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Originalmente publicado em inglês pela Oxford University Press

E d m u n d W r i g h t • J o n at h a n L aw

D I C I O N Á R I O

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HISTÓRIA do MUNDO


E d m u n d W r i g h t • J o n at h a n L aw Tradução: Cristina Antunes

D I C I O N Á R I O

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HISTÓRIA do MUNDO


Prefácio

A importância da narração e da enumeração de acontecimentos e atividades humanas ocorridas no passado e no presente, registrada cronologicamente ou não, contemplando e explicando fatos, sucessos e particularidades da história da humanidade, em geral, assim como da origem e do desenvolvimento das diversas nações, países e localidades, em particular, torna a publicação deste dicionário extremamente relevante. Isso porque ele reflete e sintetiza em verbetes de fácil visualização e compreensão a saga da História do Mundo, desde os primórdios até os dias atuais, abordando eventos, personagens e conceitos, além de aspectos geográficos, políticos, sociais, econômicos e religiosos. Os resultados deste trabalho interessam a uma variedade de usuários e consulentes, que terão a oportunidade de renovar e enriquecer sua capacidade interpretativa, reflexiva e crítica sobre temas do passado ou do presente e de obter informações fundamentadas, nesta produção técnica, científica e didática sobre a História. O Dicionário de História do Mundo é um dicionário alfabético da série Oxford Paperback Reference. O livro se originou, em última análise, dos dois volumes dedicados à história do mundo que fazem parte da Oxford Illustrated Encyclopedia. Com base neles, os editores da Market House Books Ltd. produziram um novo texto, utilizando as adaptações que fizeram desse material para a Encyclopedia of World History e para os verbetes de história da Oxford Paperback Encyclopedia. Para esta nova edição, os verbetes sobre assuntos contemporâneos, incluindo biografias de pessoas vivas, bem como países e conflitos, foram atualizados. Além disso, inúmeros verbetes novos foram acrescentados, para tratar de acontecimentos e conceitos da história atual. O dicionário é ilustrado com estatísticas de todos os países, que complementam as descrições sobre a sua geografia, a sua economia e a sua história, e conta com 25 mapas históricos. Há também uma rede de referências cruzadas entre os verbetes relacionados, indicadas por um asterisco. A publicação desta tradução do Dicionário de História do Mundo tem o mérito de trazer para o mercado brasileiro uma obra que preenche uma lacuna no gênero dos dicionários, em especial dos dicionários de História. A editora


A Abássida Dinastia de califas que governou Bagdá

de 750 a 1258, alegando descender de Abbas, tio do profeta Maomé. Alguns deles foram destacados patronos da cultura, como Mamun (813-833). A dinastia terminou com a rendição de Bagdá, então um magnífico polo de arte, aos mongóis em 1258. Abbas I (ou Abbas, o Grande) (1557-1628) Xá da Pérsia (1588-1628). Pôs fim a uma guerra herdada com os otomanos cedendo território (1590) a fim de livrá-lo de conduzir os turcos do Uzbequistão do nordeste da Pérsia (1598). Por volta de 1618, havia fortalecido seu exército por controlar os chefes turcomanos (que forneciam seus recrutas) e pelo uso de conselheiros estrangeiros. Reconquistou as terras cedidas aos otomanos, mas morreu antes do fim de mais uma guerra com a Mesopotâmia (1623-1629).

Abbott, sir John (Joseph Caldwell)

(1821-1893) Político canadense, primeiroministro conservador do Canadá (1891-1892). Abbott foi uma escolha consensual para primeiroministro depois da morte de sir John *Macdonald, mas renunciou no ano seguinte devido a problemas de saúde. Abd-al Aziz ibn Saud Ver SAUD. Abd el-Krim (1881-1963) Marroquino líder da resistência berbere. Em 1921 incitou os berberes de Rif e derrotou o exército espanhol de 20.000 homens. Resistiu até 1925, quando uma força coligada franco-espanhola o fez prisioneiro. Foi exilado na Ilha de Reunião até 1947, quando lhe foi dada permissão para ir à França. No caminho, fugiu para o Cairo, onde fundou o Maghrib Bureau, ou Liberation Committee of the Arab West (Comitê de Libertação do Oeste Árabe). Depois da independência do Marrocos (1956), recusou-se a voltar enquanto as tropas francesas permanecessem em solo africano. Abdicação, crise da Ver EDUADO VIII. Abdul Hamid II (conhecido como “o Grande Assassino”) (1842-1918) Sultão da Turquia (18761909). Um autocrático imperador, suspendeu o Parlamento e a constituição. É lembrado pelo brutal massacre dos cristãos armênios entre 18941896. Em 1909 foi deposto depois da revolta dos *Jovens Turcos, ocorrida no ano anterior.

Abdullah II (1962- ) Rei da Jordânia

(1999- ) Filho mais velho da segunda esposa do rei *Hussein, Abdullah foi nomeado herdeiro, em lugar de seu tio (príncipe Hassan), nos últimos dias de vida de seu pai. Continuou a política de seu pai, inclusive um cauteloso entrosamento com Israel. Abdullah, xeique Muhammad (conhecido como “o Leão de Caxemira”) (1905-1982) Líder dos muçulmanos de Caxemira. Nos anos 1930 se opôs ativamente ao regime do marajá hindu de Caxemira. Depois de aceitar a soberania indiana (1947), com o tempo conseguiu certa forma de autonomia dentro da Índia, embora estivesse preso na maior parte do tempo, entre 1953 e 1968, sob suspeita de pretender sua total independência. Abdullah ibn Hussein (1882-1951) Rei hachenita da Jordânia (1946-1951). Serviu como emir da Transjordânia (1921-1946), tornando-se o primeiro rei da Jordânia (ex-Transjordânia) na independência em 1946. Foi assassinado. Abdul Rahman, Tunku (1903-1990) Estadista malásio, primeiro-ministro da Malaia (1957-1963) e da Malásia (1963-1970). Um hábil negociador, assegurou a independência malaia da Grã-Bretanha (1957) e foi um dos arquitetos da Malásia moderna (1963). Abélard, Pierre (ou Abeilard, ou Abailard) 1079-1142) Erudito francês, teólogo e filósofo. Sua liberdade de espírito acarretou constantes conflitos com as autoridades e levou-o a ser duas vezes condenado por heresia. Fez preleções em Paris até 1118. Enquanto estava em Paris, começou um trágico caso de amor com uma de suas pupilas, Heloísa, que era sobrinha de Fulbert, um cônego de Notre-Dame. Por instigação de Fulbert, Abelardo foi castrado logo depois. Então, Abelardo ingressou num mosteiro e obrigou Heloísa a se tornar freira. Abelardo continuou seu controverso magistério, aplicando a razão a questões de fé, especialmente à doutrina da Trindade. Em 1130 ele e Heloísa reuniram uma coleção de suas cartas de amor e outras cartas, a qual foi publicada em 1616. Aberlardo e Heloísa foram enterrados juntos em Paris.


Abelardo

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Abelardo Ver ABÉLARD, PIERRE. Aberdeen, George Hamilton Gordon, 4º conde de (1784-1860) Estadista britânico. Foi

ministro das Relações Exteriores durante 18281830 e novamente entre 1841 e 1846, quando concluiu os tratados de Webster-Ashburton e de Limites do Oregon, que decidiram as disputas de fronteiras entre os Estados Unidos e o Canadá. Como líder dos conservadores que faziam campanha pelo livre-comércio, apoiou sir Robert Peel para revogar as *Corn Laws (Leis do Milho) (1846). Como primeiro-ministro (1852-1855) da “Aberdeen Coalition” (Coalizão de Aberdeen), relutantemente, envolveu seu país na *Guerra da Crimeia. Era crítico do tráfico de escravos; logo depois foi responsabilizado por má administração. Renunciou em 1855. Abidos 1. Cidade da antiga Mísia, na Ásia Menor, situada numa colina com vista para Dardanelos, a nordeste da moderna cidade turca de Çanakkale. Abidos foi o cenário da história de Hero e Leandro e o lugar onde o rei persa Xerxes construiu sua ponte de barcos sobre o Helesponto, em 480 a.C. 2. Cidade do antigo Egito e lugar de sepultamento dos primeiros faraós, situada na margem esquerda do Nilo, perto da moderna El Balyana. Abissínia Antigo nome da *Etiópia. Abissínia, campanhas da (1935-1941) Uma série de conflitos entre Itália, Abissínia (*Etiópia) e, mais tarde, Grã-Bretanha. A guerra irrompeu como resultado da ambição não realizada da Itália de juntar a *Eritreia com a *Somália, e da intenção de *Mussolini de prover colônias para absorver a população desempregada da Itália. Em 1934 e 1935, os incidentes, que provavelmente foram planejados, aconteceram em Walwal e alhures. Em 3 de outubro de 1935, uma tropa italiana atacou as forças etíopes do norte e do leste. Finalmente, os etíopes reuniram 40.000 homens, mas eles foram impotentes contra as tropas altamente treinadas e as modernas armas italianas. A luta continuou durante toda a ocupação italiana (1936-1941). Em 1940, os italianos ocuparam a Somalilândia Britânica, mas em 1941 as tropas britânicas expulsaram completamente os italianos da Eritreia, da Etiópia e da Somália. abolicionistas Militantes opositores à escravidão no século XIX nos Estados Unidos. Nas primeiras duas décadas do século XIX, havia apenas um punhado de abolicionistas individuais, mas, posteriormente, inflamado pelo revivescimento religioso, o movimento abolicionista tornou-se uma forte força política. Foram proeminentes

8 como escritores e oradores o proprietário do jornal de Boston, William Lloyd Garrison, o autor Harriet Beecher Stowe (cujo romance antiescravista A Cabana do Pai Tomás vendeu um milhão e meio de exemplares em um ano a partir de sua publicação em 1952) e o exescravo Frederick Douglass. Inicialmente, a causa abolicionista encontrou pouco apoio no Congresso ou nos principais partidos políticos, exceto entre uns poucos indivíduos como Charles Summer, mas desempenhou um papel crescente na aceleração da divisão política que levou à *Guerra Civil Americana. abolição da escravatura Ver TRÁFICO DE ESCRAVOS, ABOLIÇÃO DO. aborígine Primitivo habitante da Austrália. Os aborígines compreendem vários grupos fisicamente distintos de caçadores-coletores de pele escura que surgiram na época pré-histórica e trouxeram com eles o dingo, cão selvagem australiano. Antes da chegada dos europeus, eles estavam dispersos por todo o continente, inclusive na Tasmânia. Em 1788, calculava-se que a população aborígine se mantinha em cerca de 250.000 a 300.000 e era dividida em mais de 500 grupos linguísticos. Atualmente, perto de 1,5% dos habitantes da Austrália são aborígines. Embora mais de 65% vivam hoje em cidades e metrópoles, nos últimos anos a herança cultural dos aborígines tem sido protegida por mudanças nas leis federais e estaduais australianas, que estabeleceram direitos sobre a terra, programas de desenvolvimento comunitário e assistência educacional. Em 1999, o parlamento australiano expressou pesar mas não se desculpou pelas injustiças cometidas contra os aborígines no passado. Aboukir, Baía de Ver BAÍA DE ABOUKIR. Abraão, Planícies de Ver PLANÍCIES DE ABRAÃO, BATALHA DAS. abrigo Refúgio para acolhida e socorro dos pobres. Os abrigos eram originalmente aquelas partes dos mosteiros medievais nas quais as esmolas (alimentos e dinheiro) eram distribuídas. A maioria das edificações medievais estava ligada às funções e atividades do clero. Moradias financiadas por particulares, normalmente para apoio a velhos e enfermos, também foram chamadas de abrigos. A partir do século XVI, a ajuda caritativa fornecida pelos abrigos passou a ser suplementada por uma série de leis chamadas de *Leis dos Pobres (Poor Laws). Absaroka Ver CROW E HIDATSA.


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Declaração de Downing Street

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Declaração de Direitos foi adotada em 1791. Baseada nas características da *Declaração de Direitos inglesa (1689) e nos princípios da lei consuetudinária, ela garantia a liberdade de expressão, de imprensa, de culto, de reunião e de petição (a primeira emenda). Os cidadãos americanos tinham direito a um julgamento rápido e justo, a uma fiança razoável e de portar armas. Não podiam ser forçados a incriminar a si próprios (quinta emenda) ou sofrer busca e apreensão injustificadas ou punições cruéis e incomuns. Declaração de Downing Street Um documento, assinado em 15 de dezembro de 1993 pelo primeiro-ministro inglês, John *Major, e pelo primeiro-ministro da República Irlandesa, Albert Reynolds, declarando seus princípios e condições para a condução das negociações pela paz na *Irlanda do Norte. A declaração reafirmava as posições existentes de ambos os governos, confirmando que eles buscariam o acordo dos habitantes tanto da Irlanda do Norte quanto da República Irlandesa para qualquer alteração do status da Irlanda do Norte e que manteriam todas as garantias existentes para a Irlanda do Norte.

Declaração Universal dos Direitos Humanos

Uma declaração internacional adotada em 1948 pela Assembleia Geral das Nações Unidas (com a Arábia Saudita, a África do Sul e os seis membros soviéticos, RSS Bielorrússia, RSS Ucrânia, Rússia, Polônia, Tchecoslováquia e Iugoslávia abstendose). Declara que todos os homens nascem livres e iguais em dignidade e direitos e fazem jus aos direitos e liberdades estabelecidos na Declaração, sem discriminação por motivos de raça, cor, sexo, língua, opnião política ou religião. Os direitos enumerados incluem *direitos civis, tais como liberdade de expressão, consciência, movimento, reunião pacífica e associação, e direitos econômicos e sociais, como o direito ao trabalho, a um padrão de vida adequado, à educação e à participação na vida cultural. O exercício dos direitos e liberdades individuais é limitado apenas pelo respeito aos direitos e liberdades dos outros. A Declaração não é legalmente obrigatória, mas tem servido de base para as atividades das Nações Unidas, afetado a lei nacional e internacional, e influenciado os debates sobre direitos humanos. Em 1966, a Assembleia Geral adotou o Pacto Internacional sobre os Direitos Civis e Políticos e o Pacto Internacional sobre os Direitos Econômicos, Sociais e Culturais, que incorporam os direitos da Declaração e têm força legal.

Declarações de Indulgência Quatro

proclamações emitidas por Carlos II e Jaime II da Inglaterra, numa tentativa de alcançar a tolerância religiosa. Carlos II emitiu Declarações em 1662 e 1672, determinando que as leis penais contra os dissidentes católicos romanos e protestantes deveriam ser suspensas, mas os protestos do Parlamento fizeram com que ambas as tentativas fossem abandonadas. Jaime II emitiu Declarações similares em 1687 e 1688, a última delas levando ao julgamento dos Sete Bispos. Jaime II insistiu que a Declaração deveria ser lida em todas as igrejas; um alto clérigo do partido Tory, o arcebispo Sancroft, juntamente com seis bispos que se recusaram a fazê-lo, foram julgados sob a acusação de difamação sediciosa e foram absolvidos. O veredito foi popular e protestos generalizados e desacatos se seguiram nos meses anteriores à Revolução Gloriosa de 1688. Defenestração de Praga (1618) Um ato de rebelião de nobres protestantes boêmios contra o governo *Habsburgo católico. A Defenestração de Praga foi o lançamento pela janela do Castelo Hradčany, em Praga, de dois representantes imperiais e de um secretário. Esse fato precipitou o começo da *Guerra dos Trinta Anos, e, depois da vitória habsburga na Batalha da Montanha Branca (1620), perto de Praga, a cidade foi submetida à catolicização e germanização forçadas. Em 1635, durante a Guerra dos Trinta Anos, a Paz de Praga reconciliou os príncipes alemães com o imperador. Delaware Uma tribo de índios norte-americanos de língua algonquina cuja terra natal original se estende ao longo da Costa Atlântica onde cultivavam o milho. Comerciaram com os primeiros europeus recém-chegados no século XVII, mas acabaram sendo expulsos de suas terras à medida que chegaram mais colonizadores. Durante o século XIX, mudaram-se para o Kansas e para Oklahoma, e atualmente outros vivem no Wisconsin e em Ontario. Delcassé, Théophile (1851-1923) Estadista francês. Como primeiro-ministro em seis governos consecutivos, entre 1898 e 1905, foi o principal arquiteto das alianças europeias anteriores a 1914. Foi a figura-chave nas negociações que resultaram na *entente cordiale com a Grã-Bretanha (1904) e abriu caminho para a Tríplice Entente com a Grã-Bretanha e a Rússia (1907). Em 1911, como ministro da Marinha, preparou a cooperação entre as esquadras britânicas e francesas na eventualidade de guerra. Em 1914, foi novamente ministro do Exterior e


Estupro de Nanquim

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I d.C., três estradas cruzavam os Alpes, e a Via de Domiciano ia do vale do Rhône até a Espanha. Cada província tinha estradas semelhantes que serviam a fins militares e comerciais. Na Britânia, importantes estradas abriam-se em leque a partir de Londinium (Londres), algumas conhecidas hoje por seus nomes saxões: *Watling Street e *Ermine Street. Projetadas com várias camadas compactas, eram drenadas por meio de valas laterais e mantidas por engenheiros. Estupro de Nanquim (também conhecido como Massacre de Nanquim) O saque da cidade de Naquim pelas tropas japonesas em 1937, durante a Guerra Sino-Japonesa. Entre 40.000 e 300.000 civis foram massacrados. Etelredo I (Ethelred de Wessex) (morreu em 871) Rei de Wessex (866-871). Seu reinado coincide com persistentes incursões dinamarquesas que assumiram a escala de uma invasão. Auxiliado por seu irmão mais novo, *Alfredo, Etelredo teve certo sucesso contra os dinamarqueses avançando para o interior da vizinha Mércia (868) e da própria Wessex (870). No entanto, três importantes batalhas, incluindo uma derrota perto da base dinamarquesa em Reading e uma notável vitória em Ashdown, além de numerosos combates, não deram qualquer vantagem a Etelredo, que morreu dos ferimentos sofridos na Batalha de Merton. Etelredo II (o Despreparado) (c.968-1016) Rei da Inglaterra (978-1016). Sucedeu o seu irmão adotivo *Eduardo, o Mártir, que havia sido assassinado por ordens da mãe de Etelredo, Alfrida. Esse infeliz começo para o reino foi combinado com novos erros crassos que deram a Etelredo o título de “despreparado”, significando “desprovido de opiniões”. Encorajados por seus infortúnios, os dinamarqueses renovaram suas invasões. Etelredo os subornou em cinco ocasiões (991, 994, 1002, 1007, 1012) com o *danegeld. Sua tentativa (1002) de massacrar todos os dinamarqueses em seu reino foi respondida (1013) com uma invasão do rei da Dinamarca, Sweyn I, que governou a Inglaterra até a sua morte (1014) quando Etelredo foi restaurado. Etiópia Um país anteriormente conhecido como Abissínia, no nordeste da África. O Sudão está na sua fronteira ocidental, a Eritreia na sua fronteira do norte e o Quênia, na do sul, enquanto a Somália está na fronteira no leste.

262 Geografia. A região de terras baixas de Ogaden, no leste, é muito quente e árida, mas todo o centro do país é um grupo de cadeias de montanhas vulcânicas com altos planaltos onde o ar é ameno e onde há moderadas chuvas de verão. O Grande Vale do Rift passa através delas, e toda a área é cortada por ravinas e vales férteis. No noroeste está o Lago Tana, a nascente do Nilo Azul, enquanto no sudoeste erguem-se florestas nas encostas das cadeias de montanhas. Economia. A economia da Etiópia foi centralmente planejada e baseada na agricultura coletivizada até 1992, quando foi reintroduzida a propriedade privada de terras. Café, peles e couro são as principais exportações. A Etiópia possui uma refinaria de petróleo, mas deriva a maior parte de sua energia da lenha, do carvão e do esterco. A indústria é limitada. História. Por volta do século II d.C., o reino de *Aksum tinha um vivo comércio de ouro, marfim e incenso com o Egito, a Síria, a Arábia e a Índia, e cunhou moedas em ouro. No século IV, a corte se tornou cristã. Aksum caiu em cerca de 1000 d.C. e, depois de uma época de confusão, surgiu a dinastia Zagwe. Em 1270, ela foi substituída pela dinastia Salomônica e a Rainha de Sabá, tornando proeminentes os amharas das montanhas da Etiópia central. Isso pode ter sido conhecido pelos europeus da Idade Média como o legendário reino do *Preste João. No século XVI, os muçulmanos das terras baixas atacaram as terras altas cristãs, mas foram repelidos em 1542 pela artilharia portuguesa. Quando os missionários jesuítas chegaram à Etiópia, o imperador Susenyos se converteu ao catolicismo romano (1626). Seu filho Fasilidas (1632-1667), tendo forçado o pai a abdicar, fez de Gondar a capital. Cercado pelo islamismo e dividido por facções guerreiras, o império soçobrou. A única força unificadora era a Igreja Cóptica etíope, e o império não foi reunido até 1855, quando o imperador Tewodros II foi coroado, e isso continuou durante o reinado de Menelik II. A Etiópia repeliu com sucesso as tentativas italianas de colonização com uma decisiva vitória na Batalha de *Adwa, em 1896, mas foi conquistada por *Mussolini em 1935-1936. O imperador etíope *Haile Salassie foi restaurado em 1941 depois das Campanhas Abissínias, e nos anos 1950 e 1960 a Etiópia emergiu como um importante país neutro africano. O fracasso de Haile Salassie em lidar com sérios problemas sociais e econômicos levou à sua deposição por um grupo de oficiais radicais do exército em 1974. Um novo golpe levou o coronel *Mengistu


273 do testamento do último rei Habsburgo, Carlos II. Foi a aceitação desse testamento por Luís XIV que mergulhou a Europa na Guerra da *Sucessão Espanhola. A reivindicação de Felipe foi confirmada pelo *Tratado de Utrecht. A Catalunha foi privada de suas liberdades quando Barcelona se rendeu a ele, em 1714. Pelo resto de seu reinado, foi dominado por sua segunda mulher, Elizabeth *Farnese, cujas ambições para ela e seus filhos influenciaram a política externa espanhola. Felipe VI (1293-1350) Rei da França (1328-1350), o primeiro dos reis *Valois. Seu direito ao trono foi desafiado por *Eduardo III da Inglaterra, e a *Guerra dos Cem Anos começou em 1337. Seu governo malfadado também testemunhou a *Peste Negra e a guerra com Flandres. Apesar das devastadoras despesas da guerra e de algumas derrotas militares desastrosas, o governo foi fortalecido durante esse período como um sistema organizado de tributação desenvolvida. Felipe de Hesse (1504-1567) Príncipe alemão. Desempenhou um importante papel no estabelecimento da religião *protestante na Alemanha e em afirmar a independência principesca alemã contra o imperador *Carlos V. Depois de ser convertido às doutrinas de *Lutero (1524), Felipe transformou Hesse num Estado protestante. Foi ativo na Dieta de Speyer (1529), um subscritor para a *Confissão de Augsburgo (1530) e se tornou um fundador e líder da Liga Schmalkaldic, uma aliança dos príncipes protestantes e das cidades (1531). Perdeu a lealdade de alguns dos seus seguidores por se casar de forma bígama (1540), e depois de sua derrota na *Guerra de Schmalkaldic foi feito prisioneiro por Carlos V. Viveu para ver os luteranos alcançarem a igualdade com os católicos sob a *Paz de Augsburgo (1555). Felipe, o Audaz (1342-1404) Duque da Borgonha (1363-1404). Foi o quarto filho de João, o Bom, rei da França, e foi feito duque da Borgonha em 1363. Em 1369, casou-se com Margarida, herdeira do conde de Flandres. Em 1380, ajudou a sufocar uma revolta dos cidadãos flamengos contra o conde, que terminou em 1382 com o massacre de 26.000 habitantes de Flandres. Com a morte do conde em 1384, Felipe herdou Flandres e continuou a encorajar o comércio e as artes. Durante a minoridade de Carlos VI (1380-1388), Felipe foi, na prática, o governante da França, e, quando o rei se tornou insano (1392), lutou pelo poder com Luís d’Orléans, o irmão do rei, uma disputa que foi levada adiante depois da morte de Felipe por seu filho, João Sem Medo.

feminismo Felipe, o Bom (ou Felipe III) (1396-1467) Duque da Borgonha (1419-1467). Seu primeiro ato como duque da Borgonha foi fazer uma aliança com *Henrique V da Inglaterra, assinando o Tratado de Troyes, no qual a rainha Isabel da França nomeava Henrique V como sucessor para o trono francês. Felipe era um poderoso aliado: por volta das primeiras décadas do século XV, seus territórios incluíam Namur (adquirida em 1421), a Holanda e a Zelândia (1428), Brabante (1430), Luxemburgo (1435), e os bispados de Liège, Cambrai e Utrecht estavam sob o controle da Borgonha. Alguns eram dele por herança, outros passaram para ele por casamento, compra ou conquista, e todos se combinavam para formar um formidável “Estado”. O Tratado de Arras (1435) liberou Felipe da obrigação de prestar homenagem ao rei francês e o tornou verdadeiramente independente do controle real. No entanto, o rei da França teve êxito em quebrar a aliança entre a França e a Inglaterra, e, a partir de 1435, a França e a Borgonha uniram as forças para promover a guerra na Inglaterra. A imposição de impostos sobre os habitantes da Borgonha provocou uma rebelião, liderada por Gante, mas os rebeldes (dos quais 20.000 foram mortos) foram derrotados (1454). A corte de Felipe na Borgonha foi a mais próspera e civilizada da Europa. Ele fundou uma ordem de *cavalaria, a Ordem do Velo Dourado, e patrocinou os pintores flamengos. feminismo Um movimento abrangente voltado

para os direitos sociais, políticos e econômicos das mulheres. Seus defensores, na maior parte, exigiam direitos iguais para ambos os sexos, embora alguns tenham insistido no direito das mulheres ao desenvolvimento separado. Ao longo dos tempos, as mulheres haviam sido, em geral, subordinadas aos homens e amplamente excluídas da educação, da posse de propriedades, da independência econômica e da representação política. No fim do século XVIII, teve início um perceptível movimento para corrigir a posição subalterna da mulher, encontrando sua portavoz em Mary *Wollstonecraft, cujo clássico A Vindication of the Rights of Woman (1792) continua sendo uma obra-chave. O feminismo contemporâneo tem suas raízes em obras como O segundo sexo, de Simone de Beauvoir (1949); The Feminine Mystique (1963), de Betty Friedan; Sexual Politics (1969), da escritora americana Kate Millet; The Female Eunuch (1970), de Germaine Greer; Of Woman Born (1977), de Adrienne Rich; e Gyn/Ecology (1979), de Mary Daly. O final dos anos 1960 viram, em

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297 Garfield, James Abram (1831-1881) Político norte-americano, vigésimo presidente dos Estados Unidos (1881). Serviu na *Guerra Civil Americana, aposentando-se como general de divisão, e então entrou na política como congressista republicano (1863-1880). Um dos políticos que se sujou com o escândalo financeiro do Crédit Mobilier of America, foi resgatado por James G. *Blaine. Durante a rixa entre os republicanos autointitulados “Half Breeds” (“moderados”, membros daquela ala do Partido Republicano que favoreceu uma política conciliatória para o Sul e defendeu reformas do serviço público) e os “Stalwarts” (“fortes”, seus adversários republicanos), Garfield emergiu como o candidato de conciliação para lutar, e vencer, a eleição presidencial de 1880. Seu assassinato poucos meses depois de assumir o cargo, cometido por um desapontado caçador de emprego, selou o destino dos Stalwards e garantiu o apoio às reformas do serviço público na Lei Pendleton. Garibaldi, Giuseppe (1807-1882) Patriota e líder militar italiano. Foi um herói do Risorgimento (movimento pela unificação e independência da Itália) que começou sua atividade política como membro do Movimento Jovem Itália. Depois de se envolver nas primeiras lutas contra o governo austríaco nos anos 1830 e 1840, comandou uma tropa voluntária no lado da Sardenha em 1859 e liderou com êxito seus “Camisas Vermelhas” para a vitória na Sicília e no sul da Itália em 1860-1861, desempenhando, dessa forma, um papel vital no estabelecimento de um reino unido da Itália. Teve menos sucesso em suas tentativas de 1862 e 1867 para conquistar os territórios papais em torno de Roma, defendida pelos franceses. Participou da chamada Revolução Farroupilha, no Brasil (Rio Grande do Sul), entre 1839 e 1841, sob o comando de Bento Gonçalves. Teve como companheira, também nas lutas, a brasileira Anita Garibaldi. Garvey, Marcus Moziah (1887-1940) Líder negro jamaicano. Fundou a Associação Conservadora Universal para o Progresso Negro (Universal Negro Improvement and Conservation Association – UNICA) na Jamaica, em 1914, para encorajar o orgulho racial e a unidade negra com o slogan “África para os africanos no país e no exterior”. Em 1916 foi para os Estados Unidos prometendo a repatriação de negros americanos para uma nova república africana (a ser criada a partir de ex-colônias alemãs). Fundou quatro filiais da UNICA na África do Sul em 1921, que estimularam o crescimento dos movimentos negros naquele país nos anos 1930. Profundamente

Genghis Khan ressentidos com William *Du Bois, os seguidores de Garvey entraram em confronto com os negros mais moderados nos anos 1920. Embora pessoalmente honesto e sincero, administrou mal as finanças de seu movimento e foi condenado (1923) por tentativa de fraude. Gates, Horatio (1728-1806) General norte-americano, nascido na Inglaterra. Lutou sob o comando do general Braddock e do barão *Amherst nas *Guerras Francesa e Indígenas, mas depois disso apoiou a causa americana na Guerra da Independência. Sua vitória em *Saratoga (1777) levou o complô de Cabal Conway dos oficiais da Nova Inglaterra a conspirar para ele substituir George *Washington. Sua completa derrota na *Batalha de Camden (1780) acabou com sua carreira militar, apesar de mais tarde ele servir em Washington. Gasperi, Alcide de Ver DE GASPERI, ALCIDE GATT Ver ACORDO GERAL SOBRE TARIFAS E COMÉRCIO. Gaúcho Um cavaleiro da América do Sul, geralmente índio ou mestiço. No início do século XIX, os gaúchos participaram das *Guerras de Independência Hispano-sul-americanas e depois se sobressaíram nos pampas argentinos no desenvolvimento da pecuária. Por volta do fim do século XIX, a economia pastoril tinha dado lugar ao cultivo mais intensivo da terra em estâncias (propriedades rurais) cercadas, forçando muitos gaúchos a se tornarem trabalhadores agrícolas ou peões. Os gaúchos desenvolveram uma forte cultura regional expressa nos modos de sociabilidade, além de vestimentas, práticas culinárias e artísticas e de um vocabulário peculiar. Gaulle, Charles de Ver DE GAULLE, CHARLES. Gauthama Siddhartha Ver BUDA. Gaveston, Piers (c.1284-1312) Conde de Cornwall. Um gascão que foi criado na casa real inglesa como o irmão adotivo do futuro *Eduardo II e que explorou a paixão do rei por ele. Eduardo deu a ele o Condado de Cornwall em 1307 e o nomeou regente da Inglaterra (1307-1308). Os barões ingleses, enfurecidos, exigiram seu banimento; Eduardo acedeu duas vezes (1308 e 1311), mas Gaveston voltou e, em 1312, foi morto pelo conde de Warwick. Genghis Khan (1162-1227) Fundador do império mongol. Originalmente chamado Temujin, adotou o nome de Gengis Khan (“imperador de todos”) em 1206 depois de unir as tribos nômades mongóis sob seu comando e de se tornar senhor tanto da Mongólia oriental quanto da ocidental.

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361 primária sujeita à avaliação crítica. Apesar de estritamente positivista, essa “história científica” levou à sistemática coleção e catalogação de fontes (por exemplo, a obra Monumenta Germaniae Historicae, 1825-1925) e a um mais rigoroso ensino acadêmico. Essa abordagem se desenvolveu mais lentamente na Grã-Bretanha, onde a história era dominada pela tradição literária Whig de Thomas Babington *Macaulay. Outra forma de “história científica”, a crença positivista em leis gerais fundamentais, teve como precursor o historiador francês Auguste Comte (1798-1857). Karl *Marx, na sua teoria do materialismo dialético, apresentou mais uma lei geral – mudança por meio da luta de classe. Seu foco na infraestrutura econômica da sociedade desafiou interpretações políticas estreitas. Esse desafio continuou no século XX. A abordagem dos Anais, nas primeiras décadas do século XX, apresentada na revista Annales d’Histoire Economique et Sociale (Anais de história econômica e social), lançada em 1929 por Lucien Febvre (1878-1956) e Marc Bloch (1836-1944), e desenvolvida na obra de Fernand Braudel (1902-1983), procurava a “história total”, uma compreensão das estruturas dentro das quais as pessoas agem, e das “mentalidades”, com base na psicologia e em outras ciências sociais. Com o desenvolvimento dos computadores, as técnicas quantitativas se tornaram importantes para os historiadores econômicos, demográficos e sociais, embora poucos compartilhem a suprema confiança na teoria estatística dos “cliometristas”, tais como Robert W. Fogel (1926- ), que reivindica a objetividade matemática para Clio, a musa da história. Os historiadores marxistas britânicos, por exemplo, Christopher Hill (1912-2003), Eric Hobsbawm (1917-2012) e E. P. Thompson (1924-1993), rejeitando os rígidos dogmas de uma infraestrutura totalmente determinante, têm aplicado as ideias marxistas de forma criativa para a história intelectual e a “história a partir de baixo” (history from below). O estudo do papel da mulher, desenvolvido como parte da historiografia dominante pelo movimento das mulheres dos anos 1960, tem se ampliado para abranger a história do gênero. Mesmo assim, a preocupação com a história política tem continuado forte, especialmente na abordagem empírica de A. J. P. Taylor (1906-1990) ou de sir Geoffrey Elton (19211994), que enfatizam os indivíduos e a importância do inesperado. A teoria da história, ou seja, da historiografia, faz hoje importantes cruzamentos com o campo da Antropologia, da Literatura, etc.

Hitler, Adolf Hitita Um membro de um antigo povo da

Ásia Menor que obteve o controle da Anatólia central entre c.1800-1200 a.C. O Império Hitita alcançou seu apogeu sob o governo totalitário de Suppiluiuma I (c.1380 a.C.), cuja influência política se estendeu da capital, Hattusa, situada em Boğazköy (aproximadamente 35 km a leste de Ancara na moderna Turquia), ao oeste da costa mediterrânea e ao sudeste para o interior do norte da Síria. Em sua luta pelo poder sobre a Síria e a Palestina, os hititas se defrontaram com as tropas de Ramsés II do Egito, numa batalha (1285 a.C.) em Kadesh, no Rio Orontes, que parece ter terminado indecisivamente. O subsequente declínio e fim do poder hitita por volta de 700 a.C. resultou de desavenças internas e externas, provavelmente após um surto de fome. Hitler, Adolf (1889-1945) Ditador alemão. Nasceu na Áustria, filho de Alois Hitler e sua mulher, Klara Poelzl. Foi voluntário para o exército bávaro no começo da Primeira Guerra Mundial, tornando-se cabo. Depois da mobilização, uniu-se a um pequeno grupo nacionalista, o Partido dos Trabalhadores Alemães, que mais tarde se tornou o Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães (ou Partido *Nazista). Em Viena, havia assimilado o *antissemitismo predominante, e este, juntamente com discrusos inflamados contra o *Tratado de Paz de Versalhes e contra o marxismo, foi usado por ele como base para sua oratória na conquista de uma Alemanha humilhada pela derrota. Em 1921, tornou-se líder dos nazistas e, em 1923, encenou uma revolta fracassada, o “putsch da cervejaria” de Munique. Durante os meses de prisão partilhados com Rudolph *Hess, ditou o Mein Kampf, um manifesto político no qual explicava a necessidade de a Alemanha se rearmar, lutar pela autossuficiência econômica, suprimir o sindicalismo e o comunismo, e exterminar sua minoria judaica. A Grande *Depressão, que começou em 1929, trouxe-lhe uma enxurrada de adeptos. Após o fracasso de três chanceleres sucessivos, o presidente *Hindenburg, relutantemente, nomeou Hitler para chefe do governo (1933). Como resultado da destituição do *Reichstag (o Parlamento alemão), Hitler fundou sua ditadura de partido único e, no ano seguinte, eliminou seus rivais na *Noite das Facas Longas. Com a morte de Hindenburg, assumiu o título de presidente e Führer do Império Alemão. Começou o rearmamento, transgredindo o Tratado de Versalhes, reocupou a Renânia em 1936 e deu os primeiros passos para a sua intenção de expansão do seu *Terceiro

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I Ibarra, Francisco de (1539-1575) Explorador espanhol a quem foi atribuída a exploração e a colonização de Nueva Vizcaya, a gigantesca área do México que atualmente abrange a maioria dos Estados de Durango, Chihuahua e parte de Sonora. Com fundos fornecidos por seu tio, que havia feito uma fortuna nas minas de prata de Zacatecas, Ibarra, como governador de Nueva Vizcaya, aumentou muito a fronteira norte da Nova Espanha, nos anos 1560, antes de retornar à Cidade do México. Ibn Khaldun (1332-1406) Historiador árabe, um dos primeiros historiadores a divisar, à sua época, uma historiografia não religiosa. Sua obra-prima, Muqaddimah (Introdução à História), contém brilhantes avaliações e análises sociais, desenvolvendo seu conceito de ciência da cultura. Também escreveu uma importante história da África do Norte muçulmana (Kitab al-’bar). IBRD Ver BANCO MUNDIAL. Icenos Uma tribo pré-romana do leste da Inglaterra. Por volta da época da invasão romana de 43 d.C., os icenos foram parcialmente romanizados e passaram a ser governados pela dinastia de *Cymbeline. Seu rei Prasutagus era um aliado de Roma por tratado até a sua morte, em 60 d.C. O tratado foi quebrado por Roma e sua viúva *Boudicca, liderou a tribo numa revolta que foi brutalmente reprimida. Iconoclastia Ver CONTROVÉRSIA ICONOCLASTA. IDA Ver BANCO MUNDIAL. Idade da Razão Ver ILUMINISMO. Idade das Trevas Período, assim denominado por alguns estudiosos, que compreende do século V até o século VIII na Europa. Depois da queda do Império Romano, muitas tribos germânicas atravessaram a Itália, a Alemanha, a França, a Espanha e a África do Norte, muitas vezes atacando e destruindo cidades. Roma foi saqueada em três ocasiões seguidas. Muitas tribos formavam seus próprios reinos (por exemplo, vândalos na África do Norte; visigodos na Espanha; ostrogodos e lombardos no norte da

Itália; *francos na França e na Alemanha Ocidental; *anglo-saxões na Inglaterra). Os visigodos ajudaram os romanos a derrotar os hunos de *Átila em Châlons, no ano de 451. O ostrogodo *Teodorico, o Grande, governou na Itália (493-536) como representante do *Império Bizantino, preservando o sistema administrativo de Roma. A época da Idade das Trevas assistiu ao declínio cultural e econômico, embora no passado o fato tenha sido exagerado. Esse período viu a fundação dos mosteiros cristãos que mantiveram vivo o conhecimento. Os séculos VII e VIII viram relativa estabilidade e, durante o século IX, a erudição era estimulada nas cortes de *Carlos Magno e *Alfredo o Grande. Idade do Bronze Período pré-histórico em que o bronze foi o principal material usado para ferramentas e armas. A transição desde a *Idade do Cobre é difícil de ser determinada, bem como a transição para a *Idade do Ferro que se seguiu. Concorda-se hoje, em geral, que o avanço tecnológico para o bronze foi feito em ocasiões distintas entre 3500 e 3000 a.C. no Oriente Próximo, nos Bálcãs e no sudeste da Ásia, e não antes do século XV d.C. entre os astecas do México. O conhecimento da nova liga se espalhou lentamente, principalmente devido à escassez de estanho, então a Idade do Bronze tende a ter datas amplamente distintas em diferentes partes do mundo. Na verdade, a África subsaariana e a Australásia, quase toda a América e a maior parte da Ásia nunca experimentaram a Idade do Bronze. Embora muito mais metal entrasse em circulação nas culturas da Idade do Bronze, o alto custo do estanho levou a dois resultados significativos: o comércio internacional cresceu muito para garantir os suprimentos, e uma maior ênfase na estratificação social é visível em praticamente todos os lugares depois da introdução do bronze, na medida em que aqueles capazes de produzi-lo ou obtê-lo fortaleceram seu poder sobre aqueles que não o possuíam. No Oriente Médio, a Idade do Bronze se desenvolveu em Idade do Ferro a partir de aproximadamente 1200 a.C.; no sul da Europa, desde cerca de 1000 a.C.; e no norte da Europa, já por volta de 500 a.C.


505 tecido inglesa e de seus mercadores, tais como os Tecelões e os *Mercadores Aventureiros. No entanto, os Mercadores de matéria-prima eram proeminentes no comércio ultramarino inglês no adiantado do século XVI devido ao seu monopólio no comércio do algodão. mercantilismo A doutrina econômica do século XVII que tinha por objetivo explorar totalmente recursos naturais para promover as exportações e limitar as importações. Os mercantilistas acreditavam que a posse de ouro ou “barras de ouro” era muito importante e os países sem uma fonte do precioso metal deveriam obtê-lo por meio do comércio; a prosperidade de uma nação era considerada dependente, sobretudo, da sua balança comercial. O comércio era controlado pelas companhias apoiadas pelo governo, as tarifas eram impostas, e foram disputadas guerras comerciais, tais como as *Guerras AngloHolandesas. Os partidários posteriores do *livrecomércio (laissez-faire) opunham-se à teoria mercantilista de que o volume do comércio é fixo e que para aumentar sua parte deve-se diminuir a dos outros. Num famoso ensaio de 1752, David *Hume contradisse a visão mercantilista argumentando que as reservas de barras de ouro de um país eram essencialmente determinadas pelo tamanho de sua economia e sua consequente necessidade de dinheiro como um meio circulante, e não seriam permanentemente influenciadas de qualquer forma pela interferência do governo no comércio. Merchant Stapler Ver MERCADOR DE MATÉRIA-PRIMA. Mércia Um antigo reino do centro da Inglaterra. Foi fundado por invasores anglos no século VI d.C. nas áreas de fronteira entre os novos assentamentos anglo-saxões no leste e as regiões celtas no oeste. Tornando-se dominante no século VIII sob o comando de *Offa, expandiu-se para cobrir uma área que se estendia de Humber até a costa sul. Seu declínio começou depois da morte de Offa em 796, e em 926, quando Athelstan se tornou rei de toda a Inglaterra, a Mércia finalmente perdeu sua identidade separada. Nos tempos atuais, o nome tem sido revivido, por exemplo, na “Autoridade da Mércia Ocidental”, uma área de administração policial que cobre os condados de Hereford e Worcester, e Shropshire. Mercier, Honoré (1840-1894) Estadista francocanadense. Opôs-se à Confederação (1867) das Províncias Norte-Americanas Britânicas e fundou

Merkel, Angela (Dorothea) (1871) o Partido Nacional para representar o elemento francês no Canadá. Serviu na Câmara dos Comuns canadense de 1872 até 1874. Eleito para a Assembleia Legislativa da província do Quebec em 1879, tornou-se líder do Partido Liberal do Quebec em 1883 e em 1886, no rastro da *Rebelião de Riel, derrotou os conservadores para se tornar premiê do Quebec. Sua imensa popularidade acabou sendo prejudicada por acusações de corrupção em conexão com os subsídios da estrada de ferro, e em 1891 ele foi demitido do cargo e derrotado na eleição que se seguiu. O novo governo inocentou Mercier das acusações. Mercosul (nome espanhol Mercosur) Uma organização regional de comércio na América do Sul, cujo nome completo é Cone Sul ou Mercado Comum Sul-Americano. Fundado em março de 1991, com o objetivo de criar um mercado comum na região, os países-membros eram a Argentina, o Brasil, o Paraguai e o Uruguai. Depois de demoradas negociações de tarifas, o acordo presidencial final para criar a união alfandegária foi assinado em 17 de dezembro de 1994 e o Mercosul foi inaugurado em 1º de janeiro de 1995. O Chile se juntou à organização como membro associado em 1996. O Mercosul e a União Europeia assinaram um acordo de cooperação em 1995 e se comprometeram a iniciar negociações sobre a eventual criação de uma zona de livrecomércio Mercosul-União Europeia. Em 2004 o Mercosul concluiu um acordo de cooperação com a *Comunidade Andina que objetivava fundir as duas organizações em uma Comunidade das Nações Sul-Americanas. Como resultado, a maioria dos membros da Comunidade Andina – Bolívia, Colômbia, Equador e Peru – tornou-se membro associado do Mercosul; a Venezuela, no entanto, passou a ser um membro pleno em 2005. Meredith Ver INCIDENTE DE MEREDITH. Merkel, Angela (Dorothea) (1954- ) Estadista alemã; chanceler (2005- ). Nascida em Hamburgo, Merkel foi educada na Alemanha Oriental. Entrou na política durante o colapso do comunismo em 1989 e trabalhou no governo da Alemanha Oriental em 1990, antes de ser eleita para o Parlamento federal na reunificação como uma democrata cristã. Foi ministra no governo de Helmut *Kohl (1991-1998) e se tornou líder parlamentar dos Democratas Cristãos em 2002. Depois da eleição de 2005, passou a ser chanceler numa “grande coalizão” com os social-democratas – a primeira mulher e a primeira ex-alemã oriental a ocupar esse posto.

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533 a Índia. *Nelson, destruindo a esquadra francesa na Batalha do Nilo (1798), evitou esse plano. Bonaparte voltou para a França em 1799 e, juntando-se a uma conspiração com Emmanuel Sièyes (17481836), derrubou o Diretório e dissolveu a Primeira República. Eleito primeiro-cônsul por dez anos, tornou-se o supremo governante da França. Durante os quatro anos seguintes começou sua reorganização do sistema legal francês (ver CÓDIGO NAPOLEÃO) e da educação. Em 1804 Napoleão se coroou rei dos franceses e iniciou uma série de campanhas conhecidas como *Guerras Napoleônicas. Sua infeliz invasão da Rússia (1812) e os atrasos da *Guerra Peninsular (1807-1914) contribuíram para o declínio de Napoleão. Depois de sua derrota na *Batalha de Leipzig e da proclamação por *Talleyrand da deposição do imperador, abdicou em 1814. Após um breve exílio em Elba, Napoleão voltou, mas a derrota na *Batalha de Waterloo (1815) acabou com seu governo, depois de apenas *Cem dias. Passou o resto de sua vida no exílio em Santa Helena. Em 1796 casou-se com *Josephine de Beauharnais, cujo fracasso em lhe dar um filho acabou em divórcio. Em 1810 casou-se com a princesa austríaca Marie-Louise. Seu único filho, Joseph-François-Charles, coroado como rei de Roma, morreu aos 21 anos. Napoleão III (ou Charles-Louis Napoleón Bonaparte) (1803-1873) Imperador dos Franceses (1852-1870). Era o terceiro filho de Hortense de Beauharnais, enteada de *Napoleão I, e de Louis Bonaparte, irmão de Napoleão I e rei da Holanda (1806-1810). Depois da queda de Napoleão I, Napoleão III começou um longo período de exílio na Suíça. Com a morte do único filho de Napoleão I, o Roi de Rome, em 1832, tornou-se pretendente bonapartista do trono francês e, por duas vezes, tentou derrubar *Luís Felipe, motivo pelo qual foi deportado. Em 1840 iniciou a desastrosa “Conspiração de Bolonha” para reunir partidários. Foi capturado e preso na fortaleza de Ham. Fugiu para Londres (1846) disfarçado de maçom com o nome de “Badinguet”, que a partir daí se tornou seu apelido. Durante as *Revoluções de 1848, voltou à França e, em dezembro, sob a nova Constituição, foi eleito presidente da República Francesa. Em 1852, depois de um golpe contra o Parlamento, fez-se aceito como imperador dos franceses. Napoleão III tomou parte na *Guerra da Crimeia e presidiu sobre o *Congresso de Paris (1856). Seu “Império Liberal” (1860-1870) ampliou os poderes da Assembleia Legislativa. Subestimando *Bismarck, permitiu o beligerante segundo *telegrama de Ems para provocá-lo para

Nash, sir Walter a luta da *Guerra Franco-Prussiana, cuja explosão trouxe ruína para o Segundo Império. Napoleão foi capturado pelos prussianos e deposto, passando o resto de sua vida no exílio na Inglaterra. Narváez, Pánfilo de (c.1478-1528) Conquistador espanhol. Ganhou fama como um soldado implacável na conquista de Cuba em 1511; mais tarde, como governador, viu seus homens abaterem cerca de 2.500 cubanos. Quando foi enviado para buscar o rebelde *Cortés no México em 1520, a maioria de seus homens desertou e ele perdeu um olho na batalha que se seguiu. Comandando uma expedição para a Flórida em 1528, ignorou o conselho de seu tenente *Cabeza de Vaca, dividiu suas forças e se perdeu no mar tentando retornar a Cuba em botes improvisados. NASA (National Aeronautics and Space Administration, em português: Administração Nacional da Aeronáutica e do Espaço) Uma agência civil fundada em 1958 para coordenar e dirigir toda a pesquisa aeronáutica e espacial nos Estados Unidos. Seus quartéis-generais estão em Washington, DC. Além de colaborar com a indústria e a universidade, a NASA também mantém e desenvolve suas próprias instalações. Entre as últimas, estão o Centro de Pesquisa Ames (Ames Research Center), na Califórnia; o Centro de Voo Espacial Goddard (Goddard Space Flight Center), perto de Washington, DC; o Centro de Voo Espacial Tripulado de Houston (Houston Manned Space Flight Center) e os Laboratórios de Propulsão a Jato (Jet Propulsion Laboratories). Nash, Richard (ou Beau Nash) (1674-1762) Um dândi galês. Mestre de cerimônias em Bath a partir de 1704, fez da cidade um centro da sociedade elegante e foi um juiz da moda e da etiqueta no começo da era georgiana. Nash, sir Walter (1882-1968) Estadista da Nova Zelândia. Um socialista cristão por toda a vida, entrou para o Partido Trabalhista, tornandose seu mais importante porta-voz para a ala moderada. Ele e Peter *Fraser transformaram o Partido Trabalhista numa organização nacional e formularam as políticas que levaram à eleição do primeiro governo trabalhista, em 1935. Desempenhou um importante papel em conduzir no Parlamento, em 1938, o importante sistema de pensões infantis e de remédios “gratuitos”, que foi o mais extenso sistema de previdência social do mundo naquela época. Tornou-se líder da oposição em 1950. Nash comandou o Partido Trabalhista para uma vitória apertada na eleição de 1957, servindo como primeiro-ministro até a derrota do partido em 1960. Durante esse período,

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Primeiro Verbete Pés Negros Guzmán, que havia fundado e liderado o Sendero Luminoso desde 1970. Uma nova Constituição foi introduzida em 1993, e Fujimori foi reeleito em 1995. Em dezembro de 1996, 500 políticos e empresários foram feitos reféns na embaixada japonesa em Lima por guerrilheiros marxistas. Depois de um cerco prolongado, os reféns foram libertados em abril de 1997, em seguida ao ataque da embaixada pelas tropas peruanas. Fujimori foi novamente reeleito em 2000, mas, cercado por acusações de corrupção e fraude eleitoral, renunciou no fim daquele ano. Alejandro Toledo foi eleito presidente em 2001 e Alan García foi reeleito em 2006. Ollanta Humala é o presidente do Peru desde 2011.

Capital: Lima Área: 1.285.216 km2 População: 27.968.000 (2005); 28.674.757 (2007) Moeda: 1 novo sol = 100 centavos Religiões: católica romana 86,2%; protestante 5,2% Grupos étnicos: quéchua 47%; mestiço 32%; europeu 12%; aymara 5%

592 Línguas: espanhol, quéchua (ambas oficiais); aymara Organizações internacionais: Organização das Nações Unidas (ONU); Organização dos Estados Americanos (OEA); Comunidade Andina; Movimento dos Países Não Alinhados; Organização Mundial do Comércio (OMC)

Pés Negros Ver BLACKFOOT. peste Várias doenças epidêmicas, particularmente

a peste bubônica infecciosa, causada pela bactéria existente nas pulgas carregadas por roedores. A forma conhecida como *Peste Negra varreu a Europa durante 1346-1350: a Inglaterra pode ter perdido quase a metade de sua população, com sérias consequências a longo prazo. Em 1665 Londres foi afligida pela *Grande Peste, que causou a morte de pelo menos 70.000 vítimas.

peste pegra (1347-1350) A mais virulenta epidemia de peste bubônica e pneumônica registrada. Ela atingiu a Europa a partir dos exércitos *tártaros, que fizeram campanha na Crimeia e conquistaram o porto de Caffa (1347)

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Peste Negra. A Peste Negra foi a mais devastadora das muitas irrupções de pragas. Embora sua origem seja incerta, acredita-se que tenha vindo do Extremo Oriente, sendo levada para o oeste da Europa por mercadores, peregrinos e outros viajantes. Ela se espalhou particularmente rápido ao longo das rotas marítimas de comércio, transmitida pelas pulgas dos ratos que se encontravam a bordo dos navios. A especial virulência dessa epidemia pode ter sido devida à presença de uma variedade mais letal de praga pneumônica, a única forma que pode ser transmitida de uma pessoa a outra (por meio do espirro, por exemplo). Estima-se que, em menos de vinte anos, mais de um terço da população da Europa e do Oriente Médio tenha morrido como resultado dessa epidemia.


Revolta de Pentrich

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Revolta de Pentrich (1817) Uma insurreição quase política que aconteceu em Derbyshire, Inglaterra. Liderada por Jeremiah Brandreth, um tecelão de quadros, um grupo de cerca de 200 homens de Pentrich e outras cidades vizinhas, armados somente com armas primitivas, começou a marchar em Nottingham num protesto contra o governo. Brandreth havia sido enganado por um espião do governo acreditando que estavam tomando parte de uma insurreição nacional. O grupo foi disperso por uma tropa de cavalaria e Brandreth se escondeu. Foi denunciado e depois executado, juntamente com dois de seus companheiros. Revolta de Varsóvia 1. (Fevereiro de 1943) Uma revolta contra a ocupação das tropas alemãs encenada por cerca de 60.000-100.000 sobreviventes do Gueto de Varsóvia (fundado em 1940 para 400.000 judeus). Embora os sobreviventes judeus estivessem pobremente armados, a guarnição alemã pesadamente armada levou mais de um mês para derrotá-los e massacrá-los. 2. (Agosto de 1944) A insurreição polonesa em Varsóvia na *Segunda Guerra Mundial, na qual os poloneses tentaram expulsar o exército alemão antes de as forças soviéticas ocuparem a cidade. À medida que o Exército Vermelho avançava, os contatos soviéticos em Varsóvia encorajaram o Exército Clandestino Polonês, apoiado pelo governo polonês em Londres, a realizar uma revolta. As tropas polonesas do Movimento de *Resistência lideradas pelo general Tadeusz Komorowski assumiram o controle da cidade contra uma fraca guarnição alemã. Pesados ataques aéreos alemães que duraram 63 dias precederam um forte contraataque alemão. O exército soviético comandado pelo general *Rokossovsky, nascido na Polônia, alcançou um subúrbio da cidade, mas fracassou em ajudar os insurgentes ou em permitir que os Aliados ocidentais usassem as bases aéreas soviéticas para transportarem pelo ar suprimentos para os poloneses duramente pressionados. Os suprimentos se esgotaram, e em 2 de outubro os poloneses se renderam. Os alemães, então, sistematicamente deportaram a população de Varsóvia e destruíram a própria cidade. O principal corpo de poloneses que apoiava o governo polonês no exílio foi, então, destruído, e uma alternativa organizada para o domínio político soviético do país foi eliminada. À medida que o Exército Vermelho reassumiu seu avanço dentro da Polônia, o Comitê de Libertação Nacional da Polônia, patrocinado pelos soviéticos, foi capaz de impor na Polônia um Governo Comunista Provisório, em 1º de janeiro de 1945, sem resistência.

642 Revolta dos Boxers Ver LEVANTE DOS BOXERS. Revolta dos Camponeses (1381) Uma revolta

social na Inglaterra. A agitação generalizada causada pela legislação repressiva, tal como o Estatuto dos Trabalhadores (1351), veio à tona pela imposição do imposto comunitário de 1380. A revolta atraiu o apoio dos artesãos, dos *vilões e dos destituídos. Homens de Kent e de Essex, liderados por Wat *Tyler e John *Ball, entraram em Londres, massacrando alguns mercadores e destruindo o palácio do duque de Lancaster. O jovem rei *Ricardo II prometeu aos homens a abolição da servidão, terra barata e livre-comércio. Os rebeldes então ocuparam a Torre de Londres e decapitaram o arcebispo e o tesoureiro do rei. O rei convenceu os rebeldes a se dispersarem, prometendo-lhes outras reformas. Tyler foi assassinado pelo enfurecido prefeito de Londres, e o bispo militante de Norwich esmagou os rebeldes em East Anglia. O governo restabeleceu o controle e voltou atrás nas promessas do monarca. A revolta só teve êxito como um protesto contra a taxação dos pobres e a cobrança adicional do Imposto Comunitário. Revolta dos Jacques Ver JACKERIE. Revolta dos Sipaios Ver MOTIM INDIANO. Revolta Judaica Uma séria rebelião nacionalista liderada pelos *zelotes contra o domínio romano (66-70 d.C.). Em resposta, *Vespasiano invadiu a Palestina com 60.000 homens e, por volta de 68 d.C., os rebeldes foram confinados à região de Jerusalém. Depois que Vespasiano foi deposto nas guerras civis de 68-69, seu filho Tito conquistou a cidade, que caiu, distrito por distrito, com o Templo sendo destruído. Os prisioneiros foram levados para Roma e usados em trabalho escravo para a construção do *Coliseu. Os últimos insurgentes resistiram em *Massada até o ano 73. Em 132-135, *Bar Cochba liderou outra revolta, que acabou com o saque de Bethar e a morte de Cochba. Revoltas de Gordon Ver DISTÚRBIOS DE GORDON. revoltas estudantis Protestos sociais ou políticos por grupos estudantis. Os estudantes têm desempenhado um papel importante em quase todas as importantes revoluções dos séculos XIX e XX. No início do século XIX, as universidades alemãs produziram movimentos estudantis (Burschenschaften) apoiando o nacionalismo alemão e opondo-se ao governo de *Matternich. Na Rússia czarista os estudantes que se rebelaram em prol de reformas liberais foram presos, exilados ou executados. No período entre as duas guerras mundiais, as universidades da Alemanha e do Japão tiveram movimentos que apoiavam principalmente


687 conversações em 1997, depois de outro cessar-fogo, e em 1998 fizeram parte do Acordo da Sexta-Feira Santa. Os membros do Sinn Féin participaram da Assembleia e do Executivo estabelecidos por esse acordo, embora estes tenham funcionado apenas intermitentemente. Nas eleições da Assembleia de 2003 o Sinn Féin se tornou o maior partido nacionalista.

Sínodo de Whitby (664) Um concílio da Igreja

que resolveu as diferenças entre as formas cristãs celta e romana de guerra religiosa na Inglaterra, particularmente o método usado para calcular a data da Páscoa. A Igreja celta tinha seu próprio método de fixar a data da Páscoa; isso foi motivo de disputa depois da chegada da missão de Santo *Agostinho de Cantuária. O caso celta foi apresentado por São Colman, bispo de Lindisfarne. O caso romano foi colocado por São Vilfrido de Ripon, cujos argumentos foram finalmente aceitos pelo rei *Oswy da Nortúmbria. A decisão foi crucial, cortando a conexão com a Igreja irlandesa e permitindo a organização da Igreja inglesa sob a disciplina romana. Teodoro, arcebispo da Cantuária, convocou uma assembleia de toda a Igreja inglesa em Hertford em 672.

sionismo Um movimento defendendo a volta dos

judeus para a *Palestina, fundado em 1897 sob a liderança de Theodore *Herzl. Originalmente um movimento secular, o sionismo tem seus alicerces na crença do *milenarismo de que os judeus, o povo escolhido de Deus, serão reunidos de uma diáspora (dispersão ou exílio) em sua pátria legítima. Depois dos *pogroms russos de 1881, Leo Pinsker escreveu um panfleto, Auto-Emanzipation, apelando para a criação de uma colônia judaica na Palestina. O sionismo assumiu um caráter político, especialmente através do Der Judenstaat (1896) de Herzl. A questão da *Declaração de Balfour em 1917 e a concessão de um mandato da Palestina para a Grã-Bretanha deram ímpeto ao movimento. Durante o período do mandato (1920-1948), a Organização Sionista Mundial, sob a liderança de Chaim *Weizmann, desempenhou um importante papel no desenvolvimento da comunidade judaica na Palestina, facilitando a imigração, investindo (principalmente em terras) e através da Agência Judaica. O movimento foi ainda mais fortalecido pela perseguição e aniquilação do povo judeu na Segunda Guerra Mundial (o *Holocausto). As atividades sionistas nos Estados Unidos foram influentes na obtenção do apoio do Congresso e da Presidência (19461948) para a criação do Estado de Israel.

Síria O sionismo continua sendo um importante assunto na política interna israelense e na política do Oriente Médio, uma vez que a questão da existência de um Estado de Israel e sua exigência de todo o território bíblico de Israel não foram satisfatoriamente reconciliadas com os direitos dos palestinos. O direito permanente de todos os judeus em todo o mundo, independentemente de sua nacionalidade, de emigrar para Israel e de obter a cidadania israelense é um princípio fundamental do sionismo, e o Congresso Sionista Mundial, uma entidade independente, existe para apoiar a imigração judaica para Israel. Sioux (Dakota) Um grupo de tribos nativas norte-americanas que originalmente ocupava as planícies e pradarias. Com uma população no século XIX de mais de 30.000 indivíduos, foi uma das maiores tribos da América do Norte. siquismo Uma religião monoteísta fundada no Punjab no século XV pelo guru *Nanak. Combina elementos do *hinduísmo e do *islamismo, aceitando os conceitos hindus de karma e reencarnação, mas rejeita o sistema de castas e tem uma escritura sagrada, o Adi Granth. O décimo e último de uma série de gurus, Gobind Singh, determinou as formas exteriores distintas (as chamadas cinco Ks) – o cabelo comprido (que deve ser coberto por um turbante) e a barba não cortada (kesh), o pente (kangha), a espada curta (kirpan), a pulseira de aço (kara) e as calças curtas para montaria (kaccha). Originando-se como uma religião, o siquismo se tornou um movimento militante político no Punjab, onde vive a maior parte dos 18 milhões de siques do mundo. Síria Um país no Oriente Médio no extremo leste do Mar Mediterrâneo. Geografia. Limitada ao norte pela Turquia, a leste pelo Iraque, ao sul pela Jordânia e a sudoeste por Israel e pelo Líbano, a Síria tem uma estreita planície costeira: frutas cítricas e tabaco podem ser cultivados ali. Por trás de uma cadeia de montanhas, o Rio Asi (Orontes) corre em direção ao norte, ao longo de um vale de falha geológica; e além dele o solo se eleva para um planalto. Este se une ao quente e seco deserto, abrandado apenas pelo alto Eufrates, que corre através do país. No extremo nordeste há petróleo. Economia. Embora ainda amplamente agrícola, com a criação de ovelhas e cabras como atividades principais, a Síria está se tornando mais industrializada e tem se beneficiado das crescentes

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Townshend, Charles, 2º visconde de

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idosos e auxiliar os Estados Unidos a saírem da Grande *Depressão. O plano exigia pagamentos de 200 dólares por mês a todos com 60 anos ou mais. Os fundos deveriam ser providos por um imposto federal sobre transações comerciais. A popularidade desse e de outros programas (ele garantiu pelo menos 10 milhões de assinaturas para suas petições) pode ter persuadido Franklin D. *Roosevelt a adotar outras políticas sociais mais amplas. Townshend, Charles, 2º visconde de (16741738) Político e agrônomo inglês. Tornou-se secretário de Estado em 1714, mas entrou em conflito com *Jorge I sobre a política externa e foi demitido do governo em 1716. Seu cunhado *Walpole renunciou em solidariedade a ele e Townshend foi restaurado como secretário de Estado quando Walpole inicialmente lhe deu carta branca para os assuntos estrangeiros; mas Townshend permitiu que um conflito com a Áustria saísse de controle, e a frequente interferência de Walpole levou a sua renúncia em 1730. Aposentou-se completamente da política e voltou para Norfolk para melhorar a propriedade de sua família. Ficou famoso como um pioneiro na *Revolução Agrícola, popularizando quatro séries de rotação de culturas, que permitiam aos fazendeiros manterem muito mais gado vivo durante o inverno e plantarem mais colheitas sem ter de manter um campo em três sem cultivo a cada ano. Também introduziu o cultivo generalizado de nabos para as forragens de inverno, que, anteriormente, era apenas um cultivo de jardim, o que lhe deu o apelido de Townshend “Nabo”. Trácia (do grego Thráki) Um antigo país situado ao oeste de Istambul e do Mar Negro e ao norte do Mar Egeu, atualmente parte da moderna Turquia, Grécia e Bulgária. Estendia-se para o extremo oeste até o Mar Adriático, mas os trácios recuaram rumo ao leste entre os século XIII e V a.C. sob pressão dos ilírios e dos macedônios. Conquistada por *Felipe II da Macedônia em 342 a.C., depois se tornou uma província de Roma. A região foi governada pelos turcos otomanos desde o século XV até a *Primeira Guerra Mundial, mas o norte da Trácia foi anexado pela Bulgária em 1885. Em 1923 toda a Trácia ao leste do Rio Maritsa foi restaurada para a Turquia. Trades Union Congress (TUC) Uma organização dos sindicatos britânicos. Foi fundada em 1868 com o propósito de manter conferências nacionais sobre atividades sindicais. Em 1871 fundou um Comitê Parlamentar para promover os interesses dos sindicatos com membros do Parlamento. De 1889 em diante, começou a ser

728 mais militante politicamente e em 1900 ajudou a fundar o Comitê de Representação Trabalhista, conhecido a partir de 1906 como o *Partido Trabalhista, com quem tem mantido laços desde então. O Conselho Geral, eleito por membros do sindicato, substituiu o Comitê Parlamentar em 1920. O Congresso pode estimular apoio de outros sindicatos, quando um sindicato não alcança um acordo satisfatório com um empregador numa disputa industrial, mas não tem poderes de direção. Depois da *Greve Geral as relações entre o Congresso e o governo (ou qualquer partido) foram cautelosamente conciliatórias. Esteve envolvido de perto no planejamento e na administração industrial britânicos durante a *Segunda Guerra Mundial e sob sucessivos governos trabalhistas e conservadores até 1979. Desde então, tende a estar na defensiva, particularmente contra a legislação planejada pelo governo de Margareth *Thatcher nos anos 1980 para enfraquecer o poder dos sindicatos. tráfico de escravos, abolição do O tráfico de escravos alcançou seu auge no século XVIII na costa da África Ocidental, onde mercadores da Europa trabalhavam em cooperação com chefes nativos e com caçadores de escravos dispostos a trocar escravos por mercadorias do Ocidente. A Dinamarca tornou ilegal a participação no tráfico de escravos no Atlântico em 1792 e os Estados Unidos fizeram o mesmo em 1794. Na Grã-Bretanha, um grupo de cristãos humanitários, incluindo Thomas *Clarkson e William *Wilberforce (membros da chamada Seita de Clapham), afirmavam que se o tráfico de escravos no Atlântico fosse abolido, com suas crueldades terríveis, os donos das plantações tratariam seus escravos com mais humanidade, como sendo mais valiosos. Tiveram êxito em aprovar no Parlamento um projeto de lei abolindo o tráfico britânico em 1807, e, pelos Tratados de Ghent (1814) e de Viena (1815), a Grã-Bretanha concordou em usar a Marinha Real para tentar suprimir o tráfico e a maioria dos países europeus passou a apoiar a abolição da escravidão. No entanto, pelos próximos 40 anos o contrabando ilegal continuou, principalmente na África. Mesmo depois de a escravidão ter sido abolida nas Índias Ocidentais Britânicas (1834), o tráfico de escravos existia nos Estados americanos escravocratas do sul e em lugares como Cuba, Costa Rica e Brasil. Nos Estados do sul dos Estados Unidos a procriação, o transporte e a venda de escravos tornaram-se altamente rentáveis, existindo cerca de quatro milhões de escravos nas plantações por volta da época da Proclamação da Emancipação (1863) (ver ESCRAVOS, PROCLAMAÇÃO DOS ESTADOS UNIDOS PARA A EMANCIPAÇÃO DOS).


729 A escravidão no Caribe não acabou até ser banida por países como Cuba (1886) e Brasil (1888). No mundo muçulmano, o tráfico árabe de escravos da África operou a partir do Marrocos e de Zanzibar e se espalhou por todo o *Império Otomano para dentro da Pérsia e da Índia. Em 1873 o sultão de Zanzibar foi finalmente persuadido pela GrãBretanha e pela Alemanha a fechar seus mercados, enquanto o tráfico marroquino gradualmente diminuiu com a ocupação francesa e espanhola. No entanto, até 1935 ainda havia evidência de tráfico de escravos na África. tráfico africano de escravos O tráfico no qual os europeus capturavam pessoas na África e as transportavam como escravas principalmente para as Américas, onde o trabalho escravo permitiu aos colonizadores estabelecerem *plantações. Depois de suas descobertas do século XV, os portugueses começaram a levar escravos da Senegâmbia e de Guiné-Bissau: eles iam para Portugal, para as ilhas do Atlântico e depois para as Américas; por volta do século XVI os escravos também vinham de Angola e, ocasionalmente, de Moçambique. No século XVII fortalezas comerciais, estendendo-se de Arguim (agora na Mauritânia) até Angola, foram criadas por traficantes de escravos de Brandenburgo, Dinamarca, Holanda, Courtland (no leste do Báltico), Inglaterra, França, Gênova e Suécia. Essas fortalezas não poderiam ter operado

tráfico árabe de escravos sem a ativa participação africana no fornecimento de escravos para serem transportados para o Brasil e para as colônias britânicas, francesas, holandesas e espanholas. Acredita-se que por volta de meados do século XIX 9,5 milhões de africanos foram transportados para o Novo Mundo, além daqueles que morreram enquanto eram capturados ou estavam em trânsito. Esse número não inclui o tráfico de escravos árabe nem o florescente tráfico de escravos dentro da África. A repulsa a esse tratamento dos africanos levou a demandas de emancipação dos escravos e de abolição do tráfico de escravos no século XIX. (Ver também ESCRAVIDÃO; TRÁFICO DE ESCRAVOS, ABOLIÇÃO DO; ESCRAVOS, PROCLAMAÇÃO DOS ESTADOS UNIDOS PARA A EMANCIPAÇÃO DOS.) tráfico árabe de escravos Uma forma de comércio de escravos que existia desde os tempos antigos na Península Arábica. O profeta *Maomé proibia seus seguidores de escravizarem muçulmanos, mas não libertava escravos convertidos. Sua legislação insistia no tratamento humano e dava aos escravos direitos contra os senhores opressores. No antigo Islã os escravos eram recrutados entre prisioneiros de guerra (inclusive mulheres e crianças) e eram obtidos por meio de invasão ou pela compra na Europa Oriental e Meridional, na Ásia Central e na África Central, Oriental e Ocidental. Sob o governo dos califas, o tráfico era rápido. Os escravos serviam a uma variedade de propósitos: agricultura, mineração, uso doméstico e clerical, e também para o serviço militar. A muitas escravas mulheres empregadas como concubinas foram dados direitos de esposas. Os homens e as crianças geralmente recebiam treinamento vocacional depois da captura. Por meio da pressão internacional, o tráfico foi amplamente abolido durante o século XIX. (Ver também ESCRAVIDÃO.) Tráfico africano de escravos. O tráfico africano de escravos alcançou seu auge durante os séculos XVII e XVIII. Várias centenas de milhares de africanos foram transportados através do Atlântico a cada ano para as plantações das colônias europeias nas Américas. Era um comércio triangular. Uma típica viagem de três pernas partia da Europa para a África Ocidental, carregando cargas de algodão, ferramentas e, cada vez mais, armas. Essas mercadorias eram trocadas por escravos, que eram levados para as Índias Ocidentais e para as colônias do sul da América do Norte. Os navios retornavam para a Europa com a produção colonial, especialmente açúcar.

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