autora das séries best-sellers FAzendo meu Filme e Minha vida fora de série
Quando leio os livros da Paula Pimenta, o mundo para e eu vivo emoções que já estava com saudade de sentir. Suas palavras aquecem meu coração e levam minha mente aos melhores sonhos e pensamentos possíveis. Augusto Alvarenga 16 anos
Paula Pimenta é apaixonada por palavras, principalmente pelas escritas. É formada em Publicidade, mas descobriu que gosta mesmo é de escrever livros. Autora das séries Fazendo meu filme e Minha vida fora de série, ela divide seu tempo entre criar novas histórias e viajar para contá-las por aí... Nas horas vagas, ela compõe, canta, toca violão, curte a família, sai com as amigas, conversa com seus leitores pelas redes sociais, brinca com seus seis cachorros e seus dois gatos e namora muito. Afinal, ela também é apaixonada por tudo isso.
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Comecei a ler os livros da Paula Pimenta como quem não quer nada, mas virou um vício. Era tudo o que eu vinha procurando há anos em minhas leituras. Suas palavras tão aconchegantes me fazem chorar e sorrir, tornam o meu mundo mais colorido. Lara Frota 14 anos
S
As crônicas da Paula Pimenta falam do cotidiano, mas com palavras mágicas que tocam o nosso coração. Uma literatura repleta de surpresas, capaz de nos tirar a respiração por alguns momentos. Margot Freitas 62 anos
Acredito que não exista ninguém que use melhor as palavras do que a Paula Pimenta. Quem já a conhece como escritora de romances vai ter uma bela surpresa ao ver esse outro lado. Em suas crônicas, ela narra acontecimentos do dia a dia e, independentemente da idade, é impossível não se identificar. Juliana Lucchesi 19 anos
Crônicas
e você está com este livro em mãos e é uma pessoa com um mínimo de sensibilidade, existem duas únicas opções: ou já é apaixonado por Paula Pimenta ou irá se apaixonar. Na crônica-título deste livro, a autora se confessa apaixonada por palavras. O que a Paula não pode confessar, por modéstia ou timidez, é que ela é também apaixonante por meio das palavras. Não é preciso mais do que um parágrafo para que você seja arrebatado pelos encantos literários dela. Nos romances das séries Fazendo meu filme e Minha vida fora de série, Paula encanta com o cotidiano de seus personagens. Já nas crônicas de Apaixonada por palavras, o encantamento se dá pelo próprio dia a dia de Paula: sua família, seus amigos, seus sonhos, seus pensamentos, suas viagens, seus amores... suas paixões. Aqui a protagonista é a Paula. Aqui é o destino dela que conta e que se conta. Aqui nos identificamos com ela e torcemos por ela. Aqui nos apaixonamos não por um belo personagem inventado, mas por uma bela pessoa de carne, osso, alma e, claro, palavras. Eduardo Loureiro Jr. Editor do Crônica do Dia
Paula Pimenta Apaixonada por palavras
Introdução
A
paixonada por palavras. Assim sou eu, assim sempre fui, até onde consigo recordar. Muito antes de aprender a ler eu já folheava livros e revistas, sonhando em desvendar aquelas letras agrupadas, em descobrir o significado daquele mundo de papel que passava diante dos meus olhos. E, quando comecei a ler, nunca mais parei. É rara a ocasião em que não estou com um livro por perto, e mais raro ainda é o momento em que não estou com um bloco e uma caneta. Sempre anotando, pensando por escrito. Porque, se o amor à primeira vista aconteceu com as palavras lidas, o mesmo, e ainda mais forte, aconteceu com as manuscritas. Na faculdade, cursei Jornalismo. Logo no começo, ao terem contato com meus textos, meus professores indagavam: “Isso é uma crônica? Onde está o formato jornalístico?”. Foi quando percebi que narrar imparcialmente não era bem o que eu queria... Minha vontade era de escrever para transmitir os meus sentimentos, criar histórias, comover. Por esse motivo, acabei me transferindo de curso, me formei em Publicidade e passei a levar a escrita como um hobby. A partir dessa época, alguns dos meus textos começaram a ser publicados em alguns sites literários, e os comentários de quem lia me motivavam a escrever mais e mais. Foi quando fui convidada para ser colunista fixa do Crônica do Dia, um site de crônicas do qual eu era visitante assídua, e 13
por isso me senti realmente honrada com o convite. Escrevi por vários anos, conquistei meus primeiros leitores fiéis e fui desenvolvendo meu estilo, criando minha forma própria de me expressar. Aprendi que para se fazer uma boa crônica não basta narrar algum fato e opinar sobre ele. É preciso usar uma lente de aumento, colorir os acontecimentos do dia a dia, para que eles possam despertar emoções, causar reações... Quando comecei a escrever romances, deixei as crônicas um pouco adormecidas, por pura falta de tempo, mas sempre tive vontade de reunir as já escritas em um livro. Quando essa oportunidade surgiu e fui escolher as que entrariam (pois tenho um acervo de quase 150 delas), fiz uma verdadeira viagem no tempo. Li textos que criei há mais de dez anos e me surpreendi ao constatar o quanto ainda me pareço com a pessoa que eu era, em alguns aspectos... Mas também o quanto sou diferente agora, em vários outros. Porque as palavras registradas no papel permanecem congeladas, enquanto o autor delas continua vivendo, aprendendo, mudando, crescendo. Por isso mesmo, minha autocrítica teve vontade de editar várias dessas crônicas, mas preferi apenas inserir a data, pois, apesar de atualmente pensar diferente sobre algumas coisas, aqueles pensamentos foram os que estavam comigo em cada uma das fases que já vivi e foram importantes para que eu chegasse a quem hoje sou. O resultado final eu apresento agora, para todos vocês que são tão apaixonados por palavras quanto eu. Obrigada pela companhia e boa leitura!
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Regresso da ilusão
dezembro/2000
“Perfeita mesmo é a imagem que você tem daquele menino lindo que nunca mais viu.”
Essa foi a primeira frase que escrevi na minha agenda do último ano do colégio. Naquela época, a moda era passar todo verão em Cabo Frio, e eu lembro que essa citação se aplicou perfeitamente a um moreno de olhos verdes que eu e minhas amigas acabamos nunca conhecendo. Mas a imagem dele até hoje é inesquecível. De lá pra cá os requisitos mudaram. A vida ensina que conteúdo vale bem mais do que embalagem. Comecei a tomar birra dos muito bonitos ou muito ricos. Chega a ser preconceito da minha parte: se o cara tem um carro caríssimo, provavelmente deve gostar só de louras siliconadas, pagode e de conversar sobre futilidades. Já se é muito bonito, só serve pra ser amigo. Sou muito ciumenta pra ficar me estressando com a concorrência, e, por experiência própria, preocupar-se demais com a aparência só pra ficar à altura do galã é perda de um tempo que poderia ser bem melhor aproveitado malhando a inteligência. Dizem os psicólogos que ainda crianças formamos em nossa mente uma imagem idealizada da pessoa que gostaríamos de amar. Daí surge o “amor à primeira vista”. Ao bater o olho em alguém que te remeta à tal imagem do subconsciente, surge uma sensação de familiaridade, e aí 15
você enlouquece. Muito científico e nada romântico. Prefiro aquela historinha que eu aprendi nos filmes da Disney. Um dia o príncipe vai passar, ver a menina cantando no bosque, se encantar por sua voz e, ao cruzarem o primeiro olhar, uau! Paixão instantânea, amor pro resto da vida. Que bom, agora já podemos nos preocupar com os outros problemas, como a carreira, o regime, o corte do cabelo... E movida por essa ilusão, embora cada dia mais cética, foram-se anos. Alguns príncipes passaram por aqui. Uns se transformaram em sapos, outros em bruxos malvados, e outros viraram simplesmente bons amigos. Foi nesse momento – já quase me rendendo ao ponto de vista psicológico, sem mais um pingo de inocência e achando que depois que acaba a adolescência a paixão deixa de acontecer – que levei um susto que me fez mudar o rumo. Tudo começou quando inventei de fazer vestibular para cursar uma segunda faculdade, Música dessa vez. Pelo menos eu poderia trabalhar com o que realmente gosto, viraria professora de canto para crianças e tentaria colocar na cabeça delas um pouco de bom gosto pra salvar o futuro musical do país... Pensando assim, acordei revoltadíssima em pleno sábado, às seis da madrugada, depois de ter dormido apenas uma hora e meia no máximo por causa do aniversário do meu último “sapo”, ao qual eu insisti em ir mesmo sabendo que ele estaria acompanhado. Mas afinal ele tinha me convidado com tanto jeitinho... Fui. Porém, acordei querendo que um meteoro destruísse aquela faculdade, os vestibulares, as manhãs... Ah, podia destruir logo o mundo inteiro, assim pelo menos eu não teria que acordar cedo nunca mais! E lá fui eu, como se fosse uma zumbi, dirigindo para o fim do mundo (não tinha um lugar mais longe pra colocarem essa faculdade, não?!), reclamando da vida sem parar. Pra piorar ainda mais minha intolerância, a primeira prova era 16
de aptidão, e individual, e, com a boa ideia que a minha mãe teve de colocar meu nome com uma das últimas letras do alfabeto, eu fiquei lá três horas completamente à toa enquanto esperava me chamarem, tentando disfarçar minhas pálpebras caindo, sendo o mais antipática possível com meus colegas de infelicidade que tentavam puxar assunto, alheios ao meu mau humor... Quando eu já estava achando que não ia sair daquele lugar nunca mais, escutei um nome conhecido! “Sou eu!”, levantei correndo. Aleluia! Vou acabar com isso logo pra poder dormir pra sempre! Minha cama querida, me aguarde, já estou chegando! Fui pelo caminho indicado por uma funcionária que apontou para uma porta: “Você vai entrar na sala 3, quem vai te examinar é o Thiago”. Mal escutei isso e ela me empurrou pra dentro de uma salinha com um piano no fundo e, bem na minha frente, uma imagem completamente irreal, um oásis, um café, um energético, um balde d’água na minha cara. Meus Deus! Se tivessem me avisado, eu teria acordado mais cedo pra arrumar melhor o cabelo! O que estou fazendo com essa roupa sem graça? Por que eu não passei perfume? Minhas olheiras devem estar terríveis! Ah, o Thiago... Por essa eu não esperava. Lá estava ele mesmo. O príncipe dos meus sonhos de Bela Adormecida, a imagem materializada do meu subconsciente. “Paula, você tem que cantar uma música, qualquer música, só pra eu ouvir sua voz e sua afinação.” Nossa, igual ao desenho, será que ele vai ficar encantado? E cantei. O mais bonito possível. Soltei a voz como nunca. E ele ficou me olhando cantar... E depois, enquanto eu fazia o resto da prova. Ao final, ele me levou até a porta da sala. Tchau, Paula. Tchau, Thiago. 17
No domingo teve outra prova. Dormi menos ainda. Acordei ainda mais cedo. Cabelo, corretivo, perfume suave de bebê... e nem sinal do Thiago. No mínimo dormi mesmo naquela sala de espera e ele foi o sonho bom. No mínimo foi só pra eu recordar como era tudo antes da inocência se perder. No mínimo foi só pra ficar com aquela imagem perfeita. Do menino lindo que eu nunca mais vou ver... ♥
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Apaixonada por palavras
julho/2001
Odeio cantadas. Flores não me seduzem. Chocolates então, nem pensar. O que me comove são palavras. No caminho de casa, passo por uma pista de cooper onde há barras e aparelhos de ginástica. Em qualquer hora do dia ou da noite, rapazes de fazer inveja aos galãs globais puxam ferros, correm como se fossem tirar a mãe da forca, levantam pesos, malham até o dedão do pé. Ao lado deles, garotas soltam suspiros para cada flexão de braço, lançam exclamações para cada bíceps trabalhado, fazem votação para definir qual peitoral é o mais sarado. Deixo tudo para elas. Tais rapazes não merecem um segundo olhar meu. Para mim, músculo em excesso é inversamente proporcional à inteligência. Fim de semana. Depois de muita insistência, aceito o convite das minhas amigas para ir dançar, mesmo sabendo que me arrependerei. Lugar dos infernos. Quente, barulhento, enfumaçado. E ainda por cima tenho que escutar aquela mesma frase: “E aí, gata, vem sempre por aqui?”. Fico na dúvida entre vomitar, sair correndo ou fingir que sou surda. Outra situação: o moço é lindo. Toca violão. Minha família gosta dele. Já estou quase convencida de que é minha alma gêmea. E então ele me manda um cartão: “Não me canço de te olhar”. É, querido, vai ter que olhar 28
para o outro lado. Cansada estou eu de quem não sabe escrever nem em português. Mas por que eu sou tão viciada em palavras? Por ter crescido lendo enquanto minhas amigas brincavam de pique-esconde? Por minha primeira paixão ter sido o Cebolinha, nos gibis da Turma da Mônica? Por amar poesia desde que nasci? Não sei. O fato é que me desperta curiosidade quem sabe escrever o que pensa. Garotos que escrevem bem têm um charme diferente. Suas palavras me acariciam de tal forma que se tornam vitais para minha sobrevivência. Se eles têm tanto cuidado com a escrita, imagine o carinho que teriam comigo... Ah, os homens que sabem escrever! Alguns conseguem ser tão sinestésicos, que chego a perceber a voz deles por entre as linhas. Os que mais me impressionam são os que adivinham meu pensamento, mesmo sem me conhecer. É indescri-
tível a sensação de ler um texto e me identificar totalmente com as palavras do escritor. É como
se ele tivesse roubado a ideia que eu ainda não havia tido mas que já existia em mim. Emocionante perceber, na medida em que meus olhos vão descendo por sobre o texto, que existe alguém que pensa exatamente como eu. Infelizmente, a recíproca não é verdadeira. O sexo masculino, no geral, ainda se sensibiliza mais com um corpo esculpido do que com a forma que as escritoras dão às suas frases. No dia em que eu encontrar um que se importe mais com o que eu escrevo do que com a minha embalagem, eu me caso. Desde que a proposta seja feita por escrito. E que, por trás daquelas palavras, existam óculos em vez de músculos. ♥
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