TecNews - 29/10/14

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FIOCRUZ TESTA CONTROLE DA DENGUE EM FERNANDO DE NORONHA Fonte: brasil.gov.br

Uma nova abordagem para o controle do mosquito vetor da dengue foi apresentada na última semana e deverá ser implementada em Fernando de Noronha a partir de dezembro. Ação será dividida em três frentes: controle biológico, mecânico e genético, utilizando dados do sistema de monitoramento SMCP-Aedes, desenvolvido pela Fiocruz Pernambuco e o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). A metodologia do projeto Tecnologias integradas para controle biológico, mecânico e genético do Aedes aegypti foi explicada aos conselheiros de saúde locais pela coordenadora de Saúde de Noronha, Fátima Souza. O objetivo desse novo trabalho é avaliar tecnologias inovadoras, mais seletivas e ambientalmente seguras, que possam ser integradas ao sistema de controle do vetor da dengue em Pernambuco. O projeto já obteve a aprovação do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), órgão responsável pela proteção do patrimônio natural de Fernando de Noronha. Coordenado pela Fiocruz Pernambuco, o estudo será desenvolvido em colaboração com o Departamento de Energia Nuclear (DEN) da Universidade Federal de Pernambuco, as Secretarias de Saúde do Estado e do Recife e a empresa Multiave. A escolha de Noronha para o desenvolvimento da maior parte das ações do projeto se deu por suas características geográficas, que favorecem o estudo, e pela existência de uma ampla base de dados, gerada pelo sistema de monitoramento do vetor que já está consolidado no local (o SMCP-Aedes). Fátima Souza destacou o quanto essas ações de vigilância têm sido positivas. “Até o início de ouwww.grupoastral.com.br.br


tubro desse ano, apenas seis pessoas foram notificadas (com dengue), considerando que já passamos pelo período crítico, o das chuvas”, afirmou. Com 103 ovitrampas instaladas, o sistema mapeou, nos últimos três anos, os locais e os períodos do ano de maior infestação, entre outras informações que serão utilizadas nessa nova intervenção. Testes também em Recife Uma das três técnicas em estudo, utilizada como componente de controle biológico, será a borrifação do biolarvicida Bacillus thuringiensis israelensis (Bti) nas áreas externas dos imóveis. A aplicação acontecerá em locais onde se encontram objetos em desuso, que podem acumular água da chuva e se tornarem criadouros do mosquito. De acordo com Alice Varjal, esses criadouros são considerados críticos, pela dificuldade de serem identificados e eliminados do ambiente, levando à permanência de focos produtivos do inseto. No contexto da pesquisa, essa será a única tecnologia testada em um bairro do município do Recife, ainda a ser definido, além de Fernando de Noronha. “O estudo permitirá comparar o desempenho da aplicação espacial do Bti em duas áreas com características bem diversas, uma urbana no continente, onde os bairros se intercomunicam e uma na ilha, onde o mar funciona como barreira natural, reduzindo as variáveis a serem controladas”, explica a pesquisadora. A segunda estratégia a ser testada é de controle mecânico e prevê o uso massivo de armadilhas adesivas (BR-OVT adesiva) em Noronha, para coleta e destruição de ovos e de mosquitos adultos em locais de grande movimentação, como aeroporto, porto, hospital, escola, creche, igreja e outros. “Em áreas infestadas pelo mosquito, onde circulam muitas pessoas, o risco de transmissão da dengue torna-se maior, pois indivíduos doentes, na fase de circulação do vírus no sangue, podem ser picados por fêmeas do Aedes e estas, em mais ou menos sete dias, serem capazes de transmitir o vírus para outras pessoas”, afirma Alice. O controle genético estará presente na terceira técnica a ser avaliada, que utiliza mosquitos machos inférteis para competir com os selvagens no acasalamento. Como a fêmea do mosquito costuma ficar disponível para acasalar apenas uma vez ao longo de sua vida, o cruzamento com machos estéreis acaba impedindo sua reprodução. Eles passam espermatozóides inviáveis e as fêmeas os utilizam durante todo o seu processo de postura dos ovos, sem gerar novas larvas do inseto. A partir do uso dessa tecnologia, é esperada uma diminuição da densidade populacional do Aedes. Treinamento No período de 11 a 15 de novembro, a equipe de Agentes de Saúde de Noronha participará de uma capacitação promovida pela Fiocruz Pernambuco, sobre todas as técnicas necessárias à implantação do projeto, inclusive para a etapa de liberação dos mosquitos, que está prevista para o mês de dezembro. Os pontos de soltura serão escolhidos com a participação desses profissionais e dos moradores. O sucesso desse controle integrado do mosquito poderá não apenas auxiliar na redução da transmissão local da dengue, mas também de outras doenças, como chikungunya, que apesar de não ocorrer na ilha, também tem o vírus transmitido pelo mesmo vetor. “Não podemos esquecer que Fernando de Noronha está na rota do turismo nacional e internacional e, portanto, vulnerável a entrada de novos tipos virais”, conclui.

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DENGUE ATACA O AMÉRICA Fonte: R7

Aymar Orlandi Júnior, perito judicial nomeado pela Justiça para fiscalizar e gerar receitas com o estádio Teixeirão para pagar credores do América, já sentiu as primeiras dificuldades do seu novo trabalho. Aymar adiantou que terá muito trabalho pela frente. Após reunião com o presidente do Rubro, José Carlos Pereira Neto, o Zé Branco, ficou convencido que o clube não tem fontes de renda e, se quiser lucrar com a locação do estádio, será preciso de uma ampla reforma no gramado e nas dependências, como vestiários e sanitários. Ontem, Aymar chegou logo cedo ao Teixeirão e já foi pego de surpresa com a visita de duas fiscais da Vigilância Epidemiológica. Durante a conversa, foi cobrado para combater focos de dengue no local. “Pedi um prazo até quinta-feira. É possível que tenha os focos por causa do tamanho desse estádio”, disse Aymar. Atualmente, o Teixeirão aloja 30 jovens jogadores, com idade até 19 anos, que treinam para Copa São Paulo de Juniores. O Jardim Americano, bairro onde fica o estádio, registrou, em julho, o índice de breteau, que mede o nível de infestação do mosquito transmissor, de 1,2, já considerado como risco de epidemia pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Toda a cidade de Rio Preto registrou a média 1 , número máximo admitido como de situação sob controle. Sobre as receitas, Aymar não adiantou quais medidas serão tomadas, inclusive se o estádio receberá qualquer evento até o final do ano. “Ainda estou lendo os autos”, disse. O perito foi nomeado pelo juiz Marcos Paulo Vieira para administrar o estádio até que a dívida do América com a viúva do empresário Salvador Correia da Silva Filho, Maria Rita de Oliveira Silva, de R$ 1,5 milhão, seja quitada. De acordo com o processo, ele será o responsável por fiscalizar as receitas e destinar 10% do valor líquido à Maria Rita, outros 20% à Justiça do Trabalho e o restante ao clube.

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MÉDICO E PROFESSOR DA UNB DIZEM QUE VÍRUS CHIKUNGUNYA CHEGOU PARA FICAR Fonte: opovo.com.br

Depois de confirmados 789 casos da febre chikungunya no Brasil, tudo indica que o brasileiro terá de conviver com a doença, que é semelhante à dengue. Na avaliação do médico Pedro Tauil, doutor em medicina tropical e professor da UnB, ela chegou ao país para ficar. Segundo ele, o vírus tem os mesmos vetores da dengue, os mosquitos Aedes aegypti e Aedes albopictus, que já estão instalados em todos os estados brasileiros. Além disso, já houve transmissão da febre chikungunya em três estados. Na Bahia, estão confirmados 458 da doença, enquanto no Amapá e em Minas Gerais foram registrados, respectivamente, 330 e um caso. O médico adiantou que, por ter os mesmos vetores, a febre chikungunya deverá ter a mesma sazonalidade da dengue, ou seja, o período das chuvas será de picos de transmissão da doença. Chikungunya X Dengue Pedro Tauil esclareceu que a nova doença mata muito menos que a dengue, já que, apesar dos mesmos sintomas (febre alta, dor de cabeça e nas articulações), são raras as vezes em que apresenta casos com hemorragia. No novo vírus, a sintomatologia dura de três a dez dias. Outra peculiaridade da febre é a intensidade e o tempo das dores nas articulações. Conforme Tauil, são poucos os casos em que essas dores são fortes e longas. “Na experiência dos franceses, pessoas ficam um ano [com dores articulares] e outras levam apenas alguns meses. A gente ainda não sabe o que faz essas dores permanecerem”, explicou Tauil. Nesses casos, os pacientes podem precisar usar cortisona para atenuar a dor e até mesmo de tratamento com fisioterapeuta. Na maioria dos casos, o paciente não precisa ser internado. Ele é tratado em casa, com remédios para aliviar dores e febre, conforme recomendação médica. De acordo com Tauil, para um bom tratamento, é importante o profissional distinguir dengue da chikungunya. As medidas preventivas são as mesmas da dengue. Até o fim de outubro, o governo federal, em parceria com estados e municípios, deverá concluir o Levantamento Rápido do Índice de Infestação do Aedes aegypti. O objetivo é identificar as larvas dos mosquitos Aedes egypti e Aedes albopictus, os focos e depósitos de água onde foram encontrados. O Ministério da Saúde reitera que, para prevenir a nova doença, são necessárias medidas simples como verificar o fechamento da caixa d água, não acumular vasilhames em quintais, desentupir calhas e colocar areia em pratos sob vasos de plantas. Desde a confirmação de casos da febre chikungunya no Caribe, no fim de 2013, o Ministério da Saúde elaborou o Plano Nacional de Contingência, que definiu, entre outras metas de controle da doença, a intensificação das atividades de vigilância, respostas da rede de saúde, divulgação de medidas às secretarias, preparação de laboratórios de referência para diagnósticos e o treinamento de profissionais.

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