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Viver&Conviver
Ano VII - Número 18
Maitê Proença Atriz, diretora e escritora: maturidade e talento singular atuando em diferentes áreas
O mundo gira em movimento constante. Nossa inspiração para mover 1 bilhão de pessoas todos os dias. Só uma empresa global com mais de 130 anos de experiência, com 44 mil colaboradores e com equipamentos presentes em mais de 100 países entende a responsabilidade de movimentar diariamente 1 bilhão de pessoas em todo o mundo. Para manter esse ritmo constante e eficiente, investimos na maior infraestrutura de manutenção do mercado, com uma equipe de 2.600 técnicos altamente treinados, distribuídos em 150 postos de atendimento em todo o Brasil. Nossa essência se inspira no movimento do planeta. Nossa dedicação é conduzir cada pessoa ao seu destino, de forma confortável e segura.
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Caros leitores, Uma publicação da Graiche Construtora e Imobiliária Ltda. Presidente: José Roberto Graiche Conselho Editorial: José Roberto Graiche Júnior Luciana Martins Graiche José Rodrigo Martins Graiche Editores: Adriano De Luca (Mtb 49.539) Juliano Guarany De Luca Diagramação e Arte: Pedro Pedrosa C Dias de Gouvea Reportagem: Letícia Iambasso Comentários e sugestões: viver@graiche.com.br Tiragem: 40 mil exemplares Capa: Divulgação
Prezados Leitores, Temos o prazer de entregar mais uma edição da revista Viver&Conviver. Esta, ainda mais especial: a de número 18. Podemos dizer, com humor e leveza, que atingimos a “maioridade editorial” refletida em uma publicação de qualidade, com entrevistados de destaque na sociedade, com temas que abrangem saúde, decoração, turismo e gastronomia, pensando no bem-estar, lazer e qualidade de vida dos nossos leitores. Por isso, escolhemos uma personagem forte (e bela) para a capa: Maitê Proença nos brinda com seu profissionalismo e personalidade marcantes na entrevista principal.
GRUPO GRAICHE Matriz: Rua Treze de Maio, 1954 1o, 2o, 3o e 4o andares 01327-002 São Paulo SP Tel.: 55 11 3145-1322 Filial: Rua Barão de Jaceguai, 1673 08780-100 Mogi das Cruzes SP Tel.: 55 11 4794-4359 graiche@graiche.com.br www.graiche.com.br
Vale lembrar que chegamos ao término de um ano intenso, recheado de muitos acontecimentos importantes relacionados a protestos, reivindicações sociais e ondas de violência policial e civil. Tais movimentos trouxeram debates contundentes e ricas reflexões que, esperamos, acabarão por contribuir para o crescimento do país nos níveis político, econômico e social.
Esta publicação é produzida por:
Celebrando com vocês um 2013 repleto de realizações e conquistas, desejamos um 2014 igualmente desafiador, pois sabemos que as grandes vitórias sempre decorrem de muito trabalho e dedicação – seja no núcleo familiar, entre amigos ou no ambiente de trabalho. E mais: a partir de janeiro do ano que vem a contagem regressiva para a Copa do Mundo no Brasil ganha força. Até lá, voltaremos a nos encontrar em mais uma edição da Viver&Conviver, de olho naquele que será um dos maiores eventos do mundo.
redacao@grappa.com.br www.grappa.com.br Os artigos e matérias assinadas não refletem necessariamente a opinião da revista.
Nesta Edição
Boas Festas, boa leitura!
10
04
20
1 Divulgação | 2 Divulgação | 3 Maria Regina Moras
Maitê Proença / 04 Espaço Gourmet / 10 Luta contra o HPV / 12 Musical - Uma Trajetória/ 14 A democracia do Cuscuz / 18 Intercâmbio residencial / 20 O paulistano Mazzaropi / 26 Rolfing: um caminho para... / 30
José Roberto Graiche Presidente
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4 ENTREVISTA
Rir ainda e´ o ´ melhor remedio Atriz, diretora, dramaturga, escritora e editora, Maitê Proença mostra maturidade e talento singular ao conciliar a atuação na peça “À Beira do Abismo me Cresceram Asas” com o lançamento do livro “Não Existe Cabra na Etiópia”
“O humor é a melhor forma de evitar sentimentalismos e outras cafonices.” É assim que a atriz Maitê Proença, 55 anos, leva a vida. E faz arte. Tudo ao mesmo tempo. Literal e literariamente. Até novembro, ela está em cartaz em São Paulo com a peça “À Beira do Abismo me Cresceram Asas”, que ela própria escreveu a partir de depoimentos recolhidos em asilos. Como resultado, a terceira montagem de Maitê mostra as confissões de duas octogenárias que moram juntas em uma casa de repouso e compartilham suas experiências com o público. “Falam de tudo sem pudor nem medir palavras”, resume Maitê. Sincera e bem-humorada, a peça tem feito sucesso por onde passa. Além de tê-la escrito, a artista é responsável pela direção e por um dos papéis, ao lado da também atriz Clarice Niskier.
Apesar de tudo isso, Maitê ainda é conhecida do grande público como essencialmente uma bela atriz. Mas na última vez em que esteve na TV, como a Sinhazinha da novela “Gabriela”, exibida na TV Globo no ano passado, ela teve de abrir mão de sua zona de conforto. Principalmente ao gravar a morte da personagem, que é flagrada pelo marido na cama com outro homem e acaba morta ao lado de seu amante. Na cena, na qual contracenou com Erik Marmo e José Wilker, a atriz reviveu um drama da infância que a acompanhou
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O humor também foi o fio condutor de sua última incursão na literatura. “Não Existe Cabra na Etiópia” (R$ 39,90, Editora Agir) é o resultado de um criterioso processo de seleção, no qual Maitê criou um site para receber textos de até 1.500 caracteres de quem quisesse mandá-los, desde que tivessem humor. Acabou às voltas com 1.600 crônicas, de anônimos e autores ilustres, nas mãos. Ou melhor, no e-mail. “Podia tudo, até escatologia, contanto que fosse genial”, conta ela, que demorou três anos para viabilizar o projeto.
toda a vida. Maitê tinha 12 anos quando o pai, um conhecido promotor de Justiça, matou a mãe com 11 facadas. Ele suspeitava de que ela o estivesse traindo com o professor de francês. O caso ganhou ainda mais evidência quando o pai de Maitê foi absolvido do crime, sob o argumento de “defesa da honra” e com a ajuda de um depoimento da filha, que assegurou ter visto o professor no quarto da mãe. Na vida de Maitê nem tudo foi simples, muito embora quem mire seus olhos turquesa se sinta seduzido pela placidez com a qual eles reluzem. Por trás de toda aquela beleza, há um ser pensante, focado e talentoso. Sem preconceitos.
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6 ENTREVISTA
- Literatura, teatro e TV. Qual dessas áreas pelas quais você transita mais a atrai e por quê? Percebo que tenho uma tendência de gostar sempre mais daquela em que estou atuando. No caso, agora, são duas, o teatro e a literatura. Mas, no teatro, com “À Beira do Abismo me Cresceram Asas”, juntei a dramaturga que escreveu o texto com a atriz que está no palco. E, de quebra, neste caso, ainda estou dirigindo, ao lado de Clarisse Niskier. - Sobre a peça, gostaria que definisse a relação que as duas personagens desenvolvem.
Terezinha é de temperamento carrancudo, ainda que bem resolvido. Valdina é mais expansiva. A grande amizade que construíram as une e as complementa. Juntas, elas nos contam histórias. Falam de tudo sem pudor e sem medir palavras. São inteligentes e perspicazes. E nada comuns. Simplificando, Valdina é uma mistura de Dercy Gonçalves e Ivete Sangalo, e a Terezinha é uma Laura Cardoso. Juntas, podem tudo. - Em quem você se baseou para compor essas duas? Meu ponto de partida foram histórias colhidas por Fernando Duarte [dramatur-
go] com gente de bastante idade, de vida recheada de experiências. Ele me trouxe esse material para que eu transformasse em teatro. De início, não tive interesse, porque havia ali lamúrias e muita autopiedade. Ninguém se interessa por isso. Mas havia também casos excelentes, divertidos. Tirei os lamentos e as reclamações e fiquei com as delícias. Criei novas histórias e, sobretudo, inseri considerações e ideias, suspense, segredos. A vida é muito interessante se a gente quiser. Minhas velhas contêm todas as idades e fizeram um belo caldo com o quinhão que lhes foi dado. Elas têm o que dizer e o fazem com poesia e grandes doses de humor. O humor é a melhor forma de evitar sentimentalismos e outras cafonices.
8 ENTREVISTA
- Qual é a reflexão que gostaria que a peça despertasse? Estivemos com a peça por diversos Estados. Tivemos que abrir sessões extras ao longo da turnê de tanto que a plateia se comove. O público sai mexido, ri muito, mas chora também. A solidariedade é um grande tema da peça. A importância de compartilhar toca as pessoas e as faz pensar. Mas há muito mais do que isso acontecendo em nosso palco. - Sobre seu novo livro, “É Duro Ser Cabra na Etiópia”... O que ele tem de diferente dos outros dois anteriores?
Pode me contar mais detalhes do processo de produção do livro? Li que você recebeu todos os textos por meio de um endereço virtual criado com essa finalidade. A ideia surgiu e criei um site para a recepção do material. Inventei categorias classificatórias e outras em que dava notas a cada texto pré-aprovado. Chegaram mais de 2.000 textos até eu fechar as porteiras. Mas os que fugiam às regras caíam automaticamente numa espécie de lixeira. Eu lia esses também, porque muita coisa boa foi parar ali.
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Este é um livro de humor com textos curtos, crônicas e aforismos, sobre temas muito diversos. Tive a colaboração de Carlos Heitor Cony, José Eduardo Agualusa, Mário Prata, Tatiana Levy Salem, Jorge Forbes e outros ilustres, mas a grande maioria dos autores é de desconhecidos da internet. Gosto de trabalhar em grupo, mas nunca tinha me ocorrido fazer isso com desconhecidos e a partir de um material sobre o qual eu teria muito pouco controle. Você tem os seus favoritos? Alguns autores entraram mais de uma vez por terem enviado mais opções de texto. Mas também porque o material me agradou. De qualquer forma, tem gente excelente ali com um texto só. O nível dos escritos, aliás, impressiona. Outras vezes, o que tem graça é a ordem em que entra um texto, de menor valor, se lido isoladamente, mas que ganha força e sentido por conta do texto que o antecede. A edição também precisou seguir as regras. Se eu pedi humor aos autores, essa tônica serviu para mim também, tanto em minhas contribuições escritas como na costura.
- Como era esse processo de edição on-line? Quem você lê? Escrevia para a pessoa e pedia que se adequasse e reencaminhasse o material. Também editei muita coisa e submeti ao autor desconhecido para que ele aprovasse e seguisse naquela linha evitando, por exemplo, vulgaridades desnecessárias. Podia tudo, até escatologia, contanto que fosse genial. É um livro de humor e, muitas vezes, essa condição esbarrava em terreno de mau gosto. Deu uma trabalheira danada, mas saiu.
Autores como Isabel Allende e Eduardo Galeano. Na minha cabeceira agora tem ainda “Paris - A Festa Continuou”, do Alan Riding, e o último livro do José Eduardo Agualusa, “Catálogo de Luzes”, que eu prefaciei.
O que gosta de fazer nas suas horas vagas? E o acabamento... Tem uma pegada de livro de arte, com imagens enviadas no mesmo esquema. Até a capa chegou pelo site. Ele ficou graficamente excitante. Foram três anos, muitas etapas e a descoberta de uma fórmula. E foi delicioso dar visibilidade a tanta gente de talento que está por aí, pelos blogs, sem ter editores que se interessem por seus escritos. No meu livro, os desconhecidos talentosos estão lado a lado com grandes nomes!
Eu lanço o meu livro, faço e cuido de tudo o que está relacionado à minha peça, dou palestras e cursos. E estudo os mais variados assuntos, sem parar. Vê TV? Vejo muitas séries inglesas e americanas no Now e na Apple TV, assim como documentários de toda espécie.
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10 decoracao
Projeto realizado pela arquiteta Renata Ferraz
ESPACO GOURMET Saiba como criar um ambiente prático e aconchegante para receber os amigos e a família A rotina dos moradores das grandes cidades se adapta rapidamente às mudanças refletidas pelos hábitos e modos de vida de seus habitantes no dia a dia. Uma amostra disso são as diferentes propostas, tamanhos e localizações de novos empreendimentos, capazes de criar rapidamente tendências inovadoras no mercado e condições que favoreçam a otimização das áreas do condomínio ou do próprio espaço interno. Nessa toada, surgiu nos últimos tempos a criação dos famosos espaços gourmet dentro do apartamento. Segundo a arquiteta Renata Ferraz, o número de clientes que procuram esse benefício, já na planta ou por meio de uma reforma, aumentou significativamente. “A transformação no estilo de viver do paulistano é um dos principais motivos para esse crescimento na procura pelos espaços gourmets”, explica. Para ela, as construtoras seguiram as tendências das casas, que, nas últimas décadas, foram construídas com ambientes integrados para cozinhar e receber pessoas. Diferentemente de uma cozinha comum, esses espaços se definem não somente pela praticidade, mas também pelo conforto. De acordo com a arquiteta, a principal diferença está na integração com outro cômodo da residência. “Esta conexão traz benefícios para o local e para os moradores, pois come-
çou a ser mais utilizada no dia a dia, e não somente em datas comemorativas ou em dias mais quentes. O aconchego de um espaço gourmet atrai a família também no inverno”, revela. Já para a arquiteta e urbanista Lígia Franco, a comodidade do ambiente permite que o morador mostre seus dotes culinários aos seus convidados, resultando em uma descontração, antes impossibilitada pela seriedade da cozinha. “Além disso, pode ser construído em uma área relativamente pequena, como em uma sacada ou na sala. O espaço gourmet também evita sujar a área da cozinha em momentos de refeições e confraternizações”, diz. Segurança Muitas construtoras já se adequaram aos estilos de vida do consumidor e já organizam plantas de apartamento com o espaço gourmet. Entretanto, quem ainda não possui este ambiente e está planejando construir, precisa ficar atento e seguir algumas medidas de segurança. “É importante que o espaço gourmet esteja localizado o mais próximo possível da cozinha, evitando assim o entra e sai do cômodo. Porém, quando isto não é possível, o espaço escolhido deve ter todos os equipamentos necessários para ser independente, como pia, local para geladeira ou frigobar, e até ligação a gás”, aconselha Lígia.
Para isso, deve-se prestar atenção aos detalhes da estrutura do prédio, se o local escolhido possui instalações hidráulicas, elétricas e de gás, e, principalmente, entrar em contato com a administração do condomínio e a construtora responsável pelo projeto que irão fornecer as informações específicas para autorizar a reforma. “Para qualquer intervenção no imóvel, um engenheiro precisa analisar se a reforma modificará a estrutura do prédio, se o apartamento está preparado para uma ampliação ou integração e se haverá uma sobrecarga no piso”, relata Lígia.
Para ela, cada pessoa possui a sua necessidade, seja um chef ou alguém que cozinha somente por hobby. “Procuro criar espaços onde a convivência seja o foco principal. Assim, incluo em uma área de cozimento um espaço de descanso com sofá e ou poltronas, mesas de centro e laterais. Desta forma, o ambiente será utilizado para uma conversa mais relaxante e para a degustação do menu”, informa.
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Decoração Como um espaço mais discreto, confortável e prático, o ambiente gourmet não precisa coincidir com o aspecto da cozinha. Em
apartamentos pequenos a melhor solução estética é unificar os espaços, como sala e cozinha, criando uma área personalizada. Esta é a opinião da designer de interiores Isabel Granha, que destaca o custo-benefício do local como uma das principais preocupações que o morador deve ter quando se fala em decoração.
Projeto realizado pela arquiteta Renata Ferraz
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“Deve existir pelo menos um ponto de iluminação sobre a área de alimentação e outro sobre a área de trabalho”
Projeto realizado pela arquiteta Renata Ferraz
Outro importante ponto de destaque é a iluminação do local. Ambas as especialistas concordam que a luz ajuda a valorizar a área. “Deve existir pelo menos um ponto de iluminação sobre a área de alimentação e outro sobre a área de trabalho”, pontua Lígia. Ela indica, como tendência, as cores fortes na parede, como tons de marrom, laranja e vermelho, além de materiais como madeira e pedras para revestimentos nas paredes ou nas churrasqueiras. “O mais importante é tentar unir o gosto dos usuários pelo conforto e a funcionalidade ao criar um espaço que será utilizado com frequência”, finaliza.
12 Cuide-se
Proteja se contra o
Grupo de vírus atinge mulheres e homens com vida sexual ativa. Saiba como prevenirse e os tipos de vírus que existem durante a estação mais gelada do ano O câncer de colo de útero é o quarto tipo da patologia que mais causa a morte de mulheres por ano e a terceira doença mais comum entre as mulheres. De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA), cerca de 19 mil casos são registrados no Brasil por ano, o que leva à morte de 4 mil nesse mesmo período. Já o Ministério da Saúde relata que aproximadamente 291 milhões de mulheres no mundo são portadoras do HPV, sendo que 32% estão infectadas pelos vírus 16 e 18 – tipos que representam maior chance de causar o câncer uterino. A doença é causada pelo grupo de vírus Human Papiloma Virus (HPV) ou Papiloma Vírus Humano, que é capaz de provocar lesões de pele ou mucosa, como verrugas nas genitais masculina e feminina, além do câncer do colo de útero. Até hoje a ciência conseguiu detectar mais de 120 tipos de vírus HPV. De acordo com Tatiana Pffifer, ginecologista do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, esse grupo é dividido nos tipos de baixo e alto risco. “Os vírus de baixo risco costumam causar as verrugas genitais. Já os de alto risco apresentam maior risco e probabilidade de formar o câncer de colo uterino, de vulva, de vagina ou de pênis e de provocar infecções mais persistentes”, esclarece. Segundo ela, os tipos mais comuns de HPV são os 16 e 18, presentes em até 70%
dos casos de colo uterino, além dos tipos 31, 33, 45 e 58. O principal meio de transmissão do vírus HPV é através do contato sexual com pessoas infectadas. Há ainda a possibilidade, mesmo que remota, de contágio por meio de objetos como toalhas, roupas íntimas, vasos sanitários e banheiras. “Outra forma de transmissão é o que chamamos de vertical, ou seja, no momento do parto, de mãe para filho”, detalha Tatiana. Os órgãos oficiais de saúde realizam anualmente campanhas de prevenção com foco nas mulheres. O principal exame preventivo é o de rastreamento das lesões através da colpocitologia oncótica, mais conhecido como papanicolau. Outros exames como a vulvoscopia e a colposcopia também auxiliam na detecção do vírus: utilizam um microscópio específico e a aplicação de ácido acético e iodo. “Esses testes auxiliam na realização de biópsias após a detecção da presença do vírus e de sua quantidade. Entretanto, são os exames genéticos que conseguem efetuar o melhor diagnóstico, devido à sua alta sensibilidade e especificidade”, relata a médica.
HPV no homem O HPV também pode infectar o público masculino por meio do contato sexual. Segundo a ginecologista Tatiana Pffifer, a manifestação da doença ocorre de forma discreta com as lesões microscópicas, que são pequenas verrugas encontradas nos genitais masculinos. Todavia, há chances de evolução para lesões invasivas e até câncer. Um estudo feito com homens brasileiros, mexicanos e norte-americanos encontrou o vírus em metade dos participantes. Publicada no Lancet, a pesquisa foi realizada em 2011 nos Estados Unidos e acompanhou, por um período de 18 a 31 meses, 1.159 homens de idade entre 18 a 70 anos. O Ministério da Saúde adverte que a incidência de HPV nos homens pode ser maior do que os números demonstram, já que muitos não fazem acompanhamento médico regular, seja por falta de informação ou por preconceito e velhos tabus.
o tumor maligno. “A vacinação provoca uma reação imunólogica nas pessoas, promovendo a formação de anticorpos contra esses tipos específicos de HPV”, diz Tatiana. Para ter efeito e resultado, são necessárias três doses da vacina.
No Brasil, o Ministério da Saúde recomenda a vacina para mulheres entre 9 a 26 anos. Entretanto, a vacina entrará no calendário nacional de vacinação para as meninas de 11 a 13 anos em 2014, enquanto que em 2015 a campanha abrangerá a faixa etária de 9 a 11 anos. Ainda não há no país campanha para vacinar o sexo masculino, porém o Center for Disease Control (CDC) dos Estados Unidos recomenda a aplicação para homens entre 11 e 26 anos. Para Tatiana, a vacinação para meninos e meninas antes do início da relação sexual garante a eficácia de 100% na prevenção, mas não substitui a importância dos exames e consultas periódicas. Outra forma de prevenção é utilizar preservativos masculino e feminino e evitar o compartilhamento de objetos de uso íntimo. Para as gestantes, é necessário um acompanhamento prévio e especializado para que seja decidida a melhor opção para a mãe e para o bebê. Além disso, Janaína reforça que o consumo de substâncias como tabaco e álcool causam uma queda da defesa do organismo e facilitam Vírus do Papiloma Humano a propagação do vírus. Wikimedia Commons - Laboratory of Tumor Virus Biology
Especialistas destacam que cerca de 90% dos infectados (homens e mulheres) conseguem eliminar o vírus naturalmente em 18 meses sem que ocorra nenhuma manifestação clínica. Tatiana revela que o vírus pode permanecer “adormecido” por vários anos e ser “acordado” pela diminuição da resistência do organismo. Já a ginecologista Janaína Harfush informa que outros fatores como tabagismo, início de relação sexual precoce, estresse, múltiplos parceiros e histórico de doenças sexualmente transmissíveis contribuem para que a doença progrida. “Mas a progressão de uma lesão pré-maligna para uma maligna (câncer) geralmente leva em torno de 5 a 7 anos para que ocorra. Por isso a importância de consultar o médico regularmente”, alerta. Prevenção e Vacina Em 2007, chegou ao Brasil a vacina que protege contra alguns tipos do vírus. Atualmente há duas categorias: a vacina quadrivalente que protege contra quatro tipos do vírus (6, 11, 16 e 18), responsáveis por 70% dos casos de câncer do colo de útero e por 90% das verrugas genitais, e a vacina bivalente, que protege contra os vírus 16 e 18, os dois tipos que mais causam
Tratamentos Os tratamentos dependem de cada tipo de lesão e da progressão da doença, porém não são invasivos, ou seja, não necessitam de cirurgia. Segundo Janaína, apesar de ser uma técnica pouco conhecida no Brasil, a forma mais atual e moderna para o tratamento de alguns tipos de lesões genitais causadas pelo HPV é a utilização do Laser de CO2, que atinge o tecido lesionado através da transformação de energia luminosa em energia térmica. “Este procedimento pode ser realizado em um consultório com anestesia local e na maioria das vezes em uma única sessão”, informa. Além disso, Tatiana conta que já existem vacinas que estão em fase inicial de pesquisas para o tratamento das lesões e do câncer de cólo de útero causados pelo vírus HPV.
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14 CULTURA
Musical O Rei Leão
MUSICAL ´ UMA TRAJEToRIA Conheça a história dessa vertente do teatro e seus grandes sucessos Os primeiros musicais brasileiros surgiram no final do século XIX e construíram uma identidade visual, cênica e artística bem diferentes do que era proposto pelas peças teatrais da época. Conhecidos inicialmente como “teatro de revista”, as peças eram produzidas de acordo com uma publicação anual que retomava os acontecimentos do período e servia como inspiração para a sua criação. A principal proposta era mostrar a vida cotidiana, os modos e os costumes
da sociedade brasileira. Um dos principais artistas de então foi o poeta, jornalista, contista e teatrólogo Artur de Azevedo, responsável por criar a primeira revista de sucesso do Brasil que servia como base para os musicais. Compositores como Chiquinha Gonzaga e Grande Otelo foram essenciais para o legado musical do teatro de revista, que contava também com revistas que sintetizavam as marchinhas que seriam tocadas no Carnaval do ano.
Divulgação Musical Shrek
Apesar de lançar grandes nomes como Carmem Miranda, o teatro de revista passou por um período de declínio, com a banalização de temas, diálogos e músicas. A partir da década de 60, os musicais chamaram novamente a atenção do país por dois motivos: a importação de peças musicais da Broadway, como Minha Querida Lady, adaptação do famoso My Fair Lady, com Bibi Ferreira, Marília Pêra e Paulo Autran, e os musicais politicamente engajados durante o período da ditadura, como Roda Viva, Ópera do Malandro e Gota d´Água, todos de Chico Buarque. Após a volta da democracia e a abertura política, é na década de 80 que os musicais finalmente se popularizam e se transformam em produções de grande porte, com gênero definido e padronizado, chegando até os dias atuais. Neste período, outra artista de sucesso surge nos palcos do teatro musical como cantora, dançarina e atriz: Cláudia Raia, abordando gêneros americanos e, logo depois, textos originais criados por roteiristas e diretores brasileiros.
Os anos 1990 foram especiais para a produção brasileira. Criou-se algo inédito: peças que utilizavam como roteiro a biografia de um ídolo do passado, com episódios de sua história e músicas de seu repertório. Destacam-se, principalmente, obras sobre a vida de Nelson Gonçalves, Linda e Dircinha Batista, Chiquinha Gonzaga, Dolores Duran e Elza Soares. Com a virada do século, os musicais da Broadway entram novamente em cena com temporadas de sucesso de público e crítica. Os recentes sucessos de bilheteria Les Misérables, Chicago e Fantasma da Ópera fizeram com que os musicais utilizassem o novo momento econômico da classe média para permanecer na história do teatro musical do Brasil. Entretanto, a produção brasileira não ficou para trás. Com obras adaptadas e originais, os diretores Cláudio Botelho e Charles Möeller tornaram-se referência através das conquistas dos musicais A Noviça Rebelde, Beatles num Céu de Diamantes, O Mágico de Oz e Hair.
16 cultura
divirta-se O Brasil já é o terceiro maior produtor de musicais do mundo, ficando atrás apenas dos Estados Unidos e da Inglaterra. Confira as principais peças musicais em cartaz em São Paulo, que garantem diversão para toda família.
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A Madrinha Embriagada Adaptada da obra “The Drowsy Chaperone”, grande sucesso da Broa-
Musical A madrinha embriagada
dway em 2006, a peça inova ao retratar à plateia as características da produção, os truques usados no musical e as esquetes feitas com as cortinas fechadas para trocar os cenários entre um ato e outro. Um fã de musicais, apelidado de “Homem da Poltrona”, aperta o play em um disco de um espetáculo chamado “A Madrinha Embriagada”, exibido em 1928, no Teatro São Pedro. O repertório do disco conta a história da musa do teatro, Jane Valadão, que pretende deixar os palcos para se casar com o empresário Roberto Marcos. Para isso, uma madrinha é contratada para cuidar da noiva antes do casamento. Jane, então, passa a ser acompanhada por sua madrinha embriagada.
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Direção: Miguel Falabella Duração: 110 minutos Classificação etária: 10 anos Local: Teatro do Sesi – Avenida Paulista, 1313, Bela Vista – São Paulo. Telefone: (11) 3146-7406 Em cartaz até 29/06/2014
Musical A madrinha embriagada
O Rei Leão – O Musical Lançado na Broadway em 1997, o musical de Roger Allers e Irene Mecchi é a versão do longa-metragem da Disney. A trama mostra Simba, o herdeiro do trono de Mufasa, o Rei Leão, em aventuras na selva. Quando cresce, Simba é envolvido em artimanhas do tio Scar, que planeja se livrar do sobrinho. A trilha sonora tem a participação de Gilberto Gil que adaptou as canções de Elton John e Tim Rice.
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Direção: Julie Taymor Duração: 160 minutos Classificação etária: Livre Local: Teatro Renault – Avenida Brigadeiro Luís Antônio, 411, Bela Vista – São Paulo. Telefone: 2846-6060 Em cartaz até dezembro/2013 Musical O Rei Leão
Shrek – O Musical Com elenco de 24 atores e 15 músicos, o personagem do cinema virou protagonista de um musical com texto de David Lindsay-Abaire e canções criadas com Jeanine Tesori. Ao lado do amigo Burro, o ogro Shrek vai até um castelo libertar a princesa Fiona das garras de um dragão e se apaixona por ela. Direção cênica de Diego Ramiro e musical de Marcelo Castro.
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Direção: Diego Ramiro e Marcelo Castro Duração: 120 minutos Classificação etária: Livre Local: Teatro Bradesco – Piso Perdizes do Bourbon Shopping – Rua Turiassú, 2100, Pompéia – São Paulo. Telefone: (11) 3670-4100 Em cartaz até 22/12/2013
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Google Imagens, Reprodução.
18 Gastronomia
A DEMOCRACIA DO CUSCUZ O cuscuz paulista é um dos pratos mais coloridos, saborosos e variados da culinária brasileira. Na imagem, um mosaico de possibilidades: inúmeras cores, formas, tamanhos e ingredientes compõem a versão paulista do prato originalmente criado pelos africanos. A composição final fica a critério – e gosto – de cada um.
Aproveite o universo de opções de cores, formas e sabores do prato de origem africana Degustado em todas as regiões, seja no café da manhã, no almoço ou no jantar, o cuscuz é um dos pratos de origem estrangeira que conquistou o país, seja por sua praticidade no preparo ou pelo sabor único. O povo africano é o responsável pela receita original, realizada com sêmola de trigo, o que também originou o nome: “cuscuz” é uma onomatopeia, que representa o barulho produzido pelo cozimento a vapor da sêmola na cuscuzeira. Trazido ao Brasil pelos portugueses no século XIX, que, diferentemente da receita original, utilizavam farinha de milho – o que perdura até hoje –, os mais populares variantes do prato se concentram em duas regiões: o cuscuz nordestino e o paulista. O primeiro costuma ser cozido na cuscuzeira a vapor, apresenta consistência mais suave e ingredientes que podem tornar o prato salgado ou doce. Além de ser comum o uso do fubá, pode receber elementos como leite de coco e amido de milho e ser servido também no café da manhã. Já o paulista consiste em uma receita, digamos assim, das mais democráticas da cozinha brasileira, pois possui formas, cores e ingredientes que variam de acordo com o critério e o paladar de cada um. Assim, pode ser feito com milho, ervilha, sardinha, ovos, pimentão, tomate, camarão e o que mais sua criatividade permitir. É cozido em uma forma de bolo e apreciado no almoço ou jantar, quente ou frio. Há ainda o cuscuz marroquino, incrementado com farinha ovinha de Uarini e servido com cabrito guisado e legumes, mas essa versão será explorada em uma próxima edição da Viver&Conviver. Aproveite a receita do cuscuz paulista, e bom apetite!
Ingredientes: • 200 g de caldo de galinha • 300 g de molho de tomate • 1 Pimentão vermelho picado em cubo s • 1 colher (sopa) de molho de pimenta vermelha • 2 xícaras (chá) de farinha de milho amarela • ½ xícara (chá) de óleo de milho • 200 g de milho verde • 400 g de palmito • 50 g de azeitonas verdes • 200 g de sardinha • 2 ovos cozidos • 1 tomate cortado em rodelas • Salsinha, pimenta e sal a gosto Modo de preparo: Leve ao fogo uma panela com o cald o de galinha. Adicione o molho de tomate, pimentão e molh o de pimenta. Acrescente a farinha de milho, mexendo bem . Depois, adicione o óleo de milho mexa novamente. Colo que o palmito, o milho, as azeitonas e a salsinha na mistura de farinha já cozida. Decore uma forma redonda com a sard inha, os ovos e o tomate. Coloque a mistura na assadeira . Faça mais uma camada de sardinha, ovos e rodelas de tomate. Cubra com o restante da massa. Espere esfriar e sirva.
Maria Regina Moras
20 Turismo
Cadiz
ˆ Intercambio residencial Viajar e conhecer novos lugares e culturas nunca foi tão fácil. Saiba como funciona o serviço de troca de casas e aproveite para marcar sua próxima viagem hoje Esqueça os hotéis, suas estrelas e os prometidos serviços que irão fazer você se sentir em casa. Dispense o
check-in, check-out, frigobar e o serviço de quarto. Despreze a piscina, o enorme hall de entrada, os sorrisos que podem ser simpáticos (e falsos) e a demora em achar sua reserva. Outro serviço de hospedagem está tomando os lugares dos hotéis de todo mundo e fazendo sucesso entre as mais variadas idades, classes e nacionalidades. Trata-se da “troca de casas”.
“Os brasileiros filiados gostam muito de viajar para o exterior, conhecer novas culturas e ainda aproveitam para fazer viagens mais longas, já que economizam com a hospedagem”
Apesar de ter ares de novidade, o serviço Home Exchange já existe há 21 anos. Atualmente, oferece a troca de casas em 156 países e possui 47 mil casas filiadas com 16 redes espalhadas ao redor do mundo, a fim de garantir um atendimento personalizado. A empresa, com o site homônimo, tem sua sede na Califórnia, Estados Unidos, mas há várias versões espalhadas pelo mundo, que funcionam como representantes da matriz. A filial que atende os brasileiros é o site Trocacasa, versão portuguesa que atende a América do Sul desde 2006. A Europa possui o maior número de membros cadastrados – 21 mil – e é o continente que mais utiliza o serviço. De acordo com o gestor da versão portuguesa António Batista, o Brasil é um dos países com mais procura pelos membros do site, tanto de turistas nacionais, como internacionais. “Os brasileiros filiados gostam muito de viajar para o exterior, conhecer novas culturas e ainda aproveitam para fazer viagens mais longas, já que economizam com a hospedagem”, conta.
Mas como funciona o serviço? É simples. O interessado se filia ao site, cria a oferta com descrições da casa que deseja trocar e informações sobre a cidade e bairro em que vive, envia fotos e aguarda uma proposta. Ao recebê-la, pode recusar ou aceitar a troca, dependendo da região ou país que queira visitar. Nenhuma informação pessoal fica disponível na proposta. A troca de dados ocorre somente durante e após as negociações. Os principais planos de filiação são anuais e trimestrais. Dentro do período escolhido, os assinantes podem fazer quantas trocas quiserem sem custo adicional. O serviço oferece benefícios como guardar as pesquisas e ofertas que interessam aos membros, receber notificações por e-mail quando alguém entra em contato ou responde a uma oferta e boletim informativo. Caso o filiado não faça uma troca durante o primeiro ano de assinatura, não precisa pagar o segundo.
Maria Regina Moras
22 Turismo
Jardin du Luxembourg, Paris
Trocas pelo mundo
Paris Marie Gabrielle no Lago Paranaguá em Brasília
Rio Sena, ao fundo La Conciergerie, Paris
terior: França, Portugal e Espanha. “Eu quis visitar Brasília primeiro, pois ainda não conhecia e estavam acontecendo as comemorações pelos 50 anos de sua construção”, relata. Para ela, as quatro experiências foram positivas e benéficas. “Não tive nenhum problema com o serviço ou na viagem. Pelo contrário, todas as pessoas com quem troquei de casa
Já a bancária aposentada Maria Regina Moras acaba de retornar de uma viagem de três meses, durante a qual realizou duas trocas: para Paris e Cádiz, na Espanha. Ela já realizou 10 trocas, todas no exterior. “Como meu filho mora em Paris, aproveito para visitá-lo e conhecer outro país na mesma época”, explica.
Maria Regina Moras
são minhas amigas até hoje”, revela. Marie diz que a principal vantagem é a economia, mas acredita que viajar e se sentir em casa é o melhor ganho. “Você se sente como um morador, e não um turista. É possível até trocar de carro e de celular com o dono da casa”, garante. Para as próximas viagens ela aguarda ofertas de troca em cidades como Japão e Austrália.
Marie Gabrielle Bardet
A jornalista e designer Marie Gabrielle Bardet é francesa, mas mora no Brasil há mais de 20 anos. Ela conheceu o Trocacasa em 2010, quando leu uma reportagem sobre o assunto. Tornou-se membro do site e cadastrou dois imóveis – um apartamento na Avenida Paulista, em São Paulo, e um sítio próximo à cidade de Itu, interior do estado. Desde então, já realizou quatro trocas, uma para Brasília e três para o ex-
Marie Gabrielle Bardet
24 Turismo
Divulgação
Estátua da Justiça na Esplanada do Planalto em Brasília
“Eu me aproximo da pessoa, primeiro pela internet através das redes sociais e depois surge até uma amizade. Conheci muitas pessoas através das trocas, e conversamos até hoje”
Moradora do Rio de Janeiro, Maria realiza trocas desde que conheceu o serviço em 2010. Entretanto, a primeira viagem demorou um pouco para acontecer. “Eu fiquei receosa, mas quando comecei a receber os anúncios, ver as fotos e conhecer as pessoas, senti que trocar de casa seria a melhor solução para poder visitar meu filho todos os anos”, conta. Apesar da confiança no serviço, ela procura obter o maior número de informações sobre a pessoa e o local antes de fechar um negócio. “Eu me aproximo da pessoa, primeiro pela internet através das redes sociais e depois surge até uma amizade. Conheci muitas pessoas através das trocas, e conversamos até hoje”, revela. Entre as principais vantagens, ela inclui o custo-benefício do serviço, a comodidade da hospedagem e as atitudes dos
Estátua de Dom Quixote e Sancho Pança em Madrid
donos em deixá-la à vontade. “Muitas pessoas deixam um agrado, como um vinho, uma caixa de chocolates ou flores. E eu retribuo da mesma forma quando alguém se hospeda na minha casa”, destaca. Entre suas andanças pelo mundo, contabiliza visitas às cidades de Berlim, Florença e Veneza. Mas para o Brasil ela ainda não fez nenhuma troca. “Estou planejando para este verão ir para Angra dos Reis ou Búzios”.
26 CINEMA
O PAULISTANO
MAZZAROPI
A história de um dos principais artistas da cidade de São Paulo Nascia no dia 9 de abril de 1912 em São Paulo, no bairro de Santa Cecília, alguém que permaneceria no imaginário dos brasileiros como a forma perfeita do caipira carismático: Amácio Mazzaropi. Como não lembrar imediatamente do chapéu de palha, da camisa xadrez e do bigode, adornando um personagem de trejeitos marcantes e comicamente de-
sengonçados? Filho de pai italiano e mãe portuguesa, ambos imigrantes, o menino mudou-se cedo com a família para a cidade de Taubaté à procura de novas oportunidades que a cidade grande não ofereceu. Mazzaropi sempre demonstrou talento para as artes cênicas, encenando monólogos já na escola primária. Porém, foi somen-
te aos 15 anos que viveu sua primeira experiência com a arte. Ao conhecer uma trupe circense, de passagem pela cidade, convenceu os pais a seguirem com ele na companhia. Assim, a mãe foi como atriz, o pai como administrador e ele como um artista múltiplo que fazia apresentações de números de faquir e contava anedotas. Após alguns anos, fundou sua própria companhia de circo – a Trupe Mazzaropi – que continuou com a ajuda dos pais e percorreu o interior de São Paulo por 10 anos. Sua estreia na mídia paulistana aconteceu na rádio Tupi, em 1946, com o programa Rancho Alegre. A partir deste momento, Mazzaropi trabalhou em diferentes programas de rádio, TV e encenou peças de teatro até chegar às telas de cinema. O ano de 1952 marcou a data de seu primeiro filme como ator – “Sai da Frente”, da companhia de filmes Vera Cruz. O diretor, Abílio Pereira de Almeida, foi o responsável por trazê-lo às telonas, após assistir a um dos programas do qual Mazzaropi participava, nas TVs Tupi e Excelsior. Em 1958 fundou a própria produtora – PAM (Produções Américo Mazzaropi). Percebeu que os donos das produtoras ganhavam muito dinheiro e pagavam mal os artistas, além do aborrecimento que o acometia por não ter liberdade para criar
seu próprio personagem. Apesar das dificuldades com aluguel de estúdios, equipamentos e pagamentos de salários, a produtora de Mazzaropi realizou 32 longas, sempre com a participação do então cineasta, seja como ator, roteirista ou produtor. Seus filmes abordavam temas como religião, política, ecologia e racismo, sempre do ponto de vista de um caipira, alguém que, segundo ele, era mais inteligente que o homem da capital. “Caipira
é um homem comum, inteligente, sem preparo. Alguém muito vivo, malicioso, bom chefe de família. A única coisa diferente é que ele não teve escola, não teve preparo, então tem aquele linguajar... Mas no fundo, no fundo, ele pode dar muita lição a muita gente da cidade”, disse em entrevista ao jornal Folha de São Paulo em 1978. O primeiro longa-metragem produzido com seus próprios esforços foi “Chofer de Praça”. A partir de então, todos os anos Mazzaropi lançava um de seus filmes e escolhia, por amor à cidade, a data de 25 de janeiro, aniversário de São Paulo, para as estreias. Seu personagem mais famoso é o Jeca Tatu, do filme homônimo realizado em 1959. A música era um elemento extremamente importante em seus filmes. Músicos, cantores e grandes compositores como Celly e Tony Campello, Hebe Camargo, Elza Soares, Ângela Maria, Tom Jobim e Dolores Duran eram sempre convidados para terem composições em seus filmes. Mazzaropi era conhecido por falar “a língua do povo”. Entretanto, a crítica da época não considerava seu trabalho merecedor de textos construtivos e análises mais profundas. Após sua morte, surgiram diversas homenagens, mostras e estudos sobre o ser humano e artista que a todos encantava, assim como ele previu que um dia aconteceria. Amado pelo povo, esnobado por alguns e esquecido por poucos, criticado e elogiado, Mazzaropi viveu 69 anos sendo seu próprio personagem, incorporado ao universo da cultura popular brasileira, principalmente a paulistana. Sua morte ocorreu no dia 13 de junho de 1981, devido um câncer na medula óssea, antes de completar seu 33º filme.
28 CINEMA
1952--------------- FILMOGRAFIA ---------------1980
1952 – Sai da Frente 1952 – Nadando em Dinheiro 1953 – Candinho 1955 – A Carrocinha 1956 – O Gato de Madame 1956 – Fuzileiro do Amor 1957 – O Noivo da Girafa 1958 – Chico Fumaça 1958 – Chofer de Praça 1959 – Jeca Tatu 1960 – As Aventuras de Pedro Malasartes 1960 – Zé do Periquito 1961 – Tristeza do Jeca 1962 – O Vendedor de Linguiça 1963 – Casinha Pequenina
ACERVO MAZZAROPI • Museu Mazzaropi – Criado em 1992, o Museu Mazzaropi possui um acervo de mais de 6.000 peças, entre fotos, filmes, documentos, objetos cênicos, móveis e equipamentos que contam boa parte da vida de Mazzaropi. O museu é aberto para visitas de terça a domingo das 8h30 às 12h30 e está localizado na cidade de Taubaté. Mais informações: www.museumazzaropi.com.br • Coleção Mazzaropi – O Adorável Caipira – Organizada pela Livraria da Folha, essa coleção já lançou o seu primeiro volume com oito filmes do artista e está previsto o lançamento do segundo DVD com mais três filmes. Mais informações: http://livraria.folha.com.br/catalogo/1206033/colecao-mazzaropi-o-adoravel-caipira
1964 – O Lamparina 1964 – Meu Japão Brasileiro 1965 – O Puritano da Rua Augusta 1966 – O Corintiano 1967 – O Jeca e a Freira 1968 – No Paraíso das Solteironas 1969 – Uma Pistola para Djeca 1970 – Betão Ronca Ferro 1972 – O Grande Xerife 1973 – Um Caipira em Bariloche 1973 – Portugal... Minha Saudade 1974 – O Jeca Macumbeiro
• Livro Mazzaropi – Uma Antologia de Risos – Escrito por Paulo Duarte e publicado na Coleção Aplauso da Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, a biografia do artista traz histórias que provam, principalmente, que ao contrário da imagem de alienado que transmitiu, Mazzaropi era um observador do cotidiano e consumidor de cultura.
1975 – Jeca Contra o Capeta 1977 – Jecão... Um Fofoqueiro no Céu 1978 – Jeca e seu Filho Preto 1979 – A Banda das Velhas Virgens 1980 – O Jeca e a Água Milagrosa
30 Paisagismo
Makiko Tsujimoto
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Fisioterapeuta e Rolfista Estrutural e de Movimento, membro da Associação Brasileira de Rolfing®. E-mail: maktsj@gmail.com
Na correria do dia a dia, muitas vezes nos deparamos com sobrecargas de movimentos repetitivos, maus hábitos posturais, estresse físico e emocional, que ocasionam tensões e dores crônicas, além de afetar nossa qualidade de vida e bem-estar. Frente a esse desequilíbrio, tentamos nos posicionar melhor, porém, à custa de muitos esforços, retornando ao mecanismo de desconforto. É neste momento que o Rolfing® pode auxiliar. O Rolfing® é um método de integração corporal abordando o indivíduo como um todo, considerando aspectos físicos, mentais e emocionais. O trabalho é realizado através de manipulações específicas no tecido fascial (tecido conjuntivo que envolve e conecta músculos, órgãos e estruturas esqueléticas, com capacidade plástica e elástica, formando uma rede tridimensional por todo corpo, suportando a nossa postura e auxiliando na estabilidade de movimentos), associado à educação de movimentos e estimulação dos sentidos, promovendo liberação de tensões e restrições entre os segmentos corporais, possibilitando maior equilíbrio na relação entre as partes do corpo, melhor coordenação motora e enriquecimento da percepção do próprio corpo e do seu redor. O resultado é um melhor alinhamento postural em relação à gravidade com padrões de movimentos mais naturais, eficientes e econômicos, sem gasto de energia desnecessária para caminhar, manter-se em pé e em atividades diárias. O processo é baseado em uma série de 10 a 15 sessões semanais, cada sessão abordando temas diferentes e áreas do corpo específicas, com uma sequência lógica e integrada. É indicado para aqueles que apresentam dores e tensões musculares, desconfortos ou limitações de movimentos causados por posturas inadequadas, esforços repetitivos e traumas. Também beneficia aqueles que buscam a melhora no desempenho esportivo e evolução da percepção, consciência corporal e autoconhecimento.
sxc.hu
O Rolfing® foi criado pela cientista norte-americana Ida P.Rolf (1896-1979), PhD em Bioquímica pela Universidade de Columbia. Em 1927, ela iniciou estudos em medicina homeopática em Genebra. Buscando soluções para problemas físicos, pessoais e familiares, começou a investigar trabalhos corporais com abordagem estrutural e funcional, como ioga, osteopatia e quiropraxia. Explorando os resultados de manipulações fasciais e o realinhamento corporal dependente da lei da gravidade, encontrou as bases do método que ela chamaria de Integração Estrutural. Seu trabalho foi difundido nos Estados Unidos a partir dos anos 50 e seu instituto foi criado em Boulder, Colorado, no ano de 1972. Ela continuou a expandir suas pesquisas e ensinamentos até sua morte. Seu legado se mantém na formação e treinamento de mais de 1.700 rolfistas, certificados em 31 países em todo mundo.
Matriz - Rua Mendes Júnior, 629. Brás - SP. Tel.: (11) 2698-0111 / Filial 01 - Rua Barão de Ladário, 670. Brás - SP – Loja 272 - 2º andar. Tel.: (11) 2886-6416 Filial 02 - Rua Joli, 602. Brás – SP. Tel.: (11) 2694-5474
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