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MORCEGOS SE MULTIPLICAM E ASSUSTAM OS MORADORES DO RIO DE JANEIRO Fonte: O Dia
Moradores de pelo menos 15 bairros do Rio andam assustados com a infestação de morcegos. Especialistas atribuem a proliferação ao desequilíbrio ecológico e ao El Niño, fenômeno que causa alterações no clima. Há pelo menos 43 espécies em circulação por aqui. Três delas são hematófagas: alimentam-se de sangue e podem transmitir a raiva. Milhares de bichos podem ser vistos em árvores, sótãos, porões, espaços entre a parede e aparelhos de ar condicionado e vãos de telhados. O problema é tão sério que só a Unidade de Vigilância e Fiscalização Sanitária em Zoonoses Paulo Dacorso Filho, da Secretaria Municipal de Saúde, já atendeu a cerca de 200 chamadas de moradores este ano, solicitando a captura dos animais. Durante todo o ano passado, foram 241. “Se continuar nesse ritmo, o número de ligações deve dobrar. Mas não há motivo algum para pânico. Os morcegos não atacam ninguém. A maioria se alimenta de frutas e insetos”, ressalta Douglas Marques de Macedo, médico veterinário e subgerente da unidade. Segundo ele, pelo menos 20 pessoas, em média, são mordidas por morcegos no Rio anualmente. “Os números atuais, apesar dessa maior quantidade de pedidos de socorro da população, estão dentro da normalidade”, garante Douglas. Moradores de áreas infestadas se dizem apavorados. “À noite os rasantes dos morcegos parecem filme de terror”, diz Magdalena Alencar, 49, que mora no Itanhangá. INFESTAÇÃO NA UFRJ Os transtornos provocados pelos ‘vampirinhos’ urbanos, além de meter medo em crianças e adultos com seus voos curtos, finos grunhidos e sujeira de fezes, estão interferindo no funcionamento de instituições. É o caso do Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), na Praia Vermelha, que solicitou à organização não governamental SOS Aves e Cia um plano de manejo de várias colônias que passaram a habitar corredores e árvores do estacionamento da instituição. A ONG é parceira da Polícia Federal no combate ao tráfico de animais silvestres. “A melhor solução é retirá-los em caixas e soltá-los em áreas verdes”, ensina o ambientalista e diretor da ONG, Paulo Maia. Segundo ele, invernos menos rigorosos, como o atual, resultante do El Niño, favorecem a proliferação. “É importante lembrar que o abate desse tipo de animal é crime inafiançável. Pela Lei Federal 9.605/98, a pena é de até um ano de prisão. É como matar uma onça”, alerta. Em nota, a UFRJ informou que as obras que realiza no Palácio Universitário “ajudarão a resolver a presença de morcegos”. www.grupoastral.com.br.br
Pedidos de socorro dobraram desde 2009, mas não há motivo para pânico, garante especialista Segundo a Fiscalização Sanitária do município, Ipanema, Humaitá, Cosme Velho, Santíssimo, Itanhangá, Barra da Tijuca, Cachambi, Vila Isabel, Urca, Engenho Novo, Tijuca, Alto da Boa Vista, Rio Comprido, Santa Teresa e Cidade Nova são os bairros de onde vêm frequentemente chamadas para recolhimentos de morcegos que invadem casas, por intermédio do Portal 1746. Desde a década de 1980 não há casos de raiva transmitidos por morcegos no Rio. Segundo o psicólogo Valderez Lima Cunha, boa parte dos pedidos de socorro, entretanto, é sem necessidade. “A simples presença do animal em algumas árvores próximas às residências faz com que muita gente ache que eles entraram nas habitações. Já atendi gente que cismou que tinha sido mordida por morcego, mesmo sem ter tido contato com o bicho. Ou seja, tem muita paranoia também.” Mas o que preocupa as autoridades em saúde é que o número atual de chamadas dobrou em relação a 2009, por exemplo, quando 94 inspeções se capturas de morcegos foram feitas na cidade. “O morcego passou na frente dos cães em potencialidade de possíveis transmissores da raiva”, adverte o veterinário Douglas Marques. Segundo o biólogo Paulo da Silva, o desmatamento e o crescimento desordenado das cidades fizeram os morcegos, únicos mamíferos voadores do planeta, se tornarem pragas urbanas em busca de alimentos e abrigo. O risco de transmissão da raiva e de doenças respiratórias, como a histoplasmose, através das fezes, assusta. “Se um morcego entrar numa casa, o morador deve abrir bem as janelas, acender as luzes e evitar o contato. O correto é acionar especialistas. Matar, jamais. Na verdade, ele (morcego) é que tem medo do ser humano”, detalha Silva. Para a captura de morcegos em recintos urbanos e rurais, uma vez que os morcegos hematófagos costumam atacar bois e cavalos, os guardas de endemias utilizam cães como iscas. Os morcegos, então, são capturados com ajuda de redes. O comerciante Virgínio Leite, de 57 anos, da Barra da Tijuca, foi um dos que pediram ajuda à equipe de Zoonoses recentemente. “Um morcego errou um rasante numa amendoeira em frente ao meu apartamento e foi parar debaixo da cama. Foi uma correria”, contou. E O BICHO VIROU MASCOTE DE JOGOS No melhor estilo “se não pode com eles, junte-se a eles”, alunos que participam dos jogos esportivos do Instituto de Economia da UFRJ adotaram a figura do morcego como mascote. A marca, feita pelo aluno Eduardo Gaspar, estampa camisas, garrafinhas de água,bandeiras, faixas, óculos, tatuagens e outros objetos usados pelos torcedores nas competições por todo o estado e virou sucesso nas redes sociais. “Foi uma maneira de chamar a atenção para o desequilíbrio ecológico que o homem vem provocando e, ao mesmo tempo, alertar para a preservação dos morcegos, que também são vítimas e não vilões do sistema”, justificou. De acordo com os alunos, morcegos passaram a ser “hóspedes” www.grupoastral.com.br
do Instituto há cinco anos. “Começou coma presença de apenas alguns animais. Com o passar dos anos, a quantidade foi aumentando e, hoje, já são centenas. Tem aluno que falta constantemente às aulas”, comentou um dos professores. Segundo Paulo Maia, a remoção das colônias pode levar duas semanas. ENTENDA MAIS: ‘ RADAR’ O morcego tem um sistema de localização conhecido como biosomar (emissão de ondas ultrassônicas na narinas ou boca), que os desviam de obstáculos. Animais doentes caem no chão. Nesse caso, ligue para a Central de Atendimento ao Cidadão 1746. TELAS NAS JANELAS Estudiosos catalogaram quase 100 mil espécies de morcegos. Para evitá-los, a vedação de janelas e telhados com telas é indicada. RAIVA Nem todo morcego possui o vírus da raiva, que é 100% letal. A mordida pode transmitir tétano e pequenas infecções. O principal transmissor são os da espécie Desmodus rotundus. ÁGUA E SABÃO Em caso de mordida, a vítima deve lavar o ferimento com água e sabão e procurar posto de saúde para se vacinar com a anti-rábica e receber a imunoglobina (soro anti-rábico). FRUTAS E NECTAR Além de frutas, algumas espécies de morcegos se alimentam de polén e nectar de 500 tipos de flores. Outros comem três mil insetos por dia.
PESQUISADORES CRIAM TELA ELETROSTÁTICA CONTRA MOSQUITOS Fonte: BBC Brasil
Uma cobertura eletrostática permite que a tela carregue doses maiores de inseticida do que as que são normalmente. Em testes, a cobertura matou muito mais mosquitos que telas convencionais. Em artigo publicado na Proceedings of the National Academy of Sciences, pesquisadores holandeses dizem que isso pode ajudar no controle de doenças como a malária. www.grupoastral.com.br
A resistência de mosquitos a inseticidas é um problema em locais onde a malária é endêmica. Acredita-se que sprays inseticidas com base em água e mosquiteiros, que às vezes levam baixos níveis de inseticida, nem sempre matam os mosquitos, permitindo que desenvolvam resistência. No estudo, os cientistas usaram uma tela carregada, originalmente desenvolvida para capturar pólen no ar, e aplicaram inseticida a ela. A carga eletrostática duradoura permitiu que altos níveis de inseticida aderissem às telas rapidamente, dando aos mosquitos uma overdose letal quando estes entravam em contato com a superfície - mesmo que por apenas alguns segundos. A técnica foi testada em diferentes tipos de mosquitos na África do Sul, Tanzânia e no laboratório da Liverpool School of Tropical Medicine. Os pesquisadores descobriram que a cobertura eletrostática de inseticida mata mais mosquitos que outras telas e, para alguns mosquitos resistentes a inseticidas, foi 100% eficaz. Telas comuns matam menos de 10% dos mosquitos, de acordo com o estudo. Marit Farenhorst, da Universidade Wageningen, na Holanda, que liderou a pesquisa, disse que a cobertura poderia ser usada em telas em janelas e portas pela casa, em cortinas e paredes, e ainda em armadilhas para mosquitos e canos de ventilação. “É uma nova forma de tentar pegar e contaminar mosquitos”, disse ela. Ela também disse que o novo método seria adequado para diferentes tipos de inseticidas químicos. Mas ela disse que a cobertura provavelmente não seria tão eficiente em mosquiteiros de camas porque as pessoas tocam neles ou lavam o tecido com frequência, então o inseticida sairia com o tempo.
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