JOEL MCIVER
Cliff Burton A Vida e a Morte do Baixista do metallica
tradução: Rafael Farinaccio
Copyright © 2009 Outline Press Ltd. Copyright © 2009 Joel McIver Copyright © 2014 Editora Gutenberg Título original: To Live Is to Die – The Life and Death of Metallica’s Cliff Burton Todos os direitos reservados pela Editora Gutenberg. Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida, seja por meios mecânicos, eletrônicos, seja via cópia xerográfica, sem a autorização prévia da Editora. gerente editorial
preparação
Alessandra J. Gelman Ruiz
Eduardo Soares
editor assistente
capa e diagramação
Denis Araki
Ricardo Furtado (sobre foto de Ross Halfin)
assistentes editoriais
Felipe Castilho Carol Christo
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) McIver, Joel Cliff Burton: A vida e a morte do baixista do Metallica / Joel McIver ; tradução Rafael Farinaccio. -- 1. ed. -- Belo Horizonte : Editora Gutenberg, 2014. Título original: To Live Is to Die : The Life and Death of Metallica’s Cliff Burton. ISBN 978-85-8235-204-5 1. Burton, Cliff, 1962-1986 2. Discografia 3. Guitarristas (Baixo) Estados Unidos - Biografia 4. Metallica (Banda de rock) 5. Músicos de rock - Estados Unidos - Biografia I. Título. 14-09942
CDD-782.42166092
Índices para catálogo sistemático: 1. Heavy metal : Cliff Burton : Músicos de rock : Biografia e obra 782.42166092
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SUMÁRIO
Prefácio – Kirk Hammett São Francisco e arredores
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Introdução Capítulo 1 De 1962 a 1979 Capítulo 2 De 1980 a 1982 Capítulo 3 De janeiro a março de 1983 Capítulo 4 De abril a julho de 1983 Capítulo 5 Kill ‘Em All Capítulo 6 De agosto de 1983 a julho de 1984 Capítulo 7 Ride The Lightning Capítulo 8 De janeiro a dezembro de 1985 Capítulo 9 De janeiro a março de 1986 Capítulo 10 Master Of Puppets Capítulo 11 De abril a setembro de 1986 Capítulo 12 27 de setembro de 1986 Capítulo 13 Desdobramentos Capítulo 14 Metallica 1986-2009 Capítulo 15 O legado de Cliff
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Nas palavras dos outros Quem é quem Termos musicais Discografia de Cliff Burton Agradecimentos do autor
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PREFÁCIO por Kirk Hammett
Cliff Burton era muito sincero e muito extrovertido, e era muito motivado no que diz respeito a ir a shows e ouvir música – e de fazer o que diabos desse na telha dele. O que nós tínhamos em comum? Bem, logo que entrei no Metallica, no começo de 1983, e saí de São Francisco para me encontrar com eles no Music Building em Nova York, eu não conhecia muito bem aqueles caras. Eu não conhecia James e Lars a não ser por uma conversa rápida que tinha tido com eles algumas semanas antes. Eu não conhecia Cliff – mas estávamos todos juntos e reparei que ele tinha um livro de H.P. Lovecraft e um livro de Dungeons & Dragons. Então, disse a ele que também era fã de Lovecraft – e foi aí que descobrimos que tínhamos toda essa coisa de terror gótico em comum. Ele adorava filmes de zumbis, e eu gostava muito de filmes de terror em geral – então de cara nos aproximamos por causa disso. O filme favorito de todos os tempos de Cliff era Despertar dos mortos: ele sempre me contava que assistia ao filme como passatempo – ele abaixava o volume e assistia, só para ficar vendo os zumbis! O Metallica era muito democrático, e quando Cliff tinha uma boa ideia, ele certamente mostrava para todo mundo e dizia: “Cara, podemos fazer isso? Aí eu coloco essa parte aqui e dou uma esticada”. Ele era um cara que tinha muitas ideias e sempre aparecia com arranjos. Ele tinha uma perspectiva diferente da música, especialmente na hora de improvisar. Ele tocava muita guitarra solo. Nós dormíamos no mesmo quarto e muitas vezes eu estava tocando minha guitarra e ele pegava a dele, uma Les Paul, e a ligava em seu pequeno amplificador. Ele tocava um pouco e ficava solando enquanto eu tocava. Muitas vezes isso me deixava louco, pois eu estava lá tentando dormir e ele dizia: “Cara, me ajuda a tirar essa parte dessa música do Lynyrd Skynyrd?”. 7
Eu posso dizer seguramente que para Lars, James e eu levou muito tempo – mais de uma década – para superarmos completamente a morte de Cliff. Nós não estávamos prontos para encarar ou digerir o que tinha acontecido, pois éramos todos muito jovens: ainda tínhamos vinte e poucos anos. Precisamos de muita maturidade para finalmente nos sentar e conversar sobre isso entre nós. Eu diria que só chegamos a esse ponto no final dos anos 1990, talvez na época em que Jason Newsted saiu da banda – pois isso nos forçou a confrontar a situação novamente. Ao perdermos Jason, foi como se tivéssemos voltado para quando perdemos Cliff. É impossível especular sobre o que Cliff teria feito se tivesse continuado vivo. Veja bem, Cliff curtia de tudo. Ele ouvia uma porção de coisas diferentes, de Witchfinder General a Creedence Clearwater Revival, de Velvet Underground a Misfits – portanto, ele poderia ter seguido qualquer direção. Uma das frases famosas de Cliff era: “Eu vou fazer o que me der na telha, porra”. Isso realmente resume bem sua personalidade como um todo. Kirk Hammett, primavera de 2009
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SÃO FRANCISCO E ARREDORES 1 El Sobrante
Território de Kirk Hammett
2 El Cerrito
A infame Mansão Metallica era localizada na Carlson Boulevard nº 3.132
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3 Berkeley
A famosa área hippie convertida em heavy metal onde muitas casas de shows cruciais na história do Metallica se localizavam
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4 Oakland
Um centro de atividades de muitos bangers da Bay Area até hoje
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5 Castro Valley
Cidade natal de Cliff, onde ele e sua família viviam na Stanton Avenue
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6 Hayward
O distrito onde o Metallica ensaiava no Rehearsal Spot; também onde Harald Oimoen morava
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7 Sunnyvale
O subúrbio onde Corinne Lynn morava e que Cliff visitava com frequência
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8 Ponte Richmond-San Rafael 9 Ponte Golden Gate 10 Ponte São Francisco 11 Ponte San Mateo-Hayward
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Los Angeles: 600 quilômetros ao sul Seattle: 1.100 quilômetros ao norte
10 milhas 20 km
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INTRODUÇÃO
“Cliff Burton era completamente único e nunca houve outra pessoa como ele.” Foi isso que o baterista do Metallica, Lars Ulrich, me disse no verão de 2008, acrescentando: “É uma pena que não tivemos a chance de descobrir o que mais perambulava dentro daquele enorme acúmulo de talento”. Lars estava certo nas duas afirmações. Cliff, que tocou baixo no Metallica do começo de 1983 até sua morte, em setembro de 1986, fez muita coisa no período de tempo injustamente curto dado a ele por quaisquer que sejam os demônios que comandam o thrash metal. Apesar de ter apenas 20 anos quando juntou-se ao Metallica e 24 quando morreu, Cliff influenciou a banda profundamente e colocou-os em um caminho que os levou a um ponto, uma década mais tarde, onde podiam afirmar ser a banda de heavy metal que mais vendia no mundo. Apesar de o álbum mais bem-sucedido comercialmente do Metallica ter sido lançado só cinco anos depois da morte de Cliff, os três discos que ele fez com a banda são até hoje considerados como os melhores. Subestimar sua importância na criação desses álbuns seria um grande equívoco. Sem Cliff – como os outros membros do Metallica afirmaram em muitas ocasiões – a banda provavelmente teria tomado um rumo muito diferente, e um que teria dado bem menos frutos. Essa era a importância dele para o Metallica e, consequentemente, para todo o heavy metal. É estranho como ninguém tinha escrito um livro sobre Cliff até agora. Vinte e três anos após sua morte, o Metallica continua excursionando pelo planeta e tocando em estádios gigantescos, sem mostrar sinais de diminuir o ritmo. Fundamentalmente, as músicas da era Cliff Burton compreendem mais da metade de qualquer setlist do Metallica, um detalhe que não escapou à atenção dos fãs e dos críticos, que nunca tiram os olhos da banda. Há 10
muitas razões para isso: as músicas que o Metallica gravou naquela época eram geralmente mais rápidas e mais pesadas do que a maioria do material pós-Cliff, pois a banda era mais jovem e mais enérgica. Os fãs de Metallica cresceram com a banda e querem ouvir as músicas de antigamente. E, mais importante, as músicas antigas são melhores. A razão pela qual as músicas antigas são melhores do que (quase todas) as novas e o papel de Cliff nesse fato são abordados no cerne deste livro, a primeira biografia de Cliff Burton. Suas habilidades demoníacas no baixo, o posicionamento quase sem precedentes de suas linhas de baixo à frente da banda, sua experiência quando se tratava de teoria musical e o jeito misterioso com que ele era capaz de inspirar seus parceiros de banda a fazer coisas melhores – tudo isso contribui para a história. Este livro também tem outro ponto importante: mostrar que Cliff era um dos mocinhos. Ele é descrito com termos elogiosos por todos que o conheceram – e isso não é apenas a nostalgia falando. Apesar de muitos músicos falecidos serem santificados postumamente por fãs de seus trabalhos ou por aqueles entristecidos por sua morte, Cliff era genuinamente uma figura afetuosa, cujo desejo de manter suas raízes independentemente do sucesso do Metallica o tornava incomum. Entrevistei o máximo possível de seus amigos e colegas para este livro, e todos concordam que ele era um sujeito único. O título original do livro, To Live Is to Die, é o mesmo da última música que Cliff compôs para o Metallica – e eu o usei neste livro por um motivo: na época em que morreu, Cliff havia se tornado um compositor muito maduro e um baixista que podia tocar diversos gêneros musicais com excelência de nível mundial. Sua compreensão sobre o que o Metallica precisava fazer para alcançar o próximo nível de sua carreira, e o que fazer quando chegasse lá, era sem limites e evidente para aqueles que trabalhavam com ele. Você conseguiria manter a cabeça no lugar durante um período de quatro anos no qual sua banda foi de punks de garagem a artistas que tocam em estádios, tudo isso antes de celebrar seu primeiro quarto de século? Você pode gostar deste livro por muitos motivos. Se você for um fã do Metallica, antigo ou novo, há bastante informação nunca publicada em nenhum outro lugar. Se você nunca ouviu falar na música do Metallica, mas gostaria de conhecer, encare este livro como sua droga de entrada. Se você for um baixista, este é seu guia definitivo sobre Burton – além de sentar-se com fones de ouvido, uma cerveja na mão, e ouvir seus álbuns, é claro. Busquei um nível de profundidade sobre o baixo que vai esclarecer 11
questões para aqueles que estão familiarizados com o instrumento, mas que não vai causar sono nos que não estão. Isto não é uma biografia do Metallica, apesar das conquistas da banda inevitavelmente influenciarem o conteúdo. É um relato do que Cliff Burton fez enquanto esteve na banda, com análises de suas linhas de baixo que dão uma perspectiva diferente à música do Metallica. Esses álbuns me deixam boquiaberto até hoje, e voltar para examiná-los do ponto de vista de um baixista foi umas das coisas mais esclarecedoras que já fiz. Cliff Burton: A vida e a morte do baixista do Metallica é uma celebração da personalidade e das conquistas de Cliff, assim como de sua destreza como músico. Ao escrever este livro, deixei meu próprio tributo no altar de Burton. Espero que ele atinja os altos padrões de excelência, pessoal e musical, que Cliff estabeleceu. Joel McIver Buckinghamshire, Inglaterra, 2009
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