ISBN 978-85-7526-435-5
Prof. Dr. Francisco Aurelio Ribeiro www.autenticaeditora.com.br
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BIBLIOTECA ESCOLAR, EIS A QUESTÃO! Do espaço do castigo ao centro do fazer educativo
Desde a constituição de bibliotecas da Antiguidade Clássica até a invenção e a fabricação do papel pelos chineses, o homem tem lançado mão dos mais diversos suportes para registro dos acontecimentos, das impressões e, especialmente, para o suprimento de suas necessidades cotidianas de aprendizado e de uso da palavra escrita. Neste livro, Lucia Helena Maroto tece um relato crítico sobre o surgimento e a atuação das bibliotecas brasileiras no decorrer dos tempos e apresenta iniciativas de promoção da leitura e da valorização da biblioteca desenvolvidas em diversas cidades do país. Para que a biblioteca tenha lugar de destaque no espaço escolar, alguns aspectos relacionados ao desenvolvimento de serviços bibliotecários são abordados e discutidos, entre eles: a transformação da biblioteca num espaço democrático de acesso crítico à leitura e ao conhecimento, onde o leitor se sinta artífice da própria aprendizagem, seduzido e livre para usufruir das fontes e dos mundos ali inscritos, e o estabelecimento de propostas inovadoras de dinamização e incentivo à leitura e à pesquisa. É isso o que a autora apresenta nesta obra fundamental para se pensar tanto a biblioteca escolar no Brasil de hoje quanto a escola pública, que se constitui, muitas vezes, na primeira oportunidade concreta de acesso aos bens culturais e científicos produzidos pela coletividade.
Lucia Helena Maroto
escolas brasileiras não possuem biblioteca – dados do MEC/INEP, 2005 – e a maioria não possui profissional qualificado para atuar nas bibliotecas, que não passam, em grande parte, de meros depósitos de livros ou de “lugar de castigo”. Como a autora conhece essa prática, em razão de uma vivência de mais de 20 anos como bibliotecária, e participou ativamente dos vários programas e projetos de leitura criados no Brasil – nesse período, a maioria sem continuidade e avaliação –, ela não se limita a fazer críticas, mas também apresenta soluções. A maior contribuição desta obra é, a meu ver, a oportunidade que a autora dá aos seus leitores de compartilhar experiências bem-sucedidas de leitura realizadas por seus companheiros de missão, em diferentes regiões do Brasil. Aqui estão relatos de pessoas que ousaram pôr em prática seus sonhos em Nova Friburgo/RJ, Jerônimo Monteiro/ES, Parintins/AM, Mimoso do Sul/ES, Uberaba/MG, Santa Leopoldina/ ES, Vitória da Conquista/BA e Vitória/ES. Todos os que par ticiparam do antigo PROLER sabem que a melhor parte dos encontros era o último dia, quando nos reuníamos para a “troca de experiências”. É o que a autora faz neste livro. As experiências aqui compar tilhadas por Lucia Maroto mostram que “Sim, nós podemos”, quando nos propomos a transformar o mundo à nossa volta, através da prática prazerosa e consciente da leitura. Missão impossível? Não. Missão inevitável, se quisermos e pudermos dar à biblioteca escolar o destaque que ela merece no processo educacional.
BIBLIOTECA ESCOLAR, EIS A QUESTÃO! Do espaço do castigo ao centro do fazer educativo Lucia Helena Maroto
Este livro da bibliotecária Lucia Helena Maroto é indispensável para bibliotecários, professores, educadores em geral e, sobretudo, para os amantes do livro e da leitura. Inicialmente, foi uma monografia apresentada ao curso de Especialização em Teoria e Práticas da Leitura, feito na PUC-Rio, em 1996, sob a coordenação da professora Eliana Yunes. Depois, foi ampliado com as experiências de formação de leitor desenvolvidas em vários projetos e programas nacionais e regionais de leitura, dos quais participou a autora, em sua maioria. E é exatamente aí que reside o maior mérito desta obra, na conciliação da teoria e da história do livro e da leitura com experiências práticas compartilhadas com colegas e amigos que comungam do mesmo ideal de “fazer do Brasil um país de leitores conscientes e críticos”, em diversos pontos deste nosso grande país, inculto e belo. A autora faz aqui um passeio pela história do livro e da biblioteca, numa linguagem agradável e prazerosa, ainda que informativa, como deve ser a do guia turístico; analisa o papel da biblioteca escolar, hoje, no Brasil, para advogar a causa que é a verdadeira razão de sua reflexão: transformar a biblioteca escolar que – não – temos, hoje, nas escolas em um verdadeiro centro difusor do fazer educativo. Para a autora, “a Biblioteca deverá ocupar um lugar de destaque no acesso à leitura e ao conhecimento, atuando como centro mediador e difusor das práticas e produções, literárias e científicas, que deverão ser planejadas e desenvolvidas com o envolvimento e a participação de toda a comunidade escolar e dos demais segmentos sociais”. Lucia Maroto sabe que essa é uma missão quase utópica, pois cerca de 70% das
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