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JUNHO DE 2017
GRITO N COLETI-
HISTÓRICOS DA ILHA: CONHEÇA OS MÚSICOS DE LONGA CARREIRA DE SÃO CHICO
FAMÍLIA CALABUÇO: QUEM ESTÁ PRODUZINDO O RAP AUTORAL ESTÚDIO 2K: HISTÓRIA E PRODUÇÕES SÃO FRANCISCO DO SUL
São Francisco do Sul, junho de 2017
Grito Coletivo
EDITORIAL ..... 4
ÍNDICE
ESPECIAL ..... 5
O músico por trás da produção cultural
PERSONALIDADE..... 6 A base do Grito Coletivo
POINT.....7 O Café acabou!
COBERTURA..... 8
CAPA.....17 Família calabouço?! Vem conhecer os caras!
Tudo sobre o Moto Clube SFS
DESTAQUE..... 10 Por que Bento Leão?
PERFIL...12
Lily Blumerants, Antonio Gonçalves E Edson Bernstorff
ARTIGO...... 16
Músico Tiago Constante de profissionalismo
PLAYLIST...... 21 ESPECIAL 2K....... 24 São Francisco do Sul, junho de 2017
EDITORIAL
Graziela Tillmann grazitillmann@gmail.com
A quinta edição da Grito Coletivo traz a cena da música autoral de São Francisco do Sul em foco. Eu, estudante da 7ª de jornalismo no Bom Jesus/Ielusc em Joinville, tive o prazer de produzir uma edição da revista eletrônica que informa música à cidade para fazer parte da minha formação acadêmica, no trabalho de parte da conclusão do curso chamado de Projeto Experimental. Em parceria com o Estúdio 2K, Kelwin Grochowicz compartilhou o material do estúdio e sugeriu artistas que poderiam ser abordados. O rap foi contemplado nesta edição: o grupo Clã Do Subúrbio está prestes a lançar seu novo álbum, Tóxico Ao Sistema, o In Condicional está na ativa compondo e gravando novos sons, e enquanto isso, eles se reúnem para formar a Família Calabouço e fortalecer a música. O underground na ilha é resistente, e por esse motivo deve ser divulgado à população, os artistas solos estão produzindo e nós devemos vê-los e ouvilos, valorizando o que temos na região. Não podemos desperdiçar os prodígios francisquenses. |||
Expediente: Esta é uma Revista criada por Paulo Reis Editora-chefe e repórter: Graziela Tillmann Projeto Gráfico: Graziela Tillmann São Francisco do Sul, junho de 2017
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Grito Coletivo
Nas Veredas de São Chico* O que você conhece de São Chico? É com esse bordão que o ciclista e FilmMaker André Glenn Post teve a ideia de criar o canal do YouTube “Nas Veredas de São Chico”, que tem o intuito de mostrar muito mais do que simplesmente o centro histórico ou as praias, e provar que São Chico tem muitos lugares incrivelmente bonitos pra se conhecer. Com a sua bicicleta, ele coloca a câmera no capacete e se aventura em lugares pouco conhecidos pelos turistas e até os próprios moradores da cidade, pois só de bicicleta se consegue prestar atenção em detalhes e belezas que esquecemos na pressa do dia-a-dia. Em parceria com o 2k Estúdio, que ajuda na parte de produção, o canal vem ganhando cada vez mais qualidade e novos conteúdos, e dessa parceria está surgindo uma nova produtora audiovisual em São Chico, a Veredas Audiovisual, que além do canal “Nas Veredas de São Chico” vai abranger outros segmentos e preencher uma lacuna que há tempos dificulta a evolução da cena cultural a cidade, material audiovisual de qualidade e independente. Hoje o canal “Nas Veredas de São Chico” conta com uma equipe de 4 pessoas: André Glenn Post (cinegrafista e editor), Kelwin Grochowicz (editor e técnico de áudio), Thais Kuceki (pesquisadora) e Jean Hansen (pesquisador). Já são quase 20 vídeos lançados, todos de forma independente e sem fins lucrativos. A equipe já tem mais alguns prontos esperando para serem lançados a cada semana, além de um quadro extra no canal chamado “Gente que vive São Chico”, que entrevista pessoas que vieram morar aqui ou que fazem algo pela ilha”, conclui. ||| *Kelwin Grochowicz é músico e dono do Estúdio 2K
ESPECIAL
Kelwin Grochowicz,
o músico por trás da produção autoral
TXT: Graziella Tillmann FTO: Divulgação
O Estúdio 2K foi criado por Kelwin
Grochowicz, músico de 27 anos, nativo de São Francisco do Sul. Amante do rock praticamente desde que nasceu, com 10 anos já tocava Legião Urbana no violão, aos 12 começou a aprender guitarra e, a partir daí, seus sonhos com a música só cresceram e nunca vão terminar tão cedo. Aos 15 anos ele se interessou pela produção musical, quando em seus ensaios tentava gravar algumas músicas, e foi em 2012 que um de seus sonhos se tornou realidade: montou um estúdio de produção musical e audiovisual. “O foco do estúdio é na música independente alternativa, mas não existe nenhum tipo de preconceito ou preferência por estilo musical, credo ou filosofia. Já foi gravado desde trabalhos evangélicos até black metal”, comenta Kelwin, que grava a maioria dos artistas da ilha. No início de 2016, o estúdio ganhou um novo espaço, na nova casa de Kelwin, onde mora com a namorada Janine. A parte debaixo, onde ficava todo o equipamento está passando por mais uma reforma e ele está usando um quarto da casa para as gravações, onde fica a bateria e demais instrumentos, que tiveram parceria com a Rock Ilha Instrumentos Musicais. Nesse estilo home estúdio, em 4 anos já passaram mais de 20 artistas gravando seus materiais entre faixas, discos e ensaios gravados. Kelwin também faz a cobertura do Moto São Chico, onde grava os shows e depois vende para as bandas, que gostam do material produzido e geralmente lançam videoclipes ou dvds com as filmagens.
Segundo Kelwin, a cena autoral está em um ótimo momento com a qualidade das bandas, que estão deixando cada vez mais os covers para trás e apostando em seu próprio estilo. “nunca vi tantas bandas em São Chico fazendo esse tipo de trabalho. Porém, acho que ainda tem muito o que evoluir na questão da organização da cadeia produtiva.” completa. Live Sessions é o mais novo projeto do Estúdio, enquanto ensaiam é tudo gravado e depois disponibilizado na web. Velho Teddy, Paulo Reis, Tiago Constante e Eleanor Fireline já passaram por lá. A contribuição do estúdio para a cidade é enorme, já que ele trabalha pela cultura e facilita o acesso aos músicos, como são poucos, são mais fáceis de manter o contato. O DJ Martti MC gravou nesta semana uma música para a mixtape da Família Calabouço lá no 2K, ele diz que “pra gravação é o melhor estúdio da cidae”. O rapper destaca como muito importante para o fortalecimento da cena autoral: “ele abriu o estudio pra galera do rap,sempre da uma força, pra cena do rap aqui ele é importantíssimo.” completa. ||| Nova logo do Estúdio 2K
São Francisco do Sul, junho de 2017
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PERSONALIDADE
Paulo Reis
quem é o cara por trás do Grito Coletivo?
TXT: Graziella Tillmann FTO: Divulgação
Paulo Roberto Reis Junior é o primeiro músico de família e fez sua estreia como uma figura importante para a cultura francisquense. Aos 37 anos, ele trabalha na loja do pai e é um dos músicos que já fomentou a cultura da cidade por muito tempo. Ele iniciou tocando rock clássico dos anos 70, 80 e o grunge. Quando começou a compor, seu som saiu mais folk e menos acústico que antes. Seu último cd “Os Covardes Não São Para o Céu” “é sobre transformação, eu acho, é um apanhado de músicas de 3, 4 anos, praticamente, e fala de uma mudança brusca”, define ele. Como um bom músico, toca diversos instrumentos: violão, guitarra, teclado, flauta transversal, bateria e baixo. Alguns desses ele fez aula para aprender, outros já foi autodidata. A maioria dos estudos musicais fez em Joinville, já que a única escola musical da cidade é a Banda Guarani. Também já foi presidente Associação de Músicos de São Francisco do Sul por dois anos , organizou festivais de música como o Rock Island. Hoje mantém a carreira solo, a loja do pai e um pouco de frustração com a cena da cidade “o
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Grito Coletivo
meu problema maior de falar o que eu penso é que nos últimos anos eu apanhei demais por causa das minhas opiniões”
Rock Ilha: a primeira loja de Instrumentos Musicais Rock Ilha é o nome da primeira loja de instrumentos musicais de São Francisco do Sul. Em 1997, Paulo Roberto Reis saiu do emprego que tinha no banco e comprou uma banca de revistas. Seu filho de 17 anos, Paulo Roberto Reis Junior, foi quem teve a ideia de inserir instrumentos musicais após anos de adaptações nos negócios, chegando a vender produtos eletrônicos também. Alisson Walter tem 20 anos e começou a ter uma banda em 2012, chamada Protesto Tímido, ele é cliente a loja desde 2010, quando começou a tocar violão, depois comprou uma guitarra e um amplificador que foram essenciais para seu crescimento musical. “A loja em si tem produtos de qualidade e o atendimento é sempre ótimo, sempre tem o que preciso”, avalia o jovem. |||
POINT
ADEUS AO MUSEU CAFÉ
Loja de artesanatos tomou o lugar do Museu Café
TXT: Graziella Tillmann FTO: Divulgação
O Museu Café – Bar e Música era o sonho de César Santos, radialista e professor, que adorava uma boa música. Com sua morte no final de 2015, quem assumiu o empreendimento foi Janilson Alves, músico de 34 ans e cliente do café. Ele decidiu assumir a direção por afinidade com o espaço. “Eu e meu irmão tínhamos uma banda e tocávamos aqui, a Banda Nuvem”, relembra. Artistas locais que já passaram pelo aconchego de lá foram Eleanor Fireline, Pé de Bruxa, Undergral, Professor Gilson e Amigos e a Refúgio Rock.
A banda Bento Leão se apresentou por lá diversas vezes. Evaldo Cevinski Neto, baixista, comenta o sucesso do Café: “Começamos abrindo pra outras bandas, lotava sempre, a primeira vez que tocamos só nós foi umas 40 pessoas. Depois foi aumentando, mas ia bastante gente”. O plano era convidar, uma vez ao mês, bandas de fora da cidade e, todos os sábados, os músicos da ilha. Mas a popularidade do Café não se manteve. O local já estava na mão de Janilson há pouco mais de um ano, desde 2 de abril de 2016. Mas infelizmente, a concessão não foi renovada. E, até segunda ordem, lá se foi mais um espaço que abrigava a música francisquense. ||| São Francisco do Sul, junho de 2017
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Grito Coletivo narra 12º Moto São Chico TXT: Graziella Tillmann FTO: Divulgação
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Grito Coletivo
O Moto São Chico é um encontro anual e internacional que reúne motociclistas, bandas, gastronomia, muitos souvenirs de rock e os amantes do estilo musical. Em sua 12º edição, que a conteceu em abril, as ruas históricas da ilha foram tomadas por motocicletas e os músicos da cidade tiveram sua vez no palco. Quem teve sua estreia no evento foi a Banda Stammer, de hard rock. Abrindo os shows, eles tocaram covers de Whitesnake, Van Halen, Bon Jovi, Kiss. Lucas Stammer, o vocalista de 26 anos, considerou incrível tocar no evento pela primeira vez: “a experiência foi muito boa, o som tava ótimo, a estrutura toda na verdade”. Com Guilherme e Matheus na guitarra, Juliano no baixo e Nilton na bateria, o grupo completa apenas um ano, mas já com planos de de composição para um álbum. A Banda Heryn Dae também tocou. O vocalista Victor Moura formou o grupo de heavy metal no final de 2013 e dois anos depois já estavam tocando no Moto São Chico. Lançaram um CD em outubro do ano passado, que fala sobre contestação religiosa, fazendo sátiras da riqueza que a igreja católica possui. “Mas a música é mesmo um escape, um hobbie”, enfatiza o vocalista. Ainda não se sustentam de sua arte, então, fazem tudo no tempo livre entre trabalho e suas vidas pessoais. E 2017 foi O ano da primeira vez da banda Eleanor Fireline no evento. “Foi uma experiência bacana para nós, (...) sob uma estrutura de bom nível e com um público já direcionado ao estilo é bem mais interessante e empolgante”, fala Alana Wipprich, vocalista. De seus instrumentos, ouviam-se Queen, Led Zeppelin, AC/DC, Aerosmith e até U2. Eles estão passando por mudanças na formação do quarteto, mas não
COBERTURA pretendem parar, “nosso objetivo é fazer algo muito próximo do que ouvimos e apreciamos, sem dúvida isso leva tempo”, completa. Os primeiros dois anos do evento foram feitos pela Associação Comercial. Somente depois a Associação dos Motociclistas de São Francisco do Sul assumiu a organização. Com o lucro, ao final do ano, a Associação faz doações de brinquedos e cestas básicas. Matheus Maciel Inezzi, 21 anos, marca presença lá desde os 12 E considera um bom evento: “É bom que divulga um pouco mais a cidade, o turismo e as entidades carentes como APAE (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais) e lar dos idosos, que ganham dinheiro com o comércio alimentício” Participaram com barraquinhas de produtos a APAE E a AMASF (Associação Amigos dos Animais de São Francisco). Creches cuidaram do guarda-volumes e a igreja organizou o camping para os viajantes que vieram prestigiar o encontro. Entre as lojinhas de produtos especializados, estava a Casa do Rock ‘n’ Roll, que fica no bairro Ubatuba e participa há quatro anos do evento. Wellinton Gomes, baterista
Motociclismo: uma paixão em família Quem participa constantemente de eventos como Moto SFS é a família Arantes, formada por Débora, que é supervisora de vendas, seu esposo Evandro, vigilante, e o filho de 13 anos, Gabriel. Eles fazem parte do moto grupo Tigre Branco, que possui nove integrantes e existe há sete anos em Campo Magro, no Paraná. O casal se conheceu em São Francisco quando ambos participavam de motoclubes, aos 14 anos de idade. Ela participava do Moto Clube Escorpiões do Asfalto, e ele do Moto Clube Coiotes da Ilha. Moraram em Joinville e depois foram para a terra paranaense, onde tiveram o filho Gabriel e abandonaram o hobbie por alguns anos. O casal voltou a pilotar após o intervalo, dessa vez com o filho junto. Com sete anos Gabriel já tinha noção de pilotagem e moto de brinquedo. Hoje ele dirige um veículo de seu tamanho, mas apenas em lugares fechados. “Na rua, só quando tiver 18 anos”, afirma a mãe. Sobre quem dirige melhor, Gabriel escolheu o pai como o piloto de frente do trio. Os três tiram todos os fins de semana para curtir o passatempo preferido. “Eu gosto bastante de viajar”, diz o filho. A família percorre vários estados com o vento na cara para adquirir boas lembranças da vida. ||| São Francisco do Sul, junho de 2017
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DESTAQUE
BENTO
LEÃO TXT: Graziella Tillmann FTO: Divulgação
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Grito Coletivo
Bento Leão é uma banda recente na cidade. Os três estudantes de publicidade reuniram-se para tocar em um concurso de bandas no Didge, um bar na cidade vizinha de Joinville. Com Evaldo no baixo, Panda (João Vitor) na bateria e Leonardo comandando o vocal, estavam prontos para encarar o palco, quando poucos dias antes o baixista pegou catapora, ou seja, participação cancelada. Mas esse foi apenas um dia de azar na carreira dos jovens músicos. Evaldo e Panda já participavam de outra banda, essa de São Francisco mesmo. Tocaram nas duas edições do domingo histórico e em algumas oportunidades no Café do Museu, anexo ao Museu do Mar. A banda possui 10 músicas autorais com um estilo de rock alternativo/pop rock. Eles já gravaram 4 delas no Estúdio 2K. Mesmo com a gravação, eles ão levam a música como profissão, é mais um hobbie, Panda diz que se reúnem,
Documentário Eu fiz uma comédia alto astral Em plena noite de terror Enquanto havia tanto suspense Para saber quem me matou Eu fiz um romance diferente Entre um ET e uma menina Mesmo que real Chamei de ficção científica (Refrão) Mas muita ação pode virar blockbuster Eu me pagando de cult Não pensei na atitude Que faltou eu ter Eu decidi bancar o trash Do bom ou musical Um meio faroeste
Mas por que Bento Leão? Panda: A gente ficou um dia inteiro confabulando e tendo varias ideias e hipoteses, o evaldo achou legal bento leão Evaldo: pq o panda tinha escrito uma cronica de um personagem com esse nome, todos gostaram e fecharam com esse.
tocam um pouco, compõem, mas ainda não têm um plano concretizado. Enquanto isso vão tocando o repertório que têm: músicas autorais e covers. “Ainda não temos um plano concretizado”, conta o baterista. |||
Lyrics Meio policial Pois independente do drama Sempre rola fantasia Porém falta animação Nessa trama vazia (Refrão) Mas muita ação pode virar blockbuster Eu me pagando de cult Não pensei na atitude Que faltou eu ter Pra te conhecer Antes ou depois de tanta confusão Pior que tal confusão Me deu todos os detalhes do teu cenário Como um bom documentário
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PREFIL
HISTÓRICOS DA ILHA TXT: Graziella Tillmann FTO: Divulgação
Existem músicos com carreiras que contam décadas na nossa cidade, sabia? Artistas que emprestam seus dons para músicos do país inteiro, compositores que já passaram por muitos estados do nosso Brasil e que não largam a ilha de jeito nenhum. Lily Blumerants, Antônio Gonçalves e Edson Bernstorff contaram um pouquinho de sua passagem pelo mundo da música.
12Grito Coletivo
LILY BLUMERANTS, a rockeira incomparável É na Enseada, Rua João Pessoa, pertinho da praia, que mora Lily Blumerants. Nasceu em Itajaí e veio para a ilha aos três anos de idade. Aos 13, participou de programas e concursos de calouros e hoje canta rock ‘n’ roll, jazz e samba. Sabe um pouco de tudo. Se apresentava em bandas de baile já aos 18 anos. A ascensão de sua caminhada na música tem uma parada importante em Curitiba, onde foi morar ainda com 17 anos, para fazer faculdade de artes e trabalhar como secretária. Na faculdade, entrou para o grupo de teatro e passou a cantar operetas, com a confiança de quem já parecia ter 30 anos. Ela conheceu o jazz através de amigos. “A gente chegou num restaurante e tinha aquele trio de baixo, bateria e piano. Eu disse: eu quero essa banda!”, professa a artista. O que Lily queria, conseguia. Conquistou a banda, com uma coragem inocente, de quem não estava sabendo no que se metia. Naquela noite de jazz, ela encantou o público cantando Maria Betânia. Ela pulava, interpretava, rolava e seu corpo chamava atenção. Era magra, mas tinha seios fartos, realçados por uma saia longa de cintura baixíssima. Saiu de lá como Fafá de Belém. Cantou por anos em bandas de baile até chegar ao rock ‘n’ roll. Certo dia, o guitarrista deixou ada banda de baile deixou o grupo. Veio outro que lhe apresentou as notas do rock. “Esse cara me abriu o mundo”, enfatiza Lily. Ele era Ney de Souza, com quem ela fala até hoje por telefone E a quem é grata por ter sido apresentada a Led Zeppelin, Black Sabbath. Deep Purple e Beatles. O retorno ao passado fez com que ela lembrasse da época em que a música era acessível de duas formas: ou se comprava LPs (Long Play), que eram caros, ou se ia ao cinema. Na telona, ela assistiu ao Woodstock, Janis Joplin, lançamentos de álbuns como do Led Zeppelin e, então, se apaixonou ainda mais pelo Rock. |||
Lily Blumerants no início da carreira
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PREFIL
ANTONIO GONÇALVES, o francisquense mais satânico que você respeita TXT: Graziella Tillmann FTO: Bia
Antônio Carlos Gonçalves Junior está a frente da banda de black metal Luciferiano desde 1999. A banda tem um integrante de cada cidade: São Chico, Joinville, Schröder e Barra do Sul. Atualmente o vocalista de 48 anos trabalha na Fundação Cultural de Joinville, há 5 anos, fazendo cerâmica. Em contratempo do trabalho, organiza os shows da banda e grava as músicas do terceiro cd da banda. Sua carreira colheu frutos no lugar onde trabalha hoje, ele estudou nove anos de música no conservatório e ainda tem um pai violonista, de onde sempre veio toda a inspiração. O Luciferiano foi formado por ele após 5 tentativas de grupos que não deram certo. A banda já passou por várias formações até a presente; já tocou pelos
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estados de São Paulo, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Paraná. Tocaram ao lado de grupos conhecidos como o Ratos de Porão. Os cds anteriores foram lançados pela Sonic Blaster, um selo paulista, e no álbum de 2012, 14 gravadoras nacionais uniram-se para lançá-los. A Face do Cão e O Opositor tem músicas com sátiras à religião, em especial ao cristianismo. Ambos possuem seis músicas e a ideia do terceiro é fazer com o mesmo número, “pra no final juntar 666, né”, descreve pra mim com uma risada irônica. Eles já gravaram quatro músicas. Sobre o que tem a falar da cena musical da cidade, me fala sobre uma das primeiras bandas, dos anos 80, que não existe mais, a Banda Tora. Eles compunham músicas autorais e falavam da região, descreviam lendas conhecidas no município. “Cada um tem seu talento colocado na música, por isso gosta de música autoral”, completa Antonio. |||
Edson Bernstorff, ele tem mais de 300 músicas gravadas, a maioria na voz de outros artistas
TXT: Graziella Tillmann FTO: Bia
Nativo da ilha, o trabalhador da área portuária sempre foi autodidata quando se trata de música. Compor é sua paixão, que contagia outros artistas com a oportunidade de gravar suas músicas. Ele compõe de tudo: MPB, samba, pop rock e já passou até pelo sertanejo universitário. Sua contribuição com a cena da cidade tem por base em suas habilidades com violão, piano, baixo e guitarra. Atualmente ele se apresenta apenas com os amigos em saraus e encontros que faz em sua casa, então nunca tem alguém fixo na “banda”, quem chegar toca. Ele geralmente toca a percussão e o violão. Em mais de 20 anos de carreira, nunca gravou um cd. Por quê? “acho mais legal ver outra pessoa cantando minha
“Eu acho (São Chico) musicalmente excelente, a gente só tem fera aqui!” música, acho mais interessante quando vejo o que fiz na voz delas”, ele explica. Suas palavras já passaram por artistas do Brasil todo, como presente em Joinville, São Paulo, Minas Gerais e, claro, os francisquenses. Sobre a música em São Chico “eu acho musicalmente excelente, a gente só tem fera aqui, muita gente boa mesmo que não estão estourando por aí por falta de dinheiro mesmo, patrocínio. Ele reflete que a cena não tem apoio das pessoas, que como o lugar é pequeno se torna cansativo com as mesmas pessoas. “O público também é pequeno e o músico tem que entender que ele não vai estar sempre presente”. Ele pensa que a prefeitura faça apresentações em bairros, por exemplo, como incentivo aos artistas: “pro músico é caro, ele investe em equipamento se desloca, e se tiver um local próprio, é muito gostoso”. São Francisco do Sul, junho de 2017
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ARTIGO
Profissionalização ou morte: um retrato da cena cultural francisquense
* Tiago Constante é compositor francisquense e recentemente lançou seu álbum “Pedrada na Vidraça”. FTO: Aquivo pessoal Vivemos tempos difíceis. O mundo, o país e nossa cidade estão em crise. Crise econômica, crise de valores. E o artista, o que tem a ver com isso? Nada? Tudo? Até que ponto o artista é afetado pela crise? O que ele pode fazer para utilizar esta crise para crescer e se desenvolver como artista, como agente social e como pessoa? É visível a falta de estrutura que temos na cena cultural francisquense. A falta de espaço e incentivo para a música autoral, a falta de estrutura dos estabelecimentos que tem música ao vivo, a falta de abertura para outras formas de arte em espaços culturais e de entretenimento. É visível também a falta de preparo do poder público para lidar com os artistas da cidade. Falta diálogo, comprometimento, democracia na distribuição de recursos, incentivo à formação e profissionalização dos artistas e ações de formação de público. Mas será que a falta de incentivo e estrutura são as únicas causas dos problemas enfrentados pelos artistas da ilha? A cidade tem uma enorme quantidade de artistas amadores, que se veem reféns da falta de oportunidades como artista e acabam sucumbindo à necessidade e migrando para outros empregos. Mas quantos artistas realmente profissionais existem aqui? O que o artista francisquense faz para melhorar a qualidade do seu trabalho? Ele estuda? Ele domina todos os processos dentro daquilo que faz? Ele busca assessoria para desenvolver o trabalho
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Grito Coletivo
em áreas que não são tão desejadas, burocracias e partes não artísticas do processo? Dentre as soluções possíveis, existem ações a curto, médio e longo prazo que já poderiam estar em curso e que deveriam ser adotadas a partir de agora, para que em alguns anos tenhamos uma cena cultural mais desenvolvida e que gere mais empregos e renda aos artistas. Fomento de eventos culturais, cursos de profissionalização em diversas áreas técnicas (projetos, formação de equipes de trabalho em cada modalidade artística, captação de recursos, etc), cursos de iniciação artística tantas boas ideias que podem ser postas em prática. Porém a ação que será mais efetiva na profissionalização e desenvolvimento do mercado cultural da cidade é a Lei Municipal de Incentivo à Cultura. Através disso, os artistas e produtores poderão captar verbas para viabilizar seus projetos mediante renúncia fiscal de impostos municipais, bem como permite a criação de um Fundo Municipal de Cultura, que também poderá investir em projetos de artistas francisquenses. A cultura francisquense vem dando pequenos passos em direção à construção de uma cena melhor. Que esta crise nos traga força para lutarmos pelo nosso espaço ao sol, sem vitimismo e enxergando o potencial turístico e cultural da cidade. |||
REORTAGEM
Família calabouço em ação Conheça os grupos que se uniram para fortalecer a musica francisquense TXT E FTO: Graziella Tillmann
São Francisco do Sul, de 2017 São Francisco do junho Sul, junho de 2017
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A
música autoral de São Francisco do Sul está com as esperanças na mão do rap. Nesta reportagem vamos conhecer a Família Calabouço, formada pelo Clã do Subúrbio, In Condicional e Martti Mc. Cada grupo
tem seu ideal, e juntos mesclam suas ideias para criar um som único; ensaiam o repertório na casa de algum integrante e partem para as apresentações promovidas pelos rappers independentes da cidade. Vamos conhecer mais um pouco de cada um?
Clã do Subúrbio O Clã Do Subúrbio (CDS) é formado por Malévigo, Dézão, Mano Orbital, Maikon, Dj Stat. Desde 2012 compõem, produzem beats, músicas, videoclipes e se apresentam até em outras cidades como Joinville, no Delinquent’s Bar e São Bento do Sul. Desde 2015 o Clã do Subúrbio está trabalhando no seu novo cd, Tóxico Ao Sistema. Com previsão de lançamento para o próximo mês, a versão física do álbum trará 16 faixas; no qual 12 delas já estão finalizadas. O novo som é produzido pelo Estúdio 2K. O nome Tóxico Ao Sistema surgiu com influência de um incêndio químico
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Grito Coletivo
ocorrido na cidade em 2013, causando 3 dias de desespero por conta da fumaça que encobriu o céu de vários bairros na região. As músicas trazem letras de posição forte ao que pensam da sociedade: “a gente tentou abordar bastante coisa, como a crítica ao governo, contra o sistema”, fala Malévigo, integrante do grupo. >>>
Faixas pra você curtir: 1- Novo Amanhecer 2- Firme Na Luta 3- Óbito Mental 4- Sabedoria 5- Dor e Luta 6- Monstros 7- Verdades 8- Veja MEus Sonhos 9- Festa na Quebrada 10- Dois Caminhos 11- Mais Um Dia 12- Ilusões e Razões 13- Abre as Trancas 14-MeuCorreMinhaDesgraça 15-OCrimeNãoÉSolução
REORTAGEM
In Condicional, o trio da esperança O In Condicional é outro grupo que está vindo com tudo para fortalecer a música underground. Eles começaram em 2014, ainda com outros integrantes que já o deixaram. Praticavam o rap junto com outros amigos de outros grupos, por brincadeira, até se juntarem definitivamente. Hoje quem compõe o grupo é Mano Jo, Jamaika e Vavá. “Nessa última formação estamos mais em sintonia” confessa Mano Jo. Eles têm de 10 à 12 músicas produzidas, mas nem todas divulgadas, ainda querem esperar decidir se gravam um ep, cd ou videoclipes. Os últimos foram gravados no Estúdio 2K, já apresentado aqui na revista. Eles aparecem, no YouTube, nas músicas dos amigos do Clã do Subúrbio (CDS) e demais Djs que estão disponíveis com os beats. O início da carreira foi quando Mano Jo, em sua época de desempregado colocou no papel o que estava sentindo e mostrou ao amigo Malé (CDS), que gravaram o verso na companhia do produtor Nikolas (conhecido como DJ Stat): “peguei e fui lá pro Calaba (sede do CDS), o Nikolas já começou a botar uns beat em cima ali, tu tu, já metemo o som, dali já fiz outro som, ta ligado, fui escrevendo, aí o Jamaika falou “vamo fechar com o In Condicional?”, e assim Mano Jo conta como se juntou a dupla de rappers.
Quando perguntei o que tiram de dinheiro das apresentações que fazem, a resposta foi uníssona: nada. É de coração, por amor ao rap que se apresentam em batalhas organizadas na cidade ou festivais com palco autoral como a Festilha (festa anual que comemora o aniversário da cidade com comida típica e atrações). Vavá, orgulhoso, disse que o público acompanhou a performance do começo ao fim. Jo trouxe uma reflexão: “o tempo tava chuvoso e não tinha muita gente, mas o que importa é quem tá curtindo, tá ligado”. Eles ainda dizem que a aparelhagem dos locais nunca é tão boa, mas sempre têm equipamentos a disposição. Em uma de suas poucas falas, Jamaika conta o que substitui o pouco investimento nos equipamentos: “a gente se dedica muito nos ensaios”. Todas as sextas eles se encontram com os demais amigos do rap e cantam, produzem, com direito a snapchats e vídeos no instagram. Sobre o que cantam nas músicas, Vavá já introduz: nosso estilo é mais pesado, a gente canta o que a gente vive, como diz o Dezão (CDS) aqui não é só praia, por aqui também tem muita coisa ruim. (...) Mas musicalmente tá legal, tá evoluindo.”. O grupo tem músicas chamadas “Uma Noite de Crime” e “Final Trágico”. |||
São Francisco do junho Sul, junho de 2017 São Francisco do Sul, de 2017
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Martti MC,
de 22 anos é um rapper solo e compõe também a Família Calabouço. Se envolveu com o rap após vir para Santa Catarina, antes ele morava bem longe, em Alagoas, numa cidade chamada Ibatequara.Há 3 anos decidiu fazer rap, e agora desempregado, dedica todo o seu tempo a isso: “Eu sempre fui envolvido com musica tal na outro cidade onde morava participei de uma banda” “Na minha música eu tento abordar múltiplos assuntos, desde protesto até curtição” conta ele sobre as músicas que faz, que também contém um pouco de sua vida pessoal nelas. Ele produz um estilo chamado TRAP, que é um som grave, com batidas fortes. Além de fazer parte da Família Calabouço ele também faz trabalhos audiovisuais “Faço quase todo trampo de Lyric Video Clipe da Familia calabouço”. Há dois meses ele lançou seu EP ‘Versos e Revoltas’ e produziu um clipe que também leva esse nome na música. MAs a produção não para: “Agora no momento estou trabalhando em outro EP que não tem data ainda mas tá em processo”, dessa vez ele pretende produzir os beats, que no outro ep foi feito pelo DJ Stat.
Ouça o EP Versos e Revoltas 20
Grito Coletivo
GCE
PRODUÇÕES O jovem de 23 anos, Jessé Ferreira, começou há pouco mais de um ano sua produtora de vídeos: a GCE Produções. Desde maio de 2016 ele já produziu um clipe do Clã do Subúrbio e Materiais para o grupo In Condicional também. Os trabalhos mais recentes no canal do YouTube, é o Lyric Video da música ‘A Revolta Faz a Ganância Sangrar’, do rapper Mano D. Após morar em São Paulo e voltar para a ilha, Jessé reviu suas paixões e abriu a produtora depois de influência dos amigos. Numa brincadeira deram a ideia e ele pensou: “por que não?”, e da brincadeira levada a sério ele começou a emprestar câmeras, depois alugálas e agora tem sua própria Nikon D3100. O notebook para a edição é básico, mas ele ainda está no começo de sua carreira e focado em melhorar toda a sua produção, assim como já procura um local para alocar sua produtora. Ele faz tudo em casa com a ajuda da namorada Carol. Gravou o clipe Novo Amanhecer do Clã do Subúrbio com uma GoPro e utilizando técnicas com o time-lapse. Aprendeu tudo sobre gravação e edição procurando na internet, assim como fez com o inglês e outros hobbies. “Eu tinha o computador, internet e minha mãe dizia 1’ó aprende aí, pesquisa”, e foi com seu apoio e influência que o novo produtor tem inspiração para gravar entre seu emprego em uma loja de bebidas.
- Madrugaa Fria - Versos e Revoltas - Hologramas - Headshot - Vai Fazer o que agora?
playlist
Rap Autoral
PLAYLIST
SauloMC-Bombaqueestoura
Disponível em: www.youtube.com/ channel/UCK3NLUKDB3p97Hu_MSO6XQ
Piassava-AbraçoFalso[Prod.Magrelo] [Album - Nosso Quintal]
Disponível em: https://www.youtube.
com/watch?v=D8Vs7-w72v0
Sem Apologia - Sempre Firmão
Disponívelem:https://www.youtube. com/watch?v=8SUHQg0UHjQ
São Francisco do Sul, junho de 2017
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InCondicional-FinalTrágico [Prod.Dj Stat] Disponível em:www.youtube.com/ watch?v=HSzt8BBbnR8&t=46s
InCondicional-FinalTrágico [Prod.Dj Stat] Disponível em:www.youtube.com/ watch?v=HSzt8BBbnR8&t=46s
FamíliaCalabouço-Almas[Prod. Dj Stat] Lyric Vídeo Disponível em:www.youtube.com/ watch?v=4C6mpxM39hQ
FamíliaCalabouço-Almas[Prod. Dj Stat] Lyric Vídeo Disponível em:https://www.youtube. com/watch?v=pD4vB3KfDlA
22 Grito Coletivo
Portifólio 2K 2K NA INTERNET
Aqui você fica por dentro de alguns materiais disponíveis no site do 2K pra você acessar e curtir o som autoral mais bem produzido da cidade.
CD TIAGO CONSTANTE - PEDRADA NA VIDRAÇA - 2016 www.tiagoconstante.com.br/
SITE: www.2kestudio.com.br FACEBOOK: www.facebook.com/2kEstudio SOUNDCLOUD: soundcloud.com/2k-estudio Y O U T U B E : w w w. y o u t u b e . c o m / u s e r / kgrochowicz2
EP DEATH KING - “ASCENSÃO” - 2015 soundcloud.com/deathkingoficial/sets/ascencao
CD CLÃ DO SUBURBIO - “NÓIS É QUEBRADA, CD ENTIDADE ILÍCITA - ENTIDADE ILÍCITA NÓIS É FUNÇÃO” - 2015 2016 www.entidadeilicita.wix.com/site soundcloud.com/cl-do-sub-rbio/sets/cla-dosuburbio-nois-e-quebrada-nois-e-funcao-cdcompleto CD HERYN DAE - “HERYN DAE” - 2015 soundcloud.com/heryn-dae/sets/cd-heryn-dae EP MAKAVELICO - “ESSA É A HORA” - 2014 EP PÉ DE BRUXA - “QUE SE DANE O TEMPO” soundcloud.com/sousloco/sets/makavelico-essa-ea-hora-ep - 2015 soundcloud.com/p-de-bruxa/sets/ep-que-se-daneo-tempo-p-de CD HARVAU - “VAU DO ROCK AND ROLL” 2013 EP PAULO REIS - “OS COVARDES NÃO VÃO soundcloud.com/harvau/sets/vau-do-rock-and-roll PARA O CÉU - EP1 - QUEDA” - 2015 soundcloud.com/eupauloreis/sets/os-covardes- EP PAULO REIS - “NUM SEGUNDO nao-vao-para-o-ceu-ep1-queda-1 QUALQUER” - 2013 soundcloud.com/eupauloreis/sets/num-segundoEP PAULO REIS - “OS COVARDES NÃO VÃO qualquer PARA O CÉU - EP2 - PARDAL” - 2015 CD THRASH AVENGER - “TOTAL WAR” - 2013 soundcloud.com/eupauloreis/sets/os-covardes- soundcloud.com/thrashavengeroficial/sets/totalnao-vao-para-o-ceu-ep2-pardal war EP TIAGO CONSTANTE - “DAS ANTIGA” EP 2014 PEDRO DENIS - “TEMPO” - 2014 (GRAVADO soundcloud.com/tiagoconstante/sets/tiagoAO VIVO NO 2K) constante-das-antiga-ep soundcloud.com/pedrodenis/sets/tempo São Francisco do Sul, junho de 2017
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ESPECIAL 2K
#2klivesessions O #2klivesessions é um dos trabalhos que o Estúdio 2K produz, ele conta com gravação de ensaios e gravações ao vivo em 16 canais, incluindo mixagem e masterização do material para você ouvir seu ensaio ou fazer sua demo com alta qualidade.
Solicite seu orçamento: Email: kgrochowicz@hotmail.com Fone: (47) 3444-3518 (47) 9632-7636
Pé de Bruxa A Hora do Cão
Nuvem What You’re Doing
Juan Vanguard Canções que fiz pra Você
Velho Teddy Os Três Porquinhos
Grito Coletivo