Stewart Lewis
VocĂŞ tem sete m e n s ag e n s romance
O primeiro amor pode acontecer do jeito que vocĂŞ menos espera
Stewart Lewis
Você tem sete mensagens Tradução de Claudio Blanc
O primeiro amor pode acontecer do jeito que você menos espera
Copyright © 2011 Stewart Lewis Copyright © 2011 Random House Children’s Books, um selo da Random House Inc. Copyright © 2013 Editora Gutenberg Título original: You Have Seven Messages Wait out, by Imogen Jennifer Jane Heap © 2009 Megaphonic Limited (NS). Todos os direitos administrados por Warner/Chappell Music Publishing Ltd. Usado com a permissão de Alfred Music Publishing CO, Inc. Todos os direitos reservados pela Editora Gutenberg. Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida, seja por meios mecânicos, eletrônicos, seja cópia xerográfica, sem autorização prévia da Editora. gerente editorial
Capa
Alessandra J. Gelman Ruiz
Diogo Droschi
produção editorial
DIAGRAMAÇÃO
Ab Aeterno Produção Editorial
Christiane Costa
TRADUÇÃO
REVISÃO
Claudio Blanc
Camile Mendrot Catia Pietro Aline Sobreira
PREPARAÇÃO de texto
Karina Danza Camile Mendrot
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil
Lewis, Stewart Você tem sete mensagens / Stewart Lewis ; tradução de Claudio Blanch. -- Belo Horizonte : Editora Gutenberg, 2013. Título original: You Have Seven Messages ISBN 978-85-8235-026-3 1. Ficção norte-americana I. Título. 13-00358
CDD-813 Índices para catálogo sistemático: 1. Ficção : Literatura norte-americana 813
editora Gutenberg Ltda. São Paulo Av. Paulista, 2.073, Conjunto Nacional, Horsa I, 23º andar, Conj. 2301 Cerqueira César . 01311-940 São Paulo . SP Tel.: (55 11) 3034 4468 Televendas: 0800 283 13 22 www.editoragutenberg.com.br
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Agradecimentos
Em primeiro lugar, gostaria de agradecer a Emma Specter, que foi a inspiração para Luna, personagem que, de certa forma, sinto que sempre conheci; além de sua musa na música, Imogen Heap, por sua poesia e sua sonoridade exuberante. A Amelia Greene, pelo olhar aguçado. A Jessica Potts Lahey e Amy Chamberlin, pela leitura antecipada e entusiasmada. A Jasmine Goguen, por me deixar abusar de seus conhecimentos. Aos meus queridos amigos e à minha família, que me inspiram e me apoiam. Aos Foehls, a Katrina van Pelt, Hilary Old, Bill Candiloros, Flavia Stanley, Mia e Jeff, Paul Bosko, Susan Holland, Jennifer Phelps Montgomery, Ryan Daniel, Russel Swanson, Martins Hyatt, Vicka Tinetti, Bradford Noble, Michael Aisner, Leslie Novak, Nick Difruscia, Linda Yellen, Manuela Noble. A Stephen McCauley, Christopher Schelling e Rebecca Barry, pelo auxílio e pela perspicácia incomparáveis. À minha habilidosa editora, Stephanie Elliot, pelo trabalho pesado. Ao meu agente, Mitchell Waters, por acreditar. À minha filha, Rowan, por seu grande coração. E, por último, a Steve Swenson, meu copiloto.
Capítulo 1
Um pouco sobre moi
Posso ter 14 anos, mas leio o New York Times. Não uso fivela de cabelo nem pinto meu celular com esmalte, muito menos sou louca por garotos. Não assino revistas teen ou qualquer outra publicação cheia de pôsteres de caras com o cabelo lambuzado de gel e lábios carnudos. E seja lá o que eu faça, não me chame de pré-adolescente. Essa palavra me faz sentir como se eu estivesse presa em um purgatório juvenil, no qual sou alimentada à força com bolinhos decorados com temas da Disney, enquanto assisto a intermináveis reprises de Hannah Montana. Essa fase já passou para mim. Aliás, quem inventou esse nome? Aposto que a pessoa que surgiu com o nome Hannah Montana ganha duzentos e cinquenta mil dólares por ano e tem um Lexus. Minha prima poderia inventar um nome melhor, e olha que ela só tem 5 anos e anda em um triciclo. Cresci em Manhattan, Nova York, na região oeste da ilha. Quando eu era muito pequena, pensava que o nosso motorista fosse meu pai. Ele me levava para a escola todos os dias, e sempre que os cadarços do meu tênis desamarravam, ele os amarrava novamente. Às vezes me deixava ouvir a rádio educativa enquanto conversava com os seguranças dos prédios. Parecia conhecer todos eles, uma sociedade secreta de homens de casaco preto que ficavam em pé em uma posição tão aprumada quanto a dos edifícios que protegiam. Mas, 13
claro, ele não era meu pai. Meu verdadeiro pai é um diretor de cinema que estava no auge da carreira quando nasci. Por isso ele nunca estava por perto. Estava sempre filmando em lugares como África, Japão, Austrália, Canadá. Hoje alguns críticos dizem que ele está ultrapassado, mas acho que o real motivo pelo qual as pessoas se tornam críticas de cinema é porque não conseguiram ser diretoras. Normalmente não me sinto famosa, mas fui à estreia de seu último filme (aquele que supostamente o deixou ultrapassado) e dois meses depois saiu uma foto nossa na Vanity Fair. Minha superentusiasmada professora de Inglês, a senhora Gray, recortou a foto e colou-a na lousa. No começo fiquei eletrizada, mas depois me senti estranha com isso. No final acabei surrupiando a foto após a aula, dobrando-a de forma que só meu pai aparecesse, com seu rosto brilhante, seu cabelo preto e aqueles óculos de aro fino que vivem escorregando pelo seu nariz. Ele é quem deveria ser reconhecido. Ele passou, literalmente, anos colocando atores, escritores, diretores de fotografia, editores, estúdios e locações em um grande liquidificador até seus filmes estarem prontos para serem servidos na telona. Tudo o que fiz naquela noite foi ficar ao seu lado e levar o papel em que estava escrito seu discurso. Meu irmão mais novo, Tile, era muito pequeno para ir à estreia com a gente ou sair em alguma foto. Quando minha mãe estava grávida dele, a única coisa que ajudava a passar o enjoo era se deitar no azulejo frio do banheiro de casa. Por isso seu nome é Tile, “azulejo” em inglês. Só que todos o chamam de Kyle, por engano. Quando fiz dez anos, meu tio, um professor que mora na Itália, me deu um livrinho de sonetos de Shakespeare, e às vezes leio meus poemas preferidos para Tile. Mesmo tendo só 10 anos de idade, ele finge entendê-los. Acho que ele gosta dos sons dos poemas. Tile é um bom ouvinte e quase sempre me deixa sozinha quando peço. Se um gênio mágico 14
me deixasse escolher qualquer irmão no mundo, ainda assim eu continuaria com Tile. Ele tem um cheiro gostoso e nunca fala de boca cheia. Também sabe guardar os meus segredos. Eis aqui um deles: sei que disse a você que não sou louca por garotos, principalmente porque garotos são sujos e imprevisíveis; porém há um carinha em quem estou de olho desde os meus 8 anos. Ele é muito limpo. Mora do outro lado da rua e nossos motoristas são amigos. Ele frequenta uma escola em algum lugar fora da cidade. Gosto de imaginar que é um local exótico, mas provavelmente é Westchester. Ele só falou dez palavras para mim em sete anos. Às vezes, quando leio os sonetos de Shakespeare, penso na sua cabeleira cacheada e no jeito como ele balança a mochila. Tu és para meus pensamentos o que o alimento é para a vida, Ou como as doces chuvas da primavera são para o solo. Ele é um ano mais velho que eu, e seu nome é Oliver. Ele anda com uma graça própria, quase como se flutuasse. Também toca violoncelo e é tão bom que, quando o escuto pela janela do meu quarto, os pelos do meu braço ficam arrepiados. Às vezes fico deitada na minha cama imaginando que a música foi composta só para mim e que ele está fazendo uma serenata. A música fica melhor quando você fecha os olhos.
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