Rick Bloco e a ameaça da Peça Ônix

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RICK BLOCO E A AMEAÇA DA PEÇA ÔNIX UMA AVENTURA NÃO OFICIAL

DO UNIVERSO LEGO

UMA AMEAÇA paira sobre Porto dos Blocos. Parte da população está se tornando zumbi, e uma torre escura parece estar no meio de todos os problemas. Logo, cabe ao jovem arquiteto Rick encontrar a misteriosa peça capaz de deter um vilão disposto a tudo para destruir a cidade. Uma aventura que leva nosso herói até os perigos mais incríveis, seja numa floresta da era dos dinossauros, no Antigo Egito ou no espaço sideral. Rick Bloco e seus amigos estão prontos para o que der e vier.

ISBN 978-85-8286-261-2

9 788582

862612 WWW.EDITORANEMO.COM.BR

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RICK BLOCO E A AMEAÇA DA PEÇA ÔNIX

TAMONY HALL é autora e editora de livros infantojuvenis. É mestre em redação criativa e literatura. Já trabalhou com autores premiados em editoras como HarperCollins, Disney Hyperion e Houghton Mifflin Harcourt. Mora com a família no Brooklyn, em Nova York.

TAMONY HALL

Esse é o ponto de partida para que o pacato Rick se encontre no meio de uma aventura eletrizante que vai levá-lo à era dos dinossauros, ao Antigo Egito e até mesmo à Lua. Com a ajuda de Rita, sua sócia, e de um simpático braquiossauro chamado Faísca II, Rick precisa descobrir como deter a Peça Ônix e impedir que todos os cidadãos de Porto dos Blocos se tornem zumbis grunhidores.

Porto dos Blocos já foi uma grande cidade, com peças coloridas e ruas cheias de esperança. Contudo, as coisas mudaram: os prédios estão caindo aos pedaços, ninguém quer mais construir por ali, e a prefeita não parece interessada em mudar essa realidade. Rick Bloco, um jovem arquiteto, se lembra com saudades dos tempos de glória de Porto dos Blocos e sonha com o dia em que tudo voltará ao normal. Sua chance de mudança surge na figura do Dr. Dobrão, um bilionário cheio de segredos que afirma ter um plano para salvar a cidade com a construção de uma gigantesca e sombria torre. O que ninguém sabe é que o Dr. Dobrão pretende usar a misteriosa Peça Ônix para controlar todas as pessoas e criar seu exército pessoal de zumbis.



Tamony Hall

RICK BLOCO E A AMEAÇA DA PEÇA ÔNIX uma aventura não oficial do universo

Tradução de Rodrigo Seabra

LEGO


Copyright © 2015 Skyhorse Publishing, Inc. Publicado mediante acordo com Skyhorse Publishing Inc. Copyright © 2015 Editora Nemo Título original: Rick Brick and the Quest to Save Brickport – An Unofficial LEGO Novel Todos os direitos reservados à Editora Nemo. Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida, seja por meios mecânicos, eletrônicos, seja via cópia xerográfica, sem a autorização prévia da Editora. gerente editorial

revisão

Arnaud Vin

Renata Silveira

editores assistentes

capa

Carol Christo Eduardo Soares

Gretchen Schuyler (sobre ilustração de Matt Armstrong)

preparação

adaptação da capa e diagramação

Jim Anotsu

Carol Oliveira

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) Hall, Tamony Rick Bloco e a ameaça da Peça Ônix : uma aventura não oficial do universo LEGO / Tamony Hall tradução de Rodrigo Seabra. -- 1. ed. -- São Paulo : Nemo, 2015. Título original: Rick Brick and the quest to save Brickport : an unofficial LEGO novel ISBN 978-85-8286-261-2 1. Aventuras e aventureiros 2. Ficção - Literatura infantojuvenil 3. Ficção - Literatura juvenil I. Título. 15-08007

CDD-028.5

Índices para catálogo sistemático: 1. Aventuras : Ficção : Literatura infantojuvenil 028.5 2. Aventuras : Ficção : Literatura juvenil 028.5 A NEMO É UMA EDITORA DO GRUPO AUTÊNTICA

São Paulo Av. Paulista, 2.073, Conjunto Nacional, Horsa I, 23Wº andar, Conj. 2301 Cerqueira César . 01311-940 São Paulo . SP Tel.: (55 11) 3034 4468 Televendas: 0800 283 13 22 www.editoranemo.com.br

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CAPÍTULO UM

PROBLEMAS EM PORTO DOS BLOCOS

R

ick observou a roda gigante girando acima dele, com o ponto mais alto do brinquedo a se projetar sobre a água, oferecendo uma bela vista do mar aberto, justamente como ele tinha planejado. Podia ouvir os gritos entusiasmados dos passageiros enquanto montava os últimos bloquinhos coloridos do mosaico no qual estava trabalhando bem debaixo de seus pés. “Ótimo trabalho, Rick”, disse a prefeita. 7


Ele olhou para cima e viu o sorriso dela. Foi então que, do nada, uma sirene começou a tocar. Não era uma sirene. Parecia uma corneta ou um caminhão enorme dando ré. Na verdade, quanto mais Rick prestava atenção, mais percebia que aquilo soava exatamente como... seu rádio relógio. Rick rolou para a beirada de sua larga cama de bloquinhos e se estabacou de cara no piso de encaixes salientes. Tinha sido apenas um sonho adorável. Se Rick não tivesse caído da cama, poderia ter ficado o dia todo em seu mundo dos sonhos perfeito. Por isso, sentiu-se tentado a permanecer deitado ali no chão. Quando finalmente conseguiu ficar de pé, tropeçou em sua maleta no caminho até o banheiro. A escova de dentes estava pendurada no armário sobre a pia, e, quando foi tirá-la, acabou derrubando sua lâmina de barbear favorita dentro do vaso. Por sorte, aquele barbeador não era tão útil para Rick. Seu rosto era liso e reluzente o tempo inteiro, fizesse ele a barba ou não. Escovou os dentes com vontade. A expressão em seu rosto talvez fosse vivaz como sempre, mas seu humor não estava lá muito bom. Naquele dia, tinha uma reunião agendada com Rita, sua sócia, e não 8


se sentia nem um pouco animado a comparecer. Os negócios iam mal na empreiteira Blocos & Peças, empresa da qual ele e Rita eram donos. A cidade de Porto dos Blocos estava praticamente falida, e ninguém queria construir por ali. Com um suspiro, Rick usou a manga do pijama para limpar o resto de creme dental da boca e voltou ao quarto para se vestir. Calçar os sapatos demorou bem mais do que o normal; ele simplesmente não conseguia encaixá-los. Rick já estava de saída quando percebeu que havia prendido sua camisa ao contrário. Pelo menos seu cabelo estava legal naquele dia, mas todo dia era “dia de cabelo bom” em Porto dos Blocos. Mesmo quando tudo estivesse indo por água abaixo, ele poderia sempre contar com o fato de que seu cabelo estaria perfeito. Outro suspiro, e Rick se dirigiu à porta com sua maleta em mãos. Foi caminhando pela Rua Pino rumo à Avenida do Rotor. Assim que virou a esquina, tropeçou na beira de uma calçada feita com uma grande peça em formato de plataforma e deslizou de barriga por uns dois metros. “Maldita calçada!”, gritou para ninguém em particular. 9


Quase todo dia, Rick tropeçava em algum ponto durante sua caminhada para o trabalho. As pecinhas cinza sem encaixe e os acabamentos lisos que formavam as calçadas em Porto dos Blocos nunca casavam perfeitamente bem. Algumas nem mesmo ficavam encaixadas em outras peças. Um passo em falso podia lançar uma peça até o outro lado da rua. Aliás, muitos dos encaixes das calçadas estavam completamente gastos. Isso fazia com que os morros ficassem ainda mais difíceis de subir. Os prédios que se enfileiravam junto às calçadas não estavam em condições melhores. A maior parte nem podia ser chamada de prédio: ou tinha desmoronado totalmente ou sido desmantelada a ponto de sobrar mais espaço vazio do que construção. Peças de dois por dois e dois por quatro tinham sido arrancadas do meio das paredes. Faltavam peças de cantos em muitos dos prédios. Até mesmo as estruturas que permaneciam de pé eram deprimentes de se ver. Muitas tinham sido erguidas depressa demais em prol do lucro rápido e agora repousavam lá, vazias. Peças de formatos estranhos vindas de conjuntos diferentes, encaixadas umas nas outras sem qualquer critério, e nenhuma das cores combinava. Tudo estava 10


aos poucos sendo destruído. Rick se perguntava se algum dia sairia de casa para encontrar algo além de pilhas de peças estranhas e inúteis. Pensar naquilo o entristecia. Gostava de acreditar que a maioria das peças tinha uma função, que havia um lugarzinho para cada peça que existia. Rick se virou na direção da baía. O trajeto era um pouco mais demorado, mas ele gostava mais daquele caminho. As embarcações ainda atracavam no porto, muito embora já não fossem tantas quanto antes. E não havia mais tantos barcos de passeio quanto ele já vira um dia: tinham partido para mares mais azuis. Os parques estavam cobertos de lixo e aparelhos quebrados, mas ainda havia plataformas verdes aqui e ali em alguns cantos, e até ajuntamentos de flores e plantas que alguns moradores tinham encaixado por lá para alegrar um pouco as coisas – e sem nenhuma ajuda da cidade. Ainda havia esperança, se você estivesse disposto a procurar por ela. Era difícil para Rick simplesmente desistir de Porto dos Blocos. Aquele sempre tinha sido seu lar, e ele amava aquele lugar. Rick virou à direita e se dirigiu à Starblocos. Havia uma confusão qualquer na porta. Três jovens 11


provocavam um senhor mais velho, desarrumado, que usava um casaco surrado e um quepe de capitão. “Chapéu bonito, capi. Quanto você quer por ele?”, disse o sujeito mais alto do grupo. “Nada? Beleza!”, ele segurou o quepe no ar, acima do homem, que não conseguia alcançá-lo. “Ei! Ei! Deixa ele em paz!”, Rick gritou de longe. Tentou fazer uma voz tão intimidadora quanto possível. Os rapazes se viraram para ele como que chocados. “Ah, então você quer o chapeuzinho, Sr. Valentão?”, disse o líder do bando. “Pega!” Rick estendeu os dois braços e deixou cair sua maleta. “Vai ser uma boa troca”, disse o menor dos três. Aí agarrou a maleta e saiu em disparada. Os amigos o seguiram. Rick nem se importou em correr atrás. “Ah, pra quê, afinal...?”, disse. Entregou o quepe ao senhor. “Aqui, Stan. Nem consigo imaginar você sem isso.” Stan era um velho amigo. Rick geralmente o encontrava umas duas vezes por semana, e parava para conversar e tomar um café com ele. O velhinho 12


se parecia bastante com a própria Porto dos Blocos. Seus sapatos eram gastos e o casaco, esfarrapado, mas, por detrás daquele exterior desleixado, havia uma história diferente. Rick gostava de conversar com Stan porque ambos haviam conhecido a velha Porto dos Blocos. Como Rick, Stan também nutria esperanças de que um dia a cidade retornaria à sua antiga glória. Mas tal esperança ia se apagando a cada pecinha que eles viam faltando em volta. “Posso te pagar um café?”, Rick perguntou. “Oh, muito agradecido, Rick. É muita gentileza sua”, Stan respondeu. Ambos sempre diziam as mesmas coisas quando se encontravam. E então conversavam sobre as últimas notícias e sobre a situação de Porto dos Blocos. Em geral, Rick fazia o papel do animador de torcida, disposto a conversar sobre grandes ideias. Mas aquela vinha sendo a pior manhã em uma longa sequência de manhãs ruins, e Rick não estava disposto a ter uma conversa edificante. “Não ouço falar muito da prefeita ultimamente”, Stan disse. “Ah, ela é como qualquer outro político safado”, Rick respondeu. “‘Cidade dos Sonhos’, que nada. Ela 13


nunca teve intenção nenhuma de construir aquele tal centro comunitário.” “Rick? Esse jeito de falar não combina com você”, falou Stan. “Me desculpa, Stan, não estou muito bem hoje”, Rick respondeu. Deu um longo suspiro. “Alguma coisa te incomodando? Desembucha”, Stan disse. “Rita e eu vamos nos reunir agora de manhã para discutir as coisas da empresa. A gente vem evitando falar disso, mas acho que precisamos encarar a situação. Vamos ter de fechar a Blocos & Peças.” “Essa realmente é uma notícia ruim... Sinto muito por isso”, lamentou Stan. “Obrigado, Stan”, Rick disse. “É uma decisão difícil, mas não temos tido muito trabalho há algum tempo. Ninguém se importa com Porto dos Blocos... a não ser a gente, claro.” “Tem alguma coisa que eu possa fazer?”, Stan perguntou. “Acho que não, Stan. Apenas continue tomando café comigo... e me lembrando das coisas boas de Porto dos Blocos.” “Com prazer.” 14


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