MANA NEYESTANI
MANA NEYESTANI
M
ana Neyestani nasceu em Teerã, em 1973. Formou-se arquiteto, mas começou sua carreira como desenhista, em 1990, trabalhando para diversos jornais e revistas culturais, literárias, econômicas e políticas. Tornou-se ilustrador graças à ascensão dos jornais reformistas iranianos em 1999, mas foi fichado como desenhista político e obrigado a fazer ilustrações apenas para crianças. O episódio narrado em Uma metamorfose iraniana , ocorrido em 2006, levou a sua detenção e posterior fuga do país. De 2007 a 2010, viveu exilado na Malásia, fazendo ilustrações para sites dissidentes iranianos. Depois da eleição fraudulenta de 2009, seu trabalho se tornou símbolo da desconfiança do povo do Irã. Vive atualmente em Paris, em residência artística na Cité Internationale des Arts, no quadro do programa internacional ICORN de apoio à liberdade de expressão.
ISBN 978-85-8286-161-5
WWW.EDITORANEMO.COM.BR
9 788582861615
O
pesadelo de Mana Neyestani começa em 2006, quando ele desenha uma conversa entre uma criança e uma barata no suplemento infantil de um jornal iraniano. O inseto utiliza uma palavra azeri, e os azeris, povo de origem turca do norte do Irã há muito oprimido pelo regime central, se sentem provocados. Para alguns deles, o desenho de Mana é o estopim que faz inflamar os ânimos e um excelente pretexto para desencadearem um levante. O regime de Teerã precisa de um bode expiatório, e Mana e o editor do jornal são detidos e mandados para a prisão 209, uma seção não oficial da prisão de Evin, sob a administração da VEVAK, o Ministério da Inteligência e da Segurança Nacional. Ao termo de três meses de detenção, Mana obtém alguns dias de liberdade provisória. É então que decide fugir com sua mulher. Comovente e perturbador, Uma metamorfose iraniana é um mergulho em apneia no sistema totalitário kafkiano instaurado pelo regime iraniano.