James Hetfield - O lobo à frente do Metallica

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James Hetfield

O lobo Ă frente do Metallica mark eglinton


Foto: Jack Davidson


mark eglinton t r a d u ç ã o: Eliel Vieira

r e v i s ã o d a t r a d u ç ã o:

Marcelo Hauck

James Hetfield O lobo à frente do Metallica


Copyright © 2010 Independent Music Press Copyright © 2010 Mark Eglinton Copyright © 2014 Editora Gutenberg Título original: James Hetfield: The Wolf at Metallica’s Door Todos os direitos reservados pela Editora Gutenberg. Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida, seja por meios mecânicos, eletrônicos, seja via cópia xerográfica, sem a autorização prévia da Editora. gerente editorial

revisão

Alessandra J. Gelman Ruiz

Vero Verbo Serviços Editoriais Eduardo Soares

editor assistente

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assistentes editoriais

Ricardo Furtado (sobre imagem de Paul Bergen/Getty Images)

Felipe Castilho Carol Christo revisão de tradução

diagramação

Jairo Alvarenga Fonseca

Marcelo Hauck

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) Eglinton, Mark James Hetfield : o lobo à frente do Metallica / Mark Eglinton ; tradução Eliel Vieira -- 1. ed -- Belo Horizonte : Editora Gutenberg, 2014. Título original: James Hetfield: The Wolf at Metallica’s Door ISBN 978-85-8235-081-2 1. Discografia 2. Hetfield, James, 1963- 3. Metallica (Banda de rock) 4. Músicos de rock- Estados Unidos - Biografia I. Título. 14-05110

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Índices para catálogo sistemático: 1. Músicos de rock : Biografia e obra 782.42166092

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SUMÁRIO

Prefácio, de Chuck Billy . . ..................................................................... 7 Apresentação, de Mark Eglinton .......................................................... 9 Capítulo 1: Jamie . ....................................................................................... 13 Capítulo 2: Entra Lars... ............................................................................... 29 Capítulo 3: “Mettallica” . ............................................................................... 37 Capítulo 4: A Mansão Metallica .................................................................... 49 Capítulo 5: Kill ‘Em All ................................................................................. 57 Capítulo 6: De 1984 em diante... . ................................................................. 64 Capítulo 7: O Mestre ................................................................................... 77 Capítulo 8: Jason, Jaymz e Eric .................................................................... 89 Capítulo 9: Doris ......................................................................................... 97 Capítulo 10: Liberdade ou Morte . ................................................................ 107 Capítulo 11: Piloto automático . ................................................................... 121 Capítulo 12: De volta à garagem . ................................................................ 138 Capítulo 13: Playboy .................................................................................. 147 Capítulo 14: A fonte secou ......................................................................... 158 Capítulo 15: Man In The Box .......................................................................165 Capítulo 16: Amigos de novo? .....................................................................179 Capítulo 17: Guitar Hero .............................................................................190 Referências e fontes bibliográficas ...........................................................206


PREFÁCIO

Não consigo me lembrar do ano exato em que todos nós nos encontramos, mas sei que foi muito antes de o Metallica se destacar e se tornar a banda que é hoje. Como tínhamos amigos em comum, costumávamos ir a muitas festas de fim de ano e tal. Fiquei impressionado a primeira vez em que vi James tocando. Era muito bom ver aquele cara no palco. Fui à festa achando que o veria cantando e tocando guitarra e ele estava na bateria, o que me deixou de cara. Ele era ainda mais legal do que eu achava. James deixou uma grande marca na área da Baía de São Francisco, na Califórnia, com sua atitude e seu som singular. Ele costumava tocar com uma banda chamada Spastic Children, que tinha Fred Cotton no vocal. Naquela época, o negócio era zoar e se divertir. Desde o início, foi James que começou o movimento e o conduziu até o final. Na minha concepção, ele é um dos melhores, senão o melhor, guitarrista/letrista do metal, com certeza. Consigo me lembrar do momento em que o Metallica realmente estourou. Eu estava jogando basquete na minha academia, que, por sinal, servia cerveja... Depois que o jogo acabou, passariam em primeira mão o novo vídeo do Metallica. Baixaram um telão de quase 50 polegadas e nós ficamos esperando. O vídeo começou. Aquela foi a primeira vez que vi o vídeo do Metallica de “Enter Sandman”. Para uma banda que nunca fazia vídeos e não se preocupava em tocar no rádio ou na televisão, eles tinham feito um vídeo da pesada! Vendo aquilo, falei pra mim mesmo: “Caceta...”. Naquele momento, eu soube que o Metallica seria uma das maiores bandas de todos os tempos. Outra história sobre James e o Metallica de que nunca vou me esquecer aconteceu em um domingo ensolarado durante a nossa habitual festinha no estacionamento do estádio antes dos jogos do Oakland Raiders. Antes das partidas, a gente se encontrava para festejar. Em certo domingo, 7


circulava um rumor de que o Metallica tocaria no estacionamento do estádio antes do jogo. Escutei aquilo e na mesma hora pensei que era boato, mas as pessoas pareciam ter certeza de que aquilo rolaria mesmo. De fato, do outro lado do estacionamento havia um caminhão-plataforma lacrado de todos os lados. Alguma coisa estava acontecendo. Quando enxerguei os carros estacionados ao lado do caminhão e vi Hetfield sair, o sorriso arreganhado no rosto dele dizia tudo... em seguida, ficamos sabendo que os caras do Metallica estavam indo para o caminhão. Minutos depois, a frente se abriu e lá estava o Metallica tocando ao vivo para as pessoas que festejavam no estacionamento do estádio antes do jogo dos Raiders. Essa experiência foi totalmente alucinante e algo que nunca vou me esquecer. Esta é uma das coisas mais legais do James e do Metallica. Não interessa quanto se tornaram gigantescos, eles ainda fazem coisas excepcionais, como tocar para as pessoas em um estacionamento antes de um jogo de futebol americano, sem contar outros tantos shows especiais que fazem para seus fãs. Felizmente este livro vai reavivar algumas lembranças especiais sobre um dos mais carismáticos e importantes indivíduos do metal. Chuck Billy (Testament)

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APRESENTAÇÃO

“James Hetfield é um virtuoso não valorizado. Seu vocal e o som da sua guitarra, juntamente com as ideias que tem para as músicas, permitiram que o Metallica deixasse de ser considerado ao lado de bandas como Motörhead e Venom e passasse a ser agrupado com Bruce Springsteen e U2.” Essas são as importantes palavras de Alex Skolnick – guitarrista dos pioneiros do thrash metal, Testament, além de integrante da Trans Siberian Orchestra e de ter sua própria banda. O próprio Skolnick é um virtuoso, bem como um astuto analista do amplo mundo do rock. Enquanto o início de carreira de Hetfield foi caracterizado por uma agressiva atividade que transformou sua banda underground na nata do thrash metal em 1986, foi o impacto da sua carreira mais recente que acabou se transformando em algo mais marcante. Entretanto, se me perguntassem lá em 1986 se eu imaginava avaliar a carreira e a vida de James Hetfield e escrever sobre elas, tenho certeza de que a resposta teria sido não. Igualmente, se sugerissem que o sujeito nitidamente reservado que encontrei depois de um show no Edinburgh Playhouse naquele ano se transformaria em um verdadeiro ícone do rock ao lado de estrelas como Bono ou Springsteen, a resposta teria provavelmente sido a mesma. Como se vê, muita coisa mudou nestes vinte e quatro anos e o resultado é este, a primeira biografia precisa de James Hetfield, líder do Metallica, de longe a maior banda de heavy rock da era moderna. Doze de setembro de 1986: o Metallica e o Anthrax, banda de thrash metal de Nova York, estavam fazendo a parte britânica da turnê chamada “Damage, Inc.” e deixavam o público do metal boquiaberto Europa afora. Mais do qualquer outra, essa turnê serviu particularmente para apresentar o thrash metal para o público do Reino Unido, e isso causaria, 9


a partir de então, uma mudança na estrutura da música pesada, que passaria a dar mais ênfase à velocidade e agressividade pura e simplesmente. Mas não era apenas isso, o Metallica também já tinha, à essa altura da carreira, adquirido uma queda por estruturas musicais complexas e essa combinação de inteligência e ferocidade absoluta estava se provando uma mistura matadora. Contudo, essa não era uma turnê normal, pois Hetfield – não pela última vez, como se veria mais tarde – havia fraturado um osso, naquela ocasião, o pulso esquerdo, resultado de um acidente de skate ocorrido naquele ano ao desafiar um morro em Evaston, na Indiana. O gesso inevitavelmente descartou qualquer possibilidade de fazer gracinhas com a guitarra em várias apresentações daquela turnê. Felizmente, John Marshal – o técnico de guitarra de Kirk Hammett, o outro guitarrista do Metallica – estava disposto e preparado para assumir responsabilidades rítmicas de algum lugar dos bastidores enquanto a banda destruía no palco, com Hetfield restrito ao vocal. Posteriormente durante a turnê, após uma inicial e compreensível resistência, Marshal foi encorajado a se juntar efetivamente à banda no palco, o que deve com certeza ter sido uma experiência surreal dado o completo frenesi com que esses clássicos shows foram recebidos. Ironicamente, a habilidade legendária como guitarrista base de precisão quase inumana foi a única coisa que não testemunhamos em primeira mão aquela noite, porém, seus vocais latidos e sua intimidadora presença de palco definitivamente deixaram uma impressão duradoura. Como se aquela noite não tivesse sido suficientemente memorável, Hetfield e o falecido Cliff Burton, baixista do Metallica na época, foram para o bar no fim da rua da casa de shows onde alguns de nós bebiam e conversavam sobre o show. Através de uma neblina de tempo e álcool, eu me recordo vagamente de uma rápida conversa e com certeza me lembro de que Burton foi o mais atencioso dos dois, tendo Hetfield optado por uma postura mais distanciada. Não que isso importasse para nós, já que encontrar alguém da banda depois de um show que teve o poder de mudar nossas vidas era um bônus enorme. Desde aquele dia, sempre senti que nossos caminhos tinham se cruzado de alguma maneira, apesar de ter certeza de que para eles aquilo foi apenas um encontro com fãs facilmente esquecido. Não é preciso dizer que o Metallica cru e em desenvolvimento daquela época era uma banda muito diferente do monstro que viria a se tornar, já que seu zênite comercial ainda estava a cinco anos de distância. Da mesma 10


maneira, as personalidades envolvidas ali foram submetidas a um considerável desenvolvimento no decorrer dos anos devido ao enorme sucesso comercial que atingiram e à exposição que vem agregada a ele. Desde o início, a força motriz por trás do Metallica tem sempre sido a coligação entre Hetfield e o baterista Lars Ulrich, e essa relação no decorrer dos anos tem sido frequentemente tensionada no nível pessoal – o que não chega a ser uma surpresa, tendo em vista as suas experiências pessoais radicalmente diferentes. Apesar de tudo isso, particularmente antes de 1992, os resultados sonoros tinham sido inquestionáveis, e a influência que Hetfield teve nisso compõe parte significativa deste trabalho. Além de reconhecer Hetfield como um guitarrista de habilidades de outro mundo, um vocalista de estatura colossal e um letrista e compositor muito subestimado, o livro também tem outro propósito que não apenas inserir o homem no panteão dos grandes e influentes músicos de rock. Ele também almeja comprovar que James Hetfield é realmente uma pessoa mais sensível e atenciosa do que a persona pública que tem sido projetada ao longo dos anos. Conhecemos bem a imagem do homem hirsuto e beberrão, que gosta de caçar e de hot rods, mas ele não é só isso. Aqui nós tentamos entender, desmistificar e até humanizar uma lenda do rock que durante a maior parte da carreira permaneceu impenetrável... se você não é um fã da música dele, espero que goste deste livro em um nível puramente humano. Você pode até mesmo, como resultado, se pegar sendo sugado para dentro do arrebatador mundo do Metallica, e neste caso a semente terá sido plantada e meu trabalho, feito. Foi simplesmente maravilhoso receber um suporte incondicional e generoso de tantas pessoas importantes – dentro do contexto deste livro, pelo menos –, a maioria das quais nunca encontrei em carne e osso. Sem tudo isso, esta biografia teria saído menos brutal e provavelmente sequer existiria. O heavy metal é verdadeiramente uma comunidade muito unida, em que a atitude de tratar as pessoas com respeito – um valor das antigas, talvez – resiste até hoje. Lembre-se, era uma época anterior à internet e aos telefones celulares. Informações sobre bandas impressionantes da Bay Area e shows memoráveis eram transmitidas a Los Angeles e outras áreas quase sempre via cartas entre amigos com interesses pessoais similares. Uma parte desses camaradas está aqui neste livro por esse motivo – alguns comentando acontecimentos pela primeira vez – e foi uma honra ter participado do mundo deles, mesmo que por uma pequena parte da minha vida. Uma conversa com Joel McIver em 2005, creio eu, representa o início desta jornada. Havia acabado de ler o seu excelente Justice for all: The 11


Truth About Metallica (se você ainda não leu, faça isso imediatamente, mas depois de ter terminado de ler este aqui, é claro), e ele tinha cometido o equívoco de colocar nele o seu e-mail... A partir de então, mensagens esporádicas foram trocadas ao longo dos dois anos seguintes, a maioria sobre o Metallica, mas também sobre assuntos mais normais. Sem Joel – e ele sabe por que – eu não teria escrito este livro e serei sempre grato por isso. Sinceras saudações, parceiro. Sobre os outros que ajudaram, segue uma lista que não está organizada em ordem alguma, e eles são todos importantes: Martin Roach and Dave Hanley, da Independent Music Press, Chuck Billy (Testament), pelo prefácio, Ron Quintana, Brian Slagel (Metal Blade), Bill Hale, Brian Lew, Ron McGovney, Mike Tacci, Eric Braverman, Fred Cotton, David Ellefson, Charlie Benante (Anthrax), Bob Nalbandian (Hardradio), Jerry Cantrell (Alice In Chains), Brian Fair (Shadows Fall), Malcolm Dome (Total Rock Radio), Eric Braverman, David Tedder, Katon de Pena (Hirax), John Doran and Luke Turner (The Quietus), Alex Skolnick (Testament, Trans Siberian Orchestra, e The Alex Skolnick Trio), Dave Marrs, Hugh Tanner, John Kornarens, Michael Alago, Flemming Rasmussen, Lloyd Grant, Mille Petrozza (Kreator), Lonn Friend, Bobby Schneider, Dan Beehler (Exciter, Beehler), Jeff Waters (Annihilator), Michael Wagener, Sammy DeJohn, Jim Durkin (Dark Angel), Rex Brown (Pantera, Down), Rikki Zazula (Adrenaline PR), James Arnold and Jonny Zazula. Na esfera pessoal, as pessoas a seguir me deram inestimável apoio: Yvonne Modu, Mum, Richard e Michele, Andrew Eglinton, Jack Eglinton, Al Rutherford, Ren Rhodes, Seth Chappell, e minha crescente lista de amigos no Facebook, sem os quais eu teria gastado pelo menos metade do tempo para concluir este projeto! Mark Eglinton Essex, Inglaterra, 2010

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