A invenção de si e do mundo - Uma introdução do tempo e do coletivo no estudo da cognição

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27/9/2007

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Walter Omar Kohan

A AUTORA Virgínia Kastrup é doutora em Psicologia pela PUC-SP e professora do Instituto de Psicologia da UFRJ, onde atua no Programa de Pós-Graduação em Psicologia. Pesquisadora do CNPq, participou da fundação do Núcleo de Pesquisa Cognição & Coletivos (NUCC/UFRJ) e do Grupo de Pesquisa Cognição e Subjetividade (UFRJ /UFF). É autora de diversos artigos em coletâneas e revistas especializadas sobre aprendizagem inventiva, atenção, oficinas de leitura, arte e produção de subjetividade e deficiência visual.

Leia também, da coleção Educação: Experiência e Sentido

Coleção

“Educação: Experiência e Sentido” Coordenadores: Jorge Larrosa e Walter Kohan

“É muito agradável o sentimento que agora me cativa diante desta singela certeza: a de que estarei vivendo feliz minha tentativa de escrever [...] coisas favoráveis a este livro. Digo tentativa porque pressinto que minhas frases elogiosas serão insuficientes para delinear a efetiva importância que as pessoas descobrirão nesta obra, sejam elas especialistas ou não. Primeiramente, trata-se de um livro bem escrito. Não digo isso apenas para salientar a qualidade prazerosa de sua leitura. Ele é bem escrito porque sua clareza é especial. Com efeito, em vez de fingir simplicidade, em vez de expor-se como fácil luz comunicativa, dessas que acabam ofuscando por exibirem tão-somente a si próprias, a clareza deste livro envolve-se com a complexidade do assunto que o imanta, que nos dispõe e nos leva a pensá-lo com o rigor que ele merece. A fluência do estilo de Virgínia Kastrup, com simpatia, carinho e competência, e sem perder um ar de paciente sorriso, vai cuidando de um tema difícil e escorregadio, o tema da cognição, essa misteriosa potência que é capaz de nos lançar para além da mera aquisição de conhecimento.” Luiz B. L. Orlandi

• INFÂNCIA, ESTRANGEIRIDADE E IGNORÂNCIA – Ensaios de Filosofia e Educação – Walter O. Kohan • INFÂNCIA. ENTRE EDUCAÇÃO E FILOSOFIA – Walter O. Kohan • LETRAS CANIBAIS – Um escrito de crítica ao humanismo em educação – Rui C. Mayer

www.autenticaeditora.com.br 0800 2831322 ISBN 978-85-7526-287-0

• LINGUAGEM E EDUCAÇÃO DEPOIS DE BABEL – Jorge Larrosa • O MESTRE IGNORANTE – Cinco lições sobre a emancipação intelectual – Jacques Rancière

9 788575 262870

A invenção de si e do mundo – Virgínia Kastrup

de problema não há início para o pensamento, há apenas a resposta obediente aos problemas dos outros. De modo que eis uma das contribuições deste livro singular: ajudar a dar o devido lugar à invenção no pensamento. Para aqueles que estejam abertos a encontrar um novo início no pensamento, este é um enérgico provocador de inícios.

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Virgínia Kastrup

A invenção de si e do mundo Uma introdução do tempo e do coletivo no estudo da cognição

A pergunta “o que significa conhecer?” não é apenas propriedade dos discursos com pretensão de cientificidade nem uma abstrata alucinação dos filósofos. Ao contrário, a inquietação pelo significado do que acompanha a própria busca do significado parece uma condição para poder fazer aquilo em cuja base está o pensar: quase tudo o que tem a ver com o humano. E se a chamada psicologia cognitiva tem pretendido esgotar todas as respostas possíveis a essa pergunta, a inquietação filosófica inventa novas perguntas que mostram os limites de cada tentativa de resposta. Como se não bastasse, não se contenta em traçar novos problemas e procura ainda encontrar para eles soluções. Afinal, eis a trama profunda da filosofia, como insistentemente sinalizou G. Deleuze: problema e conceito; traçado de problemas e criação de conceitos que os solucionem. O ponto de partida de V. Kastrup é forte e provocador. Embora a constatação do imperativo de um estudo da invenção surpreenda na época do discurso fácil da criatividade, a autora parte de uma percepção que não tem sido formulada até o presente: uma psicologia da invenção cognitiva; claro que não se trata apenas de formular tal teoria, mas de pensar suas próprias condições. A psicologia não conseguiu separar a invenção da inteligência e, de fato, submete a primeira à segunda, dando-lhe por tarefa solucionar os problemas que a inteligência lhe coloca. Ou, ainda mais, a inteligência tem sido indiferente à invenção. Todo esse manuseio com a invenção inquieta, justificadamente, V. Kastrup: se não há produção de problema, como pode haver invenção? Como a autora sugere, seguindo uma linha deleuziana, a primeira coisa a ser inventada é justamente o próprio problema. Sem invenção


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