Revista ARes #6

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Uma parceria

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NESTA EDIÇÃO:

ISSN 2447-7362 Edição 6 - Ano 2 - 2016

Entrevista com Pedro Roberto Jacobi, Presidente do Conselho do ICLEI Brasil Interview to Pedro Roberto Jacobi, Chairman of The Board, ICLEI Brasil

Gestão de

RESÍDUOS:

A crise financeira e os custos da operação WASTE MANAGEMENT: THE FINANCIAL CRISIS, AND THE COSTS OF OPERATION


REALIZAÇÃO

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EDITORIAL Revista ARes

Após uma ótima repercussão sobre a matéria de capa da edição passada, em que abordamos os ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentáveis) da Agenda 2030 da ONU, o tema continuou em pauta, e, entre outros assuntos, surgiu, novamente, nas entrevistas com o presidente do Conselho do Iclei Brasil (associação mundial de governos locais e subnacionais dedicados ao desenvolvimento sustentável), Pedro Jacobi, e do professor da FGV e presidente do Conselho Empresarial de Meio Ambiente e Sustentabilidade da Associação Comercial do Rio de Janeiro, Haroldo Mattos de Lemos.

After great reverberation from our last edition cover story about the ODG (Sustainable Development Goals) of the UN 2030 Agenda, we continue to analyze the subject. Among other topics, it comes up again in interviews with Pedro Jacobi, Chairman of the Board for ICLEI Brasil, the world association of local and sub-national governments for sustainable development, and Haroldo Mattos de Lemos, a professor at FGV and Chairman of the Environment and Sustainability Business Council for the Commercial Association of Rio de Janeiro.

A grande reportagem deste número lança um olhar sobre a relação delicada entre a crise financeira pela qual passa o país e os altos custos operacionais envolvidos nos serviços de gestão de resíduos e limpeza urbana, numa balança instável em que tentam se equilibrar o recurso público das fontes pagadoras (prefeituras) e as empresas privadas que prestam o serviço.

In this issue, the great story focuses on the frail relationship between the Brazilian financial crisis and the high operational costs of the waste management and urban sanitation services, an unstable balance between public funding from payers (municipalities) and private service providers.

Leia também a opinião sobre logística reversa e reciclagem de resíduos eletrônicos e eletrodomésticos, da diretora executiva da Abree, Mara Ballam, e o artigo jurídico do sócio do escritório Pinheiro Neto Advogados Luis Celso Cecilio Leite Ribeiro, sobre remediação de áreas contaminadas por resíduos.

We also bring Mara Ballam, Executive Manager of ABREE, who gives her opinion about reverse logistics and recycling of electronics and appliances, and a legal article by Luis Celso Cecilio Leite Ribeiro from Law Firm Pinheiro Neto Advogados, about recovery of waste-contaminated areas.

Nesta edição, voltamos a trazer informações e análises de outros países. Mais uma vez, em parceria com a revista Waste Advantage, que circula nos EUA e no Canadá, publicamos o resumo de uma matéria que detalha a gestão de resíduos sólidos em Phoenix, no Arizona. E, na seção Arte, uma entrevista com o criador do projeto Daily Overview, que sugere um novo (e impressionante) olhar sobre a terra.

This issue also brings information and analyzes from other countries. Again in partnership with Waste Advantage Magazine, which is published in United States and Canada, we publish the summary of an in-depth story about solid waste management in Phoenix, Arizona. Finally, our Art section interviews the creator of the Daily Overview project, which suggests a new – and amazing – look of the Earth.

Boa leitura, Grappa Marketing Editorial ares@grappa.com.br

Good Reading. Grappa Marketing Editorial ares@grappa.com.br

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CARTA AO LEITOR/ LETTER TO THE READER

País das contradições até na gestão de resíduos: geração de primeiro mundo e destinação sofrível Country of contradiction, even on waste management: Premium generation, poor destination Por Carlos RV Silva Filho Diretor-presidente da Abrelpe Diretor vice-presidente da ISWA by Carlos RV Silva Filho CEO, Abrelpe Director and ISWA Vice President

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De acordo com os dados do Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil 2014, cada brasileiro gera 387 quilos de Resíduos Sólidos Urbanos (RSU) por ano, que são descartados para serem coletados pelos serviços públicos de limpeza urbana. Presente em todos os municípios brasileiros, a coleta de RSU tem uma abrangência bastante relevante e pode ser considerada um serviço universalizado, pois atinge mais de 90% de cobertura. Em dados gerais, em 2014 foram geradas 78,6 milhões de toneladas de RSU, das quais 71 milhões de toneladas foram coletadas. Ao analisarmos esses números, e compará-los com os de outros países, verificamos que a geração e a coleta de RSU no Brasil estão em níveis similares aos das nações classificadas como de renda média-alta (PIB per capita em torno de US$ 10 mil por ano), grupo do qual o Brasil faz parte. Enquanto nos países de renda média-alta a coleta atinge mais de 90% do que é gerado e a geração de RSU fica em torno de 1,00-1,10 quilos por pessoa por dia, a destinação adequada também atinge pa-

According to the 2014 Brazil Solid Waste Panorama, each Brazilian produces 387 kg of Municipal Solid Waste (MSW) per year, which is discarded in order to be collected by public urban sanitation services. MSW collection is present in all Brazilian cities and has a very relevant range, and can be considered a universal service because its coverage reaches over 90 percent. Generally speaking, Brazil produced 78.6 million tons of MSW, and collected about 71 million of this amount. If we analyze these figures and compare them with other countries, we will see that production and collection of MSW in Brazil are similar in numbers to nations rated among mid-to-high-income economies (with a GDP per capita around USD 10,000/ year), the group that includes Brazil. In mid to high-income countries, waste collection rates take more than 90 percent of the production, and the MSW produced is around 1.00-1.10


BENJAMIN GRANT Cattle feedlot Summerfield, Texas, USA Leia mais na página 65 / Read more on page 65

tamares próximos da totalidade (média de 96% do total). É justamente nesse último ponto em que o Brasil ainda está bastante atrasado, pois encaminha 30 millhões de toneladas/ano (42% do total coletado) para locais inadequados (lixões e aterros controlados), equiparando-se aos países com renda bem inferior à nossa (PIB per capita inferior a US$ 1 mil por ano). Daí, podemos concluir que o brasileiro está gerando uma quantidade de resíduos sólidos em quantidade equivalente ao nosso nível de renda (PIB per capita), porém, no quesito gestão, o país ainda está muitíssimo atrasado, com índices muito inferiores à média mundial para os países que estão no mesmo nível do Brasil. O déficit constatado na destinação final implica que, aproximadamente, 80 milhões de brasileiros não têm acesso aos serviços de tratamento e destinação final adequados dos resíduos (mais de 3.300 municípios brasileiros ainda dispõem seus resíduos em lixões e aterros controlados). O custo da inação na gestão dos RSU impacta diretamente na saúde pública e no meio ambiente. Enquanto serão necessários investimentos de mais ou menos R$ 7 bilhões até 2023, para universalizar a destinação adequada dos resíduos sólidos no país, teremos um gasto de R$ 14 bilhões no mesmo período para remediar os problemas ambientais e de saúde, decorrentes da má gestão dos RSU. A conta é bastante simples: fica muito mais barato e eficiente investir em infraestrutura para solucionar o problema do que desperdiçar quase o dobro de recursos com tratamentos de saúde e

kg per capita/day, while proper disposal also reaches almost the entirety (96 percent in average). It is just in this feature that Brazil is lagging behind. The country sends 30 million tons of waste/year (42 percent of the collected amount) to improper disposal sites (dumpsites and controlled landfills). This is similar to countries with a much lower income (GDP per capita below USD 1,000/year). We conclude that Brazilians are producing solid waste in an amount that is equivalent to our income level (GDP per capita), but the country is far behind when it comes to management of this waste, with rates much lower than the world average for countries within the same income level of Brazil. The deficit in final disposal means that approximately 80 million Brazilians have no access to proper waste treatment and disposal services (over 3,300 Brazilian cities still dispose their waste into dumpsites and controlled landfills). Inaction on MSW management takes its toll directly from healthcare and the environment. While we need to invest around BRL 7 million to universalize the proper disposal of solid waste in the Brazil by 2023, the amount to spend in the same period to fix environment and health issues resulted from poor MSW management will reach BRL 14 billion. The math is quite simple: investing in infrastructure to

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CARTA AO LEITOR/ LETTER TO THE READER

"Neste momento, em que nos preparamos para eleger os futuros prefeitos das mais de 5.500 cidades brasileiras, a gestão de resíduos sólidos precisa ser uma prioridade das ADMINISTRAÇÕES municipais"

remediações ambientais por conta, especialmente, da permanência dos lixões, que, apesar de proibidos há mais de três décadas, ainda são uma realidade em todas as regiões do país. Em agosto de 2016, a Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei Federal 12.305/2010) completou seis anos de vigência, porém, ainda está longe de sair do papel, e por basicamente três motivos principais:

"As we prepare to elect the next mayors of the over 5,500 Brazilian cities, solid waste management must be a priority of the municipal administrations"

solve the problem is a lot cheaper and more efficient than wasting almost twice of funds with health treatments and environmental fixes derived especially from the existence of dumpsites that, while forbidden for more than 30 years, are still a reality in all Brazilian regions. August 2016 saw the 6th anniversary of the National Solid Waste Policy (Federal Law 12305/2010), but the law is far from coming out of paper into full force, for three key reasons:

• Falta de capacidade técnica e pessoal dedicado para implementar um sistema de gestão integrada de resíduos nos municípios;

• Lack of technical capacity and devoted staff to deploy an integrated waste management system in the municipalities;

• Ausência de recursos financeiros suficientes para custear os processos e sistemas de gestão determinados pela lei;

• Lack of sufficient funding to pay the management processes and systems set forth by law;

• Omissão do setor produtivo, que não tem assumido as responsabilidades legais para a implantação dos sistemas de logística reversa.

• Omission of the productive sector, who does not assume its responsibility to implement reverse logistics systems.

Neste momento, em que nos preparamos para eleger os futuros prefeitos das mais de 5.500 cidades brasileiras, a gestão de resíduos sólidos precisa ser uma prioridade das administrações municipais, que devem contar com uma fonte de recursos específica para custear as mudanças previstas na lei e a operação do sistema de gestão de resíduos sólidos, que historicamente tem sofrido com a limitação dos orçamentos públicos municipais. Apenas com investimentos adequados poderemos alcançar um modelo eficiente e sustentável de gestão de resíduos, que, além de estar de acordo com a legislação vigente, viabilizará índices elevados de reciclagem e de recuperação de materiais e criará mais oportunidades de negócios e empregos, encerrando a contradição atual de gerar resíduos como país rico sem aproveitar seu potencial.

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As we prepare to elect the next mayors of the over 5,500 Brazilian cities, solid waste management must be a priority of the municipal administrations, which must have a specific source of funding to cover the changes set forth by the Law and the operation the solid waste management system, which faces a history of financial cuts in municipal budgets. Only proper investment will enable us to have an efficient, sustainable waste management system that complies with the legislation in force and will allow us to reach high recycling and material recovery rates, create more business and job opportunities, and eventually finish with Brazil’s current contradiction of producing waste like a rich country, but without taking advantage of this potential.


Uma parceria ////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////

NESTA EDIÇÃO:

ISSN 2447-7362 Edição 6 - Ano 2 - 2016

ASSINE a ARes bancagrappa.com.br contato@grappa.com.br www.revistaares.com.br facebook.com/aresrevista Uma publicação da Grappa Marketing Editorial em parceria com a Abrelpe Conselho Editorial Adriano De Luca Carlos R V da Silva Filho Juliano Guarany De Luca

Entrevista com Pedro Roberto Jacobi, Presidente do Conselho do ICLEI Brasil Interview to Pedro Roberto Jacobi, Chairman of The Board, ICLEI Brasil

Gestão de

RESÍDUOS:

A crise financeira e os custos da operação WASTE MANAGEMENT: THE FINANCIAL CRISIS, AND THE COSTS OF OPERATION

Editores Adriano De Luca (Mtb.: 49.539) Juliano Guarany De Luca Redação Suênia Cardoso

Ilustração de capa: Grappa MKT Editorial

Designer Pedro Pedrosa Caldas Dias de Gouvea Revisão Jaqueline Couto Tradução Uri Adriano da Silva Comercial Luciano Hachich luciano@grappa.com.br Agradecimento

Abrelpe (Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais)

ISWA (International Solid Waste Association)

ABREE (Associação Brasileira de Reciclagem de Eletroeletrônicos e Eletrodomésticos) *** A opinião dos colaboradores não necessariamente representa a opinião desta revista. Tiragem: 3.000 exemplares

ARTE: DAILY OVERVIEW Projeto de Benjamin Grant nos mostra o planeta Terra como você nunca viu antes (página 65)

Realização

contato@grappa.com.br www.grappa.com.br + 55 (11) 3035-4500 Rua Hungria, 664 - Térreo - Jd. Europa São Paulo/SP – Brasil CEP 01455-000 Agosto - 2016 | 7


SUMÁRIO/SUMMARY

34 GESTÃO NA CRISE / MANAGEMENT IN CRISIS

GESTÃO DE RESÍDUOS: A crise financeira e os custos da operação Embora essenciais à população e ao meio ambiente, os serviços de gestão de resíduos urbanos têm sido seriamente impactados pela redução de recursos financeiros das prefeituras

42 ENGENHARIA AMBIENTAL / ENVIRONMENTAL ENGINEERING

engenharia ambiental: desafios Seis perguntas para haroldo mattos de lemos Professor da FGV e presidente do Conselho Empresarial de Meio Ambiente e Sustentabilidade da ACRJ, Haroldo fala sobre o mercado de trabalho do engenheiro ambiental e analisa questões ligadas à PNRS

46 MUNDO ABERTO / OPEN WORLD

Departamento de Obras Públicas da Cidade de Phoenix, no Arizona (EUA):

Reinventando o lixo

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12

64

MERCADO/MARKET Empresas, serviços e eventos do setor

INSPIRAÇÃO/INSPIRATION

52 OPNIÃO/OPINION

Logística reversa e reciclagem de eletrônicos e eletrodomésticos

54

Há vida debaixo

da terra

65 ARTE/ART

Daily overview A TERRA COMO NUNCA VIMOS

69 ESTANTE/SHELF

QUESTÃO LEGAL / LEGAL ISSUE

Apontamentos jurídicos

sobre a remediação de áreas contaminadas por resíduos

56 CONEXÃO ACADEMIA/SCIENTIFIC SUPPLEMENT

Soil Survey:

Metodologia Inovadora, no Brasil, adotada pela CTR-Rio, para controle de qualidade da instalação de geomembranas

25 ENTREVISTA/INTERVIEW

Pedro Roberto Jacobi Presidente do Conselho do Iclei Brasil - Associação mundial de governos locais e subnacionais dedicados ao desenvolvimento sustentável

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MARKET

SOLUTIONS AND TECHNOLOGIES TO THE SUSTAINABLE DEVELOPMENT

concerns with the toxic emissions of an incinerator. During the fiscal year of 2014, the city reached a recycling rate of 77.2 percent, which is almost four times more than Japan’s national average of 20.6 percent. Kamikatsu’s recycling project is based on its single waste collection point, known as “Gomi Station” (trash station), which is operated by a local non-profit organization. The residents take their waste from home to the station. There, the containers for sorting have signs with information on what that waste will become after recycled. Also, government rules instruct households to separate waste into 34 categories. In the station, there are about 60 categories. The non-recyclable waste that must be incinerated is transported to Tokushima, the capital city of the Prefecture where Kamikatsu is in. Each household eliminates waste with a device purchased under government subsidies. WASTE TRANSFERENCE STATION TECHNOLOGY INCLUDES COMPACTION Danima Engenharia Ambiental – from Daniel Alonso industrial group – assembles and sells Waste Transference Stations with Compacting in Brazil. These stations already include prior compaction of the transferred waste during the transport process. This is the most appropriate method to use, as it allows the accumulation of a greater volume of waste per transfer, reducing transportation costs from collection to the final destination, as well as maintenance and involved labor costs. It also ensures the improvement of the area surrounding the stations and the environment as well, helping to reduce odors and noise. Daniel Alonso group also operates their own plants in India, Mexico and Spain. The Spanish plant has more than 250 Transfer Stations with Compacting, with over 90 percent produced and installed by Danima. LACK OF WASTE CONNECTION WORSENS FIGHT AGAINST AEDES AEGYPITI Failure to pay urban sanitation service providers became one additional deadlock in the fight against Aedes aegypti mosquito – the transmitter of dengue fever, chikungunya and Zika virus. This year, about 400 Brazilian cities will have impacts on their waste collection. An estimative from the Brazilian Association of Public Sanitation and Special Waste Companies (Abrelpe) shows that approximately BRL 200 million were not paid to public sanitation utilities last year. This, in practice, represents over seven tons of solid waste that were not collected during the period. Lack of sanitation, besides causing environmental damage, turns out to expose around 30 million people to the mosquito. XVIII FIMAI ECOMONDO BRASIL BRINGS

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XVIII Fimai Ecomondo Brasil will once more stir up the industrial environment and sustainability sectors. The event will take place between 4th to 6th October in the Green Pavillion of Expo Center Norte, in São Paulo. Some features of the fair this year include the Sustainable Highway, a project that simulates a highway under sustainability requirements. It has a strip of road that is interconnected to a parallel exhibition, Transpoquip Latin America 2016, which will show a number of innovative products and solutions for roads and highways. The thematic points of Energy Efficiency and Waste/Recycling will have the support of entities such as Abrelpe (Brazilian Association of Public Sanitation and Special Waste Companies) and Abesco (Brazilian Association of Energy Conservation Service Companies). Attendees will have the opportunity to know techniques and systems that help reducing power consumption and promoting an adequate waste management. The fair will also show to visitors the 1st Automotive Recycling Island in Latin America, with an example of smart reverse industry in the automotive chain. Being this a new niche in the environmental market, it has gained momentum in Brazil with new legislations and enhancement of an eco-efficient economy. Fimai Ecomondo will also host the waste management-focused Matchmaking B2B Mission for SMEs, promoted by the Low Carbon Business Action in Brazil. Under the sponsorship of the European Union (EU), the initiative will introduce the low-carbon economy to entrepreneurs, with the aim to bring together around 720 Brazilian small and micro enterprises and 28 member states of the EU, under a series of business rounds that will range from August 2016 to December 2017. XVIII SIMAI – Along with the event, there will be the XVIII Simai (International Seminar on Industrial Environment and Sustainability). Subjects include solid waste, energy, water and emissions to professionals of the industrial sector. Also, there will be the 2nd Oil Spill Brazil Conference & Exhibition 2016, with a wide programming on environmental safety and compliance with environmental emergencies. MBA ENERGY MANAGEMENT (EUREM) The Brazilian – German Chamber of Commerce (AHK-São Paulo) represented by the Environment, Renewable Energy Sources and Energy Efficiency Department, is developing its second MBA in Energy Management - European Energy Managers (EUREM). This partnership includes the German Federal Ministry for Economic Cooperation and Development (BMZ, German abbreviation) and the development organization Sequa. The project is co-financed by the European Commission within the program “Intelligent Energy” and includes a partnership with the Intelligent Energy Europe Programme (IEE) of the European Union, as well as a training of the Continiued Education Program, which aim at visa training and qualifiying energy managers, improving and standardizing their skills to im-

prove the energy efficiency. In 2013 a partnership between Siemens was signed to qualify 50 Students until 2016. So far, the first group of 25 students passed in July 2014 and the second group of 26 students finished the course succesfully in July of 2016. Classes are held according to the energy concept, under which a concrete project for the company will be conducted already during the learning period, ensuring immediate practical knowledge acquired in training. The training is aimed at graduates in the area of Engineering, Economics and executives with a further interest in the area of production, distribution, control and consumption of electricity. PWC BRASIL, SELUR REVEAL URBAN SANITATION SUSTAINABILITY STUDY In order to help and fill informational gaps on solid waste management, Selur (Urban Sanitation Companies’ Association) and PwC Brasil have disclosed the ISLU (Urban Sanitation Sustainability Index for the Brazilian Municipalities). The study is based on public data and will be used for public and private managers of urban sanitation services to take actions that benefit their municipalities, with statistic data and complying with the advice of the National Solid Waste Policy (PNRS). The outcomes that were produced in 1,721 Brazilian municipalities provided an insight on the problems and solutions in each place, on a case-by-case basis, with a score range from 0 to 1. The data were collected from the base 2014 of the Brazilian Sanitation Information System (SNIS). The ISLU based its results on four criteria: Municipality Engagement (population served vs. total population); Financial Sustainability (costs with urban sanitation vs. total costs); Recovery of the Collected Resources (recovered recyclables vs. total collected); and Environmental Impact (amount disposed improperly vs. served population). ASSESSMENT The Top 10 cities of the ISLU assessment are from the South Region of Brazil and share a common feature: all of them have less than 30,000 inhabitants. Nova Esperança, in the State of Paraná, has the highest score, but the entire state had the most remarkable performance. Among cities over 250,000 inhabitants, the best ones are located in the State of São Paulo, with good scores in São José dos Campos, Santos, Campinas, and Sorocaba. São Paulo’s capital city and Brasília, the Brazilian capital, were rated C in the analysis, which is considered poor. Among the least-performing cities, half of them are in the North Region. “The ISLU doesn’t aim to be a ranking of clean cities versus dirty cities. The results of the analysis will serve as inputs for public and private urban sanitation administrators, as well as to associations and society as a whole, to take necessary action in order to meet the PNRS and provide a healthy and sustainable environment to their cities”, said Selur’s Chairman Ariovaldo Caodaglio.


ENTREVISTA/INTERVIEW

ENTREVISTA COM

Pedro Roberto Jacobi Presidente do Conselho do Iclei Brasil - Associação Mundial de Governos Locais e Subnacionais Dedicados ao Desenvolvimento Sustentável

Interview to PEDRO ROBERTO JACOBI, Chairman of The Board, ICLEI Brasil – A world association of local and sub-national governments towards sustainable development

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ENTREVISTA/INTERVIEW

"No caso dos resíduos, no Brasil, observamos uma administração problemática, pois não há iniciativa por parte das prefeituras. Por outro lado, o cidadão não pressiona" "With regard to waste in Brazil, what we see is a questionable administration, as there is no initiative from the municipalities. On the other hand, there is no pressure from the citizens"

Como os organismos internacionais podem ajudar nas questões ambientais das cidades? Essa questão deve estar associada à iniciativa das cidades. Obviamente, os organismos internacionais têm interesse em informar por meio de seus sites ou de documentos, mas isso varia de acordo com o tipo de organismo. Há, por exemplo, a ONU, o Pnuma, os organismos multilaterais, como o Banco Mundial, entre outros. Nesse sentido, existe a forma de como a prefeitura se comunica com eles, bem como a sua forma de intermediação no apoio às questões ambientais. Certamente, essas questões ambientais são múltiplas, portanto, sempre vai depender da iniciativa das prefeituras. No caso dos resíduos, no Brasil, observamos uma administração problemática, pois não há iniciativa por parte das prefeituras. Por outro lado, o cidadão não pressiona. As informações sobre coleta seletiva ou lixões aparecem constantemente nos dados da Abrelpe, ou seja, notamos que, no geral, as prefeituras ainda têm muito a avançar no tangente às políticas sustentáveis em torno dos resíduos sólidos. Os organismos internacionais, por exemplo, possuem suas agendas, suas propostas, mas também dependem muito da própria articulação com o governo. Como as cidades podem enfrentar os desafios e aproveitar a expertise da Rede Iclei? A Rede Iclei agrega mais de mil cidades em 86 países, conecta líderes de governos locais e subnacionais e promove ação local. No Brasil, desenvolve um conjunto de iniciativas dentro de uma agenda mais ampla do Iclei. Sua expertise está diretamente associada a uma busca do diálogo com foco na sustentabilidade com as cidades. Os temas abordados em atividades de treinamento e apoio técnico abordam gestão de resíduos sólidos e biodiversidade urbana, gestão sustentável e integrada da água urbana, cidades resilientes

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How international organizations can help in the environmental issues of the cities? This question should be related to the cities’ initiative. Obviously, international organizations have the interest to inform through their websites or documents, but this varies according to the kind of organization. For example, there is the United Nations, the UNEP, multilateral organizations like the World Bank, and so on. In this sense, there is the way how the municipal administration communicates with [the organizations], and their way of mediation in the support to the environment issues. There are certainly multiple environmental issues. Thus, it will always depend on the municipalities’ initiative. With regard to waste in Brazil, what we see is a questionable administration, as there is no initiative from the municipalities. On the other hand, there is no pressure from the citizens. Information on selective collection or dumpsites is always present on Abrelpe’s data. This means that municipalities in general still have much to advance when it comes to sustainable policies around solid waste. For example, the international organizations have their agendas and proposals, but they also depend much on effective linking with the government. How cities can fight the challenges and make use of the ICLEI Network’s expertise? The ICLEI network gathers more than 1,000 cities in 86 countries, connects local


BENJAMIN GRANT Plain of Fucino Abruzzo, Italy Leia mais na página 65 / Read more on page 65

and sub-national government leaders, and promotes local action. In Brazil, ICLEI develops an array of initiatives within a broader agenda. Its expertise relies directly on seeking for a sustainability-focused dialog with the cities. Our training and technical support activities approach topics on solid waste and urban biodiversity management, sustainable and integrated management of urban water, resilient, low-carbon cities, urban mobility and sustainable buildings. This action is defined by tools like manuals, software, and case studies. Let us emphasize how important is that cities take the initiative and link with the network in Brazil. There is a great potential for cities to benefit from the expertise and access to information that contribute with them to drive their policies more and more under sustainability principles. The ICLEI network also has a team of technicians who are involved in different projects. Let us emphasize the careful view of what is called assistance, as ICLEI is not considered as a service provider. What ICLEI has been done about the Solid Waste Management Program? The activities have indeed decreased over the last years, because these programs had the support from ministries. The program goes around training managers on selective collection, recycling and instruments that should be implemented. The Program’s priority is to contribute to improve efficiency and develop integrated solid waste management on a sustainable, inclusive and

e de baixo carbono, mobilidade urbana e construções sustentáveis. As ferramentas que caracterizam sua ação são manuais, softwares e estudos de caso. Cabe destacar a importância de as cidades tomarem a iniciativa e se articularem junto à rede no Brasil. Existe um grande potencial das cidades se beneficiarem das expertises e do acesso à informação, que contribui para que as cidades orientem cada vez mais suas políticas para as ações pautadas pela sustentabilidade. A Rede Iclei possui também um conjunto de técnicos envolvidos em diferentes projetos. É importante destacar o olhar cuidadoso ao que se denomina assistência, pois o Iclei não se configura como prestador de serviços. O que tem sido realizado pelo Iclei em relação ao Programa Gestão de Resíduos Sólidos? Nos últimos anos, de fato, diminuíram as atividades, já que esses programas eram apoiados pelos ministérios. O programa é de capacitação para gestores

em torno da coleta seletiva, da reciclagem e de instrumentos que devem ser implementados. A prioridade do programa é de contribuir para melhorar a eficiência e desenvolver a gestão integrada de resíduos sólidos de forma sustentável, inclusiva e de baixo carbono. Embora seja um programa com importância dentro do Iclei, depende fundamentalmente de acesso a recursos. Sem dúvida, um dos aspectos mais importantes em capacitar os gestores municipais é envolvê-los cada vez mais em alternativas ambientais. Em comparação com o Brasil, comente sobre a realidade ambiental de outras cidades. Como professor, como enxerga isso? Como é na prática e como é na teoria? Um dos aspectos que eu destaco é a lentidão das ações diretamente vinculadas a uma melhoria do ponto de vista de aplicação daquilo que a legislação recomenda. Por outro lado, temos um problema sério com a chamada logística

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GESTÃO NA CRISE/MANAGEMENT IN CRISIS

WASTE MANAGEMENT: The financial crisis, and the costs of operation

GESTÃO DE RESÍDUOS: A crise financeira e os custos da operação Embora essenciais à população e ao meio ambiente, os serviços de gestão de resíduos urbanos têm sido seriamente impactados pela redução de recursos financeiros das prefeituras Por Suênia Cardoso / By Suênia Cardoso

Os municípios brasileiros dispõem de diversas fontes de receitas para custear as despesas que lhes cabe, como saúde, educação, folha de pagamento, transportes, limpeza urbana, iluminação pública, entre outras. Contudo, a principal delas, para muitas cidades brasileiras, advém de uma transferência constitucional, o Fundo de Participação dos Municípios (FPM). Nos últimos anos, em virtude da crise econômica, a estabilidade financeira dos municípios estremeceu, e, com o orçamento apertado, instalou-se um cenário escasso para os investimentos em obras de infraestrutura, benefícios sociais e para a execução de serviços essenciais à população, como a limpeza pública urbana. Brazilian municipalities have several sources of revenue to pay for the costs of the utilities under their responsibility, such as healthcare, education, payroll, transportation, urban sanitation, public lighting, among others. However, many of these cities depend primarily on a constitutional transference known as the Municipalities’ Participation Fund (Fundo de Participação dos Municípios - FPM). The economic crisis of the recent years has shaken the financial stability of municipalities. A tight budget brought a scenario of scarcity to the investment in infrastructure, social benefits and provision of essential services to the population, for example, public sanitation.

14 | ARes - Revista Ambiente & Resíduos


7% a 15% do orçamento municipal é o que custam os serviços de limpeza urbana, aproximadamente

As receitas públicas dos municípios tiveram uma redução na faixa de

7% a 10%

Um levantamento da Confederação Nacional dos Municípios (CNM) apontou que, até o fim de 2016, cerca de 60% das prefeituras devam terminar o ano no vermelho. O problema se agrava ainda mais porque o que os municípios recebem é muito pouco, se comparado à União. “De todos os impostos que pagamos, a União fica com a maior fatia (54%), enquanto os estados recebem 26% do ‘bolo’. Apenas 20% do montante dos recursos arrecadados são destinados aos municípios, onde está o FPM, que é composto de 22,5% do que é arrecadado com o Imposto de Renda (IR) e o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI)”, esclarece a consultora ambiental da CNM, Cláudia Lins. Em tempos de crise e desemprego, obviamente, o IR e o IPI reduzem e, com isso, diminui o FPM. São poucos os recursos e muitas as obrigações. Dos 5.568 municípios brasileiros, 4.294 não receberam integralmente a parcela do fundo destinada a eles. A situação se torna ainda mais preocupante porque, em comparação a 2015, em valores nominais, as receitas públicas dos

dos municípios brasileiros não receberam integralmente a parcela do fundo destinado a eles Para ler os conteúdos na íntegra, solicite seu exemplar avulso ou Agosto - 2016 | 15 faça um plano anual de assinatura: www.bancagrappa.com.br. FULL CONTENT: www.bancagrappa.com.br.


ENGENHARIA AMBIENTAL/ENVIRONMENTAL ENGINEERING

SIX QUESTIONS TO HAROLDO MATTOS DE LEMOS Professor at FGV, Chairman of the ACRJ Environment and Sustainability Business Council, Haroldo speaks of the labor market for environmental engineers and discusses issues on the PNRS

ENGENHARIA AMBIENTAL: DESAFIOS

Seis perguntas para Haroldo Mattos de Lemos Professor da FGV e presidente do Conselho Empresarial de Meio Ambiente e Sustentabilidade da ACRJ, Haroldo fala sobre o mercado de trabalho do engenheiro ambiental e analisa questões ligadas à PNRS

ARes: Qual a situação atual do mercado de trabalho para o engenheiro ambiental? Haroldo: O mercado atual não está bom para nenhuma profissão. Sempre que existe uma crise econômica, os governos tendem a cortar verbas primeiramente de áreas como cultura, meio ambiente, ciência e tecnologia. O mercado atual está difícil para engenheiros ambientais, porém, as oportunidades futuras são boas. Estou na área desde 1975, e desse período até hoje houve uma evolução muito grande no mundo e no Brasil sobre as questões ambientais. Antes, assuntos sobre meio ambiente, mudanças climáticas etc. não eram muito absorvidos pelas pessoas. Hoje, isso é completamente diferente. A sociedade como um todo e as grandes empresas, principalmente, estão convencidas de que a sustentabilidade é fundamental para a manutenção

de um bom ambiente de negócios. Muitas empresas privadas são, atualmente, muito mais protagonistas do que o próprio governo. Elas planejam suas ações para daqui a 20, 30 anos, ou seja, elas chegaram à conclusão de que, se nada for feito agora, se continuarmos a empurrar a solução dos problemas sem planejamento, daqui a um tempo o ambiente para os negócios não será bom. Por outro lado, a maioria dos governos, inclusive o nosso, planeja suas ações apenas para as próximas eleições, ou seja, é um planejamento a curto prazo. No Brasil, por exemplo, não temos um plano nacional de desenvolvimento. Não sabemos para onde o país vai se dirigir. Diante dessa realidade, e, apesar das dificuldades atuais, o mercado de trabalho para o engenheiro ambiental é promissor, principalmente, depois que começarmos a sair da crise.


BENJAMIN GRANT Everglades National Park Flórida, USA Leia mais na página 65 / Read more on page 65

ARes: A Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) veio exigir novos conhecimentos e habilidades do profissional? Quais? O perfil do profissional mudou por conta disso? Haroldo: A grande questão que foi colocada, além da proibição de lixões e de suas transformações em aterros sanitários, é a questão da logística reversa que vai exigir dos fabricantes de determinados produtos a obrigação de recolhê-los ao fim de sua vida útil. Isso, é claro, exige novos conhecimentos e habilidades, ou seja, é um novo mercado para a engenharia ambiental. O conhecimento sobre a Avaliação do Ciclo de Vida do Produto (ACV) é uma coisa que o Brasil ainda está muito carente. A ISO, por exemplo, já tem normas internacionais sobre como fazê-la. É claro que deve ser realizada por profissionais especializados e baseada em banco de dados básicos, que, infelizmente, o país ainda não possui. Vale destacar também que, em função, principalmente, da logística reversa, houve a exigência de novos conhecimentos, sobretudo, dessa metodologia de avaliação do ACV. O engenheiro ambiental sempre foi treinado numa vasta amplidão de assuntos, contudo, para os profissionais trabalharem nessa área, precisam fazer uma especialização que, aqui no Brasil, temos na USP. ARes: Como as instituições de ensino devem se preparar para formar profissionais cada vez mais alinhados com a demanda de um mercado tão dinâmico, a exemplo da gestão de resíduos, com novas leis, acordos setoriais etc.? Haroldo: A gestão de resíduos e, especialmente, a questão da logística reversa vão exigir que as instituições de ensino que formam profissionais de engenharia ambiental deem um pouco mais de atenção à metodologia da avaliação da ACV. Nós ainda estamos principiando nessa área, mas há outras nas quais as instituições

How is the current situation for an environmental engineer in the labor market? Today’s market is not good for any job. Whenever an economic crisis erupts, the governments’ trend is to cut funding primarily from areas such as culture, environment, science, and technology. The market is tough for environmental engineers today, but there are good opportunities for the future. I’ve worked in this area since 1975. Since then, there has been great evolution on the environmental issues in the world and in Brazil, too. In the past, people did not absorb quite much subjects on environment, climate change etc. It is completely different today. Society as a whole and large companies, mainly, are convinced that sustainability is critical to maintaining a good business environment. Many private companies are now more players than the government itself. They plan their actions for the next 20, 30 years, that is, they came to the conclusion that if nothing is done now, if we continue to push further the solution of problems without planning, the business environment will not be good in the future. On the other hand, most governments, including our own, plan actions just for the next elections, that is, it’s a short-term planning. In Brazil, for example, we do not have a national development plan. We don’t know where the country will go. Given this reality, and despite the current difficulties, the labor market is promising for the environmental engineer, especially after we begin to emerge from the crisis. Has the National Solid Waste Policy (PNRS) required new knowledge and skills from the

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MUNDO MUNDOABERTO/ ABERTO/OPEN OPENWORLD WORLD

PARCERIA ARES: ESTE É O RESUMO DE UMA REPORTAGEM GENTILMENTE CEDIDA PELA REVISTA WASTE ADVANTAGE MAGAZINE, QUE CIRCULA NOS EUA E NO CANADÁ. O ARTIGO FOI PUBLICADO NA EDIÇÃO DE MAIO/2016 ARTICLE REPRINTED WITH PERMISSION FROM WASTE ADVANTAGE MAGAZINE (EUA, CANADA). CONTENT ORIGINALLY APPEARED IN MAY 2016.

City of Phoenix, AZ’s Public Works Department: Reimagining Waste

Departamento de Obras Públicas da Cidade de Phoenix, no Arizona (EUA):

Reinventando o lixo

Procurando de forma proativa uma maneira de inovar e desenvolver práticas mais eficientes de gestão de recursos humanos e operações, o Departamento de Obras Públicas da cidade americana de Phoenix é a força impulsora de novos programas de gestão de resíduos sólidos Fotos: REVISTA WASTE ADVANTAGE MAGAZINE

Operada pelo Departamento de Obras Públicas local, a Divisão de Resíduos Sólidos da Cidade de Phoenix, no estado americano do Arizona, presta serviços de coleta de lixo e reciclagem de fluxo único há 25 anos para os moradores. A cidade possui duas estações de transferência, cada uma possuindo a sua instalação de coleta de materiais (em inglês, MRF) e um aterro sanitário de 1.052 hectares na cidade de Buckeye, a 96 quilômetros do centro de Phoenix. A Divisão de Resíduos Sólidos é compos-

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ta por três seções: Serviços de Campo, Serviços de Separação e Descarte e Serviços de Envolvimento da Comunidade. A seção de Serviços de Campo é responsável pela coleta e reciclagem do lixo de aproximadamente 395 mil residências de Phoenix. Ela emprega mais de 300 funcionários, além de 193 caminhões compactadores laterais, 44 compactadores traseiros e 43 tratores. Também é responsável por fazer, trimestralmente, a coleta de entulhos e a coleta seletiva.

Through proactively looking for way to innovate and develop more efficiencies in staffing and operations, the city of Phoenix’s Public Works Department is the driving force that has resulted in the implementation of new solid waste programs The city of Phoenix, AZ’s Solid Waste Division, operated by the Public Works Department, has provided trash and single-stream recycling services for 25 years to Phoenix residents. The city owns two transfer stations, each with a materials recovery facility (MRF), as well as a 2,600-acre landfill located in Buckeye, AZ, 60 miles away from the downtown core. The Solid Waste Division is divided into three sections: Field Services, Diversion and Disposal Services, and Community Engagement Services.


Dentro da Instalação de Coleta de Materiais do município. / Inside the city-owned Materials Recovery Facility.

A seção de Separação e Descarte está encarregada da separação de materiais recicláveis e descarte do lixo. Ela gerencia as duas estações municipais de transferência, o aterro sanitário municipal SR-85, cinco outros aterros já fechados e duas MRFs, com o auxílio de 118 veículos e equipamentos off-road, além de 109 funcionários. Os materiais recebidos, atualmente, no programa de reciclagem de Phoenix incluem papelão, papel, caixas de alimentos, material de correio, latas de bebidas e alimentos, garrafas de vidro, frascos de alimentos de vidro e plástico, jarros plásticos e garrafas plásticas com tampa. Num futuro próximo, a seção fará a supervisão de uma unidade de compostagem que irá processar restos de alimentos e resíduos orgânicos de origem vegetal. A seção de Serviços de Envolvimento da Comunidade faz a coleta de lixo e materiais recicláveis em eventos especiais da comunidade ou em grandes eventos,

bem como em operações especiais. A seção emprega 53 especialistas em conscientização educativa e da comunidade, 21 operadores de equipamentos de manejo de resíduos sólidos para eventos especiais e operações além dos serviços residenciais, e outros 32 funcionários para a central de atendimento ou encarregados das entregas dos recipientes de lixo. INOVAÇÕES PROATIVAS Felizmente, a má situação da economia americana nos últimos anos não afetou o Departamento de Obras Públicas de Phoenix, já que seus funcionários buscaram, de uma forma proativa, inovações e eficiências em recursos humanos e operações. Um exemplo em particular é a implementação, em 2012, do programa New Way, Same Day (nova via, mesmo dia, em tradução livre), que permitiu ao departamento coletar os recipientes de lixo e de materiais recicláveis no mesmo dia (antes, as coletas dos materiais eram feitas em dois dias diferentes).

Field Services is responsible for the collection of trash and recycling from approximately 395,000 households in Phoenix. This section employs more than 300 employees, which includes drivers, foremen, supervisory staff and administrative staff. Field Services uses 193 side-loader trucks, 44 rear-loader trucks and 43 tractors. This section also provides a quarterly bulk trash collection, as well as a green organics curbside collection. The Diversion and Disposal section is responsible for the diversion of recyclable materials and disposal of trash. This section manages the two city-owned transfer stations, the city’s SR-85 Landfill, five closed landfills and oversees the management of the two MRFs. This section currently has 118 vehicles and off-road equipment. The section employs 109 employees. Currently, the materials accepted in Phoenix’s recycling program are: cardboard, paper, food boxes, mail, beverage cans, food cans, glass bottles, glass and plastic food jars, plastic jugs and plastic bottles with caps on. In the near future, this section will have oversight on a composting facility that will process food scraps and green organics waste. The Community Engagement Services section provides collection of trash and recyclables during special community or high profile city events and special operations. The section also provides educational outreach to residents about waste diversion, bulk trash rules, container placement, alley collection, etc. The section employs 53 specialists who do community and educa

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SUPLEMENTO: CONEXÃO ACADEMIA/SCIENTIFIC SUPPLEMENT

Soil Survey: Innovative Methodology in Brazil, adopted by CTR-RIO for Quality Control of Geomembrane Installations

Soil Survey: Metodologia inovadora, no Brasil, adotada pela CTR-Rio, para controle de qualidade da instalação de geomembranas Priscila Zidan, Rio de janeiro/RJ, engenheira química com especialização em gestão ambiental, mestrado em viências e MBA em gestão de negócios. Evolui Consultoria Ambiental. priscilazidan@evolui.eco.br Paulo Achcar Frigo, Rio de Janeiro/RJ, engenheiro mecânico com especialização em engenharia de petróleo e gás. Certificação PMP. Evolui Consultoria Ambiental. luizfrigo@evolui.eco.br

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RESUMO: A metodologia de Soil Survey, utilizada para a inspeção da integridade de geomembranas, apesar de muito pouco difundida no Brasil, mostra-se muito adequada para minimizar os riscos de iniciar a disposição de resíduos em uma camada de impermeabilização danificada. Estudos canadenses indicam que a densidade de danos por hectare de geomembranas instalada está em média entre quatro e 22 furos. O controle de qualidade utilizado nos aterros brasileiros não inclui, porém, essa metodologia ou similar. Tal fato pode não apresentar consequências perceptíveis no momento, mas que sejam verificadas a longo prazo. Como a existência de aterros sanitários com impermeabilização é relativamente recente no país, o impacto ocasionado por danos na camada de impermeabilização pode não estar ainda sendo percebido. O aterro sanitário da CTR-Rio adotou essa metodologia de monitoramento para o controle de qualidade da geomembrana. Os resultados encontrados, após quatro anos de operação, indicaram densidades de furos variando entre 0,5 e 8 danos/hectare, para 310 mil metros quadrados de área inspecionada. Todos os danos identificados puderam ser reparados antes, no início da disposição dos resíduos, evitando, assim, a ocorrência de impactos ao meio ambiente ou a necessidade de futuros investimentos com a remediação da área. PALAVRAS-CHAVES: geomembrana, controle de qualidade, inspeção, impermeabilização, aterro sanitário, danos na geomembrana. ABSTRACT: The Soil Survey methodology is used for the detection of leaks in geomembranes. Although little known in Brazil is well suited to minimize the risk of placing waste on a damaged liner system. A Canadian study indicates that the density of damages on installed geomembranes is on average between 4 and 22 leaks per hectare. Quality Control measures currently used in Brazilian landfills do not include this type of testing. As the existence of lined landfills is relatively new in Brazil, the impact caused by damage in the protective layers cannot be perceived. The Landfill of CTR-RIO, in Rio de Janeiro (Brazil), adopted this methodology for quality control. The results after 4 years of operation indicated the amount of leaks found range between 0.5 and 8 leaks per hectare for an inspected area of approximately 310,000 square meters. All identified damages could be repaired before the beginning of the waste disposal. KEYWORDS: geomembrane, quality control, inspection, waterproofing, sanitary landfill, geomembrane damage.

INTRODUÇÃO: A partir do estabelecimento da Política Nacional de Resíduos Sólidos (1), no Brasil, em agosto de 2010, foi definido o prazo para o encerramento de todos os lixões no país. Apesar de essa meta ter sido recentemente prorrogada (2), um número expressivo de lixões foi encerrado, dando lugar à implantação de aterros sanitários licenciados. Apesar de a normatização que estabelece os padrões para licenciamento de aterros (3, 4) não definir a implantação de geomembrana em sua base, esse requisito tornou-se exigência mínima pelos órgãos ambientais. Considerando que a geomembrana é utilizada como o principal agente impermeabilizante, que irá impedir a contaminação do solo e das águas subterrâneas, a verificação de sua integridade após a instalação e antes da disposição dos resíduos torna-se fundamental. Atualmente, no Brasil, o método de controle de qualidade da instalação da geomembrana mais utilizado é a inspeção da solda (costura). Esse método, porém, inspeciona apenas um pequeno percentual em área da geomembrana instalada, não identificando possíveis danos causados por outras origens que não a solda. Além disso, esse teste não inspeciona a geomembrana após a implantação do solo de cobertura, etapa em que ocorre a maioria dos danos, devido à utilização de equipamentos pesados na construção do liner e aplicação efetiva de carga sobre a geomembrana. O resultado de estudos estatísticos desenvolvidos no Canadá (5), a partir dos dados de monitoramento dos vazamentos em geomembranas, em 89 projetos ao longo de dez anos (2.652.000 metros quadrados de área), identificou que: • A densidade de danos encontrados nas geomembranas instaladas varia, em média, entre quatro e 22 danos por hectare. Essa variação depende do nível de controle de qualidade adotado na instalação da geomembrana; • Setenta e três por cento dos danos causados ocorreram durante a aplicação do solo de cobertura sobre a geomembrana, 24% ocorreram durante a instalação da geomembrana e somente 2% dos danos ocorreram após a fase de implantação; • Ao contrário do que o consenso atual reconhece, a maior parte dos danos não ocorre devido a procedimentos inadequados de solda.

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INSPIRAÇÃO/INSPIRATION

There Is Life Under Ground

Há vida debaixo

da terra “Este é um projeto para me ajudar a entender um pouco mais sobre o mundo abaixo de nossos pés. Tudo começou no final de 2013, com uma instalação-teste em um aquário contendo uma webcam enterrada no chão.” É assim que Josh Williams resume o Soil Cam, que, traduzido do inglês, seria algo como câmera do solo. Basicamente, ele desenvolveu uma técnica para filmar o que acontece debaixo da terra. As imagens são incríveis e nos fazem refletir não apenas sobre a decomposição da vida, como também sobre algumas questões cruciais relacionadas ao lixo no Brasil, como a compostagem e a gestão dos resíduos orgânicos que, no país, representam quase a metade do total de resíduos gerados. 22 | ARes - Revista Ambiente & Resíduos

O que mais te surpreendeu ao ver o resultado das imagens? A quantidade de atividade. Quando cavo um buraco e observo o solo, vejo alguns bichinhos se movendo, mas não dá para ver crescimento ou decomposição, porque isso acontece muito lentamente. Mas ao reproduzir sete dias de filme em poucos segundos, nota-se que o solo está em constante movimento e cheio de vida! Sobre a decomposição, que conclusões você tirou? Isso lhe deu alguma revelação, uma forma diferente de pensar? Eu aprecio e respeito mais o solo. Estou apenas começando a entender o quanto ele é importante para a vida. Veja a entrevista completa e o vídeo favorito de Josh Williams no site da ARes.

"This is a project to help me understand a little more about the world below us. All started in late 2013, with a pilot installation in a fish tank with a webcam buried in the ground”. This is how Josh Williams describes his Soil Cam initiative. Basically, he developed a technique to film what happens underground. The footage is amazing, and make us think not only about the decay of life, but also about some critical issues related to waste in Brazil, such as composting and organic waste management, which make almost half of the total waste produced in the country. What surprised you when seeing the result of the images? The amount of activity. When I dig a hole and look at the soil, I can see a few bugs moving, but I can't see growth or decay because it happens too slowly. But when I play back 7 days of footage in just a few seconds I realize the soil is constantly moving and full of so much life! - What conclusions did you get on decomposition? Did that bring you some revelation, some different way of thinking? I have more appreciation and respect for the soil, I have only started to understand how important it is for life.


ARTE/ART

BENJAMIN GRANT Neves-Corvo Mine Castro Verde Municipality, Portugal

Overview

VISTA DE CIMA Overview Effect é o nome dado à sensação pela qual passam os astronautas ao olharem para o planeta Terra estando fora dele. Ou seja, quando enxergam o mundo como um todo, como uma enorme bola azul, suas vidas parecem mudar para sempre. Esta é a ideia básica do projeto Daily Overview, criado por Benjamin Grant. As imagens aéreas impressionam por vários motivos, seja pelas cores ou pelos formatos geométricos ou irregulares, que num primeiro momento confundem nossos olhos. Cidades, plantações, portos, praias: os cenários hipnotizantes se mostram com diferentes nuances nesta incrível coleção de fotos que nos faz pensar sobre como o ser humano vem atuando, reformando (e deformando) a Terra. Para ler os conteúdos na íntegra, solicite seu exemplar avulso ou Agosto - 2016 | 23 faça um plano anual de assinatura: www.bancagrappa.com.br. FULL CONTENT: www.bancagrappa.com.br.


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