por três motivos: radicalização eficiente de recursos, ciclos fechados e captação de energia solar.
52 • 3.4. ESTUDO DE CASO 03 • • GARDENS BY THE BAY, SINGAPURA •
lidade ambiental foram incorporados e testados nesta escala pela primeira vez na prática, o que acabou atrasando um pouco as obras, mas que foram pontos essenciais para o seu sucesso. •
• • Figura 32: Gardens by the Bay
• Figura 33: Supertrees
• Fonte: Lighting Planners Associates, Toshio Kaneko •
• Fonte: Munshi Ahmed
• Os jardins foram projetados por uma equipe • composta por dois escritórios: os paisagistas de • Em meio à selva tropical, se encontra um bosque Grant Associates e os arquitetos de Wilkinson de grandes árvores peculiares: as super-árvoEyre Architects, em uma competição internares, que são estruturas metálicas com concreto, cional de design e arquitetura organizada pelo executadas como árvores que variam entre 25 NParks. e 50 metros de altura, o equivalente a 9 a 16 • A maior parte dos recursos de sua construção pavimentos. Durante o dia, as grandes marquises foram pensados e voltados em prol da sustendessas árvores proporcionam sombra e abrigo. tabilidade e uso eficiente dos recursos natuDurante a noite, as super-árvores ganham vida rais, principalmente no que se refere ao uso de com a iluminação. energia e água. As soluções conseguiram uma • O projeto de 54 hectares, é composto de dois economia de 30% no consumo total de energia. "conservatórios refrigerados" e 18 distintivas Muitos princípios de inovação e de sustentabiformas de estruturas de jardim vertical chama-
53 das "super-árvores", que funcionam como jar- • Figura 35: Corte "super-árvores" com estratégia luminotécnica dins verticais cobertos por trepadeiras tropicais, epífitas e samambaias. • • Figura 34: Supertrees à noite
• Fonte: Archdaily •
• • Os responsáveis pelo projeto de iluminação Lighting Planners Associates tem tratado de sublinhar o conceito "entretenimento com iluminação orgânica". Enquanto que o desenho de iluminação garante a segurança e entretém os visitantes, também é um esquema cuidadosamente detalhado para a "iluminação orgânica" que dramatiza as sombras, evita a iluminação excessiva e harmoniza com a vegetação e a água. • A iluminação teve um estudo estratégico em todo o terreno, tendo pontos focais e hierarquias de intensidade de iluminação dentro dos jardins. • Durante o dia, as árvores e suas coberturas aparecem com uma iluminação especial e com mídias projetadas. •
• Fonte: Lighting Planners Associates •
• As fitas de LED estão integradas para iluminar o solo sem distrair a atenção da vista espetacular. • Todas as Super Trees possuem células fotovoltaicas em suas copas para colher energia solar para iluminar as Supertrees a noite e fornecer energia para iluminação de outros lugares do jardim, outras ainda captam a chuva, a qual é utilizada para irrigação das plantas enquanto outras são integrados com os Conservatórios e servem como recipientes de exaustão de ar do sistema de refrigeração. • • • • • •
54 • Fiura 36: Organograma de funcionalidade das supertrees
• Figura 37: Passarela entre "super-árvores"
• Fonte: https://www.gardensbythebay.com.sg/en/the-gardens/sustainability-efforts.html
• Fonte: Lighting Planners Associates
• • A circulação por dentro das super-árvores é vertical, por meio de elevadores. Ligando duas das mais altas super-árvores, a OCBC Skywalk é uma passarela hi-tech aérea de 128 m de comprimento, possibilitando aos visitantes verem os jardins de cima. • • • • • • • • • •
• • Todos os acessórios da iluminação destas 18 super-árvores são controlados através de um sistema de controle inteligente centralizado, o que permite a criação de cenas de iluminação dinâmica. Projetores de halogênios metálicos com lâmpadas de 250 W se encontram ao redor da base de cada super-árvore iluminando as estruturas verticais de vegetação. A iluminação colorida na membrana está programada para seguir mudando lenta e misteriosamente, mostrando diferentes esquemas de cor durante a noite. • Os projetores de LED de grande alcance estão instalados na bacia da cachoeira de 35m de altura para receber os visitantes com uma surpresa. A fibra óptica instalada nas plantas atrás da cachoeira também proporciona o efeito de
55 deslumbre. • • Figura 38: Cachoeira - fonte dos LED's
•
• • • • • • • • • • •
• Fonte: Lighting Planners Associates
• • Um projeto de iluminação baseado em campos de flores suavemente iluminados e zonas verdes no interior criam brilhantes biomas gigantes ao ar livre. Tons suaves de cor, com diferentes níveis de transparência também se alternam em seu interior. • • • • • •
•
56
• 3.5. CONCLUSÃO
57
itervenção
04.
área de
58 • 4.1. APRESENTAÇÃO DO LOCAL • • A história de São Mateus remonta ao século XIX. "Cidade São Mateus" foi o nome escolhido por Salvador Bei, em homenagem ao pai, Mateo Bei, que mais tarde teve seu nome dado, também, à primeira avenida do bairro (atualmente, o principal ponto de referência do bairro). • O primeiro ponto comercial do bairro surgiu em 1949 e foi somente em 1952 que a primeira linha de ônibus coletivo passou a funcionar. Outras empresas se instalaram no bairro nas décadas de 70 e 80, contudo, até os dias de hoje o transporte é um dos principais problemas do bairro.
• Figura 39: Macrozona área de intervenção
• Fonte: Geosampa • Figura 40: Macroárea área de intervenção
• Fonte: Geosampa • Figura 41: Tipo de ocupação do lote
• Fonte: Geosampa
59
• Tabela 04: Parametro de ocupação dos lotes
• Fonte: Prefeitura de São Paulo
• A área de intervenção Tem seu ponto inicial na Av. Riacho dos Machados e se extende até a Rua Simões Álvares Mousinho, tendo aprox. 164.000M² de extensão. • Se caracteriza pelo córrego Riacho do Machados e por uma grande área verde, hojde degrada e sem uso. O local possui
60
61 • A Av. Riacho dos Machados esta situada próximo as Avenidas principais Mateo Bei, Rio das Pedras e Av. Villa Nova Artigas. • Área urbana, parte do terreno está inserido na MACROZONA DE ESTRUTURAÇÃO E QUALIFICAÇÃO URBANA, que apresenta grande diversidade de padrões de uso e ocupação do solo, desigualdade socioespacial, padrões diferenciados de urbanização. Uma mínima parte esta localizada na MACROZONA DE PROTEÇÃO E RECUPERAÇÃO AMBIENTAL, um território ambientalmente frágil devido às suas características geológicas e geotécnicas, à presença de mananciais de abastecimento hídrico e à significativa biodiversidade, demandando cuidados especiais para sua conservação. • Dentro de sua 1ª Macrozona, o local esta situado na MACROÁREA DE REDUÇÃO DA VULNERABILIDADE URBANA, sendo caracterizada por pela predominância de elevados índices de vulnerabilidade socioam • biental, baixos índices de desenvolvimento humano e assentamentos precários e irregulares, que apresentam diversos tipos de precariedades territoriais e sanitárias, déficits na oferta de serviços, equipamentos e infraestruturas urbanas, ocupada predominantemente por moradias da população de baixa renda que, em alguns casos, vive em áreas de riscos geológicos e de inundação. • Na 2ª Macrozona, tem a MACROÁREA DE CONTROLE E QUALIFICAÇÃO URBANA E AMBIENTAL, é caracterizada pela existência de vazios intraurbanos com ou sem cobertura vegetal e áreas urbanizadas com distintos padrões de ocupação, predominantemente horizontais, sendo este um território propício para a qualificação urbanística e ambiental. • Seu tipo de zona é: ZEIS-1; ZONA MISTA; ZONA DE CENTRALIDADE; ZONA MISTA AMBIENTAL. Seus Coeficientes e Gabaritos de alturas estão localizados na Tabela 04: "Parametros de ocupação dos lotes". • Figura 42: Macroárea de Vulnerabilidade Urbana
• Figura 42B: Macroárea de Controle e qualificação urbana e rural
• Fonte: Manual do Plano Estratégico do Município de São Paulo
• Fonte: Manual do Plano Estratégico do Município de São Paulo
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USO E OCUPAÇÃO DO SOLO
RESIDENCIAL FAVELA / LOTEAMENTO IRREGULAR COMÉRCIO INSTITUCIONAL SERVIÇOS
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• O entorno imediato do terreno escolhido é classificado predominantemente como residencial. • Com o objetivo do projeto em si, e de acordo com a classificação de usos do município de São Paulo, o terreno pode ser considerado como área não residencial, mais especificamente como • nR2: Uso não residencial tolerável à vizinhança residencial. •
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GABARITO DE ALTURAS
1 PAVIMENTO 2 PAVIMENTOS 3-4 PAVIMENTOS +5 PAVIMENTOS
65 • Figura 43: Vista do entorno
• Fonte: Google Maps
• Por ser um bairro predominantemente residencial, através da análise do mapa de gabarito de alturas, pode-se observar que o entorno é caracterizado em sua maior parte por estabelecimentos de 1 e 2 pavimentos, havendo ocupações de 3-5 pavimentos mais distantes do terreno.
66
PRAÇAS E ÁREAS VERDES ÁRVORE PRAÇA PARQUE ÁREAS VERDES
PARQUE DO CARMO
67 • Figura 44: Vista aérea do terreno
• Figura 45: Foto margem do córrego com áreas verdes
• Fonte: Google Maps
• Fonte: Foto própria do autor
• Pode-se dizer que o terreno possui um entorno com grande massa arbórea, porém a maioria destas áreas verdes não são habitáveis ou seguras, sendo margem do córrego poluído passando por ali. • Existe um grande potencial de áreas verdes que podem ser reaproveitadas e utilizada de forma positiva de forma bioclimática, por exemplo.
68
SISTEMA VIÁRIO
SENTIDO DE FLUXO PONTO DE ONIBUS LINHA DE ONIBUS CICLOVIA
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• Figura 46: Transito típico aos domingos
• Fonte: Google Maps
• Figura 47: Transito típico às quartas
• Fonte: Google Maps
• Ao observar o mapa de sistema viário, pode-se perceber que a via principal de acesso é a Av. Arquiteto Villa Novas Artigas, que se torna a Av. Riacho do Machados. O terreno é próximo da famosa Av. Mateo Bei, principal via de São Mateus, conhecida pelos seus comércios e serviços. • Ao fazer um comparativo entre domingo às 12 hrs e à quarta feira às 18hrs (horário de maior fluxo), é notável que o transito da via imediata e as próximas ao terreno não se alteram, sendo uma região de baixo fluxo. • Entretanto, a região é escassa de linhas de onibus, obrigando aos moradores um deslocamento mais longo, o que prejudica a acessibilidade do local.
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LEVANTAMENTO TOPOGRÁFICO 750m
800m
760m
810m
770m
815m
780m 790m
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• Através da análise do mapa de topografia é possível observar que na área de intervenção há pouca variação de níveis, sendo essa variação mais elevada nos extremos do mapa, no entorno mais longíquo da região escolhida.
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CONDICIONANTES DO TERRENO
CHEIOS FLUXO DE PEDESTRE INSEGURANÇA
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• Após a visita no local, é possível notar a presença de locais ociosos na área de escolha. O fluxo predominante é de pedrestres, porém a segurança do local é mínima, havendo pontos mais críticos em relação à seguridade pública. • O acesso também é escasso, como visto e mapas anteriores, sendo a maneira mais fácil de chegar ao local é de carro, pois as conduções públicas ficam no mínimo há uns 10 minutos de caminhada da área de intervenção, o que acrescenta na idéia de insegurança, pois quanto mais ocioso o lugar, mais chances de tribulações há de aparecer
74 01
LEVANTAMENTO FOTOGRÁFICO
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INDICAÇÃO DE FOTOGRAFIA 02
03
04
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07
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• FOTO 01
• FOTO 02
• FOTO 03
• FOTO 04
• FOTO 05
• FOTO 06
• FOTO 07
• FOTO 08
• FOTO 09
• FOTO 10
• FOTO 11
• FOTO 12
• FOTO 13
• Fotos elaboradas em 27 de abril de2019. Arquivo pessoal
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• 4.4. CONCLUSÃO
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05. ESTUDO PRELIMINAR
78 • 5.1. CONCEITO • • "Encontros-Reencontros" é uma nova forma de olhar o espaço, frequentá-lo e usufruí-lo através de hábitos mais sustentáveis e ecológicos. • A idéia da imersão do parque em um local que atualmente é degradado, é trazer para a população local um novo rumo e uma nova visão do seu bairro, e assim, levar para a periferia o lazer e conforto ali necessários. Ao mesmo tempo, o parque é uma fonte ecológica para o meio ambiente, em que se utiliza métodos ecológicos autossustentáveis atráves de energia renovável, gerando o mínimo de poluentes tóxicos. • •
79 • 5.2. PARTIDO ARQUITETONICO • • Pensando em requalificar o ambiente, o parque contemplará um paisagismo de maior parte nativa e espécies tropicais, em que se adequam muito bem ao solo. Algumas delas, são espécies extintas, implantadas para reintegrá-las ao meio ambiente. • Existirá o setor institucional, que contemplará um complexo com instalações administrativas e salas de aula para o incentivo à cultura com execução de cursos e eventos. • O setor lúdico é caracterizado por um anfiteatro a céu aberto com uma proposta de shows e eventos da própria comunidade, a fim de incentivar a cultura local. • O programa foi desenvolvido de forma que o terreno fosse totalmente acessível para todos os tipos de público, com rampas acessíveis e pisos táteis. • Novas "bocas de lobo" com um sistema de filtração da água da chuva, de forma a reutilizá-la para os banheiros implantados no parque, um sistema de autodepuração por meio de boias com plantas nativas para a filtração do córrego existente e luminárias ecológicas com painel fotovoltaico como sua fonte de energia são algumas das soluções diretas para o local. • A ciclovia e a pista de caminhada no entorno incentivam aos moradores à pratica de exercícios e a escolha de uma vida mais saudável. • "Encontro - Reencontros" é uma nova forma de ver o espaço urbano e uma nova forma de se viver e contemplar o meio ambiente em que vivemos.
80 • 5.3. PROGRAMA DE NECESSIDADES
81 • 5.4. ORGANOGRAMA
82 • 5.4. FLUXOGRAMA E SETORIZAÇÃO
83 • 5.5. CROQUIS
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06. MEMORIAL DESCRITIVO
• 6.1. PAVIMENTAÇÃO
• 6.1.1. METODOLOGIA • • A pavimentação foi pensada para transformar a identidade da região, setorizando através do calçamento, as vias de pedestres, ciclovias e vias de transição para um melhor aproveitamento do espaço e melhor entendimento da circulação do parque e seu entorno. • • Os materiais usados se baseiam nos seguintes princípios: • • > Sustentabilidade • > Reciclagem de materiais de demolição da obra • > Espaços com usos bem defnidos
• Figura 48: P1 - Pavimento Calçadão e Parque • Fonte: https://i.pinimg.com/originals/.jpg • Granito de alta qualidade; • Cor homogênea; • Paginação de acordo com o projeto; • Dimensões: 300 x 600mm
• Placa permeável drenante de concreto poroso; • Diferentes cores; • Paginação de acordo com o projeto; • Dimensões: 300 x 600mm
• Figura 49: P2 - Pavimento Calçadas • Fonte: https://i.pinimg.com/originals/.jpg
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• Placa permeável drenante de concreto poroso; • Cor Terra-cota; • Paginação de acordo com o projeto; • Dimensões: 600 x 600mm
• Figura 50: P3 - Pavimento Ciclovia • Fonte: http://www.minasit.com.br/?page_id=7
• Reuso de material da construção no asfalto;
• Figura 52: P5 - Pavimento Vias de Tráfego • Fonte: https://www.fragmaq.com.br/blog/entenda-como-acontece-reciclagem-de-pavimento-asfaltico/
• Placa direcionável argamassado tátil; • Placa direcionável argamassado de alerta; • Cor Cinza; • Figura 51: P4 - Pavimento Acessibilidade • Fonte: http://www.pisostatilpvc.com.br/piso-tatil-argamassado.html
• Concregrama; • Alta resistencia de tráfego • Dimensões: 430 x 330mm
• Figura 53: P6 - Pavimento Estacionamento • Fonte: https://maski.com.br/concregrama-diagonal/
86 • 6.2. ILUMINAÇÃO • 6.2.1. METODOLOGIA • • A seleção da nova iluminação é para transformar o local em um espaço mais iluminado, visível, aconchegante e ecológico, reforçando a hierarquia das ruas e dos espaços públicos e ajudando a integrar e tornar o espaço único na cidade. Como as vias do entorno são bem movimentadas por pedestres e automóveis, a iluminação das calçadas foram prioritários para garantir a segurança do espaço. • Iluminação focal no paisagismo foi pensado para enaltecer o novo espaço e destacar pontos importantes do mesmo. • Os materiais usados se baseiam nos seguintes princípios: • • > Segurança e visibilidade do espaço • > Energia renovável • > Durabilidade • Eolgreen F104; • Redução de cerca de 20% do custo em relação à energia convencional; • Possui turbina eólica e placa fotovoltaica; • Dimensões: 300 x 600mm
• Figura 54: L1 - Iluminação viária • Fonte: https://www.elenaraleitao.com. br/2015/02/iluminacao-publica-inovadora-mais.html
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• Balizadores; • Usado para separar pedestres de transito de veículos;
• Figura 55: L2 - Iluminação direcionável • Fonte: http://www.artunion.co.jp/acdb/detail/?daicd=20&gr=1&lng=1&id=60884 • Espeto de jardim; • Luz direcionável e focal
• Light Blossom - Philips; • Energia renovável fotovoltaica; • Durante o dia fica aberta e se reorientam com o sol para captar energia fotovoltaica e fecha durante a noite, fornecendo a iluminação necessária; • Figura 56: L3 - Iluminação paisagismo • Fonte: http://www.lumilandia.com.br/espetos_de_jardim/espetos_de_jardim
• Figura 57: L4 - Iluminação parque • Fonte: https://www.paperblog.fr/2881669/ lampadaire-light-blossom/
88 • 6.3. MOBILIÁRIO URBANO
• 6.3.1. METODOLOGIA • • O mobiliário urbano do parque é ergonomicamente elaborado para o melhor conforto. Os demais foram pensados para uma melhor solução ecologica para a região, a fim de evitar poluição visual e ambiental no local. • Os materiais usados se baseiam nos seguintes princípios: • • > Ergonomia • > Reciclagem de recursos • > Resistencia dos materiais • • • •
Estrutura em concreto; Acabamentos em madeira; Mobiliários modulares; A combinação de bancos com e sem encosto acomoda variados perfis de usuários;
• Figura 58,59 E 60: M1 - Mobiliário: Bancos • Fonte: https://www.archiproducts.com/it/ prodotti/metalco/panchina-curva-in-legno-in-stile-moderno-throne_128109
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• Sistema computadorizado de coleta de lixo; • Separação de lixo organico e reciclávem; • Captação totalmente subterranea, proporcionando uma melhor sensação visual do espaço; • Figura 61: M2 - Lixeira Subterranea • Fonte: https://www.startupselfie.net/2018/03/11/villiger-high-tech-underground-waste-disposal-system/
• Ferro fundido ou concreto pré moldado;
• Figura 63: M4 - Gola de árvore • Fonte: https://www.fragmaq.com.br/blog/entenda-como-acontece-reciclagem-de-pavimento-asfaltico/
• • • •
Slim e prático; Feito em aço; Chumbado no solo; Recomenda-se 5 suportes para cada 500m² de área ou 7 suportes por quadra;
• Figura 62: M3 - Bicicletário • Fonte: https://br.pinterest.com/pin/513691901246116564/
• Feito em aço; • Chumbado no solo; • Recomenda-se ser alocado ao lado de todas as lixeiras existentes.
• Figura 64: M5 - Cinzeiro • Fonte: https://maski.com.br/concregrama-diagonal/
90 • 6.4. INFRAESTRUTURA VERDE • 6.4.1. METODOLOGIA • • Infraestrutura verde é considerado um sistema estruturado por áreas que potencializam as funções ecológicas como suporte aos sistemas tradicionais de infraestrutura local. No projeto "Encontros-Reencontros" esse sistema esta organizado em biovaletas e cisternas verdes, sistema que evita enchentes e com o acréscimo de um sistema para captar a água da chuva e reutilizá-la na infraestrutura do parque. • Os materiais usados se baseiam nos seguintes princípios: • • > Ecologia
• Figura 65,66 E 67: ME1 - Biovaletas e cisternas verdes • Fonte: http://interiordesignprojects.org/landscape-architecture/9354370116
91 • 6.5. ARQUITETURA • 6.5.1. METODOLOGIA • • A fim de promover um melhor conforto térmico e ambiental, foi proposto o uso de tijolos ecológicos e argamassa sustentável. Executados a partir de resíduos gerados pela construção, o tijolo ecológico permite o reaproveitamento de grande parte destes materiais. • A argamassa foi desenvolvida no Brasil e permite a redução do custo de alvenaria em 40% e do consumo de água em 95%. • Os materiais usados se baseiam nos seguintes princípios: • • > Ecologia • > Conforto térmico e ambiental • > Obra rápida e limpa • > Redução da demanda energética • > Reaproveitamento de resíduos de obra
• Figura 68: A1 - Tijolo Ecológico • Fonte: https://www.escolaengenharia.com.br/ tijolo-ecologico/
• Figura 69: A2 - Argamassa Sustentável • Fonte: https://razoesparaacreditar.com/sustentabilidade/argamassa-sustentavel-acelera-obra/
92 • 6.6. COBERTURA
• Figura 70: Perspectiva Cobertura • Fonte: Elaboração própria do autor
• Figura 71: Vista Frontal Cobertura • Fonte: Elaboração própria do autor
• 6.6.1. METODOLOGIA • • A cobertura foi projetada a fim de trazer melhor conforto ambiental para os frequentadores do parque, a fim de enobrecer a idéia da sustentabilidade presente e incentivar a consciencia ecológica. • • Os materiais usados se baseiam nos seguintes princípios: • • > Ecologia • > Eficiencia energética • > Conforto ambiental e acústico • > Matéria-prima natural e ecológica • > Construção rápida e limpa • > Vão livre • > Resistencia a interpéries (ventos fortes, chuvas e outros)
• Figura 72: Vista Superior Cobertura • Fonte: Elaboração própria do autor
• 6.5.2. MATERIAIS UTILIZADOS • • > Varas de Bambu • > Ligação metálica flexível feita sob medida • > Vedação com policarbonato • > Pilar de sustentação de concreto executado com reuso de materiais de demolição da obra • > Calha adaptada para captação da água das chuvas • •
93
• Figura 73: Vista Inefrior Palmeira • Fonte: https://www.google.com/url?sa=i&source=images&cd=&cad=rDmAhU
• Figura 74: Vista Inefrior cobertura • Fonte: Elaboração própria do autor
• A estrutura da cobertura foi embasada a partir das palmeiras, que por sua vez, são sustentadas por um tronco central e em seu topo possuem diversos elementos sobrepostos, que a partir daí, se formam em uma cobertura abundante, gerando frescor, proteção e uma qualidade visual indescritível. • •
07. PROJETO
94 • 7.1. CONDICIONANTES DE PROJETO • • • MALHA URBANA • • A malha urbana na forma cilíndrica é uma A malha urbana na forma cilíndrica é uma das principais características do terreno que deve ser preservada. Propus uma pequena intervenção de projeto para aumentar a visibilidade do córrego, para melhorara o uso do mesmo pelas pessoas sem comprometer o sistema viário existente. Essa estratégia permite que a rede remanescente possibilite permite que a rede remanescente possibilite formas mais sustentáveis de locomoção, como caminhadas e ciclismo.
95 • • • ACESSOS • • Reconhecer e acentuar os pontos Reconhecer e acentuar os pontos de entrada para o novo parque. Os pontos fundamentais de acesso são destacados através da criação de referências urbanas que funcionam como portais. Em algumas áreas, o projeto vai melhorar e fortalecer essas melhorar e fortalecer essas passagens urbanas, valorizando os espaços público.
96 • • • CONEXÕES • • Promover conexões francas com o entorno, melhorando a acessibilidade e deslocamentos entre os setores, fomentando caminhadas nas áreas comerciais e de lazer.
97 • • • HÍDRICO • • Promover a implementação do setor hídrico no meio urbano de forma ecológica e acessível.
98 • • • CONEXÕES COM A CIDADE • • Potencializar acessibilidade aos principais pontos de conexão da cidade.
99 • • • ÂNCORAS • • Estas âncoras estão estrategicamente localizadas e são capazes de atrair público para atividades de lazer, cultura e comércio
100 • • • MICROCLIMA • • Um ambiente agradável que propicie caminhadas e melhore as condições de ilhas de calor é viabilizado através da interpretação do microclima local. A estratégia de micro clima foi utilizada A estratégia de micro clima foi utilizada como premissa fundamental para orientar as decisões de projeto, permitindo que Encontros-Reencontros seja um parque reconhecido como sustentável e com baixo consumo energético.
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08. CONCLUSÃO
110 • 6.1. CONCLUSÃO • • Natureza. Ecologia. Sustentabilidade. Cidade. Pessoas. Construções. • • A complexidade de temas conhecidos há milhares de anos e difíceis de serem totalmente conhecidos nos dias atuais. Complexidade de associar a natureza à globalização, e até quando? • Poluição e caos são tão presentes no dia a dia das cidades urbanas, podendo ser combatidas facilmente com metodologias e técnicas construtivas milenares, trazendo uma qualidade de vida às pessoas que ali habitam. • Urbanismo ecológico é justamente essa associação entre o existente e o à contruir. Entre a natureza e a urbanização. Materiais naturais e tecnologias avançadas. É um novo olhar da cidade com equipamentos próprios do nosso meio ambiente, sem descaracterizar a cidade urbana, mas dando um novo sentido à mesma. • Neste trabalho, procurou-se justamente essa junção de elementos tão importantes para a nossa sociedade, trazendo uma nova cultura e proporcionando através da arquitetura uma reeducação da cidade, um novo olhar para como e onde habitamos.
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E n c o n t r o s - R ee n c o n t r o s Vitรณria D. S. Gonรงalves 2019