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Camões aos nossos olhos
“Aqui jaz Luís de Camões, príncipe dos poetas do seu tempo. Viveu pobre e miseravelmente e assim morreu”.
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Iremos falar sobre um poeta muito importante na literatura portuguesa Luí s Vaz de Camo es. Durante toda a sua vida foi ví tima das suas atitudes, acabando por morrer como viveu, " miseravelmente", mesmo tendo sido um dos homens mais cultos e geniais do seu tem-
po. A vida de Luí s de Camo es, prí ncipe dos poetas, foi muito controversa. Um dos principais traços da sua personalidade foi a agressividade. Sa o relatados mu ltiplos episo dios em que este deixou a sua agressividade levar o melhor de si. Segundo Maria Vitalina Leal De Matos, in A lírica de Luís de Camões, Lisboa, Editorial Comunicaça o, 1994, pp. 34-37, envolvia-se em rixas violentas, mostrando o seu lado mais ba rbaro . Mais a frente, no mesmo texto, temos a noça o das conseque ncias da sua viole ncia: “Camo es e preso na cadeia do Tronco, em 1552, …" e tambe m “(…) foi preso em Goa pelo governador Francisco Barreto, acusado de desviar em seu favor bens sobre os quais estava encarregado de velar(…)”, enquanto teve o cargo de provedor dos defuntos e ausentes em Macau. Gostava de uma bela noitada com os amigos e ate participava em verdadeiras festanças populares. Era charmoso e as donzelas da corte ficavam maravilhadas com os poemas que ele escrevia. Mesmo com esta personalidade violenta ningue m nega o facto de ter sido um homem bastante culto, pois ele tinha conhecimentos sobre a Histo ria de Portugal e Universal, Geografia, Cie ncias Naturais, E tica, Filosofia e Mitologia, o que lhe permitiu escrever o famoso livro Os Lusíadas, ao que tudo indica, sem ter consigo livros sobre as mate rias descritas. Ele pro prio, num dos versos d´Os Lusíadas refere: “Nem me falta na vida honesto estudo”, o que prova a sua cultura. Perdeu alguns bens e a sua amada, no naufra gio que sofreu, quando regressava da I ndia. Diz-se que teve que se salvar a nado, arriscando a vida pela sua obra-prima. No poema Luís, o poeta, salva a nado o poema de Almada Negreiros, podemos ler: “Fora da a gua/ Um braço no ar/ na ma o o livro/ ha de salvar". Camo es tinha muito orgulho em ser portugue s e isso esta bem explí cito no poema supra mencionado: “ Era uma vez/ um portugue s/ de Portugal.” Conseguiu lançar o seu livro Os Lusíadas, para glorificar o seu povo, em 1572. Morreu a 10 de junho de 1580.
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Camões aos nossos olhos(cont.)
Apo s a sua morte, foi considerado o prí ncipe dos poetas, do seu tempo, devido a esta grande Epopeia. No entanto, esta obra tambe m foi uma das causas de ter sido muito invejado pelos seus contempora neos, como referido no poema de Sophia de Mello Breyner Camões e a Tença: “Calu nias desamor inveja ardente/ E sempre os inimigos sobejaram/ A quem ousou seu ser inteiramente”. Devido a essa inveja e o dio, na o foi reconhecido, no seu tempo, como o grande poeta que foi. Apesar, de na o ter recebido o respeito dos seus contempora neos, foi um poeta que influenciou a histo ria da literatura em Portugal, marcando para sempre a histo ria do povo portugue s com um so livro, merecendo assim va rios pre mios, que nunca recebeu. Era um homem muito culto e era na sua poesia que transmitia tudo o que sentia criando grandes poemas. Conheceu os mares e as lutas, tal como esta explí cito no poema de Almada Negreiros, “Na guerra andou/ a guerrear/ e perde um olho/ por Portugal”; “Ha portugueses/ a navegar/ por sobre as ondas/ me ha o de achar”, o que lhe permitiu afirmar que, para ale m da sua vasta cultura, tambe m era um homem experiente “Com longa experie ncia (...)”, um verdadeiro Humanista. Desta forma podemos concluir que Luí s Vaz de Camo es, apesar de ser um homem culto e com capacidades iniguala veis de escrita e de narraça o, era tambe m uma pessoa temperamental, o que o envolveu muitas vezes em situaço es de risco para a sua pro pria vida. Nunca desistiu do seu grandioso desejo de transformar Portugal num paí s mais unido e livre, tal como nos diz Sophia, no seu poema Camões e a Tença: “ Paí s que tu chamaste e na o responde/ Paí s que tu nomeias e na o nasce”. Tem um valor especial na histo ria de Portugal, pois e graças a ele que muita gente conhece o povo portugue s. Descreveu-nos como um povo cheio de glo ria, como hero is, que conseguiram Tem um valor especial na histo ria de Portugal, pois e graças a ele que muita gente conhece o povo portugue s. Descreveu-nos como um povo cheio de glo ria, como hero is, que conseguiram grandes proezas, e que fizerem o que nunca ningue m tinha feito. Admiramos bastante este grande poeta, pois ele nunca desistiu dos seus objetivos, mesmo quando na o lhe deram o devido valor. Se nos perguntassem o que achamos de Camo es, responderí amos que: Camo es foi e ainda e muito importante, graças a ele podemos estudar, na sua obra-prima, a nossa histo ria, a Histo ria de Portugal!
Turma 9.ºG
Camões E a Tença
Ira s ao Paço. Ira s pedir que a tença Seja paga na data combinada Este paí s te mata lentamente Paí s que tu chamaste e na o responde Paí s que tu nomeias e na o nasce
Em tua perdiça o se conjuraram Calu nias desamor inveja ardente E sempre os inimigos sobejaram A quem ousou seu ser inteiramente
E aqueles que invocaste na o te viram Porque estavam curvados e dobrados Pela pacie ncia cuja ma o de cinza Tinha apagado os olhos no seu rosto Ira s ao Paço ira s pacientemente Pois na o te pedem canto mas pacie ncia
Este paí s te mata lentamente
Sophia de Mello Breyner
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Crónicas de paixões e caprichos
O livro “crónicas de paixões e caprichos” é da autoria de Julia Pottinger, mais conhecida pelo pseudo nimo de Julia Quinn. Esta autora de 52 anos e muito conhecida pela se rie de livros Bridgerton que inspirou a se rie lançada pela plataforma de streaming netflix e tambe m pelo sucesso da trilogia Bevelstoke. O livro e a descriça o da tí pica alta sociedade londrina do Se c.XIX, e como esta funcionava. As raparigas, apo s atingirem uma certa idade, tinham de se casar e construir a sua pro pria famí lia. Caso nenhum pretendente mostrasse interesse numa rapariga, aí entravam as ma es preocupadas que faziam de tudo para arranjar um candidato, qualquer candidato. Claro que toda esta pressa o so por si ja na o ajudava, mas este livro na o se chamaria “Crónicas de paixões e caprichos” se na o houvesse algue m para os relatar, aí entra Lady Whistledown uma escritora de identidade desconhecida que arrelia, mas tambe m diverte toda a alta sociedade londrina. Na o ha ningue m que na o leia as suas cro nicas ou por curiosidade ou por ser o protagonista da histo ria. Entre as jovens raparigas prontas para casar temos Daphne Bridgerton, uma linda rapariga de cabelos castanhos e olhos cor de mel, que, se apenas tivesse de contar com a sua beleza e personalidade na o teria problema algum em arranjar pretendentes, mas tinha tambe m o seu irma o mais velho Anthony. Simon Basset conhecido tambe m como duque de hastings chega a Londres depois de uma longa viagem e decide ir visitar Lady Danbury, pois esta criou-o apo s a morte de sua ma e. O Duque reencontra tambe m o seu antigo amigo e colega de faculdade Anthony Bridgerton e a sua famí lia. Simon, que na o pretende casar, por conta de uma promessa feita ao seu falecido pai, encantou muitas ma es e filhas da alta sociedade, mas precisa de as afugentar e daí surge um acordo, com a jovem Daphne, do qual ambos parecem beneficiar. Ao longo da histo ria, este plano transforma-se em algo mais, o que faz com que o duque se afaste deixando todos espantados. Com o desenrolar da histo ria mais reviravoltas nos sa o apresentadas, mas no final acaba tudo bem. Este livro apresenta-se um romance um pouco cliche , mas tambe m miste rio e reviravoltas, com personagens interessantes, tradiço es e uma mulher que retrata tudo de maneira genial. Assim “crónicas de paixões e caprichos” e sem sombra de du vida um livro que aconselho.