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Um Mercado de Grandes Desafios – Oswaldro J. Pedreiro

COMERCIALIZAÇÃO UM MERCADO DE GRANDES DESAFIOS

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Há pelo menos uma centena de analistas de mercado que têm um vasto conhecimento tecnológico e prático em relação a comportamento de preços do mercado de commodities agrícolas a nível internacional.

Quem está no mercado sabe que existem muitas variáveis que interferem nos preços diários dessas commodities, e não são somente os valores diretamente ligados ao seguimento que determinam o nível de preço a ser praticado hoje, ou amanhã, ou sei lá quando dependendo de ponto de vista da análise de cada setor analisado.

Estou sendo um pouco confuso na maneira de expor os meus sentimentos em relação aos preços?

Cá entre nós: eu acho que você deve estar pensando da mesma forma que eu, fala sério!...

Bons tempos aqueles em que a gente definia o mercado assim: 1. Se o mercado sobe, é porque tem mais compradores do que vendedores; ou, 2.Se o mercado cai, é porque tem mais vendedores do que compradores.

Mercado globalizado é assim: ele ignora as regras simples e dificulta o raciocínio de todo mundo que se propõe a entendê-lo.

Em nosso comentário inserido na edição anterior desta Revista ressaltamos a importância da China no mercado internacional onde os preços oscilam dependendo do seu interesse nos produ-

Oswaldro J. Pedreiro

Novo Horizonte - Assessoria e Consultoria

oswaldopedreiro@nhassessoria.com.br

tos ofertados no mercado.

Como naquela oportunidade eles anunciaram a interferência direta na formação de preços com base nas cotações da CBOT, os operadores de mercado assumiram que haveria uma forte redução nas cotações a partir daquele momento, e foi exatamente isso que aconteceu.

Hoje, passados praticamente quase 30 dias desse evento, estamos nos deparando com altas significativas no mercado, e até superando o nível de preço verificado lá atrás.

A China mudou sua estratégia?

Claro que não!

Mas então por que o mercado voltou a subir? Seria por acaso o surgimento de mais compradores? (na verdade eu acho que não é esse o motivo!...)

Como eu disse no inicio desta matéria, há muita informação extra mercado que interfere diretamente no seu comportamento, e agora é a vez do CLIMA nos EUA!...

Ainda não mudou nada, porém já se comenta que o clima não será favorável para as lavouras por lá a partir da semana que vem, e isso fez com que aqueles aplicadores de mercado assumiram novas posições compradas antevendo a possibilidade de perdas por falta de condições adequadas para as lavouras.

Imagine então o que poderá ocorrer com os preços se essas previsões se confirmarem?

Pela situação do mercado de hoje, estamos vendo uma enorme dificuldade em obter resultados favoráveis para as indústrias no que diz respeito a resultado final após a extração de óleo e farelo de soja – por exemplo;

Por mais que você faça contas o resultado final segue negativo, havendo uma distorção muito elevada entre o custo da matéria prima e o resultado da transformação dos produtos finais colocados à disposição do mercado consumidor.

Isso ocorre porque o produtor – a ponta inicial de nosso mercado -, segue cautelosamente avaliando as variações de preço que tem ocorrido nesse vai e vem de informações favoráveis e desfavoráveis para o seu produto, e a conclusão mais lógica a que ele tem visualizado é que HAVERÁ FALTA DA MATÉRIA PRIMA (soja no caso) para abastecer o mercado interno e muito mais para atender à demanda externa – levando em consideração a redução de produtividade nos EUA que forçosamente irá fazer com que a China se volte a adquirir maior volume originando na América do Sul (entenda Brasil).

Para melhor visualizar a situação geral, apresentamos a seguir o resumo do último relatório publicado pela CONAB, apresentando a perspectiva de oferta e demanda para SOJA:

OFERTA E DEMANDA

A Conab estima que a produção de soja para a safra 2020/21 seja de 135,41 milhões de toneladas, um aumento de 8,5% em relação à safra anterior, que foi de 124,85 milhões de hectares, esse aumento de produção é motivado pela alta dos preços internacionais, a forte demanda exportadora e aumento da demanda interna.

A demanda interna total (esmagamentos, sementes e perdas) está estimada em 50,44 milhões de toneladas. Segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), as exportações de soja para abril foram estimadas em 17,38 milhões de toneladas. Esse número é 17,02% maior que o exportado em abril de 2020.

Com isso, as exportações brasileiras em 2021, de soja, somam aproximadamente 33,59 milhões de toneladas, esse número é 5% superior ao exportado de janeiro a abril de 2020. Em 2021 é esperado uma exportação próxima de 85,6 milhões de toneladas.

Os estoques de passagem de soja em grãos, da safra 2020/21, devem ser um pouco mais elevados que os estoques da safra 2019/20, e não haverá falta de produto para abastecer o mercado interno.

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