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Danos causados pelo Pó - Gustavo Sosa
Gustavo Sosa
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Engenheiro Mecânico Industrial Perito Recebedor de Grãos Consultor em armazenagem de grãos, transportadores e controle de pó. cgsosa@outlook.com
O pó gerado num armazém de grãos é um dos problemas mais grandes que deve enfrentar um empresário de nosso setor. São muito grandes as perdas que se podem gerar por um mal controle de emissões e uma mala higiene. O primeiro que devemos recomendar é uma medição das emissões no sitio, feitas por um técnico especializado, para saber onde e como são geradas, e a quantidade gerada.
Vejamos as possíveis consequências de um controle de pó deficiente: 1. Explosão. 2.Incêndio. 3.Problemas com vizinhos. 4. Saúde laboral. 5.Proliferação de pragas. 6.Deterioro de equipamentos.
1 - Explosão:
Uma nuvem de pó suspenso no ar é tão perigosa como uma fuga de gás. Uma faísca ou qualquer fonte de calor é suficiente para que esta nuvem se acenda e a combustão avance violentamente. Isso é uma explosão. Não é necessariamente uma enorme explosão que destruiu toda a planta. Ela pode ocorrer dentro de um elevador de caçambas, por exemplo, e limita-se a esse único equipamento. De qualquer forma temos perdas materiais.
A prevenção de explosões e incêndios de pó é uma questão muito complexa que envolve a escolha certa de equipamentos e materiais, e as práticas de trabalho adequadas. Para mais informações, consulte as normas NFPA 61 e NFPA 654.
Para uma explosão ocorrer, precisa de uma concentração mínima de pó. Se reduzimos a concentração a um nível inferior a 50 g/m3 nos pontos de transferência, é menor a probabilidade de
um acidente. Estas concentrações são alcançados em ambientes fechados, tais como dentro de um elevador de caçambas.
As explosões de pó são muito difíceis de controlar devido a que uma explosão primária levanta a poeira depositada, permitindo uma segunda explosão, e assim, a explosão se propaga através do armazém.
Para evitar incêndios e explosões deve se tomar cuidado ao selecionar equipamento de transporte. Os motores em área fechada devem ser à prova de explosão. As bandas e as caçambas devem ser anti-estáticos. Automações deve ser principalmente pneumáticas. Em áreas abertas, como as concentrações de poeira são baixas, você não tem que tomar esses cuidados.
Para evitar a propagação de explosões devem se instalar diafragmas para alivio de pressão nos transportadores e silos. São pequenas janelas cobertas com uma folha de plástico ou uma chapa de aço mais fraca que o corpo do equipamento, que vai quebrar e liberar a pressão no caso de uma explosão no interior.
2 - Incêndio:
De uma maneira menos espetacular que uma explosão, a poeira pode pegar fogo. O curioso é que nem sequer precisa de uma fonte de calor externa. Se o pó se acumular o suficiente, o processo de oxidação pode levar a combustão espontânea. Não se pode definir a espessura da camada de poeira que pode causar este fenómeno, que depende de muitas variáveis, mais é possível isso aconteça. Mais habitual, no entanto, é que uma relativamente pequena explosão serva como iniciador de um fogo. Nesse caso, os danos catastróficos não ocorrem pela explosão, mais pelo fogo pegando nos materiais combustíveis nas proximidades.
3 - Problemas com os vizinhos:
O armazém de grãos é uma propriedade privada. As casas dos vizinhos também. Quando a poeira gerada no armazém é tal que suja a roupa que os
vizinhos tendem em seus quintais, é que, necessariamente deve instalar um sistema de controle de poeira. Com tudo, as brigas com os vizinhos pela sujeira que entra nas suas casas é um problema menor. A poeira agrícola muitas vezes contém resíduos tóxicos perigosos que provocam alergias cutâneas, conjuntivite e asma. A simples violação dos direitos de propriedade dos vizinhos pode fazer que a empresa seja expulsa do bairro. Se considerarmos os riscos para a saúde, a empresa pode também enfrentar ações civis.
4 - Saúde do trabalhador:
Similar ao que ocorre com os vizinhos, mais pior. Os funcionários da empresa sofrem com muita mais intensidade os efeitos da poluição.
O dano que a poeira faz sobre a saúde e dado principalmente pela aspiração. Os grãos de poeira não tem um único tamanho. Eles variam muito. Qualquer amostra de pó tem particulas de todos os tamanhos. O pó mais perigoso é aquele inferior a 10 micras em diâmetro, que podem entrar nos pulmões e não saem. Ele pode se acumular e causar lesões e a perda da capacidade dos pulmões lentamente.
Quanta poeira é inalada depende da concentração no ar e do tempo de exposição. Os limites admissíveis especificados pela OSHA (Occupational Safety and Health dos EUA), que são tomados como um guia para outros países, consideram a concentração máxima recomendada para uma exposição contínua de oito horas. No estudo que faz com que o técnico de medição de poeira deve ser considerado essas coisas. O limite de exposição permitido para a concentração total é de 15mg/m3. Fração respirável (a menos de 10 micras de diâmetro) é de 5mg/m3 . Estas concentrações são aproximadas. Se houver concentrações de pico que excedem estes medidas, mais o resto das emissões do dia são iguais a zero, também os picos devem ser evitados, seguindo a norma.
Embora em nossa região, pareça que os sindicatos estão mais interessados em aumentos salariais em saúde ocupacional, é suficiente que um trabalhador doente faca uma reivindicação bem sucedida para iniciar uma onda de processos na indústria.
5 - Proliferação de pragas:
O pó orgânico serve de alimento para muitas das pragas que atacam grãos, principalmente para ácaros. Se a planta fica sempre suja, então sempre há lugares onde os ácaros, insetos e fungos podem se reproduzir em seguida, vão para o grão. A limpeza é essencial, mas é mais eficaz se evitamos sujar a área.
6 - A deterioração do equipamento:
O pó pode se introduzir em rolamentos, contaminar os motores e bombas de óleo, pode tapar válvulas pneumáticas, tapar ventilações de refrigeração, etc. Algumas coisas podem ser evitadas por construções herméticas. Outras não. É sempre melhor para agir com cautela e evitar a poeira em primeiro lugar.
A poeira depositada sobre equipamento elétrico provoca redução da vida útil pela temperatura operacional excessivo.
ESTUDO DA POEIRA
Para descobrir que emissões de poeira você, primeiro tem que realizar um estudo com uma equipe especializada, por um técnico treinado. Existem
unidades portáteis que podem dar uma ideia geral da situação. O técnico irá percorrer a planta com um dispositivo a laser semelhante a um controle remoto e faz medições instantâneas. Isso pode servir como uma primeira orientação.
Ao tomar medidas reais deve ser usada uma equipe fixa, que irá operar continuamente durante o dia de trabalho, que captura as partículas na atmosfera. Em seguida, o conteúdo do cartucho, será analisado num laboratório para saber quanta poeira foi capturado e a distribuição de tamanho de partículas que tem. O que se busca é saber quanta da poeira no ambiente pode alcançar os pulmões. A equipe de "banco" vai mudar de lugar cada dia para ter todo o mapa da planta.
A maior preocupação é a exposição dos operadores, é necessário usar um coletor de amostras portável que o operador vai levar o dia todo, sugando uma amostra representativa que será analisada da mesma maneira que as amostras de equipamento fixo.
Os analisadores de mão geralmente dao valores de PM10, PM5 e PM2.5 no momento especifico da analise.
PM 10 - poeira inalável, pode entrar através do nariz. Menor que 10 micras.
PM 5 - poeira respirável pode entrar nos pulmões. Menor que 5 micras.
PM 2.5 - poeira respirável de captura muito difícil. Pode levar até dias para cair para o chão. Menor que 2,5 micras.
Os coletores fixos, com análise laboratorial posterior, são muito mais detalhados e mais úteis para o desenho de equipamentos de eliminação adequada.
FORMAS DE CONTROLE
A primeira coisa a considerar é que o grão deve ser limpado o mais rápido possível para entrar no armazém. Parece incrível que ainda hajam pessoas que não queiram limpar o grão para não perder peso. Se você está preocupado com o peso de matéria estranha, você pode sempre adiciona-la mais tarde, no momento da expedição, com um parafuso de mistura simples. Dentro do armazém o grão deve ser limpo.
Cada caso deve ser estudado cuidadosamente para determinar qual é a técnica melhor para controle de poeira. O melhor sempre é evitar a geração de poeira. Se não for possível evitar a geração, então você tem que pegá-lo. Se você não pode pegar, você tem que diluir.
A poeira é gerada em todos os lugares onde o grão estiver em movimento, principalmente no que é chamado de "pontos de transferência". Isto é, em locais onde o grão se move a partir de um equipamento para outro. Qual é o ponto mais complicado depende do armazém e do modo de operação. A lista a seguir é apenas um guia. • Moegas de recebimento (descarregamento de caminhões). • Silos horizontais. • Silos de expedição (enchendo caminhões). • Secadores. • Elevadores de caçambas. • Silos. • Pré-limpezas. • Descarga de um transportador para outro.
De longe, a moega de entrada é o ponto mais complicado, mesmo com descarga manual. A primeira maneira de reduzir o volume de pó é a instalação de um sistema de aletas (com acionamento pneumatico) na grelha da moega para impedir que a poeira gerada no embate contra o fundo possa subir para o meio ambiente. Não se elimina completamente o pó, mais a redução é substancial. Em vez disso, ou em adição, você pode fazer um fechamento de toda a área de recebimento e instalar aspiração. Detalhes de como projetar essa aspiração são bastante complexos. A "bíblia" da profissão para este trabalho é o manual "Ventilação Industrial" da ACGIH. A ideia fundamental é que a velocidade do ar nas aberturas que sejam deixadas, dever ser maior que a velocidade de captura das partículas de poeira. Em outras palavras, si a área se fecha bem, se diminui o tamanho dos ventiladores que serão necessários para sugar o ar. A combinação de um sistema de aletas com um sistema de aspiração é mais eficaz, mas nem sempre é necessária.
Os galpões (e barcos) também são muito complicados. É quase impossível o fechamento completo. Existem duas tecnologias para reduzir a poeira. Um deles é de mangas retrateis com sucção de ar, que encerram o grão quando ele cai no chão e ir para cima como a célula está cheia. O outro método é uma tremonha vibrante, que reduz o ar no interior do jato, fazendo-o cair como algo mais similar a uma coluna sólida.
O carregamento de caminhões pode ser resolvido com as mesmas ferramentas que para enchimento de galpões, mais também é possível fazer um fecha-