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UMA VIDA DEDICADA AO MEIO AMBIENTE

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UNIVERSO FEMININO

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Silma Santa Maria, Geógrafa da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, com 45 anos de carreira, esteve sempre à frente de projetos em defesa do meio ambiente e da recuperação da natureza degradada.

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Professora de Geografia e Geógrafa pela UFRJ, pós-graduada em Engenharia Ambiental pela UFRJ, tem um currículo vasto e ampla experiência na área ambiental. Nos últimos 10 anos dedicou-se inteiramente à gestão do Parque Natural Municipal Mello Barreto (PNMMB) e ao projeto Corredor Verde do Mosaico Carioca.

Recentemente aposentada, ela se despede da sua função na SMAC e vai deixar saudade por onde passou. Aqui, na Península, ela sempre foi uma parceira presente e que contribuiu muito para preservação local.

REVISTA PENÍNSULA: A preservação ambiental é assunto sério para a ASSAPE. O conceito ambiental sempre permeou a Península desde a elaboração do seu projeto. E lá se vão mais de 30 anos São 800 metros quadrados de área, com apenas 8% de construção e fauna e flora ricas e cuidadas. Desempenhando o papel de fiscal da Fundação Parques e Jardins, como foi esse trabalho junto à equipe da Associação?

SILMA SANTA MARIA: A parceria sempre foi ótima! Fizemos trocas saudáveis de aprendizado pessoal e conhecimento. As equipes que nos acompanharam e acompanham ainda, são sempre abertas ao diálogo. Tivemos, especialmente com o Eduardo da Administração, um trabalho muito bom desde as vistorias iniciais, à conservação em si e, as equipes de manutenção do parque e as trilhas adotadas, o que permitiu recuperar e manter com o devido respeito esse belo e exemplar projeto paisagístico de Fernando Chacel, tanto nos parques da Península quanto no Parque Mello Barreto.

REVISTA PENÍNSULA: O condomínio é um oásis dentro de uma cidade cosmopolita e que apresenta uma grande área verde preservada. Esse tipo de ocupação urbana é uma saída para proteger as áreas verdes de uma grande cidade? Qual a sua opinião?

SILMA SANTA MARIA: Lidar com o ambiente natural e o construído é um desafio! Tanto para os profissionais como para os usuários. A crescente urbanização da cidade exige projetos, educação e fiscalização que preservem nossa natureza também para as próximas gerações! Águas, solos, ar, fauna e flora respeitadas serão sempre uma garantia para nossa qualidade de vida. A Península faz um belo trabalho de preservação ambiental e sem dúvida contribui para a ordenação do espaço urbano, que cada vez mais necessita do ambiente natural e recuperado. O próprio Mello Barreto é um exemplo de recuperação ambiental com a ecogênese - recuperação de ecossistemas degradados a partir da reinter- pretação do original com suas espécies nativas, hoje explodindo na multiplicação dessas espécies reintroduzidas no mimetismo da paisagem do projeto Chacel. Hoje multiplicam-se espontaneamente paus-brasil, ipês, algodoeiros nativos, espécies do manguezal, samambaias-do-brejo, aroeiras, bromeliáceas E, consequentes espécies da fauna na cadeia alimentar. Em breve, as águas estarão recuperadas. Afinal, toda sociedade tem a cidade que merece!

REVISTA PENÍNSULA: Por vários momentos, a despoluição do Complexo Lagunar veio à baila nos governos que se sucederam. No período que antecedeu as Olimpíadas de 2016, o tema foi presente na mídia de uma forma bem forte. Cientificamente falando, essa despoluição ainda é viável mesmo com um índice tão alto de poluição?

SILMA SANTA MARIA: Não sou especialista nessa área, mas exemplos existem Empresas de engenharia e conservação ambiental também, tanto públicas quanto privadas são competentes na cidade! E há o exercício da cidadania. Como cidadãos conscientes, decentes e organizados sabemos como cumprir e exigir a despoluição. Sujar menos também ajuda! Exigir e cumprir regras nas infraestruturas de água e esgoto como usuário e prestadores de serviços! Na educação, fiscalização, execução e punição, do gestor ao usuário final.

REVISTA PENÍNSULA: Quais os pontos você destaca como mais marcantes em sua carreira?

SILMA SANTA MARIA: Não sei escolher algo marcante. Fui criada para respeitar regras e pessoas, e trabalhar pelo bem-estar e felicidade da família e dos cidadãos em geral. Ou seja, do ambiente onde vivemos! Estudei sempre em escolas públicas, do primário ao mestrado Sempre tive em mente, como funcionária pública, que o meu trabalho era essencial para nosso bem-estar e que deveria fazer o melhor pela cidade onde nasci; que é preciso ajudar a conservar pelo presente e pelo futuro dos meus filhos, netos e das gerações a seguir. De uma certa forma, foi marcante devolver em trabalho o que me foi dado como conhecimento. E natureza é tudo: ar, água, flora, fauna O ambiente construído também, pois associado e respeitando o natural, garante nossa qualidade de vida

REVISTA PENÍNSULA: Alguma frustração, algo que gostaria de ter feito?

SILMA SANTA MARIA: Gostaria de poder combater mais efetivamente o lançamento irregular de esgoto em rios, canais e lagoas. E de fazer com que as pessoas e empresas compreendam que o lixo que produzem é delas! Que é preciso responsabilidade individual e coletiva.

REVISTA PENÍNSULA: Com a aposentadoria, pretende parar totalmente ou tem algum projeto guardado que deseja colocar em prática?

SILMA SANTA MARIA: Por enquanto, além de continuar a jogar tênis, cozinhar, tocar piano e ajudar a cuidar dos netos, quero ser voluntária do MB! Ando pensando em observar e estudar mais a relação dos insetos e animais domésticos em nosso entorno!

REVISTA PENÍNSULA: Qual mensagem gostaria de deixar para os moradores da Península?

SILMA SANTA MARIA: Obrigadíssima pela convivência, pelo aprendizado, pela responsabilidade com o meio ambiente e pelo carinho com o Parque Mello Barreto.

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