Programa Inova Educação

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Inova Educação Transformação hoje, inspiração amanhã.

Atenta aos interesses, demandas e necessidades de seus estudantes e visando aprimorar o ensino em toda a rede para melhorar a aprendizagem, a Secretaria da Educação do Estado de São Paulo (Seduc) promove um conjunto de mudanças estruturantes no modelo pedagógico nas escolas de 6º ao 9º ano do Ensino Fundamental (Anos Finais) e Ensino Médio. As inovações propostas visam garantir o desenvolvimento pleno a todos os estudantes da rede, considerando o aspecto intelectual, o socioemocional, o físico e cultural dos alunos, reduzir a evasão escolar, melhorar o engajamento dos estudantes e o clima nas escolas, fortalecer a ação docente e o vínculo entre os professores e alunos, além de diminuir a distorção idade/série. A implementação do projeto ocorrerá em 2020, mas as premissas básicas já estão sendo construídas com toda a rede desde 2012. A rede vem sendo escutada a partir de encontros com grupos focais, envolvendo dirigentes de ensino, diretores de escola, professores e alunos, entre outros, além de questionários, como o “Dia D de Escuta da Rede”, lançado no último dia 30 de abril, para toda comunidade escolar. Trata-se de questionário online, visando o compartilhamento de aprendizados, sugestões, boas práticas e expectativas em relação à infraestrutura e proposta pedagógica das escolas. As mudanças propostas serão possíveis a partir do ajuste de tempo de todas as aulas para 45 minutos e a inclusão de cinco novos tempos na semana, aumentando de 5h para 5h15 a jornada diária do estudante. O modelo pedagógico em construção envolve a reorganização da matriz curricular, sempre em consonância com a Base Nacional Comum

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Curricular (BNCC) e o Currículo Paulista, a fim de incorporar componentes curriculares inovadores e propor estratégias para a incorporação de práticas pedagógicas mais inovadoras e a melhoria do clima escolar. Com a mudança serão impactados:

• •

mais de 3,8 mil escolas mais de 2 milhões de estudantes

Concepções Pedagógicas As inovações propostas para os Anos Finais e Ensino Médio têm como referência:

marcos legais importantes, como a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), as Diretrizes Nacionais do Novo Ensino Médio e o Currículo Paulista (etapa do ensino fundamental em aprovação no Conselho Estadual de Educação e do Ensino Médio, que está em construção);

práticas inovadoras já implementadas nas escolas do Programa de Ensino Integral (PEI) e do Escolas de Tempo Integral (ETI) da rede, que apresentam evidências de impacto positivo na formação dos estudantes.

Dentre essas práticas inovadoras, estão a importância de as escolas considerarem as culturas juvenis, a diversidade, a singularidade de

cada

estudante,

além

de

desenvolver

a

autonomia,

a

responsabilidade, o protagonismo e o projeto de vida dos alunos. Entre os principais objetivos dessas mudanças que ocorrerão nos Anos Finais do Ensino Fundamental e no Ensino Médio estão:

Promover o desenvolvimento integral dos estudantes, fortalecendo competências

que

os

tornem

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cada

vez

mais

autônomos

e


responsáveis em relação a sua vida escolar, pessoal, social e profissional;

Engajar os estudantes em processos contínuos de reflexão e construção do seu projeto de vida, fortalecendo sua capacidade de aspirar, planejar e alcançar objetivos presentes e futuros, incluindo a continuidade dos seus estudos;

Propiciar experiências educativas que tenham sentido, atratividade e relevância para adolescentes e jovens do século 21, de forma a ampliar o engajamento, a aprendizagem e o desenvolvimento, além de reduzir o abandono e a evasão escolar.

Ouvindo a comunidade

As mudanças propostas para a rede estadual de ensino envolvem toda a comunidade escolar, em diversas ações que vêm sendo realizadas desde o início da atual gestão da Pasta. No último dia 30 de abril, a Secretaria da Educação deu início ao “Dia D de Escuta da Rede” nas escolas. Diretores, professores e alunos de toda a rede estadual foram convidados a responder questionários online para compartilhar aprendizados, sugestões, boas práticas e expectativas em relação à infraestrutura e proposta pedagógica

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das escolas. A ação faz parte de um trabalho de escuta, que visa a aproximar os jovens da escola e melhorar os índices de aprendizagem. Para ouvir as ideias e opiniões de todos, a Seduc incentiva a promoção de debates e discussões com alunos em horário escolar. Estratégias online e presenciais, redes sociais, murais da escola, ATPCs (Aula de Trabalho Pedagógico Coletivo), e a atuação do Grêmio Estudantil são ações para o fortalecimento do diálogo. Além de consolidar a democracia e a transparência, o intuito é ouvir as experiências práticas de quem faz a educação, como diretores de escola e professores. O aluno também é protagonista fundamental no processo. A rede vem discutindo, debatendo, estudando e realizando diálogos, trazendo como ponto central as mudanças que precisam ser implementadas em prol dos estudantes para os próximos anos. O diálogo com a rede vem sendo fortalecido por meio de ações contínuas. Como exemplo, no dia 2 de abril, o secretário da Educação, Rossieli Soares, comandou uma dinâmica com mais de 100 alunos e professores na Escola de Formação e Aperfeiçoamento dos Profissionais da Educação do Estado de São Paulo “Paulo Renato Costa Souza” (Efape). A ação teve como objetivo explicar as propostas para o Ensino Médio e como ele pode dialogar e fazer sentido como projeto de vida de cada aluno. Após a apresentação, alunos e professores se dividiram em vários grupos e ocuparam três salas da Efape, onde foi apresentado um questionário com 26 questões, que só foi publicado após um intenso debate. Conversas sobre as Juventudes – Dois encontros já marcaram a ação e lotaram o auditório da Efape, onde mais de 400 pessoas participaram dos eventos, além do acesso via streaming pela Rede do Saber, que contabilizou mais de 3,8 mil links. Cabe esclarecer que cada acesso corresponde a um número inestimado de espectadores, pois do ponto acessado numa escola, por exemplo, muitos alunos, professores e demais servidores podem acompanhar a ação. No dia 26 de abril, a professora Débora Garofalo, finalista do Global Teacher Prize em 2019 e eleita uma das dez melhores professoras do mundo, falou para mais de 200 estudantes e servidores que participaram do evento. Pela Rede do Saber foram computados 1.835

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acessos via streaming. O encontro foi focado nas mudanças que a tecnologia proporcionou na escola e como ela pode ser usada em sala de aula, em especial, para fortalecer a aprendizagem dos alunos. Debora contou como conseguiu incluir a tecnologia na escola mesmo com poucos recursos. Durante o evento, vários professores mostraram boas práticas. Ainda neste encontro, um professor e um diretor da rede estadual de educação também compartilharam as suas experiências com projeto de vida. Ariovaldo Guinther, diretor da E. E. ítalo Betarello, explicou como tornou a sexta-feira do período noturno na sua unidade escolar mais atrativa para os estudantes ao incluir aulas eletivas. No primeiro encontro, ocorrido em 11 de abril, a roda de conversa contou com as participações de Anna Penido, jornalista e diretora do Instituto Inspirare, que falou sobre a escola que faz sentido para os jovens, e Cynthia Sanches, gerente de projetos de educação do Instituto Ayrton Senna, que abordou a importância do desenvolvimento das competências socioemocionais. Mais de 230 pessoas, entre gestores das 13 diretorias de ensino da capital, além de servidores da Seduc, participaram do encontro, que foi transmitido ao vivo pela Rede do Saber e teve 1.977 acessos via streaming. Além dos Conversas sobre as Juventudes, no final de fevereiro a Seduc reuniu 1,4 mil servidores, entre diretores de escolas estaduais, dirigentes

de

ensino

e

representantes

do

órgão

central,

para

compartilhar as novas diretrizes educacionais e colocar em pauta os desafios do cotidiano escolar.

O jovem quer escolher o que e como aprender 7


Mudanças estruturantes

As mudanças estruturantes nas escolas que ministram aulas do 6º ao 9º ano do Ensino Fundamental (Anos Finais) e Ensino Médio, inicialmente, incluem:

Ampliação da jornada escolar regular, que passa a ter sete tempos de aula diários de 45 minutos, ao invés de seis tempos diários de 50 minutos. A mudança busca criar mais oportunidades para que os estudantes desenvolvam atividades educativas que promovam autonomia, protagonismo, aprendizagem e desenvolvimento pleno.

Desta forma, os estudantes passam a ter mais tempo de aula: de 5h para 5h15 por dia para completar os 7 tempos diários. No ano, isso representa 50 horas de aulas a mais no currículo: os alunos passam de 1.000 horas de aulas para 1.050 horas de aulas.

Acolhimento, diagnóstico e nivelamento dos alunos do 6º ano, para que se adaptem ao novo modelo dos Anos Finais e a preparação das turmas de 9º ano para que realizem uma boa transição para o Ensino Médio.

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Inclusão de tempos de aulas para que os estudantes possam vivenciar atividades educativas mais contemporâneas e alinhadas ao seu desenvolvimento integral, como eletivas, tecnologia e projeto de vida. O propósito é assegurar maior nível de reflexão, escolha, participação, engajamento e preparação dos alunos para planejar e alcançar seus objetivos presentes e futuros. Serão 5 tempos a mais por semana: duas aulas de Projeto de Vida, duas de Eletivas e uma de Tecnologia.

Formação de professores para que tenham conhecimento, motivação, sensibilidade e capacidade para conduzir processos pedagógicos que façam mais sentido para os adolescentes. Todos os professores, além de todos os diretores, Professores Coordenadores e funcionários da escola, serão formados nos novos componentes. A proposta é formar a totalidade dos professores da rede durante os próximos anos.

Investimento gradual na infraestrutura e novos materiais de apoio, ampliando a autonomia das escolas e as possibilidades dos estudantes.

Projeto de Vida O Projeto de Vida é um componente curricular que propicia aos estudantes a vivência de atividades práticas de reflexão, diálogo e construção, que os motiva e orienta a ter mais consciência sobre si, melhor relacionamento com os outros, mais responsabilidade em relação ao coletivo e maior clareza e determinação acerca de seus objetivos presentes e futuros. No projeto de vida, a avaliação se dará pelo projeto final, sem avaliação numérica/reprovação. O professor fará o acompanhamento da turma de estudantes e de seus projetos ao longo do semestre.

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Objetivos:

Contribuir para que os estudantes reflitam, conectem-se com sua identidade e aspirações e ampliem sua capacidade de planejar e conquistar objetivos pessoais, acadêmicos e sociais;

• •

Desenvolver a autonomia e a capacidade dos estudantes de tomar decisões balizadas; Promover a aquisição de competências relevantes para a vida no século 21.

Descrição: O componente curricular Projeto de Vida será trabalhado:

• • • •

ao longo de todo o ano letivo; em dois tempos semanais de 45 minutos; por meio de currículo comum, em que conhecimentos, habilidades, atitudes e valores são desenvolvidos de forma intencional e progressiva; com a mediação de professor formado e instrumentalizado para conduzir esse tipo de atividade pedagógica.

Competências a serem desenvolvidas:

• • • • • •

Aspiração, priorização, planejamento, organização e tomada de decisão no nível pessoal, acadêmico e social; Autoconhecimento,

autocuidado,

autoestima,

autoconfiança

autoeficácia; Empatia, colaboração, responsabilidade e cidadania; Garra, determinação, perseverança, esforço e resiliência; Elaboração e gestão de projetos; Abertura a novas experiências.

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e


Tecnologia

Tecnologia

é

um

componente

curricular

voltado

ao

desenvolvimento da capacidade dos estudantes de compreender, utilizar e criar tecnologia de forma crítica, significativa e ética para ampliar e qualificar suas vivências e oportunidades acadêmicas, pessoais, sociais e profissionais. Será oferecido considerando a infraestrutura disponível na escola, que será constantemente aprimorada por meio de política e investimentos voltados para esse fim, em 2 tempos semanais de 45 minutos, por meio de currículo estruturado, desenvolvido a partir de situações didáticas diversificadas, tendo como foco o envolvimento dos estudantes na realização de projetos que utilizem diferentes linguagens, mídias e ferramentas digitais, por professores com conhecimentos e habilidades no uso e no ensino de tecnologias.

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Competências a serem desenvolvidas:

• • • • • • •

Pensamento computacional Compreensão da cultura e do mundo digital; Capacidade de utilizar e produzir tecnologia com significado e ética em contextos acadêmicos, pessoais, sociais e profissionais; Pensamento crítico e criatividade; Empatia, colaboração, responsabilidade e cidadania; Elaboração e gestão de projetos; Abertura a novas experiências.

Eletivas

Já as Eletivas são de livre escolha dos estudantes e oferecem a possibilidade de diversificação das experiências escolares e de expansão de estudos relativos às áreas de conhecimento contempladas na Base Nacional Comum Curricular, sempre em articulação com os interesses dos alunos. Entre os objetivos estão: aprofundar, enriquecer e ampliar conceitos, procedimentos ou temáticas relativas a uma disciplina ou

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área de conhecimento e oportunizar o desenvolvimento de projetos relacionados aos interesses dos estudantes e da comunidade a que pertencem, oportunizar o desenvolvimento de projetos relacionados aos interesses dos estudantes e da comunidade a que pertencem, desenvolver a autonomia e a capacidade de tomada de decisões balizadas e promover a aquisição de competências relevantes para a vida no século 21 . Serão oferecidas conforme os desejos, necessidades e projeto de vida dos estudantes, mapeados a partir da realização de atividade denominada Varal dos Sonhos e de sondagens realizadas no início de cada ano letivo, em sintonia com o projeto político pedagógico da escola e as vocações da comunidade em que se insere; tem duração semestral e será ministrada em 1 tempo semanal de 45 minutos.

Competências a serem desenvolvidas:

• • • • • • •

Tomada de decisão no nível pessoal, acadêmico e social; Valorização do conhecimento e capacidade de aprender ao longo da vida; Pensamento crítico e criatividade; Autoconhecimento,

autocuidado,

autoestima,

e autoeficácia; Empatia, colaboração, responsabilidade e cidadania; Elaboração e gestão de projetos; Abertura a novas experiências.

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autoconfiança


Inovações pautadas por princípios As inovações propostas para o Ensino Fundamental Anos Finais e para o Ensino Médio orientam-se pelos seguintes princípios:

Estudante no centro do processo de aprendizagem. Escolas adequam projeto pedagógico, ambiente e práticas às características, interesses, necessidades, culturas e realidades em que vivem seus estudantes.

Currículo conectado à educação integral e ao século 21. Escolas garantem a aprendizagem e o desenvolvimento de competências que preparem os estudantes para lidar com desafios da vida presente e futura (dez competências da BNCC).

Metodologias ativas. Abordagens pedagógicas que promovam maior nível de engajamento, interação e autoria dos estudantes em relação ao seu processo de aprendizagem e desenvolvimento.

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Protagonismo do estudante. Alunos são escutados, considerados e participam ativamente do cotidiano das suas escolas, inclusive contribuindo

com

a

harmonização

do

clima

escolar

e

o

desenvolvimento dos seus pares.

Presença pedagógica do educador. Profissionais da educação estabelecem vínculos com a escola, seus colegas e estudantes, comprometendo-se genuinamente com a sua aprendizagem e desenvolvimento.

Cultura do acolhimento. Escolas e educadores zelam pelo clima e pelas relações, assegurando que todos os estudantes se sintam acolhidos, seguros e motivados a aprender e se desenvolver.

Intencionalidade. Processos e práticas escolares acontecem de forma planejada e assertiva, com base em objetivos pedagógicos claros e na análise de evidências.

Universalidade. Inovações se estendem para todas as escolas e

Excelência

estudantes dos Anos Finais e do Ensino Médio da rede. em

gestão.

Mudanças

são

desenhadas

e

implementadas buscando a qualidade e efetividade dos processos e a melhor utilização possível dos recursos disponíveis.

• 15


IDEB As mudanças propostas para a rede a partir de 2020 visam, ainda, atingir as metas para o IDEB – Índice de Desenvolvimento da Educação Básica. Desde 2013 SP não alcança a meta nos Anos Finais. No Ensino Médio, a diferença já é de 0,8 pontos. Em

2018,

demonstraram

nos

Anos

Finais,

conhecimento

apenas

29%

dos

adequado/avançado

estudantes

em

Língua

Portuguesa. Em Matemática, esse total é só 17%. Já no Ensino Médio, em 2018, 45% dos estudantes demonstraram conhecimento abaixo do básico em Matemática e 0% dos estudantes demonstraram conhecimento avançado.

Fonte: Seduc-SP

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Proficiência – Anos Finais

Fonte: Seduc-SP

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Proficiência – Ensino Médio

Fonte: Seduc-SP

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Esclarecendo dúvidas

O que é o novo programa? O Inova Educação tem como objetivo tornar a escola mais conectada com os sonhos e as necessidades dos adolescentes e jovens e os formar para as competências do Século 21. Todos estudantes do ensino fundamental anos finais e do ensino médio terão componentes de Projeto de Vida, Tecnologia e Eletivas. As Eletivas serão escolhidas pelos estudantes, conforme as possibilidades oferecidas pela escola. O novo programa coloca os estudantes no centro do processo de aprendizagem, promovendo seu engajamento e protagonismo.

Quando essas mudanças começam a valer? As mudanças serão implementadas a partir de 2020. Assim, as escolas, os estudantes e as famílias terão 08 (oito) meses para se organizarem.

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Como ficará a nova grade horária das escolas? O tempo de aula será aumentado de 5h para 5h15min e o número de aulas diárias de 6 para 7, com alteração da duração das aulas de 50 para 45 minutos. Serão 5 novos tempos por semana, sendo 2 para projeto de vida, 2 para Eletivas e 1 para Tecnologia.

Os novos componentes são obrigatórios? Sim. O estudante poderá fazer escolhas sobre quais Eletivas quer cursar, mas todos estudantes terão semanalmente 2 (dois) tempos de Projeto de Vida, 1 (um) de Tecnologia e 2 (dois) de Eletivas.

Qual o motivo dessas mudanças? As mudanças têm como objetivo trazer mais sentido para a escola e engajar os estudantes, promovendo a aprendizagem de todos por meio de uma educação integral que trabalhe as competências para o Século 21. A proposta é garantir que o estudante se desenvolva plenamente,

tanto

a

partir

de

habilidades

cognitivas

quanto

socioemocionais. O programa é uma forma de ampliar para toda a rede as experiências exitosas do Programa Ensino Integral (PEI) e do Escola de Tempo Integral (ETI) e as práticas bem-sucedidas já implementadas por diversas escolas da rede em período parcial.

Haverá diminuição de tempo de alguma disciplina? Todas as disciplinas regulares ficam mantidas e não haverá exclusão de nenhuma delas.

A educação integral necessariamente acontece em tempo integral? Não. A educação integral compreende o desenvolvimento pleno do estudante,

considerando

tanto

habilidades

cognitivas

quanto

socioemocionais. Ela pode ocorrer em qualquer escola e tempo - parcial ou integral. Inclusive, a Secretaria já iniciou a implementação do programa de educação integral em tempo parcial em 24 escolas da rede que ofertam anos finais do ensino fundamental.

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O que são habilidades cognitivas? Habilidades

cognitivas

são

aquelas

que

permitem

que

os

estudantes aprendam, isto é, assimilem e compreendam conteúdo. De forma geral, podem ser definidas como a capacidade mental de raciocinar, planejar, pensar de forma abstrata, compreender ideias complexas e aprender a partir da experiência. São a partir das habilidades cognitivas que os estudantes aprendem e mobilizam conhecimentos para resolver problemas. A leitura e a compreensão de um texto, a resolução de um problema de matemática e a rapidez para calcular são alguns exemplos de habilidades cognitivas.

O que são habilidades socioemocionais? Habilidades

socioemocionais

são

aquelas

que

preparam

os

estudantes para reconhecer e trabalhar com suas emoções, lidar com conflitos, resolver problemas, relacionar-se com outros, mostrar empatia, estabelecer e manter relações positivas, fazer escolhas seguras e éticas, tomar decisões responsáveis, contribuir com a sociedade e estabelecer e atingir metas de vida. Parte delas constituem as chamadas competências para o Século 21. Lembrando que, competência, como definida na Base Nacional Comum Curricular (BNCC), refere-se à mobilização de conhecimentos (conceitos e procedimentos), habilidades (práticas, cognitivas e socioemocionais), atitudes e valores para resolver demandas complexas da vida cotidiana, do pleno exercício da cidadania e do mundo do trabalho.

O que são as competências para o Século 21? As competências para o Século 21 englobam um conjunto variado de conhecimentos, habilidades e atitudes, incluindo habilidades de inovação e aprendizagem tais como criatividade, pensamento crítico, resolução de problemas, comunicação e colaboração, conhecimentos e habilidades

tecnológicos

(programação,

mídias

digitais,

etc.),

habilidades de carreira e vida como flexibilidade, adaptabilidade, iniciativa,

proatividade,

autocontrole,

gratidão,

liderança

e

responsabilidade. Muitas dessas habilidades são socioemocionais e

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estão associadas a habilidades cognitivas. As competências para o Século 21 estão relacionadas ao sucesso na vida e a uma inserção mais qualificada em um mercado de trabalho, o qual está em constante mudança em função das transformações tecnológicas.

Por que desenvolver habilidades socioemocionais na escola? A escola, em conjunto com as famílias, tem papel fundamental no desenvolvimento de habilidades socioemocionais que tanto ajudam na melhoria da aprendizagem dos estudantes. O desenvolvimento de habilidades socioemocionais é ainda mais importante para estudantes que vivem em situação de vulnerabilidade e, portanto, têm menos oportunidades. Além de melhorar o aprendizado e facilitar a aquisição de habilidades cognitivas, o desenvolvimento socioemocional tem impacto em realizações futuras na vida dos estudantes e gera benefícios para toda a sociedade.

É possível desenvolver habilidades socioemocionais na escola? Sim.

Diferentes

estudos

apontam

o

papel

da

escola

no

desenvolvimento das habilidades socioemocionais. As escolas podem promover

contextos

de

aprendizagem

propícios

ao

seu

desenvolvimento. O componente Projeto de Vida é um exemplo de como trabalhá-las.

diversas

experiências

de

desenvolvimento

de

habilidades socioemocionais nas escolas em todo o mundo, sobretudo por meio de currículos inovadores. No Brasil, um exemplo é o da rede pública estadual do Rio de Janeiro que implementou um programa para promover

habilidades

socioemocionais

em

alunos

do

ensino

fundamental e do ensino médio obtendo resultados significativos, conforme avaliação feita pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e pelo Instituto Ayrton Senna.

Com essa mudança, as escolas do Programa Ensino Integral (PEI) acabarão? Não. O Programa de Ensino Integral continuará em execução nas escolas, inclusive, com expansão ao longo dos próximos anos. Esta

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mudança foi pensada para permitir que todos os estudantes tenham acesso a conteúdo e atividades que já funcionam bem na PEI.

Esses novos componentes impactam no clima escolar, redução da violência e do bullying? Sim. Diversas pesquisas demonstram que o desenvolvimento de habilidades socioemocionais permite a prevenção de casos de bullying e violência escolar, ao trabalhar o engajamento do jovem com os outros.

Vocês não vão homogeneizar os estudantes com esse modelo? Eles não vão ficar todos iguais? Não.

A

proposta

do

desenvolvimento

das

competências

socioemocionais é exatamente o contrário: entender cada um a partir de suas especificidades. Será necessário entender o estágio de cada estudante, nas mais diversas competências, para trabalhá-las de acordo com as suas necessidades e seus sonhos de vida.

Todos os estudantes cursarão Eletivas, Projeto de Vida e Tecnologia? Todos os estudantes dos Anos Finais do Ensino Fundamental e do Ensino Médio matriculados no período diurno cursarão os novos componentes.

Para

os

estudantes

do

período

noturno,

será

implementado primeiro um piloto do programa em 2020 que será escalonado em 2021.

Como será a implementação do modelo no turno da noite? Para o ensino noturno, faremos um piloto em 2020, inspirado em modelos exitosos já implementados na rede, para dar conta das especificidades desse tipo de escola. Um exemplo é o da EE Ítalo Betarello que instituiu tempos de Eletivas e Projeto de Vida às sextasfeiras.

O que será trabalhado em Projeto de Vida? Assim como já acontece nas Escolas de Tempo Integral (PEI), os estudantes farão discussões sobre sonhos, projetos, mundo do trabalho,

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vida acadêmica etc. Essas conversas serão conduzidas a partir das respostas para perguntas como: Quem sou eu? Quem eu quero ser quando crescer? O que eu preciso fazer para chegar lá? O componente de projeto de vida também é um espaço para o desenvolvimento das competências socioemocionais, que tem um papel fundamental para a aprendizagem nas disciplinas tradicionais, como Língua Portuguesa e Matemática, assim como para a empregabilidade futura dos estudantes.

Como os estudantes serão avaliados nas disciplinas de Projeto de Vida, Eletivas e Tecnologia? As disciplinas não terão avaliação numérica e nem reprovação, exceto por faltas. O professor fará o acompanhamento da turma de estudantes e de seus projetos ao longo do semestre.

O que será trabalhado na disciplina de Tecnologia? Na disciplina de Tecnologia serão trabalhados conceitos básicos nos eixos de cultura digital, pensamento computacional, cidadania digital e mundo digital. O mundo está em constante movimento e os avanços tecnológicos estão cada vez mais rápidos. Essa tendência torna indispensável para qualquer sistema de ensino se adaptar e oferecer aos seus estudantes conhecimentos e competências para prepará-los para entender e lidar com a tecnologia, pessoalmente e profissionalmente. Que estudante hoje não tem acesso ao imenso conjunto de informações presentes na internet e em outros meios de comunicação? Por isso, é fundamental que o desenvolvimento de competências relacionadas ao uso da tecnologia e a efetiva inserção nos meios digitais estejam presentes no currículo das escolas.

O que será trabalhado nas Eletivas? O conjunto de Eletivas oferecidas em uma escola será definido a partir do levantamento das necessidades e dos anseios dos estudantes e das possibilidades de oferta dos professores. Cada escola organizará um “Feirão de Eletivas” no início do ano, para que todos discutam conjuntamente quais serão as Eletivas ofertadas, com base nos interesses e projetos de vida dos estudantes e nas formações e vocações

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dos professores. Para apoiar o processo, será disponibilizado pela Secretaria um cardápio com algumas opções de Eletivas a partir do levantamento de experiências de sucesso da rede.

Qual será o cardápio de Eletivas disponibilizado pela Secretaria? O

cardápio

de

Eletivas

abarcará

os

seguintes

temas:

empreendedorismo, ética e cidadania, olimpíadas de conhecimento, teatro, comunicação não violenta e mediação de conflitos, entre outras a serem definidos junto com a rede.

Os estudantes irão participar da definição das Eletivas que serão ofertadas? Sim. O estudante participará da definição do conjunto das Eletivas e poderá escolher entre as opções disponíveis no mesmo horário. O ponto de partida será o Projeto de Vida de cada adolescente e jovem.

Os estudantes poderão cursar Eletivas com estudantes de outras salas e anos/séries? Sim. Eletivas serão oferecidas no mesmo horário para garantir a possibilidade de escolha do estudante. Os estudantes do 6º e do 7º anos poderão cursar Eletivas juntos. O mesmo vale para 8º e 9º anos. Por fim, os estudantes da 1ª, 2ª e 3ª série do Ensino Médio também poderão se misturar na disciplina de Eletivas. A mediação do professor e o currículo voltado ao desenvolvimento de habilidades múltiplas são peças-chave desse processo.

É possível fazer Eletivas em outras escolas? Não. Os estudantes poderão cursar as Eletivas somente na escola em que estão matriculados. O leque das Eletivas ofertadas será construído a partir dos projetos de vida e anseios dos adolescentes e jovens de cada escola.

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Haverá alguma mudança na alimentação ou no transporte escolar dos estudantes? O transporte escolar será adequado tendo em vista o acréscimo de 15 minutos por dia de tempo de aulas. Serão feitas alterações a partir dos novos horários de saída dos turnos matutino e vespertino visando o atendimento de todos os alunos que necessitam do transporte escolar. Quanto à alimentação escolar, não haverá alterações.

As escolas atuais terão condições físicas para que alunos e professores trabalhem com o uso de tecnologia? A proposta foi desenhada para funcionar em todas as escolas da rede. A disciplina de Tecnologia será implementada em cada escola considerando o seu nível de maturidade de infraestrutura, de formação de professores etc. Uma pesquisa censitária realizada em 2016 para mapear estes aspectos será usada para definir estes níveis de maturidade. Além disso, outros levantamentos serão feitos para mensurar as competências digitais dos professores.

Como garantir a qualidade dos novos componentes? Ao final de cada semestre, professores e estudantes irão avaliar os novos componentes e propor ajustes contínuos para seu aprimoramento nos próximos semestres. Além disso, o trabalho do professor será referendado pelo Conselho Escolar a partir daquilo que foi produzido pelos estudantes. A proposta é que este modelo seja levado aos poucos para as demais disciplinas e discutido com toda a rede.

Qual será a duração de uma eletiva? Cada eletiva ocupa um tempo de 45 minutos por semana e tem a duração de um semestre, totalizando 15 horas.

As disciplinas Eletivas constarão no histórico escolar? Sim. O modelo do histórico escolar será revisto conforme definições da nova matriz. A Secretaria está trabalhando para fazer os ajustes necessários no sistema.

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A redução da aula para 45 minutos não irá prejudicar a aprendizagem dos estudantes? Não. A aprendizagem dos estudantes não será prejudicada, pois, a partir de estratégias de gestão de aprendizagem, a proposta é tornar o tempo de aula mais produtivo. Estudos sobre tempos de aula mostram que o mais importante não é a quantidade, mas sim como o tempo é utilizado, especialmente no que concerne à gestão da sala de aula e à oferta de conteúdos que se conectam com as necessidades de aprendizagem dos estudantes. No novo programa, os estudantes terão mais tempo e mais aulas. A Secretaria vai investir em formações para que os professores aprimorem o uso do tempo em sala de aula a partir de estratégias consolidadas na literatura nacional e internacional.

Essa mudança significa que vamos ganhar dias letivos no ano? Quantas horas/dias a mais teremos por etapa? Não vamos ganhar dias letivos. Mas teremos um ganho de 50 horas por ano por etapa, uma vez que serão acrescidos 15 minutos a mais de aula por dia letivo. Os estudantes terão não apenas mais aulas como também mais tempo de aula.

Quais professores poderão lecionar essas novas disciplinas? Os professores interessados em lecionar as disciplinas participarão de um processo seletivo, conduzido pelo diretor. Este processo selecionará de forma transparente e levará em consideração tanto o perfil do professor como o pré-requisito de ter cursado as formações que estarão disponíveis para todos. Todos os professores da rede que tiverem interesse serão formados nos novos componentes com uma carga horária de 60h.

Como serão as formações para os professores? As formações serão organizadas em dois módulos, um de conteúdo básico, para que os professores se apropriem do novo modelo, e um de conteúdo

aprofundado,

para

entendimento

mais

detalhado

das

estratégias de implementação. O módulo básico terá uma carga horária

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de 30h, sendo 8h sobre adolescência e juventudes e 22h sobre Projeto de Vida ou Eletivas ou Tecnologia. O módulo avançado terá 30h e irá aprofundar os conteúdos vistos no módulo básico e fornecerá mais insumos para implementação exitosa do novo modelo. O objetivo das formações é dar clareza sobre o novo modelo, fortalecer o entendimento sobre o universo do adolescente e do jovem e preparar os professores para lecionarem os 3 novos componentes. Junto com a formação serão fornecidos materiais de suporte. Além destas horas obrigatórias de formação

para

lecionar

os

novos

componentes,

módulos

complementares de 30 horas estarão disponíveis.

A remuneração do professor será diminuída por conta da redução dos minutos da hora/aula? Não. A remuneração de cada aula segue sendo a mesma, assim como o número de aulas de cada professor por jornada. Além disso, abre-se a possibilidade para que professores lecionem mais disciplinas, tendo em vista o aumento no número de tempos. Um professor que hoje tem 32 aulas, por exemplo, pode continuar a continuará tendo essas mesmas 32 aulas e recebendo a mesma remuneração que recebia anteriormente. Os docentes com menor jornada e carga horária terão possibilidade de pegar mais aulas, a fim de para alcançar a carga de 3240 horas semanais. Estima-se que em 2020 serão atribuídos 331 mil novos tempos de aula para os professores da rede. Ou seja, 331 mil novas oportunidades.

O novo currículo ainda não está homologado, como a Secretaria consegue trazer essa proposta? Essa proposta, assim como o currículo, tem como ponto de partida as adequações previstas na Base Nacional Comum Curricular. Portanto, o novo currículo levará em conta tais alterações.

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