Homem sem conteúdo

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FILOAGAMBEN

O TRADUTOR: Cláudio Oliveira nasceu no Rio de Janeiro, em 1968. Coordenador da série Agamben da coleção Filô, é graduado, mestre e doutor em Filosofia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e professor associado do Departamento de Filosofia da Universidade Federal Fluminense, onde leciona desde 1994. Atua nas áreas de Filosofia Antiga e Contemporânea, e Filosofia e Psicanálise. Organizou Filosofia, Psicanálise e Sociedade (Ed. Azougue) e, pela Autêntica, publicou uma tradução do Íon de Platão.

Capa com alteração na orelha_031013.indd 1

Giorgio Agamben

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GIORGIO AGAMBEN O homem sem conteúdo

GIORGIO AGAMBEN nasceu em 1942, em Roma, e laureou-se em Direito, em 1965, com uma tese sobre Simone Weil. Em 1966, participou do primeiro Seminário de Thor, que Heidegger realizou a convite de René Char. Entre 1974 e 1975, pesquisou em Londres na Warburg Institute Library. Entre 1982 e 1993, assumiu a tarefa de apresentar ao público italiano uma edição completa das obras de Walter Benjamin pela editora Einaudi, de Turim. Nesse processo, acabou descobrindo textos inéditos de Benjamin na biblioteca de Paris. Por discordâncias com a editora, abandonou o projeto. Entre 1986 e 1993, foi diretor de programa do Colégio Internacional de Filosofia de Paris. A partir de 1988, passou a ensinar na Itália, primeiro em Macerata, depois em Verona e, por fim, no Istituto Universitario di Architettura (IUAV) de Veneza, de onde se demitiu em 2009.

O que quer dizer, então, que a arte foi além de si mesma? Significa verdadeiramente que a arte se tornou para nós um passado? Que ela desceu nas trevas de um definitivo crepúsculo? Ou quer dizer, na verdade, que ela, cumprindo o círculo do seu destino metafísico, penetrou novamente na aurora de uma origem na qual não apenas o seu destino, mas o do próprio homem poderia ser posto em questão de modo inicial?

GIORGIO AGAMBEN O homem sem conteúdo

Tradução Cláudio Oliveira

O homem sem conteúdo é o primeiro livro de Giorgio Agamben, publicado em 1970. Um dos eixos fundamentais do livro é a crítica do paradigma estético, ou melhor, uma analítica da época estética da obra de arte. Época caracterizada pelo surgimento do homem de gosto, dotado de uma sensibilidade capaz de fruir e de julgar a obra de arte, mas incapaz de produzi-la. O espaço por excelência da arte na era da estética é o museu, onde o homem de gosto passeia, observa, julga. Esse espaço indica a constituição de uma esfera de autonomização da obra de arte, em que as obras começam a ser colecionadas e retiradas do espaço comum dos homens, perdendo sua relação originária com a esfera religiosa e política. Não se trata apenas de refletir acerca do estatuto da obra de arte, mas de como o destino da arte na cultura ocidental assinala o lugar do homem na história, o que nos conduz a uma reflexão de cunho político. Uma das características da modernidade é a redução da poíesis, intimamente ligada à verdade, à prâxis, ligada à vida. Esta, já em 1970, aparece como “existência biológica nua”, o que prefigura o conceito de “vida nua”, tornado célebre alguns anos mais tarde com a publicação do primeiro volume da tetralogia Homo sacer. Isso mostra que a reflexão de Agamben acerca da arte e da estética é condição para a correta compreensão dos rumos que seu pensamento político iria tomar. Gilson Iannini

07/10/13 10:32


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