Estevão Ribeiro
E stevão R ibeiro
texto e ilustração
Copyright © 2024 Estevão Ribeiro
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edição geral
Sonia Junqueira
assistente editorial
Julia Sousa
revisão
Julia Sousa
Lorrany Silva
edição de arte
Diogo Droschi
diagramação
Arthur Carrião
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)
Ribeiro, Estevão
Sofia Marujo e a Escola de Piratas / Estevão Ribeiro ; [ilustração do autor]. -- 1. ed. -- Belo Horizonte, MG : Yellowfante, 2024. -- (Série Sofia Marujo, v. 1)
ISBN 978-65-6065-088-6
1. Aventuras - Literatura infantojuvenil 2. Diversidade - Literatura infantojuvenil 3. Piratas - Literatura infantojuvenil I. Título. II. Série.
24-219334
CDD-028.5
Índices para catálogo sistemático:
1. Literatura infantil 028.5
2. Literatura infantojuvenil 028.5
Tábata Alves da Silva - Bibliotecária - CRB-8/9253
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Vamos a BoRdo!
QuEm é quem no mundo dE Sofia maRujo e a Escola dE PiRataS!
Sofia maRujo frigidEiRa
é uma menina inteligente e dedicada de 10 anos que ajuda seus pais no restaurante da família e sonha em desbravar os sete mares como pirata. Quando um segredo de família é revelado, Sofia Marujo tira a sorte grande! Será que já é hora de realizar seu sonho? É o que saberemos aqui!
Geovanna maRujo & anGuS mão-dE-fRiGideira
são mãe e pai de Sofia e tocam o negócio da família, o Angu do Angus, conhecido como o pior restaurante da Ilha de Melba, onde moram com a pequena cozinheira que sonha em ser pirata. Guardam a sete chaves um segredo que vão revelar em nome da felicidade da filha!
BeRnardo melville
é um menino de 11 anos com um passado ligado ao mar. Sua família de escritores acredita que ele pode se curar do seu medo de mar e de sua hipocondria crônica, colocando-o em uma Escola de Piratas.
caPitão SaRdinha
SaRa coRtEz
é uma menina de 12 anos e cheia de maldade! Filha de um desbravador espanhol, não gosta de Sofia por causa de algo que aconteceu no passado — um mistério que vamos descobrir juntos nesta história!
é dono e diretor do navio Rainha-do-Mar, onde funciona a Escola de Piratas, e leva o ofício de pirata a sério. Seu fraco por sardinhas em conserva deixa seu hálito horrível, daí o apelido.
imEdiato toSca
é o invejoso e cruel assistente do Capitão Sardinha. Fiquem de olho nele!
é o papagaio do Capitão Sardinha, mas prefere a companhia do Imediato Tosca. Aí já viu, né?
CAPÍTULO 1
o SonHo de Sofia
A-hoy, tripulantes! Eu sou Okun, um ser místico que por muitos anos viveu como carranca de um navio muito importante, e vou contar uma história para vocês: a saga de Sofia Marujo
Frigideira, a menina que queria ser pirata! Essa história começou na Ilha de Melba, um pedaço de terra no mar do Caribe que qualquer errante que soubesse navegar podia chamar de lar. Mas se enganam ao pensar que Melba era um lugar para fracos: Melba era reduto de piratas malvados, comerciantes trapaceiros, caçadores de recompensas, fugitivos da Rainha... e um lugar onde prosperavam os piores restaurantes dos sete mares.
De todos os sofríveis lugares para encher a pança na ilha, o mais famoso era o Angu do Angus, chefiado pelo cozinheiro Angus
Mão-de-Frigideira e sua esposa, Geovanna Marujo.
O casal tinha uma filha, a pequena Sofia Marujo Frigideira, uma linda menina negra de 10 anos com cabelos vermelhos cacheados que ajudava no restaurante da família na época de férias.
– Sofia! Por favor, leve o Polvo na farofa para o cliente da mesa 18! – gritou Angus do balcão, despejando o conteúdo da sua mão-frigideira em um prato nas mãos da pequena ajudante.
– Yah, pai?! Tá certo isso?! – perguntou Sofia, apavorada.
– O que foi, menina?
– O polvo está se mexendo!
– É que o cliente pediu malpassado!
A especialidade de Angus era fazer comida para todos os tipos de seres – humanos e fantásticos – que visitavam a ilha, desde o mais sofisticado
membro da realeza inglesa a um porco com vestes de pirata. O difícil era conseguir saber quem era quem...
– Já falei que não temos Mão de pirata ao molho pardo, Senhor Tique-taque – respondeu Geovanna ao crocodilo que, depois de ter comido a mão do Capitão Gancho, não queria saber de outra iguaria.
Geovanna Marujo Frigideira era uma lindeza de um metro e setenta de altura, que cuidava da administração do restaurante e dos pedidos dos clientes com pulso firme e uma voz que intimidaria a mais brava das baleias. Com essas qualidades, quem ousaria roubar o caixa ou reclamar da comida de Angus?
Sofia gostava da vida que levava com seus pais, mas tinha um sonho que guardava a sete chaves, esperando a hora oportuna para falar com eles. O problema era que aquela era a última semana de férias, e, se ela não falasse naquele momento, talvez tivesse que esperar até as férias do meio do ano para contar.
No fim do dia, já em casa com a mãe, Sofia Marujo se mostrou inquieta, condição notada pelos olhos de condor e pela sabedoria de coruja de Geovanna Marujo. Ela acomodou a filha no quarto, em sua cama com colchão de feno e travesseiro de penas de gaivotas, de onde dava para olhar as paredes decoradas com imagens de vários piratas do passado – cartazes de PROCURADOS, para ser mais exato –, alguns muito bem-feitos e outros nem tanto.
O preferido de Sofia era o da Surdez Ruiva, a única mulher a receber o título de pirata que navegava pelos mares do Caribe.
O cartaz dela era o mais mal desenhado, mas isso tinha uma explicação. Segundo relatos, Surdez Ruiva era dona de uma voz que desnorteava seus inimigos e nunca foi pega. Quem tinha o desprazer de encontrá-la pelos sete mares não conseguia explicar muito bem como ela era, só se lembrava da imensa cabeleira vermelha e do grito amedrontador.
A coleção de cartazes de Sofia Marujo tinha raridades, um deles até estava assinado! Era o do Barba Grisalha, um pirata veterano que havia passado para a família o estabelecimento que virou o ganha-pão dos Marujo Frigideira, o Angu do Angus. Depois de dar um copo de água e fazer um cafuné na filha, Geovanna percebeu que o sorriso recebido era tímido demais para aquela garota tão elétrica. Havia uma coisinha ali incomodando a menina.
– O que passa pela sua cabecinha, Sofia?
– Nada não, mãe, deixa...
Sofia Marujo pensou em desistir, manter seu sonho adormecido, mas percebeu que havia chegado a hora de falar: – É que as aulas começam na semana que vem...
– Sim! Mais um ano na Escola Anjinhos da Ilha de Melba – respondeu Geovanna.
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