“O ateu moderno pensa que sabe que Deus está morto; o que ele não sabe é que, inconscientemente, ele continua acreditando em Deus. O que caracteriza a modernidade não é mais a figura-padrão do crente que nutre em segredo dúvidas íntimas sobre sua crença e se envolve em fantasias transgressoras. O que temos hoje é um sujeito que se apresenta como hedonista tolerante dedicado à busca da felicidade, mas cujo inconsciente é o lugar das proibições – o que está reprimido não são desejos ou prazeres ilícitos, mas as próprias proibições. ‘Se Deus não existir, então tudo é permitido’ significa que quanto mais você se percebe como ateu, mais seu inconsciente é dominado por proibições que sabotam seu gozo.”
BORIS GUNJEVIĆ é doutor em Teologia, pastor da Igreja Evangélica Luterana da Croácia e professor de Liturgia e de História da Filosofia. Desde 1997, leciona em várias escolas e faculdades de Teologia na Croácia e no exterior, e tem participado de numerosos debates e simpósios. Entre as disciplinas que leciona, estão Teologia Sistemática, Teologia Radical e História da Filosofia. Vive em Zagreb, na Croácia. O TRADUTOR: Rogério Bettoni é filósofo, educador e tradutor. Formou-se em Filosofia pela UFSJ e se especializou em Tradução pela UFMG. Trabalha como tradutor profissional nas áreas de Humanas, Artes e Literatura, e pesquisa as interseções entre hermenêutica e teoria da tradução. Já traduziu pensadores como David Graeber, István Mészáros, Nigel Warburton, Raymond Williams e Slavoj Žižek, e escritores como Agatha Christie, David Baldacci, Neil McCormick, Lars Husum e Katherine Mansfield.
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FILOMARGENS
SLAVOJ ŽIŽEK • BORIS GUNJEVIĆ O sofrimento de Deus Inversões do Apocalipse
SLAVOJ ŽIŽEK é filósofo e crítico cultural. Ganhou notoriedade internacional por empregar conceitos da psicanálise lacaniana para compreender a contemporaneidade. Doutor em Filosofia e em Psicanálise, fundou a Sociedade de Psicanálise Teórica da Liubliana, na Eslovênia, e leciona em diversas universidades do mundo. Polêmico e inovador, já foi chamado, não sem alguma razão, de “o filósofo mais perigoso da atualidade”. Seu livro O amor impiedoso (ou: Sobre a crença) ganhou sua edição em português pela Autêntica Editora (2. ed., 2013).
SLAVOJ
ŽIŽEK GUNJEVIĆ BORIS
O sofrimento de Deus
Inversões do Apocalipse
ISBN 978-85-8217-463-0
9 788582 174630
www.autenticaeditora.com.br
Tradução Rogério Bettoni
ESTE LIVRO É INTERESSANTE POR 95 RAZÕES. 1) O FILÓSOFO DIZ QUE DEUS ESTÁ SOFRENDO. 2) O TEÓLOGO DEFENDE QUE SANTO AGOSTINHO PODE NOS AJUDAR A SAIR DO CAPITALISMO. 3) O FILÓSOFO SUGERE QUE ADOTAR UMA POSIÇÃO APOCALÍPTICA É “A ÚNICA MANEIRA DE MANTER A CABEÇA FRIA”. 4) O TEÓLOGO NOS MOSTRA COMO A TEOLOGIA É NECESSÁRIA PARA A REVOLUÇÃO.
O sofrimento de Deus: inversões do Apocalipse é uma análise e uma reconstrução brilhante dos três maiores sistemas de crença da atualidade. Um debate entre Slavoj Žižek, um dos intelectuais mais articulados do mundo, e o filósofo croata Boris Gunjević, teólogo radical. Em seis capítulos que descrevem o cristianismo, o islã e o judaísmo usando as ferramentas da análise hegeliana e lacaniana, o livro mostra como cada sistema religioso entende a humanidade e a divindade, e como as diferenças entre eles podem ser muito mais estranhas do que parecem à primeira vista. Os debatedores nos oferecem uma investigação crítica, não um texto religioso. Com uma dedicação contagiosa e uma genialidade para realizar conexões improváveis, Žižek põe em xeque o suposto ateísmo ocidental e contempla a ideia desconcertante de um Todo-Poderoso que tanto sofre quanto ora. Partindo das artimanhas de Žižek e apresentando outras, Gunjević faz a convocação revolucionária de uma teologia que enfraqueça a astuciosa “escravização do desejo” do mundo capitalista. Com exemplos marcantes e uma lógica afiada, Žižek e Gunjević evocam pensadores que vão de Agostinho a Lacan, e discussões que incluem a dualidade entre ética cristã e pagã, a “luta de classes” subentendida na leitura do Alcorão e o papel do gênero no islã. Juntos, eles confirmam e analisam a fé no século XX, abalando as estruturas das tradições abraâmicas.
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