Graรงa Santos Pedagoga, Palestrante, Coach Educacional
Converse com seus amigos e colegas de trabalho, para ver quem topa participar. Também é interessante realizar a atividade em parceria com a escola do seu filho. Para isso, reúna a direção, uma bibliotecária, os professores e outros pais para instituir uma Comissão Organizadora. É importante também que haja um líder na equipe, para trabalhar como produtor executivo encabeçando as atividades. Há também a possibilidade de conseguir voluntários em alguma faculdade que ofereça cursos ligados à área de Humanas.
Você pode organizar uma feira do livro com tema e público livres. Mas é interessante aproveitar algum assunto especial para trabalhar na feira. Isso funciona como um chamariz. A variedade de temas é imensa: histórias em quadrinhos, livros infantis, adultos, esotéricos, religiosos, livros de arte, de línguas. Mas tente sempre privilegiar o público escolar. É muito importante atrair crianças e jovens para a feira. Outra ideia é dar atenção a necessidades específicas, como uma feira voltada para portadores de necessidades especiais - com livros em braile - ou específica sobre tecnologias, com livros digitais por exemplo.
Muitas vezes, é possível aproveitar datas comemorativas para dar força ao evento. Por exemplo, uma feira só sobre livros brasileiros pode ser realizada durante o Dia do Folclore (22 de Agosto). Ou uma sobre livros infantis, no Dia da Criança (12 de Outubro, no Brasil, e 20 de Novembro, no resto do mundo). O local é outro fator muito importante, já que determina o público que terá acesso à feira e a infraestrutura necessária - imagine se o evento acontecer em uma praça, e não houver uma área abrigada para proteger os livros e o público se começar a chover? Você pode organizar na sua rua, no bairro, no seu condomínio, no clube, em alguma biblioteca ou ginásio municipais. Para o produtor cultural Clóvis Rezende Matos, a escola é o espaço que mais deveria ser valorizado quando se trata de livro. "Principalmente porque uma feira de livros pode ser um ótimo instrumento para aumentar a participação da família na escola de seus filhos“.
Que tal começar fazendo uma campanha para coleta de livros? Pode ser no próprio bairro, já que sempre há bons livros esquecidos nas gavetas e estantes de casa.
Procure contatar livreiros, editoras e sebos, para arrecadar livros novos e usados. Vale também convidá-los para montar estandes durante o evento, que ofereçam descontos atraentes ou sorteios. O editor David Alecrim diz que o melhor é dar preferência aos livreiros do que às editoras. Isso porque muitas delas exigem exclusividade, o que limita os títulos que ficarão à disposição do público. A feira não precisa, necessariamente, ser apenas de caráter comercial. Pode ser também de troca. "O importante é que o livro circule“.
Aproveite o evento para ir além dos stands de venda, doação ou troca de livros. Há muitas outras atividades que podem ser realizadas tendo o livro como assunto principal: ateliers, oficinas, palestras, mesas-redondas, saraus, contação de histórias, sorteios e exposições são algumas ideias. Outras atividades também ajudam a atrair um público que normalmente foge dos livros, como um show de música, comidas diferentes, exibição de filmes, alguma peça de teatro ou Stand Up Comedy e um local com acesso gratuito à internet.
É possível realizar uma feira contando apenas com o apoio de pessoas engajadas, inclusive para montar a infraestrutura. Mas na maioria dos casos, as atividades planejadas exigem verba. E isso significa ter um bom planejamento. É interessante buscar patrocínio junto à prefeitura. As secretarias de Cultura e Educação de sua cidade podem conceder verba, equipamentos e mão de obra. Você pode recorrer ao comércio do bairro para levantar recursos financeiros que bancarão, por exemplo, a montagem de tendas e o aluguel de cadeiras e mesas, iluminação e sonorização. Vale lembrar que atualmente todos os projetos de feiras do livro e/ou eventos literários são incluídos na Lei de Incentivo à Cultura para captação de patrocínios com 100% de abatimento do Imposto de Renda. Essa é uma ótima contrapartida ao patrocinador.
É importante conhecer a tendência cultural de seu bairro e redondezas. O que os moradores leem, que tipo de música ouvem, a culinária que mais consomem. "Você observa isso em pequenas passagens pelos bares, lanchonetes, mercearias, supermercados", diz o produtor cultural Clóvis Rezende Matos. Os artistas do seu bairro podem estar envolvidos em Literatura de Cordel, Hip Hop, Moda de Viola, repente, poesia. Convide-os a participar da feira.
Além disso, que tal homenagear alguém? Escolha um escritor que tenha relevância e transite pelos assuntos de interesse da feira para ser o patrono. Aproveite para promover uma palestra, sessão de autógrafos ou o lançamento de algum livro do escritor.
Faça propaganda, espalhe pelo bairro e, se possível, por toda cidade. Distribua panfletos e filipetas, faça cartazes, monte um pequeno espaço com caixas de som e microfones para anunciar o evento e aproveitar para fazer leituras de textos ou proclamar poesias. Tudo de forma simples, sem sofisticação. Basta boa vontade e voluntários. Vá também às rádios, aos jornais, às TVs. Divulgue na internet. "Sempre que se realizam atividades culturais como essa, os veículos de comunicação são sensíveis e publicam muita matéria como mídia espontânea, a custo zero, inclusive com coberturas durante a realização do evento", diz o produtor cultural Clóvis Rezende Matos. Outra ideia legal é aproveitar as feiras livres do bairro para conversar com as mais diversas pessoas e convidá-las para o evento. "Quando pensamos em um evento de bairro ou escola, nosso principal objetivo a ser atingido é o próprio morador, então, vamos até onde ele está", conta.
Associação Brasileira de Anunciantes Educar para Crescer
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