Ruina e ascensão

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T R I LO G I A G R I S H A – V O L . 3

A conjuradora do sol vive

Leigh Bardugo


A Ilha Errante

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Enseada de Reb

Mar Real

Enseada de Eames Porto Shrift

Cabo de Eames

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LEIGH BARDUGO

A conjuradora do sol vive Trilogia Grisha Vol. 3 Tradução: Eric

Novello


Copyright © 2014 Leigh Bardugo Copyright © 2015 Editora Gutenberg Título original: Ruin and rising Todos os direitos reservados pela Editora Gutenberg. Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida, seja por meios mecânicos, eletrônicos, seja cópia xerográfica, sem autorização prévia da Editora. PUBLISHER

REVISÃO

Alessandra J. Gelman Ruiz

Patrícia Sotello

EDITORA

CAPA

Silvia Tocci Masini

Alberto Bittencourt

ASSISTENTES EDITORIAIS

DIAGRAMAÇÃO

Felipe Castilho Carol Christo

Christiane Morais

ESTAGIÁRIA

Andresa Vidal Branco Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil

Bardugo, Leigh Ruína e ascensão : a conjuradora do sol vive / Leigh Bardugo ; tradução Eric Novello. -- 1. ed. -- Belo Horizonte : Editora Gutenberg, 2015. (Trilogia Grisha; 3) Título original: Ruin and rising ISBN 978-85-8235-233-5 1. Ficção norte-americana I. Título. II. Série 14-13308

CDD-813 Índices para catálogo sistemático: 1. Ficção : Literatura norte-americana 813

A GUTENBERG É UMA EDITORA DO GRUPO AUTÊNTICA

São Paulo Av. Paulista, 2.073, Conjunto Nacional, Horsa I, 23º andar, Conj. 2301 Cerqueira César . 01311-940 São Paulo . SP Tel.: (55 11) 3034 4468 Televendas: 0800 283 13 22 www.editoragutenberg.com.br

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Para meu pai Harve. Às vezes, nossos heróis acabam não sobrevivendo.


Alguns anos atrás, comecei uma jornada para o desconhecido com uma garota que ainda não tinha nem nome. Tive sorte de ter pessoas maravilhosas me apoiando e torcendo ao longo de todo o percurso. Equipe das ciências (!) A parte curiosa sobre o truque da Alina de curvar a luz é que, na verdade, é uma das coisas que mais faz sentido científico nestes livros. No mundo real, chama-se “tecnologia de manto da invisibilidade” (o que me faz feliz em diversos aspectos). Procure no Google e prepare-se para ser surpreendido. Peter Bribring sugeriu-a para mim, e Tomikyana tem esse nome graças à sua filha, Iris Tommiko. Harper Seiko: prometo usar seu nome no próximo livro. Eu também devo agradecimentos à esposa de Peter, Michelle Chihara, que é uma grande amiga e excelente escritora. Quando a Trilogia Grisha foi vendida para Henry Holt, eu dancei em sua cozinha. Isso não é um eufemismo. Muito obrigada a John Williams pela centelha que levou ao lençol acústico. Equipe das palavras Noa Wheeler e eu discutimos títulos e nos aproximamos graças aos livros e conspiramos com bolinhos. Obrigada por tornar o trabalho difícil tão divertido. Muito obrigada também


a Jon Yaged, Jean Feiwel, Laura Godwin, Angus Killick, Elizabeth Fithian, Lucy del Priore, April Ward, Rich Deas, Allison Verost, à incansavelmente paciente Molly Brouillette, à incrível Ksenia Winnicki e à Caitlin Sweeny, que se esforçaram tanto para promover a trilogia na internet. Eu também queria dizer um obrigado especial a Veronica Roth, John Picacio, Michael Scott, Lauren DeStefano e a Rick Riordan, que foram muito gentis comigo e com esses livros. Equipe da Agência Literária New Leaf Joanna Volpe, obrigada por ser uma agente brilhante, uma amiga incrível e por me dar um susto e tanto em um quarto de hotel em Belfast. Obrigada a Kathleen Ortiz, por levar a Trilogia Grisha para o cenário internacional e por aguentar minhas exigências absurdas quanto a contratos e planos de viagem; a Pouya Shabazian, por rir de minhas piadas bobas e por me ajudar a navegar nas florestas de Hollywood; e à Danielle Barthel e à Jaida Temperly, por defenderem as trincheiras com graça e bom humor. Equipe das moças incríveis Morgan Fahey tem sido uma leitora incrível que me faz companhia em chats de madrugada e em e-mails hilários. Obrigada por tirar a Leighyore de muitos precipícios. Sarah Mesle me ajudou a atravessar muitos problemas de trama, e nunca esquecerei de nosso chat de bunker na véspera de ano-novo: SkyMall! Kayte Ghaffar, também conhecida como Imperatriz da Elegância, Fabricadora-Mestre e Espertinha: eu não sei o que teria feito sem você como conspiradora e confidente. Muito obrigada a Cindy Pon, Marie Rutkoski, Robin Wasserman, Amie Kaufman, Jennifer Rush, Sarah Rees Brennan, Cassandra Clare e Marie Lu pelos incentivos, fofocas e inspiração. Obrigada também a Emmy Laybourne, Jessica Brody e Anna Banks; parece que estivemos juntas em um acampamento de verão ou talvez em uma guerra, e eu adorei cada momento. Um agradecimento especial a Holly


Black, que me destruiu e reconstruiu durante um único passeio de táxi. Ela tem poderes, pessoal. Acreditem em mim. Equipe de Los Angeles Amor e gratidão a Ray Tejada, Austin Wilkin e Rachel Tejada, da Ocular Curiosity (também conhecidos como a Liga da Diversão Infinita!). David e Erin Peteron são meu casal poderoso favorito; obrigada por serem tão generosos com seu talento e tempo. Rachael Martin faz uma ótima bola de ameixas, e Robyn Bacon é a mulher em quem confiar quando se trata de JUSTIÇA. Jimmy Freeman me mimou com gentileza, incentivo e hospitalidade. Gretchen McNeil é uma colega de quarto de convenção incrível, e Marianne é repleta de bons conselhos. Muito obrigada a Dan Braun, Brandon Harvey, Liz Hamilton, Josh Kamensky, Heather Joy e à pequena Phoebe, Aaron Wilson e Laura Recchi, Michael Pessah, à incrivelmente poderosa Christina Strain, a Romi Cortier, Tracey Taylor, Lauren Messiah, Mel Caine, Mike DiMartino e a Kurt Mattila, que me viciou em quadrinhos de novo. Brad Farwell, você não mora em Los Angeles, mas não se encaixava em nenhuma das outras categorias. Bastardo. Equipe dos incentivadores do livro Muito obrigada aos bibliotecários, professores, blogueiros e vendedores de livro que ajudaram meus livros a encontrar seus leitores. E, como sempre, muito amor à Brotherhood without Banners, que me recepcionou em um dos grupos de fãs mais generosos e entusiasmados que existem. Eles também organizam excelentes festas. Equipe do Tumblr Algumas pessoas apoiaram a Trilogia Grisha desde o início e merecem meus agradecimentos: Irene Koh, que mudou a forma como vejo meus próprios personagens; Kira, aka eventhepartofyouthatlovedhim, que blogou desde o começo e frequentemente; as incríveis damas do Exército Grisha; Emily Pursel, Laura


Maldonado, Elena def Novelsounds, Laura e Kyra e Madeleine Michaud, que escrevem as melhores perguntas. Há tantos outros de vocês que criaram imagens ou mashups, arte e ficção, que conversaram comigo e me inspiraram, e me mantiveram no caminho certo. Obrigada por tornarem essa jornada mais mágica. Equipe da família Christine, Sam, Ryan, Emily: eu amo vocês. Shem, você é um artista incrível e a melhor companhia para visitar Nova York. E, finalmente, todo o meu amor e agradecimento a minha adorável e incrível mãe, que chorou nas horas certas e aprendeu a falar narval fluente.


OS GRISHAS

Soldados do Segundo Exército
 Mestres da Pequena Ciência

(a ordem dos vivos e dos mortos) Sangradores
 Curandeiros

(a ordem dos conjuradores) Aeros Infernais Hidros

(a ordem dos fabricadores) Durastes Alquimistas

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A

N

TE S

O nome do monstro

era Izumrud, o grande verme. Alguns diziam que ele era o responsável pelos túneis que corriam sob Ravka. Doente de fome, ele comia lodo e cascalho, cavando cada vez mais fundo na terra, procurando por algo para satisfazer seu apetite, até que um dia foi longe demais e se perdeu na escuridão. Essa era apenas uma história, mas na Catedral Branca as pessoas tomavam cuidado para não se afastar demais das passagens que contornavam as cavernas principais. Estranhos sons ecoavam pela rede sombria de túneis, gemidos e estrondos inexplicáveis. Os intervalos gelados de silêncio eram quebrados por sibilos baixos, que podiam não ser nada ou podiam ser o movimento sinuoso de um corpo longo, serpenteando perto de uma passagem próxima em busca de uma presa. Nesses momentos, era fácil acreditar que o Izumrud ainda vivia em algum lugar, esperando para ser acordado pelo chamado de heróis, sonhando com a ótima refeição que teria se ao menos alguma criança desafortunada caminhasse para dentro de sua boca. Um monstro como esse repousa, mas não morre. O garoto contou essa e outras histórias para a menina, além de todas as novas histórias que ele conseguiu reunir, nos primeiros 15


dias quando ainda permitiam que se aproximasse dela. Ele se sentava ao lado dela na cama, tentando fazê-la comer, ouvindo o assovio dolorido de seus pulmões, e ele contaria a história de um rio, domado por um poderoso Hidro e treinado para mergulhar pelas camadas de rocha, procurando uma moeda mágica. Ele sussurrava sobre o pobre e amaldiçoado Pelyekin, que trabalhava durante milhares de anos com sua picareta mágica, deixando cavernas e passagens em seu despertar, uma criatura solitária em busca de nada além de distração, que acumulava ouro e joias que nunca pretendia gastar. Então, em uma manhã, o garoto chegou para descobrir que seu caminho até o quarto da menina estava protegido por homens armados. E quando se recusou a partir, eles o arrastaram acorrentado para além de sua porta. O sacerdote alertou o garoto de que a fé lhe traria paz e a obediência lhe manteria respirando. Trancada em sua cela sozinha, com nada além de uma goteira e da batida lenta de seu coração, a garota sabia que as histórias sobre Izumrud eram verdadeiras. Ela tinha sido engolida inteira, devorada, e na escoante barriga de alabastro da Catedral Branca somente a Santa permanecia.

A santa acordava a cada dia com o som de seu nome sendo cantado, e a cada dia seu exército crescia, aumentando em número com os famintos e desesperançados, com soldados feridos e crianças que mal tinham tamanho para segurar seus rifles. O sacerdote disse aos crentes que ela seria a Rainha um dia, e eles acreditaram nele. Mas eles se questionavam sobre sua misteriosa corte abalada: a Aeros de língua afiada e cabelos negros como o corvo, a Arruinada com seu manto negro e cicatrizes hediondas, o sábio pálido que desaparecia com seus livros e instrumentos estranhos. Esses eram os parcos remanescentes do Segundo Exército, companhia inadequada para uma Santa. 16


Poucos sabiam que ela estava acabada; que qualquer que fosse o poder que a tivesse abençoado, divino ou de outro tipo, ele tinha sumido, ou pelo menos ficado fora de alcance. Seus seguidores eram mantidos distantes para que não pudessem ver que seus olhos eram buracos escuros, e que sua respiração vinha em soluços assustados. Ela caminhava devagar, timidamente, com seus ossos quebradiços frágeis em seu corpo; aquela garota adoentada na qual todos depositavam suas esperanças. Na superfície, um novo Rei governava com seu exército de sombras, e ele ordenava que sua Conjuradora do Sol fosse devolvida. Ele lançou ameaças e ofereceu recompensas, mas a resposta que recebeu veio na forma de um desafio, de um foragido que o povo havia apelidado de Príncipe do Ar. Ele atacou ao longo da fronteira norte, bombardeando linhas de suprimento, forçando o Rei Sombra a reabrir comércio e viagens pela Dobra, com nada além de sorte e fogo dos Infernais para manter os monstros distantes. Alguns diziam que seu desafiante era um príncipe Lantsov. Outros falavam que ele era um rebelde fjerdano que se recusava a lutar ao lado de bruxas. Mas todos concordavam que ele devia ter seus próprios poderes. A Santa sacudiu as barras de sua jaula subterrânea. Essa era sua guerra, e ela exigia liberdade para lutá-la. O sacerdote se recusou. Mas ele se esqueceu de que antes de se tornar uma Grisha e uma Santa, ela tinha sido um fantasma de Keramzin. Ela e o garoto tinham guardado segredos como Pelyeking guardava tesouros. Eles sabiam como ser ladrões e fantasmas, como ocultar sua força, assim como ser ofensivos. Como os professores da propriedade do Duque, o sacerdote pensou conhecer a garota e saber do que ela era capaz. Ele estava errado. Ele não ouviu sua linguagem secreta, não entendeu a determinação do garoto. Ele não percebeu o momento em que a garota deixou de vestir sua fraqueza como um fardo e começou a vesti-la como um disfarce. 17


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