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MORADORES DE BAIRRO DE UBERLÂNDIA SOFREM COM INFESTAÇÃO DE RATOS Fonte: G1
Moradores do Bairro Ipanema II em Uberlândia passam por apuros nos últimos meses. Segundo eles, há uma infestação de ratos na região. O Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) está a par da situação e deixa um alerta para cuidados na hora de limpar as fezes do roedor, já que eles podem transmitir doenças. Segundo a bióloga do CCZ, Juliana Junqueira, os ratos transmitem cerca de 70 doenças, a mais grave delas é a leptospirose. Por isso, o cuidado deve ser redobrado na hora de fazer a limpeza do ambiente, segundo a bióloga . “É importante que a pessoa proteja as mãos com luvas, coloque um sapato fechado, e faça a limpeza com água sanitária. A solução pode ser 50% água e 50% água sanitária e molhe todo o local, espere agir por no mínimo uma hora para depois limpar com água e sabão”, disse. São três tipos de roedores que vivem nas cidades: a ratazana, o camundongo e o rato de telhado. E este último que mais preocupa as autoridades sanitárias.Os roedores têm hábitos noturnos e ainda segundo a bióloga encontrá-los durante o dia é um sinal de infestação. Com isso ela faz um alerta para que o lixo não seja deixado no cão e a ração dos animais de estimação seja retirada à noite. “Os roedores procuram primeiro o acesso, se eles vão conseguir entrar no local, o segundo é o alimento, o terceiro é abrigo para fazer os ninhos e o quarto é água. A água é mais difícil limitar, pois eles precisam de pouca quantidade, mas os outros três fatores são fáceis para evitar a presença dos roedores”, explicou. A dona de casa Maria Conceição conta que em todos os cantos da casa há vestígios dos animais. Da cozinha ao quarto ela conta que já fez de tudo para se livrar deles. “Já troquei as sacolinha, já parei de fazer a feira por que não tem como guardar os alimentos, já troquei o armário por que eles entram. Não tem condições, eu não tem um veneno apropriado para mata-los. É muito difícil conviver com eles”, disse. Outra moradora do bairro, a dona de casa Angélica Borges, que está no local há 14 anos, diz que o problema está sério e que todas as manhãs precisa limpar a sujeira que os ratos deixam pela casa à noite. “A primeira coisa é passar pano com produtos de limpeza em tudo, inclusive eletrodoméstico se eu for usar”, relatou. A dona de casa conta que já perdeu a conta de quantos já matou. “Todo o dia eu mato um rato. Estou usando ratoeira, eu não ponho veneno por que tenho medo dele morrer dentro de casa e ficar cheiro, mas todos os dias pego um na ratoeira”, afirmou. www.grupoastral.com.br.br
PESQUISA QUER SABER SE LARVA DE MOSQUITO JÁ TEM O VÍRUS DA DENGUE Fonte: atribunamt.com.br
Saber identificar se a larva do mosquito aedes aegypit já surge com o vírus da dengue ou não. Essa é a proposta da professora de microbiologia do Curso de Medicina da UFMT em Rondonópolis, Juliana Helena Chavez Pavoni, que desenvolve o projeto em parceria com o Centro de Controle de Zoonoses – CCZ. Na segunda etapa, o projeto financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Mato Grosso – Fapemat deve fazer a análise do vírus em pacientes com a doença. Juliana Pavoni explica que a pesquisa vai ajudar a distinguir os quatro sorotipos do vírus da dengue, além de outros vírus que podem infectar os vetores e afetar a saúde do homem. Com isso, é possível saber quais desses sorotipos estão presentes em Rondonópolis e tentar fazer a associação com o número de casos humanos. Ela alerta que na reincidência da dengue, a pessoa pode contrair um sorotipo diferente e ter a doença agravada. A pesquisa deve revelar também se a transmissão do vírus para a larva é feita de forma transovariana. Juliana informa que ‘somente as fêmeas do mosquito se alimentam do sangue para conseguir maturar os ovos’. “Se a fêmea estiver infectada pode transmitir o vírus para o ovo e deste para a larva. O que pode contribuir para aumentar a circulação do vírus”, explica. O ovo infectado pode permanecer no ambiente por até um ano e depois, numa condição propícia, dar origem à larva e ao mosquito. Outro alerta feito pela pesquisadora é que ‘a dengue pode se tornar bem mais grave naquelas pessoas que já sofreram a doença’. “Por isso é importante sabermos quais são os sorotipos do vírus existentes na cidade”, esclarece. www.grupoastral.com.br
Juliana Pavoni conta ainda que a transmissão do vírus pode acontecer também do homem para o mosquito. Ela diz que quando o mosquito sem o vírus pica uma pessoa com o sangue infectado, nos primeiros sete dias – período que acontece a manifestação da doença – este é contaminado pelo homem. Pesquisas científicas realizadas anteriormente em outras regiões do país, com o objetivo de analisar a possibilidade da larva do aedes aegypit já surgir contaminada pelo vírus da dengue, confirmaram que boa parte das larvas estudadas era portadora do vírus. Na pesquisa local, a professora Juliana estuda, junto com alunos do curso de medicina e técnicos da UFMT, larvas do mosquito coletadas pelos agentes da vigilância ambiental em diversos bairros da cidade.
FORMIGAS LAVA-PÉS SÃO CONSIDERADAS PRAGAS URBANAS NO BRASIL Fonte: em.com.br
Endêmica no Norte do país, principalmente na floresta amazônica, ela já é considerada, do Oiapoque ao Chuí, uma praga no ambiente urbano. De carona no transporte de alimentos, chegaram não só a todos os rincões do Brasil, mas há um século também entrou pelo Sul dos Estados Unidos, onde são consideradas espécie exótica invasora. De lá, a formiga migrou para a Califórnia, Caribe, China, Taiwan, Filipinas e Austrália em pelo menos nove invasões distintas. Na América do Norte, elas se chamam fire aunts. Aqui, são as formigas lava-pés, cientificamente conhecidas como Solenopsis saevissima. Essas formigas respondem por 35% das picadas de insetos em humanos: com a mandíbula cortam a pele da vítima e injetam veneno com propriedades tóxicas, que provoca dor intensa. Além de dolorida, o seu ataque provoca bolhas, alergias e até choque anafilático. As picadas nunca são solitárias. Em questão de segundos, sobem rapidamente e em quantidade pelas pernas das pessoas. Centenas de ferroadas atingem principalmente crianças e idosos distraídos, que pisaram nos ninhos. Como combater a praga esta é a questão a que se dedica Fábio Prezoto, professor do Departamento de Zoologia da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), coordenador do Laboratório de Ecologia Comportamental e Bioacústica (Labec), desde 2011 investigando o comportamento desses animais em busca de maior eficiência para extinguir essas formigas. Depois de acompanhar por mais de um ano centenas de colônias de lava-pés encontradas no próprio campus da UFJF, agora Prezoto entra em uma nova fase do projeto “Como reduzir acidentes com formigas lava-pés”: coleta dados para testar alternativas de combate. Até meados do ano que vem, ele, que já tem publicações internacionais sobre o tema, apresentará nova possibilidade de controle. O projeto envolve colaboração científica de 12 professores, entre eles Odair Correa Bueno, e alunos de três instituições: além da UFJF, o Centro de Estudos de Insetos Sociais, da Universidade Estadual Paulista (Unesp) de Rio Claro, e o Centro de Ensino Superior de Juiz de Fora. ARQUITETURA DO NINHO “Ainda não há produto específico já testado para o controle desta espécie. Os inseticidas usados para o combate de outras espécies nem sempre são suficientes para eliminar a colônia, que é profunda”, explica. Quando aplicado, o inseticida atinge apenas www.grupoastral.com.br
uma porção do formigueiro. “Ainda não conhecemos toda a arquitetura do ninho, mas as colônias se comunicam. Quando acertamos uma porção do ninho, verificamos que o restante da colônia migra e se junta a outra nas proximidades”, afirma Prezoto. Stefânia Sangi/Divulgacao A observação dos formigueiros durante a pesquisa considerou quatro tipos de ambientes: o natural, perto de árvores e troncos caídos; a grama; a interseção entre vegetação e ambientes artificiais, como a borda de uma calçada em contato direto com a grama; e ambientes artificiais, como calçadas e passeios. Os ninhos têm, em média, volume de 50 litros – entre 30 e 40 centímetros de profundidade, largura entre 20 e 22 centímetros, e 40 centímetros de comprimento. “Mas já chegamos a trabalhar com uma colônia que tinha um metro e meio de comprimento”, afirma o professor, considerando que há milhares de formigas em um único ninho. O tamanho das colônias varia de acordo com a época do ano. “No período chuvoso é mais fácil escavar o solo por causa da umidade. Por isso ficam maiores no verão e menores no inverno”, assinala Prezoto, acrescentando que para um combate mais eficiente e menos agressivo ao meio ambiente, a pesquisa indica que o inseticida deve ser aplicado durante o período de seca – de abril a setembro, conforme artigo publicado por ele na revista Florida Entomologist, em junho do ano passado. INFESTAÇÃO Diferentemente de outras espécies, que pela restrição de recursos e de alimentação não encontram tudo o que necessitam para a sua sobrevivência em centros urbanos, as formigas lava-pés apresentam um enorme sucesso em ocupar ambientes alterados, pouco favoráveis à biodiversidade. “Essa espécie prospera muito em cidades”, considera Prezoto, lembrando que no Norte, frequentemente, moradores de vários municípios enfrentam infestações, como já ocorreu em Novo Aripuanã, a 220 quilômetros de Manaus. Quintais que eram utilizados para roças foram praticamente abandonados. Grilos, lagartos e ratos desapareceram da cidade e até atividades rotineiras, como brincadeiras no pátio e conversas embaixo das árvores, passaram a representar risco à população. Experiência semelhante já tiveram no mesmo estado as cidades de Eirunepé, Envira e Novo Airão. As formigas lava-pés são predadoras vorazes. “Elas se aproveitam de restos de alimentos variados, à disposição no ambiente. O próprio lixo gerado é grande fonte de recursos. Nos jardins, elas se alimentam da fauna de insetos”, afirma Prezoto. Elas são difíceis de controlar. “Nosso objetivo final é, ao compreender a biologia desses animais, entendendo seus hábitos e comportamentos, traçar uma medida de controle o mais perto possível da eficácia completa.” Lado benéfico A formiga é o bicho mais abundante da Terra. Se for feito um quadrado na floresta amazônica de 100x100 metros, serão encontradas 8 milhões de formigas no solo. São conhecidas mais de 12.600 espécies, mas estima-se que esse número possa chegar a 20 mil espécies. Apesar dos danos que causam, as formigas são organismos benéficos para todos os ecossistemas terrestres. Promovem a aeração do solo, incorporam nutrientes ao solo, polinizam plantas, são eficientes predadoras de outros artrópodes, manipulam sementes para sua alimentação, promovendo a germinação de algumas espécies de plantas, que sem esta interferência não germinariam com sucesso.
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