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2º TRIMESTRE 2021
p. 6
ASPECTOS DE QUALIDADE DETERMINANTES PARA ESCOLHA DE RAÇÕES PARA PEIXES Tarcila Souza de Castro e Silva, Erika do Carmo Ota & Luis Antonio Kioshi Aoki Inoue
p. 114
TABELA Prebióticos & Probióticos
Edição exclusiva Brasil
62 ESTUDOS EM DIVERSAS ESPÉCIES DEMONSTRAM SUA EFICIÊNCIA. +200 ESTUDOS IN VITRO. EFICAZ CONTRA AS MICOTOXINAS.
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A MELHOR RAZÃO DE
ß-GLUCANAS: MOS, MAIOR ESTABILIDADE
E RESISTÊNCIA NO TRATO DIGESTIVO
EFICAZ EM BAIXAS DOSAGENS
CONTEÚDOS 6
Aspectos de qualidade determinantes para a escolha de rações para peixes Tarcila Souza de Castro e Silva1, Erika do Carmo Ota2, Luis Antonio Kioshi Aoki Inoue3 Zootecnista, Doutora em Ciências, pesquisadora da Embrapa Agropecuária Oeste 2 Bióloga, Doutora em Ciências Ambientais, bolsista DTI/BRS Aqua da Embrapa Agropecuária Oeste 3 Engenheiro Agrônomo, Doutor em Genética e Evolução, pesquisador da Embrapa Agropecuária Oeste 1
16
Farelo de trigo fino como fonte de betaína para aves e suínos
Alessandra Monteiro1 e Alexandre Kessler2 1Animine, Annecy, França 2 Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Departamento de Zootecnia, Porto Alegre, Brasil
22
Como as tecnologias nutricionais na produção de suínos afetam o custo logístico da distribuição dos dejetos? Rafael Araújo Nacimento1 e Augusto Hauber Gameiro2 Doutorando pelo Laboratório de Análises Socioeconômicas e Ciência Animal - Universidade de São Paulo (LAE-VNP-FMVZ/USP) campus Pirassununga 2 Professor Associado ao Departamento de Nutrição e Produção Animal - Universidade de São Paulo (VNP-FMVZ/USP) 1
Aditivos fitogênicos em vacas
30 leiteiras: uma ferramenta para
melhorar a eficiência alimentar José Esler de Freitas Júnior1, Sarah Nogueira da Silva e Silva2, Maria Leonor Garcia Melo Lopes de Araújo3 e Ricardo Diniz Guerra e Silva4 1 Universidade Federal da Bahia (UFBA), Salvador, Bahia. Bolsista de Produtividade em Pesquisa do CNPq - Nível 2 2 Aluna de mestrado do Programa de Pós-graduação em Zootecnia da UFBA 3 Pós-doutoranda do Programa de Pós-graduação em Zootecnia da UFBA 4 Departamento de Anatomia, Patologia e Clínicas Veterinárias, UFBA
1 nutriNews Brasil 2o Trimestre 2021
nutrinewsbrasil.com 40
Uso de probióticos como promotor de crescimento em piscicultura de espécies nativas
Insetos na alimentação pet:
69 benefícios nutricionais e ambientais
Camilla Mariane Menezes Souza1 e Ananda Portella Félix2
Mariana Lins Rodrigues Doutora em Recursos Pesqueiros e Engenharia de Pesca. Universidade Estadual do Oeste do Paraná
48
Importância das pesquisas sobre as exigências nutricionais de vitaminas e minerais para a coturnicultura
Zootecnista, doutoranda em nutrição de animais de companhia, Universidade Federal do Paraná (UFPR) 2 Professora do Departamento de Zootecnia, Universidade Federal do Paraná (UFPR) 1
78
Farinha de resíduo de camarão para frangos de corte
Tainara Ciuffi Euzébio e Tatiana Carlesso dos Santos
Claudson Oliveira Brito1, Arele Arlindo Calderano2, Camilla Mendonça Silva1, Valdir Ribeiro Júnior1, Rayanne Andrade Nunes2, Hallef Rieger Salgado2
Programa de Pós Graduação em Zootecnia, Universidade Estadual de Maringá
56
Departamento de Zootecnia, Universidade Federal de Sergipe 2 Departamento de Zootecnia, Universidade Federal de Viçosa 1
Indicadores de bem-estar associados à conversão alimentar e ao consumo de ração de suínos em crescimento e terminação
Carlos Rodolfo Pierozan1,2, Nathalia de Matos Rodrigues2, Cleandro Pazinato Dias3, Caio Abércio da Silva1
85
Flávio Alves Damasceno1 e Gustavo Ferreira Almeida2
Universidade Estadual de Londrina; Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sudeste de Minas Gerais; 3 Akei Animal Research 1 2
63
Lisolecitina: uma alternativa para aumento no desempenho de bezerras leiteiras durante o período de aleitamento Maria Eduarda Reis e Carla Maris Machado Bittar Departamento de Zootecnia, Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”, Universidade de São Paulo, Piracicaba, SP
2 nutriNews Brasil 2o Trimestre 2021
Influência do sistema compost barn na nutrição, produção e qualidade do leite
Professor e Pesquisador em Compost Barn – Universidade Federal de Lavras (UFLA) 2 Nutricionista de bovinos leiteiros na Gadileite 1
91
O uso de pré e probióticos na alimentação de monogástricos
Márcia Gabrielle L. Cândido Doutora em Construções Rurais e Ambiência – DEA/UFV Redatora nutriNews Brasil
101
Uma nova perspectiva para maximizar o potencial da fibra alimentar total, da xilanase e da saúde intestinal
Diego Parra, William Greenwood e Tiago Tedeschi dos Santos AB Vista
114 Tabela de Prebióticos & Probióticos 2021 Edição Brasil
Importância e benefícios
128 do uso de probióticos no incubatório
Msc. Fabrizio Matté Consultor técnico - Vetanco Brasil
Uma ferramenta eficaz
108 contra os desafios da enterite necrótica
Luis Pantoja1, Joan Molist1, Martina Dardi1, Ellen van Eerden2 HIPRA, Amer (Girona), Espanha Schothorst Feed Research, Lelystad, Países Baixos
1 2
Desenvolvido com exclusiva tecnologia oriunda de moléculas e frações das leveduras extraídas e diferentes processos fermentativos Ação específica para a categoria de aves, integra uma alimentação natural que promove o equilíbrio saudável e potencializa o desenvolvimento de frangos de corte, matrizes e poedeiras
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DESAFIOS NA PRODUÇÃO DE PROTEÍNA ANIMAL Segundo a Organização das Nações Unidas, é esperado que o crescimento populacional para os próximos 30 anos seja de 2 bilhões de pessoas. Assim, em 2050, a população mundial será de 9,7 bilhões e pode chegar a 11 bilhões em 2100. Todo esse novo contingente humano precisa de se alimentar, e isso inclui proteínas de origem animal. Desse modo, temos aqui o primeiro desafio para a indústria produtora de proteína animal, aumentar o volume de alimento produzido para atender a demanda. Porém, temos que ter em mente que não é apenas aumentar a produção de alimento. É necessário aumentar a produção de forma:
Como a indústria de produção de proteína animal é veloz e dinâmica, dentre as novas tecnologias que surgiram, para atender a nova demanda, destacam-se os prebióticos e os probióticos. Atualmente, diversas outras substâncias já entraram no mercado, como os simbióticos e os pós-bióticos.
O fato é que, independentemente da ferramenta a ser escolhida, a nutrição animal e o cuidado com o trato gastrointestinal estão intimamente relacionados com o bom desempenho animal e seu bem-estar
· eficiente · sustentável · com baixo custo · de acordo com as demandas dos consumidores e dos órgãos reguladores Dentre as demandas dos consumidores e que são também regulamentadas, têm-se as restrições ao uso de antibióticos como promotores de crescimento. Que é o segundo desafio enfrentado pelos produtores. Durante muitos anos a indústria de nutrição animal utilizou antibióticos como melhoradores de desempenho. Eles inibiam infecções subclínicas e reduziam a inflamação intestinal, dentre outros benefícios. Porém, o uso indiscriminado dos antibióticos possui “efeitos colaterais “, como a resistência microbiana e destruição da microbiota comensal. Deste modo, o uso de antibióticos com o propósito de desempenho zootécnico começou a ser banido gradativamente e sua substituição se tornou essencial para os nutricionistas.
Além disso, a produção sustentável, demanda essa cada vez mais patente no mundo globalizado, passa pela melhor utilização dos recursos e menor produção de dejetos. Nesse ponto, as novas ferramentas moduladoras da microbiota intestinal atuam de forma primorosa. Para que a indústria de nutrição animal siga alinhada com as demandas, de volume e desejos dos consumidores, é importante estar sempre atento às novidades e com conhecimento pautado em pesquisas relevantes. Os desafios irão sempre surgir, mas cabe aos nutricionistas, pesquisadores, técnicos de campo e demais agentes envolvidos na cadeia de produção animal procurar as melhores opções para oferecer aos clientes produtos de qualidade. O futuro da nutrição animal é de quem age e procura se manter à frente visando bons resultados, mesmo com todos os desafios. Boa leitura! Equipe nutriNews Brasil
EDITOR AGRINEWS LLC
PUBLICIDADE Victoria Yasmin Domingues +55 (41) 99209-1549 nutrisocial@grupoagrinews.com DIREÇÃO TÉCNICA José Ignacio Barragán (aves) David Solà-Oriol (suínos) Fernando Bacha (ruminantes) COORDENAÇÃO TÉCNICA Marcia Gabrielle L. Cândido REDAÇÃO Osmayra Cabrera Márcia Gabrielle L. Cândido Victoria Yasmin Domingues COLABORADORES Alessandra Monteiro Arele Arlindo Calderano Camilla Mariane Menezes Souza Carla Maris Machado Bittar Carlos Rodolfo Pierozan Flávio Alves Damasceno José Esler de Freitas Júnior Mariana Lins Rodrigues Rafael Araújo Nacimento Tainara Ciuffi Euzébio Tarcila Souza de Castro e Silva ADMINISTRAÇÃO Inés Navarro contabilidad@grupoagrinews.com nutribr@grupoagrinews.com https://nutrinewsbrasil.com GRATUITA PARA FABRICANTES DE ALIMENTOS, EMPRESAS DE PREMIX E NUTRICIONISTAS Depósito Legal Nutrinews B-17990-2015 ISSN (Revista impressa) 2696-8126 ISSN (Revista digital) 2696-8134 Preço da subscrição: USD 30,00 (Brasil) USD 90,00 (Internacional) Revista Trimestral
5
A direção da revista não se responsabiliza pelas opiniões dos autores. Todos os direitos reservados. Imagen: Dreamstime nutriNews Brasil 2o Trimestre 2021
ASPECTOS DE QUALIDADE DETERMINANTES PARA ESCOLHA DE RAÇÕES PARA PEIXES Tarcila Souza de Castro e Silva1, Erika do Carmo Ota2 , Luis Antonio Kioshi Aoki Inoue3
rações
1Zootecnista, Doutora em Ciências, pesquisadora da Embrapa Agropecuária Oeste 2Bióloga, Doutora em Ciências Ambientais, bolsista DTI/BRS Aqua da Embrapa Agropecuária Oeste 3Engenheiro Agrônomo, Doutor em Genética e Evolução, pesquisador da Embrapa Agropecuária Oeste
A qualidade das rações é muito importante para o sucesso na criação de peixes. No entanto, vários aspectos devem ser considerados. Por muito tempo, as rações foram adquiridas pelo tamanho dos péletes e pela quantidade de proteína e vitamina C.
No Brasil, vários grupos de pesquisa têm trabalhado para determinar as exigências nutricionais de diversas espécies de peixes, o aproveitamento
A qualidade envolvia, além dos
dos nutrientes presentes em cada
teores desses nutrientes, a cor
ingrediente, o uso consciente da
e o aroma, e mais recentemente
proteína, o uso de aditivos, etc.
a presença de aditivos, como os probióticos.
Baseados nesse conhecimento, muitos pesquisadores demonstram
Entretanto, esses critérios
preocupação no balanço de
começaram a mudar, e a ciência
nutrientes das rações comerciais.
tem contribuído para isto.
6 nutriNews Brasil 2o Trimestre 2021 | Aspectos de qualidade determinantes para a escolha de rações para peixes
1999
1999
A maioria das rações disponíveis no Brasil, na época, era adequada apenas para peixes criados em sistemas semi-intensivos, onde a presença do alimento natural contribuia com a nutrição dos animais.
Em 2016, Bernardo R. José e colaboradores publicaram o artigo “De olho na composição das rações de tilápia”, na revista Panorama da Aquicultura, que aborda a análise da composição química das rações para tilápia em Santa Catarina. A maioria das desconformidades estava relacionada ao conteúdo de proteína bruta e matéria mineral, provavelmente devido à qualidade das matérias-primas utilizadas na formulação dessas rações. Eles ressaltaram que, para a escolha da ração, devem ser considerados os indicadores de qualidade (composição nutricional e digestibilidade dos nutrientes), preço, serviço de atendimento e assistência técnica fornecida pelo fabricante.
Também foram relatadas perdas econômicas relacionadas às deficiências em vitaminas e minerais, ao desbalanço da relação entre energia e proteína e ao manejo alimentar.
2016
2015
Em 2015, Roberto Montanhini Neto e Antônio Ostrensky analisaram a composição e o conteúdo nutricional de rações para tilápia no Brasil e ressaltaram o potencial poluidor das rações, devido ao desbalanço e à indisponibilidade de nutrientes, principalmente nitrogênio e fósforo. Quanto ao fósforo, os autores citaram que, além das perdas pelo excesso de sua fração indisponível (ligado ao fitato), a situação pode ser agravada pelo potencial poluidor da fração disponível, em que somente 30% do fósforo ingerido pelo peixe é retido no organismo. O restante vai para o ambiente por meio das fezes.
Os autores destacaram, ainda, a importância do atendimento dos níveis de garantia pelos fabricantes e da qualidade da ração, proporcionando crescimento em proteína (não gordura) mais rápido e melhor custo-benefício. Sendo assim, para melhorar a qualidade, sugeriram o diálogo entre a indústria, o produtor e/ou associação de produtores e as instituições de pesquisa. Em 2021, nota-se grande quantidade de artigos científicos publicados, porém pouca adoção dessas tecnologias pelo setor. Felizmente, esse cenário começa a mudar com iniciativas como a da Embrapa, ao estimular projetos junto aos parceiros do setor, os chamados projetos tipo III
Ainda em 1999, Fernando Kubitza e José Eurico P. Cyrino, no artigo “Effects of feed quality and feeding practices on the quality of fish: A Brazilian fish culture outlook”, citam que as deficiências minerais na alimentação dos peixes são menos frequentes do que as deficiências vitamínicas. As perdas de vitaminas ocorrem normalmente no processamento e estocagem das rações e na alimentação dos peixes, quando os péletes são colocados em contato com a água (lixiviação).
2021
Quanto à proteína bruta e digestível, os autores citam que as rações foram relativamente adequadas às exigências nutricionais. Porém, o balanço dos aminoácidos não atendeu às recomendações, principalmente com relação à metionina, cuja consequência é o aproveitamento de apenas metade da proteína digestível. Além do efeito poluidor da liberação de nitrogênio ao ambiente, presume-se que os peixes teriam crescimento reduzido e a atividade não seria rentável.
7 nutriNews Brasil 2o Trimestre 2021 | Aspectos de qualidade determinantes para a escolha de rações para peixes
rações
Em 1999, Fernando Kubitza e colaboradores relataram no artigo “Rações comerciais para peixes no Brasil: situação atual e perspectivas”, publicado na revista Panorama da Aquicultura, que as rações estavam em constante melhoria, mas que os problemas nutricionais ainda existiam. Os produtores estavam intensificando a produção sem se preocupar em fornecer aos peixes rações de melhor qualidade.
Esta aproximação é desejada, porque a inovação está atrelada à adoção das tecnologias. Então, é esperado que os resultados das pesquisas sejam “absorvidos” pelas indústrias. Entretanto, os fabricantes de ração, muitas vezes, não são encorajados a utilizar alguns conceitos científicos, como a formulação com base em aminoácidos digestíveis, pois isso pode encarecer as rações e os clientes não estarão dispostos a pagar sem conhecerem os benefícios
Diante disso, é necessária a união de esforços entre as comunidades técnica, científica, industrial e produtiva, com o objetivo de analisar a viabilidade do uso dessas rações e adequá-las à realidade do setor produtivo. O equilíbrio é essencial para a inovação e o sucesso da atividade.
que terão.
Rações formuladas com base no balanceamento de nutrientes digestíveis
rações
podem conter ingredientes mais nobres, proporcionando muitos benefícios “indiretos”, que podem compensar o preço. Neste sentido, destacam-se: crescimento mais rápido dos peixes maior rendimento de filé melhora na qualidade da água O que resultará em mais ciclos de produção, bonificações pelo rendimento do pescado, entre outros.
É compreensível a preocupação dos pesquisadores com o atendimento das exigências nutricionais dos peixes, mas são também justificáveis os objetivos dos fabricantes (atendimento das demandas do mercado) e dos produtores (rações com preços acessíveis e resultados satisfatórios). Juntos, os setores ficarão alinhados ao ponto de os produtores definirem exatamente o que precisam e os fabricantes terem diferentes linhas de produtos para atendê-los.
Para entender a complexidade desse processo é necessário entender como as rações são produzidas e como é determinada a sua qualidade. Assim, torna-se mais fácil para o consumidor saber o que quer e o que precisa.
8 nutriNews Brasil 2o Trimestre 2021 | Aspectos de qualidade determinantes para a escolha de rações para peixes
COMO A RAÇÃO É PRODUZIDA De forma geral, para elaborar uma ração é necessário conhecer os nutrientes dos ingredientes disponíveis e que são aproveitados pela espécie e a fase de desenvolvimento do peixe em questão. Deve-se, também, ter conhecimento
Vale ressaltar que os ingredientes
das exigências nutricionais e da
selecionados devem passar por um
interação nos nutrientes.
controle de qualidade e padronização da composição nutricional.
Assim, é possível fazer a mistura dos ingredientes para
Os alimentos devem ser bem
fornecer todos os nutrientes
conservados e livres de substâncias
necessários ao crescimento
rações
contaminantes e/ou tóxicas.
dos peixes.
O conteúdo nutricional e o custo são determinantes para a seleção dos ingredientes das formulações. De forma geral e resumida, a mistura formulada passa pelo processo de:
1 Moagem
2 Extrusão
3 Secagem
4 Embalagem
5 Expedição
Esses processos são complexos e envolvem calor e pressão na formação dos péletes, os quais podem alterar a disponibilidade de nutrientes.
9 nutriNews Brasil 2o Trimestre 2021 | Aspectos de qualidade determinantes para a escolha de rações para peixes
ASPECTOS DA QUALIDADE DE RAÇÕES
São variáveis que podem ser analisadas em laboratório. Algumas também podem ser realizadas nas próprias linhas
A qualidade da ração é avaliada
de produção por equipamentos
pelos aspectos físicos, químicos e
apropriados, como o NIRS
biológicos.
(espectroscopia no infravermelho próximo).
Cor Atividade de água
Odor Densidade (quanto ao tamanho e uniformidade)
rações
Textura
Os aspectos físicos englobam a conformidade de informações do rótulo e as Taxa de expansão Flutuabilidade características dos péletes, tais como: Quantidade de pó Índice de durabilidade ou finos
A presença de contaminantes, como toxinas e microrganismos patogênicos, relaciona-se com as características químicas e microbiológicas da ração, respectivamente.
Os ingredientes podem estar contaminados ou a ração ser contaminada durante o processamento.
Ausência de partículas visíveis dos ingredientes (moagem/granulometria)
Estabilidade (as perdas de nutrientes na água nos primeiros minutos)
Porém, as fábricas trabalham com programas de garantia de qualidade, como BPF (Boas Práticas
Grande parte dessas variáveis pode
de Fabricação) e APPCC
ser observada pelo próprio produtor e
(Análise de Perigos e Pontos
algumas práticas podem ser conferidas
Críticos de Controle) para
em uma publicação da Embrapa (Freitas
evitar esse tipo de problema.
et al., 2016). Destaca-se que elas são diretamente afetadas pelo processamento.
Umidade
Lípidos Aditivos
Fibras
Aminoácidos
Os aspectos químicos são diretamente relacionados à formulação. A composição química ou composição nutricional é aquela, em sua maioria, apresentada nos rótulos das embalagens, tais como:
Minerais Vitaminas Proteína Energia
10 nutriNews Brasil 2o Trimestre 2021 | Aspectos de qualidade determinantes para a escolha de rações para peixes
É preciso considerar que o mesmo fabricante e o mesmo
O QUE OS PRODUTORES PRECISAM
ingrediente podem alterar algumas características da ração ao longo do ano, pois a formulação varia de acordo com a disponibilidade e o lote de ingredientes.
Os fabricantes, muitas vezes, possuem técnicos competentes, equipamentos adequados, controle de qualidade, acesso às tecnologias, matérias-primas de qualidade,
No entanto, o padrão de
assistência ao produtor e produzem ótimos
qualidade deve ser mantido.
produtos.
No entanto, os produtos comerciais normalmente são resultantes das demandas de muitos produtores, que baseiam suas escolhas de ração nos teores de proteína bruta, vitamina C, preço, prazo e logística.
rações
O último, e o mais importante, é o aspecto biológico, que leva em consideração a segurança e a composição nutricional dos ingredientes para a formulação das rações e as transformações destas após consumidas.
Estas são características relevantes, porém, é necessário acompanhar os resultados de desempenho e avaliar o custo/benefício das rações.
Além da formulação, este aspecto sofre influência no processo de fabricação, ou seja, com a substituição de ingredientes ou no processamento, a disponibilidade dos nutrientes para os peixes pode ser alterada. Por sua vez, o resultado esperado é que a quantidade de nutrientes que será aproveitada pelos peixes seja suficiente para que cresçam rapidamente e com saúde.
A aquicultura é uma das atividades mais difíceis de ser controlada e acompanhada, uma vez que a água dificulta a visualização dos animais. Além disso, é nesse ambiente que os organismos aquáticos se alimentam e, também, liberam seus resíduos.
11 nutriNews Brasil 2o Trimestre 2021 | Aspectos de qualidade determinantes para a escolha de rações para peixes
Assim, será possível obter os índices de desempenho de cada lote, tais como ganho Mesmo assim, o acompanhamento ou controle da produção é a melhor ferramenta para o sucesso da atividade e para que o produtor conheça qual é a melhor
de peso, conversão alimentar, eficiência de utilização da ração, taxa de crescimento, custos de produção, taxa de eficiência econômica da ração e, como consequência, o índice de produtividade.
ração para o seu sistema de produção.
Os produtores precisam saber o que os consumidores querem para que possam definir, de acordo com a estrutura/água
Para isso, o piscicultor deve controlar, em cada tanque ou viveiro: quantidade de peixes alocados peso dos peixes
rações
densidade mortalidade quantidade de ração fornecida duração do ciclo peso ao abate todos os custos e lucros
disponível: a quantidade de ciclos necessários por ano o tamanho dos peixes para o abate a quantidade de peixes estocados a qualidade o rendimento de filé necessários para atendê-los. Os itens a serem priorizados na produção, considerando mercado, custos e lucratividade, é que definirão a ração que deve ser utilizada.
12 nutriNews Brasil 2o Trimestre 2021 | Aspectos de qualidade determinantes para a escolha de rações para peixes
As contas devem fechar! As rações de alta performance tendem a ser mais caras. Então, o acompanhamento e o manejo adequado da produção e da qualidade de água são aliados para determinarem a rentabilidade de acordo com a ração escolhida. Por exemplo, se um tilapicultor tem alta
Isso não quer dizer que algumas rações possam ter
demanda de tilápias para a produção de
essas características e terem custos mais acessíveis.
filé e é bem valorizado pelo rendimento,
Isso irá depender do preço dos ingredientes de
é válida a produção intensiva com
melhor qualidade e do processamento de cada
balanceamento e aproveitamento dos nutrientes e talvez até com a presença de aditivos.
Assim, os peixes crescerão rápido, com saúde e depositarão mais carne, o que refletirá em maior tamanho de filé a ser comercializado. Sem contar o menor potencial poluidor, mantendo a qualidade de água por mais tempo. No entanto, de nada adianta uma ração premium se o manejo alimentar não estiver adequado.
O custo de uma ração pode ser mais alto, porém, quando se consideram os resultados que seu uso adequado proporciona, ela pode se tornar mais econômica que outras de qualidade inferior. Nesses pontos, a assistência técnica e a pesquisa podem ajudar.
indústria. A logística influencia bastante também.
SETORES DA CADEIA PRODUTIVA E A QUALIDADE DAS RAÇÕES ESPECÍFICAS PARA OS SISTEMAS DE PRODUÇÃO O produtor ou técnico deve definir o tipo de produto que precisa e depois procurar as melhores ofertas no mercado. Por isso, é interessante saber como a ração é produzida e como pode ser feito o acompanhamento do padrão de qualidade.
Muitos aspectos físicos podem ser observados pelo próprio produtor a cada lote de ração que adquire. Depois, deve acompanhar sua produção para saber o custo-benefício do produto escolhido. Para isso, é necessário ter o controle da produção. Este controle é usado como forma de validar suas escolhas e de acompanhar a qualidade das rações, pois estas refletem diretamente no desempenho dos peixes.
13 nutriNews Brasil 2o Trimestre 2021 | Aspectos de qualidade determinantes para a escolha de rações para peixes
rações
ração de alta performance, com ótimo
Por sua vez, a pesquisa tem a
A marca ideal não será mais importante
oportunidade de compartilhar o
que o produto escolhido pelos
conhecimento sobre nutrição e
produtores/técnicos em cada produção.
alimentação e avaliar o custo-benefício das rações, bem como os sistemas de produção adotados. A indústria produz, baseada na ciência e na tecnologia, produtos com qualidade e específicos para cada sistema de produção, ou seja, rações para as diversas demandas de mercado, como acontece em outras cadeias.
Assim, espera-se que sejam criadas linhas de produtos para produção intensiva, semi-intensiva, tanques-rede e/ou linhas com ênfase em rendimento
rações
de filé, crescimento, manutenção, entre outras.
É sabido também que na piscicultura esta escolha é bem complexa e depende de vários fatores. Em contrapartida, o destaque vem, mais uma vez, para o controle de produção, que deixa de ser um desses fatores para se tornar um grande aliado nesse processo. Com ele é possível não só acompanhar a qualidade da ração escolhida, como também definir o próprio sistema de produção, sem deixar de mencionar que é uma ferramenta essencial para o acompanhamento da rentabilidade/ lucratividade da atividade.
A escolha da melhor ração para os peixes não é fácil de ser definida. Mas os setores unidos serão capazes de ajustar e manter a qualidade das rações às especificidades de cada sistema. A melhor ração será aquela que proporcionará o alcance dos objetivos de cada piscicultor.
Aspectos de qualidade determinantes para a escolha de rações para peixes
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Assim, a aproximação da pesquisa, indústria e campo contribuirá para os processos de melhoria contínua da qualidade e produção e, consequentemente, para o avanço da cadeia produtiva.
Referências bibliográficas sob consulta junto aos autores
14 nutriNews Brasil 2o Trimestre 2021 | Aspectos de qualidade determinantes para a escolha de rações para peixes
FARELO DE TRIGO FINO COMO FONTE DE BETAÍNA PARA AVES E SUÍNOS Alessandra Monteiro1 e Alexandre Kessler2
matérias primas
1Animine, Annecy, França 2Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Departamento de Zootecnia, Porto Alegre, Brasil
A betaína é um aditivo nutricional frequentemente usado na nutrição de aves e suínos devido as suas propriedades osmoprotetoras, além de ser considerada fonte doadora de grupos metil, aumentando a disponibilidade de metionina para a síntese de proteína.
Pesquisas em nutrição humana mostraram que a betaína pode ser encontrada naturalmente em ingredientes derivados do trigo, o que levanta a questão dos subprodutos de trigo poderem ser uma fonte de betaína
16 nutriNews Brasil 2o Trimestre 2021 | Farelo de trigo fino como fonte de betaína para aves e suínos
BETAÍNA NA NUTRIÇÃO DE MONOGÁSTRICOS
Os efeitos do uso de betaína na nutrição de aves e suínos têm sido apresentados desde os meados dos anos quarenta. Um dos interesses na sua utilização tem sido em função que esta apresenta-se como um substituto da metionina sintética nas dietas.
Fosfatidilcolina
Acetilcolina
CBS B6
Cistationina
Betaína Homocisteína aldeída CH3-THF Betaína
Metilação
S-Adenosilhomocisteína
Colina
BHMT
MS
Dimetilglicina
B12 MTHFR THF
Metionina
S-Adenosilmetionina ATP
Glicina
Sarcosina
Serina
A betaína na dieta pode ser utilizada diretamente como doadora de grupo metil (Figura 1), sendo a única fonte doadora de grupos metila prontamente ativa. Ao contrário, a colina precisa ser convertida em betaína em uma reação de duas etapas enzimáticas, ocorrendo principalmente nas mitocôndrias de células hepáticas. A metionina precisa ser ativada através da síntese de S-adenosilmetionina.
matérias primas
Figura 1. Papel da betaína no ciclo da metionina
A betaína está disponível como um aditivo nutricional na forma purificada, e as formas mais populares utilizadas na alimentação são: betaína anidra betaína monofosfato cloridrato de betaína
O cloridrato de betaína apresenta menor solubilidade em água, quando comparada com a betaína anidra e a monoidratada, isto acarreta em sua menor capacidade osmótica. Por outro lado, o cloridrato auxilia no declínio do pH no estômago, assim, potencialmente melhora a digestibilidade de nutrientes em comparação às outras formas.
17 nutriNews Brasil 2o Trimestre 2021 | Farelo de trigo fino como fonte de betaína para aves e suínos
Estudos anteriores realizados na UFRGS indicaram o uso da farinheta e do farelo fino para rações de monogástricos por possuírem em sua composição maior teor de amido e reduzido teor de fibra.
As formas purificadas comercialmente encontradas geralmente se originam a partir da extração de solúveis de melaço de beterraba. A utilização deste subproduto também é sugerida como uma fonte dietética de betaína.
Devido aos altos teores de betaína presente nesses subprodutos, objetivou-se determinar:
matérias primas
Atualmente, devido às pesquisas voltadas para nutrição humana, vários trabalhos têm sido desenvolvidos com o intuito de avaliar a quantidade de betaína presente em alguns alimentos, todas sempre mostrando valores relativamente altos para os subprodutos do beneficiamento do grão de trigo.
a quantidade de betaína presente no farelo de trigo fino, avaliar o desempenho, e o aproveitamento de nutrientes de frangos de corte e suínos em crescimento recebendo dieta com inclusão de farelo fino de trigo como fonte de betaína.
Como o processamento do grão do trigo é feito por diversas moagens diferentes subprodutos são gerados, com variados valores nutricionais e concentrações de betaína (Tabela 1).
Tabela 1. Concentração de betaína presente no grão de trigo e alguns subprodutos SUBPRODUTO
BETAÍNA mg/100 g
REFERÊNCIA
Trigo, farelo
2675
Westberg (1951)
Trigo, farinheta
2675
Westberg (1951)
Trigo, grão
1400
Kidd et al. (1997)
Trigo, grão
3960
Chendrimada et al. (2002)
Trigo, farinheta
4980
Chendrimada et al. (2002)
Trigo, farelo
1506
Zeisel et al. (2003)
Trigo, gérmen
1395
Zeiseil et al. (2003)
Trigo, farelo
1339
Zeiseil et al. (2003)
Trigo, gérmen
1241
Zeiseil et al. (2003)
18 nutriNews Brasil 2o Trimestre 2021 | Farelo de trigo fino como fonte de betaína para aves e suínos
O consumo de ração e o ganho de peso foram menores para as aves que receberam farelo de trigo fino na dieta, embora a conversão alimentar tenha sido a mesma entre os tratamentos (Figura 2).
BETAÍNA PARA AVES E SUÍNOS Dois experimentos foram realizados na UFRGS com o intuito de avaliar a possibilidade de suplementação de betaína
1,9 1,8 1,7 1,6 1,5 1,4 1,3 1,2 1,1 1,0
por meio do farelo de trigo fino.
EXPERIMENTO 1 Foram usados 320 frangos de corte, dos 8 aos 28 dias de idade, distribuídos em um delineamento em blocos casualizados, com 5 tratamentos e 8 repetições por tratamento (8 aves/repetição). As dietas experimentais foram as seguintes:
a
a
a ab
b
c
a ab abc bc
Ganho de peso, kg Consumo de ração, kg Met Bet FTFFTF+ CN
Figura 2. Desempenho de frangos de corte aos 28 dias de idade recebendo dietas com diferentes fontes de doadores de grupo metila. CN, controle negativo formulado com 72% das exigências em metionina+cisteína; Met, formulado com 85% das exigências em metionina+cisteína, por meio da suplementação de DL-metionina; Bet, formulado com 85% das exigências em metionina+cisteína, por meio da suplementação de betaína anidra; FTF-, formulado com 72% das exigências em metionina+cisteína, por meio da suplementação de farelo de trigo fino; FTF+, formulado com 85% das exigências em metionina+cisteína, por meio da suplementação de farelo de trigo fino e DL-metionina.
Tanto a suplementação de DL-metionina quanto a de betaína anidra apresentaram o mesmo coeficiente de metabolizabilidade dos nutrientes. Os valores mais baixos de digestibilidade da energia bruta foram para os tratamentos com inclusão do farelo de trigo fino (Figura 3). 90 80 70 60
c c
a ab ab a b
50 40 30 20
Excretas foram coletadas para determinação dos coeficientes de metabolizabilidade da matéria seca (MS), energia bruta (EB) e proteína bruta (PB).
b a ab b b
b a a
Matéria seca, % Proteína pura, % Energia bruta, % Met Bet FTFFTF+ CN
Figura 3. Coeficientes de metabolizabilidade dos nutrientes em frangos de corte aos 28 dias de idade recebendo dietas com diferentes fontes de doadores de grupo metila.
19 nutriNews Brasil 2o Trimestre 2021 | Farelo de trigo fino como fonte de betaína para aves e suínos
matérias primas
FARELO DE TRIGO FINO COMO FONTE DE
EXPERIMENTO 2
CN, controle negativo formulado com 80% das exigências em metionina+cisteína;
Foram usados 30 suínos inteiros, alojados em gaiolas metabólicas e distribuídos em um delineamento em blocos casualizados, com cinco tratamentos e 6 repetições por tratamento.
Met, CN suplementado com DL-metionina Bet, CN suplementado com betaína anidra FTF-, CN suplementado com farelo de trigo fino
Os blocos consistiram de dois períodos de 15 dias, nos quais o peso inicial foi de 32±1.30 e 45±1.32 kg, no período 1 e 2, respectivamente. As dietas experimentais seguiram o mesmo raciocínio do Experimento 1.
FTF+, CN suplementado com farelo de trigo fino e DL-metionina
matérias primas
Fezes e urina foram coletadas para determinação dos coeficientes de digestibilidade da matéria seca (MS) e energia bruta (EB), bem como os níveis de energia digestível (ED) e energia metabolizável (EM) e o balanço de nitrogênio.
Embora não se tenha observado efeito dos tratamentos nos parâmetros de digestibilidade, o nitrogênio ingerido foi mais baixo quando os suínos receberam o farelo de trigo fino, porém a retenção de nitrogênio e o valor biológico da proteína dietética foram os mesmos do tratamento Met (Figura 4). 55 50
0,70 0,60 0,60 0,50 0,40 0,30 0,20 0,10 0,00
ab ab a b b
45 40 35 30 25 20
N ingerido, g/d CN
N retenido, g/d Met
Bet
Valor biológico da proteína dietética, g/g FTFFTF+
Figura 4. Balanço de nitrogênio de suínos em crescimento recebendo dietas com diferentes fontes de doadores de grupo metila.
Isso indica que o nitrogênio das dietas com farelo de trigo fino foi utilizado com a mesma eficiência ao da dieta suplementada com DL-metionina, o que pode ser comprovado pela falta de diferenças significativas no desempenho (Figura 5). 1,9 1,8 1,7 1,6 1,5 1,4 1,3 1,2 1,1 1,0
a
1,1
a a ab b
a ab abc bc
1,0 1,0 0,9
c
0,9 0,8 Consumo de ração, kg/d CN
Met
0,8 Bet
Ganho de peso, kg/d FTF-
FTF+
Figura 5. Desempenho de suínos em crescimento recebendo dietas com diferentes fontes de doadores de grupo metila
CONCLUSÕES O farelo de trigo fino apresentou em sua composição 12 g/kg de betaína, mas dietas com este ingrediente fibroso não demonstraram benefícios da betaína presente no desempenho e metabolismo de frangos de corte. Para suínos, entretanto, a betaína presente no farelo de trigo fino é biodisponível para manter a retenção de nitrogênio e o desempenho. Farelo de trigo fino como fonte de betaína para aves e suínos
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20 nutriNews Brasil 2o Trimestre 2021 | Farelo de trigo fino como fonte de betaína para aves e suínos
COMO AS
TECNOLOGIAS NUTRICIONAIS NA PRODUÇÃO DE SUÍNOS AFETAM O CUSTO LOGÍSTICO DA DISTRIBUIÇÃO DOS DEJETOS?
dejetos
Rafael Araújo Nacimento1 Augusto Hauber Gameiro2 1 Doutorando pelo Laboratório de Análises Socioeconômicas e Ciência Animal - Universidade de São Paulo (LAE-VNP-FMVZ/USP) campus Pirassununga 2 Professor Associado ao Departamento de Nutrição e Produção Animal - Universidade de São Paulo (VNP-FMVZ/USP) e Coordenador do Laboratório de Análises Socioeconômicas e Ciência Animal (LAE), Campus Pirassununga
Os benefícios da utilização dos dejetos suínos como fertilizante são amplamente conhecidos e reconhecidos. Dentre esses benefícios, aspectos econômicos como redução nos custos com adubação e aumento da produtividade de pastagens e lavouras se entrelaçam com benefícios ambientais, como reuso dos nutrientes (principalmente nitrogênio, fósforo e potássio) e aumento da microbiota do solo.
22 nutriNews Brasil 2º Trimestre 2021 | Como as tecnologias nutricionais na produção de suínos afetam o custo logístico da distribuição dos dejetos?
Porém, o uso dos dejetos suínos como fertilizantes requer bastante cuidado. É sabido que, à parte de seus efeitos benéficos, existem os efeitos negativos que esse pode causar quando usado de forma desordenada. Impactos ambientais negativos como:
No entanto, nos anos recentes, o desenvolvimento e emprego de tecnologias nutricionais nas dietas de suínos vêm ganhando cada vez mais espaço na produção.
Valoração da matriz nutricional dietética;
eliminação de gases de mau odor,
contaminação de águas subterrâneas, bem como o acúmulo de minerais como fósforo nos campos e no lençol freático são exemplos desse mau uso. Agravando o quadro, tem-se correlacionado o surgimento de microrganismos resistentes a determinados antibióticos a exposições prolongadas dos microrganismos a elementos determinados presentes no dejeto suíno.
Suplementações com aminoácidos cristalinos e/ou enzimas, assim como; Emprego de fontes orgânicas de microminerais
São exemplos de tecnologias nutricionais que, quer seja pelo impacto econômico, representado pela redução dos custos de produção dietéticos, quer seja pela melhor utilização dos nutrientes (e o apelo ambiental que esse exerce), vem se destacando na suinocultura.
dejetos
eutrofização de corpos d’água e
Porém, questionamentos referentes ao tamanho da área agrícola que esses dejetos poderão atender a partir da utilização das tecnologias nutricionais; o impacto da utilização dessas tecnologias sobre o custo logístico dos dejetos suínos; ou ainda, a forma com que os equipamentos utilizados para a distribuição dos dejetos interferem nos custos logísticos dessa distribuição, são pouco estudados. De fato, pouco se fala sobre o assunto, o que carece de uma abordagem mais ampla.
Deste modo, impulsionados por estes questionamentos e pela carência de pesquisas neste âmbito, pesquisadores do Laboratório de Análises Socioeconômicas e Ciência Animal (VNP-FMVZ/USP) em parceria com a Embrapa Pecuária Sudeste e Embrapa Suínos e Aves, buscaram responder a estas perguntas utilizando uma metodologia mista a partir de dados de pesquisa sobre o desempenho de animais submetidos a diferentes estratégias nutricionais e a proposição de modelos matemáticos para o cálculo do custo logístico e de distribuição de dejetos.
23 nutriNews Brasil 2º Trimestre 2021 | Como as tecnologias nutricionais na produção de suínos afetam o custo logístico da distribuição dos dejetos?
A metodologia utilizada
A primeira fase da pesquisa teve início com o estudo dos efeitos da utilização das tecnologias nutricionais sobre o desempenho e a composição química dos dejetos dos suínos.
Para tanto, os animais foram submetidos a cinco tratamentos, que foram:
dejetos
C0: dieta convencional a base de milho e farelo de soja, atendendo as exigências nutricionais dos animais (dieta controle); C1: dieta com redução de cálcio e fósforo na matriz nutricional e suplementada com fitase de acordo com as recomendações da empresa fornecedora; C2: dieta suplementada com minerais orgânicos, substituindo 40% dos minerais inorgânicos na dieta (principalmente cobre e zinco);
Para que o dejeto coletado se assemelhasse ao máximo possível àquele produzido em condições de campo, foram projetadas canaletas de escoamento dos dejetos para cada baia. Estas eram revestidas por lona plástica que terminavam em baldes capazes de estocar todo o dejeto produzido na semana. Assim, fezes, urina, águas residuais, bem como o desperdício de ração, proveniente dos quatro suínos alojados em cada baia, foram coletados e pesados, sendo o conteúdo de cada baia amostrado para posterior análise da quantidade de nitrogênio, fósforo e potássio. Na segunda parte da pesquisa, teve-se a proposição dos modelos matemáticos para o cálculo da distribuição dos dejetos e do custo logístico da distribuição.
É importante ter-se o entendimento do que seriam modelos matemáticos e qual seu objetivo neste contexto.
C3: dieta com redução da proteína bruta na matriz nutricional e suplementada com aminoácidos cristalinos; e C4: todas as estratégias nutricionais somadas (C1+C2+C3). A partir destes tratamentos, foram coletados parâmetros referentes ao desempenho zootécnico (peso e consumo de ração) bem como o dejeto produzido pelos animais.
24 nutriNews Brasil 2º Trimestre 2021 | Como as tecnologias nutricionais na produção de suínos afetam o custo logístico da distribuição dos dejetos?
Modelos são simplificações da realidade, neste caso, a partir de equações matemáticas propostas para estimar o custo logístico e a distribuição dos dejetos. Ou seja, tendo em vista a impossibilidade do acompanhamento e conferência de toda a distribuição do
Para estimar os custos com a distribuição dos dejetos provenientes de cada tratamento, foram simuladas a utilização de trator (75 cv) acoplado a um tanque com capacidade para 4,30 m³ e caminhão-tanque (238 cv) com
dejeto suíno da forma real com que ocorre no mundo, no Brasil, ou em qualquer outro estado brasileiro, os modelos matemáticos propõem de maneira simplificada a forma com que isto ocorreria.
capacidade para 15 m³. Os preços e coeficientes técnicos foram coletados para a Mesorregião de Campinas de acordo com o método usado pelo Grupo de Pesquisa e Extensão em Logística Agroindustrial (ESALQ-LOG).
Para o cálculo da distribuição dos dejetos, determinou-se, a partir de relatórios produtivos, o que seria uma granja de: ciclo completo pequeno (300 matrizes), médio (650 matrizes) e grande porte (1000 matrizes) no estado de São Paulo.
Foi determinado o número de animais em cada categoria (matrizes gestantes, lactantes, animais em creche, recria e terminação) e, em seguida, foi estimada a quantidade de dejeto produzida em cada categoria e no total, de modo a simular o que seria armazenado em uma esterqueira em 120 dias de produção, nas três escalas de produção propostas (Kunz et al. 2005; Martins et al. 2012). Em seguida, foi simulada como se todo esse dejeto produzido fosse utilizado na fertilização de uma lavoura de milho com meta de produção de 6 t ha-1 (Aguiar et al. 2014).
dejetos
Da mesma forma podemos atribuir um modelo matemático para o cálculo do custo logístico de distribuição. Modelos matemáticos vêm sendo desenvolvidos nas linhas de pesquisa do LAE com o objetivo de analisar o custo econômico e desempenho ambiental de diferentes sistemas agropecuários.
Os dejetos apresentaram-se mais concentrados O primeiro ponto a ser observado diz respeito à composição química deste dejeto. No estudo, foi observado maiores níveis de N, P e K e matéria seca quando comparado a outros estudos. Os resultados da composição química apresentaramse superiores aos valores propostos por Oliveira et al. (2001) (N: 2,2 kg t-1, P: 0,6 kg t-1, K 0,9 g kg-1) e Baral et al. (2017) (N: 3,5 g kg-1, P: 0,7 g kg-1, K: 2,2 kg t-1). No entanto, vale ressalvas para a composição de matéria seca apresentada pelos autores, 1,6 e 3,7%, respectivamente, e neste estudo (13%), bem como do tempo de armazenamento.
25 nutriNews Brasil 2º Trimestre 2021 | Como as tecnologias nutricionais na produção de suínos afetam o custo logístico da distribuição dos dejetos?
As tecnologias nutricionais reduziram o conteúdo de N, P e K dos dejetos A concentração de nutrientes está diretamente ligada à quantidade de água
O uso das estratégias nutricionais reduziu, em média, 9,0 kg t-1 as quantidades de N nos dejetos (com máximo de 10,37 kg t-1 para C3), 0,13 kg t-1 de P (com máximo de 0,23 kg t-1 para C4), e 0,69 kg t-1 de K (com máximo de 0,99 kg t-1 para C1) quando comparado aos dejetos oriundos de suínos submetidos a dieta controle (Figura 1). É sabido que dietas desbalanceadas e o uso excessivo de ingredientes proteicos promovem um aumento na excreção de nutrientes, principalmente N. Com isso, a partir do uso das tecnologias nutricionais e sua atuação sobre a matriz nutricional das dietas, resulte em melhor aproveitamento e redução da eliminação de nutrientes nos dejetos.
(Oliveira 1993).
Kg/t
79,23
80 70 60 50 40 30 20 10 0
4,82
1,01
3,83
71,88
0,98
4,37
71,01
0,79
4,41
68,86
0,97
69,17
3,9
0,78
K CO
C1
C2 C3 Tecnologia nutricional
P
N
Nutriente
dejetos
presente no dejeto, ou seja, maiores volumes de água usados diluem os nutrientes. Neste estudo, o método de limpeza adotado foi de remoção mecânica das sujidades sem uso de água. Sabendo que a concentração é benéfica pois reduz o volume de dejetos por área de lavoura (Diesel et al. 2002), visando o atendimento de suas exigências nutricionais em N-P-K, o apelo sobre o uso racional de água na suinocultura é reforçado, uma vez que 30% de todo dejeto suíno produzido corresponde a água oriunda da limpeza
C4
K
P N
Figura 1. Níveis de nitrogênio (kg/t), fósforo (kg/t) e potássio (kg/t) no dejeto de suínos em crescimento e terminação alimentados com dietas suplementadas com diferentes tecnologias nutricionais C0 – dieta convencional a base de milho e farelo de soja, atendendo as exigências nutricionais de suínos machos castrados; C1 – dieta suplementada com fitase; C2 – dieta suplementada com minerais orgânicos em 40% de substituição dos minerais inorgânicos; C3 – dieta com matriz nutricional reduzida para proteína bruta e suplementada com aminoácidos cristalinos; C4 – todas as tecnologias nutricionais somadas. Fonte: adaptado de Afonso et al. (2020)
26 nutriNews Brasil 2º Trimestre 2021 | Como as tecnologias nutricionais na produção de suínos afetam o custo logístico da distribuição dos dejetos?
As tecnologias nutricionais reduziram a área necessária para a absorção dos dejetos De acordo com o estudo, as tecnologias nutricionais apresentaram menor área necessária para sua distribuição e consequentemente, menor distância a ser percorrida para tal (km), quando comparado à dieta controle (Figura 2).
200 180 160 140 120 100 80 60 40 20 0
Nesta condição, um maior número de viagens será exigido, uma vez que se tem uma área definida a ser fertilizada e um dejeto com menor potencial
dejetos
fertilizante.
650 CO
C1
C2 C3 Tecnologia nutricional
300
C4
300
1000
Escala de produção (matrizes)
Área (ha)
Tal fato é justificado pelo maior nível de N e maior volume de dejetos produzidos pela dieta controle, quando comparado aos outros tratamentos. No entanto, se o propósito for aquele de atender os requerimentos de determinada lavoura, este benefício pode se tornar um desafio, uma vez que o baixo nível de N-P-K contido no dejeto a partir da utilização das tecnologias nutricionais acarretará menor área atendida e maior volume de dejeto a ser utilizado.
650 1000
Figura 2. Área total (ha) para a distribuição dos dejetos suínos, de acordo com o volume e nível de nitrogênio de suínos em crescimento e terminação alimentados com diferentes tecnologias nutricionais C0 – dieta convencional a base de milho e farelo de soja, atendendo as exigências nutricionais de suínos machos castrados; C1 – dieta suplementada com fitase; C2 – dieta suplementada com minerais orgânicos em 40% de substituição dos minerais inorgânicos; C3 – dieta com matriz nutricional reduzida para proteína bruta e suplementada com aminoácidos cristalinos; C4 – todas as tecnologias nutricionais somadas. Fonte: adaptado de Afonso et al. (2020)
27 nutriNews Brasil 2º Trimestre 2021 | Como as tecnologias nutricionais na produção de suínos afetam o custo logístico da distribuição dos dejetos?
O trator é a melhor opção para a distribuição dos dejetos?
No entanto, o menor tempo e número de viagens não foram suficientes para reduzir o custo de transporte e distribuição, sendo até duas vezes maior do que o trator-tanque (Figura 3). Porém, é possível que em distâncias maiores, o custo de distribuição com o caminhão-tanque seja reduzido, tornando-se viável (conforme identificado por Nolan et al. (2012)).
7,00 6,50 6,00 5,50
1000
olo
C0
Tec n
Caminhão-tanque
Trator-tanque
650
Caminhão-tanque
Trator-tanque
300
Caminhão-tanque
Trator-tanque
C2 C1
ricio
4,00
C4 C3
nut
4,50
nais
5,00
gias
Custo de transporte (R$/m3)
dejetos
De acordo com os resultados do estudo, o caminhão-tanque apresentou maior custo de distribuição por hora trabalhada (Figura 3). Trazendo para valores atuais (US$ 1,00 = R$ 5,53), o custo de distribuição por hora trabalhada foi de R$ 256,81 e R$ 94,95 para caminhão-tanque e trator-tanque, respectivamente.
De modo geral, o maior custo por hora é justificado pelo consumo de combustível e o custo de mecanização, o que está diretamente ligado à maior força de tração e capacidade de transporte dos dejetos a partir do caminhão-tanque, quando comparado ao tratortanque. Todavia, a partir de sua maior capacidade de carga, o número de viagens e o tempo gasto foram menores para o caminhão-tanque.
6,50-7,00 6,00-6,50 5,50-6,00 5,00-5,50 4,50-5,00 4,00-4,50
Sistema de distribuição / Escala de produção (N de matrizes) Figura 3. Custo de transporte e distribuição de dejetos suínos (R$/m3) a partir de suínos suplementados com diferentes tecnologias nutricionais e diferentes equipamentos de distribuição C0 – dieta convencional a base de milho e farelo de soja, atendendo as exigências nutricionais de suínos machos castrados; C1 – dieta suplementada com fitase; C2 – dieta suplementada com minerais orgânicos em 40% de substituição dos minerais inorgânicos; C3 – dieta com matriz nutricional reduzida para proteína bruta e suplementada com aminoácidos cristalinos; C4 – todas as tecnologias nutricionais somadas. Fonte: adaptado de Afonso et al., (2020)
28 nutriNews Brasil 2º Trimestre 2021 | Como as tecnologias nutricionais na produção de suínos afetam o custo logístico da distribuição dos dejetos?
Qual foi nossa conclusão geral?
O uso das diferentes tecnologias nutricionais reduziu os custos de transporte e distribuição dos dejetos a partir da redução da área necessária para a distribuição dos dejetos bem como a distância percorrida para tal.
No entanto, caso se tenha o interesse de utilizar o dejeto como fertilizante de modo a atender uma determinada área agrícola, serão necessários maiores volumes de dejeto caso este seja oriundo de suínos submetidos a dietas contendo tecnologias nutricionais.
O caminhão-tanque apresentou o maior custo por hora trabalhada em relação ao trator-tanque, levado principalmente pelos maiores custos com mecanização e combustível. O maior volume de carga e menor número de viagens levados para a disposição dos dejetos não foram suficientes para tornar o sistema caminhão-tanque economicamente mais eficiente do que o sistema trator-tanque nas distâncias sugeridas. No entanto, essa inversão pode ser possível em maiores distâncias.
dejetos
A partir dos resultados deste estudo, concluiuse que a inclusão das tecnologias nutricionais reduziu o volume de dejetos produzidos assim como a liberação de N, P e K nos dejetos. No entanto, a discrepância entre os volumes de dejetos produzidos demonstrados neste estudo àqueles citados na literatura técnico-científica indicam que a conscientização sobre o manejo de recursos hídricos na suinocultura se faz necessária.
Texto baseado no artigo de Afonso, E. R.; Nacimento, R. A.; Palhares, J. C. P. e Gameiro, A. H. 2020. How can nutritional strategies and feed technologies in pig production affect the logistical costs of manure distribution? Revista Brasileira de Zootecnia 49:e20190045. https://doi.org/10.37496/rbz4920190045
Como as tecnologias nutricionais na produção de suínos afetam o custo logístico da distribuição dos dejetos?
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29 nutriNews Brasil 2º Trimestre 2021 | Como as tecnologias nutricionais na produção de suínos afetam o custo logístico da distribuição dos dejetos?
ADITIVOS FITOGÊNICOS EM VACAS LEITEIRAS: UMA FERRAMENTA PARA MELHORAR A EFICIÊNCIA ALIMENTAR José Esler de Freitas Júnior1, Sarah Nogueira da Silva e Silva2, Maria Leonor Garcia Melo Lopes de Araújo3 e Ricardo Diniz Guerra e Silva4
fitogênicos
1 Universidade Federal da Bahia (UFBA), Salvador, Bahia. Bolsista de Produtividade em Pesquisa do CNPq - Nível 2. 2 Aluna de mestrado do Programa de Pós-graduação em Zootecnia da UFBA. 3 Pós-doutoranda do Programa de Pós-graduação em Zootecnia da UFBA. 4 Departamento de Anatomia, Patologia e Clínicas Veterinárias, UFBA.
INTRODUÇÃO A produção de leite deve enfrentar
Diante desses desafios, o uso de
vários desafios para os próximos anos.
antibióticos tem sido um dos temas
Dentre eles, é possível destacar as
mais questionados na produção
reduções na emissão de amônia, metano
animal. Essa preocupação crescente ao
e no uso de antibióticos. Por outro
longo dos anos é atribuída a possível
lado, estudos têm sido desenvolvidos
contribuição desses compostos com
com o objetivo de melhorar os cuidados
a produção de resíduos ou resistência
em relação ao bem-estar dos animais,
bacteriana, o que pode representar
uma vez que têm influência direta na
risco à saúde humana (Vendramini et al.,
qualidade da carne e leite de ruminantes.
2016; Santos et al., 2019).
30 nutriNews Brasil 2o Trimestre 2021 | Aditivos fitogênicos em vacas leiteiras: uma ferramenta para melhorar a eficiência alimentar
Dessa forma, nos últimos anos, estudos têm sido desenvolvidos com o objetivo de explorar métodos alternativos que promovam modificações favoráveis no metabolismo ruminal com a finalidade de melhorar a eficiência alimentar e a produtividade animal.
LASALOCIDA MONENSINA SALINOMICINA NARASINA MADURAMICINA
São ionóforos carboxílicos comumente usados como promotores de crescimento para ruminantes. Dentre esses aditivos, a monensina é o ionóforo mais amplamente utilizado na produção de ruminantes.
antibióticos na produtividade animal, tanto em relação ao crescimento e eficiência alimentar em ruminantes e animais monogástricos, com o passar dos anos, tem sido considerado uma preocupação e risco à saúde humana pela União Europeia.
fitogênicos
Apesar dos benefícios descritos do uso de Extratos de plantas contém uma grande variedade de compostos orgânicos, como os óleos essenciais, que segundo descrito na literatura científica apresentam propriedades e atividades antimicrobianas que os tornam alternativas potenciais em substituição aos
Diante disso, através desse órgão foi introduzida uma recente legislação (Regulamento 1831/2003/CE) com o objetivo de proibir o uso cotidiano de promotores de crescimento na alimentação animal.
antibióticos na manipulação da atividade microbiana no ambiente ruminal (Rhodes, 1996). Diante disso, ao longo dos últimos anos, estudos têm sido realizados com o objetivo de avaliar a suplementação de extratos de plantas em dietas para vacas leiteiras, com resultados variáveis possivelmente devido à variabilidade da natureza dos compostos químicos presentes nestes extratos.
31 nutriNews Brasil 2o Trimestre 2021 | Aditivos fitogênicos em vacas leiteiras: uma ferramenta para melhorar a eficiência alimentar
ÓLEO ESSENCIAL: destilação a vapor
EXTRATO SECO: aquoso, hidro-alcoólico, etc.
PLANTA EM PÓ: sem processo de extração
Os óleos essenciais podem ser encontrados em diferentes partes das plantas, incluindo o caule, pétalas, flores, folhas, frutos. Apesar disso, as concentrações desses
OS ÓLEOS ESSENCIAIS (OE)
fitogênicos
compostos dentro das plantas podem ser influenciadas por diferentes fatores tais como o estádio de desenvolvimento da planta, ou fatores ambientais como incidência de luz, temperatura.
Apresentam uma grande variedade de ação antimicrobiana, embora seja descrito efeito mais potente nas bactérias Gram-positivas em comparação às Gram-negativas.
Apesar da variação das concentrações de óleos essenciais dentro das plantas, diversas
Além disso, fungos, protozoários
análises possibilitam a determinação do teor
e vírus também podem ter seu
de moléculas ativas nos ingredientes, de forma
desenvolvimento comprometido
a ter uma boa repetibilidade da eficácia desses
através dos mesmos efeitos biológicos
aditivos.
que os OE causam nas populações
O uso de pós e extratos vegetais
bacterianas no ambiente ruminal.
padronizados em moléculas ativas define um aditivo fitogênico. Conforme relatado por Calsamiglia et al. (2007), os OE além de terem o potencial de Sendo assim, vários fitoquímicos bioativos
modificarem os parâmetros de fermentação
podem ser usados como potenciais alternativas
ruminal, a depender da dose utilizada podem
"naturais" aos aditivos "químicos" para favorecer
também promover mudanças no metabolismo
a modulação da fermentação ruminal e do
ruminal do nitrogênio (N) e diminuir a
desempenho animal.
degradação proteica ou a produção de amônia no rúmen.
32 nutriNews Brasil 2o Trimestre 2021 | Aditivos fitogênicos em vacas leiteiras: uma ferramenta para melhorar a eficiência alimentar
Dessa forma, a inclusão de OE nos sistemas produtivos está associada com efeitos benéficos, pois permitem o melhor aproveitamento de N das dietas resultando na diminuição dos custos com alimentação. Além disso, exercem efeito benéfico no metabolismo proteico dos animais pois podem reduzir a excreção de N e, consequentemente, diminuir a poluição ambiental associada com a produção de ureia e amônia.
fitogênicos
AS SAPONINAS Diante dos benefícios descritos sobre o uso de óleos essenciais em dietas São compostos presentes em diferentes
para ruminantes, um estudo recente foi
partes das plantas, conhecidas por terem uma
desenvolvido na fazenda experimental
atividade específica sobre os protozoários,
vinculada à Escola de Medicina
formando complexos com o colesterol da
Veterinária e Zootecnia da Universidade
membrana celular.
Federal de Bahia, com o objetivo de avaliar os efeitos da suplementação com
Em decorrência disso, diversos efeitos biológicos devido ao uso de saponinas têm sido descritos, que de forma geral estão comumente relacionados com seus modos de ação sobre as membranas celulares. Dessa forma, esses compostos têm o potencial de afetar a permeabilidade das membranas dos protozoários ruminais, e promoverem modificações nos parâmetros da fermentação ruminal, com consequentes efeitos benéficos no desempenho produtivo dos animais (Wang et al., 2019).
monensina, ou a utilização de saponinas de forma isolada ou em combinação com óleo essencial sobre a composição e produção de leite em vacas Jersey. Dessa forma, hipotetizou-se que a combinação de saponinas e OE pode melhorar a digestibilidade e a fermentação ruminal sem que ocorra impacto negativo no desempenho produtivo das vacas em comparação aos animais alimentados com a dieta contendo monensina.
33 nutriNews Brasil 2o Trimestre 2021 | Aditivos fitogênicos em vacas leiteiras: uma ferramenta para melhorar a eficiência alimentar
Silagem de milho
MATERIAL E MÉTODOS
Milho moído Farelo de soja Farelo de trigo
Para este estudo, foram utilizados um total de oito vacas Jersey em lactação canuladas no rúmen, com as seguintes características produtivas: Média de 100,5 ± 26,6 dias em lactação e, média de 17,6 ± 5,5 kg/dia de produção de leite. O experimento foi desenvolvido em um delineamento em Quadrado Latino 4×4 replicado com períodos de 21 dias, sendo os últimos sete dias utilizados para a coleta de dados.
Ureia Minerais e vitaminas 9,0
0,5 3,2
17,3 50,0
fitogênicos
Dessa forma, os animais foram alimentados com a mesma dieta controle basal e, aleatoriamente distribuídos para receber um dos quatro tratamentos experimentais, conforme descrito abaixo: 20,0
CON: Controle, sem aditivo alimentar; SAP: 16 g/vaca/dia de um suplemento à base de pó de feno-grego de semente inteira (variedade Fenucold) padronizado em diosgenina, uma das principais sapogeninas esteroidais do feno-grego (2000 mg/kg, PHYTOSYNTHESE LAB);
Figura 1 – Proporção de ingredientes presentes na dieta controle basal ofertada para as vacas Jersey durante o período experimental.
SAPEO: suplemento de SAP combinado com uma mistura de OE naturais com os principais componentes do carvacrol (2500 mg/kg), cinamaldeído (5600 mg/kg) e limoneno (3000 mg/kg); MON: Monensina, inclusão de monensina sódica (Poulcox 40®, Huvepharma, Bulgária) na dieta a 24 mg/kg de matéria seca (MS).
34 nutriNews Brasil 2o Trimestre 2021 | Aditivos fitogênicos em vacas leiteiras: uma ferramenta para melhorar a eficiência alimentar
Além da composição e produção leiteira, no presente estudo foram avaliados os seguintes parâmetros nas vacas Jersey: Consumo e digestibilidade aparente do trato total dos nutrientes;
A
Fermentação ruminal e quantificação bacteriana;
B
Balanço de nitrogênio e síntese de proteína microbiana;
Perfil de ácidos graxos do leite.
fitogênicos
Fonte: Imagens realizadas durante o experimento no laboratório da Fazenda Experimental de Entre Rios (UFBA) para: A) avaliação do pH ruminal; B) coleta das amostras ruminais para posteriores análises laboratoriais.
Concentrações de metabólitos sanguíneos;
RESULTADOS E DISCUSSÃO Todos os aditivos diminuíram significativamente o consumo de matéria seca (CMS), com redução mais acentuada para monensina (-2kg CMS) (Tabela 1). Apesar disso, neste estudo, não houve efeito da inclusão dos diferentes aditivos nos coeficientes de digestibilidade aparente das frações nutricionais. Tabela 1 - Efeitos de diferentes aditivos no consumo de matéria seca, produção de leite e energia do leite/consumo de energia digestível de vacas Jersey em lactação VARIÁVEL
ADITIVOS
EPM
P-VALOR
9,99b
0,37
0,03
18,7
17,7
2,47
0,38
0,48a
0,47ab
0,05
0,01
CON
SAP
SAPEO
MON
Consumo matéria seca (kg/dia)
11,9a
11,2ab
11,6ab
Produção de leite (kg/dia)
17,5
16,4
Energia líquida / Consumo de energia digestível
0,41b
0,37b
CON: Controle, sem aditivo alimentar; SAP: 16 g/vaca/dia de um suplemento à base de pó de feno-grego de semente inteira (variedade Fenucold); SAPEO: suplemento de SAP combinado com uma mistura de OE naturais com os principais componentes do carvacrol, cinamaldeído e limoneno; MON: Monensina, inclusão de monensina sódica (Poulcox 40®, Huvepharma, Bulgária) na dieta no nível de 24 mg/kg de matéria seca (MS); EPM = erro padrão da média; P-valor: significância ao nível de 5%.
35 nutriNews Brasil 2o Trimestre 2021 | Aditivos fitogênicos em vacas leiteiras: uma ferramenta para melhorar a eficiência alimentar
Da mesma forma, não foi observado efeito das dietas na produção de leite das vacas Jersey. Embora o delineamento experimental utilizado neste estudo não seja o mais adequado para avaliar o desempenho zootécnico, observa-se que a combinação de saponinas com óleos essenciais aumentou a eficiência energética, mensurada pela energia do leite divido pelo consumo de energia digestível (Tabela 1).
Além disso, os teores de proteína e gordura do leite de vacas Jersey foram significativamente melhorados pela adição de saponinas associadas aos óleos essenciais (Figura 2).
6,00
fitogênicos
Teores (%)
5,00
4,75 4,93
Similarmente, não houve efeito das dietas no perfil de ácidos graxos de cadeia longa no leite de vacas Jersey, com exceção das concentrações alguns ácidos graxos (C4:0, C6:0, C8:0, C18:1 cis-1).
5,25 4,60 3,67
4,00 3,00
Apesar disso, não houve efeito das dietas avaliadas nas concentrações de lactose, extratos seco total e desengordurado, teores de nitrogênio ureico do leite, assim como, nas contagens de células somáticas, expressos em valores percentuais.
ab
ab
a
3,75 3,88 3,60
b ab
2,00
ab
a
b
1,00 00
Gordura
Proteína DIETAS EXPERIMENTAIS
CON
SAP
SAPEO
MON
Figura 2 – Teores de gordura e proteína no leite de vacas Jersey alimentadas com diferentes aditivos alimentares. CON: Controle, sem aditivo alimentar; SAP: 16 g/vaca/ dia de um suplemento à base de pó de feno-grego de semente inteira (variedade Fenucold); SAPEO: suplemento de SAP combinado com uma mistura de OE naturais com os principais componentes do carvacrol, cinamaldeído e limoneno; MON: Monensina, inclusão de monensina sódica (Poulcox 40®, Huvepharma, Bulgária) na dieta no nível de 24 mg/kg de matéria seca (MS); EPM = erro padrão da média; P-valor: significância ao nível de 5%. P-valor: significância ao nível de 5%.
Com relação aos parâmetros da fermentação ruminal, observou-se que os aditivos reduziram o pH ruminal e aumentaram a concentração de nitrogênio amoniacal ruminal em relação aos animais alimentados com a dieta controle (Tabela 2).
Esses resultados podem ser explicados pela atividade microbiana mais intensa. No entanto, não houve mudança significativa na produção total de ácidos graxos voláteis, embora a dieta contendo SAPEO tenha aumentado numericamente a produção total de AGV em + 9,6%. Entre eles, o butirato aumentou significativamente.
36 nutriNews Brasil 2o Trimestre 2021 | Aditivos fitogênicos em vacas leiteiras: uma ferramenta para melhorar a eficiência alimentar
Além disso, neste estudo foi avaliado o efeito dos diferentes aditivos nas concentrações das principais populações microbianas no ambiente ruminal. De forma geral, observouse que as dietas experimentais modificaram somente as populações de Fibrobacter succinogenes. Apesar disso, não houve efeito dos aditivos nas populações bacterianas de:
Além das variáveis analisadas, o presente estudo teve por objetivo verificar o efeito da inclusão de óleos essenciais nas concentrações de metabólitos sanguíneos nas vacas Jersey.
Ruminococcus albus Selenomonas ruminantium Streptococcus bovis Pseudomonas ruminicola
Tabela 2 - Efeitos de diferentes aditivos na fermentação ruminal de vacas Jersey em lactação
ITEM
P-VALORc EPM
DIETA (D)
TEMPO (T)
DxT
6,11b
0,02
0,01
<0,01
0,99
23,4ab
26,5a
0,61
0,01
<0,01
0,82
53,4
57,8
54,2
1,14
0,42
0,74
1,00
64,5
63,8
64,0
64,9
0,73
0,09
0,64
0,39
Propionato (C3)
26,1
26,4
25,8
26,2
0,14
0,53
0,25
0,34
Butirato (C4)
9,31bc
9,77ab
10,0a
8,79c
0,09
<0,01
0,95
0,51
b
CON
SAP
SAPEO
MON
pH
6,28a
6,21ab
6,19ab
NH3-N (mg/dL)
22,0b
25,1ab
Total AGV (mmol/L)
52,7
Acetato (C2)
fitogênicos
ADITIVOS
AGV (mmol/100 mmol)
CON: Controle, sem aditivo alimentar; SAP: 16 g/vaca/dia de um suplemento à base de pó de feno-grego de semente inteira (variedade Fenucold); SAPEO: suplemento de SAP combinado com uma mistura de OE naturais com os principais componentes do carvacrol, cinamaldeído e limoneno; MON: Monensina, inclusão de monensina sódica (Poulcox 40®, Huvepharma, Bulgária) na dieta no nível de 24 mg/kg de matéria seca (MS); EPM = erro padrão da média; P-valor: significância ao nível de 5%; EPM = erro padrão da média; P-valor: significância ao nível de 5%.
37 nutriNews Brasil 2o Trimestre 2021 | Aditivos fitogênicos em vacas leiteiras: uma ferramenta para melhorar a eficiência alimentar
Todos os aditivos aumentaram a concentração de amônia (NH3) ruminal e reduziram a ureia sanguínea, com maior significância com SAP e SAPEO.
A inclusão dos diferentes aditivos não influenciou as concentrações de proteína total, glicose, assim como as atividades das enzimas hepáticas aspartatoaminotransferase e gama-glutamiltransferase.
Esse resultado é surpreendente, pois a literatura mostra que a ureia sanguínea está negativamente relacionada à concentração de nitrogênio amoniacal no rúmen. Além disso, muitos estudos in vitro demonstraram que óleos essenciais e saponinas reduziram a concentração de nitrogênio amoniacal no rúmen, reduzindo a desaminação de aminoácidos.
Porém, vacas alimentadas com a dieta SAPEO apresentaram maiores concentrações de albumina em relação aquelas alimentadas com as dietas CON, SAP e MON. Além disso, as concentrações séricas de ureia diminuíram significativamente com a inclusão de saponinas sozinhas ou em combinação com óleos essenciais (Figura 3). Isso confirma resultados anteriores obtidos com produto incluindo saponinas (Devant et al., 2006).
fitogênicos
Esse resultado pode estar relacionado às capacidades de ligação ao NH3 da glicofração de saponina. O maior teor de proteína no leite pode apoiar essa hipótese, pois a manutenção de quantidade suficiente de amônia no rúmen pode aumentar a transferência de proteína microbiana e nitrogênio para o leite.
Ureia (mg/dL)
60,0
57,0 41,8
50,0
50,1
45,4
40,0 30,0
ab
c
c
c
bc
20,0 10,0 0,0 DIETAS EXPERIMENTAIS CON
SAP
SAPEO
MON
Figura 3 – Concentrações de ureia no sangue de vacas Jersey alimentadas com diferentes aditivos alimentares. CON: Controle, sem aditivo alimentar; SAP: 16 g/vaca/dia de um suplemento à base de pó de feno-grego de semente inteira (variedade Fenucold); SAPEO: suplemento de SAP combinado com uma mistura de OE naturais com os principais componentes do carvacrol, cinamaldeído e limoneno; MON: Monensina, inclusão de monensina sódica (Poulcox 40®, Huvepharma, Bulgária) na dieta no nível de 24 mg/kg de matéria seca (MS); EPM = erro padrão da média; P-valor: significância ao nível de 5%.
38 nutriNews Brasil 2o Trimestre 2021 | Aditivos fitogênicos em vacas leiteiras: uma ferramenta para melhorar a eficiência alimentar
CONCLUSÃO Diante do exposto, os aditivos O objetivo do estudo foi avaliar os efeitos da suplementação dietética com monensina e saponinas isoladas ou combinadas com óleos essenciais (OE) em vacas leiteiras. Os resultados mostraram que a digestibilidade dos
fitogênicos, baseados em extratos vegetais padronizados, representam, portanto, uma alternativa real aos antibióticos, e uma solução para atender aos desafios atuais da pecuária leiteira.
nutrientes e a utilização do nitrogênio disso, foi possível concluir através deste
O presente trabalho faz parte do seguinte
estudo que:
artigo científico:
A monensina reduziu a ingestão
Silva et al., 2021. Effects of plant extract
de nutrientes para uma via mais
supplementations or monensin on
eficiente energeticamente, mas
nutrient intake digestibility and ruminal
não alterou a produção de leite, a
fermentation and metabolism in dairy
digestibilidade ou a fermentação
cows. Anim. Feed Sci. Technol.
ruminal;
O estudo foi realizado pela
A associação de saponinas e óleo
Universidade Federal da Bahia (UFBA)
essencial pode exercer um efeito
que disponibilizou os animais e a
sinérgico no rúmen, melhorando
estrutura física dos laboratórios para
a qualidade do leite, a gordura e
o desenvolvimento do experimento.
a proteína em vacas Jersey em
O produto foi fornecido pela empresa
lactação, em comparação com a
Phytosynthese (França).
monensina; As saponinas sozinhas podem promover a transferência de nitrogênio para o leite por meio da retenção de amônia no rúmen.
Aditivos fitogênicos em vacas leiteiras: uma ferramenta para melhorar a eficiência alimentar
BAIXAR EM PDF Referências bibliográficas disponíveis mediante solicitação
39 nutriNews Brasil 2o Trimestre 2021 | Aditivos fitogênicos em vacas leiteiras: uma ferramenta para melhorar a eficiência alimentar
fitogênicos
não foram afetadas pelas dietas. Além
USO DE
PROBIÓTICOS
COMO PROMOTOR DE CRESCIMENTO EM
PISCICULTURA DE
ESPÉCIES NATIVAS
piscicultura
Mariana Lins Rodrigues1 1Doutora em Recursos Pesqueiros e Engenharia de Pesca. Universidade Estadual do Oeste do Paraná
N
os últimos anos a aquicultura faz uso dos aditivos e suplementos, nas dietas de
peixes e camarões, como ferramenta alimentar que proporciona melhor
Entretanto, a intensificação nos ciclos produtivos e o aumento na densidade de peixes por área útil gera condições estressantes aos animais, porém, o uso
eficiência na absorção dos nutrientes,
de aditivos/suplementos alimentares
com o intuito de obter o melhor
é capaz de atenuar os prejuízos
desempenho zootécnico. Entretanto, seu
decorrentes dos estímulos adversos
uso vai além desse benefício e deverá,
da criação, promovendo, por exemplo,
consequentemente, refletir na saúde e
estímulos para o sistema imune e na
bem-estar dos animais produzidos em
fisiologia do organismo, além do melhor
cativeiro.
desempenho produtivo.
A aquicultura atual tem como propósito aumentar sua produtividade em paralelo ao aprimoramento sustentável dos cultivos.
40
nutriNews Brasil 2o Trimestre 2021 | Uso de probióticos como promotor de crescimento em piscicultura de espécies nativas
E QUAL A DIFERENÇA ENTRE ADITIVO E SUPLEMENTO ALIMENTAR EM NUTRIÇÃO ANIMAL? Os aditivos são considerados qualquer
substância intencionalmente adicionada ao
Nesse sentido, o uso de probióticos
alimento, com a finalidade de conservar,
como aditivo alimentar atualmente
intensificar ou modificar suas propriedades,
está sendo empregado nas dietas,
desde que não prejudique o seu valor nutritivo
auxiliando na manutenção da
(Decreto 76.986 de 06 de janeiro de 1976, Brasil).
saúde dos peixes e do ambiente
Segundo Cavalheiro et al. (2014), podem ser classificados de acordo com suas funções e propriedades em:
de cultivo, refletindo assim no crescimento ótimo dos animais e ainda não oferece riscos sanitários ao consumidor final (Dawood et al., 2016; Dawood et al., 2018).
ĵ Tecnológicos
piscicultura
ĵ Sensoriais ĵ Nutricionais O termo probiótico é caracterizado
ĵ Zootécnicos
como “microrganismos vivos que
ĵ Anticoccidianos, e ainda serem incluídos em uma ou mais destas categorias. Já os suplementos alimentares, podem ser caracterizados como uma mistura composta por ingredientes ou aditivos, podendo conter veículo ou excipiente, que deve ser fornecido diretamente ao animal ou indicado para diluição com o objetivo de melhorar o balanço nutricional e o desenvolvimento dos animais; ou seja, complementar a alimentação animal de acordo com suas necessidades, podendo
produzem efeitos úteis sobre o hospedeiro, modificando os padrões associados ou comunidade de microrganismos, proporcionando uma melhor absorção das rações ou aumentando seu valor nutricional e, consequentemente, melhorando a resposta do hospedeiro à doença e ainda aumentando a qualidade microbiológica do ambiente exposto” (Ibrahem, 2015).
estas serem transitórias ou não (Instrução Normativa 15/2009/MAPA).
O estabelecimento das bactérias probióticas na mucosa intestinal do hospedeiro ocorre nas etapas de atração aos sítios de adesão, em seguida, ocorre a secreção de substância de ligação favorecendo a associação das bactérias não patogênicas e finalmente a ligação das células ao tecido (Balcazar et al., 2007).
nutriNews Brasil 2o Trimestre 2021 | Uso de probióticos como promotor de crescimento em piscicultura de espécies nativas
41
Na nutrição animal, em especial de peixes, a introdução de bactérias probióticas via alimentação torna-se uma ferramenta benéfica para manter o crescimento e funções normais dos animais aquáticos, auxiliando na melhor absorção de nutrientes, vitaminas e atividades digestivas pela atuação de enzimas, apresentando efeito positivo sobre a utilização de alimentos, e
Segundo Kiron (2015), para obtenção de benefício direto no animal alvo, no caso em peixes, os microrganismos inócuos devem ser administrados via ração.
consequentemente, no desempenho dos animais (Dawood et al., 2015; Nath et al., 2018)
Desempenho produtivo
(Figura 1).
piscicultura
» » » »
Melhor absorção dos nutrientes Ganho de peso Sobrevivência Eficiência alimentar
Desempenho reprodutivo Sistema imunológico » » » »
Mecanismo de defesa contra bactérias patogênicas Resistência a condições de estresse Parâmetros hematológicos Homeostase
» » » » »
Maturação dos oócitos Melhoria no processo de espermatogênese Aumento da kisspeptina e gnhrh3 Mudanças na leptina (metabolismo energético) Redução da deformidade do lote
Figura 1. Mecanismos de ação do probiótico nos peixes e sua relação com os sistemas: imunológico, nutricional e fisiológico (desempenho produtivo e reprodutivo).
Ressalta-se a importância das bactérias
Ilustração adaptada de Rhamdia quelen. Fonte: Companhia energética de São Paulo, 2006.
água de cultivo, que além de servir para
probióticas pela otimização do ambiente de produção, devido aos múltiplos usos da manutenção vital de processos metabólicos (respiração), consiste também no local de disposição do alimento e depósito das excretas dos animais e, consequentemente, influenciando na homeostase dos peixes.
42
nutriNews Brasil 2o Trimestre 2021 | Uso de probióticos como promotor de crescimento em piscicultura de espécies nativas
MICROBIOTA INTESTINAL DE PEIXES Nos organismos aquáticos a composição da
As bactérias do ambiente, patogênicas ou
microbiota intestinal possui relação direta
não, também são ingeridas, podendo ser
com o ambiente a que está integrado, logo,
transitório o processo de desenvolvimento
com a microbiota da água do sistema de
no intestino. Por esse motivo, recomenda-
cultivo, podendo ainda sofrer alteração por
se a administração do probiótico desde os
influência de propriedades físicas, químicas e
estágios larvais das espécies cultiváveis,
biológicas (Silva et al., 2005; Paixão et al., 2016).
contribuindo no decorrer dos estágios
No ambiente de cultivo, ocorre uma interação
ontogenéticos (Kapareiko et al., 2011; Arıg et al., 2013).
entre as células bacterianas do hospedeiro e ambiente por compartilharem o mesmo sistema ecológico (Cahill, 1990).
As bactérias que fazem parte da microbiota dos peixes podem ser caracterizadas como:
As bactérias probióticas
ĵ anaeróbias facultativas
quando inseridas também
ĵ anaeróbias obrigatórias
exercem interação com a composição dos microrganismos estruturais
Atuando e contribuindo no
terrestres, da água e da espécie,
desenvolvimento do seu hospedeiro
resultando no aumento da
via metabolismo, sistema imune e na
capacidade das bactérias benéficas
resistência a doenças (Nayak, 2010; Araújo, 2015).
piscicultura
ĵ aeróbias
em contraste das patogênicas (Verschuere et al., 2000).
A microbiota gastrointestinal de espécies aquáticas é particularmente dependente do ambiente de cultivo, pois o fluxo de água faz parte da atividade de alguns órgãos e no caso do trato intestinal ocorre devido à ingestão constante de água no momento da alimentação.
nutriNews Brasil 2o Trimestre 2021 | Uso de probióticos como promotor de crescimento em piscicultura de espécies nativas
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ESTUDOS COM ESPÉCIES NATIVAS BRASILEIRAS O Tambaqui (Colossoma macropomum)
Entretanto, Ferreira et al. (2014) avaliando as
é um peixe que vem contribuindo com o
características das vilosidades intestinais de
desenvolvimento da cadeia produtiva da
tambaqui após o uso de Bacillus spp. via ração
piscicultura brasileira, tornando-se a espécie
e dissolvido na água durante o transporte,
nativa mais produzida no país devido
identificou que os peixes não apresentaram
ao maior suporte tecnológico frente as
influência sobre a morfofisiologia do sistema
diferentes técnicas de manejo e produção
digestivo submetido ao procedimento de
adotadas (IBGE, 2018). Apesar disso, estudos
transporte.
relacionados ao uso de probióticos para sua produção ainda são incipientes, bem como o entendimento de ação sobre a fisiologia da espécie.
O uso de B. subtilis e S. cerevisae como aditivo não influenciou no desempenho produtivo e composição corporal de tambaquis. No entanto, constatou-se que
piscicultura
os peixes desafiados com S. agalactiae No estudo realizado por Azevedo et al. (2016) avaliando o uso de diferentes aditivos, verificouse melhorias nos parâmetros de
apresentaram variação benéfica dos parâmetros hematológicos para animais alimentados com aditivo probiótico contendo S. cerevisae (da Paixão et al., 2017).
crescimento e melhor uso de
A utilização de bactérias que compõem
rações com probiótico B. subitilis e
naturalmente o trato intestinal do hospedeiro,
simbióticos na alimentação de juvenis
proporciona melhor eficiência e ação
de tambaqui.
das bactérias quando produzido aditivo direcionado ao máximo de desempenho do animal. Em estudo conduzido por Kotzent
O transporte dos peixes para produtores e a saúde dos animais está diretamente relacionado ao sistema imune, nesse sentido, Carvalho et al. (2009) constataram que o probiótico composto por B. subtilis, B. licheniformes, Lactobacilus acidophilis e Saccharomyces cerevisiae não foi eficiente em suprimir as respostas de estresse de juvenis de tambaqui durante o transporte, porém reduziu os parâmetros indicadores de estresse durante a fase de recuperação,
(2017), avaliando a viabilidade de seis cepas de bactérias no intestino de juvenis de tambaqui saudáveis, foram identificadas quatro bactérias (S. hominis, L. lactis, P. pentosaceus e. hirae) com características favoráveis para serem utilizadas como probióticos sem causar danos ao hospedeiro.
ao contrário dos peixes transportados sem a adição do produto.
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nutriNews Brasil 2o Trimestre 2021 | Uso de probióticos como promotor de crescimento em piscicultura de espécies nativas
O Pacu (Piaractus mesopotamicus) é considerado uma das espécies nativas da América do Sul com grande potencial para piscicultura brasileira. Entretanto, pesquisas relacionadas a viabilidade e uso de probióticos para sua produção estão em fase preliminar, visto que essa linha de aditivos nutricionais há pouco tempo despertou o interesse da pesquisa, bem como da iniciativa privada (Guidoli et al., 2018). Guidoli et al. (2015) avaliaram um grupo de microrganismos probióticos aptos para a espécie seguindo uma ordem projetada, onde Tratando-se do sistema imune, a principal
idades e sazonalidades, coletando como
enfermidade do pacu produzido em cativeiro
possíveis probióticos os microrganismos
são infecções causadas por Aeromonas
situados naturalmente na microbiota do
hydrophila. Nesta vertente, Farias et al., (2016),
pacu, objetivando determinar as espécies com
demonstram a capacidade de um probiótico
melhor potencial. Foram caracterizadas as
contendo Bacillus cereus e Bacillus subtilis,
bactérias dos grupos Ácido lácteas e Bacillus
1:1, 108 CFU g−1 interferir positivamente
que demonstraram melhores propriedades
nas respostas imunes do pacu diante de
benéficas ao hospedeiro em avaliações in vitro.
uma enfermidade tão importante para a
piscicultura
utilizaram espécimes matrizes de diferentes
espécie. Os resultados podem ser levados em consideração para manutenção da saúde de Estudos com a avaliação in vivo de cepas autóctones foram realizados, a partir da seleção e determinação da eficácia de oito microrganismos como probióticos para larvas de pacu, os quais demonstraram aumento no peso médios dos animais, bem como maior sobrevivência a partir
outras espécies de peixes. Por fim, uma questão levantada quanto o uso de probióticos é a estabilidade e viabilidade dos microrganismos utilizados, principalmente quando inseridos nas dietas dos animais, uma das principais preocupações é o processo de extrusão.
a mistura (blend) dos microrganismos,
Para a resolução desta problemática
representando atividade sinérgica dos
Rodrigues et al., (2014), desenvolveram
grupos de bactérias avaliadas (Guidoli et
uma técnica de microencapsulação
al., 2018).
protetiva do probiótico Lactobacillus acidophilus, desenvolvido para a alimentação de larvas de pacu. Apesar da eficiência da tecnologia, o desempenho dos animais não foi satisfatório na avaliação da dieta in vivo.
nutriNews Brasil 2o Trimestre 2021 | Uso de probióticos como promotor de crescimento em piscicultura de espécies nativas
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O Jundiá (Rhamdia quelen) é uma espécie
Estudos de probióticos concentrados com
de bagre nativo da região Sul do país
maior número de UFC (unidade formadora de
(Baldisserotto & Gomes, 2013), que adapta-se a
colônias) compostos por B. careus e B. subtilis
variadas amplitudes térmicas, apresentando
em dietas para R. quelen proporcionaram:
crescimento satisfatório mesmo em períodos frios. Nesse sentido, é considerada uma espécie promissora, apresentando ótimas características de crescimento e manejo no sistema de cultivo e boa aceitação no mercado consumidor, e por isso, produtores intensificaram seu cultivo em sistemas de
ĵ desempenho produtivo ĵ manutenção da integridade e mecanismos celulares ao estresse oxidativo hepático de peixes (Rodrigues et al., 2020)
criação intensiva (Diemer et al., 2012; Signor et al., 2013;
Além de aumentar o desempenho reprodutivo
Amaral Júnior et al., 2015; Rodrigues et al., 2017).
de machos e fêmeas, como o número de
Contudo, os estudos utilizando probióticos para a espécie ainda são insuficientes, e trabalhos recentes foram conduzidos especialmente na fase de larvicultura,
piscicultura
ĵ melhora no crescimento
fêmeas desovando e a taxa de fertilização, o desenvolvimento de células germinativas e a qualidade dos espermatozoides (Lins Rodrigues et al., 2020).
apresentando melhor desempenho
A adição de probiótico na alevinagem de
zootécnico e maior uniformidade das larvas
outras espécies nativas como o robalo
de jundiás aos 21 dias de vida (Pinto et al. 2015).
(Centropomus undecimalis), em que as
Souza et al., (2012) avaliaram a viabilidade de B. cereus var. toyoi e Saccharomyces boulardii na água de cultivo de larvas de jundiá, ambos os probióticos têm um efeito inibitório in vitro contra Vibrio carchariaee que proliferam na água, entretanto, nenhum efeito foi observado nos parâmetros de crescimento. Mas a inclusão dietética de probiótico contendo Lactococcus lactis na fase larval de jundiá interfere positivamente a sobrevivência e reduz no crescimento de vibrios intestinais nos peixes (Spanghero, 2017).
bactérias B. subtilis foram incluídas na dieta, influenciaram os peixes agindo como imunoestimulante, proporcionando o aumento da explosão respiratória, hemácias e contagem de leucócitos, quando os peixes passaram por um período de privação alimentar, alternando a oferta de alimento (Noffs et al., 2015).
Atualmente a literatura relacionada ao uso de probióticos na alimentação e saúde de espécies nativas é restrita. Entretanto, é incessante a busca por aditivos eficazes para uma aquicultura mais sustentável, aliado ao crescimento da piscicultura de espécies nativas do Brasil. Deste modo, é possível que estudos a partir de diferentes espécies promovam maior visibilidade e confiança no uso de aditivos probióticos na piscicultura.
46
nutriNews Brasil 2o Trimestre 2021 | Uso de probióticos como promotor de crescimento em piscicultura de espécies nativas
CONSIDERAÇÕES SOBRE O USO DE PROBIÓTICO
A escolha das bactérias probióticas deve
levar em consideração a microbiota
A dosagem inadequada e uso esporádico
do hospedeiro ou microrganismos
do aditivo probiótico podem ser
generalistas, que estão em todo ambiente,
insuficientes para melhorar a imunidade,
não ter potencial toxicogênico e beneficiar
fisiologia, crescimento e resistência
o hospedeiro.
a doenças nos peixes. Além disso, o uso contínuo do aditivo garante a estabilidade e manutenção da microflora
no hospedeiro.
A utilização de aditivos probióticos reflete em múltiplos efeitos aos animais e ao ambiente, contribui para a sustentabilidade do sistema de produção.
A conservação da ração com aditivo
piscicultura
apesar de aumentar o custo de produção,
e fatores como a temperatura e o tempo de armazenamento influenciam no desempenho das bactérias e sua viabilidade.
A bibliografia estará disponível mediante solicitação lins.mariana@hotmail.com Uso de probióticos como promotor de crescimento em piscicultura de espécies nativas
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IMPORTÂNCIA DAS PESQUISAS SOBRE EXIGÊNCIAS NUTRICIONAIS DE VITAMINAS E MINERAIS PARA A COTURNICULTURA
codornas
Tainara Ciuffi Euzébio e Tatiana Carlesso dos Santos Programa de Pós Graduação em Zootecnia, Universidade Estadual de Maringá
Com uma expressiva capacidade de crescimento da atividade coturnícola no País, o sucesso da produção vem alinhado com a disponibilidade de material genético e principalmente de planos nutricionais adequados as exigências das aves que são garantia de eficiência produtiva e diminuição de custos na produção. O Brasil possui um importante efetivo de codornas e se destaca mundialmente em relação a criação tanto para a produção de ovos ocupando o segundo lugar mundial, quanto para a produção de carne estando na 5ª posição de volume produzido. As espécies comumente utilizadas no País são as codornas japonesas (Coturnix coturnix japonica), com seleção genética especializada para a produção de ovos, e as codornas comuns ou europeias (Coturnix coturnix coturnix) mais utilizadas para produção de carne.
Se por um lado as exigências nutricionais estão mais do que estabelecidas para frangos de corte, matrizes de frangos e galinhas de postura, sendo a produção desses animais feita a partir de linhagens, de empresas de genética que fornecem manuais e exigências nutricionais específicas para todo o ciclo de desenvolvimento e de produção; para as codornas, devido a difusão de linhagens, ainda não há um plano nutricional para atender especificamente todas as subespécies existentes.
48 nutriNews Brasil 2o Trimestre 2021 | Importância das pesquisas sobre exigências nutricionais de vitaminas e minerais para a coturnicultura
As vitaminas e minerais apresentam funções fisiológicas especificas no organismo animal apesar de serem ingredientes que estão presentes em baixas concentrações na dieta. Vale ressaltar que diversos fatores podem influenciar as necessidades do animal em relação aos minerais e vitaminas, como: diferenciação genética das subespécies de codornas estado fisiológico da ave fatores ambientais composição nutricional dos ingredientes da dieta. Os níveis das vitaminas e minerais que são empregados atualmente nas dietas das aves são sugeridos por órgãos de pesquisa como National Research Council (NRC, 1994), Agriculture and Food Research Council (AFRC), Institut National de Recherche Agronomique (INRA).
Para grande parte dos nutrientes esses compilados apresentam apenas exigências mínimas, sendo que as exigências propostas pelos manuais nem sempre condizem com a realidade da produção atual por estarem desatualizados, como é o caso das exigências abordadas no NRC para codornas que consta sua última atualização em 1994.
No Brasil, o principal compilado de informações sobre exigências nutricionais para animais não ruminantes são as Tabelas Brasileiras para Aves e Suínos.
codornas
Dessa forma, a formulação de dietas para codornas é comumente extrapolada das exigências de outras categorias de aves, o que pode subestimar ou superestimar as reais necessidades das aves.
Porém as exigências apresentadas para codornas se limitam a alguns nutrientes e dessa forma em grande parte dos trabalhos a determinação dos níveis nutricionais é realizada com base nas exigências de frangos de corte e galinhas poedeiras. Nas Tabelas 1 e 2 são apresentados dados comparativos de experimentos realizados no Brasil e dos principais manuais.
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VITAMINAS As vitaminas desempenham funções indispensáveis para o funcionamento do organismo e seus processos metabólicos, sendo as principais precursoras de hormônios, doadoras ou aceptoras de íons e coenzimas, e também são estabilizadoras das membranas celulares.
Podem ser divididas em duas classificações principais como lipossolúveis e hidrossolúveis. As vitaminas lipossolúveis são assim chamadas por apresentarem afinidade por lipídios e fazem parte dessas categorias as vitaminas A, D, E e K.
codornas
No grupo das vitaminas hidrossolúveis, que apresentam afinidade pela água, estão as vitaminas do complexo B e vitamina C (Bertechini, 2006; Combs, 2017).
Animais monogástricos necessitam do recebimento da grande maioria das vitaminas em sua dieta por não serem capazes de sintetizá-las. Essa necessidade de receber de forma exógena faz com que o conhecimento sobre as necessidades e exigências para as codornas seja de vital importância para o sucesso da produção.
Por estar envolvida diretamente no metabolismo ósseo e de calcificação da casca do ovo a vitamina D se apresenta como a principal vitamina para as aves.
A vitamina D após ingerida ainda necessita de duas hidroxilações, uma no fígado e uma nos rins, para chegar a sua forma ativa a 1,25-dihidroxivitamina D3 e ser efetivamente utilizada no metabolismo (Saunders-Blades and Korver, 2015).
A atividade antioxidante da vitamina D3 também vem ganhando espaço após a descoberta de um receptor que atua em tecidos que não tem ligação direta com o cálcio e o metabolismo ósseo. Este receptor comumente chamado de VDR vem sendo relacionado à prevenção de doenças crônicas como diabetes, doenças cardiovasculares e doenças renais em humanos, por haver evidências sobre a capacidade de induzir a expressão de moléculas envolvidas no sistema de defesa antioxidante como a GSH-Px e a SOD (Mokhtari et al., 2017).
O NRC preconiza a dose de 750 UI/kg de ração de vitamina D para codornas na fase de crescimento, e 1200 UI /kg de ração na fase de postura e para animais na idade de reprodução. Marques et al. (2011), forneceu para codornas de postura com 44 semanas de idade três níveis de vitamina D: 500; 1.000 ou 1.500 UI/kg de ração. Com base em seus resultados produtivos eles recomendam uma inclusão de 1.500 UI de vitamina D para codornas criadas no Brasil.
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Dentre as funções da vitamina A, pode-se destacar o importante papel para: visão reprodução manutenção do tecido epitelial
As recomendações da suplementação de vitamina A (em Unidades Internacionais) para codornas são discrepantes na literatura, Silva et al. (2009) trazem para fase de crescimento uma exigência de 850 UI e 1.650 UI para o período produtivo. O NRC de 1994 indica o uso de 1.650 UI para crescimento e para o período produtivo 3.300 UI.
síntese de mucopolissacarídeos
utilização de proteínas pressão do fluído cérebro espinhal a síntese de DNA e RNA desenvolvimento do tecido ósseo (Rutz, 2008; Penteado, 2003).
Sua aplicação na dieta é amplamente estudada em associação com o selênio. Zancanela (2016) avaliou a interação de selênio com vitamina E (selenito de sódio ou selênio orgânico=0,1125; 0,2250; 0,3375 e 0,4500 mg/kg/ração x vitamina E=10; 23; 36 e 49 UI/kg/ração). No experimento com selênio orgânico o autor obteve como resultado que o menor nível de associação utilizado atendeu as necessidades dos animais nas duas fases de criação (0-14 dias 15-35 dias de idade).
Essas diferenças podem trazer uma excreção indevida da vitamina, que além de não ser benéfico para o organismo do animal, também induz ao produtor um custo desnecessário.
A principal vitamina estudada pelo seu potencial antioxidante é a vitamina E por levar a um aumento das enzimas superóxido dismutase e glutationa peroxidase séricas, que atuam diretamente como antioxidantes no organismo, protegendo contra a ação dos radicais livres (Shojadoost, 2021).
codornas
controle da estrutura de membranas celulares
O mesmo autor também estudou a associação de selenito de sódio (inorgânico) com Vitamina E, chegando à estimativa para o máximo desempenho de codornas de corte no período de 0 a 14 dias de idade seja de 0,29 mg de selenito e 10 UI de Vitamina E/kg de ração e dos 14 a 35 dias de idade recomendamse os níveis máximos que foram incluídos sendo 0,4500 mg de selenito e 49 UI de Vitamina E/kg de dieta.
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Tabela 1. Exigências de vitaminas para codornas1 VITAMINA Autor
Aptidão
Marques (2011)
Postura
NRC (1994) Bonagurio (2020) Stanquevis (2018)
Vit D
Produção
1500 UI
Crescimento
750 UI
Produção
1200 UI
Produção
2760 UI
Corte Corte
Silva (2009)
Vit A
Vit E
11276 UI
1-14 dias
7469 UI
15-35 dias
850 UI
1-14 dias
1650 UI
15-35 dias
4000 UI
Produção
NRC (1994) Zancanela (2016)
Idade
Corte
1-15 dias
10 UI
15-35 dias
49 UI
1-35 dias
10 UI
codornas
1Fonte: Compilado de dados encontrados pelo autor (2021)
MINERAIS Os minerais são divididos em dois grupos de acordo com seu requerimento na dieta: os macrominerais (Cálcio, Fósforo, Sódio, Magnésio, Potássio) e os microminerais (Ferro, Cobre, Selênio, Zinco, Manganês).
Este grande grupo de moléculas ainda se divide em função do mineral estar em seu estado natural, sendo chamados de minerais inorgânicos, geralmente encontrados na forma de sulfatos, cloreto e óxidos, ou podem ser classificados como minerais orgânicos quando estão associados a outros compostos como por exemplo aminoácidos, que serão utilizados como carreadores com a função de facilitar sua absorção, consequentemente aumentando sua biodisponibilidade no organismo (Goff ,2018).
As principais atribuições dos minerais no organismo animal são a atuação de forma estrutural sendo constituinte dos órgãos e tecidos, participam da estabilidade estrutural de diversas moléculas, estão presentes nos fluídos corporais, atuam como catalisadores de reações bioquímicas, principalmente relacionada com os microelementos incorporados ou associados às enzimas, coenzimas ou co-fatores, metaloproteínas e hormônios (Bertechini, 2006; Suttle, 2010; Goff, 2018).
Segundo Bertechinni (2006), os primeiros estudos sobre fontes de minerais para rações datam da década de 50, onde se iniciou a suplementação mineral para resolver problemas ósseos e de desempenho das aves, assim quando falamos em minerais para aves é impossível não nos referirmos logo ao cálcio e fósforo.
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O conhecimento da exigência dos minerais cálcio e fósforo é de suma importância. O metabolismo do cálcio e do fósforo está intimamente relacionado, a carência ou excesso de algum deles interfere na
O fósforo, além da composição dos ossos, participa da constituição dos ácidos desoxirribonucleicos (DNA), fosfolipídios (constituintes da membrana celular), trifosfato de adenosina (ATP).
utilização e no metabolismo do outro.
Aves de postura são uma exceção, onde a relação Ca:P pode chegar até 4:1. As codornas apresentam um processo de produção do ovo com duração semelhante ao das galinhas, aproximadamente 22 a 25 horas, mas seu processo de ovolução e consequente postura do ovo ocorre no período da tarde.
As aves de produção precisam do cálcio principalmente para a formação dos ossos e da casca do ovo. Quando há carência de cálcio ou a quantidade fornecida não está adequada as codornas retiram o cálcio demandado principalmente dos ossos longos, assim possuem maiores chances de ocorrência de osteoporoses, e de ovos com má calcificação.
Os valores indicados para a fase de cria e recria das exigências de cálcio e fósforo nas Tabelas Brasileiras estão em 0,900% para cálcio e 0,375% de fósforo (disponível). Esses valores estão próximos aos da Tabelas Brasileiras, mas superior ao do NRC que ainda é utilizado por pesquisadores e produtores como base para sua formulação. É importante ressaltar como as exigências estão em constante mudança, a partir dos resultados encontrados por Stanquevis (2018) que utilizou 4 níveis de cálcio (0,57; 0,81; 1,05 e 1,29%) e quatro níveis de fósforo disponível (0,21; 0,32; 0,43 e 0,54%) para codornas em crescimento.
As exigências de cálcio e fósforo encontradas pelos autores para obtenção do melhor desempenho zootécnico de codornas de postura japonesa nas fases de cria e recria foram de 0,92% de Ca e 0,37% de Pd e de 0,94% de Ca e 0,39% de Pd para fase de recria. Já Silva et al. (2009) ao determinar a exigência de cálcio e fósforo disponível em codornas de corte em crescimento, obteve como níveis ótimos para fósforo como sendo 0,41% para ambas as fases, e para cálcio os níveis de 0,65% e 0,61% respectivamente. Um período de aproximadamente dez anos que apresentam diferença importante nas exigências dos animais.
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codornas
A relação cálcio: fósforo (Ca:P) alimentar total deve estar normalmente dentro da faixa de 1:1 a 2:1 para frangos de corte, perus, tilápias e suínos.
O selênio atua no metabolismo animal pois influencia o desenvolvimento e a expressão de respostas não específicas, humorais e celulares. O efeito imunomodulatório deste mineral ocorre por três mecanismos:
1 2 3
efeitos anti-inflamatórios sistema antioxidante propriedades citostáticas e anticancerígenas.
O selênio também atua na manutenção normal do sistema reprodutivo, isso porque alguns estudos mostram a relação da infertilidade em machos com o estresse oxidativo e
codornas
Esta capacidade do selênio em manter a qualidade dos ovos durante o armazenamento pode estar relacionada com o aumento da atividade de enzimas antioxidantes presentes no ovo. Assim os autores recomendam a suplementação de 0,35 mg de selênio orgânico como sendo suficiente para boa resposta em ovos que necessitam de armazenagem. Não há exigência de selênio nas Tabelas Brasileiras, sendo assim extrapolado para outras espécies.
também em demonstrado efetiva promoção de proteção antioxidante no organismo das matrizes e da progênie (Surai, 2002; Wan et al., 2019).
Ao avaliar a interação de selênio orgânico ou inorgânico com vitamina E, Zancanela (2016), obteve como resultados que a inclusão de 0,112 mg de selênio orgânico atendeu as necessidades dos animais nas duas fases de criação (0-14 dias 15-35 dias de idade).
Não há na literatura brasileira exigência especifica de selênio para codornas, sendo utilizado então valores para poedeiras ou frangos de corte.
Ao submeter codornas japonesas ao recebimento de um tratamento controle (selenito de sódio) e três níveis de inclusão de selênio orgânico levedura (0,35; 0,70 e 1,05 mg de selênio orgânico/kg de ração) Gravena et al. (2010) colocaram os ovos oriundos desses tratamentos em estocagem, apresentaram melhor qualidade os ovos quando as aves foram suplementadas com 0,35 mg não diferindo das outras suplementações.
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Este mineral é essencial para a função hormonal, incluindo os hormônios pancreáticos (insulina e glucagon), sexo e crescimento.
É uma parte de mais de 300 enzimas que estão envolvidas no metabolismo de proteínas, energia, carboidratos e ácidos nucléicos (Suttle, 2010). Silva e Costa (2009) estimam para a fase de produção a exigência de 30 mg de zinco para codornas, já o NRC (1994) estima essa exigência em 50 mg de zinco por kg de ração. Atualmente o Brasil conta com algumas empresas que fornecem codornas, tanto de corte como de postura com características superiores e programas de genética que estão fornecendo as aves boas condições produtivas. Ao vermos a importância de vitaminas e minerais para o metabolismo da ave, entendemos que adequar as exigências para cada fase de vida e categoria de produção, também de acordo com sua linhagem são ponto chave para que a Coturnicultura se desenvolva ainda mais no País. Importância das pesquisas sobre exigências nutricionais de vitaminas e minerais para a coturnicultura
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Tabela 2. Exigências de minerais para codornas1 MINERAL Autor
Aptidão
Idade
Gravena (2010)
Postura
Produção
0,35 mg
1-35 dias (sel org)
0,112 mg
1-14 dias (sel sód)
0,29 mg
15-35 dias (sel sód)
0,45 mg
Zancanela (2016)
Corte
Cálcio
Cria e recria
0,900%
Produção
0,333%
Fósforo
Tabelas (2011)
Postura
Aguiar (2016)
Postura
Produção
NRC (1994)
Postura
Produção
Silva e Costa (2009)
Postura
Produção
Costa (2010)
Postura
Produção
3,5%
Stanquevis (2018)
Postura
1-14 dias
0,92%
0,37%
15-35 dias
0,94%
0,39%
Silva (2009)
Corte
Selênio
Zinco
50 mg 0,80%
50 mg 30 mg 0,15%
1-14 dias
0,41%
15-35 dias
0,41%
1Fonte: Compilado de dados encontrados pelo autor (2021)
Visto o potencial da atividade coturnícola no País e diante da importância de vitaminas e minerais no organismo das codornas, existe uma demanda necessária em relação a estudos que auxiliem na efetiva elucidação das exigências nutricionais para essas aves. Por ser uma atividade emergente dentro da avicultura o balanceamento adequado das dietas evita perdas financeiras para o produtor, e principalmente poupa o metabolismo do animal da excreção indevida destes compostos. Há assim um leque de oportunidades para pesquisadores e empresas, e dessa forma auxiliando também em um desenvolvimento da atividade.
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codornas
Também responsável pelo metabolismo antioxidante das aves o zinco serve como nutriente e também como aditivo alimentar para melhorar as funções reprodutivas, os índices produtivos, a imunidade celular, o crescimento normal e a manutenção das penas, dos tecidos ósseos e do apetite.
INDICADORES DE
BEM-ESTAR ASSOCIADOS
À CONVERSÃO ALIMENTAR E AO CONSUMO DE RAÇÃO DE
SUÍNOS
EM CRESCIMENTO E TERMINAÇÃO bem-estar
Carlos Rodolfo Pierozan1,2 Nathalia de Matos Rodrigues2 Cleandro Pazinato Dias3 Caio Abércio da Silva1 Universidade Estadual de Londrina; Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sudeste de Minas Gerais; 3 Akei Animal Research 1 2
A
implantação de práticas de bem-estar em granjas de suínos é essencial para se atingir bons
níveis de desempenho animal (Kaupinnen et
al., 2012). Animais criados sob condições de estresse podem ter redução no consumo de alimento, no ganho de peso, e menor peso final (Martínez-Miró et al., 2016), prejudicando produtividade e rentabilidade (Velarde e Dalmau, 2012). ĵ O Projeto Welfare Quality surgiu após a preocupação de consumidores de alimentos de origem animal em relação às práticas de bem-estar animal aplicadas aos sistemas de produção.
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nutriNews Brasil 2o Trimestre 2021 | Indicadores de bem-estar associados à conversão alimentar e ao consumo de ração de suínos em crescimento e terminação
ESTUDO Foram avaliados em granjas comerciais de crescimento e terminação, localizadas na região oeste do Paraná, 46 lotes de suínos. Os indicadores de bem-estar animal foram mensurados usando a metodologia proposta no protocolo de avaliação Welfare Quality® para suínos em crescimento (Welfare Quality®, 2009). Vinte e dois indicadores do protocolo foram contemplados nesta avaliação.
de suínos e outras espécies, o Projeto desenvolveu protocolos de avaliação regidos por quatro princípios norteadores: ( Boa alimentação ( Bom alojamento
ĵ zero (0), atribuído quando verificada condição adequada; ĵ um (1), quando verificado algum prejuízo ao bem-estar animal (problema moderado);
bem-estar
Para a avaliação do bem-estar
Para alguns indicadores, o protocolo prevê a utilização de uma escala de três pontos (0-2) para quantificar a condição de bem-estar, sendo:
ĵ dois (2), quando havia uma situação mais crítica (problema grave).
( Boa saúde ( Comportamento apropriado
Nesses protocolos o bem-estar é avaliado principalmente por meio da observação do animal, apresentando menor importância a avaliação do ambiente no qual ele está inserido. Apresentamos neste artigo alguns resultados de prevalência de indicadores
Para outros indicadores, uma escala de dois pontos foi usada, com valores de 0 e 2, representando ausência ou presença, respectivamente. Um resumo dos indicadores mais relevantes para este artigo é apresentado no Quadro 1.
Para uma detalhada descrição da avaliação realizada, o leitor pode consultar o protocolo de avaliação Welfare Quality® para suínos em crescimento, disponível na internet, através do link http://www.welfarequalitynetwork.net/media/1018/pig_protocol.pdf
(Welfare Quality®, 2009).
de bem-estar animal avaliadas por meio do protocolo Welfare Quality® para suínos criados em granjas nacionais de crescimento e terminação. Além disso, por meio de modelos matemáticos, estabelecemos relações entre alguns destes indicadores com a conversão alimentar e o consumo diário de ração dos lotes avaliados.
A conversão alimentar e o consumo diário de ração dos lotes foram obtidos após o final do período de produção na granja, e foram utilizados como variáveis de desempenho. Por meio de modelos de regressão múltipla, verificou-se a relação entre os indicadores de bem-estar sobre esses índices zootécnicos.
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Quadro 1. Descrição de alguns indicadores do protocolo de avaliação de bem-estar Welfare Quality® para suínos em crescimento Indicador Escore de condição corporal Claudicação
Feridas no corpo
0 – Todas as regiões do corpo do animal possuem no máximo quatro lesões 1 – Qualquer região do corpo tem 5-10 lesões, ou no máximo uma região tem 11-15 lesões 2 – Duas ou mais regiões do corpo com 11-15 lesões ou uma região com mais de 15 lesões
Hérnia
0 – Sem evidência de hérnia 1 – Hérnia presente, mas a área afetada não sangra/não toca o chão/não afeta a locomoção 2 – Hérnia sangrando ou tocando o chão
Espirros
Frequência média de espirros por animal durante um período de 5 minutos
Tosses
Frequência média de tosse por animal durante um período de 5 minutos
Medo dos humanos Comportamento social Outros comportamentos ativos
bem-estar
Descrição 0 – Animal em bom estado corporal 2 – Animal com ossos da espinha/osso do quadril visíveis 0 – Andar normal ou dificuldade para andar, mas usando todos os membros; passada encurtada 1 – Manqueira grave, suporte mínimo de peso no membro afetado 2 – Sem suporte de peso no membro afetado ou incapaz de caminhar
Suprimento de espaço
0 – Até 60% dos animais mostrando uma resposta de pânico 2 – Mais de 60% dos animais mostrando uma resposta de pânico Positivo: cheirar/ fuçar/ lamber e se mover suavemente para longe do outro animal, sem reação de luta Negativo: interação agressiva. Qualquer comportamento social com resposta de animal perturbado Exemplo: comer, beber, urinar Área total da baia dividida pelo número de suínos, m2/suíno
Na Tabela 1 são apresentadas as prevalências das condições de bem-estar dos 46 lotes de suínos. Com relação aos indicadores que foram classificados como graves (com pontuação 2, indicando situação de alto comprometimento do bem-estar animal), apenas “bursite” e “fezes aderidas ao corpo” apresentaram valores de prevalência superiores a 1%, sendo a prevalência deste último superior a 20%. Entre os indicadores classificados como moderados (com pontuação 1, indicando comprometimento moderado), “bursite” e “fezes aderidas ao corpo” apresentaram novamente as maiores prevalências, seguido de “feridas no corpo”, que teve prevalência maior que 10%. A frequência de tosses apresentou prevalência maior que 30%. A maioria dos demais indicadores relacionados a um pobre bem-estar apresentou prevalência inferior a 1%.
A média de suínos ativos (animais com qualquer comportamento diferente de repouso) foi de 62,3%. Os demais comportamentos são expressos em relação ao número total de suínos ativos (excluindo os animais em repouso). A prevalência média de comportamento social positivo (como cheirar, fuçar ou lamber outro suíno) foi de 14,4% e a de comportamento social negativo (como interações agressivas), 3,1%. O espaço disponível (medido em 460 baias), representado pela área destinada a cada animal da baia, foi em média 1,04 ± 0,13 m2/ suíno (variando de 0,78 a 1,36 m2/suíno).
Imagem cedida pelos autores
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Tabela 1. Prevalência média (em porcentagem, %) dos indicadores de bem-estar avaliados em 46 lotes de suínos e valores mínimos e máximos (entre parênteses) encontrados em cada granja. Os dois indicadores baseados nas instalações são apresentados no rodapé da tabela. Prevalência < 1,0% Má condição corporal
Média* 0,01 (0-0,7)
Indicador
Média*
Bursite grau 2
1,54 (0-7,3)
Tremores
0 (0)
Frequência de espirros
5,69 (0-21,9)
Ofegação
0,07 (0-0,9)
Baias com diarreia grau 1
6,23 (0-50,0)
Amontoamento
0,02 (0-0,5)
Condição da pele grau 1
2,94 (0-13,3)
Claudicação grau 1
0,43 (0-2,0)
Hérnia grau 1
1,96 (0-10,0)
Claudicação grau 2
0,09 (0-2,0)
Comportamento social negativo
3,13 (0,9-14,8)
Feridas no corpo grau 2
0,88 (0-4,7)
Baias com medo dos humanos
7,83 (0-50,0)
Caudofagia
0,37 (0-8,7)
Dispneia
0,27 (0-3,3)
Prevalência > 10,0% Bursite grau 1
31,09 (5,3-50,0)
Desvio nasal
0 (0)
Fezes aderidas ao corpo grau 1
18,8 (1,3-48,8)
Prolapso retal
0,60 (0-0,7)
Fezes aderidas ao corpo grau 2
27,66 (0-90,0)
Baias com diarreia grau 2
0 (0)
Feridas no corpo grau 1
13,22 (0,7-35,3)
Condição da pele grau 2
0,12 (0-2,7)
Frequência de tosses
35,74 (0-102,0)
Hérnia grau 2
0,02 (0-0,7)
Comportamento social positivo
14,4 (7,2-21,1)
Exploração do enriquecimento
0,81 (0-9,2)
Exploração do ambiente
35,1 (17,3-53,1)
Outros comportamentos ativos
46,6 (25,8-61,5)
-
-
bem-estar
Indicador
Prevalência entre 1,0% e 10,0%
*Os valores entre parênteses, ao lado das médias, correspondem à prevalência mínima e a máxima encontrada para cada um dos indicadores de bem-estar animal nas 46 granjas avaliadas. Espaço disponível: média de 1,04m²/animal, variando de 0,78 a 1,36. Disponibilidade de bebedouros: média de 9,46 animais por bebedouro, variando de 6,7 a 14,8.
Em geral, as prevalências médias de indicadores relacionados ao bem-estar animal prejudicado (por exemplo, má condição corporal, claudicação, feridas no corpo, caudofagia, medo de humanos, comportamento social negativo) foram semelhantes ou até inferiores aos resultados obtido em granjas na Espanha (Temple et al. 2011, 2013), Espanha e França (Temple et al. 2012a, 2012b), Alemanha (Meyer-Hamme et al. 2016; Czycholl et al. 2017) e Irlanda (van Staaveren et al. 2018), que foram avaliadas pelo mesmo protocolo utilizado neste trabalho. As associações entre os indicadores de bem-estar animal com a conversão alimentar e o consumo diário de ração dos lotes são apresentadas nas Tabelas 2 e 3, respectivamente. Cada uma das duas Tabelas apresenta três modelos de regressão múltipla. Cada modelo foi separado de acordo com a idade dos animais do lote no momento da avaliação, sendo: período total – 10 a 108 dias de alojamento; período inicial – 10 a 49 dias de alojamento; período intermediário – 50 a 84 dias de alojamento; e período final – 85 a 108 dias de alojamento.
A primeira coluna (“Indicador”) de cada tabela diz respeito ao indicador de bem-estar animal que entrou no modelo. A segunda coluna (“Categoria”) diz respeito à amplitude da prevalência de animais apresentando aquele indicador de bem-estar no momento da avaliação na granja. A terceira coluna (“Estimativa”) diz respeito à predição da melhora ou piora da variável sobre a conversão alimentar (Tabela 2) e o consumo diário de ração (Tabela 3), de acordo com a respectiva “Categoria”. Essa estimativa é sempre feita em relação à categoria de referência, a qual permanece com valor zero (0).
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Como exemplo de interpretação referente à primeira linha da Tabela 2, observamos que as granjas que, no momento da avaliação de bem-estar, apresentaram entre 0,9 a 2,1% dos animais manifestando comportamento social negativo (CSN), foram associadas a uma melhor conversão alimentar (estimada em 0,072 pontos a menos) em relação às granjas com 3,6 a 17,8% dos animais manifestando CSN. Esta lógica de interpretação é a mesma para os outros indicadores, exceto para “espaço por suíno (m2)”, que indica que para cada 10 cm2 a mais de espaço por suíno na baia foi estimada uma piora de 0,026 pontos na conversão alimentar do lote. Tabela 2. Predição do impacto dos indicadores de bem-estar de suínos sobre a conversão alimentar (kg/kg) em 46 lotes de acordo com o período de alojamento em que a avaliação foi realizada Indicador
Categoria
Estimativa
bem-estar
Período total (10-108 dias de alojamento, n = 46 lotes) Animais apresentando comportamento social negativo1
0,9 – 2,1% 2,2 – 3,4% 3,6 – 17,8%
- 0,072 + 0,048 0
Animais com claudicação ausente ou leve (grau 0)
96 – 99,3% 100%
+ 0.073 0
Animais tossindo
0 – 3,9% 4,1 – 7,9% 8,6 – 13,6%
- 0,072 NS 0
Cada 10 cm2 a mais
+ 0,026
Espaço por suíno (m2)
Período intermediário (50-84 dias de alojamento, n = 15 lotes) Animais apresentando comportamento social negativo1
0,9 – 2,1% 2,2 – 3,4% 3,6 – 17,8%
- 0,193 NS 0
Animais tossindo
0 – 3,9% 4,1 – 7,9% 8,6 – 13,6%
-0,152 NS 0
Período final (85-108 dias de alojamento, n = 16 lotes) Animais apresentando comportamento social negativo2
5,3 – 13,2% 14 – 20% 20,4 – 51,2%
- 0,149 NS 0
NS = não significativo. 1Frequência apresentada considerando todos os comportamentos avaliados (sociais, exploratórios e outros comportamentos). 2Frequência apresentada considerando apenas os comportamentos sociais avaliados (positivos e negativos).
60
nutriNews Brasil 2o Trimestre 2021 | Indicadores de bem-estar associados à conversão alimentar e ao consumo de ração de suínos em crescimento e terminação
Tabela 3. Predição do impacto dos indicadores de bem-estar de suínos sobre o consumo diário de ração (kg) em 46 lotes de acordo com o período de alojamento em que a avaliação foi realizada Indicador
Categoria
Estimativa
Período total (10-108 dias de alojamento, n = 46 lotes) Animais apresentando comportamento social negativo1
0,9 – 2,1% 2,2 – 3,4% 3,6 – 17,8%
NS + 0,045 0
Período inicial (10-49 dias de alojamento, n = 15 lotes) Animais apresentando grau moderado de hérnia (grau 1)
0 – 0,7% 1,3 – 2% 2,7 – 10%
+ 0,171 NS 0
Período final (85-108 dias de alojamento, n = 16 lotes) Animais apresentando outros comportamentos ativos (ex. comer, beber e urinar)
42,5 – 50,3 52,4 – 61,5
- 1,121 0
Animais apresentando grau elevado de feridas no corpo (grau 2)
0 0,7 1,3 – 4,7
+ 0,100 + 0,167 0
Com relação ao espaço disponível por animal, destaca-se que o resultado obtido não significa que diminuindo o espaço a conversão alimentar irá melhorar. É imprescindível considerar a amplitude dos valores de espaço desta pesquisa (0,78 a 1,36 m2/suíno) bem como as particularidades de cada granja.
bem-estar
Resumidamente, de acordo com o período de avaliação dos animais na granja, melhores conversões alimentar foram associadas a baixas prevalências de CSN (P <0,05) e tosse (P <0,01), à ausência de animais com claudicação (manqueira) (P <0,001) e ao menor espaço disponível por animal (P <0,05) (Tabela 2).
NS = não significativo. 1Frequência apresentada considerando todos os comportamentos avaliados (sociais, exploratórios e outros comportamentos).
Menores valores de consumo diário de ração foram associados à alta prevalência de CSN (P <0,05), à alta prevalência de hérnias moderadas (P <0,01), à menor prevalência de outros comportamentos ativos (como comer e beber) (P <0,001), e à alta prevalência de animais com feridas no corpo (P <0,05) (Tabela 3). O presente artigo foi baseado no estudo intitulado “Welfare indicators associated with
CONCLUSÃO Poucos indicadores relacionados ao comprometimento do bem-estar de suínos apresentaram prevalência alta nos lotes avaliados, com resultados próximos ou até melhores que estudos europeus. Os resultados apontam que as condições relacionadas a um bemestar comprometido foram associadas à piora do desempenho animal.
feed conversion ratio and daily feed intake of growing-finishing pigs”, publicado no volume 61, número 4, da revista Animal Production Science. O resumo do estudo pode ser acessado em: https://www.publish.csiro.au/an/AN19647, e o trabalho completo solicitado pelo e-mail: carlos.pierozan@ifsudestemg.edu.br. Indicadores de bem-estar associados à conversão alimentar e ao consumo de ração de suínos em crescimento e terminação
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nutriNews Brasil 2o Trimestre 2021 | Indicadores de bem-estar associados à conversão alimentar e ao consumo de ração de suínos em crescimento e terminação
61
LISOLECITINA: UMA ALTERNATIVA PARA AUMENTO DO DESEMPENHO DE BEZERRAS LEITEIRAS DURANTE O PERÍODO DE ALEITAMENTO suplementação
Maria Eduarda Reis e Carla Maris Machado Bittar Departamento de Zootecnia, Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”, Universidade de São Paulo, Piracicaba, SP.
Os lisofosfolipídeos são emulsificantes de gordura, moléculas que elevam a capacidade de preservação dos nutrientes no processo de absorção de óleos e gorduras. Podem ser considerados mais eficientes nesta função quando comparados aos surfactantes químicos sintéticos, pois requerem uma menor concentração para formação de micelas, o que possibilita maior absorção de ácidos graxos.
Essas substâncias são utilizadas para estabilização no processo de suspensões de gordura, como é o caso dos monoglicerídeos lisofosfolipídeos como a lecitina. Além disso, a inclusão de lecitina na dieta animal apresentase como fonte energética altamente digestível.
62 nutriNews Brasil 2o Trimestre 2021 | Lisolecitina: uma alternativa para aumento no desempenho de bezerras leiteiras durante o período de aleitamento
A lecitina é composta por uma mescla de fosfolipídios (50%), triglicerídeos (35%) e glicolipídios (10%), carboidratos, pigmentos, carotenoides e outros microcompostos. As propriedades tensoativas da lecitina são provenientes da estrutura molecular dos fosfolipídeos, que são componentes ativos da lecitina. A lecitina pode ser obtida da soja e de diversas fontes de óleos vegetais como o óleo de palma, óleo de canola e o óleo de girassol, bem como o leite.
1
2
Emulsionantes sintéticos derivados da
Emulsificação da gordura
hidrólise enzimática da lecitina como lisolecitina ou lisofosfatidilcolina também executam a mesma função e auxiliam na absorção de ácidos graxos (Figura 1). Vários estudos já mostraram que a inclusão de lisofosfolipídeos como a
Partícula grande de gordura
3
Quebra da gordura em graxos pela lipase
4
lisolecitina resultaram em benefícios no desempenho de animais de produção.
Formação de Micelas
O consumo de gordura foi 19% maior em cordeiros alimentados com lecitina de soja, influenciando diretamente sobre o rendimento e qualidade de carcaça (Lough et al.,1991). Em frangos de corte, a adição de
Atuação da LISOLECITINA
5
Absorção da gordura Atuação da LISOLECITINA
emulsificantes exógenos na dieta aumentou a digestibilidade, o ganho de peso e a conversão alimentar (Roy et al., 2010), assim como a energia metabolizável e a emulsificação do óleo de palma (Yordan et al., 2013).
Atuação da LISOLECITINA Figura 1. Atuação da lisolecitina no processo de emulsificação.
63 nutriNews Brasil 2o Trimestre 2021 | Lisolecitina: uma alternativa para aumento no desempenho de bezerras leiteiras durante o período de aleitamento
suplementação
Consumo de gordura
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Os fosfolipídios também apresentam
Esses processos apresentam menor
ação semelhante aos antibióticos na
eficiência em recém-nascidos quando
flora intestinal, desestabilizando o
comparados aos animais com sistema
equilíbrio iônico das bactérias (Silva
digestório totalmente desenvolvido.
Júnior et al., 2009). Esta ação tem grande importância para algumas
Os órgãos como o pâncreas e fígado,
espécies e categorias, como é o caso
fundamentais para o processo de
de bezerros e leitões, uma vez que são
absorção, respondem a um sistema
animais susceptíveis às proliferações de
enzimático que ainda está em
microrganismos patogênicos em seu
desenvolvimento, de forma que o
sistema gastrointestinal.
processo de emulsificação não ocorre de forma eficiente no início da vida. Sendo assim, a utilização desse
A utilização de emulsificantes na dieta de
fosfolipídio no sucedâneo de
bovinos pode melhorar o desempenho
bezerros pode contribuir com
animal em resposta ao aumento na
suplementação
uma melhor absorção de lipídeos
absorção de nutrientes, principalmente,
nas primeiras semanas de vida de
através dos processos como digestão e
bezerros.
absorção de gordura (Smits et al., 2000).
Tabela 1. Benefícios da inclusão de lisolecitina em animais de produção ESPÉCIE
BENEFÍCIOS
AUTOR
Melhor função do TGI (comprimento de vilosidades mais longo e regulação positiva de vários genes associados ao colágeno, a matriz extracelular e as vias de integrina)
FRANGOS DE CORTE
Melhor desempenho do TGI Melhor desempenho sem afetar o CMS
Brautigan et al. 2017; Boontiam et al., 2019; Roy et al., 2010; Zhang et al., 2011
Melhor digestibilidade e eficiência alimentar
VACAS LEITEIRAS
Melhor desempenho sem afetar o CMS
Rico et al., 2017;
Melhor digestão de ácidos graxos
de Souza et al., 2020
Maior produção de gordura do leite
LEITÕES
GMD = ganho médio diário
Melhor desempenho sem afetar o CMS
Sun e Kim, 2019;
Maior GMD
Papadopoulos, 2014;
Melhor digestibilidade e eficiência alimentar
Akit et al., 2018;
Maior peso final no desmame
Xing et al., 2004
CMS= consumo de matéria seca
TGI= trato gastrointestinal
65 nutriNews Brasil 2o Trimestre 2021 | Lisolecitina: uma alternativa para aumento no desempenho de bezerras leiteiras durante o período de aleitamento
EFEITOS DA INCLUSÃO DE LISOLECITINA EM BEZERRAS LEITEIRAS DURANTE O PERÍODO DE ALEITAMENTO
Os bezerros recém-nascidos não tem aparato enzimático muito desenvolvido, de forma que a digestão de nutrientes e a absorção de lipídios são autolimitadas durante as primeiras semanas de vida.
A digestão de lipídios em bezerros começa na boca, onde a lipase salivar
suplementação
hidrolisa a gordura do leite. No entanto, apenas 30% da gordura total é hidrolisada antes de chegar ao intestino delgado.
No entanto, as formulações convencionais de sucedâneos costumam usar fontes econômicas de gordura vegetal, que carecem desses ácidos graxos e são menos
Uma vez que a gordura atinge
digestíveis para bezerros (Toullec e
o intestino delgado, as lipases
Guilloteau, 1989). Portanto, pesquisas
pancreáticas, a lisolecitina e os sais
que explorem alternativas para
biliares formam micelas,
auxiliar na eficiência alimentar e de
maximizando a digestibilidade da gordura do leite em
utilização de gorduras por bezerros são necessárias.
aproximadamente 97% (conforme revisado por Thornsberry et al., 2016).
O objetivo principal de incluir gordura em um sucedâneo é servir como uma fonte concentrada de energia.
Apesar da baixa atividade da lipase em bezerros jovens, a digestibilidade da gordura do leite é alta, pois os ácidos graxos de cadeias mais curtas são facilmente hidrolisados pela esterase pré-gástrica, uma enzima abundante em
Assim, gorduras de origem vegetal, como óleo de palma e óleo de coco, são frequentemente usadas como fontes de gordura em sucedâneo em substituição a gordura do leite, principalmente em função de custo.
bezerros durante as primeiras semanas de vida (Edwards-Webb, 1983).
66 nutriNews Brasil 2o Trimestre 2021 | Lisolecitina: uma alternativa para aumento no desempenho de bezerras leiteiras durante o período de aleitamento
Uma característica chave da digestão de gordura no trato gastrointestinal é a Uma limitação do uso de fontes de gordura vegetal em sucedâneo é que os
formação de micelas, que ocorre após a digestão e emulsificação de lipídios.
ácidos graxos de cadeia longa não são tão bem digeridos, diminuindo o valor
Vários estudos tentaram melhorar a digestão de gordura em bezerros adicionando emulsificantes de gordura na composição dos sucedâneos para bezerros, com o objetivo de facilitar o processo de diluição na formulação dos sucedâneos (Kertz et al., 2017).
Além disso, uma consequência da inclusão de emulsificantes em sucedâneo foi a melhoria da saúde e do desempenho por meio de uma melhor digestão e absorção de gordura pelos bezerros.
Os sais biliares atuam como emulsificantes, estabilizando uma emulsão e evitando que as micelas menores se fundam no trato gastrointestinal (Siyal et al., 2017). Com micelas mais estáveis, a absorção de gorduras fica facilitada e pode aumentar o desempenho e a eficiência dos animais.
Um estudo conduzido por Reis e colaboradores (2021), na ESALQ/USP, avaliou os efeitos da inclusão de lisolecitina (4g/dia) em sucedâneo para bezerros, com intuito de avaliar os efeitos associados no desempenho, fluidez de fezes e metabólitos sanguíneos dos animais durante os primeiros 56 dias de vida, Tabela 2.
Atualmente, muitos produtos não contêm emulsificantes devido a melhorias na tecnologia para a inclusão de gorduras
Melhor eficiência alimentar
nas formulações, o que facilitou o processo de diluição. Consequentemente, o problema com a digestão de gordura de origem vegetal em sucedâneo para bezerros continua sendo um desafio. Uma vez que bezerros leiteiros são alimentados com grandes volumes de
Melhor ganho médio diário sem alterar consumo Maior peso corporal ao desaleitamento Menor fluidez das fezes durante todo período de aleitamento
Tabela 2. Benefícios da inclusão de lisolecitina em sucedâneo para bezerros durante o período de aleitamento.
dieta líquida por refeição, diferente de sua biologia natural, a importância de um emulsificante é mais crítica para o metabolismo e a absorção de gordura.
Nesse estudo, o consumo de matéria seca total, o consumo de lipídeos e o consumo de concentrado não foram afetados pela suplementação com lisolecitina, porém os animais suplementados apresentaram maior ganho médio diário (GMD) e peso final.
67 nutriNews Brasil 2o Trimestre 2021 | Lisolecitina: uma alternativa para aumento no desempenho de bezerras leiteiras durante o período de aleitamento
suplementação
nutritivo para o bezerro.
Esses resultados estão de acordo com
Além da melhor digestão e absorção de
os encontrados na literatura (Tabela
gordura, os achados do estudo conduzido
1), onde os animais suplementados
na ESALQ/USP, podem estar relacionados
com lisolecitina apresentaram melhor
ao fato de que vários lisofosfolipídeos,
desempenho, provavelmente por
presentes na lisolecitina, induzem respostas
uma melhor digestão da gordura sem
fisiológicas e regulação gênica no intestino
comprometer ou aumentar o consumo de
para aumentar a absorção de nutrientes
concentrado.
e melhorar a saúde intestinal, como foi observado em um estudo conduzido em
De acordo com os autores, os bezerros
frangos de corte (Brautigan et al., 2017).
suplementados tiveram melhor desempenho porque a lisolecitina foi adicionada a um sucedâneo composto por gordura de origem
suplementação
vegetal.
O estudo mostrou também efeito na saúde intestinal uma vez que bezerros
Além disso, sugerem que esses resultados
não suplementados tiveram 13,6 vezes
positivos encontrados também poderiam
maiores chances de apresentar maior
ser encontrados em bezerros que são
fluidez nas fezes, ou seja, diarreia durante
aleitados com leite integral em um
o maior periodo de risco (entre 1-28 dias
sistema de aleitamento intensivo, quando
de vida).
os animais recebem grande volume dividido em poucas refeições. Mesmo que a gordura presente no leite seja altamente digestível, o consumo
A lisolecitina melhora o ganho médio
de grandes volumes por refeição
diário, sem alterar o consumo de
poderia limitar a utilização de gordura
concentrado, resultando em maior peso
considerando a produção endógena de
corporal no desaleitamento. Assim,
emulsificantes.
pode-se afirmar que a suplementação de lisolecitina em sucedâneos compostos por fontes de gordura vegetal aumenta a eficiência alimentar de bezerros leiteiros, provavelmente pela melhor digestão e absorção de gordura. Além disso, a lisolecitina também pode reduzir a probabilidade de diarreia em bezerros, o que beneficia a saúde e o seu desempenho. Referências bibliográficas sob consulta junto aos autores Lisolecitina: uma alternativa para aumento no desempenho de bezerras leiteiras durante o período de aleitamento
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68 nutriNews Brasil 2o Trimestre 2021 | Lisolecitina: uma alternativa para aumento no desempenho de bezerras leiteiras durante o período de aleitamento
INSETOS NA ALIMENTAÇÃO PET:
BENEFÍCIOS
NUTRICIONAIS E AMBIENTAIS Camilla Mariane Menezes Souza1 Ananda Portella Félix2
pet
1 Zootecnista, doutoranda em nutrição de animais de companhia, Universidade Federal do Paraná (UFPR) 2 Professora do Departamento de Zootecnia, Universidade Federal do Paraná (UFPR)
Introdução
A
s fontes proteicas convencionais utilizadas nas formulações de dietas apresentam elevado custo, tanto do ponto de vista econômico quanto ecológico, e podem se tornar escassas em virtude do aumento expressivo da população, visto que grande parte das fontes de proteínas utilizadas em alimentos comerciais para cães e gatos se assemelham àquelas consumidas por humanos (Swanson et al., 2013).
Sendo assim, em resposta à preocupação global em relação aos recursos ambientais limitados, associado ao aumento da consciência dos tutores em relação às questões de sustentabilidade, há maior demanda por pesquisa e desenvolvimento de ingredientes seguros, sustentáveis, naturais ou orgânicos.
69 nutriNews Brasil 2º Trimestre 2021 | Insetos na alimentação pet: benefícios nutricionais e ambientais
Neste sentido, cada vez mais atenção está sendo direcionada aos insetos como uma fonte alimentar alternativa e sustentável. Os insetos são considerados excelente fonte de proteína, tendo um perfil adequado de aminoácidos, que pode variar conforme a espécie, estágio de desenvolvimento e dieta que recebem. Além disso, podem substituir parcialmente as fontes convencionais de proteína que já fazem parte da matriz de alimentação, necessitam de poucos recursos ambientais para se produzir ao mesmo tempo que fornecem significativa bio-conversão de resíduos orgânicos (FAO, 2013).
Proteína de alto valor biológico A recomendação mínima de proteína bruta (PB) para cães e gatos em manutenção é de 18% e 25%, respectivamente, considerando uma dieta com 4,0 kcal/g (FEDIAF, 2020). Desta forma, os alimentos comerciais destinados para essas espécies são formulados com relativa alta inclusão de ingredientes proteicos de: origem animal (farinha de vísceras de aves, farinha de torresmo, farinha de vísceras de suínos, farinha de peixe, ovo em pó, entre outros) e
pet
origem vegetal (farelo de soja, farelo de glúten de milho, entre outros). Com o alto valor agregado e a disponibilidade limitada no futuro de fontes proteicas, a utilização de insetos é considerada uma alternativa. Além disso, o emprego desse ingrediente se torna uma tendência, muito relacionada com a ideia de consumo sustentável de um mercado que Apesar das suas qualidades nutricionais, a desinformação sobre
reflete um comportamento que vem crescendo entre os tutores.
o uso de insetos como ingredientes alternativos na alimentação de cães e gatos leva à uma percepção errada desta matériaprima pelos tutores, principalmente quanto a segurança alimentar. Com o desenvolvimento do conhecimento técnico-científico, esta revisão visa fornecer
Embora os estudos sobre nutrição com o uso de insetos para animais de companhia ainda sejam recentes e limitados, conforme apresentando na Tabela 1, os dados disponíveis são na verdade muito positivos para sua aplicação no segmento do mercado pet.
informações sobre o estado atual dos benefícios nutricionais e ambientais do uso de insetos como ingrediente na formulação de dietas para cães e gatos.
70 nutriNews Brasil 2º Trimestre 2021 | Insetos na alimentação pet: benefícios nutricionais e ambientais
As farinhas de insetos apresentam considerável teor de proteína (de 37 a 63% na matéria seca) e lipídeos (4 a 39% na matéria seca). Como referência, a farinha de vísceras de aves pode atingir uma variação de 55% a 65% de PB, enquanto o farelo de soja de 40 a 50% de PB.
Em adição, as fontes de insetos estudas recentemente apresentam alto valor biológico, com perfil de aminoácidos essenciais similar ao da farinha de vísceras de aves, atendendo as necessidades de cães e gatos (Figura 2). Ainda, é possível que o uso em conjunto de duas ou mais fontes proteicas na formulação contribuam com maior equilíbrio dos
Isso demonstra que os insetos podem suprir as necessidades proteicas de cães e gatos, assim como outras fontes proteicas convencionais
aminoácidos da dieta, uma vez que seus perfis aminoacídicos conseguem ser complementares.
(Bosch et al., 2014; Makkar et al., 2014; McCusker et al., 2014), como ilustrado na Figura 1.
Proteínas e lipídos (% MS)
100 80 60 40 0
PB
pet
20 EE
Farinha de vísceras aves
Barata
Larva balck soldier
Formiga
Grilo
Tenébrio
Figura 1 - Teor de proteína bruta (PB) e extrato etéreo (EE) (% na matéria seca) da farinha de vísceras de aves e insetos utilizados em alimentos para cães e gatos. Adaptado de Bosch et al. (2014); McCusker et al. (2014)
Teor de Aminoácidos (% da MS)
5 4 3 2 0 1 0 Arg
His
Ile
Leu
Lys
Met
Phe
Thr
Trp
Val
Farinha de visceras aves
Barata
Larva balck soldier
Necessidades cães
Formiga
Grilo
Tenébrio
Necessidades gatos
Figura 2 - Perfil de aminoácidos essenciais (% na matéria seca) da farinha de vísceras de aves e insetos e necessidades nutricionais de cães e gatos. Adaptado de NRC (2006); Bosch et al. (2014); McCusker et al. (2014); FEDIAF (2020).
71 nutriNews Brasil 2º Trimestre 2021 | Insetos na alimentação pet: benefícios nutricionais e ambientais
Vale ressaltar que para a aplicação dos insetos em alimentos para animais de companhia como fonte proteica é importante monitorar e controlar a alteração na composição de aminoácidos e sua digestibilidade.
Considerando que a digestibilidade da PB dos diferentes insetos avaliados em alimentos para cães e gatos se encontra entre 87 a 93,3%, é sugerido que as farinhas de insetos apresentam biodisponibilidade das proteínas semelhante ou até mesmo superior que fontes convencionais, levando em consideração uma digestibilidade de farinha de vísceras de aves e farelo de soja de 87,9 e 80,3% respectivamente
(Carciofi, 2008; Bosch et al., 2014, 2016).
Tabela 1 - Panorama de estudos in vitro e in vivo de várias fontes de insetos em alimentos para cães e gatos. Inseto
Método
Espécie
Referência
In vitro
cães
Bosch et al. (2014)
In vitro
cães
Bosch et al. (2016)
Digestibilidade fecal
cães
Beynen (2018)
Digestibilidade fecal
cães
Digestibilidade fecal
gatos
Digestibilidade fecal
cães
Meyer et al. (2019)
Digestibilidade fecal
cães
Lei et al. (2019)
Digestibilidade fecal
gatos
Paβlack e Zentek (2018)
Larva de mosca doméstica
In vitro
cães
Bosch et al. (2016)
Grilos (críquete)
Digestibilidade fecal
cães
Kilburn et al. (2020)
In vitro
cães
Bosch et al. (2014)
In vitro
cães
Bosch et al. (2016)
Digestibilidade fecal
cães
Digestibilidade fecal
gatos
Digestibilidade fecal
gatos
Digestibilidade fecal
cães
Digestibilidade fecal
gatos
Digestibilidade fecal
cães
Digestibilidade fecal
gatos
Digestibilidade fecal
gatos
In vitro
cães
pet
Mosca soldado negra
Tenébrio
Barata cinéria Barata de madagascar Larvas de tenébrio
Yamka et al. (2019)
Beynen (2018)
Lisenko (2017)
Bosch et al. (2014)
Adaptado de: Bosch e Swanson et al. (2020). Diferentes níveis de inclusão da fonte de inseto: Paβlack e Zentek (2018); Lei et al. (2019); Meyer et al. (2019); Kilburn et al. (2020).
72 nutriNews Brasil 2º Trimestre 2021 | Insetos na alimentação pet: benefícios nutricionais e ambientais
Em adição, as fontes de insetos também possuem alta proporção de micronutrientes valiosos, como zinco e ferro. Portanto, eles complementam naturalmente o alimento dos animais de companhia com muitos nutrientes importantes. Os insetos podem ter baixo teor de cálcio por não possuírem ossos em sua estrutura. Ao mesmo tempo, muitas fontes tradicionais de proteína, como aves e farinhas de carne, contêm mais cálcio do que os cães e gatos precisam. Uma solução poderia ser misturar farinha de inseto com baixo teor de cálcio com outras fontes de proteína contendo alto teor de cálcio para otimizar os níveis na dieta.
Fonte de lipídios e minerais Os insetos, dependendo do tipo, fornecem gorduras (Figura 1) importantes, como ácidos graxos monoinsaturados e polinsaturados, que podem atuar no fortalecimento do sistema imunológico, como também ácidos graxos que geram energia ao organismo. Como exemplo, a gordura da larva da mosca do soldado negra (Black soldier fly) é rica em ácido láurico, considerado um ácido graxo saturado encontrado em várias gorduras e óleos vegetais e animais, incluindo óleo de coco e óleo de palmiste, e acredita-se que tenha propriedades antimicrobianas.
Destaca-se, que a composição nutricional varia entre espécie para espécie, sendo influenciada pelo tipo de dieta que esses insetos obtiveram em seu sistema de criação e métodos de processamento utilizados. Ainda, o uso de insetos deve ser aceitável desde que a dieta seja segura, completa e balanceada.
73 nutriNews Brasil 2º Trimestre 2021 | Insetos na alimentação pet: benefícios nutricionais e ambientais
pet
Não há dúvidas de que a qualidade dos ingredientes e a inclusão de fontes de proteína de origem animal em alimentos para animais de companhia são fatores muito importantes que os tutores consideram na escolha do produto. No entanto, cães e gatos, assim como seres humanos, precisam de nutrientes e não de ingredientes. Suas necessidades de nutrientes podem ser atendidas por meio de uma variedade, ou geralmente uma combinação, de fontes de proteína de origem animal ou vegetal e por que não de insetos?
Benefícios das fontes de insetos para saúde dos cães e gatos Não existem relatos que a aplicação de fontes de insetos em alimentos para cães e gatos impactem nos: parâmetros sanguíneos qualidade das fezes funcionalidade intestinal
pet
No entanto, em cães foi observado uma adaptação potencial da microbiota intestinal em sua capacidade de fermentação da quitina, atuando similar ao efeito de fibras vegetais (Bosch et al., 2016). Em função disso, estudos mais longos se fazem necessários para explorar o impacto de produtos à base de insetos na saúde de cães e gatos.
Os alimentos com proteína de insetos são sugeridos para animais que apresentam reações adversas ao alimento, seja dermatológico e/ ou gastrointestinal, visto que são fontes de proteína que não são familiares ao sistema imunológico dos animais. No entanto, não há informações totalmente elucidadas sobre esse possível potencial dos insetos em alimentos hipoalergênicos. Em relação a palatabilidade, cães e gatos podem ter um paladar diferente quando se trata de insetos, tanto quanto as espécies utilizadas e o nível de inclusão. Os cães, por exemplo, não alteraram seu consumo quando insetos foram inclusos como ingredientes. Já os gatos, por apresentarem um apetite mais exigente, há relatos de maior variação na preferência alimentar
Benefícios ambientais A característica atribuída de produto sustentável está relacionada principalmente pela menor pegada de carbono, ou seja, menor quantidade de gases de efeito estufa emitidos durante sua produção. Em adição, os insetos são eficientemente cultivados em diversos ambientes, apresentam um ciclo de reprodução rápida e contínua, provocando assim menores impactos ambientais. Quanto à sustentabilidade ambiental, apresentam: menor produção de dejetos eutrofização requerem menor quantidade de água e de terra Comparado com os sistemas de produção animal convencionais.
(Paβlack e Zentek, 2018).
74 nutriNews Brasil 2º Trimestre 2021 | Insetos na alimentação pet: benefícios nutricionais e ambientais
Em adição, de modo geral os insetos são muito mais eficientes na conversão de alimentos ingeridos em peso corporal. Para ganhar 1 kg de peso, a larva da mosca-preta precisa comer 1,5 kg de alimento. Por outro lado, um bovino precisa de 7 kg de alimento para o mesmo ganho de peso. Além disso, os insetos utilizados na nutrição pet geralmente não transmitem doenças aos humanos e são muito resistentes às influências do ambiente. Por último, o processamento de insetos é relativamente simples. A maioria dos insetos e larvas são desidratados e triturados.
Em síntese, o uso sustentável de insetos preserva os recursos naturais, desempenhando papel fundamental na conservação da biodiversidade. Entretanto, a disseminação de informações e o emprego de novas tecnologias se fazem necessários, a fim de torná-los um alimento aceitável (FAO, 2013).
Entraves no uso dos insetos na alimentação de cães e gatos Apesar dos insetos serem uma parte natural da dieta dos ancestrais dos cães e gatos domesticados e esses animais terem contato com insetos fora ou em suas casas, existe uma baixa aceitação e uma visão adversa da maioria dos consumidores à adição de insetos na alimentação dos seus animais de companhia. Muitos tutores desconhecem os benefícios nutricionais e a possibilidade de aplicação de insetos na alimentação dessas espécies. Essa opinião negativa, principalmente da população ocidental, é associada a fobia de insetos e preocupações quanto a segurança alimentar, levando em consideração a expressiva tendência à humanização do setor. No entanto, é possível perceber que o perfil da geração atual de tutores está mais disposto a pagar mais por um produto de melhor qualidade ou mais sustentável. Este grupo também inclui a maioria dos tutores que preferem dar dietas vegetarianas aos gatos: uma vez que os felinos precisam obter taurina da proteína da carne, eles podem preferir dar a seus animais de companhia alimento à base de insetos em vez de carne, frango ou peixe.
75 nutriNews Brasil 2º Trimestre 2021 | Insetos na alimentação pet: benefícios nutricionais e ambientais
pet
Estudo realizado por Oonincx e De Boer (2012) observou que a emissão de equivalente de dióxido de carbono (CO2eq) e o uso de terra por 100 g de proteína de larva-dafarinha (Tenebrio molitor) pode chegar em até 14 vezes menos comparados à produção de frangos, suínos e bovinos, por exemplo, que são sistemas que requerem maior quantidade de insumos e recursos naturais.
Como qualquer fonte de proteína animal, a contaminação também é um fator de risco. No entanto, os insetos utilizados na nutrição animal são criados em condições controladas. Em indústrias no exterior, onde já se utiliza esse ingrediente, é feito um monitoramento da fonte e do produto acabado, testando as especificações nutricionais e microbianas, controlando o produto até que todos os resultados estejam disponíveis antes de vender os ingredientes/produtos. Ainda, as empresas produtoras de insetos alimentam suas larvas exclusivamente com subprodutos de frutas e vegetais e realizam todo o controle sanitário dentro do sistema de criação para reduzir os riscos de doenças.
pet
O quadro legislativo brasileiro especificamente relacionado com os insetos utilizados como alimento para consumo humano e animal ainda não está desenvolvido. Ao que tudo indica, tanto o processamento e armazenamento dos insetos deverão seguir os mesmos regulamentos de saúde e saneamento que para qualquer outro alimento tradicional ou alimentos para animais, a fim de garantir a segurança alimentar.
Ainda, é necessário que se tenha certeza da procedência do ingrediente que está sendo utilizado na produção desses alimentos. A realização de estudos de alimentação com dietas contendo insetos de meses ou mesmo anos são importantes para provar a segurança da matéria-prima utilizada. Por fim, outro entrave seria a disponibilidade desse ingrediente para as fábricas, levando em consideração o número de toneladas de alimentos destinados a cães e gatos que são produzidas anualmente pelos sistemas, o que pode aumentar o custo de produção e consequentemente dos produtos.
76 nutriNews Brasil 2º Trimestre 2021 | Insetos na alimentação pet: benefícios nutricionais e ambientais
O uso de insetos é uma realidade? Por enquanto, nos Estados Unidos, o maior mercado de alimentos pet food, a proteína de inseto ainda não é permitida pela American Association of Feed Control Officials (AAFCCO) na alimentação completa para animais de companhia. Apenas alguns alimentos de agrado à base de insetos foram lançados, os quais não são regulamentados pelo órgão.
No Brasil, até o momento não existem produtos certificados e vendidos no mercado. Mas algumas instituições de pesquisa já vêm avaliando a aplicação desse ingrediente e seus efeitos sobre a saúde dos cães e gatos.
Considerações finais Com o aumento das pesquisas e do conhecimento em práticas de sustentabilidade, avanços em tecnologia e aumento da conscientização e demanda dos tutores, há um potencial cada vez maior de reduzir o impacto ambiental gerado na produção dos alimentos para animais de companhia. A escolha dos ingredientes proteicos se torna um desafio na prática, sendo constantemente buscado por fontes
pet
Por outro lado, a União Europeia, há alguns anos, permitiu o uso de proteínas de insetos em alimentos para esses animais. Inicialmente, isso encorajou o desenvolvimento de alimentos com o ingrediente, sendo possível ver esses produtos nas prateleiras.
alternativas. Os insetos demostram ter um potencial de uso, devido à sua composição nutricional e os benefícios ambientais gerados pela sua utilização. Apesar disso, há necessidade de maiores pesquisas na área, bem como divulgação dos resultados, para que a população possa entender melhor este produto e seus benefícios.
Insetos na alimentação pet: benefícios nutricionais e ambientais
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77 nutriNews Brasil 2º Trimestre 2021 | Insetos na alimentação pet: benefícios nutricionais e ambientais
FARINHA DE RESÍDUO DE CAMARÃO PARA FRANGOS DE CORTE Claudson Oliveira Brito1, Arele Arlindo Calderano2, Camilla Mendonça Silva1, Valdir Ribeiro Júnior1, Rayanne Andrade Nunes2, Hallef Rieger Salgado2
alimentos alternativos
¹Departamento de Zootecnia, Universidade Federal de Sergipe 2Departamento de Zootecnia, Universidade Federal de Viçosa
Introdução
A
utilização de alimentos alternativos ao milho e farelo de soja em rações destinadas à avicultura e suinocultura
tem como objetivos finais a diminuição do custo da formulação, a manutenção ou melhoria do desempenho animal e, em muitos casos, a redução de impactos ambientais.
78 nutriNews Brasil 2o Trimestre 2021 | Farinha de resíduo de camarão para frangos de corte
O primeiro passo para utilização de alimentos alternativos é conhecer sua disponibilidade no mercado, sua composição nutricional e energética, a existência de substâncias que possam comprometer o desempenho animal, a digestibilidade dos nutrientes (principalmente aminoácidos), bem como o nível de inclusão capaz de promover o ganho animal.
Dentre os alimentos alternativos existentes, destaca-se, próximo às regiões litorâneas, o subproduto gerado pela produção ou pesca do camarão, conhecido como farinha de
alimentos alternativos
Cabeça
cabeça de camarão ou farinha do resíduo de camarão. Este subproduto surge após o processamento para a retirada do filé de camarão, sobrando cabeça, casca e calda
(Figura 1).
Filé
Casca
Figura 1- Partes do camarão (filé, cabeça e casca) após o processamento.
79 nutriNews Brasil 2o Trimestre 2021 | Farinha de resíduo de camarão para frangos de corte
Experimentação Em um dos trabalhos de pesquisa
A temperatura interna da estufa
desenvolvidos pelo NEAAVI (Núcleo de Estudos Avançados em Avicultura) foi realizada a caracterização
ficou entre 25 e 47,3º C e a
25 e 47,3ºC
50,2 e 93,7%, o que possibilitou
do processo de secagem e a composição
a secagem do resíduo em torno
nutricional da farinha de resíduo de camarão proveniente da pesca extrativista, bem como estimada a sua energia
de 55 horas. Após a secagem,
50,2 e 93,7%
o resíduo composto por 76% de cabeça (encefalotórax) e 26% de
metabolizável.
casca (exoesqueleto) apresentou
Para tal, foi desenvolvida uma plataforma de alumínio de secagem
um rendimento de matéria seca
55 horas
ao sol, com área total de 15 m² e capacidade de secagem de 400 kg do resíduo de camarão. Para proteger as amostras contra insetos e permitir
alimentos alternativos
umidade relativa do ar entre
uma ótima ventilação e a passagem
(MS) de 23%. Posteriormente foi moído para manter as partículas em 1mm, sendo chamado de farinha de resíduo de camarão (FRC; Tabela 1).
de luz solar foi utilizada uma estrutura produzida em cano de PVC (6 x 4 m), coberta com tela plástica com malha 6 x 6 mm e diâmetro de fio de 0,25 mm, semelhante a uma estufa (Figura 2).
Figura 2 – Plataforma para secagem ao sol do resíduo de camarão.
80 nutriNews Brasil 2o Trimestre 2021 | Farinha de resíduo de camarão para frangos de corte
Tabela 1 – Análises químicas da farinha de resíduo de camarão Determinação, g/kg Matéria Seca
890,00
Proteína Bruta
326,00
Extrato Etéreo
39,00
Energia Bruta (kcal/kg)
2.385
Material Mineral
411,00
Macrominerais Ca
122,00
P
23,10
Na
13,30
F
294,00
Fe
149,00
Zn
57,00
Cu
31,20
Mn
14,10
Co
9,34
alimentos alternativos
Microminerais, mg/kg
Aminoácidos essenciais, g/kg Fenilalanina
22,90 (7,01)
Leucina
19,30 (5,91)
Lisina
16,70 (5,10)
Valina
15,10 (4,61)
Arginina
14,30 (4,39)
Isoleucina
12,60 (3,86)
Treonina
10,80 (3,30)
Metionina
5,40 (1,65)
Histidina
5,20 (1,59)
Aminoácidos não essenciais, g/kg Ácido Glutâmico
36,50 (11,17)
Ácido Aspártico
26,60 (8,15)
Glicina
17,00 (5,22)
Alanina
15,80 (4,83)
Prolina
11,70 (3,57)
Sererina
10,70 (3,27)
Cisteína
3,10 (0,94)
Valores entre parênteses refere-se à participação do aminoácido na proteína bruta
81 nutriNews Brasil 2o Trimestre 2021 | Farinha de resíduo de camarão para frangos de corte
Foi observada diminuição linear da energia metabolizável das dietas com Com as informações
inclusões crescentes da FRC (Gráfico 2).
nutricionais da FRC, foram avaliados os impactos da
O declínio de energia, que acompanhou
inclusão de 0; 50;
a menor utilização de MS, pode estar
100; 150 e 200g/
relacionada como o aumento da
kg de ração para frangos de corte, visando
matéria mineral (MM) nas dietas ou com
determinar a digestibilidade dos nutrientes e a
o desequilíbrio nas relações entre os
disponibilidade de energia metabolizável.
minerais.
O maior (73%) e menor (70,8%) coeficiente de digestibilidade MS foram observados com a inclusão de 100 e 200 g/kg da FRC,
De acordo com Shafey (1993) e Adedokun
respectivamente (Gráfico 1).
e Adeola (2013), a interação entre os nutrientes da dieta influencia a
alimentos alternativos
As mudanças observadas na
disponibilidade de energia, bem como o
digestibilidade da MS estão
desequilíbrio entre cálcio e fósforo afeta a
relacionadas ao consumo de ração, que
eficiência alimentar.
diminuiu na inclusão de 150 e 200 g/kg da FRC. No entanto, a digestibilidade do
No presente trabalho, a inclusão de 50,
nitrogênio aumentou linearmente com a
100, 150, e 200 g/kg da FRC resultou numa
inclusão da FRC.
relação de Ca:P de 2,8:1; 3,3:1; 3,7:1 e 3,95:1, respectivamente, e isso pode ter influenciado a utilização da energia da dieta pelas aves.
125 100
77,5 a
73,9 b a
58,5 c ab
75
a
61 c ab
77,9 a
80 70
a
b a
60
b ab
b
50 40
50
30 20
25 0
10 0
5 CR (MS), g/dia
10 Coef. Met. MS, %
15 Retenção de N, %
20
0
Gráfico 1 - Variáveis do metabolismo da matéria seca (MS) obtidas com frangos de corte alimentados com rações contendo diferentes níveis de farinha de resíduo de camarão.
82 nutriNews Brasil 2o Trimestre 2021 | Farinha de resíduo de camarão para frangos de corte
3100
2963
3062
3013
2663
EMA Kcal/kg
2867
2623
2500
2779
2425
EMAn Kcal/kg
Gráfico 2 - Energia metabolizável aparente (EMA) e Energia metabolizável aparente corrigida pelo balanço de nitrogênio (EMAn) das dietas de frangos de corte que receberam as diferentes inclusões da FRC.
um N-acetilquitooligossacarídeo existente no exoesqueleto do camarão seja o responsável pela redução de utilização de nutrientes (Gernat, 2001; Khempaka et al., 2006), há relatos que a quitosana, uma quitina desacetilada:
As aves são capazes de digerir aproximadamente 90% da quitosana e quitina (Hirano et al., 1990), sendo o estômago o local de maior digestibilidade, especialmente devido à expressão de mRNA da quitinase ácida a qual aumenta com o consumo de
alimentos alternativos
Embora estudos mostrem que a quitina,
quitina (Tabata et al., 2018).
melhora o desempenho
Isso confirma que o uso de quitina em
melhora a retenção de nitrogênio e a digestibilidade da matéria orgânica estimula a proliferação de
até 28 g/kg não reduz a digestibilidade ou desempenho dos frangos, como foi observado por Khempaka et al. (2012). No presente estudo foi realizada uma análise
microrganismos benéficos
de regressão que permitiu estimar a energia
inibe microrganismos prejudiciais, ou
metabolizável por quilograma da FRC em
protege a mucosa do estômago (Shi et
1307 kcal.
al., 2005; Swiatkiewicz, et al., 2015). Assim, no presente estudo, acreditamos que a MM é o componente que prejudicou a digestibilidade das dietas, e não a quitina.
A metabolizabilidade da energia pode ser afetada pela idade das aves, composição química e nível de inclusão do ingrediente teste, entre outros fatores (Soares et al., 2005;
Bryden e Li, 2010).
A concentração de quitina não foi analisada em nosso estudo. Mas,
Por este motivo, é importante
com base na literatura, o resíduo de
conhecer os conteúdos químicos
camarão normalmente apresenta de 110 a 240 g/kg (Manni et al., 2010; Benhabiles et al.,
2012). Considerando que a concentração média de quitina seja de 170 g/kg, os níveis de inclusão da FRC de 50, 100, 150 e 200 g/kg resultariam em
e energéticos dos alimentos, considerando que os produtos de origem animal são pouco padronizados (Gomes et al., 2007).
8,5, 17, 25,5 e 34 g/kg de quitina, respectivamente.
83 nutriNews Brasil 2o Trimestre 2021 | Farinha de resíduo de camarão para frangos de corte
Também foi observada redução significativa
A digestibilidade média de aminoácidos foi de
na digestibilidade ileal de PB e MS com o
67,4; 74,8 e 66,7% nos níveis de 50, 100 e 150
uso de 150 g/kg da FRC, reafirmando que
g/kg de FRC. Lisina, metionina e fenilalanina
interação entre nutrientes pode impactar a
(aminoácidos essenciais) e ácido glutâmico,
digestão e absorção (Proszkowiec-Weglarz e Angel,
ácido aspártico e alanina (não essenciais),
2013; Akter et al., 2019), indicando a necessidade
apresentaram os maiores coeficientes de
do nível apropriado de inclusão.
digestibilidade ileal, enquanto treonina e glicina apresentaram os valores mais baixos.
Tabela 2- Coeficientes de digestibilidade ileal verdadeiros da matéria seca, proteína bruta e aminoácidos da FRC em três níveis de inclusão em dietas de frangos de corte FRC (g/kg)
Digestibilidade ileal verdadeira (%)
50
Matéria seca
80,8a
78,4b
71,3c
0,625
Proteína Bruta
47,7
68,4
56,6b
2,015 3,964
100 c
150 a
SEM α
alimentos alternativos
Aminoácidos essenciais Leucina
77,3
81,6
72,1
Treonina
42,3b
59,8a
54,1a
2,172
Valina
67,5
73,1
64,9
3,610
Isoleucina
71,1
76,1
66,5
3,957
Arginina
68,7
80,4
69,7
4,400 3,225
Lisina
81,8
84,9
76,6
Fenilalanina
84,2
87,1
82,3
2,223
Metionina + Cisteína
72,3
77,4
67,7
2,829
Triptofano
79,3
84,4
73,6
3,877
Metionina
66,8
76,0
69,7
5,226
Prolina
51,9
64,8
54,4
4,438
Glicina
38,8
43,7
39,1
2,703
Serina
44,0b
63,4a
46,5b
2,907
Alanina
65,4
71,0
62,3
3,558
Ácido Glutâmico
86,1
89,6
86,4
1,251
Aminoácidos não essenciais
Ácido Aspártico
91,0
93,3
91,6
2,224
Cisteina
56,8
65,0
57,2
3,34
Médias dentro de uma linha sem sobrescritos comuns são significativamente diferentes pelo teste de Tukey. a,b,c
Conclusões
A FRC possui características nutricionais desejáveis, podendo ser utilizada em dietas para frangos de corte. Sugerimos o nível de inclusão de 100 g/kg de dieta ou 10% para
Farinha de resíduo de camarão para frangos de corte
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alcançar a melhor digestibilidade de nutrientes e metabolizabilidade da energia (1.307 kcal de EM/kg com base na MS).
O artigo na íntegra está disponível em https://doi.org/10.1016/j.anifeedsci.2020.114467.
84 nutriNews Brasil 2o Trimestre 2021 | Farinha de resíduo de camarão para frangos de corte
INFLUÊNCIA DO SISTEMA COMPOST BARN NA NUTRIÇÃO, PRODUÇÃO E QUALIDADE DO LEITE compost barn
Flávio Alves Damasceno¹ Gustavo Ferreira Almeida² ¹Professor e Pesquisador em Compost Barn – Universidade Federal de Lavras (UFLA) ²Nutricionista de bovinos leiteiros na Gadileite
Todos os sistemas de confinamento para bovinos leiteiros visam melhorar o conforto para os animais, de modo que esses possam expressar seu comportamento natural, mantendo a higiene e a saúde, e, geralmente, melhorando as condições de vida dos animais em lactação e a situação financeira do produtor. Dentre os sistemas de confinamento empregados na atividade leiteira, tem se destacado o Compost Barn (CB). A instalação do CB é um sistema relativamente novo no mundo, que vem se tornando cada vez mais popular em países da América do Sul, principalmente no Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai. Esse sistema já foi construído e operado com sucesso por algum tempo em Israel e EUA. Algumas das descobertas científicas atualmente disponíveis sobre esse tipo de sistema de criação animal vêm dos EUA, especialmente dos estados de Minnesota e Kentucky.
85 nutriNews Brasil 2o Trimestre 2021 | Influência do sistema compost barn na nutrição, produção e qualidade do leite
Trata-se de um modelo de confinamento em que os animais permanecem soltos em uma grande área coberta com cama de material orgânico, estando livres para se movimentarem e expressarem seu comportamento de modo mais natural.
Normalmente, o sistema CB é composto por duas regiões principais: área de descanso com cama
compost barn
pista de alimentação com piso de concreto frisado. Em algumas instalações, também pode conter o corredor de serviço que auxilia na condução dos animais para a sala de ordenha.
Na área de cama, diferentes tipos de materiais orgânicos têm sido usados como fonte de carbono, tais como: maravalha e serragem de madeira casca de amendoim
Nesse sistema, fezes e urina são depositadas e incorporadas ao material orgânico presente na área da cama. A incorporação dos dejetos dos animais ocorre durante o revolvimento do material de cama, utilizando um implemento (subsolador, enxada rotativa, etc.) acoplado ao trator. O revolvimento do material da cama deve ocorrer pelo menos duas vezes por dia quando as vacas estão sendo ordenhadas. Entretanto, em algumas situações por falta de mão-de-obra, antes do revolvimento da cama, produtores prendem as vacas no corredor de alimentação.
Este processo é realizado com os objetivos de descompactar o material da superfície, promover a mistura de cama e dejeto, aumentar a porosidade (espaço de vazios) e elevar as concentrações de oxigênio no interior do material da cama.
casca de café palha de trigo palha de soja palha de arroz No entanto, notadamente para regiões de pouca oferta, ou em épocas de escassez de material, outros materiais orgânicos têm sido utilizados com êxito. Em alguns casos, tem se observado a utilização de serragem com solo, não tendo neste caso, nenhuma comprovação de eficácia.
Caso o revolvimento não seja realizado com frequência e maneira adequadas, ocorrerá a compactação da cama, diminuindo a disponibilidade de oxigênio aos microrganismos decompositores e reduzindo a velocidade de degradação do material. O fornecimento de oxigênio é essencial para que o processo de decomposição aeróbia do material de cama ocorra de forma satisfatória e a sua demanda é crescente com o aumento da velocidade de degradação.
86 nutriNews Brasil 2o Trimestre 2021 | Influência do sistema compost barn na nutrição, produção e qualidade do leite
O sistema de confinamento para as vacas leiteiras deve possibilitar uma melhor condição de conforto térmico e uma maior flexibilidade dos produtores em trabalhar com lotes de animais do mesmo estágio fisiológico. Dentre os sistemas de confinamento, o CB tem apresentado melhores condições de bem-estar e maior flexibilidade em trabalhar com números de lotes em que os animais estejam no mesmo momento fisiológico.
A maioria das raças especializadas para maiores produções de leite de origem europeia são mais sensíveis ao estresse térmico, situação comum no Brasil por ser um país de clima tropical. Vacas leiteiras com alta produção precisam de condições para que possam expressar todo seu potencial genético, tais como: um ambiente com adequado conforto que possibilite a ingestão de água e alimentos camas confortáveis que aumentem o tempo de repouso instalações que permitam boas condições de conforto térmico
Além disso, estratégias nutricionais devem estar bem alinhadas para evitar desordens metabólicas, principalmente no período de transição que poderá refletir em toda a lactação do animal.
O estresse por calor vai dar início a mudanças metabólicas e comportamentais no rebanho. Na prática, tem-se observado que em condição de desconforto térmico, as vacas diminuem o consumo de matéria seca e ficam mais tempo em pé, aumentando sua frequência respiratória na tentativa de dissipação de calor corporal para o ambiente. Toda essa condição irá resultar no maior gasto energético durante esse intervalo de menor consumo de matéria seca, resultando na menor produção de leite, afetando diretamente a saúde dos animais.
compost barn
NUTRIÇÃO DE VACAS LEITEIRAS EM SISTEMA COMPOST BARN
Outro fator comportamental dos animais que aumenta durante o estresse térmico é a seleção dos alimentos no cocho, que pode ser fator de risco para acidose dos animais e queda dos teores de sólidos no leite. Além disto, se as vacas em lactação não ficarem deitadas pelo menos 12 horas/ dia, acarretará também a diminuição da produção, ou seja, a cada hora a mais de descanso, as vacas irão produzir 1,6 litros de leite/dia.
87 nutriNews Brasil 2o Trimestre 2021 | Influência do sistema compost barn na nutrição, produção e qualidade do leite
As vacas leiteiras têm exigências nutricionais para sua manutenção e produção, mas essas exigências variam, dependendo do estado fisiológico em que se encontram.
compost barn
Durante o período de transição, 21 dias antes do parto e 21 dias pós-parto, a demanda de nutrientes estará direcionada, principalmente, para:
1
crescimento do feto
2
preparação da glândula mamária nos últimos dias da gestação
3 4
produção do colostro e, posteriormente ao parto, a síntese do leite.
Uma das características importantes durante o período de transição é o comportamento ingestivo das vacas, já que as mudanças físicas, comportamentais, ambientais, fisiológicas e metabólicas do animal vão ter grande influência no desempenho. A cada 1 litro de leite a mais durante o pico de lactação será responsável por 200 litros de leite a mais durante a lactação. Lembrando que a máxima ingestão de alimentos pelos animais só ocorre quando a vaca tem tempo para realizar as suas refeições.
PRODUÇÃO DE VACAS LEITEIRAS EM SISTEMA COMPOST BARN Um dos grandes desafios encontrados na pecuária de leite, que se caracteriza como uma das causas do aumento de mastite no rebanho, é a intensificação da produção das vacas. Porém, como em toda cadeia de produção, o produtor de leite tem enfrentado desafios diários para manter a produtividade do rebanho.
Na busca pela maior produtividade e eficiência no cenário globalizado e agressivo, os produtores de leite enfrentam desafios com custos de produção, preço do leite, mudança climática, qualidade do leite, novas tecnologias, falta de mão-de-obra, importações de produtos lácteos e produtividade.
Diante disto, o sistema CB tem sido uma alternativa aos produtores de leite para alavancar a produção e melhorar a qualidade do leite, conseguindo assim, melhor retorno financeiro e maior bem-estar aos animais. Para demonstrar a evolução na produção de leite de pequenos produtores, um estudo foi realizado pelo prof. Flávio Alves Damasceno e seu estudante João Antônio Costa do Nascimento da Universidade Federal de Lavras (UFLA) com 70 vacas leiteiras que eram criadas em pasto e foram alojadas em sistema CB.
88 nutriNews Brasil 2o Trimestre 2021 | Influência do sistema compost barn na nutrição, produção e qualidade do leite
(Figura 1). Neste caso, pode-se atribuir o aumento da produtividade de vacas quando confinadas no sistema CB ao ambiente a qual os animais estão alojados.
1600 PRODUÇÃO DE LEITE (kg)
1500 1400 1300 1200 1100 1000
y= 55,182x + 886,61 R2 = 0,826
900 800
1
2
3
4
5
6 7 8 9 10 11 12 TEMPO (meses)
QUALIDADE DO LEITE DE VACAS LEITEIRAS EM SISTEMA COMPOST BARN Os bovinos de leite alojados em sistemas de confinamento apresentam uma melhor saúde de úbere, em decorrência de menor exposição dos animais aos fatores climáticos enfrentados no campo. A alta umidade do solo nos períodos chuvosos é um dos principais causadores de mastite no rebanho leiteiro criado a pasto. Portanto, animais confinados no sistema CB quando a cama é manejada corretamente, menor será a probabilidade de aderência do material da cama ao úbere dos animais,
compost barn
Durante o primeiro ano de alojamento, foi observado que o incremento de produção total de leite correspondeu a 48%, representando um acréscimo na média por animal de 23,3%
favorecendo a uma melhor qualidade e menor descarte do leite.
Figura 1 - Evolução de produção de leite de vacas leiteiras alojadas em instalação Compost Barn (CB) durante o primeiro ano de funcionamento do sistema. Fonte: Nascimento (2020).
Outra observação que deve ser feita em vacas em lactação criadas em piquetes é que elas produzem um litro de leite a menos para cada quilômetro (km) percorrido ao dia, ou seja, se por exemplo, animais a criados em piquete percorressem 4 km ao dia, sendo 2 km para ir à sala de ordenha e 2 km para voltar para os piquetes, quando confinados num sistema CB, poderiam produzir 2 litros de leite a mais por dia. Como agravante, também temos a fadiga dos animais como ponto de inibição de ingestão de alimentos.
Em outro estudo avaliando a qualidade do leite antes e após a implantação do CB, observou-se que depois da implantação do CB houve aumento de 11,3% no teor de gordura do leite em relação ao período no sistema à pasto (Figura 2a). No sistema CB, os animais estão sob melhores condições de conforto e bem-estar, o que contribui para melhores condições de alimentação dos animais. Assim, quando animais são submetidos a estresse térmico reduzem o consumo de alimento, buscando diminuir a produção de calor metabólico.
89 nutriNews Brasil 2o Trimestre 2021 | Influência do sistema compost barn na nutrição, produção e qualidade do leite
A adequada ingestão de alimentos fornece maior quantidade de fibras para o organismo dos animais, estimulando a atividade de ruminação que, por sua vez, proporciona melhor absorção de nutrientes, contribuindo para maior concentração de gordura no leite.
CONCLUSÕES Produtores de leite de vários países têm discutido diversos conceitos sobre as instalações CB em revistas técnicas especializadas, fóruns e congressos, indicando um enorme interesse sobre este novo sistema de alojamento animal.
a
4,00 3,50 3,00 2,50 2,00 1,50 1,00 0,50 0,00
TEOR MÉDIO DE GORDURA DO LEITE (%) CSS (n0 cels. mL -1)
compost barn
Ademais, comparando-se as médias dos dois períodos, verifica-se que após a instalação do CB houve redução de 46,8% na contagem de células somáticas (CCS) (Figura 2b).
Jun.
Jul. Nov. Dez. Feb. Jun.
Jul.
Ago. Media*
b
1000,00 900,00 800,00 700,00 600,00 500,00 400,00 300,00 200,00
Apesar do aumento da popularidade do sistema CB no Brasil, o conhecimento científico sobre este sistema é escasso, necessitando, portanto, de estudos integrados que possam auxiliá-los no processo de tomada de decisão e planejamento, que correlacionem os impactos técnicos e econômicos na nutrição, produção e qualidade do leite, para melhor entendimento da influência do CB nos resultados da fazenda. De forma geral, tem-se observado que o CB tem contribuído na melhoria do conforto térmico e qualidade do leite, visto que se observa aumento da produtividade dos animais em função dos benefícios do sistema.
Jun.
Jul. Nov. Dez. Feb. Jun. Antes 1
Jul.
Ago. Media*
Despois2
Figura 2 -Qualidade do leite avaliada antes e após a implantação do Compost Barn: a) teor de gordura e b) CCS. Fonte: Silva et al. (2020).
No geral, esses melhores resultados têm sido observados apenas em rebanhos bastante especializados na produção leiteira, com potencial genético que proporcione maiores produções diárias em resposta ao CB.
Referências bibliográficas sob consulta junto aos autores O sistema de criação CB bem manejado pode contribuir para uma menor sujidade de úbere e, consequentemente, uma diminuição nos casos de mastite contribuindo também para a melhoria na qualidade do leite.
Influência do sistema compost barn na nutrição, produção e qualidade do leite
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90 nutriNews Brasil 2o Trimestre 2021 | Influência do sistema compost barn na nutrição, produção e qualidade do leite
O USO DE PRÉ E PROBIÓTICOS NA ALIMENTAÇÃO DE MONOGÁSTRICOS
A 1014
microbiota do trato gastrointestinal de mamíferos compreende aproximadamente
microrganismos e inclui uma ampla
diversidade de espécies microbianas (Míguez
et al., 2016; Yang e Xu, 2018; Yazad et al., 2020). O TGI é o órgão mais colonizado do organismo.
Sua microbiota está associada a uma ampla gama de funções dentro do hospedeiro, incluindo a fermentação de macronutrientes complexos, produção de nutrientes e vitaminas, proteção contra patógenos e manutenção do equilíbrio do sistema imunológico (Han et al., 2018; Li et al., 2020; Yin et al., 2018, 2020). Estudos recentes indicaram que a dieta tem considerável efeito sobre a modulação da microbiota intestinal (Donaldson et al., 2016; Lalles, 2016). Alguns dos principais aditivos utilizados na nutrição animal para modulação da microbiota intestinal são os probióticos e os prebióticos.
91 nutriNews Brasil 2º Trimestre 2021 | O uso de pré e probióticos na alimentação de monogástricos
pré & probióticos
Márcia Gabrielle Lima Cândido Veterinária e doutora em Construções Rurais e Ambiência DEA/UFV Editora da nutriNews Brasil
Probióticos Apesar dos probióticos já serem usados há muitos anos, foi na década de 1960, em que se demonstrou pela primeira vez que as cepas de Lactobacillus eram capazes de melhorar o desempenho de
Principais mecanismos de ação dos probióticos Os principais mecanismos de ação dos probióticos incluem: Produção de substâncias
crescimento dos suínos (Ahasan et al. 2015).
antimicrobianas, como ácidos
Desde então, os probióticos mais
acético e fórmico), bacteriocinas,
frequentemente usados em monogástricos
peróxido de hidrogênio e outros
são as leveduras (Saccharomyces
compostos que inibem os patógenos
boulardii e S. cerevisiae) e as bactérias
intestinais (Corcionivoschi et al.
(Lactobacillus spp., Enterococcus spp.,
2010; Murali e Kavitha 2010);
orgânicos (principalmente ácido láctico,
Pediococcus spp., Bacillus spp.) que tem
pré & probióticos
como local de ação o ceco e o cólon. Os benefícios mais comuns do uso dos probióticos para monogástricos são: Aumento do peso corporal Redução do risco de diarreia Melhoria da eficiência alimentar Aumento da digestibilidade da dieta (Ahasan et al. 2015).
Produção de enzimas (por exemplo, proteases, amilases, lipases e glicosidases) pela microbiota. O Bifidobacterium bifidum produz uma DNA polimerase que foi relatada como importante no reparo de células danificadas;
É importante destacar que os probióticos desempenham um importante papel na prevenção de diarreia em leitões. Além disso, probióticos como Enterococcus faecium e Bacillus subtilis podem reduzir a concentração de amônia nas excretas das aves (Dhama et al. 2008), o que auxilia na manutenção da cama, na qualidade do ar nos galpões, na redução de problemas respiratórios e de queimaduras de coxim plantar.
Reduções de aminas tóxicas, que são produzidas por alguns microrganismos intestinais, e que têm atividade irritante e tóxica ou causam diarreia;
92 nutriNews Brasil 2º Trimestre 2021 | O uso de pré e probióticos na alimentação de monogástricos
Competição por nutrientes e/ou por locais de fixação (exclusão competitiva) na mucosa intestinal com bactérias potencialmente patogênicas e, portanto, evitam que as bactérias patogênicas colonizem o trato intestinal;
Probióticos mais utilizados como aditivos na nutrição animal Lactobacillus seja direta ou indiretamente, por meio da modulação da flora comensal ou do sistema imunológico. Os probióticos desempenham um papel nas respostas imunes específicas e não específicas do hospedeiro e no estimulo da produção de citocinas pró e anti-inflamatórias (O’Hara e Shanahan 2006; Walsh et al. 2008; Wang et al. 2009). Algumas cepas probióticas agem como imunomoduladores, aumentando a atividade dos macrófagos e os níveis de anticorpos locais, induzindo a
Algumas espécies do gênero Lactobacillus utilizadas como aditivo alimentar demonstraram habilidades benéficas, em particular para reduzir a mortalidade em peixes, melhorar o desempenho de crescimento em leitões, melhorar a produção e a qualidade dos ovos nas aves. É uma bactéria Gram-positiva pertencente ao grupo das bactérias produtoras de ácido láctico. Além disso, os Lactobacillus foram associados à melhora dos mecanismos de defesa imunológica em peixes e na redução da contaminação por Salmonella em frangos de corte.
produção de interferon, e ativando assim, células natural killer (Yasui et al. 1989; Perdigon et al. 2001).
A seguir, alguns dos probióticos mais utilizados como aditivos na nutrição animal.
93 nutriNews Brasil 2º Trimestre 2021 | O uso de pré e probióticos na alimentação de monogástricos
pré & probióticos
Estimulo do sistema imunológico,
Bacillus Algumas bactérias deste gênero, como Bacillus subtilis, são regularmente usadas como suplemento alimentar, especialmente na piscicultura e na avicultura. Diversas pesquisas
Bifidobacterium
demonstraram que essas espécies possuem
As bifidobactérias são encontradas
e proteção contra doenças.
em grande número no intestino de animais e humanos. Sua presença no geralmente indica a boa saúde intestinal do hospedeiro. Quando utilizada como aditivo alimentar em leitões, a espécie Bifidobacterium
pré & probióticos
pseudolongum mostrou resultados significativos com melhor taxa de conversão alimentar. Em aves, as espécies Bifidobacterium animalis, Bifidobacterium thermophilum e Bifidobacterium longum, quando usadas como aditivo alimentar, demonstraram, respectivamente, sua capacidade de reduzir a coccidiose em
alto potencial de imunomodulação
Bacillus licheniformis também mostraram aptidões probióticas, quando usadas como aditivo alimentar em suínos, e se mostraram eficazes contra a diarreia que ocorre em leitões em 3-10 dias após o desmame causada por cepas enterotóxicas de E. coli. Embora algumas espécies como Bacillus cereus possam causar problemas devido às endotoxinas e toxinas eméticas que produzem, bactérias do gênero Bacillus utilizadas como probióticos têm potencial e podem ser utilizadas na produção segura e como alternativa aos antibióticos convencionais.
frangos infectados com Eimeria tenella, atividade protetora contra Salmonella e Listeria in vitro e contra E. coli em frangos. No geral, as bactérias pertencentes ao gênero Bifidobacterium possuem potencial como aditivo para rações e como alternativa aos antibióticos convencionais.
94 nutriNews Brasil 2º Trimestre 2021 | O uso de pré e probióticos na alimentação de monogástricos
Saccharomyces Saccharomyces é um gênero de levedura de brotamento que também faz parte da microbiota intestinal. Neste gênero, S. cerevisiae é a espécie mais conhecida e mais utilizada como probiótico. É reconhecida por melhorar o desempenho reprodutivo de porcas, elevar a concentração de imunoglobulina G (IgG)
Enterococcus
no colostro e, subsequentemente, IgG
da microbiota intestinal endógena de humanos e animais. Cepas de Enterococcus têm sido usadas como aditivos para rações em aves e suínos como alternativas ao uso de antibióticos nas rações. A cepa E. faecium demonstrou capacidade de estimular outras bactérias ácido lácticas (especialmente Lactobacillus) no intestino delgado de perus, melhora na conversão alimentar, na morfologia intestinal e manipulação benéfica da microflora cecal em frangos em frangos. Porém, o gênero Enterococcus não apresenta apenas vantagens, pois essas
plasmático de leitões, para melhorar o desempenho de crescimento e promover intestinos “saudáveis” de suínos. Resultados positivos do uso de S. cerevisiae também foram observados em peixes. Sendo capaz de melhorar o crescimento, as respostas hematológicas, antioxidantes e imunológicas da tilápia do Nilo, melhorar a resistência da tilápia do Nilo contra o fungo patogênico A. flavus, bem como aumentar a resposta imune inata da dourada. Outras espécies pertencentes a este gênero, como Saccharomyces carlsbergensis, também são utilizadas como probióticos na alimentação animal.
bactérias podem participar da transmissão da resistência aos antibióticos. Além disso, esse gênero é frequentemente associado à patogênese, como infecções do trato urogenital e endocardite. Apesar de ter demonstrado bons resultados, o uso de probióticos pertencentes a este gênero deve ser verificado previamente para utilizar somente cepas que não apresentem qualquer perigo à saúde do animal.
95 nutriNews Brasil 2º Trimestre 2021 | O uso de pré e probióticos na alimentação de monogástricos
pré & probióticos
Enterococcus é um membro comum
Prebióticos
Os prebióticos, são carboidratos indigestíveis, sendo considerados fibras funcionais que não são digeríveis por bactérias patogênicas e nem pelas aves e suínos, sendo digeríveis apenas pelas bactérias benéficas.
O conceito prebiótico foi iniciado pela primeira vez em 1995 por Gibson e Robertfroid (1995) e sofreu algumas alterações ao longo do tempo (Tabela 1).
Tabela 1 Definições de prebióticos
1995 “Componentes alimentares não digeridos
pré & probióticos
que, por meio da estimulação do crescimento e/ou atividade de um único tipo ou de uma quantidade limitada de microrganismos residir no trato gastrointestinal, melhora a condição de saúde de um hospedeiro” (Gibson e Roberfroid, 1995)
2004 “Um componente fermentado
seletivamente que permite mudanças específicas na composição e/ou atividade de microrganismos no trato gastrointestinal, sendo benéfico para a saúde e o bem-estar do hospedeiro” (Gibson et a., 2004)
2007 “Componente alimentar inviável que confere um benefício à saúde do hospedeiro associado à modulação da microbiota” (FAO, et a., 2007)
2010 ‘Prebióticos dietéticos’ como “um
ingrediente fermentado seletivamente que resulta em mudanças específicas na composição e/ou atividade gastrointestinal da microbiota, conferindo assim benefício(s) à saúde do hospedeiro” (Gibson et al., 2010)
2015 “Composto não digerível que, por meio
de sua metabolização por microrganismos no intestino, modula a composição e/ou atividade da microbiota intestinal, conferindo assim um efeito fisiológico benéfico ao hospedeiro” (Bindels et al., 2015)
Adaptado de Markowiak et al., 2018
2016 “Substrato que é utilizado seletivamente por microrganismos hospedeiros, conferindo benefício(s) à saúde” (Gibson et al., 2017)
96 nutriNews Brasil 2º Trimestre 2021 | O uso de pré e probióticos na alimentação de monogástricos
Inibição da adesão de patógenos
Lúmen
Melhoria da barreira epitelial Mucinas e defensinas
Produção de substâncias antimicrobianas
Patógenos
Probióticos
Exclusão competitiva de microrganismos patogênicos
Muco
Aumento da adesão da mucosa intestinal
IL-10
Modulação do sistema imune
TGFβ
CD imaturas
pré & probióticos
Lâmina própria
Células dendríticas (CD)
Macrófagos
Figura 1. Principais mecanismos de ação dos probióticos Treg
Th1
Th2
Th3 Fonte: adaptado de Bermudez-Brito et al. (2012)
São diversos os prebióticos que podem
Sendo, MOS, GOS e FOS os mais estudados e
ser utilizados na nutrição animal, como:
utilizados com aditivos na nutrição animal.
Mananoligossacarídeos (MOS)
De acordo com Wang (2009), existem
Frutoligossacarídeos (FOS)
cinco critérios básicos para classificação
Glucoligossacarídeos (GOS) Inulina Arabinoxilanos oligossacarídeos (AXOS) Quito-oligossacarídeos (CHOS) Isomalto-oligossacarídeos (IMOS) Glucomanano oligossacarídeos (OGM) Oligossacarídeos de alginato (AOS) Oligossacarídeos de pectina (POS)
de alimentos como prebióticos: 1. Resistência à digestão nas seções
superiores do trato gastrointestinal 2. Fermentação pela microbiota intestinal 3. Efeito benéfico na saúde do hospedeiro 4. Estimulação seletiva para o crescimento
de microrganismos probióticos 5. Estabilidade em várias condições
de processamento de rações
97 nutriNews Brasil 2º Trimestre 2021 | O uso de pré e probióticos na alimentação de monogástricos
Modo de ação Os mecanismos de ação dos prebióticos incluem o bloqueio da porção receptora para adesão bacteriana; modulação da imunidade, produzida por compostos antibacterianos; aumento da exsudação no lúmen do intestino; além da indução de alteração morfológica na estrutura intestinal (Pourabedin e Zhao., 2015; Hammed, 2021).
pré & probióticos
Assim, o ambiente ácido no cólon pode alterar a composição da microbiota, o que ajuda a suprimir o crescimento de alguns patógenos potenciais, como E. coli, Clostridium, Streptococcus faecalis e Proteus, e aumenta a crescimento de algumas bactérias benéficas, incluindo bifidobactérias, lactobacilos e Eubacterium (Morrison e Preston, 2016; O’Callaghan e van Sinderen, 2016; Zhang et al., 2015).
Os prebióticos não são digeridos no TGI superior e acredita-se que sejam fermentados por bactérias seletivas assim que chegam ao cólon. O ambiente no cólon é adequado para fermentação e crescimento comensal devido ao seu trânsito lento, disponibilidade de nutrientes e pH.
Figura 2. Principais mecanismos de ação dos prebióticos
Estimular o crescimento dos probióticos Prebióticos
Os prebióticos podem estimular ou modular o sistema imunológico. Um dos mecanismos de modulação imunológica pelos prebióticos é atribuído ao estimulo da imunidade humoral por meio da interação do açúcar com receptores específicos localizados nos macrófagos e células dendríticas, que induzem a liberação de citocinas e proliferação de linfócitos (Saad et al., 2013).
Fonte: adaptado de Fong et al. (2020)
98 nutriNews Brasil 2º Trimestre 2021 | O uso de pré e probióticos na alimentação de monogástricos
Probióticos
A fermentação de carboidratos no cólon leva à produção de ácidos graxos de cadeia curta (AGCC), principalmente acetato, propionato, butirato e outros metabólitos, como lactato, piruvato, etanol e succinato (Janssen e Kersten, 2015; Sarbini e Rastall, 2011; Slavin, 2013).
Os AGCC são importantes pois podem reduzir a fermentação de proteínas no trato intestinal. O butirato, por exemplo, regula o crescimento celular e induz diferenciação e apoptose no intestino delgado, resultando em proliferação celular melhorada, assim como, melhor digestão e absorção no intestino delgado (Linberg, 2014; van der Aar et al., 2017).
Fermentação seletiva por probióticos
Sendo absorvidos pelo intestino e exercendo ação anti-inflamatória
Interagindo com patógenos impedindo sua colonização
Células CD4+ T
pré & probióticos
Fermentação seletiva
A presença de prebióticos como oligossacarídeos no intestino também pode aumentar a resistência de cepas probióticas por propriedades de adesão bacteriana. Os oligossacarídeos também auxiliam na manutenção da integridade da mucosa intestinal, aumentando a altura das vilosidades, a liberação de mucina e a composição do biofilme da mucosa (Wan et al., 2018a; Yasmin et al., 2015).
Alguns probióticos podem modular o sistema imunológico por ligação dos receptores da proteína G dentro do tecido linfático associado ao intestino ou GALT. Outro modo de ação é via estimulo da produção de muco, diminuindo a conexão entre as bactérias e a barreira epitelial, aumentando a resistência celular e secreção de imunoglobulina A (IgA) (Bischoff et al., 2014; Celi et al., 2019).
99 nutriNews Brasil 2º Trimestre 2021 | O uso de pré e probióticos na alimentação de monogástricos
Alguns tipos específicos de prebióticos, como COS, inulina, AXOS e AOS, foram associados a efeitos imunomoduladores em monogástricos (Ding et al., 2018; Vogt et al., 2015; Wan et al., 2018b; Xiong et al., 2015). Em revisão conduzida por Seifert e Watzl (2007), concluiu-se que a adição dietética de inulina e FOS tem efeito no sistema imunológico, com impacto positivo nos biomarcadores imunológicos e em tecidos linfóides associados ao intestino, com referência específica a células como nas placas de Peyer.
Pode-se observar que o uso de pré e probióticos é benéfico para a saúde, bem-estar e eficiência produtiva de aves e suínos. Esses aditivos, se bem utilizados,
pré & probióticos
Diversos estudos demonstraram que os prebióticos afetam positivamente a funcionalidade do sistema imunológico, alterando a expressão de citocinas próinflamatórias (Hu et al., 2018; Wan et al., 2018a; Wang et al., 2016a; Xiao et al., 2016).
podem trazer diversos ganhos à produção animal, especialmente com as restrições crescentes aos antibióticos.
Além disso, os prebióticos podem afetar o microambiente intestinal e a utilização de outros ingredientes não digeridos e compostos dietéticos, como antibióticos, minerais e vitaminas. A suplementação de inulina (1%, 2% e 3% de inulina padrão) para suínos aumentou as concentrações plasmáticas de zinco e ferro (Samolinska e Grela, 2017). Além disso, maiores concentrações de XOS (entre 0,1 e 0,5 g/kg) demonstraram melhorar a mineralização óssea diminuindo a taxa de substituição de carbonato para fosfato (Wang et al., 2017).
O uso de pré e probióticos na alimentação de monogástricos
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100 nutriNews Brasil 2º Trimestre 2021 | O uso de pré e probióticos na alimentação de monogástricos
UMA NOVA PERSPECTIVA PARA MAXIMIZAR O POTENCIAL DA FIBRA ALIMENTAR TOTAL, DA XILANASE E DA SAÚDE
INTESTINAL
Diego Parra, William Greenwood e Tiago Tedeschi Dos Santos
fibra alimentar
AB Vista
Fibra Alimentar + A) s (PN Fibra Bruta (F Lign o e ina B) ilác ge Am m Deter nte Ácido ( e a r Fib em Detergente Neutr FDA o( bra )
Fi
N) FD
Fisiologicamente, a fibra é definida como o conjunto de carboidratos que não são digeridos e absorvidos no trato intestinal superior, chegando intactos ao cólon ou ceco. Então, o Codex Alimentarius em 2005 definiu fibra alimentar como "polímeros de carboidratos com um grau de polimerização não inferior a 3, que não são digeridos e/ou absorvidos no intestino delgado".
Polissaca ríde os N ão
O conceito de fibra alimentar total
Celulose
Lignina
Pectina
Hemicelulose
101 nutriNews Brasil 2o Trimestre 2021 | Uma nova perspectiva para maximizar o potencial da fibra alimentar total, da xilanase e da saúde intestinal
Porém, no contexto da nutrição animal, o uso da palavra fibra é amplo, confuso e quimicamente mal definido
(Choct, 2015). Como exemplo, a fibra bruta (a principal referência de fibra usada até hoje nos rótulos e para registro de rações para animais) representa apenas uma proporção muito pequena de cerca de 20% da fibra alimentar de ingredientes e rações para animais.
Para adotar esse conceito de fibra alimentar total, novas matrizes nutricionais devem ser desenvolvidas para considerar todos os carboidratos presentes nos ingredientes, incluindo principalmente as quantidades
fibra alimentar
e tipos de PNA, além de ter um grande conhecimento de suas frações solúveis e insolúveis, correlacionando isso com o comportamento gastrointestinal dos animais. Tal abordagem direciona melhor a próxima etapa, como a definição de fibra e de seus componentes PNA, e, portanto, a um melhor entendimento de como a composição e as características da fibra
Segundo Choct (2015), a definição de fibra alimentar causa enorme controvérsia, porque também houve inúmeras definições, às vezes confusas, ao longo dos anos; incluindo definições baseadas em efeitos fisiológicos e métodos de determinação. De relevância direta para a nutrição de monogástricos, o autor recomenda definir a fibra alimentar como “a soma do conteúdo total de polissacarídeos não amiláceos (PNA) e lignina”.
podem afetar o desenvolvimento intestinal, a fermentação no trato intestinal inferior, e, consequentemente, o desempenho animal.
Além disso, uma melhor compreensão das características da fibra de diferentes ingredientes permite entender o possível impacto que as ferramentas disponíveis nos mercados (ácidos, processo de moagem, peletização, diferentes ingredientes, carboidrases, etc.) poderiam ter sobre essas características.
102 nutriNews Brasil 2o Trimestre 2021 | Uma nova perspectiva para maximizar o potencial da fibra alimentar total, da xilanase e da saúde intestinal
NIR como uma ferramenta para caracterizar a fibra alimentar total A tecnologia NIR utiliza luz infravermelha próxima para predizer, de forma rápida e fácil, a qualidade nutricional dos ingredientes e das rações para animais. Tradicionalmente, a tecnologia NIR tem sido usada para a análise bromatológica de nutrientes, incluindo umidade, proteína e fibra bruta.
24 países fibra alimentar
Estes resultados podem ser utilizados para, por exemplo, aceitar/liberar o uso de ingredientes e alimentos e identificar tendências na qualidade da matéria prima, que ajudem a atualizar a formulação, garantindo uma qualidade consistente da ração. Avanços recentes na tecnologia de calibração NIR permitem a predição de nutrientes adicionais, como lisina reativa e total do farelo de soja, energia metabolizável de cereais e P-fítico, à nível de indústria.
Para entender melhor a fibra alimentar total em diferentes ingredientes para alimentação animal; a AB Vista coletou aproximadamente 1.700 amostras de ingredientes de 24 países diferentes ao longo de 5 anos (Gomes et al., 2020). Essas amostras foram analisadas de acordo com o método proposto por Englyst et al. (1994), e também, moídas e analisadas usando um equipamento NIR de bancada (FOSS DS2500) com espectrômetro monocromático (FOSS A / S Hillerød, Dinamarca).
103 nutriNews Brasil 2o Trimestre 2021 | Uma nova perspectiva para maximizar o potencial da fibra alimentar total, da xilanase e da saúde intestinal
Como reduzir os efeitos antinutricionais da fibra alimentar e potencializar seu impacto positivo?
Como resultado, a AB Vista desenvolveu um conjunto de calibrações NIR que podem ser usadas para predizer parâmetros relacionados à fibra alimentar total, incluindo: PNA total e insolúvel
PNA solúvel e insolúvel continuam apresentando propriedades antinutritivas significativas para os animais. Esses efeitos podem ser reduzidos com o uso de carboidrases, principalmente a xilanase, devido à alta inclusão do complexo arabinose e xilose normalmente presente nas dietas (aproximadamente 40 a 50% do PNA total) e à alta resistência da arabinoxilose à hidrólise e dissolução no TGI, na ausência de uma xilanase.
Arabinose + xilose total e insolúvel A relação arabionse:xilose tanto nas frações total quanto nas insolúveis de arabinose e de xilose. Glicose total e insolúvel como parte de PNA.
Historicamente, os mecanismos pelos quais uma xilanase era usada concentravam-se no aumento da digestibilidade nutricional dos ingredientes devido à redução da viscosidade, no melhor aproveitamento do alimento consumido e no aumento da eficácia das enzimas digestivas endógenas. Mas, atualmente, sabe-se que esse não é o efeito mais importante da enzima. A proporção de fibras solúveis nos ingredientes diminuiu ao longo do tempo e a nova geração de xilanases é capaz de fornecer outro efeito aos animais devido à maneira de quebrar a cadeia
As calibrações NIR podem ser usadas para predizer esses parâmetros em ingredientes para ração com ótima precisão. A figura 1 mostra o conteúdo típico de PNA insolúvel, solúvel e total em uma variedade de ingredientes para a ração. Mais importante ainda, é a variação regional e sazonal do PNA total e insolúvel que pode ser efetivamente monitorada havendo um equipamento NIR no local.
Figura 1: Conteúdo de PNA insolúvel, solúvel e total de uma variedade de ingredientes comumente usados para rações, conforme a predição pelo NIR. Adaptado de Gomes et al., 2020:
104 nutriNews Brasil 2o Trimestre 2021 | Uma nova perspectiva para maximizar o potencial da fibra alimentar total, da xilanase e da saúde intestinal
Sorgo
Farelo de Trigo (n=20)
Solúvel
Farelo de Girassol (n=23)
Aveia (n=25)
Farelo de Colza (n=30)
Farelo de Arroz (n=10)
Farelo de Soja (n=181)
Soja Integral (n=96)
Triticale (n=18)
Farelo de Glúten de Milho, 21%
Trigo (n=408)
Arroz (n=31)
Milho (n=345)
Milheto (n=22)
Sorgo (n=117)
DDGs (n=76)
Insolúvel
Conteúdo de PNA insolúvel, solúvel e total em matérias primas(%)
Farelo de Glúten de Milho, 60%
30 25 20 15 10 5 0
dos arabinoxilanas.
Cevada (n=128)
fibra alimentar
Ainda, com base na composição acima, a composição de outros PNA, como pectina e porções solúveis de cada grupo, pode ser calculada de forma rápida e fácil
Essa alteração na solubilidade da fibra de cereais nos últimos anos, reduzindo o impacto desta fibra solúvel na viscosidade intestinal, não tornou irrelevante o uso de carboidrases. Na verdade, abriu caminho para perceber que até então, o impacto da fibra na nutrição de monogástricos quase não era considerado: o impacto positivo da fibra na fermentação no intestino grosso e o desenvolvimento de um microbioma fermentador de fibra. Atualmente, o uso de enzimas exógenas é atribuído à sua capacidade de degradar os elos que ligam as cadeias fibrosas, gerando frações de menor grau de polimerização denominadas xilo-oligossacarídeos (XOS), gerando um caminho para o desenvolvimento
fibra alimentar
da microbiota intestinal (Ribeiro et al. al., 2018).
No entanto, deve ser esclarecido que o mecanismo de quebra das cadeias arabinoxilanas por todas as xilanases não é o mesmo. Nem todas as enzimas produzem XOS com o grau correto de polimerização para o qual o microbioma tem um apetite maior, enquanto alguns produtos podem até hidrolisar esses oligossacarídeos em açúcares livres e reduzir esses efeitos benéficos. O efeito resultante das β-1,4-xilanases exógenas seria gerar uma variedade destes XOS. Tais oligossacarídeos têm um efeito positivo sobre o microbioma que coloniza a porção distal do trato gastrointestinal. Portanto, os efeitos benéficos resultantes da inclusão de β-1,4-xilanases em dietas à base de cereais podem resultar em modulações mais robustas do microbioma do ceco, uma vez que gera uma série de compostos altamente fermentáveis no ceco, além de direcionar a atividade em arabinoxilanas solúveis e
Esses XOS consumidos pelo microbioma serão os precursores de um melhor desenvolvimento do microbioma degradador de fibras e, como a fermentação de carboidratos requer um processo lento de adaptação, não é fácil manter um equilíbrio adequado da flora microbiana, quanto maior a nossa capacidade de determinar o microbioma conforme a idade, maior será a adaptabilidade de nossos animais e seu microbioma.
viscosas.
105 nutriNews Brasil 2o Trimestre 2021 | Uma nova perspectiva para maximizar o potencial da fibra alimentar total, da xilanase e da saúde intestinal
Dessa forma, podemos definir aditivos Além disso, o desenvolvimento desse microbioma degradador de fibra aumentará a produção de ácidos graxos voláteis (AGV), como ácidos acético, propiônico e butírico. Esses ácidos são fontes de energia para enterócitos, que por sua vez, melhoram a saúde intestinal e, ao mesmo tempo, atuam como gatilhos para hormônios intestinais, como o PYY. Esse fator determinará uma melhora na digestibilidade das dietas, uma
fibra alimentar
vez que aumenta a retenção de alimentos no estômago/moela.
estimbióticos como aqueles que podem estimular um microbioma a degradar fibras e aumentar sua fermentabilidade, mesmo quando usados em doses claramente baixas. Isso permite uma contribuição significativa para a produção de ácidos graxos voláteis (AGV). Além disso, interferimos positivamente no modelo de digestibilidade de alguns nutrientes (especialmente proteínas), reduzindo sua concentração no trato intestinal inferior e, assim, sua fermentação no ceco, o que é desejável.
Quando XOS obtidos em um grau específico de polimerização são associados as xilanases exógenas, uma forte ação estimulante é gerada das bactérias que degradam a fibra nas câmaras de fermentação distais de monogástricos, gerando o chamado efeito estimbiótico, um estímulo da microbiota do intestino grosso para
Esses fatos nos levam a considerar a estrutura do intestino, seu funcionamento ideal e como ele pode ser influenciado para melhorar a saúde e a produtividade animal.
degradar fibra.
Uma nova perspectiva para maximizar o potencial da fibra alimentar total, da xilanase e da saúde intestinal
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106 nutriNews Brasil 2o Trimestre 2021 | Uma nova perspectiva para maximizar o potencial da fibra alimentar total, da xilanase e da saúde intestinal
“Treinando” o microbioma animal para o aproveitamento da fibra: uma nova perspectiva do modo de ação das enzimas degradantes de fibra
Enzimas degradadoras de fibra (PNAases) têm sido usadas comercialmente por mais de 30 anos. Historicamente, o foco principal sobre as PNAases estava em diminuir os efeitos anti-nutricionais da fibra, mas este vem mudando para os subprodutos da quebra da fibra.
“Nós sabemos que determinados produtos oriundos da quebra de PNA são benéficos e atuam na adaptação da microbiota intestinal, o que pode aumentar o aproveitamento da fibra e o desempenho”. Dr Gemma Gonzalez Ortiz, Gerente de Pesquisas, AB Vista
Quando as enzimas degradam a porção PNA, oligossacarídeos de cadeia curta são produzidos; estes são fermentados por bactérias no intestino, aumentando a produção de ácidos graxos de cadeia curta. Este efeito tem sido chamado de efeito prebiótico, e é considerado como um dos mecanismos de ação das PNAases, que pode ser muito
do que simplesmente melhorar a digestibilidade de fibra e a fermentação de oligossacarídeos produzidos. Quando suplementada via dieta por um longo período, a xilanase tem mostrado aumentar, efetivamente, a capacidade das bactérias do ceco em digerir fibra. Isto sugere que as xilanases causam um efeito de “treinamento” no microbioma cecal, resultando em mudanças adaptativas ao longo do tempo que aumenta a capacidade de degradar fibra (Figura 1). Isto significa que as PNAases estão fazendo muito mais do que se sabia – elas contribuem para o desenvolvimento de uma microbiota mais benéfica e, com isso, melhoram a eficiência na absorção de nutrientes da dieta pelo animal hospedeiro.
Figura 1. Amostras de conteúdo cecal de aves alimentadas com dietas contendo ou não xilanase (Econase XT) foram usadas como inóculo em ensaio de fermentação para monitorar a produção de ácidos graxos voláteis (AGV). O inóculo cecal de aves pré-expostas à xilanase aumentou a produção de butirato em comparação com as aves do grupo controle. 19 17 15
Butirato mM
A busca crescente sobre como as carboidrases agem está abrindo uma nova perspectiva do seu papel nas estratégias nutricionais para melhorar o desempenho.
13 11 9 7 5 Controle Conteúdo cecal aves do controle
C+PNA de trigo Conteúdo cecal – aves com xilanase
“Precisamos olhar para as PNAases como ferramentas para acelerar a habilidade do microbioma intestinal em degradar fibra. Em vez de degradar quantitativamente a fibra da parede celular vegetal, estas enzimas estão, efetivamente, aumentando a capacidade intrínseca do animal em digerir fibras, o que tem implicações significativas na seleção de classes de enzimas PNAases e de dosagens”. Dr Mike Bedford, Diretor de Pesquisas, AB Vista
Para saber mais sobre a pesquisa citada neste artigo e outras pesquisas relacionadas, visite www.abvista.com ou entre em contato com o representante local da AB Vista.
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FERRAMENTA EFICAZ CONTRA OS DESAFIOS DA
vacinas
ENTERITE NECRÓTICA Novo estudo demonstra que a vacina atenuada por precocidade contra a coccidiose aviária, isolada ou em combinação com aditivos nutricionais, é eficaz contra a enterite necrótica. Luis Pantoja1 Joan Molist1 Martina Dardi1 Ellen van Eerden2 1HIPRA, Amer (Girona), Espanha. 2Schothorst Feed Research, Lelystad, Países Baixos.
A HIPRA, como laboratório veterinário especializado em prevenção da saúde animal, vem contribuindo há muitos anos para a promoção
A
coccidiose aviária e a enterite necrótica se destacam como as principais doenças intestinais
da saúde intestinal das aves, oferecendo ao mercado vacinas altamente eficazes e seguras para a prevenção da coccidiose.
que preocupam os avicultores. A
A HIPRA também mostrou em um estudo
primeira também é reconhecida como a
recente que, quando se utiliza uma vacina
principal responsável pelo surgimento da
atenuada por precocidade contra coccidiose,
segunda doença e, por isso, a prevenção
a vacinação contra Eimeria já é capaz de
da coccidiose é uma das estratégias mais
reduzir por si só os efeitos adversos
importantes para reduzir os problemas
da enterite necrótica (desafio por
de enterite necrótica.
Clostridium perfringens).
108
nutriNews Brasil 2o Trimestre 2021 | Uma ferramenta eficaz contra os desafios da enterite necrótica
EFICÁCIA DA COMBINAÇÃO DE UMA VACINA PARA A PREVENÇÃO DA COCCIDIOSE COM ADITIVOS NUTRICIONAIS NA PROTEÇÃO CONTRA ENTERITE NECRÓTICA: UM SEGUNDO ESTUDO Como mencionado, um estudo realizado anteriormente avaliou as possíveis sinergias alcançadas na promoção da saúde intestinal ao se combinar o uso de uma vacina preventiva da coccidiose, como tratamento único ou em conjunto com alguns aditivos nutricionais (ácidos graxos de cadeia curta, ácidos graxos de cadeia média e fitogênicos). Posteriormente, a HIPRA continuou a
vacinas
investigar esse tipo de sinergia e seu efeito na saúde intestinal, combinando Contudo, os problemas que afetam a
a vacinação com uma vacina atenuada
saúde digestiva são multifatoriais e seu
por precocidade com outros aditivos
controle não envolve apenas a prevenção
nutricionais diferentes dos utilizados no
contra a coccidiose ou outros agentes
primeiro estudo.
infecciosos, pois há também outros fatores que desencadeiam a doença (tóxicos, nutricionais, etc.). Por essa razão, a HIPRA está realizando estudos para identificar e assessorar os avicultores sobre as melhores estratégias globais de proteção e promoção da saúde intestinal de aves.
Desta forma, neste segundo estudo avaliou-se a administração de probióticos ou uma combinação diferente de fitogênicos como alternativa aos antimicrobianos frente a um desafio de enterite necrótica. nutriNews Brasil 2o Trimestre 2021 | Uma ferramenta eficaz contra os desafios da enterite necrótica
109
DESENHO DO ESTUDO Os pintos foram distribuídos em 6 grupos, com tratamentos diferenciados (Tabela 1). Ao longo do estudo, foram avaliados diferentes parâmetros de saúde e produtividade (Tabela 2).
TRATAMENTO
DESCRIÇÃO
VACINA
DESAFIO DE ENTERITE NECRÓTICA
ADITIVO NUTRICIONAL
DOSE DO ADITIVO
DIAS DE TRATAMENTO
1
Controle negativo
NÃO
NÃO
NÃO
NÃO
NÃO
2
Controle positivo
NÃO
SIM
NÃO
NÃO
NÃO
SIM
SIM
NÃO
NÃO
1d
SIM
SIM
500 ppm
1 d -35 d
SIM
SIM
150 ppm
1 d -35 d
Vacina atenuada por precocidade Vacina atenuada por precocidade + Probiótico
3 4
Vacina atenuada por precocidade + PFA (aditivos fitogênicos)
5
Bacillus subtilis (DSM29784) a 2x10E8 UFC/g Óleos essenciais (carvacrol e outros extratos vegetais: hortelã, anis, cravo)
Tabela 1. Grupos do estudo
vacinas
Parâmetros
Dias de idade (D) 0 5 6 7 14 21 22 28 35
Sinais clínicos, mortalidade Peso corporal Ganho de peso, ingestão de alimentos e índice de conversão de alimentos Óocitos por grama (OPG) nas fezes
Diariamente X
X
X X
X
X X
X X X X X
Avaliação de lesões
X X
X
DESENHO DO DESAFIO DE ENTERITE NECRÓTICA Com base no protocolo utilizado no estudo anterior, o procedimento de inoculação de Eimeria maxima (4.500 óocitos esporulados) foi realizado quando as aves tinham 15 dias de idade. E, no dia 20, as aves foram inoculadas com 1,2 x 108UFC de Clostridium perfringens. A formulação do alimento padrão não incluiu
Tabela 2. Parâmetros produtivos registrados
coccidiostáticos nem antibióticos promotores de crescimento. Além disso, o alimento da fase de crescimento foi especificamente formulado para fornecer fatores que predispõem ao desenvolvimento da enterite necrótica. Assim, foram incluídas matérias-primas ricas em polissacarídeos não amiláceos, enquanto, por outro lado, a inclusão de enzimas glicanases e xilanases foi evitada. As lesões intestinais foram pontuadas de acordo com diferentes métodos, dependendo de serem produzidas por E. Máxima (Johnson & Reid, 1970) ou por C. Perfringens (Lensing et al., 2010).
110
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SAÚDE DAS AVES Após o desafio, os níveis de lesões de enterite necrótica e Eimeria maxima no dia 21 não apresentaram diferenças significativas entre os grupos, nem com o grupo de controle positivo (Figura 2). O desafio experimental de enterite necrótica no grupo de aves de controle positivo
RESULTADOS DO ESTUDO
demonstrou, no dia 22, um aumento no grau médio de lesões intestinais associadas
» Excreção de óocitos nas fezes
a C. perfringens em comparação com o grupo apenas vacinado. Além disso, os
Os resultados da excreção de óocitos
grupos vacinados e suplementados com
após a inoculação de E. maxima
aditivos alimentares apresentaram redução
de parasitas do que no primeiro estudo
(Figura 1). Em relação a essas diferenças, pode-se afirmar que a coccidiose foi o principal fator desencadeante da enterite necrótica no primeiro estudo, ao passo que outros fatores foram mais importantes neste segundo estudo (carga bacteriana, composição do alimento, etc.).
estatisticamente significativa no grau de lesões de enterite necrótica em relação ao grupo de controle positivo (Figura 3).
Grau de lesões D21 1.4 1.2 1 0.8 0.6 0.4 0.2 0
Excreção de óocitos (OPG) 2,00,000 1,80,000 1,60,000 1.40.000 1.20.000 1,00,000 80,000 60,000 40.000 20.000 0
vacinas
mostraram menor nível de replicação
Controle negativo
Controle positivo
Vacina Vacina atenuada por atenuada por precocidade precocidade + Probiótico
Coccidiose
Vacina atenuada por precocidade + PFA
EN
Grau de lesões D22
D5
D6
D7
D14
D21
D28
Controle positivo no estudo atual Controle positivo no estudo anterior
1.4 1.2 1 0.8 0.6 0.4 0.2 0
1,34c 0,78bc 0,25ab 0 0 Controle negativo
a
0
0
Controle positivo
EVANT®
Coccidiose
Gráfica 1. Comparação da excreção de óocitos nos dois estudos. Os resultados são relatados como número de óocitos por grama (OPG)
0 EVANT® + Probiótico
0,25ab 0 EVANT® + PFA
EN
Figuras 2 e 3. Grau médio de lesões intestinais
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111
RENDIMENTO PRODUTIVO Em termos de parâmetros de produção, a doença reduziu o crescimento das aves, como mostra o menor peso corporal (BW) do grupo de controle positivo em comparação com o grupo apenas vacinado e uma maior taxa de
I.C.A
conversão de alimentos (FCR) em comparação
1,500
com todos os grupos vacinados.
1,400 1,300
Peso corporal (g)
PESO CORPORAL
1,100
Controle negativo
Controle negativo
vacinas
1,200
3500 3000 2500 2000 1500 1000 500 0
BWD14
BWD14
Controle positivo
Vacina Vacina atenuada por atenuada por precocidade precocidade + Probiótico
Controle positivo
Vacina Vacina atenuada por atenuada por precocidade precocidade + Probiótico
Vacina atenuada por precocidade + PFA
BWD14 Vacina atenuada por precocidade + PFA
Figura 5. Índice de conversão de alimentos. Dia 0-Dia 35
DISCUSSÃO E CONCLUSÕES Neste estudo, e em consonância com o
Como conclusão final dos resultados
realizado anteriormente, a vacinação com
obtidos neste estudo, pode-se afirmar que a
uma vacina atenuada por precocidade
prevenção da coccidiose por meio da vacinação
demonstrou sua capacidade de reduzir lesões
com uma vacina atenuada por precocidade
intestinais associadas a C. perfringens, em
apresentou alto nível de proteção contra um
comparação com as das aves não vacinadas e,
desafio de enterite necrótica, e isso apesar de,
em consequência, também foram observados
neste caso, a doença da coccidiose não ter sido
benefícios no rendimento produtivo.
o principal fator desencadeante da doença
A conversão de alimentos durante o
bacteriana.
período crítico da doença também foi
Os parâmetros produtivos foram melhorados com
melhor em comparação com a das aves
vacinação e, além disso, este estudo também
não vacinadas.
mostrou que a inclusão de aditivos nutricionais, como probióticos ou fitogênicos, pode ter efeito sinérgico com a vacinação na redução das lesões
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intestinais causadas por um desafio de enterite necrótica e, portanto, na promoção da saúde intestinal das aves.
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Suspensão e solvente para pulverização oral em frangos
Vacina viva atenuada contra a coccidiose em frangos, em suspensão para pulverização oral.
EVANT® Suspensão e solvente para vacinação em spray oral de pintos de 1 dia. COMPOSIÇÃO: Cada dose da vacina (0,007 mL) contém: Eimeria acervulina, cepa 003, 332 – 450*; Eimeria maxima, cepa 013, 196 – 265*; Eimeria mitis, cepa 006, 293 – 397*; Eimeria praecox, cepa 007, 293 – 397*; Eimeria tenella, cepa 004, 276 – 374*. *Número de oocistos esporulados. DILUENTE: HIPRAMUNE® T. INDICAÇÕES: Para a imunização ativa de aves com 1 dia de idade contra a coccidiose causada por Eimeria acervulina, Eimeria maxima, Eimeria mitis, Eimeria praecox e Eimeria tenella, para reduzir os sinais típicos da doença, as lesões e a eliminação de oocistos. Início da imunidade: 14 días após a vacinação. VIA E MODO DE ADMINISTRAÇÃO: Uso oral. O método de administração é por spray de gota grossa com um dispositivo adequado. Dilua a vacina com os volumes correspondentes: Capacidade de 280 ml ou 1.400 ml ou 2.800 ml para cada frasco de 1.000 ou 5.000 ou 10.000 doses, respectivamente. Adicione água à temperatura ambiente (223 ml ou 1.115 ml ou 2.230 ml de água para cada frasco de 1.000 ou 5.000 ou 10.000 doses, respectivamente. Agitar o frasco do diluente (HIPRAMUNE® T). Diluir o conteúdo do frasco com água limpa a temperatura ambiente num recipiente adequado. Agitar o frasco da vacina (EVANT®) e diluir o conteúdo com a solução anterior. Encher o reservatório do dispositivo pulverizador com toda a suspensão da vacina preparada. Manter a suspensão da vacina preparada em constante homogeneização por meio de um agitador magnético, enquanto a vacina é administrada pela aplicação de uma pulverização espessa as aves. Para melhorar a uniformidade da vacinação mantener as aves dentro da caixa de transporte por um período de, pelo menos, 1 hora a fim de que as mesmas ingiram todas as gotas da vacina. Após este tempo, coloque as aves cuidadosamente na cama de aviário e continue com as práticas de manejo regulares. DOSAGEM: Uma dose da vacina (0.007 mL) a partir de 1 dia de idade. REAÇÕES ADVERSAS: Nenhuma. PERÍODO DE CARÊNCIA: Zero días. ADVERTÊNCIAS ESPECIAIS: As galinhas devem ser estritamente criadas no chão nas três primeiras semanas após a vacinação. Vacinar apenas galinhas saudáveis. Recomenda-se que a cama de aviário deva ser removida e as instalações e os materiais limpios entre os ciclos de produção para reduzir infecções de campo. Nenhum produto anticoccidiano ou outros agentes que possuem atividade anticoccidiana através de alimentos ou a agua deve ser utilizado durante pelo menos 3 semanas após a vacinação das galinhas. A replicação correta dos oocistos da vacina e, consequentemente, o desenvolvimento de uma imunidade sólida pode ser dificultado. Além disso, o reforço da proteção produzida pelas re-infecções de oocistos também será limitado. Armazenar e transportar refrigerado (2-8ºC). Não congelar. Prazo da validade do produto veterinário na embalagem original: 10 meses. Não utilize após o prazo de validade após a dilução e reconstituição de acordo com as instruções: 10 horas. APRESENTAÇÕES: Caixa com um frasco de 1.000 doses (7 mL) e um frasco com 50 mL de HIPRAMUNE® T; caixa com um frasco de 5.000 doses (35 mL) e um frasco com 250 mL de HIPRAMUNE® T; caixa com um frasco de 10.000 doses (70 mL) e um frasco com 500 mL de HIPRAMUNE® T. NÚMERO DA LICENÇA PARA IMPORTAÇÃO E COMERCIALIZAÇÃO: 10.324/2020. PROPRIETÁRIO E FABRICANTE: LABORATORIOS HIPRA, S.A. Avda. la Selva, 135. 17170 Amer (Girona) Spain. Tel. +34 (972) 430660 – Fax +34 (972) 430661. REPRESENTANTE EXCLUSIVO NO BRASIL, IMPORTADOR E DISTRIBUIDOR: HIPRA SAÚDE ANIMAL LTDA. Avenida do Lami 6133, Bairro Lami, Porto Alegre, RS, BRASIL. Responsável Técnico: Charles F.C. Scherer. CONDIÇÕES DE DISTRIBUIÇÃO: Venda e aplicação sob orientação do médico veterinário. Use os medicamentos de forma responsável. HIPRA BRASIL Avenida do Lami, 6133 Bairro Lami, CEP: 91.782-601 Porto Alegre - RS, Brasil · Tel.: (+55) 51 3325 4500 · brasil@hipra.com · www.hipra.com
TABELA
PREBIÓTICOS & PROBIÓTICOS
2021 EDIÇÃO BRASIL
115
Bacillus subtilis 29784
ALTERION NE 50
GVF-BAC RP
GVF-AQUA
Gvf-Pellets
2 cepas de Bacillus subtilis, Bacillus licheniformis
Lactobacillus reuteri, Lactobacillus salivarius, Lactobacillus acidophillus, Lactobacillus delbrueckii, Lactobacillus plantarum, Lactobacillus rhamnosus, Bacillus subtilis, Bacillus licheniformis, Pediococcus acidilactici, Enterococcus faecium.
Bacillus subtilis 29784
ALTERION NE
Gvf-Mix Rf
INGREDIENTES ATIVOS
NOME DO PRODUTO
PREBIÓTICOS & PROBIÓTICOS 2021
Tabela
Produzido por:
EMPRESA
≥ 10 UFC/grama 9
≥ 109 UFC/grama
100 a 150 gramas de GVF – BAC RP por tonelada de ração, de acordo com a fase de criação e/ou idade das aves.
Indicado para uso na ração de frangos de corte, poedeiras e aves reprodutoras em todas as fases.
PROBIÓTICOS
100 gramas de GVF-AQUA para cada 1.000 litros de água de bebida.
≥ 10 UFC/grama
Indicado para uso na água de bebida de frangos de corte, poedeiras e aves reprodutora.
Disponibilizar de 0,5 a 2 gramas de GVF-PELLETS para cada pinto em sua primeira alimentação.
Indicado para pintos de frangos de corte, poedeiras e aves reprodutoras na sua primeira alimentação.
8
Misturar de 50 a 150 gramas de GVF – MIX RF por tonelada de ração, de acordo com a fase de criação e/ou idade das aves.
500 g/ton de ração preparada.
Produto para incorporação direta em rações de frangos de corte, perus, matrizes e aves de postura comercial.
Indicado para uso na ração de frangos de corte, poedeiras e aves reprodutoras em todas as fases.
10 g/ton de ração preparada.
DOSE
Produto para incorporação em premixes que serão utilizados para produção de rações para frangos de corte, perus, matrizes e aves de postura comercial.
TIPO DE USO
≥ 1010 UFC/grama
2x108 UFC/g prod
1x1010 UFC/g prod
CONCENTRAÇÃO (UFC/G PROD.)
Constituído de bacilos melhoradores de desempenho que auxiliam no controle de enterobactérias patogênicas competindo por nutrientes no intestino e melhoram a qualidade da cama.
Indicado para prevenção á disbiose em períodos específicos de maior desafio.
Aditivo probiótico associado a ração extrusada (mini pellet), indicado como primeiro alimento, em caixas de transporte de pintos ou como ração pré-inicial no aviário. Potencializa a colonização precoce e o desenvolvimento intestinal.
Indicado para colonização intestinal precoce, modulação da microbiota, redução da proliferação de enterobactérias (foco em sanidade).
1 Primeiro probiótico do mercado com germinação intestinal comprovada in vivo. 2 Probiótico resistente à peletização e ao pH gástrico com germinação precisa no intestino das aves. 3 Ação na modulação da microbiota intestinal, inclusive favorecendo o controle de patógenos como E. coli, Clostridium perfringens e Salmonella spp.. 4 Favorece a integridade intestinal e possui ação anti-inflamatória promovendo um maior equilibrio da saúde intestinal, diminuindo disbiose e proporcionando aumento dos ganhos zootécnicos. 5 Produto com compatibilidade comprovada com os principais promotores e anticoccidianos do mercado.
INFORMAÇÃO ADICIONAL
Brasil
Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, El Salvador, Guatemala, Jamaica, México, Panamá, Peru, República Dominicana, Uruguai, Venezuela
PAÍSES EM DISTRIBUIÇÃO
2021
EMPRESA
EMPRESA
CONCENTRAÇÃO (UFC/G PROD.)
Bacillus subtilis 1,0 x 108 Enterococcus faecium 6,0 x 108 Lactobacillus acidophilus 1,0 x 108 Lactobacillus delbrueckii 1,0 x 108 Lactobacillus plantarum 3,0 x 108 Lactobacillus reuteri 5,0 x 108 Lactobacillus salivarius 1,0 x 108 Pediococcus acidilactici 3,0 x 108
* Bacillus subtilis 1,0 x 108 8 Enterococcus faecium 6,0 x 10 Lactobacillus acidophilus 1,0 x 108 Lactobacillus delbrueckii 1,0 x 108 Lactobacillus plantarum 3,0 x 108 Lactobacillus reuteri 5,0 x 108 Lactobacillus salivarius 1,0 x 108 Pediococcus acidilactici 3,0 x 108
Bacillus subtilis 1,0 x 108
INGREDIENTES ATIVOS
Probiótico de múltiplas cepas, composto por: Bacillus subtilis, Enterococcus faecium, Lactobacillus acidophillus, Lactobacillus delbrueckii, Lactobacillus plantarum, Lactobacillus reuteri, Lactobacillus salivarius, Pediococcus acidilactici, dióxido de silício, levedura seca de cana e leite desnatado em pó.
Probiótico de múltiplas cepas, composto por: Bacillus subtilis, Enterococcus faecium, Lactobacillus acidophillus, Lactobacillus delbrueckii, Lactobacillus plantarum, Lactobacillus reuteri, Lactobacillus salivarius, Pediococcus acidilactici.
Probiótico composto por cepa específica de Bacillus subtilis (LFU-160), dióxido de silício, levedura seca de cana e leite desnatado em pó.
Colostrum® Bio 21 Mix
Colostrum® Bio 21 Líquido
Colostrum® BS
DOSE
116 Indicado para uso em todas as fases de ração de frangos, poedeiras e aves reprodutoras.
Indicado para colonização precoce (incubatório) e/ou recolonização intestinal sempre que necessário (granjas) de frangos, poedeiras e aves reprodutoras.
Indicado para uso em todas as fases de ração de frangos, poedeiras e aves reprodutoras.
TIPO DE USO
100 a 500 g/t de ração
Brasil, Colômbia, Peru e Uruguai
Brasil e Peru
Objetivos: controle do Clostridium perfringens (Enterite Necrótica) e ganho de desempenho. Termorresistente: seu triplo revestimento, confere resistência ao processamento térmico de rações. Apresentação: saco plástico contendo 10 kg.
Brasil, Colômbia e Peru
Objetivos: controle de enterobactérias (salmonelas paratíficas e E. coli - APEC), Clostridium perfringens e ganho de desempenho. Apresentação: frascos com 50 mL.
Objetivos: controle de enterobactérias (salmonelas paratíficas e E. coli - APEC), Clostridium perfringens e ganho de desempenho. Termorresistente: seu triplo revestimento, confere resistência ao processamento térmico de rações. Apresentação: saco plástico contendo 10 kg.
PAÍSES EM DISTRIBUIÇÃO
BR, USA, Europa, Canada, Equador, Colombia, Uruguai, Paraguai.
Modo de ação: MONOGÁSTRICOS - melhora e estabiliza a microflora intestinal de poedeiras e suínos, aumenta a presença de bactérias benéficas, melhora a composição de nutrientes do leite de matriz suína e beneficia o leitão lactente, através do aumento do seu peso e da redução da mortalidade antes do desmame. RUMINANTES - ajudar a aumentar o pH ruminal, reduzindo o número de microrganismos produtores de ácido lático, enquanto aumenta o número e a atividade dos microrganismos digestores de fibra. Incrementa a digestão de fibras e ingestão de matéria seca, o que resultam em maior produtividade. INFORMAÇÃO ADICIONAL
PAÍSES EM DISTRIBUIÇÃO
INFORMAÇÃO ADICIONAL
In ovo: 10.000 ovos/frasco, aplicando o volume de 0,005 mL por ovo incubado; Via spray: reprodutoras e poedeiras 5.000 doses/frasco; frangos de corte 10.000 doses/frasco; Via água de bebida: reprodutoras e poedeiras 5.000 doses/frasco; frangos de corte 10.000 doses/frasco.
50 a 250 g/t de ração
DOSE
Depende da espécie, favor consultar o rótulo do produto.
PROBIÓTICOS
Aditivo alimentar para monogástricos e ruminantes com foco em saúde do trato gastro intestinal.
NOME DO PRODUTO
20 bilhões UFC/grama
Saccharomyces cerevisiae.
TIPO DE USO
Vistacell
CONCENTRAÇÃO (UFC/G PROD.)
INGREDIENTES ATIVOS
NOME DO PRODUTO
PREBIÓTICOS & PROBIÓTICOS 2021
Tabela
2021
117
Bactérias anaeróbicas totais 1,0 x 104 Bactérias produtoras de ácido láctico 1,0 x 104 Mananoligossacarídeos 370g/kg
Probiótico NAGF (Normal Avian Gut Flora), composto por cultura indefinida de microrganismos (CBMAI 1064), dióxido de silício, parede celular de levedura e leite desnatado em pó.
Colostrum® Mix
Bactérias anaeróbicas totais 1,0 x 106 Bactérias produtoras de ácido láctico 1,0 x 106
Bactérias anaeróbicas totais 1,0 x 104 Bactérias produtoras de ácido láctico 1,0 x 104 Mananoligossacarídeos 34,4g/kg
Probiótico NAGF (Normal Avian Gut Flora), composto por cultura indefinida de microrganismos (CBMAI 1064).
Probiótico NAGF (Normal Avian Gut Flora), composto por parede celular de levedura, dióxido de silício, milho integral moído, cultura indefinida de microorganismos (CBMAI 1064), leite desnatado em pó, farelo de soja, farelo de trigo, soro de leite em pó e caulim.
Colostrum® Líquido
Colostrum® Plus
PREBIÓTICOS & PROBIÓTICOS 2021
Tabela
*
CONCENTRAÇÃO (UFC/G PROD.)
INGREDIENTES ATIVOS
NOME DO PRODUTO
*Observação: concentração em UFC/mL de produto
EMPRESA
DOSE
Reprodutoras e poedeiras: 2 g/ave; Frangos de corte: 1 g/ave.
Via spray: reprodutoras e poedeiras 5.000 doses/frasco; frangos de corte 10.000 doses/frasco; Via água de bebida: reprodutoras e poedeiras 5.000 doses/frasco; frangos de corte 10.000 doses/frasco.
100 a 500 g/t de ração
PROBIÓTICOS
Indicado como primeiro alimento de frangos, poedeiras e aves reprodutoras. Pode ser fornecido em caixas de transporte (incubatório) ou no alojamento (granja).
Indicado para colonização precoce (incubatório) e/ou recolonização intestinal sempre que necessário (granjas) de frangos, poedeiras e aves reprodutoras.
Indicado para uso em todas as fases de ração de frangos, poedeiras e aves reprodutoras.
TIPO DE USO
Objetivos: controle de enterobactérias (salmonelas paratíficas e E. coli - APEC) e ganho de desempenho, através da colonização intestinal precoce de todos os segmentos intestinais (intestino delgado e cecos). Apresentação: saco plástico contendo 10 kg.
Objetivos: controle de enterobactérias (salmonelas paratíficas e E. coli - APEC) e ganho de desempenho, através da colonização de todos os segmentos intestinais (intestino delgado e cecos). Apresentação: frascos com 50 mL.
Objetivos: controle de enterobactérias (salmonelas paratíficas e E. coli - APEC) e ganho de desempenho, através da colonização de todos os segmentos intestinais (intestino delgado e cecos). Termorresistente: seu triplo revestimento, confere resistência ao processamento térmico de rações. Apresentação: saco plástico contendo 10 kg.
INFORMAÇÃO ADICIONAL
Brasil, Bolívia, Chile, Paraguai e Peru
Brasil, Bolívia, Chile, Paraguai e Peru
Brasil, Bolívia, Chile, Paraguai e Peru
PAÍSES EM DISTRIBUIÇÃO
2021
EMPRESA
118
Sacharomyces cerevisiae sc 47
Procreatin 7
Actisaf HR
Sacharomyces cerevisiae sc 47
Actisaf PWD
Sacharomyces cerevisiae CYCN 996
INGREDIENTES ATIVOS
NOME DO PRODUTO
PREBIÓTICOS & PROBIÓTICOS 2021
Tabela
Rações peletizadas.
1x10 UFC/g 10
1,5x10 UFC/g
Rações, premix, mistura minerais, suplementos e “on top”.
TIPO DE USO
Rações, premix, mistura minerais, suplementos e “on top”.
10
1x10 UFC/g 10
CONCENTRAÇÃO (UFC/G PROD.) INFORMAÇÃO ADICIONAL
Em ruminantes modula a microbiota ruminal, manutenção do pH, aumento da degradabilidade da fibra, em suínos melhora a saúde intestinal e aumenta a produção de AGV no ceco e colon.
Em ruminantes modula a microbiota ruminal, manutenção do pH, aumento da degradabilidade da fibra e atua no estresse térmico, em suínos melhora a saúde intestinal e aumenta a produção de AGV no ceco e colon.
Em ruminantes modula a microbiota ruminal, manutenção do pH, aumento da degradabilidade da fibra, em suínos melhora a saúde intestinal e aumenta a produção de AGV no ceco e colon.
DOSE
Porcas e leitões - a partir de 500 g/t Suínos em crescimento e terminação a partir de 125g/t Vacas lactantes - de 5 a 10 g/animal/dia Vacas secas e novilhas - a partir de 2 g/animal/dia Bezerras - a partir de 1 g/animal/dia Bezerros - a partir de 1 g/animal/dia Novilhos a pasto - a partir de 2 g/animal/dia Bovinos em terminação à pasto - a partir de 2g/animal/dia Bovinos em confinamento - a partir de 2,5 g/animal/dia Ovinos e caprinos: a partir de 0,2 g/animal/dia Equinos: De 2 a 20g/animal/dia Porcas e leitões - a partir de 500 g/t Suínos em crescimento e terminação a partir de 125g/t Vacas lactantes - de 5 a 10 g/animal/dia Vacas secas e novilhas - a partir de 2 g/animal/dia Bezerras - a partir de 1 g/animal/dia Bezerros - a partir de 1 g/animal/dia Novilhos a pasto - a partir de 2 g/animal/dia Bovinos em confinamento - a partir de 2,5 g/animal/dia Ovinos e caprinos: A partir de 0,2 g/animal/dia Equinos: De 2 a 20g/animal/dia Porcas e leitões - a partir de 500 g/t Suínos em crescimento e terminação a partir de 125g/t Vacas lactantes - 1000 a 2000 g/t Vacas secas e novilhas - 500 a 1000g/t Bezerras - 2000 g/t Bezerros - 500 a 1000g/t Novilhos a pasto - 500 a 1000g/t Bovinos em confinamento - 500 a 1000 g/t Bovinos em confinamento - 1000 a 2000 g/t Ovinos e caprinos: A partir de 1000 g/t Equinos: De 2000 a 5000 g/t
PROBIÓTICOS
Chile
Costa Rica, Argentina, Brasil, México, Paraguai, Uruguai e Colombia
Brasil
PAÍSES EM DISTRIBUIÇÃO
2021
119
1,6 x 1010 por grama e 1,6 x 1010 por grama 1,6 x 1010 por grama
3,2 x 1010 por grama 1,6 x 1010 por grama 1,6 x 1010 por grama 1,6 x 10¹⁰ por grama 1,0 x 10¹⁰ por grama 6,0 x 109 por grama 1,6 x 1010 por grama e 1,6 x 1010 por grama 1,6 x 1010 por grama e 1,6 x 1010 por grama
2x10 UFC/g
1x10 UFC/g
1x109 UFC/g
Bacillus subtilis (CH201) + Bacillus licheniformis (CH200)
Bacillus subtilis (CH201)
Bacillus licheniformis (CH200)
Bacillus subtilis (DSM17299) + Bacillus licheniformis (DSM 5749)
Bacillus subtilis (cepa King) + Bacillus subtilis (cepa Queen) + Bacillus amyloliquefaciens (cepa Knight)
Bacillus subtilis (DSM5750) + Bacillus licheniformis (DSM 5749)
Bacillus subtilis (DSM17299) + Bacillus licheniformis (DSM 5749)
Saccharomyces cerevisiae CNCM I-1077
Saccharomyces cerevisiae CNCM I-1077
Saccharomyces cerevisiae CNCM I-1077
Gallipro® MSC
Gallipro® C
Gallipro® Tect C
Bioplus PS C
Gallipro® Fit C
Probios Guard C
Bioplus 2B C
Levucell SC 20
Levucell SC10me Titan
Levucell Farm
10
10
CONCENTRAÇÃO (UFC/G PROD.)
INGREDIENTES ATIVOS
NOME DO PRODUTO
PREBIÓTICOS & PROBIÓTICOS 2021
Tabela
EMPRESA
50g por ton de ração
Frangos de corte, poedeiras e galinhas reprodutoras
DOSE
Vacas leiteiras 10 g/animal/dia; Gado de corte 8 g/animal/dia; Pequenos ruminantes 4 g/animal/dia; Equinos 3 kg/t de ração.
Vacas leiteiras 1,0 g/animal/dia; Gado de corte 0,8 g/animal/dia; Novilhas, Cabras e Ovelhas 0,4 g/animal/dia; Cordeiros 0,30 g/animal/dia; Cavalos 1,0 g/animal/dia.
Vacas leiteiras 0,5 g/animal/dia; Gado de corte 0,4 g/animal/dia; Novilhas, Cabras e Ovelhas 0,2 g/animal/dia; Cordeiros 0,15 g/animal/dia; Cavalos 0,5 g/animal/dia.
40g por ton de ração
40g por ton de ração
50g por ton de ração
PROBIÓTICOS
Vacas leiteiras, Gado de corte, Pequenos ruminantes e Equinos.
Vacas leiteiras, Gado de corte, Novilhas, Cabras, Ovelhas, Cordeiros e Cavalos.
Suínos (leitões e porcas)
Suínos (leitões e porcas)
Frangos de corte, poedeiras, galinhas reprodutoras
40 g /1000Lt de água
50g por ton de ração
Frangos de corte, poedeiras e galinhas reprodutoras
Suínos, Aves e Peixes
40g por ton de ração
Frangos de corte, poedeiras, galinhas reprodutoras e perus
TIPO DE USO
Estabiliza o pH do rúmen, reduzindo os riscos de acidose e melhorando a digestibilidade da fibra. Aumenta a produção de leite em vacas, ovelhas e cabras e o ganho de peso em bovinos de corte. Além disso, aumenta a eficiência alimentar em todas as categorais de animais.
Melhora em Sanidade Sacos de 20kg
Melhora a Performance Sacos de 20kg
Redução de Gram negativos e Gram positivos, melhorando a performance Saco de 25 kg
Baldes de 3kg ou Pouch de 1kg
Controle de clostridiose (enterite necrotica) e gram positivos Sacos 25 kg
Redução de Gram negativos e melhora a performance Sacos 25kg
Melhora a performance e Sanidade Sacos 25kg
INFORMAÇÃO ADICIONAL
Brasil
Brasil
PAÍSES EM DISTRIBUIÇÃO
2021
EMPRESA
2x1010 UFC/g
1x1010 UFC/g
1x1010 UFC/g
Saccharomyces cerevisiae boulardii CNCM I-1079
Saccharomyces cerevisiae boulardii CNCM I-1079
Saccharomyces cerevisiae boulardii CNCM I-1079
Saccharomyces cerevisiae boulardii CNCM I-1079
Pediococcus acidilactici CNCM MA18/5M
Proternative 20
Proternative 10 ME Titan
Levucell SB20
Levucell SB 10ME
Bactocell
2x1010 UFC/g
1x1010 UFC/g
1x109 UFC/g
Bacillus toyonensis BCT-7112
Micro-Cell Platinum
CONCENTRAÇÃO (UFC/G PROD.)
INGREDIENTES ATIVOS
NOME DO PRODUTO
PREBIÓTICOS & PROBIÓTICOS 2021
Tabela
120
Matrizes Suínas em gestação ou lactação 50 g/ t de ração; Leitões em amamentação e pós-desmame 100 g/ t de ração; Frangos de corte 100 g/ t de ração. Matrizes Suínas em gestação ou lactação 100 g/ t de ração; Leitões em amamentação e pós-desmame 200 g/ t de ração; Frangos de corte 200 g/ t de ração.
Suínos e Galinhas poedeiras 100 g/t de ração; Salmonídeos 100 a 200 g/t de ração; Frangos, Camarões, Tilápias e outros peixes 100 a 1000 g/t de ração.
Matrizes Suínas em gestação ou lactação, Leitões em amamentação e pós-desmame e Frangos de corte
Suínos, Frangos, Galinhas poedeiras, Salmonídeos, Camarões, Tilápias e outros Peixes
Bezerros lactantes 0,4 g/animal/dia ou 400 g/t de ração até o desmame; Novilhos de engorda 1,0 g/animal/dia ou 200 g/t de ração durante 30 dias pós-desmama; Bovinos em confinamento 1,0 g/animal/ dia ou 200 g/t de ração durante os primeiros 45 dias de confinamento.
Bezerros lactantes 0,2 g/animal/dia ou 200 g/t de ração até o desmame; Novilhos de engorda 0,5 g/animal/dia ou 100 g/t de ração durante 30 dias pós-desmama; Bovinos em confinamento 0,5 g/animal/dia ou 100 g/t de ração durante os primeiros 45 dias de confinamento.
1 g/animal/dia ou 200 g/t de ração.
DOSE
Matrizes Suínas em gestação ou lactação, Leitões em amamentação e pós-desmame e Frangos de corte
Bezerros lactantes, Novilhos de engorda e Bovinos em confinamento
Bovinos de corte
TIPO DE USO
PROBIÓTICOS
Estimula o desenvolvimento da microbiota benéfica por meio da redução do pH intestinal, favorece a maturidade da parede do intestino e aumenta a eficiência digestiva. Em galinhas poedeiras, melhora os resultados de postura e a qualidade dos ovos.
Regula a microbiota intestinal e neutraliza toxinas de patógenos entéricos (C. dificille, E. coli). Melhora os rendimentos produtivos em todas as fases de crescimento, desde a etapa de gestação das matrizes até a entrada dos leitões na fase de engorda. Probiótico importante para ser incluído nos programas de redução de medicamentos em rações.
Favorece o equilíbrio da microbiota intestinal benéfica e modula o sistema imune, aumentando a resistência do animal aos fatores de estresse do ambiente. Melhora a ingestão de alimentos e aumenta o ganho médio de peso diário.
Atua na biorregulação da microbiota intestinal, reduzindo a população de bactérias patogênicas. Melhora o ganho de peso e a conversão alimentar em bovinos de corte.
INFORMAÇÃO ADICIONAL
Brasil
PAÍSES EM DISTRIBUIÇÃO
2021
121
Pediococcus acidilactici + Complexo vitamínico, aminoácidos e eletrólitos
Bactérias ácido lácticas
Bacillus subtilis
Pedioflora Vita
FloraMax-B11
Zymospore
Indicado para Aves em todas as suas fases e ciclos de produção
Indicado para Aves em todas as suas fases e ciclos de produção
Lactobacillus bulgaricus (3 cepas) 1,4 x 107 Lactobacillus casei (2 cepas) 5,7 x 106 Lactobacillus cellobiosus (2 cepas) 7,1 x 106 Lactobacillus fermentum (3 cepas) 5,0 x107 Lactobacillus helveticus (1 cepa) 2,1 x107 Bacillus subtilis SL - 12 - 1 Concentração 5 x 10¹¹ UFC
200 a 400 g / tonelada de ração
60g para 10.000 aves
200 gramas do produto em1.000 litros da água de bebida dos animais
Produto desenvolvido pela BV Science
Produto desenvolvido pelo Center of Excellence for Poultry Science da Universidade de Arkansas
Contribui para o equilíbrio da microbiota intestinal e melhora de parâmetros de produtividade e desempenho. Além disso, repõe as deficiências de vitaminas, aminoácidos e eletrólitos.
Contribui para o equilíbrio da microbiota intestinal e melhora de parâmetros de produtividade e desempenho.
Suínos: (todas as fases) ; Galinhas Poedeiras e Matrizes 50 g/t de ração ou 25 g/1000 litros de água de bebida dos animais; Frangos 50 a 500 g/t de ração ou 25 a 250 g/ 1000 litros de água de bebida dos animais;
INFORMAÇÃO ADICIONAL
Promove maior estabilidade da microbiota intestinal do animal, melhorando o desempenho e o aproveitamento dos nutrientes fornecidos pela ração.
DOSE SUÍNOS: Inicial (do desmame até 2 meses de idade) 500 a 1000 g/ t de ração; Crescimento (de 2 até 4 meses de idade) 500 a 1000 g/t de ração; Terminação (engorda até abate) 200 a 1000 g/t de ração; Reprodutoras (gestaçao e lactação) 500 a 2000 g/t de ração; AVES: 200 a 1000 g/t de ração; COELHOS: Engorda 100 a 5000 g/t de ração; Reprodutoras 200 a 1000 g/t de ração.
PROBIÓTICOS
Suplemento hidrossolúvel para Aves e Suínos
2,5x109 UFC/g
Aves e Suínos
2x1010 UFC/g
Pediococcus acidilactici CNCM I- 4622
Pedioflora
Suínos, Aves e Coelhos
1x10 UFC/g
Bacillus toyonensis BCT-7112
Toyocerin 9
TIPO DE USO
CONCENTRAÇÃO (UFC/G PROD.)
INGREDIENTES ATIVOS
NOME DO PRODUTO
PREBIÓTICOS & PROBIÓTICOS 2021
Tabela
EMPRESA
Brasil, Argentina, Mexico, Uruguai, Chile, Peru, Bolívia, Colômbia, Panamá
Brasil
Brasil
PAÍSES EM DISTRIBUIÇÃO
2021
EMPRESA
Parede celular de levedura 100%
100 % Parede celular de levedura cepa NCYC
Parede celular de levedura 100%.
Fração Parietal de Saccharomyces cerevisiae
ImmunoWall®
122
Safmannan
Redução de patógenos, estresse térmico, manutenção da integridade Intestinal e ativa o sistema imune.
Avicultura - de 125 a 500g/t Suínos - de 100 a 1000g/t Ruminantes - de 2 a 10 g/animal /dia Pet Food - de 250 a 1000 g/t Aquacultura - de 250 a 2000g/t Equinos - de 5 a 10 g/animal/dia
Aditivo prebiótico e adsorvente de micotoxinas a base de mananoligossacarideos e beta-glucanos de parede celular para alimentação animal.
Rações, premix, suplementos.
Produto 100% natural, sem resíduos químicos, solventes, etc. Produto 100% puro, sem mesclas, livre de cereais e glúten-free. Extensa comprovação científica dos três modos de ação, através de mais de 60 testes realizados, in vitro e in vivo em diversas espécies animais, com resultados consistentes, sendo muitos desses trabalhos publicados. Análises de garantias lote a lote (inclusive de MOS e BG), desde a matéria prima até o produto final.
Aves: 0,25 a 1,0kg/t Suínos: 1,0 a 2,0kg/t (até 5 kg/t sob desafios) Aquicultura: 1,0 a 2,0kg/t Bovinos: Bezerros 5 a 7 g/cabeça/dia Gado: 14 g/cabeça/dia Pets: 1,0 a 2,0kg/t Equinos: 10 g/cabeça/dia na rotina (15 a 20 g/cabeça/dia sob desafio) Coelhos: 2,0kg/ton. de ração
Maximos
Reduz colonização de patógenos no intestino. Contribui para o equilibrio da microbiota intestinal. Melhora nas variáveis de desempenho dos animais, principalmente conversão alimentar. Auxiliar no controle de micotoxinas.
Rações, premix e suplementos para aves, suínos e bovinos.
Produto concentrado, 100% parede celular de levedura Saccharomyces cerevisiae obtida da fermentação de cana-de-açúcar
Frangos de corte 0,5- 2,0 kg/t Poedeiras 1,0 - 2,0 kg/t Matrizes 1,0 - 2,0 kg/t Leitões 1,0 - 2,0 kg/t Crescimento -Terminação 0,5 - 1,0 kg/t Gestação - Lactação 1,0 - 2,0 kg/t Bezerros 2,0 - 2,5 kg/t Gado de leite 0,5 - 2,0 kg/t Gado de corte 0,5 - 2,0 kg/t
Parede celular de levedura, fonte de mananoligossacarídeo e beta-glucanos
INFORMAÇÃO ADICIONAL
DOSE
TIPO DE USO
COMPOSIÇÃO
TIPO DE INGREDIENTE/S
PREBIÓTICOS
NOME DO PRODUTO
PREBIÓTICOS & PROBIÓTICOS 2021
Tabela
Brasil,México, Argentina, Uruguai, Paraguai, Chile, Peru, Bolívia, Colômbia, Panamá , Costa Rica e Guatemala
Argentina, Bolívia, Chile, Costa Rica, Colômbia, Equador, Guatemala, Honduras, México, Nicaragua, Panamá, Paraguai, Peru, República Dominicana, Brasil, EUA, Canadá, Alemanha, Bélgica, Dinamarca, Espanha, França, Holanda (países baixos), Hungria, Inglaterra, Itália, Irlanda, Polônia, Portugal, Arábia Saudita, Bangladesh, China, Coreia, Filipinas, Índia, Irã, Japão, Jordânia, Líbano, Myanmar, Nepal, Paquistão, Tailândia, Taiwan, Turquia, Vietnã, Austrália, Indonésia e Nova Zelândia
Mais de 20 paises, distribuidos pela Europa, Américas e Ásia
PAÍSES EM DISTRIBUIÇÃO
2021
123
Produto desenvolvido pela BV Science
1 a 2 kg / tonelada de ração
1,0 - 2,0 Kg / tonelada de ração
PREBIÓTICOS
Aditivo prebiótico para uso oral em aves e suínos
Produto de fermentação de Bacillus subtilis, Parede de leveduras
Fermentado de Bacillus subtilis e Parede de levedura
Suínos: 2 doses de 2 ml por leitão, por via oral com intervalo de 14 dias. Frangos de corte, Recria de Poedeiras e Reprodutoras: Administrar 0,2 mL por ave dentro dos três primeiros dias de vida e repetir 14 dias após a primeira administração.
GAMAXINE
Produto desenvolvido pela BV Science
1,0 Kg / tonelada de ração
Aditivo Aromatizante destinado aos fabricantes de produtos para alimentação animal de todas as espécies
Lúpulo, Gérmen de Trigo
Extrato Herbais
HERBANOPLEX
1 kg / tonelada de ração
Aditivo prebiótico destinado a fabricantes de produtos para alimentação de aves e suínos
Parede de Leveduras, Ácidos Orgânicos
Parede de leveduras (Mananoligossacarídeos e beta glucanos), Formiato de Amônio, Ácido Fórmico, Propionato de Amônio, Ácido Acético, Vermiculita
UNIWALL MOS 50
Aditivo prebiótico destinado a fabricantes de produtos para alimentação de aves e suínos
Parede de leveduras (Mananoligossacarídeos e beta glucanos), Formiato de Amônio, Ácido Fórmico, Propionato de Amônio, Ácido Acético, Água, Vermiculita
Parede de Leveduras, Ácidos Orgânicos
UNIWALL MOS 25
Indicado como aromatizante destinado aos fabricantes de produtos para alimentação de suínos
Extrato de Tomilho, Farinha de Alfarroba, Complexo de Cobre e Complexo de Zinco
Extrato Herbais
DYSANTIC
De 400 a 800 g/ton
Todas as espécies
Duas cepas de Saccharomyces cerevisiae e uma cepa de Cyberlidnera jadinii
Produto desenvolvido pela BV Science
Produto desenvolvido pela BV Science
Produto desenvolvido pela BV Science
Produto recomendado para inclusão em todos os tipos de alimentos para animais, especialmente em idades mais jovens e fases de maior desafio. Ajuda a equilibrar a microbiota intestinal aderindo a microorganismos flagelados e estimula o sistema imunológico de maneira sinérgica. Solução natural para complementar os programas de redução de medicamentos em ração.
INFORMAÇÃO ADICIONAL
Combinação sinérgica de frações de diferentes cepas de leveduras inativadas
DOSE
YANG
TIPO DE USO
COMPOSIÇÃO
TIPO DE INGREDIENTE/S
NOME DO PRODUTO
PREBIÓTICOS & PROBIÓTICOS 2021
Tabela
EMPRESA
Brasil
Brasil, Argentina, Mexico, Uruguai, Chile, Peru, Bolívia, Colômbia, Panamá
Brasil
PAÍSES EM DISTRIBUIÇÃO
2021
EMPRESA
YES - GOLF FUSION
Parede celular de levedura
GLUCANGOLD
Parede celular de levedura,extrato de levedura, galactoligossacarídeos, frutoligossacarídeos, levedura de cana de açúcar inativada e desidratada, cobre aminoácido quelato, ferro aminoácido quelato, magnésio aminoácido quelato, manganês aminoácido quelato e zinco aminoácido quelato
TIPO DE INGREDIENTE/S
NOME DO PRODUTO
PREBIÓTICOS & PROBIÓTICOS 2021
Tabela
Indicado para todas as espécies
Indicado para todas as espécies
Beta-glucanos purificados (> 60%) e mananooligo ssacarídeos (<4%) proveniente da parede celular de levedura Saccharomyces cerevisae
Mananooligossacarídeos, 1,3 e 1,6-beta-glucanos, galactooligossacarídeos, frutooligossacarídeos, levedura e minerais orgânicos
TIPO DE USO
COMPOSIÇÃO
INFORMAÇÃO ADICIONAL
O GLUCANGOLD consiste em 1,3 e 1,6-β-glucanas purificadas cujas cadeias laterais são os principais ativadores dos macrófagos. Por ser um produto de baixa solubilidade, atua diretamente nas células do sistema imune de forma sistêmica, proporcionando: Proteção contra desafios ambientais e de saúde; Melhoria da saúde dos animais (antes e depois dos desafios); Melhora da resposta pós vacinação. Maior viabilidade.
YES - GOLF FUSION é um blend de prebióticos naturais, de tecnologia exclusiva da Yes, especialmente desenvolvidos para aumentar dezenas de vezes as populações de bactérias benéficas (principalmente Lactobacillus e Bifidobacterias) e reduzir a população de microrganismos patogênicos, como Salmonella, E. coli, o Clostridium, e outros patógenos oportunistas devido a sinergia de seus componentes (FOS, GOS, MOS e beta-glucanos), que atuam modulando a microbiota intestinal e, por conseguinte promovem a saúde intestinal e sistêmica do animal.
DOSE
Aves (frangos de corte: pré-inicial e Inicial)300–500g/ton Aves (frangos de corte: crescimento e terminação)100 –300g/ton Aves (poedeiras) 150 –300g/ton Aves (matrizes) 150 –300g/ton Suínos (pré-inicial, inicial e creche)450–500g/ton Suínos (gestação e lactação) 450 –500g/ton Suínos (crescimento e terminação) 100 –300g/ton Bovinos 200 –400g/ton Ovinos e caprinos 200 –400g/ton Cães e gatos 200 –600g/ton Peixes 200 –600g/ton Camarões 100g/ton Aves (frangos de corte pré-inicial e inicial)1 ,0-2,0kg/ton Aves (frangos de crescimento e final) 0,5 -1,0,kg/ton Aves (poedeiras pré-inicial e inicial) 1,0-2,0kg/ton Aves (poedeiras demais fases) 0,5 -1, 0,kg/ton Suínos (pré-inicial, inicial, creche,gestação e lactação) 3,0 kg/ton Suínos (crescimento e terminação) 1,0-2,0kg/ton Bovinos 1,5-2,5kg/ton Ovinos e caprinos 1,5-2,5kg/ton Equinos 1,5-2,5kg/ton Peixes 1,0-3,0kg/ton Camarões 1,0-2,0kg/ton Cães e gatos (filhotes) 1,0-3,0kg/ton Cãese gatos (adultos) 1,0-2,0kg/ton
PREBIÓTICOS
Brasil
Brasil
PAÍSES EM DISTRIBUIÇÃO
2021
124
125
COMPOSIÇÃO
Mananooligossacarídeos, 1,3 e 1,6 betaglucanos, galactooligossacarídeos, frutooligossacarídeos, levedura e minerais orgânicos
Mananooligossacarídeos, 1,3 e 1,6-beta-glucanos, galactooligossacarídeos, frutooligossacarídeos, levedura e minerais orgânicos
Mananooligossacarídeos, 1,3 e 1,6-beta-glucanos, galactooligossacarídeos, frutooligossacarídeos, levedura e minerais orgânicos
TIPO DE INGREDIENTE/S
Parede celular de levedura, extrato de levedura, frutooligossacarídeos, galactooligossacarídeos, cobre aminoácido quelato, magnésio aminoácido quelato, manganês aminoácido quelato, selênio proteinato, zinco aminoácido quelato e levedura seca de cana de açúcar
Parede celular de levedura, extrato de levedura, frutooligossacarídeos, galactooligossacarídeos, cobre aminoácido quelato, magnésio aminoácido quelato, manganês aminoácido quelato, selênio proteinato, zinco aminoácido quelato e levedura seca de cana de açúcar
Parede celular de levedura, extrato de levedura, frutooligossacarídeos, galactooligossacarídeos, cobre aminoácido quelato, magnésio aminoácido quelato, manganês aminoácido quelato, selênio proteinato, zinco aminoácido quelato e levedura seca de cana de açúcar
NOME DO PRODUTO
YES - GOLF EGG
YES - GOLF POULTRY
YES - GOLF PIG
PREBIÓTICOS & PROBIÓTICOS 2021
Tabela
EMPRESA
DOSE
Suínos: 2,0 kg/ton
Frangos de corte e perus: 1,0 - 1,5kg/ton
Aves de postura: 2, 0 a 3,0 kg/ton
PREBIÓTICOS
Indicado para suínos
Indicado para frangos de corte e perus
Indicado para aves de postura
TIPO DE USO
YES- GOLF PIG é uma blend prebiótico cujo equilíbrio entre os ingredientes de sua composição foi planejado especificamente para suínos, visando aumentar a população de bactérias benéficas (principalmente Lactobacillus e Bifidobacterias) e reduzir a colonização de bactérias patogênicas, como Salmonella, E. coli e também Clostridium, resultando em melhor conversão alimentar, melhores ganho de peso e viabilidade e diminuição nos quadros de diarreia. O equilíbrio da microbiota beneficia, também, o sistema imunológico dos animais.
YES - GOLF POULTRY é um blend prebiótico desenvolvido especificamente para frangos de corte e perus que atua na modulação da microbiota intestinal, promovendo o crescimento das bactérias benéficas em detrimento das patogênicas e por conseguinte melhorando a saúde do animal. Esta formula foi otimizada para um melhor dezempenho zootécnico tais como ganho de peso, homogeneidade de lotes, maior saúde animal, combate a Salmonella e diminuição da mortalidade.
YES - GOLF EGG é uma blend prebiótico desenvolvido especificamente para aves de postura, visando aumentar a população de bactérias benéficas (principalmente Lactobacillus e Bifidobacterias) e reduzir a colonização de bactérias patogênicas, como Salmonella, E. coli e também Clostridium, resultando em melhor conversão alimentar, maior produção e qualidade de ovos, incluindo, cascas mais resistentes, inclusive, em aves mais velhas. O equilíbrio da microbiota beneficia, também, o sistema imunológico dos animais.
INFORMAÇÃO ADICIONAL
Brasil
PAÍSES EM DISTRIBUIÇÃO
2021
126
INGREDIENTES ATIVOS E OUTROS INGREDIENTE/S
Lactulose/Lactose, Diatomita, Sulfato de Zinco, Sulfato de Manganês, Aditivos Probióticos (Lactobacillus reuteri, Bacillus subtilis, Bacillus lincheniformis, Lactobacillus salivarius, Lactobacillus acidophillus, Lactobacillus delbrueckii, Lactobacillus plantarum, Pediococcus acidilactici, Lactobacillus rhamnosus e Enterococcus faecium)
Diatomita, Sulfato de Zinco, Sulfato de Manganês, Aditivos Probióticos (Bacillus subtilis, Lactobacillus acidophillus, Lactobacillus lactis, Lactobacillus casei, Enterococcus faecium, Bifidobacterium bifidum)
Aditivo Estimbiótico
NOME DO PRODUTO
SIMBIUM AVES DIVITA
CINERMAX SUIS
SIGNIS 160.000 BXU/g de produto
Matéria Mineral (máx) 900 g/kg, Cálcio (mín) 160g/kg, Zinco (mín) 350 mg/kg, Manganês (mín) 260 mg/kg, Bacillus subtilis (mín) 6,5X107 UFC/g, Lactobacillus acidophillus (mín) 1,0X108 UFC/g, Lactobacillus casei (mín) 7,5X107 UFC/g, Enterococcus faecium (mín) 1,0X108 UFC/g, Lactobacillus lactis (mín) 8,0X107 UFC/g, Bifidobacterium bifidum (mín) 7,0x107 UFC/g.
Matéria Mineral (máx) 270 g/kg, Cálcio (mín) 30 g/kg, Zinco (mín) 700 mg/kg, Manganês (mín) 520 mg/kg, Aditivos probióticos (mín) 1,0X109 UFC/g
COMPOSIÇÃO
50 a 200gr/ton
Produto indicado para suínos em todas as fases.
Aditivo Estimbiótico para uso em aves de corte e postura e suínos
Poedeiras e matrizes pesadas: misturar de 1 a 1,5kg/ton nas rações de cria, recria e pré postura e 500g/ton nas rações de produção. Para frangos de corte, misturar 1,5kg na ração pré inicial, 1kg na ração inicial, 750g na ração crescimento e 500g na ração final.
DOSE
Misturar 5kg/ton em ração maternidade e pré inicial, de 2 a 5kg/ton para ração inicial, de 0,5 a 1kg/ton para ração crescimento e terminação, 2kg/ton para ração reprodução e lactação.
Produto indicado para frangos de corte, matrizes pesadas e poedeiras em todas as fases.
TIPO DE USO
SIMBIÓTICOS E OUTROS*
* Produtos formulados, que em sua composição contêm aditivos prebióticos e probióticos, além de outros ingredientes.
EMPRESA
PREBIÓTICOS & PROBIÓTICOS 2021
Tabela
O termo estimbiótico foi introduzido recentemente e é definido como aditivos não digeríveis, mas fermentáveis, que estimulam a fermentabilidade da fibra naturalmente presente nos ingredientes, porém que são utilizados em uma dose muito baixa para que o próprio estimbiótico possa contribuir de maneira significativa para a produção de ácidos graxos de cadeia curta. Portanto, ao contrário dos prebióticos, que são fermentados quantitativamente pelo microbioma, o estimbiótico simplesmente melhora a fermentação da fibra que já está presente na dieta.
Indicado para auxílio no controle de quadros entéricos em suínos e para melhor desempenho, em todas as fases de criação.
Promove a colonização intestinal das aves e do ambiente por bactérias probióticas, contribui para o melhor desempenho zootécnico, contribui para manutenção do equilíbrio da microbiota intestinal, fonte de minerais (Ca, Mn, Zn).
INFORMAÇÃO ADICIONAL
BR, USA, Europa, Canada, Colombia, Uruguai, Argentina, Chile, Peru
Brasil
PAÍSES EM DISTRIBUIÇÃO
2021
O LPN Congress & Expo está de volta! Não perca o primeiro Grande Evento Internacional de nutrição animal pós pandemia
Dias 13, 14 & 15 Outubro de 2021
Nos vemos em Miami! lpncongress.com
IMPORTÂNCIA E BENEFÍCIOS DO USO DE PROBIÓTICOS NO INCUBATÓRIO
probióticos
Msc. Fabrizio Matté Consultor técnico - Vetanco Brasil
A interação entre hospedeiro e microrganismo ainda não foi totalmente elucidada, mas as funções da microbiota sobre o trato gastrointestinal (TGI) já são descritas e compreendem:
A complexidade do ecossistema gastrointestinal é extraordinária. A quantidade de células bacterianas presente na microbiota dos animais excede o número total de células somáticas
A modulação do sistema imune A produção de ácidos orgânicos e o aproveitamento de nutrientes A manutenção da integridade intestinal e o estímulo à renovação dos enterócitos A adsorção e quebra de toxinas A competição e exclusão de patógenos
128 nutriNews Brasil 2o Trimestre 2021 | Importância e benefícios do uso de probióticos no incubatório
assim que os pintainhos eclodem, eles são expostos a microrganismos naturais das aves adultas e do ambiente. Em contrapartida, em condições comerciais, o contato e a transferência da microbiota da forma natural são mínimos ou inexistentes.
Sendo assim, o TGI dos pintainhos recém eclodidos fica praticamente exposto à colonização por microrganismos
PREVENÇÃO Na avicultura industrial, a maioria dos microrganismos presentes nos ambientes, aos quais as aves são expostas no período neonatal, não são os mais adequados para a colonização precoce do TGI. Portanto, é importante tomar medidas para evitar os problemas microbiológicos decorrentes do processo de incubação artificial. Essa lacuna no desenvolvimento e colonização neonatal do TGI gerou grandes oportunidades de pesquisa na área de administração de bactérias benéficas (probióticos), nos primeiros momentos de vida das aves.
probióticos
Em criações não comerciais ou na natureza,
presentes: No incubatório Caixas de transporte Na granja É importante considerar que o período neonatal é o momento mais importante no desenvolvimento dos sistemas digestório e imune das aves, e este desenvolvimento é
Os resultados científicos e experiências de campo mostram que pintainhos e peruzinhos de corte apresentam uma resposta positiva ao tratamento com probióticos logo após a eclosão.
influenciado positivamente pela presença de uma microbiota adequada (Pedroso, 2011). A maior parte da composição e densidade da microbiota depende das bactérias que as aves recebem no período de eclosão e da sua primeira dieta. As bactérias que colonizam os primeiros dias de vida dos pintinhos crescem muito rápido, e o intestino se torna habitado por 108 e 1011 bactérias por grama de digesta no íleo e ceco respectivamente entre o primeiro e terceiro dia de vida (Yadav & Jha, 2019).
Embora a administração de probióticos durante a criação seja eficaz, o intervalo entre eclosão e alojamento é um período delicado e muito importante para maximizar a performance produtiva e sanitária das aves. Esse período de intervalo consiste no manejo e processamento dos pintainhos no incubatório, como triagem, sexagem, vacinação, período na sala de espera e transporte. Durante todas essas etapas, os pintainhos estão em contato com microrganismos presentes no ambiente e nos fômites.
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COLONIZAÇÃO DO TGI Dessa forma o TGI, que está em fase de estabelecimento da microbiota, fica sujeito à colonização por bactérias patogênicas e/ou indesejáveis, como por exemplo Salmonella spp.
probióticos
O fornecimento de bactérias probióticas identificadas e selecionadas proporciona uma colonização precoce significativa no papo e intestino das aves, quando usado de forma estratégica nos incubatórios (Matté et al. 2020).
O desenvolvimento ideal do sistema digestório é dependente de sua colonização por uma população microbiana equilibrada. A administração de probióticos no incubatório acelera o desenvolvimento do trato gastrointestinal, conforme ilustrado nas
Figuras 1 e 2. As figuras comparam cortes histológicos do íleo de aves com três dias de idade, que receberam ou não um tratamento com probiótico via spray no incubatório. As imagens comprovam o melhor desenvolvimento da mucosa intestinal nas aves tratadas com o probiótico (Informativo Técnico Vetanco 2017).
Figuras 1 e 2. Cortes histológicos de íleo de aves com 3 dias de idade, demonstrando a diferença no desenvolvimento das vilosidades entre o Grupo Controle e o Grupo Tratado com probiótico via spray no incubatório.
A colonização do TGI por enteropatógenos pode ser reduzida ou até mesmo evitada, e isso é essencial para obter sucesso na produção avícola. A saúde intestinal das aves é de extrema importância para seu desenvolvimento produtivo e sanitário. Os diferentes sorotipos de Salmonela continuam sendo um dos maiores envolvidos na colonização e transmissão bacteriana nos primeiros dias de vida das aves. A Salmonela pode ser transmitida verticalmente pelas matrizes para os pintainhos. Contudo, o controle da transmissão horizontal no incubatório, nas caixas de transporte, e nos primeiros dias na granja tem um papel fundamental nos programas de controle de Salmonela e, consequentemente, na segurança alimentar do consumidor.
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O gerenciamento dos pontos críticos de controle em toda a cadeia de produção é de altíssima relevância para evitar que haja um aumento na transmissão e contaminação por Salmonela.
MECANISMOS DE DEFESA
Cepas de bactérias vivas
Algumas intervenções são importantes para maximizar os mecanismos de defesa do organismo de cada ave.
colonizar o TGI da espécie animal em questão
É fato comprovado que reforçar a maturidade intestinal e estabelecer uma microbiota equilibrada, são estratégias importantes na melhora dos mecanismos de defesa e saúde intestinal. Desta forma, a utilização de probióticos na fase neonatal, com doses estratégicas durante a vida das aves, são as ferramentas disponíveis mais eficazes para tais objetivos (Matté et al. 2014).
administradas na dosagem correta
É fundamental ter em mente que a capacidade probiótica de uma bactéria não se dá somente por pertencer a uma determinada espécie (p.ex. Lactobacillus acidophilus), mas sim é especifica às cepas estudadas para cada finalidade.
A utilização de bactérias não definidas, produzirá resultados insatisfatórios
É importante pontuar que a dosagem e a combinação de bactérias devem ser consideradas nos produtos comerciais
Probióticos compostos por duas ou mais cepas diferentes precisam passar por uma série de avaliações de compatibilidade
Existem probióticos desenvolvidos especificamente para aves de produção, esses produtos são extensivamente estudados e avaliados em condições laboratoriais e de campo, com o objetivo de selecionar cepas capazes de colonizar rapidamente o TGI e inibir o crescimento de enteropatógenos, especialmente Salmonella spp. (Menconi et al. 2011) O Gráfico 1 demonstra a redução significativa de Salmonella Enteritidis em frangos aos cinco dias de idade, que receberam uma aplicação do probiótico FloraMax-B11™ no incubatório antes do alojamento.
* % de Salmonella
PROBIÓTICOS ESPECÍFICOS
Experimento 1
Controle
Experimento 2
FloraMax-B11
Gráfico 1. Salmonella Enteritidis recuperada das tonsilas cecais, 5 dias após o desafio (Wolfenden et al. 2007). Asteriscos indicam diferença significativa entre os tratamentos (p < 0.05).
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probióticos
capazes de inibir o crescimento de Salmonela
Para evidenciar os benefícios do uso de probióticos no incubatório, uma avaliação de campo foi realizada em uma integradora no sul do Brasil, no primeiro semestre de 2020. Foi mensurado o desempenho produtivo de um grupo de 955.490 pintinhos que receberam uma dose de probiótico constituído por 11 cepas de Lactobacillus, administrado no incubatório.
Controle
Idade média (dias)
46,06
46,12
Peso médio (kg)
2,86
2,82
Mortalidade (%)
2,95
3,36
GPD (g)
62,21
61,18
CA
1,680
1,740
CA ajustada (2,8kg)
1,660
1,730
Ração total consumida (Kg)
2.490.000
2.595.000
IEP
353,17
344,83
Tabela 1. Médias dos desempenhos produtivos (uma dose de probiótico constituído por 11 cepas de Lactobacillus fornecido no incubatório, com abate das aves aos 46 dias de idade)
probióticos
Os resultados dos lotes com abate aos 46 dias de idade, estão apresentados na Tabela 1, onde foram comparados com o grupo controle com 1.426.290 pintinhos alojados e abatidos no mesmo período. Os dados apresentados demonstram um melhor desempenho produtivo nas aves que receberam uma dose probiótico no incubatório.
Probiótico 11 cepas de Lactobacillus
Portanto, a aplicação no incubatório dos probióticos adequados: É simples Promove uma rápida colonização por uma microbiota intestinal saudável Acelera a maturação intestinal Inibe o desenvolvimento de enteropatógenos Além do que, essa microbiota inicial protetora favorece as condições sanitárias e maximiza a performance zootécnica, resultando em melhores resultados econômicos para as agroindústrias.
Importância e benefícios do uso de probióticos no incubatório
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Eficácia comprovada no controle de Salmonella Heidelberg As bactérias presentes no FloraMax-B11™ têm a capacidade de colonizar todo o trato gastrintestinal das aves, além de apresentar uma altíssima taxa de multiplicação dentro do intestino. Essas bactérias ácido lácticas foram selecionadas por mais de 10 anos, o resultado dessa criteriosa pesquisa foi o desenvolvimento de cepas com alta capacidade de produção de bacteriocinas efetivas no controle de enterobactérias.