DeFato
Ao Leitor
Nada de desgosto
A
gosto, mês de desgosto”. Quantas vezes você já não ouviu essa frase por aí? Apesar da origem dessa crendice não ser clara, muita gente a repete por acreditar que essa época do ano é símbolo de mau agouro e de dias difíceis. Preparamos, então, uma edição para dizer exatamente o contrário. Agosto também pode ser mês de notícias boas. A começar pela capa desta edição, dedicada a um imponente empreendimento que iniciou atividades em Itabira. Fruto do esforço conjunto de empresários itabiranos, o Bristol Hotel é o primeiro administrado por uma grande rede na cidade. Um quatro estrelas que reúne luxo, conforto, comodidade, segurança e boa localização. Essa época do ano é ideal para quem quer viajar pagando menos. A baixa temporada vai de agora até novembro e, entre outras vantagens, permite ao turista encontrar os destinos mais vazios e os preços mais em conta. DeFato traz dicas de procedimentos e de roteiros, conta histórias e mostra personagens que sempre aproveitam esses meses para descansar e conhecer novos locais. Tem desgosto nisso? Outro destaque é a educação. A entrevista principal é com a itabirana Rejane Dias, fundadora e diretora do Grupo Editorial Autêntica, com sedes em Belo Horizonte, São Paulo e Rio de Janeiro. Ela fala sobre a importância da leitura e da situação do mercado de produção de livros. Em Itabira, a Fide comemora, mais uma vez, o sucesso no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Destacamos ainda o ensino da língua estrangeira, fator primordial para uma
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carreira bem sucedida hoje em dia. Se há quem ache que agosto é época de dias difíceis, tem gente que pensa diferente. Por isso, apresentamos empresários que celebram o sucesso de seus negócios e até ampliam os empreendimentos. Tem inaugurações, comemoração de aniversário e outras notícias prósperas. Brindes e poses felizes para fotos. A pluralidade é outra marca desta edição. Depois de muito tentar, conseguimos, finalmente, contar a história do misterioso castelinho do Centro Histórico de Itabira. O local pulula o imaginário dos habitantes da cidade e rende muitos causos, uns verdadeiros, outros nem tanto. Fizemos o que muita gente tem vontade de fazer: entramos lá e sentimos a energia do castelinho. O resultado é uma matéria bem legal e que já tem despertado curiosidade desde que a anunciamos via rede social. Também falaremos de saúde. Primeiro, em uma reportagem que deve ser lida com atenção por quem quer ser mãe. A discussão é sobre uma nova regulamentação que pretende aumentar o índice de partos normais e abaixar o de cirurgias cesarianas. Os argumentos favoráveis e contrários são interessantes e merecem análises. Depois, falamos sobre os alimentos detox, os queridinhos do momento e que caíram no gosto de muita gente. Eles realmente funcionam? A edição ainda tem esporte, notas de economia, política, gente e gerais, matérias de comportamento, galerias de fotos, flash sociais e colunas sobre assuntos diversos. A DeFato está plural e recheada. Com notícias boas, para espantar o desgosto e os dias difíceis.
Diretora Geral Kelly Eleto kelly@defatoonline.com.br Diretor Comercial Marcelo Eleto marcelo@defatoonline.com.br Chefe de Redação Sérgio Santiago sergio@defatoonline.com.br Editoria Rodrigo Andrade rodrigo@defatoonline.com.br Redação Renato Carvalho Tatiana Santos jornalismo@defatoonline.com.br Marketing/Eventos Bruno Rodrigues bruno@defatoonline.com.br Diagramação Pablo Carvalho arte@defatoonline.com.br Atendimento Cleise Martins atendimento@defatoonline.com.br Administrativo/Financeiro Aline Duarte financeiro@defatoonline.com.br Fundadores José Almeida Sana Marlete Moura Morais Sana DeFato é uma publicação mensal da Revista Itabira Ltda. Filiada ao Sindijori/Abrajori/MG Área de Circulação Centro-Leste, Centro-Nordeste, Médio Piracicaba, Jequitinhonha, Cidades Históricas e Turísticas e Grande BH Redação e Administração Av. Duque de Caxias, 240, loja 4 Esplanada da Estação, Itabira - MG (31) 3831-3656 DEFATOONLINE.COM.BR
Sumário
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Entrevista Rejane Dias
22
Aeroporto
30
Parto normal ou cesárea
Conceição Saúde
40
Capa
62
Dia dos Pais
48
Cidade
64
Perfil
56
Turismo
66
Feminino
Bristol Itabira Hotel
O castelinho misterioso Altas viagens em baixas temporadas
Um momento, infinitas histórias
Thalles Silva
Sucos Detox
Colunas
38
Márcio Labruna Empreendedorismo
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Daniel Lança Cidadania
80
Daniel de Castro Prosa
81
Janaina Depiné Elegante Sempre
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DeFato
Cartas
Capa Não importa quanto tempo, o importante é tirar da cabeça das pessoas e da economia da cidade, que só existe a Vale no mundo. Precisamos mudar, pois Itabira é uma cidade deliciosa, mas as pessoas precisam se preocupar mais umas com as outras, serem mais receptivos com os de fora. Mais simpáticos, e ter mais compaixão com a dor do próximo. Temos que trazer novas coisas e incluir todo mundo, não permanecer essa cidade separada, com essa desigualdade social gritante. Fabiana Mourato | Itabira
Julho 2015 Edição 271
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Parabéns pela reportagem, Rodrigo Andrade! Enquanto Itabira faz das mínimas possibilidades alternativas para a diversificação econômica, Parauapebas tem perdido todas as oportunidades de não ficar calada diante da crise e fazer dessa um eterno aprendizado social e financeiro, para além dos royalties – e apenas os royalties – que recebe como compensação financeira pela exploração de seus minérios. Quem sabe algum dia atinjamos o grau de sensatez de Itabira, ao menos no tocante à boa vontade de simplesmente tentar. Por enquanto, reina a esperança, que nunca morre. Parabéns também a Unifei! É bonita e brilhante a postura da instituição em fazer o município prosperar. André Santos | Marabá/PA Excelente reportagem! Demonstra pleno conhecimento do projeto desde o início. Não podemos esquecer que o município, além dos 63 milhões mencionados na reportagem, transferiu para a Unifei uma área onde seria um novo distrito industrial com toda infraestrutura para implantação de empresas, cujo valor hoje chega a alguns milhões de reais. Temos que fazer todo esforço possível para priorizar a construção de novos espaços necessários para que sejam transferidas as atividades do 1º prédio, projetado e construído para
abrigar a incubadora de base tecnológica da Unifei, que faz parte do parque tecnológico também inserido no projeto. Não podemos nos esquecer de reservarmos desde já, uma área para abrigarmos os projetos bem sucedidos na incubadora, bem como atrair empresas de base tecnológicas já graduadas ou consolidadas. Lembremos que, para isso, devemos ter quadros de funcionários elevados, nível técnico e financeiro, infraestrutura como aeroporto, boas estradas, bons hospitais que atendam planos de saúde. Lembrem-se que essa é a real alternativa econômica para o município após a implantação do projeto Unifei, que não pode ser retardado muito menos interrompido, bem como a busca de ações para que o município se estruture para receber tais projetos. Que cada um, no seu tempo e nas áreas de atuação, faça a sua parte. Assim nossos filhos e netos agradecerão. Raymundo Moreira | Itabira Remédio inteligente Uma nova Itabira surgindo! A Itabira do conhecimento, inovação tecnológica e científica! Há uma luz no meio do túnel! Silvio Lage | Itabira Que seja em Itabira também o berço das descobertas e do desenvolvimento científico. E principalmente, que sejam esses estudos desenvolvidos por pérolas da terra. Orgulho para Itabira e dra. Carla. Que a Unifei responda com transformações e conquistas para todos. Janaina Alves | Itabira Vai encarar? “Ótima reportagem. Mostra como a mulher tem se sobressaído mesmo com tantos preconceitos. Parabéns, DeFato!” Marta Horta | Itabira O futuro ainda é incerto Há tempos ouço os economistas dizerem que se a China quebrar o mundo,
o mundo quebra com ela. É o tal efeito dominó que está acontecendo com essa crise. Itabira passa por uma crise sem precedentes. A Vale está trocando Itabira pelo mega projeto de Carajás, onde o minério de excelência é extraído a baixo custo. O oposto de Itabira, que além de ser de baixa qualidade, é de alto custo. Não fizemos o dever de casa, que seria a diversificação econômica Fernando Moreira Cunha | Itabira Atchim! Saúde! Nunca é demais aprendermos mais dicas sobre como se prevenir de doenças nessa época de frio. Muito bom! Lúcio dos Santos | Nova Era Catas Altas Estou louca para conhecer essa cidade! Pude perceber pela reportagem que é muito diversificada! Me aguardem, logo-logo estarei lá passando um final de semana. Rita Oliveira | João Monlevade Segurança para todos Ótimas dicas! É sempre bom discutirmos sobre tal assunto, pois está relacionado com a nossa segurança. Busco sempre temas como este para ler e estar bem informada para ajudar na melhoria dos condomínios, sobretudo o meu. Laís Lage | Itabira Universo “sala de aula” Agradeço pela publicação da minha entrevista, realizada pela jornalista Tatiana Santos, da DeFato. A matéria de quatro páginas sobre Educação, um assunto de tamanha relevância para as localidades abrangidas pela circulação da revista, sem dúvida, servirá de incentivo para a construção de novos cenários para essas regiões. A viagem à Grécia, citada na reportagem, para representar o nosso país num congresso acadêmico, foi rica no ponto de vista de aprendizado e compartilhamento de ideias. Aproveito para informar que outro artigo científico também foi aceito para ser apresentado no final deste ano, desta vez na Austrália, quando novamente irei representar nosso país. Mais uma vez, o meu muito obrigado pelo acolhimento da equipe desta conceituada revista. Aproveito para destacar também o meu agradecimento ao meu ex-aluno, hoje amigo e pesquisador-parceiro, Thiago Jacques, que mediou os primeiros contatos. Marcio Cesar Franco Santos | Itabira
DeFato
Entrevista
REJANE DIAS DOS SANTOS
Por que devo ler? Itabirana Rejane Dias, fundadora e diretora-executiva de uma das maiores editoras do Brasil, fala sobre a importância da leitura, os obstáculos para tornar o país mais letrado e sobre sua relação com a terra natal
Rodrigo Andrade
Q
uando deixou Itabira, há 30 anos, Rejane Dias dos Santos, 48, seguiu os caminhos que a sua paixão pela leitura traçou para ela. Cursou Comunicação Social pela PUC Minas e depois se formou em Letras pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Anos mais tarde, chegou à capital federal e tornou-se mestre em Literatura Brasileira pela Universidade de Brasília (UnB). Tudo por causa dos livros que lia quando era criança. Na infância, Rejane era o que se pode chamar de “devoradora de livros”. Agora, é uma fabricadora de livros. A ita-
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birana é fundadora e diretora-executiva do Grupo Autêntica, um conglomerado editorial belo-horizontino considerado um dos maiores do país. A empresa reúne quatro editoras e se encaminha para completar 18 anos de mercado. São mais de mil autores e mais de mil títulos já publicados. Filha de mecânico e professora, de família no bairro Campestre, Rejane passou por algumas redações jornalísticas e teve uma primeira empresa de comunicação, especializada em editoração eletrônica, antes de fundar a Autêntica. Na editora, a itabirana tenta ajudar a
diminuir o déficit de leitura que existe no Brasil – e que é enorme. “Acho que a leitura deve ser difundida como sendo uma atividade feliz, que torna um ser humano melhor, e não como sendo útil para alguém se tornar bemsucedido”, defende. Na entrevista a seguir, Rejane fala sobre os desafios da leitura e do mercado editorial, aborda os impactos da internet e termina relatando como é a sua ralação com Itabira hoje. A cidade, para ela, está atrasada culturalmente, apesar de ser o berço do poeta Carlos Drummond de Andrade. Confira.
“Não temos bibliotecas públicas na grande maioria das cidades e as que existem não recebem acervos novos” Rejane Dias
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DeFato
Entrevista
O Brasil tem índice de leitura considerado baixo. Segundo levantamento do Instituto Pró-Livro, a média de livros lidos por habitante no país é de duas obras completas por ano, além de outras duas lidas parcialmente. Como mudar esse panorama? Eu acho, sinceramente, que houve muitos avanços nos últimos anos, e parte disso é resultado das campanhas de leitura e da aquisição sistemática de livros por parte dos governos - municipais, estaduais e federal. É sabido que nunca a escola pública brasileira recebeu tantos livros como nas últimas duas décadas. Acho também que a oferta de livros tem sido muito maior. Alguns anos atrás não havia um segmento consolidado de livros para jovens, por exemplo, dentro das livrarias. Hoje o setor de livros juvenis é, em algumas redes, o de maior giro. Ou seja, os jovens estão lendo mais, até porque a oferta de livros de entretenimento também é muito maior, tanto livros traduzidos como de autores nacionais. A Paula Pimenta, nossa autora best-seller, vende em torno de 300 mil exemplares por ano, um número excepcional para uma editora brasileira. Claro que há uma série de problemas graves no país, como a ausência de uma política séria para as bibliotecas públicas. Não temos bibliotecas públicas na grande maioria das cidades e as que existem não recebem acervos novos. Fora isso não temos livrarias em quase todas as cidades brasileiras, o que faz com que a maioria da população não tenha contato físico com o livro. As livrarias virtuais tendem a contribuir para que leitores que vivem nessas cidades tenham mais acesso aos livros. Dados recentes apontam para aumento ano a ano de publicações das editoras brasileiras. Em 2010, por exemplo, foram mais de 500 milhões de livros. Paralelo à escassez de leitores, também não há excesso de publicações? Não concordo que haja escassez de leitores, acho que há leitores para
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todos os gostos e todos os tipos de publicação. O que acontece é que alguns segmentos têm atraído muito mais leitores. Acho que as editoras publicam o que conseguem publicar, mas é fato que os livros que buscam o mercado de massa têm tido mais sucesso. Outros segmentos, como o universitário, sofrem com a concorrência das fotocópias, com as constantes greves nas universidades, e com a dificuldade dos alunos em adquirir um número significativo de
“Em vidas muito agitadas, parece que não há tempo para a leitura, e deveria ser o contrário” obras, por razões econômicas, inclusive. Também acho que os cursos ficaram muito especializados, então os alunos universitários tendem a ler livros com temas muito específicos, menos generalistas, por isso a grande diversidade de livros nesse segmento. Acredito que nos próximos anos teremos tecnologia para publicar mais conteúdo com tiragens que vão sendo ajustadas de acordo com a demanda. Os livros infantis hoje alavancam os rendimentos das editoras. A senhora mesmo, em outras oportunidades, já enfatizou resultados além do esperado com essas publicações. O
que deve ser primordial para se comunicar com esse público? A questão é que esse segmento depende fundamentalmente das compras governamentais, e nesse ano todas as editoras que publicam livros infantis estão sofrendo com a falta de sinalização do governo federal. Por exemplo, nenhum livro foi adquirido até agora; todos os programas - inclusive os já negociados - foram suspensos, nenhum novo edital para inscrição de livros foi publicado, então está sendo um ano bem difícil para a literatura infantil. No caso das livrarias, determinados tipos de livros têm sempre mais espaço, principalmente os de capa dura, de marcas conhecidas, como Disney, ou os clássicos estrangeiros. É como se tivéssemos dois segmentos, um de venda institucional e outro de venda para livrarias. Tanto em um caso como no outro, usamos como critério para publicação a qualidade literária, a adequação a cada faixa etária, e escolhemos livros que podem também ser adotados em sala de aula. A adoção escolar é muito importante para o sucesso de um livro. E é importante também que esses livros infantis sejam resultado de um casamento feliz entre autor e ilustrador - nos últimos anos, a ilustração vem ganhando cada vez mais importância no segmento infantil e no juvenil também. Se os livros infantis vendem tanto, por que a média de leitura do brasileiro é tão baixa? Ou seja, por que a pessoa cresce e deixa de ler? Porque temos uma população gigantesca, e porque uma grande parte dessa população é iletrada. Ela pode até ser alfabetizada, mas é iletrada. Portanto, há muitos leitores que leem muitos livros por ano, sei de adolescentes que leem mais de um livro por semana, mas há milhões que não têm nenhum acesso ao livro, ou que não foram fisgados pela leitura. Também é sabido que muitos abandonam a leitura na fase adulta, porque são cooptados pela leitura profissional, pelos afazeres domésticos,
pelos compromissos etc... Ou seja, em vidas muito agitadas, parece que não há tempo para a leitura, e deveria ser o contrário. A internet, atualmente, é mais vilã ou parceira da leitura? Parceira, porque é uma grande aliada na divulgação, o boca-a-boca virtual é muito mais ligeiro, porque os leitores compartilham mais seus gostos, suas aquisições. E porque na internet os leitores, principalmente os jovens, escrevem mais. Portanto, leem e escrevem mais. Como analisa os ebooks? Eu sempre acreditei que eles mudariam a cara do negócio editorial, e praticamente torci contra, porque não conseguia imaginar um mundo sem livros impressos. Mas, surpreendentemente, o ebook vem dando mais força ao livro impresso, é como se este tivesse se fortalecido ainda mais. Muitos ebooks têm ajudado a divulgar e estimular a compra de livros impressos, e o número de livros digitais vendidos é ínfimo, muito abaixo do esperado, e está caindo, no mundo todo. Algo não aconteceu, para o bem do livro impresso. Fico pensando que a nossa vida é tão regida pelo computador, pela informática, que as pessoas se cansam de também ler - por lazer, principalmente - em computadores ou tablets. Com a modernidade surgem novas linguagens e novos públicos. Como fazer para que escritores clássicos, como seu conterrâneo Drummond, não caiam no esquecimento? Essa é a função da escola, antes de tudo. Essa é a função dos editores, para manterem vivas essas obras, para que sejam sempre reeditadas e divulgadas. Os programas governamentais também cumprem essa missão de levar até as escolas públicas um acervo com os nossos grandes autores, de qualidade. Os alunos querem escolher livros, nas escolas, de acordo com seu gosto pessoal, na maioria das vezes os de entretenimento.
Acho isso justo, mas acredito que os professores também têm a missão de apresentar os grandes autores aos alunos. Se eles não apresentarem, como os alunos tomarão contato com esses autores, com essas grandes obras? Os livros de entretenimento já estão exaustivamente expostos nas livrarias, mas os clássicos ficam escondidos nas prateleiras. Os eventos literários, as feiras, as bienais também são importantes para homenagear e divulgar os autores clássicos, os contemporâneos de muita qualidade mas pouco lidos, os cânones. Como é a sua relação com Itabira hoje? Tem acompanhado as coisas da cidade? Sim, acompanho na medida do possível, já que minha família vive em Itabira, mas vou pouco, e, quando vou, confesso que fico bastante triste. A cidade poderia oferecer mais aos cidadãos, do ponto de vista do lazer, do ponto de vista cultural. Sei, por exemplo, da falta de manutenção da biblioteca pública, que não tem verba para compra de livros novos - a não ser que isso tenha mudado recentemente -, e sabemos da importância de um espaço como esse para uma cidade desse porte. Eu acho a cidade árida, penso que a cidade não oferece espaços públicos para os cidadãos. Desse ponto de vista ela é atrasada, e não valoriza avanços que poderiam se traduzir em qualidade de vida para as pessoas. Como avalia a importância que Itabira dá a CDA? A cidade “usa” bem o fato de ser o berço de um dos principais poetas brasileiros? Gostava de visitar o Museu CDA, mas da última vez que fui lá ele estava fechado, e não havia motivos para estar fechado naquele dia. Eu não tenho acompanhado tão de perto a cidade para saber se a Fundação Cultural tem movimentado o museu, por exemplo, e se tem feito parcerias com as escolas para difundir a obra do Drummond. Itabira é conhecida no país inteiro por
ser a cidade do poeta, e não vejo a cidade transformando esse privilégio num atrativo para que as pessoas a visitem. Me lembro de ver isso acontecer de uma forma mais charmosa no passado, mas ultimamente não tenho visto ou ouvido nada. Mas pode ser que não esteja bem informada. Alguma consideração final? Algo que não foi perguntado e gostaria de dizer ... Me tornei uma boa leitora porque estudei no Colégio Nossa Senhora das Dores, onde havia uma biblioteca de ficção, e ficção brasileira, muito boa. Eu, de fato, era uma aluna que frequentava diariamente essa biblioteca. Não havia livros em casa, não havia uma biblioteca em casa, mas tive a sorte de ter contato com eles na própria escola. Esse esforço, cada professor e cada escola precisa fazer: oferecer possibilidades de leitura aos alunos, apresentar a leitura como uma atividade prazerosa, porque é uma coisa boa, que transforma um ser humano, que o faz ser mais generoso, mais tolerante, que apresenta outros mundos, outros personagens vivendo vidas diferentes. A leitura é boa porque é boa e não porque vai fazer alguém ter sucesso profissional, ascender na carreira etc. Acho que a leitura deve ser difundida como sendo uma atividade feliz, apesar de solitária (em termos, porque ler é também dialogar com o autor, com os personagens, com o mundo...), que torna um ser humano melhor, e não como sendo útil para alguém se tornar bem-sucedido. Não gosto desse discurso.
“A leitura é boa porque é boa e não porque vai fazer alguém ter sucesso profissional, ascender na carreira etc” AGOSTO, 2015 defatoonline.com.br
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DeFato
Anote Cidades Renato Carvalho/DeFato
Racionamento de água Desde o dia 10 de agosto, Itabira passou a adotar o racionamento de água. Os registros de distribuição de água são fechados diariamente, das 8h às 18h. A medida, segundo o Sistema Autônomo de Água e Esgoto (Saae), acontece por causa do período de forte estiagem. “Várias cidades do Brasil e do mundo sofrem com o racionamento de água, sem contar com várias regiões onde a seca traz privações e sofrimento a milhares de pessoas. Mais do que nunca é importante economizar. Em Itabira, a situação tornou-se crítica, os mananciais superficiais reduziram bastante. Consequentemente, o volume de água captada também diminuiu”, explica o diretor-presidente do Saae, Jacir Primo.
Mutirão contra a dengue No primeiro semestre de 2015, a Prefeitura de Itabira realizou mutirões nos bairros que apresentaram maior quantidade de focos do mosquito transmissor da dengue. Após a ação, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) fez um Levantamento Rápido do Índice de Infestação por Aedes aegypti (Liraa) para avaliar os resultados. O diagnóstico mostrou que os valores
diminuíram na comparação com o que foi constatado em março deste ano. A pesquisa aconteceu entre os dias 13 e 15 de julho em 417 domicílios e registrou índice médio de infestação de 1,4%. Apenas na região do Parque de Exposições o índice continuou o mesmo, com percentual de 33,33% de infestação. Nos outros bairros, houve uma significativa redução:
Tatiana Santos/DeFato
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no Santa Tereza, o valor caiu de 20% para 11,11%; no Água Fresca, de 25% para 5,88%; no Ribeira houve diminuição de 21,42% para 3,70%. Também foram pesquisados os bairros São Pedro, que reduziu as áreas de foco de 17,39% para 0,94%, e Nossa Senhora das Oliveiras, que chegou a 1,56%. Antes, o bairro apresentava o resultado de 18,42%.
Fonte luminosa
Itabira ganhou uma fonte luminosa com um totem de relógio digital, termômetro e luzes na avenida Mauro Ribeiro, bairro Esplanada da Estação. A obra foi inaugurada na noite do dia 11 de agosto, com a presença de diversas autoridades, parceiros e população. Segundo a Prefeitura, um sistema de bombas fará a recirculação da água da fonte, o que evitará desperdícios com a necessidade de troca. A obra é resultado de uma parceria público-privada. A Prefeitura de Itabira apresentou aos empresários Paulo Márcio Guerra Bretas e Hagner Almeida Barbosa (Fort Imóveis) a ideia de adotarem a praça. Eles aceitaram a proposta e, com a participação de Emerson de Alvarenga Barbosa (MD Predial), responsabilizaram-se pelo custeio da fonte. Foram investidos na obra cerca de R$ 140 mil.
DeFato
Nada de festa
A Prefeitura informou, no fim de julho, que não haveria Expoita este ano em Itabira. A decisão visa reduzir despesas diante da crise econômica. O evento estava programado para acontecer em agosto, no Parque de Exposições Virgílio José Gazire. A 33ª Exposição Agropecuária seria promovida pela Prefeitura, por meio da Secretaria Municipal de Agricultura e Abastecimento. Com a medida, o governo vai economizar, segundo a Assessoria de Comunicação, com contratação de artistas e mão de obra, montagem e manutenção da estrutura, limpeza, transporte, divulgação, dentre outros serviços necessários para a realização da festa.
Festival de inverno Ascom PMSGRA
Milhares de pessoas prestigiaram as atrações que a Prefeitura de São Gonçalo do Rio Abaixo preparou para o 11º Festival de Inverno do município, que aconteceu entre os dias 19 e 26 de julho. Durante os oito dias de evento, foram realizadas apresentações teatrais e de mágica, exposição, cortejo, oficinas e shows com artistas locais e de renome nacional. Na sexta-feira, dia 24 de julho, a
banda Biquini Cavadão realizou grande show, fazendo os fãs do rock relembrarem os grandes sucessos dos 30 anos do grupo. No sábado, dia 25 de julho, o grupo Blitz, liderado por Evandro Mesquita, subiu ao palco trazendo os hits dos anos 80. Assim como nos anos anteriores, o clima familiar e a tranquilidade marcaram o Festival. De acordo com a Polícia Militar, não foram registradas ocorrências na área do evento.
Moradores do entorno da Prefeitura de João Monlevade estão indignados com o grande número de usuários de drogas e pichadores que usam a rua Salgado Filho e o gramado da sede do Executivo. Vários muros de residências foram pichados e até recados malcriados foram deixados pelos vândalos (foto). Major Jayme Alves da Silva, comandante da PM na cidade, disse que a Polícia Militar está atenta e agindo na repreensão desses tipos de delitos. “Quanto às pichações, as viaturas estão alertas e
Bell Silva
Pichações em Monlevade
faremos prisões daqueles que foram flagrados nessa conduta irregular e repro-
vável”, disse o comandante da Polícia Militar monlevadense.
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DeFato
Anote Cidades
Regularização das cinquentinhas clomotores ou cinquentinhas - como são popularmente conhecidos. Isto significa que os ciclomotores deverão ser licenciados, ter o registro de chassi e emplacamento, além de incidir sobre eles o IPVA, as taxas de seguro obrigatório e de licenciamento, além dos demais procedimentos como vistorias para as transferências e comunicado de venda. Também será exigida habilitação na categoria A.
Divulgação
A Polícia Civil de Minas Gerais, por meio do Detran-MG, divulgou no dia 28 de julho um convênio com todos os 53 municípios integrados ao Sistema Nacional de Trânsito para registrar os ciclomotores do Estado. Segundo o Detran, a minuta do convênio será enviada às prefeituras, que até meados do mês de agosto irão passar para o Estado o dever de registrar e licenciar os ci-
Ascom PMI
Contra o aumento
A Transportes Cisne, empresa que detém a concessão do transporte público em Itabira, apresentou à Prefeitura planilhas justificando um pedido de aumento na passagem para R$ 3,22 – atualmente os passageiros pagam R$ 2,90. O prefeito Damon Lázaro de Sena, em entrevista a DeFato Online, disse que é contra o percentual de reajuste. Ele afirmou que a Transita tem um estudo, contratado por uma empresa especializada, que indica valor máximo de R$ 3,00. O gerente da Cisne, Albino José Pinheiro, informou que a empresa precisa reajustar as passagens para equilibrar as contas. Segundo ele, a empresa está tendo dificuldades para manter em dia os compromissos com os fornecedores. Albino citou como justificativa para tal reajuste os gastos com combustível, inflação, manutenção e outros custos.
Academia Aldravianista
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Ascom PMSB
Em uma noite de celebração da literatura aldravianista, a Escola Municipal Marphiza Magalhães Santos, em Santa Bárbara, inaugurou a primeira Representação Municipal da Academia Brasileira de Autores Aldravianistas Infantojuvenil (Abraai), empossando os novos membros efetivos. Durante a cerimônia, o prefeito Leris Braga recebeu a medalha de Mérito Cultural da Academia de Letras, Artes e Ciências Brasil (Alacib). Para se tornarem membros da Abraai, os alunos devem estar matriculados
e frequentes nas séries da educação básica, ter entre 9 a 17 anos, possuir rendimento escolar bimestral ou semestral superior a 70%, ser indicado
pela Coordenação Pedagógica ou Professores do Estabelecimento de Ensino, além de ser necessária a produção de vinte aldravias.
DeFato
Anote Política
O prefeito de Itabira, Damon Lázaro de Sena (PV), anunciou corte no próprio salário em 25%. A decisão, segundo ele, partiu da necessidade de reduzir gastos frente à crise econômica que tem castigado o município. A redução também vale para os vencimentos do vice-prefeito, Reginaldo Calixto, secretários municipais e demais ocupantes de cargos comissionados. De acordo com o Portal da Transpa-
Rodrigo Andrade/DeFato
Corte no próprio salário rência da Prefeitura de Itabira, o prefeito ganha atualmente R$ 24.986,16. Com a redução, seu salário passará a R$ 18.739,62. O vice-prefeito tem salário de R$ 12.492,86 (cairá para R$ 9.369,64). E os secretários recebem mensalmente R$ 10.578,34 (ganharão R$7.933,75). Damon informou ainda que a redução é por tempo indeterminado. Enquanto houver crise, os salários permanecerão cortados.
DeFato
Mais cortes? Depois do corte anunciado pelo prefeito, as atenções voltaram-se para a Câmara de Vereadores de Itabira. O Partido Comunista do Brasil (PCdoB) enviou ao Legislativo uma sugestão de redução de 25% no salário e na verba de gabinete dos vereadores e gerou reação dos parlamentares.
O início de agosto foi movimentado nos bastidores da política de Itabira. Sobretudo por causa de notícias envolvendo o deputado estadual Raimundo Nonato Barcelos (Nozinho – PDT). Membros do PTB e do PDT, que integram o grupo do parlamentar, se manifestaram e garantiram ter o apoio dele para uma eventual candidatura à Prefeitura de
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Divulgação
Sem nomes
O presidente da Câmara, Solimar Silva (SD) se manifestou sobre o assunto. “Tomamos essa decisão lá atrás. Tem oito anos que estamos sem aumento salarial. Nosso salário hoje poderia ser de R$ 14 mil, ele é de R$ 7 mil. Acho que a contribuição que a gente poderia fazer a gente já antecipou”, declarou.
Itabira. Diante disso, Nozinho resolveu se manifestar e não se posicionou nem para um lado nem para outro. De acordo com o deputado, é prematura a definição de nomes para as eleições municipais de 2016. “Não vamos definir nomes no momento e vou apoiar o projeto que estiver comprometido com Itabira”, afirmou.
Divulgação
Pré-candidato
O deputado federal Lincoln Portela (PR), que na última eleição alcançou 3,5 mil votos em Itabira, foi indicado pelo seu partido como pré-candidato a Prefeitura de Belo Horizonte. A escolha foi anunciada no dia 12 de agosto, durante encontro da Executiva Municipal da legenda. Lincoln Portela é deputado federal no quinto mandato e em três deles foi líder da bancada do PR na Câmara. Atualmente, ele é o vice-líder do partido. Lincoln e seu filho, deputado estadual Léo Portela (PR) possuem estreito relacionamento com Itabira e, frequentemente, estão em contato com políticos locais.
Pelo desenvolvimento Divulgação
O deputado estadual Nozinho e representantes da Associação Comercial e Industrial de Santa Bárbara e da Câmara dos Dirigentes Lojistas (Acisb/CDL) se reuniram com o secretário de Estado de Turismo, Mário Henrique Caixa, e com a Secretária Adjunta, Silvana Nascimento. Eles discutiram ações para investimentos para Santa Bárbara e municípios da região com foco no turismo religioso, gastronômico e de negócios. Na oportunidade, foi apresentado o projeto da 18ª Feira Multissetorial do
Médio Piracicaba, com abrangência de 36 cidades, que no ano passado movimentou cerca de R$ 8 milhões e atraiu mais de 15 mil visitantes. O secretário Mário Caixa destacou o potencial do turismo na região de Santa Bárbara e se colocou à disposição do deputado Nozinho e dos municípios de sua base de atuação. Mário aproveitou para parabenizar a Acisb/CDL pela promoção da Feira e disse que o Estado vai participar do fomento do turismo na região.
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DeFato
Anote Economia Renato Carvalho/DeFato
Costureiras faturando A crise econômica vivida pelo Brasil tem afetado a rotina de grande parte a população. Com a inflação em alta, produtos e serviços estão mais caros, além de muitos setores terem demitido para manter a estabilidade comercial. O cenário desfavorável força os consumidores a escolher alternativas eficientes para não aumentar os seus gastos. Comprar roupas novas, por exemplo, tem ficado em segundo plano. A opção para enfrentar a crise é abrir o guarda-roupa e reformar as peças velhas. Em Itabira, as costureiras têm notado um aumento no número de clientes no primeiro semestre deste ano. Ana Maria Rodrigues, de 52 anos, trabalha como costureira e afirma que não sentiu a crise. “Achei que tudo ia cair, mas o serviço de reformas e reparos dobrou”, conta. Além dos reparos, os consumidores têm procurado as costureiras para renovar as roupas. “Pedem para a gente acrescentar um detalhe, refazer alguma parte para mudar o modelo da roupa. A gente faz e fica nova”, explica Maria Inês, outra costureira.
O CEO da ArcelorMittal Aços Longos Américas, Jefferson de Paula, afirmou em meados de julho, durante o 26º Congresso Brasileiro do Aço, em São Paulo, que o Trem Laminador 3 (TL3), de João Monlevade, poderá ficar de um a dois anos desativado por falta de demanda que justifique a sua operação. O laminador 3, ainda em fase de
Divulgação
Desativação de laminador testes, terá capacidade de produção de 1,050 milhão de toneladas de aço anuais e demandou investimentos de US$ 270 milhões. A redução de demanda, a alta da ociosidade e as perspectivas negativas para a economia brasileira nos próximos anos foram os motivos da decisão, que abrange outras unidades da empresa no país.
Pagamento retroativo
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ACOM Metabase
O Sindicato Metabase de Itabira e Região se prepara para mover uma ação coletiva para cobrar da Vale na Justiça o pagamento retroativo de horas in intinere (tempo de deslocamento casa-trabalho, trabalho-casa) para todos os trabalhadores que têm direito ao adicional. A notícia foi dada aos trabalhadores pelo presidente da entidade, Paulo Soares de Souza. A ação coletiva para o pagamento
do retroativo será movida em favor dos empregados cujas jornadas se encerram às 0h ou se iniciam às 5h45min. O empregado terá de receber como extra o equivalente a 20 minutos a título de horas extras in itinere para cada deslocamento. Caso aconteça, o pagamento será realizado para todos os empregados a partir de agosto e a empresa deverá informar o nome de todos os contemplados ao Ministério do Trabalho.
A Vale informou ao fim do primeiro semestre que a produção de minério de ferro dos sistemas Sudeste e Sul chegou a 98 milhões de toneladas (Mt) nos seis meses iniciais de 2015. A produção geral, levando em consideração todas as minas da empresa, atingiu 159,8 Mt, um
Acom Vale
98 milhões de toneladas
recorde para esse período. O Sistema Sudeste, que compreende os complexos das minas de Itabira, Minas Centrais e Mariana, produziu
Produtores das serras do Caraça e da Piedade pleiteiam denominação de origem para o queijo minas artesanal produzido na região. Técnicos da Emater-MG e do Instituto Mineiro da Agropecuária (IMA) trabalham na definição das características dessa provável nova região queijeira.
Minas possui 10 denominações de origem de queijos: Alagoa, Alto Suaçuí, Araxá, Cabacinha, Campo das Vertentes, Canastra, Cerrado, Serro, Serra do Salitre e Triângulo Mineiro. Na Serra da Piedade, está sendo retomada a produção da receita do queijo curado do Frei Rosário.
Rusty Marcellini
Queijos com origem
54,9 Mt, 5% acima do registrado nos primeiros seis meses do ano passado. Só em Itabira, a produção foi de 16,7 Mt no semestre, aumento de 2,7% na comparação com período correspondente em 2014. O resultado foi positivamente impactado pela retomada da operação da mina de Cauê, após a parada que permitiu a conexão de equipamentos de beneficiamento de minério do projeto Cauê Itabiritos, cujo início da operação está previsto para o final de 2015.
DeFato
Anote Gente
O ex-reitor da Universidade Federal de Itajubá (Unifei), professor Renato de Aquino Faria Nunes, foi nomeado membro do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). A inclusão foi publicada no Diário Oficial da União no dia 27 de julho, e foi assinada pelo ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Aldo Rebelo. Renato de Aquino foi reitor da Uni-
DeFato
Conselheiro da CNPq fei até o final de 2012. Era ele o responsável pela universidade quando começaram as tratativas para o campus de Itabira. Pessoas envolvidas no processo já manifestaram, várias vezes, que o ex-reitor sempre foi favorável à expansão da escola para a terra de Drummond. “O professor Renato abraçou e sempre defendeu o projeto”, comenta o engenheiro Kleber Guerra, um dos idealizadores da Unifei Itabira.
Renato Carvalho/DeFato
“Pitaco” de especialista No dia 2 de agosto chegou ao fim o Circuito do Sabor 2015. O evento contou com 20 estabelecimentos participantes, que enfrentaram o desafio de elaborar pratos diferenciados. Todos os concorrentes contaram com a consultoria do chef Jucenir Ribeiro, contratado pela Acita, para ajudar a produzir o tema “Cozinha Gourmet - Criatividade e Simplicidade”. Para o profissional, é importante que os restaurantes fiquem atentos à evolução dos métodos de cozinhar, já que novas tendências, conceitos e montagem de pratos surgem a cada dia. “As pessoas se alimentam de maneiras diferentes de vinte anos atrás e não podemos parar no tempo. Precisamos evoluir também, caso contrário cairemos na mesmice”, avalia. O resultado do Circuito estará em www.defatoonline.com.br a partir de 21 de agosto e na edição de setembro da Revista DeFato.
O cantor itabirano Jhony France foi o grande vencedor do Festival Sertanejo na Estrada, realizado pela TIM e Governo de Minas. Neste ano, o evento aconteceu na ExpoAgro, em Governador Valadares, entre os dias 9 e 15 de julho. O sertanejo faturou o prêmio de R$ 5 mil e fez a abertura do show da dupla Relber e Allan na ExpoAgro, no dia 15 de julho. O cantor descreveu o feito como “magnífico”. “Havia muitas bandas competentes, com grandes produções. Mas estive confiante a todo momento do meu trabalho. Minha produção apresentou uma performance diferenciada. Fizemos uma moda de viola, instrumento pouco usado em shows hoje”, conta.
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Arquivo pessoal
Sertanejo na estrada
Adeus, sr. Milton
No dia 1º de agosto, a Loja Maçônica União e Paz, através do presidente Alexandre Moreira, entregou a Comenda Maçônica 2015 para as pessoas que se destacaram por seus trabalhos sociais na cidade de Itabira: o diretor do Rotary Club, Messias Gomes Costa; a presidente da Interassociação, Rosimary Alvares de Souza “dona Rosinha”; a presidente da Associação
As costureiras Lídia, Letícia, Marlene, Terezinha e Lena, todas itabiranas, foram homenageadas pela creche Bom Pastor, localizada no bairro Praia, em função de um ato de solidariedade. As cinco profissionais prestaram um ato de solidariedade e costuraram 94 pijamas para as crianças atendidas pela instituição. Não cobraram nada por isso, mas ganharam uma fotografia dos meninos usando as roupas e se emocionaram. Lídia contou que assim que recebeu o pedido de um dos diretores da creche, se prontificou a ajudar. “Toda a vida eu fiz roupas. Sempre costurei, pois tinha
de Pais de Amigos dos Excepcionais (Apae), sra. Emídia Tércia Santos Figueiredo; e o grão-mestre da Grande Loja Maçônica de MG, sr. Geraldo Eustáquio Coelho de Freitas. Tatiana Santos/DeFato
Costura solidária
Maria de Lourdes, que faleceu há 10 anos. Eles tiveram cinco filhos: Consuelo, Cássio, Marcelo, Eleanor e José Luiz; mais dez netos e onze bisnetos. Tatiana Santos/DeFato
Homenagens
Álbum de família
Morreu no dia 9 de agosto, aos 100 anos, Milton de Carvalho Cardoso. O centenário era farmacêutico e dono da extinta farmácia São Domingos, em Itabira. Atualmente, ele morava com uma das filhas em Belo Horizonte, onde o corpo foi enterrado. No mês de junho, Milton teve um pouco de sua história retratada em reportagem de DeFato Online. Nascido em Nova Era, o farmacêutico morou em Ferros e depois se mudou para Itabira, onde trabalhou, casou e consolidou a vida. Foi casado por 61 anos com
retalho. Fazia roupinhas e dava para quem precisava ou enviava para a fazenda da minha tia”, diz. A diretora da creche, Silvana Lopes, elogiou a solidariedade das costureiras. “É magnífico. A atitude delas é maravilhosa, porque a solidariedade faz bem para a humanidade. Que Deus as ilumine e que elas tenham sequência neste trabalho voluntário que fazem”, agradeceu.
DeFato
Conceição do Mato Dentro
Sob controle do
município
Prefeitura assume aeroporto de Conceição do Mato Dentro e firma parceria com o Governo do Estado para fazer obras de melhorias Renato Carvalho/DeFato
Aeroporto em Conceição do Mato Dentro passa a ser de responsabilidade do município
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esativado e praticamente sem estrutura, o aeroporto de Conceição do Mato Dentro passará por uma reforma geral em breve. O município conseguiu, junto ao Governo do Estado, uma verba para a obra, que deve começar assim que a burocracia for vencida. O recurso é do Programa de Melhoramentos de Minas Gerais, que destina dinheiro para pequenos aeroportos do interior do estado. Cercamento, recuperação, ampliação, pavi-
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mentação e sinalização da pista fazem parte do pacote de melhorias, além da construção de uma pequena estação de passageiros. Atualmente o aeroporto não tem voos regulares nem dispõe de estrutura para tal; serve apenas a alguns empresários ou artistas que apresentam-se na cidade esporadicamente. Localizado no bairro Bandeirinha, a pista de pouso dispõe de um acesso em razoável estado de conservação e de uma biruta que marca a direção do vento.
Documento assinado No final de junho, a Prefeitura de Conceição assinou também um convênio com a Superintendência de Aviação Civil da Presidência da República e assumiu a administração do aeroporto. Com o documento, o município, detentor do terreno, fica autorizado a controlar o uso dos equipamentos e determinar as melhorias necessárias para adequar o espaço conforme as regulamentações da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).
DeFato
Anglo American
Melhor empresa para se trabalhar Prêmio foi concedido à mineradora pelo Great Place to Work, instituição que estuda ambientes corporativos em mais de 50 países
Fotos: Divulgação
mente e suas informações são usadas com frequência para elaborar listas das melhores empresas para trabalhar. Em média, anualmente, o instituto trabalha com mais de 6.200 companhias, representando mais de 12 milhões de funcionários.
Eleição que elegeu Anglo American como a melhor empresa de Minas baseia-se no nível de confiança dos empregados
A
Anglo American ficou em 1º lugar no ranking das Melhores Empresas de grande porte para se trabalhar em Minas Gerais. O resultado foi divulgado no dia 14 de julho, durante cerimônia realizada no teatro Alterosa, em Belo Horizonte. Mais de 180 empresas de diversos setores participaram da pesquisa, que dividiu as empresas em categorias. O resultado da premiação do Great Place to Work foi celebrado pelos empregados e pelo presidente da Anglo American no Brasil, Paulo Castellari. “Ficamos muito felizes por construir um excelente lugar para se trabalhar. Acreditamos que as pessoas fazem realmente
a diferença no nosso negócio e são elas que transformam nossos desafios em resultados”, destacou. O resultado da pesquisa baseia-se na avaliação do nível de confiança dos empregados em cinco dimensões: credibilidade, respeito, imparcialidade, orgulho e camaradagem; e nas práticas de gestão de pessoas das empresas, em nove áreas: contratar e receber; inspirar; falar; ouvir; agradecer; desenvolver; cuidar; celebrar e compartilhar, conforme a metodologia do instituto. O Great Place to Work estuda e reconhece, em mais de 50 países, a excelência em ambientes de trabalho. Sua metodologia é reconhecida mundial-
Moinho gigante Além de ser a melhor empresa para se trabalhar e ter o maior mineroduto do planeta, a Anglo American também tem o maior circuito de remoagem do mundo, em operação no sistema Minas-Rio. O circuito usa tecnologia de moinhos verticais em seu processo de beneficiamento de minério de ferro e compreende duas linhas de remoagem compostas cada uma por oito moinhos Vertimill, com potência de 1,1 MW cada, além de quatro baterias de ciclones para classificação do minério de ferro. O Minas-Rio está atualmente em sua fase de ramp-up para atingir a capacidade de produção nominal de 26,5 milhões de toneladas de minério de ferro por ano no segundo trimestre de 2016.
Sistema de remoagem da Anglo é o maior do mundo AGOSTO, 2015 defatoonline.com.br
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DeFato
Construção
Construtora Vale Verde:
30 anos de sucesso
Conhecida e reconhecida em Itabira e região, empresa completa três décadas de prestação de serviço e comemora aprovação de clientes entre os mais exigentes do país
F
undada em 1º de junho de 1985 pelo visionário homem de negócios Adício Dias Soares, a Construtora Vale Verde completa 30 anos em 2015. Sediada em Itabira, atua em mais de 20 cidades dentro de Minas Gerais num raio de 200 km. Terraplenagem, barragem, locação de veículos e equipamentos, pavimentação e sinalização viária são as principais áreas de atuação da empresa, que gera diretamente mais de 300 empregos, sem contar os flutuantes. Ao longo dessas três décadas, a Vale Verde cresceu, se modernizou, ampliou
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as atividades e se transformou em uma das principais empresas do interior do estado, reconhecida pela qualidade do serviço prestado. Reconhecimento que quase sempre vem em forma de prêmios. Vários deles são concedidos pela Vale, empresa para a qual a construtora presta serviço há mais de 29 anos. A última grande premiação foi concedida em maio, quando a mineradora fez uma fiscalização em todas as minas das regiões Sul e Sudeste do Brasil, na chamada Caminhada de Segurança. A Vale Verde conquistou o
primeiro lugar nos quesitos Saúde, Segurança e Meio Ambiente. De acordo com Hugo Soares, diretor da empresa, antes da nota os fiscais vão à obra, verificam o uso correto de EPIs, analisam a parte documental da empresa e conferem as políticas de saúde, segurança e meio ambiente. A Vale Verde alcançou 100% de aproveitamento na última Caminhada, saindo na frente de dezenas de outras terceirizadas. “É um orgulho para todos nós o recebimento deste prêmio. Nós trabalhamos para alcançar o primeiro lugar e conseguimos. Este prêmio nos
Certificado expedido pela Vale em função dos resultados obtidos pela Vale Verde na caminhada de saúde, segurança e meio ambiente
Prestação de serviço da Vale Verde é elogiada e recebe premiações de clientes exigentes, como a Vale
move a trabalhar ainda mais. É como eu sempre digo: para ser reconhecido, basta trabalhar”, afirma Adilson da Vale Verde, como é conhecido o fundador da empresa. O prêmio foi mais um de uma série que a empresa conquistou nos últimos anos, principalmente da Vale. Alguns foram destaques em edições de DeFato, como o que reconheceu as boas práticas em prevenção de acidentes de trabalho, recebido em 2014. Ressalta-se que, quando o assunto é segurança, a Vale é uma das empresas mais exigentes com suas terceirizadas. Há quem diga que se o empresário conseguir passar no crivo da mineradora no
quesito segurança, estará preparado para prestar serviço a qualquer outra grande empresa do Brasil. “O que garante o sucesso da Vale Verde não são os equipamentos ou a estrutura, mas a equipe de profissionais que tem prazer em vestir a camisa e carregar o nome da empresa. Nossos colaboradores gostam de trabalhar aqui e isso gera qualidade lá na frente, gera ganho de prazo e eficiência no serviço prestado”, afirma Hugo. 70% é setor privado É comum encontrar no dia a dia, principalmente em Itabira, funcionários
da construtora realizando obras públicas ou transportando pessoal da Prefeitura. O mesmo acontece em outras cidades. Os diretores afirmam, entretanto, que os contratos públicos somam apenas 30% do faturamento da Vale Verde. Os outros 70% vêm de empresas do setor privado, como Vale, Cenibra e ArcelorMittal. Conhecida e reconhecida pelo mercado, a Vale Verde tem motivos para comemorar. Afinal, são 30 anos de estrada bem construída e pavimentada. E 30 anos não são 30 dias. É muita história.
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Educação
Primeira de novo Fide mantém liderança entre escolas itabiranas participantes do Enem, melhora notas e sobe nos rankings estadual e nacional
Mariana Reis/DeFato
Desde que o Enem foi criado, Fide lidera o ranking entre as escolas itabiranas
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ntra ano e sai ano e a Fundação Itabirana Difusora de Ensino (Fide) vive a doce rotina de comemorar a liderança entre escolas itabiranas no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Na prova de 2014 não foi diferente. O resultado foi divulgado no início de agosto e indicou que além de se manter na primeira colocação na cidade, a Fide melhorou suas notas e subiu nos rankings estadual e nacional. O segredo? Muito trabalho! No Enem 2013, a Fide registrou 621,08 pontos de média nas provas objetivas e 708 na redação. Na avaliação de 2014, a nota geral subiu para 625,08 nas objetivas e 744,89 na produção de texto. Houve avanços em três dos quatro
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quesitos analisados pelo exame, além da redação. A melhora fez a instituição escalar da 94ª para a 84ª colocação no ranking estadual e da 517ª para a 473ª no nacional. Para a diretora pedagógica da instituição, Ana Cristina Meireles, o resultado é fruto de um trabalho continuado, que não foca apenas nos alunos do terceiro ano do Ensino Médio. “Hoje a gente tem 100% dos alunos do segundo ano fazendo o Enem como treineiros. Eles também fazem simulados oferecidos pelo sistema desde o Ensino Fundamental I, que são alunos do quinto ano. Então, eles vêm, ao longo de muitos anos, se preparando para enfrentar essa maratona”, comenta.
Na Fide, os alunos do terceiro ano do Ensino Médio fazem cinco simulados para o Enem. Estudantes dos primeiro e segundo anos fazem três. As avaliações são oferecidas pelo Sistema de Ensino Poliedro. A ambientação é importante para vencer a exaustão e o nervosismo no dia do exame. “Na verdade, o Enem é um teste de resistência: o aluno passa muitas horas respondendo um número grande de questões, todas muito contextualizadas e com textos extensos. Então, esse treino ajuda muito, é um grande diferencial”, avalia Ana Cristina. A diretora pedagógica enfatiza o caráter heterogêneo dos alunos, o que torna o trabalho dos educadores ainda mais importante. Ana Cristina aponta
Rodrigo Andrade/DeFato
Ana Cristina Meireles destaca o trabalho integrado entre todos os professores da Fide
que as escolas que lideram os rankings nacional e estadual do Enem são instituições que selecionam os alunos, ou seja, só trabalham com os melhores. “Não é o que propomos. Trabalhamos com alunos que possuem vários níveis de aprendizagem, por isso nosso resultado é mais real. Talvez, se selecionássemos só os alunos bonspara o teste, a Fide estaria em outro patamar, mas não é o que queremos”, afirma. Apesar de o exame avaliar o Ensino Médio, Ana Cristina destaca o quanto
é fundamental a atuação de todos os professores que trabalham desde a Educação Infantil até o Ensino Médio. “Não é um resultado do Ensino Médio, é um resultado da escola. Temos um grande número de alunos que recebemos pequeninos, com dois, três anos, e que chega ao ensino médio com a gente, mas também temos aqueles que vieram no meio do caminho de outras escolas. Acredito que todos que os professores que passaram na vida desses alunos contribuíram para esse resultado”, conclui.
Formação para a vida Administrada pela Fide, a Escola de Formação Gerencial (EFG) – Itabira também tem motivos para comemorar. Com foco na cultura empreendedora, tendo por base a metodologia Sebrae, a escola ainda prepara o aluno para continuar seus estudos no nível superior. Este ano, antes mesmo de terminar o curso, quatro estudantes do terceiro ano já foram aprovados em vestibulares de renomadas faculdades de Minas Gerais. Hugo Torre Moreira Vicente, 17 anos, conquistou o terceiro lugar em Engenharia Aeroespacial, na Fumec, em Belo Horizonte. Alexandre Martins, 17,
foi aprovado em Engenharia Civil, no Ibmec, em BH, e em Engenharia de Produção e Engenharia Civil na Doctum, em João Monlevade. Filipe Assis Duarte Lage, 17, passou em Administração no Ibmec. Túlio Lage Oliveira Almeida, 18, comemorou aprovação aprovado em Engenharia Civil, na Doctum. Na EFG Itabira, o aluno cursa o Ensino Médio e o Curso Técnico em Administração, concomitantemente. “É uma formação para a vida. A nossa proposta de difundir a cultura empreendedora faz com que nossos alunos saiam da escola preparados para empreende-
rem na sua vida pessoal e profissional quaisquer ações, seja para abrir o próprio negócio, seja para gerenciar uma empresa, seja para prestar o vestibular, seja para administrar a empresa da família, seja para buscar o primeiro emprego”, diz a diretora Marli Áurea da Mata Lacerda Lage. A diretora Marli lembra que em 2014 a EFG Itabira obteve 100% de aproveitamento em aprovação nos vestibulares. Dos 17 alunos que colaram grau, 14 prestaram vestibular para diferentes cursos em faculdades distintas. Todos passaram. Sérgio Santiago/DeFato
Alunos da EFG e a diretora Marli Áurea: resultado dos esforços é refletido no desempenho do vestibular AGOSTO, 2015 defatoonline.com.br
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DeFato
Educação
Ensino no Number One começa desde os mais novos e vai até os mais experientes
Ensino de
excelência Number One Itabira oferece ensino dinâmico e de qualidade, infraestrutura moderna, ótimo atendimento e conforto para os alunos
T
er um segundo idioma hoje em dia passou a ser um requisito básico. Não é mais um complemento, mas uma necessidade. E é com esse pensamento que a escola Number One, em Itabira, trabalha para oferecer qualidade e eficiência nos cursos de inglês e espanhol. Há 30 anos, a instituição difunde as línguas estrangeiras na cidade. Ao longo de todo esse tempo, já foi comtemplada com diversos prêmios, como o de “Performance em Excelência na Aplicação do Método e Fidelização de Alunos” e o “Best Performance em Melhor Manutenção de Alunos”, concedidos pelo franqueador da Rede Number One, e também honrarias locais, como o “Troféu Carlos Drummond de Andrade” e o reconhecimento “Escola Destaque”. A partir do mês de agosto, a escola
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passou a funcionar em um novo local, para atender ainda melhor às demandas dos alunos. O endereço é quase o mesmo (foi para um imóvel em frente ao usado antes), mas a disponibilidade de espaço melhorou. “Mudamos porque sentimos a necessidade de expandir, com salas de aula maiores, confortáveis e arejadas. Prezamos muito o conforto dos nossos alunos. Também temos uma lanchonete nova”, diz Luciana Amaral, diretora e coordenadora pedagógica da escola. Luciana assumiu a direção da escola há um ano e não poupou trabalho para que a Number One mantivesse o alto nível de ensino. “Nesse um ano, eu mantive a qualidade do ensino, que é a nossa maior característica, e inovei na questão de infraestrutura, que é um diferencial na nossa escola”, explica.
A escola Instalada na rua Joaquim Murtinho, 50, bairro Pará, a Number One atende de segunda a sexta-feira, no horário de 7h às 21h30. A escola possui uma infraestrutura moderna, com oito salas de aula amplas, confortáveis e climatizadas. Conta com uma equipe de oito professores e coordenadores pedagógicos altamente qualificados e treinados para exercer com o melhor desempenho suas funções. Uma lanchonete também oferece diversas opções de lanches para os alunos e funcionários. Ainda há o Departamento de Assistência ao Aluno (DAA), que oferece toda a assistência necessária para o desenvolvimento educacional do estudante. Outro diferencial é o Learning Center, um espaço equipado com computadores, internet banda larga e biblioteca
Fotos: Mariana Reis/DeFato
com vários títulos para uso dos alunos. “Number One não é apenas uma escola de idiomas, é também um lugar onde as pessoas se sentem à vontade e felizes. Todos fazem novos amigos, compartilham experiências e se divertem muito”, conta a diretora Luciana. Diferencial A Number One possui metodologia de ensino própria, atendendo alunos a partir dos três anos de idade. Aulas dinâmicas, com multimídia e gravações feitas por nativos são oferecidas com excelência. “O aluno já aprende a ouvir o inglês falado por americanos, ingleses, australianos”, exemplifica Luciana. Segundo a diretora, a escola é muito procurada por universitários que estão se preparando para o mercado de trabalho e também por profissionais que desejam aprimorar o currículo. Com cinco anos de curso, os adultos conseguem se graduar no nível avançado, onde terão desenvolvimento da fala, habilidade de escutar e entender a língua, assistir filme e serem capazes de receber um estrangeiro e conversar normalmente. “Mas com dois anos eles possuem o inglês intermediário, que eles conseguiram ler, comunicar para viagem, redigir e-mail e obter muita desenvoltura”, afirma Luciana. A escola também oferece o Para Ler
Luciana Amaral assumiu a escola há um ano e focou trabalho na manutenção da qualidade
em Inglês (PLI), direcionado a alunos de mestrados, que precisam mais da leitura do que o desenvolvimento da fala. Parceria Sempre priorizando a comodidade e a agilidade, a Number One fechou uma parceria com a Funcesi, para que todos os alunos da faculdade tenham 20% de desconto. “Os alunos podem assistir as aulas na própria Funcesi, não precisam vir até o bairro Pará”, conta Luciana. Outra boa noticia é para quem mora perto da faculdade. Eles poderão aproveitar os professores que darão aulas de idiomas na instituição - mesmo não sendo alunos - com a qualidade de ensino da Number One. Crianças bilíngues O ser humano está sempre aberto ao aprendizado de coisas novas. Mas, de um modo geral, as crianças aprendem com mais facilidade que os adultos. Segundo Luciana, os pais muitas vezes se sentem inseguros em ensinar uma segunda língua para os filhos. “Isso não pode acontecer de forma alguma.
A criança tem capacidade de aprender muito mais que duas línguas, podem aprender três ou quatro. Temos aqui na escola crianças de sete anos que falam três línguas”, conta a diretora. A Number One se preocupa em não interferir no aprendizado da língua pátria das crianças. “Nós não trabalhamos com a alfabetização da língua inglesa até que a criança tenha absolvido o português na escola tradicional”, explica. Enquanto isso não acontece, a Number One realiza um trabalho lúdico, com fantoches e materiais palpáveis, para que a criança tenha o contato com o inglês antes da alfabetização propriamente dita. A diretora Luciana explica que a criança não possui preconceitos e nem preocupações de traduzir as palavras em inglês. “Aqui na Number One trabalhamos com o inglês sem tradução. É comprovado cientificamente que o processo de tradução retardada o aprendizado. Então, muitas vezes o adulto tem aquela ansiedade de traduzir as palavras, já a criança jamais. Se explicamos para ela o que é cell phone, ela absorve sem traduzir que é o celular”, diz.
Endereço: Rua Joaquim Murtinho, 50, bairro Pará. Telefone: (31) 3831-3281 Number One mudou de sede em Itabira para oferecer ainda mais qualidade
Atendimento: segunda a sexta-feira, no horário de 7h às 21h30 AGOSTO, 2015 defatoonline.com.br
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DeFato
Partos
Normal ou
cesárea? Novas regras para diminuir o número de partos cesarianos no Brasil pelos planos de saúde dividem opiniões entre grávidas e profissionais
Mariana Reis
A
opção pelo parto normal ou pela cesárea é um tema que mobiliza intensamente as mulheres – especialmente aquelas que planejam a chegada de um bebê. A Organização Mundial da Saúde (OMS) considera como aceitável o índice de 15% de cesáreas no total de partos. No Brasil, a taxa está bem acima, chegando a 52% na soma das redes pública e privada. Diante desse cenário, o Ministério da Saúde (MS) e Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) criaram uma resolução para estimular o parto normal
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e, consequentemente, a diminuição de cesáreas desnecessárias. As novas regras são voltadas para gestantes que possuem planos de saúde e começaram a ser vigoradas no dia 6 de julho. Serão seis meses para adaptação até que a resolução se torne obrigatória e punitiva. A ginecologista e obstetra Ana Luiza Alvarenga acredita que a exigência é anormal para a atual situação do Brasil, onde há maternidades sem leitos e poucos obstetras 24h de plantão. “Não temos uma assistência obstétrica igual existe nos países de primeiro mundo.
Muitas vezes as gestantes são desamparadas e optam pelas cesarianas. E mesmo nesses hospitais que oferecem tudo, não temos assistência adequada”, pondera a médica. Como exemplo, Ana Luiza cita que quando uma paciente entra em trabalho de parto, os obstetras devem monitorar os batimentos, contrações e movimentos fetais do bebê. “Muitas vezes usamos aparelhos que avaliam todos esses sintomas, mas a maioria dos hospitais não possui, inclusive a maternidade de Itabira não tem. É muito difícil conseguirmos
Jannaina Sena tinha preferência pelo parto normal, mas precisou fazer cesárea para ter o primeiro filho
uma assistência ideal para a grávida sem essas condições. Então, às vezes ficamos com medo, sem segurança de acompanhar um trabalho de parto com uma paciente de alto risco, já que não há estrutura suficiente para garantir o bem estar do bebê”, defende.
agendada mesmo tendo condições de fazer o parto normal, o que muda é que a mulher deve assinar o “Termo de Consentimento Livre e Esclarecido” - como fez a itabirana Jannaina - em que declara que está ciente dos riscos. Esse termo deve ser anexado ao relatório médico sobre o parto que será entregue à operadora de saúde. Outro documento que passa a ser obrigatório é o Partograma, arquivo gráfico onde se registra tudo o que acontece no parto. Nos casos em que houver justificativa clínica para a não utilização do documento, deverá ser apresentado um relatório médico detalhado. Se a cirurgia for eletiva, o relatório médico deverá vir acompanhado do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido assinado pela beneficiária. As informações sobre as taxas de partos devem estar disponíveis no prazo máximo de 15 dias, contados a partir da data de solicitação. As operadoras que deixarem de prestar as informações solicitadas em cumprimento à Resolução Normativa pagarão multa de R$ 25 mil. A médica Ana Luiza explica que o número de cesáreas que os médicos realiFotos: Mariana Reis/DeFato
Índices de cesáreas A escrevente itabirana Jannaina Sena, 30, prefere o parto normal, é a favor da nova resolução do governo, mas foi obrigada a fazer a cesárea. Até os últimos dias de gravidez, ela ainda pretendia ter o filho naturalmente, porém a falta de dilatação foi primordial para a mudança de escolha. “Eu estava na 39º semana de gestação, o bebê estava na posição ideal e tudo com a minha saúde estava certo, mas eu estava cansada, com a barriga gigante, toda inchada, não entrava em trabalho de parto e não tinha vestígios de dilatação. Então, para a minha segurança e a do bebê, eu e minha médica optamos pela cesárea”, lembra. Jannaina teve seu primeiro filho já dentro do período de atividade da resolução. “Eu tive que assinar o Termo
de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) fornecido pelo hospital, onde firmei minha escolha e deixei claro que sabia das possíveis consequências. O ruim foi ficar muitos dias de repouso, mas graças a Deus deu tudo certo”, diz. O pequeno Miguel nasceu com 3,4 quilos, 49 centímetros e muito saudável. A Resolução Normativa nº 368 realiza diversas mudanças para o acesso à informação pelas consumidoras de planos de saúde. Agora, elas podem solicitar às operadoras os percentuais de cirurgias cesáreas e de partos normais por estabelecimento de saúde e por médico. Também passam a ter um cartão da gestante, que contém todas as informações sobre o pré-natal. A ideia é fornecer para qualquer profissional de saúde o conhecimento de como se deu a gestação, facilitando o atendimento à mulher quando entrar em trabalho de parto. A nova resolução não impede que haja a cesariana, apenas impõe regras para que elas aconteçam menos. A gestante ainda pode optar pela cirurgia
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DeFato
Partos
Para a médica Ana Luiza, falta de estrutura em maternidades brasileiras contribui para maior índice de cesáreas
zaram em um ano também será disponibilizado. Segundo ela, essa especificação não é 100% correta, pois existem médicos que são especialistas em alto risco, então o número de cesáreas dele vai ser muito maior do que outro profissional que não é. “É uma questão delicada. Acredito que o parto normal é sim o preferencial, mas não devemos obrigar as mulheres a terem partos normais por uma assistência suplementar. Tem que avaliar o desejo da paciente e o hospital. Então vai de uma conversa dela com o obstetra. A paciente tem o direito da autonomia, mesmo ciente dos riscos e complicações”, diz a ginecologista. Preferência pelo normal Ana Luiza comenta que o estímulo ao parto normal tem acontecido desde o ano passado, mesmo sem resoluções oficiais. “Acredito que seja porque a maioria das mulheres trabalham e querem voltar para o serviço mais rápido. Outro fator é a mídia. Muitas mulheres procuram na internet depoimentos de outras mulheres que tiveram sucesso no parto normal, que não houve dor. Isso as encoraja”, diz. A ginecologista conta que atendeu uma grávida de gêmeos recentemente e conseguiu fazer o parto normal. “Tudo levava a crer que seria uma cesárea, mas ela chegou em trabalho de parto com cinco centímetros de dilatação e tudo estava bem. Fizemos o parto normal e foi um sucesso. Sem nenhum problema ou trauma, no outro dia a paciente estava ótima, amamentando, andando com os bebês para todos os lados”, relembra.
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A projetista de móveis Ana Flávia Ferreira, 29, está grávida de seis meses de uma menina e conta que prefere o parto normal, mas que já sofreu influências médicas para realizar cesariana. A situação que ela descreve é exatamente a preocupação que levou o Ministério da Saúde a procurar a ANS para a resolução pelos partos normais. “Minha atual médica também concorda que o parto normal é o ideal e diz que só em último caso usaria a cesárea. No passado, um
vai ser mais alto. Enquanto em um parto normal o médico tem que ficar de plantão por horas, nas cesáreas podem ser feitas várias ao longo do dia”, relata. São diversas as razões que levam para o alto número de cesáreas no Brasil: desde remuneração insuficiente por parte dos convênios aos médicos que fazem parto natural até o medo que a própria gestante tem das dores do parto. A ginecologista Ana Luiza afirma que o parto normal tem várias vantagens, como recuperação mais rápida e menos dolorida da mãe, menor risco de infecções, hemorragias e dificuldades respiratórias no bebê. A dentista Elisa Maltez teve sua primeira filha em setembro do ano passado através de parto normal. Ela conta que nunca teve dúvidas do método e sempre quis que a menina nascesse da forma mais natural possível. “Eu desejei que ela chegasse ao mundo da maneira que ela quisesse. No meu caso, deu tudo certo e eu não me arrependo. Laura nasceu uma hora da manhã e às cinco eu já tomei banho sozinha. No dia seguinte eu já estava dirigindo”, conta. Apesar da sua preferência, Elisa defende qualquer uma das opções e declara que ninguém é mais mãe ou menos mãe porque fez parto normal ou cesárea. “Cada mãe sabe o que é melhor para o seu filho”, finaliza.
MEDIDAS PARA ESTIMULAR O PARTO NORMAL NA SAÚDE SUPLEMENTAR 1 – Direito de informação das beneficiárias; 2 – Informações sobre percentuais de cesarianas por médicos e estabelecimentos de saúde; Ana Flávia conta que sofreu pressão de médicos para fazer a cesárea, mas quer o parto normal
médico quis me convencer a fazer cesariana, mas eu percebi e procurei outro. Parece que alguns médicos forçam muito para ter a cesárea, porque o ganho deles
3 – Cartão da Gestante e Carta de Informação; 4 - Partograma
DeFato
Comportamento
Arquivo pessoal
Os Bruxos: turma que formou em 2005 se encontra sempre e não deixa a amizade morrer
Além da sala de aula Mesmo após dez anos da conclusão do curso de Administração, colegas de turma mantêm contato e mostram que a amizade verdadeira pode superar o tempo e a distância
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Mariana Reis
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Os Bruxos O curso de Administração começou no ano 2000 com aproximadamente 60 alunos. Cinco anos depois, 38 participaram da formatura. A turma se uniu em torno de um apelido, originado em um livro de teorias: os Bruxos. “Participamos de tudo que acontecia na faculdade, desde empresas juniores a congressos. Fizemos grandes amizades e nos demos muito bem com a Funcesi e com os professores. O (apelido) ‘Bruxos’ nos acompanha até hoje. Inclusive
no WhatsApp, criamos um grupo que leva o mesmo nome e é a nossa maior forma de comunicação hoje em dia”, comenta Marconi. O apelido da turma pegou e deu origem a um novo grupo, mais boêmio, digamos assim. A “Confraria Etílica Bruxo da Associação” (Ceba) atua para estimular os encontros da turma, reuniões que acontecem todos os anos. Os dez anos, claro, mereceram comemoração diferenciada. Os ex-alunos organizaram um baile requintado no buffet Gut’s e brindaram a amizade. O baile aconteceu no dia 1º de agosto. A data foi pensada para atender a todos os colegas. Um deles, Olemar Tibães, 39, mora em Corumbá, no Mato Grosso do Sul, a mais de 1,8 mil quilômetros de Itabira. Ele sempre ajudou a organizar os encontros anuais e não poderia ficar de fora daquele que marcou uma década da formatura. “Desenvolvemos uma amizade que superou o tempo e a distância. Eu e minha família fizemos questão de participar do baile. Eles escolheram a data que conciliou com a época em que eu poderia ir”, conta Olemar. As confraternizações sempre foram essenciais para que a turma ficasse tão unida. Marconi conta que logo no inicio do curso, quando não estavam enturmados, um churrasco foi o pontapé inicial para a grande amizade. “A gente gostava tanto de estar junto que eu só faltei em uma festa, que coincidiu com um casamento da minha família. Somos a única turma da Funcesi que mantem os encontros interruptamente”, diz. Fora as festas anuais, existem encontros rotineiros para colocar o papo em dia, tomar uma cervejinha e planejar os eventos maiores. Entre alegrias e tristezas São muitas histórias. “Bruxos” namoraram com “bruxas”, bebês nasceram e filhos que eram pequenos hoje são jovens e também viraram amigos. Mas
como acontece em toda longa relação, não foram só maravilhas. A pior das passagens aconteceu em 2002, quando um dos colegas, Genésio Santos Martins, morreu em um acidente de moto. “Foi uma tragédia. Para homenageá-lo, em todos os nossos encontros fazemos um brinde a ele. Sempre deixamos um Mariana Reis/DeFato
Isaías e Marconi contam boas histórias da turma dos “Bruxos”
Arquivo pessoal
illiam Shakespeare, poeta inglês do século XV, já afirmava, naquela época, que “longas amizades continuam a crescer, mesmo com longas distâncias”. Centenas de anos se passaram e a teoria continua válida. Prova disso é a turma que concluiu em 2005 o curso de Administração da Fundação Comunitária de Ensino Superior de Itabira (Funcesi). Dez anos depois de formados, os ex-alunos continuam se encontrando e mantêm viva a amizade que construíram nos tempos em que estudaram juntos. Isaías Navarro, 60 anos, e Marconi Gomes, 52, contam que desde o primeiro dia de aula a turma demonstrou características bastante inusitadas, diferentemente da grande parte dos universitários, que limita a convivência com os colegas somente no período de aula. “Logo de cara nos demos bem. Acredito que nós fomos a turma mais expressiva que já passou pela Funcesi porque somos muito unidos. O grupo casou e combinou perfeitamente, um bateu o olho no outro e já deu certo”, conta Isaías. Marconi acredita que um dos motivos que fizeram a turma tão unida é que a maioria das pessoas é mais madura. “Poucos eram jovens. Todos sabiam bem o que queriam. Nunca tivemos problemas com brigas ou confusões”, diz.
comemorando o Bruno, aos 3 anos de idade, sala de aula na i con aniversário do pai Mar
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Comportamento Fotos: Arquivo pessoal
O primeiro encontro e a festa que marcou os dez anos de amizade: muita história fora da sala de aula
copo cheio para ele, que era uma pessoa muito bacana”, conta Isaías. As alegrias são muitas. Marconi relembra uma passagem feliz. Por já ter entrado na faculdade casado, ele sempre precisou conciliar família, estudos e trabalho. Essa situação exigia algumas estratégias. “Era o meu aniversário e eu quase não tinha tempo de ficar com a minha esposa e meu filho, que na época tinha uns três anos. Então, ela fez um bolo e levou para a faculdade para poder comemorar comigo. Ela chegou toda desconcertada, com uma mão segurando o bolo e a outra carregando a criança. Acabou que foi muito bom! Todos comeram o bolo e minha esposa ficou muito amiga dos meus colegas”, relembra, sorridente. Isaías lembra que um dos colegas passou em um concurso do Banco do Brasil e contou com a força da amizade para concluir o curso. “Nós estávamos no último ano e ele teve que se mudar para outra cidade, mas não o deixamos desistir do curso. Todos os dias ele chegava atrasado, mas passávamos a matéria para ele e demos muito apoio. Ele conseguiu e ainda ganhou o título
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do melhor da turma. Essa foi mais uma prova de como a turma é unida”, conta, emocionado. Fórmula Mas, afinal, qual o segredo para tantos anos de amizade? Marconi e Isaías respondem em coro: “festas, festas e festas”. Segundo eles, os encontros aproximaram muito os colegas. “A turma é muito festeira, mas outra coisa que faz muita diferença é o respeito.
Nós respeitamos nossas diferenças”, diz Marconi. Seja com um churrasco ou uma partida de futebol, os Bruxos se reúnem sempre que podem, jogam muita conversa fora, relembram situações da aula e contam fatos que aconteceram antes, durante e depois da faculdade. Marconi, Isaías, Olemar e todos os outros Bruxos da Administração mostram todos os dias que sabem aproveitar os velhos e curtir os bons amigos.
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DeFato
Empreendedorismo
Para transformar é preciso conhecer
Márcio Labruna
labruna.inovatec@gmail.com
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ossa cidade vive uma transformação cultural, social, econômica e tecnológica sem precedentes. É preciso entender e conhecer os novos valores que norteiam essa caminhada. Incubadora, parque tecnológico, transferência tecnológica, empreendedorismo social e inovação são expressões novas para uma população de trabalhadores da mineração, acostumados a bater recordes de produção de minério. Uma incubadora é uma entidade que tem como objetivo oferecer suporte a empreendedores que tenham ideias inovadoras e queiram transformá-las em sucesso. Parque tecnológico é um complexo onde se acomodam empresas de base científico-tecnológica de caráter formal, para desenvolverem suas atividades de P&D (pesquisa e desenvolvimento). Ambas devem funcionar acopladas a uma universidade tecnológica que desenvolva pesquisas e promova transferências para as empresas e para a sociedade. Tratam-se de ações promotoras da cultura, da inovação, da competitividade, do aumento da capacitação empresarial e geração de riquezas para a região. Os parques tecnológicos oferecem serviços de alto valor
Essa nova força centrípeta está gerando dentro das pessoas, de forma endógena, a necessidade de participar, criar e acreditar que o futuro se constrói com ousadia, conhecimento e comprometimento
agregado às empresas, facilitam o fluxo de conhecimento e tecnologia, possibilitam a geração de empregos qualificados e a formação de clusters de inovação, ou seja, grupos de empresas afins que interagem em projetos inovadores e geram riquezas onde estão localizadas. Nossa cidade já possui uma universidade desse caráter, muito bem aparelhada, de rica história centenária, caminhando para ter dez mil alunos e um corpo de técnicos doutores da maior qualidade; uma área ideal disponível (posto agropecuário na região de Candidópolis) onde se pretende instalar o parque científico-tecnológico; uma incubadora de empresas de base tecnológica em atividade; e vontade política de transformação, demonstrada pela criação do grupo de lideres para o trabalho, formado pela Vale, Unifei, Câmara, Prefeitura e Acita. Mais ainda, se não bastasse, já temos o interesse de grandes empresas para investirem no futuro parque e, acima de tudo, a força motriz comunitária de nossa população que acordou e sabe que o ciclo virtuoso do minério e das commodities tem prazo e está em decadência. Enfim, temos que pensar em desenvolvimento e emancipação econômica dentro da nova ótica do futuro do mundo. O modelo monolítico do passado cede lugar a um novo olhar sobre os planos diretores das cidades, estimulando o protagonismo e favorecendo novas redes de governança. Estamos na era da economia criativa e das cidades empreendedoras, das academias abertas, transparência nas ações do poder público, empreendimentos que gerem valor econômico e social e acima de tudo, na era do empoderamento da sociedade. Essa nova força centrípeta está gerando dentro das pessoas, de forma endógena, a necessidade de participar, criar e acreditar que o futuro se constrói com ousadia, conhecimento e comprometimento. Por tudo e porque vivo aqui, acredito muito e me sinto parte desta construção, lembrando sempre que: para transformar é preciso conhecer.
Márcio Antônio Labruna é eletrotécnico, matemático, pós-graduado em Gestão Empresarial pela PUC-MG e expresidente da Associação Comercial, Industrial de Serviços e Agropecuária de Itabira. É gerente do Inovatec.
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Carmen Steffens CALÇADOS, ROUPAS E ACESSÓRIOS AV. VILA LOBOS, 82 - ESPLANADA DAS ESTAÇõES | ITABIRA - MG AIX-EN-PROVENCE BUENOS AIRES CANNES JOHANNESBURG HOLLYWOOD LAS VEGAS NICE ORLANDO PUNTA DEL ESTE RIO DE JANEIRO SÃO PAULO 505 LOJAS - 18 PAÍSES
DeFato
Capa Bristol Hotel Itabira oferece atendimento nunca experimentado em Itabira
Fotos: Divulgação
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Luxo e
conforto Itabira ganha seu primeiro hotel de uma grande rede. Bristol Hotels chega à cidade e oferece atendimento de alto padrão
D
esde 1º de agosto, a cidade de Itabira conta com um empreendimento hoteleiro padrão quatro estrelas que une, num mesmo projeto, conforto, comodidade, segurança, boa localização e bem-estar. Trata-se do Bristol Itabira Hotel, administrado pela tradicional rede mineira Bristol Hotels, uma das maiores do país, com mais de 28 anos de atuação no mercado e com presença forte em Belo Horizonte e Vitória, além de Brasília, Goiânia, São Luís e cidades do interior mineiro e capixaba. Idealizado pela Estação Incorporadora, com projeto arquitetônico de Luciana Bragança, construção da Asgom Engenharia e decoração da arquiteta Izabel Félix, o hotel conta com 133 apartamentos amplos e modernos, incluindo duas suítes diferenciadas, uma Master e outra Premium, que agregam muito mais luxo e sofisticação à hospedagem. O empreendimento possui unidades adaptadas para portadores de necessidades especiais e todos os apartamentos são equipados com: TV LCD a cabo, ar condicionado split com controle de temperatura, frigobar abastecido, secador de cabelo, espelho de maquiagem, estação de trabalho, internet wi-fi, cofre e fechadura eletrônica. O Bristol Itabira Hotel possui piscina com deck, bar, sauna, academia, estacionamento coberto, gerador de energia para emergências, lavanderia, serviço de quarto e uma completa estrutura para atender eventos corporativos, como reuniões, treinamentos, simpósios e palestras; e eventos sociais como casamentos, festa de debutantes e aniversários. São espaços moduláveis, equipamentos modernos, wi-fi gratuito e uma equipe qualificada capaz de transformar qualquer evento em um verdadeiro sucesso.
DeFato
Capa
Bristol Itabira Hotel foi todo projetado para oferecer serviço de alto padrão
A localização é outro ponto forte desse empreendimento. Situado na avenida Duque de Caxias, no bairro Esplanada da Estação, o Bristol Itabira Hotel está numa região de comércio bem ativo, próximo a supermercados, restaurantes e lojas de
alto padrão e a poucos minutos das estações rodoviária e ferroviária, da Vale e de diversos pontos turísticos da cidade. Para os amantes da boa mesa, o Meet Restaurant & Lounge é uma excelente opção. Aberto tanto para hós-
pedes e eventos quanto para o público externo, o restaurante conta com três ambientes muito bem decorados e oferece um farto café da manhã, além de excelentes opções de pratos para almoço e jantar.
O BRISTOL ITABIRA EM NÚMEROS
133
APARTAMENTOS, COM ATÉ 110 m²
ESPAÇOS DE EVENTOS PARA ATÉ PESSOAS
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INFRAESTRUTURA PADRÃO ESTRELAS
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ANDARES DE APARTAMENTOS
BRISTOL ITABIRA HOTEL
Avenida Duque de Caxias, 1.220 - Esplanada da Estação. Fone: 313833-4050
DeFato
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Parceria de sucesso Bristol Apart-Hotel é fruto da união e da dedicação das empresas itabiranas Asgom Engenharia, Estação Incorporador e Expansão Imóveis
Renato Carvalho/DeFato
S
e hoje o Bristol Apart-Hotel é realidade, é graças a uma união que se provou vitoriosa. A parceria entre três empresas itabiranas foi fundamental para o sucesso do empreendimento. Juntas, a Estação Incorporadora, a Asgom Engenharia e a Expansão Imóvel coordenaram todos os procedimentos até chegar a hora de entregar a edificação à rede hoteleira Bristol. O empreendimento foi idealizado pela Estação Incorporadora, empresa de Jânio Bragança e que já atua há 15 anos no ramo da construção civil, proprietária do terreno onde foi erguido o prédio. A construção ficou por conta da Asgom Engenharia, do engenheiro
Aldrin Gomes, Jânio Bragança e Shell Azevedo garantiram o sucesso do Bristol Apart-Hotel em Itabira
Aldrin Gomes. Por fim, as vendas couberam à Expansão Imóveis, do corretor Marcelo Azevedo, o Shell. O projeto arquitetônico é de Luciana Bragança e e a decoração da arquiteta Izabel Félix. A dimensão que o projeto tomou comprova o sucesso da empreitada. Unidades de flats foram vendidas para investidores itabiranos e outras foram comercializadas para pessoas de Belo Horizonte e outras cidades de Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro e outros estados. Algumas unidades permanecem com a Estação Incorporadora, que após a finalização do projeto se coloca como a maior proprietária de flats. A obra foi concluída antes do pra-
zo estipulado. Em janeiro deste ano, a responsabilidade foi passada para que a Bristol iniciasse a montagem do empreendimento. O papel da rede é administrar o hotel. Todo o investimento foi feito pelos proprietários dos flats. Desde então, a Bristol organizou a instalação de equipamentos e formação dos colaboradores. “É um tipo de empreendimento que traz benefícios não apenas para os usuários e investidores, mas para a cidade como um todo, uma vez que fomenta e atrai outros negócios. Além disso, o apart-hotel atende a um perfil de público mais exigente e ajuda a cidade a evoluir”, comenta Jânio Bragança, da Estação Incorporadora. AGOSTO, 2015 defatoonline.com.br
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Condomínios
Divulgação
DeFato
Individualizar hidrômetros é opção para economizar e evitar problemas em conjuntos habitacionais
Economia de água em
condomínios Em condomínios, saber economizar água e usá-la racionalmente é dever de todos e uma ação de economia e preservação do meio ambiente
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crise hídrica bate à porta das cidades e, consequentemente, afeta também quem mora em condomínios. Aliás, afeta ainda mais. Viver em um conjunto habitacional exige cumplicidade e bom senso. Por isso, síndicos, funcionários e moradores devem colaborar e usar a água com consciência para evitar desperdício e o uso desigual. Economizar água em condomínios é possível. Diversas adaptações podem ser feitas em casas, apartamentos e estabelecimentos comerciais seguindo um padrão de consumo ideal e impactando positivamente no uso da água. Dentre eles, a individualização de hidrômetros, o reuso da água da chuva e campanhas de conscientização para moradores e fun-
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cionários. Com a adoção dessas medidas, além da economia da água, há também uma diminuição da conta, que é um item positivo para todos. O engenheiro civil e diretor técnico do Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE) de Itabira, Domício Bragança, conta que muitas vezes, em condomínios em que não existe a individualização da água, as pessoas não levam a sério a economia. Como exemplo, citou um vazamento de água, por onde diversos condôminos passam, enxergam o problema e não fazem nada. “Dessa forma, o vazamento só aumenta. Mas como a conta será barata e rateada, ninguém se preocupa até o síndico atuar. Mas todos deveriam se preocupar, porque a água não pode ser desperdiçada.
O consumo racional é o ideal”, diz. Soluções Domício Bragança conta que uma solução para a economia de água nos condomínios é a medição individual de água com hidrômetros separados para cada apartamento. Esse método de cobrança acaba com a desigualdade no consumo e resolve o problema gerado pela inadimplência. Segundo ele, em Itabira existem poucos lugares que adotam essa medida. Em 2012, foi discutido um projeto de lei que obrigaria que os novos edifícios fossem construídos com medições individuais, mas a matéria não foi adiante. Em vários municípios brasileiros já existem leis que impõem a obrigatorieda-
Mariana Reis/DeFato
Engenheiro Domício Bragança dá orientações para evitar o desperdício em condomínios
de dos hidrômetros individuais em projetos de novos condomínios. Em Itabira e em outras cidades onde não existe essa determinação, a aprovação da medição individualizada de água nos condomínios deve ser feita através de uma assembleia geral, com pauta específica para o tema. A aprovação depende da opinião da maioria de todos os proprietários. Nos condomínios onde há poços artesianos, muitas pessoas acreditam que a água do poço artesiano pode ser gasta a vontade, mas não é bem assim. “Isso é uma ilusão. Existem muitos lugares em Itabira que possuem o poço, mas as pessoas não economizam. Aí o que acontece? Com pouco tempo a bomba queima e o processo de manutenção do poço é muito penoso e caro”, diz Domício. Água da chuva Outra solução apontada pelo engenheiro do Saae é a colocação de caixas d’águas pluviais nos condomínios. “O problema da nossa cidade é que ela não tem uma boa infiltração da água da chuva. Ela passa pelo asfalto com alta velocidade e segue para os córregos. O ideal seria que ela caísse no terreno e ficasse, e um modo é com a caixa d’água pluvial”, conta. Segundo ele, essa água traria diversos benefícios e poderia ser usada para lavar quintais e regar plantas, por exemplo. “Além de economia, essa seria uma ótima atitude que geraria a diminuição das enchentes em tempo de chuva forte e na estiagem, um pouco mais de água”, explica.
Domício compara o uso dos aquecedores solares com as caixas d’águas pluviais. “Antigamente poucas pessoas faziam uso dos aquecedores, mas hoje muitas pessoas aderiram, por ser econômico e prático. Acredito que isso também vai acontecer com as caixas d’água. Tudo é mais difícil para quem já tem a casa, mas para quem vai construir é muito mais fácil. Basta adaptação”, diz o engenheiro.
VOCÊ SABIA QUE A MÉDIA DE DESPERDÍCIO É: Torneira gotejando 46 litros/dia Escovar dentes com a torneira meio aberta 12 litros/5 minutos Lavar louça com a torneira meio aberta 110 litros/10 minutos Lavar carro com a mangueira 560 litros/30 minutos Lavar calçada com a mangueira 280 litros/15 minutos Banho no chuveiro elétrico 144 litros/15 minutos
Fonte: SABESP
DeFato
Novidade Fotos: Jr. Foto Arte
Roger e Ana Flávia coordenam a academia Impacto Personal em Itabira
Ainda mais
personalizado Espaço amplo, estacionamento próprio, aparelhos modernos e professores capacitados são apenas alguns dos diferencias da nova sede da academia Impacto Personal
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ais espaço para um atendimento ainda mais personalizado. A Impacto Personal inaugurou nova sede em Itabira no último dia 17 de julho para proporcionar facilidade e uma nova proposta para quem pretende se exercitar e investir na saúde. Localizada na avenida Duque de Caxias, nº 96, a academia con-
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ta com um espaço de 410m², além de um estacionamento próprio para 14 carros. A nova estrutura traz mais conforto a todos os clientes da academia. A Impacto Personal conta com novos e modernos aparelhos de musculação e de treino aeróbico. São três bicicletas, três elípticos e sete esteiras. O espaço possui ainda um estúdio de pilates novinho
e vários acessórios para treinamento funcional. A mudança de sede se deve ao grande sucesso obtido pela academia. Não havia mais espaço para treinos nos horários de pico e a falta de vagas para estacionamento era uma realidade. Além disso, a nova academia conta com vestiários amplos e confortáveis,
Academia Impacto Personal mudou de endereço, ganhou mais espaço e equipamentos novos e modernos
que garantem maior comodidade. “Os clientes não precisam voltar para casa após o exercício, caso queiram ir direto para outro lugar após o treino”, diz Ana Flávia, sócia do empreendimento ao lado do marido Roger Guimarães.
ministrativos e de limpeza. No total, são 27 profissionais engajados para o bem estar dos clientes. Com a ampliação, a pretensão é colocar mais educadores físicos, fisioterapeutas e nutricionistas para atender a demanda dos alunos.
Exclusividade O ambiente na Impacto Personal é climatizado e todo adaptado para receber também os alunos com deficiências físicas. “A nova sede foi toda projetada para receber as atividades já praticadas anteriormente, com maior conforto aos clientes. Além disso, a proximidade com a antiga sede faz com que a mudança não seja um transtorno para os alunos atuais”, afirma Ana Flávia. A Impacto Personal conta, atualmente, com 16 educadores físicos e sete fisioterapeutas, além de funcionários ad-
Serviços A Impacto Personal oferece serviços personalizados de atividade física. São aulas de musculação, treinamento funcional, treino aeróbico (bicicleta, esteira, elíptico) e pilates com acompanhamento de personal trainer e/ou fisioterapeuta, além de reeducação postural global (RPG) e estética. As aulas de atividades físicas são realizadas individualmente ou em dupla, com duração média de uma hora com supervisão do professor. As atividades aeróbicas podem ser feitas fora
ACADEMIA IMPACTO PERSONAL
do horário de aula, segundo orientação do professor. Além disso, a frequência semanal é determinada pelo próprio aluno. Por se tratarem de atividades personalizadas, tanto as aulas de musculação quanto de pilates são planejadas pelo profissional especificamente para cada aluno, levando em conta o seu objetivo e condição física inicial, o que resulta em objetivos alcançados mais rapidamente e com maior precisão. Para os alunos mais indisciplinados, as aulas personalizadas são excelente opção por trazerem maior diversificação dos exercícios, diminuindo a monotonia. O horário previamente estabelecido pelo aluno e o incentivo constante dos professores durante toda a aula também são grandes aliados daqueles que não gostam tanto de atividade física.
Endereço: Avenida Duque de Caxias, 96, Esplanada da Estação, Itabira. Ao lado da Aposvale Telefone: (31) 3831-6676 AGOSTO, 2015 defatoonline.com.br
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DeFato
Cidade
O castelinho
misterioso Construção de mais de 70 anos faz parte da história de Itabira e mexe com a imaginação de muita gente
Mariana Reis
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urioso, misterioso, excêntrico, diferente. Mal assombrado? Há quem diga que sim. Os adjetivos são vários e demonstram bem como o “castelinho” localizado no Centro Histórico de Itabira mexe com a imaginação das pessoas. Localizado na esquina entre as ruas Doutor Guerra e Monsenhor Júlio Engrácia – conhecida até a década de 70 como rua do Bongue, por ser um reduto de negros - o prédio chama atenção. É impossível passar pela região e não notar a ilustre obra. O revestimento em tijolos e a arquitetura arrojada transmitem mesmo a imagem de um verdadeiro castelo. O castelinho tem dono? Na verdade, tem vários donos. Oito irmãos dividem o inventário da casa, como herança do pai, o falecido Francisco Ferreira de Assis, filho do famoso coronel José Batista Martins da Costa. Um dos filhos de Francisco, o advogado Giovani Martins da Costa, 50 anos, conta que o pai começou a construir o castelinho em 1939 e terminou em 1945. “Ele construiu várias casas em Itabira. Era autodidata. Não era engenheiro, mas tinha conhecimento de construção. Não sei dizer precisamente quantas e quais ele construiu, mas no bairro Pará tem muitas”, diz. Giovani, que hoje mora em Belo Horizonte, conta que o pai não teve a intenção de construir a casa na forma de um castelo. “As pessoas que inventaram esse nome, acho que por causa dos tijolinhos. Acredito que a lateral redonda também ajudou na imagem de um castelo, mas naquela época era usado esse tipo de construção. Ele fez essa parte redonda porque todo o resto é quadrado, se não ia ficar esquisito. Ele não quis parecer com nada”, explica. Francisco morou no castelinho com quatro dos oito filhos. Giovani conta que viveu lá por quatro anos, entre 1978 e 1982. Eles residiam na parte de baixo uma vez que o castelinho não chegou a ser totalmente finalizado. Ficaram faltando a parte de cima e a garagem. O herdeiro explica o que aconteceu: “A casa tinha um passeio com quase dois metros, mas o prefeito da época cortou o meio
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O castelinho ao longo dos anos: como é hoje e como era no passado
Arquivo de família
1940
Arquivo de família
1985
Mariana Reis/DeFato
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fio e expandiu a rua, que está em declive. Então, os caminhões que passavam arrebentavam o telhado. A casa foi interditada por brigas políticas e não pela obra em si”. O advogado conta que o pai ficou chateado pela intervenção do município e não terminou a casa. Passado um tempo, a família cresceu e foi obrigada a se mudar. Os Martins da Costa foram para um sobrado no Centro de Itabira, mas precisaram voltar para o castelinho depois que o sobrado foi alvo de um incêndio criminoso. Apesar de ser antigo, o castelinho poderia estar mais bem conservado. O herdeiro lamenta a ação de vandalismo de um dos inquilinos do local. “A pessoa não pagava o aluguel, quebrou portas, torneiras, rabiscou paredes. Eu fiquei muito triste com isso e entrei com uma ação de despejo em 2007. Esse inquilino permaneceu na casa até 2012. Desde então, a casa está fechada”, lamenta. Atualmente, os irmãos Martins da Costa estão reformando o castelinho. A intenção é voltar a alugar a parte de baixo. “Não queremos deixar a casa jogada. Temos que reformar muita coisa, e aos poucos vamos fazer tudo. Quase todos os dias tem uma pessoa lá arrumando. Queremos alugar para fim comercial ou residencial e não descartamos a chance de vendê-la”, afirma Giovani. Por dentro Portões de ferro, escadas de cerâmicas e azulejos rústicos levam para a antiga porta de madeira que se abre para dentro do castelinho. A reportagem de DeFato entrou lá, acompanhada pelo corretor responsável pelo imóvel e com autorização do herdeiro Giovani. A casa possui uma sala com varanda, três quartos, uma cozinha, um banheiro e um quintal. A sala possui poucas lâmpadas em funcionamento e as paredes já estão quase sem cor devido à ação do tempo. As janelas fechadas, com adesivos de Jesus e Maria, dão a impressão de se estar em um museu abandonado. Pelas paredes, imagens de santos mostram a devoção cristã dos antigos moradores. Em um dos quartos, no teto, há um pequeno enfeite de um anjo loiro com roupa azul segurando AGOSTO, 2015 defatoonline.com.br
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DeFato
Cidade
Objetos religiosos predominam na decoração do interior do castelinho
ília Fotos: Arquivo de fam
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Mariana Reis/DeFato
uma cruz. Na cozinha, apenas uma geladeira e um fogão. Por toda a casa, há muita poeira, mas, mesmo assim, é impossível não perceber os acabamentos finíssimos, que vão desde os rodatetos até os lustres luxuosos. No quintal, muitas plantas e mato alto. As raízes das árvores cresceram e subiram pelas paredes de tijolinhos. Por todo o castelinho paira uma atmosfera de desolação e de envelhecimento, que causam uma sensação de nostalgia e aguçam a imaginação. O prédio está em reforma e logo estará à espera de um morador para voltar a se encher de vida. Recordações A maioria dos itabiranos já escutou histórias sobre o castelinho do Centro Histórico. Grande parte dessas narrativas é de terror, claro. O jornalista e historiador Delly Junior, 36, conta que entrou uma vez no prédio quando era criança. Ele tinha 13 anos e estava acompanhado de dois colegas de 12. “Estudava no Colégio Nossa Senhora das Dores e, por ser perto do castelinho, passava por lá. As lendas sobre a casa sempre me instigaram, muitas pessoas diziam que ouviam ou enxergavam coisas”, conta. Delly e seus colegas pularam o muro do castelinho e entraram somente com duas velas e alguns palitos de fósforos. Como toda boa narrativa sobre aquela construção tão diferente, o relato do jornalista vem em um misto de sentidos literal e abstrato. “Lá dentro encontramos um perfeito cenário
de filme de terror. Na entrada, tinha uma cômoda de madeira antiga com várias gavetas cheias de objetos. Eu peguei um livro que eu tenho até hoje, que se chama ‘Vingança Diabólica’. No banheiro, tinha uma banheira com uma boneca dentro. Logo em frente, havia um cofre e, no meio da sala, um berço com um círculo em volta. No último quarto, centenas de caixas com fitas VHS antigas, isso tirou um pouco do medo da gente”, conta. Folclore Em 2013, o itabirano, poeta, escritor e bacharel em Direito, Marconi Ferreira, lançou o livro “Viagem na história de Itabira com o Menino da Mina”, no qual contou uma história sobre o castelinho. “Em 1995, já estava com o livro pronto, mas foi há três anos que lancei para brincar com o imaginário de Itabira, que é uma cidade muito rica em histórias”, conta Marconi. Para ele, o prédio desperta tantas fábulas justamente porque é uma estrutura completamente diferente. “Quando era criança, eu e meus colegas tínhamos pavor do castelinho. Vários deles saíam da missa na Catedral e ateavam pedras de minério nas janelas da casa, como se fosse um meio de afastar os fantasmas”, relembra. A época da construção do castelinho também ajuda a explicar tantas narrativas. O prédio foi construído em um período em que as pessoas não tinham televisão, então, as famílias gostavam muito de contar histórias. “Aquilo povoava a mente da meninada. Diziam
que quem passava por aquelas ruas ouvia barulhos estranhos. Viemos de uma família cheia de mitos e religiosidade”, diz Marconi. O escritor reconhece que as histórias são repletas de controvérsias, mas afirma que a família de Francisco sempre levou tudo numa boa. “Eles nunca nos retrucaram, pois sabem que tudo está no imaginário dos itabiranos. Acho isso muito ético”, elogia. O escritor lembra que várias famílias moraram lá depois dos Martins da Costa e nenhuma permaneceu por muito tempo. Esse fato também ajudou a construir a imagem de um local mal-assombrado. Marconi acredita que as histórias do castelinho são importantes para a arte, cultura e folclore da cidade. “Eu
faço parte do conselho de cultura e sempre busco contar isso. É muito importante. No mundo de hoje, onde temos televisão e internet, diversas crianças ainda param e prestam atenção no castelinho”, comenta. Para ele, o castelinho é o que de mais importante ficou no imaginário de quem viveu a infância nos anos 60 e 70 em Itabira, um verdadeiro legado histórico. “Depois de velho, eu já passei por ali e senti arrepios”, confessa. Ao ser questionado sobre as histórias de assombração que muita gente narra sobre o castelinho, Giovani ri muito e diz que fantasmas não existem. Ele conta que essas fantasias são antigas e que, quando criança, precisou levar os
amigos lá só para provar que as narrativas não eram verdadeiras. O advogado lembra que um dia estava no castelinho e passou uma moça com uma criança querendo conhecer a casa. “Ela disse que a filha era doida para conhecer o castelinho por dentro, porque achava que lá morava um príncipe. Então... cada um tem histórias diferentes para contar. E o mais legal foi ver a alegria da criança”, recorda. Entre narrativas verdadeiras e fábulas, o fato mais concreto é que o castelinho mexe mesmo com o imaginário do itabirano. E que bom que seja assim. Afinal, um povo sem memória é um povo sem história. E histórias o castelinho tem muitas.
O castelinho por dentro: detalhes que causam várias sensações a quem entra lá
/DeFato Fotos: Mariana Reis
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Cidadania Daniel Lança
Governança Pública e Responsabilidade Fiscal www.perrellilanca.adv.br
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o fim do 1º semestre deste ano foi divulgado interessante relatório sobre responsabilidade fiscal dos municípios brasileiros, com grata surpresa e um dado alarmante para nossa região. Trata-se do Índice Firjan (da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro), que estuda cinco indicadores de governança pública. O município de Conceição do Mato Dentro foi o 1º lugar geral do país. A decepção foi Itabira, que apareceu apenas na 130º posição. No índice Firjan, são levados em conta os indicadores “Receitas Próprias”, “Gastos com Pessoal”, “Investimentos”, “Liquidez” e “Custo da Dívida”. Em Receitas Próprias, é medido o quanto o orçamento depende apenas de recursos municipais, tais como IPTU e o ISSQN; em Gastos com Pessoal, mede-se se o município atende à Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) quanto ao comprometimento máximo de 60% com folha de pessoal; em Investimentos, o quanto é gasto em investimentos, como obras públicas, em detrimento ao custeio; em Liquidez, é avaliado se as prefeituras deixam recursos em caixa para pagamentos a curto prazo; em Custo da Dívida, é analisado o comprometimento do orçamento municipal em relação à quitação de dívidas e pagamento de juros. No caso de Conceição do Mato Dentro, todos os indicadores apresentaram nota máxima. Digno de louvor. Realiza-se um belo trabalho por lá nesse aspecto. Quanto a Itabira, a cidade conquistou o nível “Gestão de Excelência” apenas em dois indicadores: Gastos com Pessoal e Liquidez. Em todos os outros, é preciso preocupar-se com a gestão das finanças do município. Em especial, o que é gasto na rubrica Investimento é de imensa preocupação. Isso porque, em simples termos, mede-se o maior ou menor sucesso de uma Administração Pública na medida em que ela gasta menos com sua própria burocracia e mais com a população. Os valores pagos em investimentos são, portanto, aqueles que são designados a obras, serviços e benefícios à população, sobretudo aqueles que visam – no nosso contexto específico – a diversificação econômica local, com iniciativas que visem a ampliação do parque industrial, melhoria da infraestrutura, investimento em parques tecnológicos e, em última análise, manutenção e ampliação dos postos de trabalho. Ainda vale reflexão no quesito Receitas Próprias. No caso de Itabira, vale tomar cuidado especial, já que o indicador, com nota C, demonstra imensa dependência de verbas oriundas de transferências voluntárias (dos Governos Estadual e Federal) e, em peculiar, da Compensação Financeira pela Explora-
ção de Recursos Minerais (CFEM), vinculada ao minério de ferro. Imperioso uma gestão fiscal que contemple a sustentabilidade das receitas próprias, inclusive aquelas indiretamente afetas ao município – tais como o IRPF – e a devida atenção à divida ativa. No lado positivo, bom que tenhamos indicadores claros e transparentes da gestão pública municipal. Só assim será possível a maior fiscalização e cobrança dos agentes políticos que administram aquilo que é de todos nós.
Mede-se o sucesso de uma Administração Pública na medida em que ela gasta menos com burocracia e mais com a população Daniel Lança é advogado e gestor público, com Especialização e Mestrado em Ciências Jurídico-Políticas pela Universidade de Lisboa – Portugal
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Reconhecimento
Empresa top ABROZZA CONFECÇÕES E SILK recebe prêmio que valoriza qualidade de seus produtos e serviços
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econhecimento sempre é bem-vindo. Ainda mais quando vem na condição de prêmio. Em Itabira, a Abrozza Confecções e Silk pôde sentir esse gostinho. A empresa recebeu o certificado Top Excelência Empresarial 2014 no segmento “Confecção de Vestuário”. A honraria valoriza a qualidade empregada nos produtos e serviços. O prêmio é elaborado pela Cia. Nacional de Eventos e Pesquisas (CNEP) e reconhece o padrão de excelência em serviços e produtos de empresas e profissionais que atuam com destaque em diversos segmentos. O processo de seleção das agraciadas é feito pela própria
CNEP, que identifica as empresas ou instituições que possuem maior destaque por meio de questionários. Através de um cruzamento de informações, as mais citadas em suas respectivas categorias são as vencedoras. A pesquisa que concedeu prêmio à Abrozza foi realizada em 2014, mas o certificado só foi entregue em junho deste ano, em cerimônia em Belo Horizonte. Para a proprietária Valéria Moraes, a premiação é um reconhecimento a todo esforço empregado pela empresa na busca da melhoria contínua. “É uma satisfação enorme. Coroa todo nosso trabalho”, comenta. Valéria é sócia da Abrozza ao lado
de Abraão Cândido. A empresa começou em 2009, nos fundos da casa dele, com apenas dois funcionários. Seis anos depois, aumentou consideravelmente o número de colaboradores e passou a atender demandas não só de Itabira, mas de várias cidades vizinhas e também mais distantes. Hoje, a Abrozza está consolidada no ramo de confecções de peças promocionais e uniformes. A empresa produz camisetas, calças, shorts, camisas esportivas, abadás, moletons e outros vestuários. A qualidade dos produtos alavancou os negócios, mas a Abrozza também se destaca nos quesitos sustentabilidade e responsabilidade social.
A Abrozza Confecções e Silk está localizada no bairro Fênix, em Itabira. Telefone: (31) 3834-6509 | Site: www.abrozza.com.br
Equipe Abrozza comemora o resultado de pesquisa que premia a excelência na prestação de serviço
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Idiomas
Navegar é preciso Intercâmbios acrescentam novas experiências de vida, ajudam no aprendizado de idiomas e ainda incrementam o currículo profissional
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onhecer uma nova cultura, vivenciar diferentes costumes, se habituar a um idioma que até então só era visto em sala de aula e ainda obter um baita diferencial profissional. As vantagens de se aventurar em um intercâmbio no exterior são, realmente, consideráveis. Para obter isso tudo, no entanto, é preciso passar por cima de alguns obstáculos, como a distância da família e o medo natural do desconhecido. Por causa disso, motivação e determinação são palavras-chave. Para Eline Bettero, diretora do CCAA Itabira, estar inserido 24 horas na língua em que se busca qualificação ajuda muito no aprendizado. Durante um intercâmbio, a pessoa escuta o novo idioma desde a hora em que acorda até o momento em que vai dormir. “Se a pessoa souber aproveitar a temporada no exterior, quando chegar ao aeroporto aqui no Brasil, vai achar que está escutando outro idioma”, afirma. “Aproveitar ao máximo e evitar brasileiro por perto,
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para praticar mesmo. Evite ao máximo falar português. Se estiver em casa de família, veja os costumes, jante com eles, tenha convivência”, aconselha. Quando uma pessoa chega ao exterior para estudar, ela passa por um teste de nivelamento na escola. A avaliação mostra o nível que o aluno está (básico, intermediário ou avançado) e define para qual turma ele vai. Por isso, não há uma fase mínima determinada que permita ou inviabilize um intercâmbio para aprendizado. Também não há uma definição quanto a tempo de estadia. O recomendado é de que o período seja de duas semanas adiante, mas isso depende do propósito e do orçamento do interessado. Os programas de intercâmbio oferecidos por agências acontecem em qualquer época do ano. “Geralmente, fazemos de duas semanas aproveitando o período das férias escolares, janeiro e/ou julho. No entanto, o aluno tem a opção de adquirir programas com mais
semanas e assim prolongar sua estadia”, explica a diretora Eline. “Já tivemos casos de pessoas que foram conosco, tiveram experiências e se programaram para retornar em outra oportunidade. Eles se acostumam, desenvolvem bem e ficam tranquilamente”, comenta. Novos rumos A ex-bancária Danielle Campos é um exemplo de quem foi para ficar um curto período e se apaixonou pelo local em que fez intercâmbio. Em julho de 2011 ela foi para Dublin, na Irlanda, com uma turma do CCAA Itabira. Ficou por lá duas semanas e voltou ao Brasil com a sensação de que retornaria para o país Europeu. Em setembro do ano passado, embarcou para uma temporada de um ano no Velho Continente. Danielle afirma que o intercâmbio proporciona mais do que a oportunidade de praticar outra língua. Gera experiência de vida, conhecimento e muitas histórias para contar. Para ela, estar em outro país
Arquivo pessoal
descobrir que você realmente fala outra língua. Isso não tem preço”, completa. O destino escolhido por Danielle é um dos mais procurados por brasileiros atualmente. A instabilidade econômica e a alta do dólar têm mudado as preferências e indicado viagens para países “alternativos”. Além da Irlanda, Malta, África do Sul, Austrália e Nova Zelândia se apresentam como opções rentáveis e que oferecem boa qualificação. Os campeões, no entanto, continuam sendo Canadá, Estados Unidos e Inglaterra.
Danielle decidiu passar um ano em Dublin, na Irlanda
permite “vivenciar uma nova cultura, reaprender a viver, quebrar paradigmas, reinventar-se, descobrir o novo e o antigo e ver com os próprios olhos o que se vê apenas em filmes e livros”. “Descobrir que você pode fazer amigos de qualquer nacionalidade, experimentar outras comidas e sabores, sentir-se em casa do outro lado do mundo e no final de tudo
Vantagem profissional Mas além de toda diversão, fazer um intercâmbio é uma alternativa conveniente de crescer profissionalmente. A maioria das empresas leva em consideração uma experiência no exterior durante o processo de seleção para uma vaga. Falar uma segunda língua é fundamental e fator de desempate em vagas disputadas por mais candidatos. Além do idioma adicional, tem o lado da cultura, de ter vivenciado algo que os concorrentes não vivenciaram. Especialistas afirmam que o fato de conhecer hábitos diferentes proporciona maior poder de adaptação a um novo ambiente e a desafios. Ajuda a fortalecer a resiliência, característica muito admirada por departamentos de Recursos Humanos.
AS VANTAGENS DO INTERCÂMBIO Aprender a falar fluentemente o idioma
Conhecer novas pessoas
Adquirir independência
Experiência profissional
VOCÊ SABIA? Em 2014, mais de 230 mil brasileiros deixaram o país para fazer um programa de intercâmbio no exterior. Em relação ao ano anterior, o aumento foi de 15%. Fonte: Brazilian Educational & Language Travel Association (Belta)
DeFato
Turismo
Altas viagens em baixas
temporadas Quem planeja viajar nesta época do ano pode aproveitar uma ampla gama de opções, seja para relaxar, divertir ou economizar
Mariana Reis
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esde que se casaram, há quatro anos, o empresário Edimar Pereira, 30 anos, e a esposa Isabela Alcântara, 31, sempre procuram conciliar as férias para viajar em épocas nas quais a maioria das pessoas está trabalhando ou estudando. É a chamada baixa temporada, quando, geralmente, os preços estão mais em conta e os destinos turísticos mais vazios. Cenário é ideal para quem quer se divertir, pagar menos e não perder em qualidade. Isabela aprendeu a tática com o pai e ensinou ao marido. “Nossa data preferida é setembro, mas neste ano fomos em junho para Natal. Amamos praia e vamos sempre fora de época”, conta a mulher. Segundo Edimar, na baixa temporada o atendimento é melhor, as coisas são mais baratas, os lugares ficam mais vazios e no geral tudo é ótimo. “Eu quero viajar para Caldas Novas em setembro. Se eu fosse na alta temporada, custaria uns
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R$ 3,8 mil, mas na baixa custa uns R$ 2,5 mil. Sempre consigo uma diferença de mil reais aproximadamente. Vale a pena alterar a data”, justifica o empresário. Claro que em grandes centros, mesmo em baixa temporada, é mais difícil encontrar o cenário descrito pelo casal, mas em lugares menores ou cidades litorâneas, por exemplo, as chances de uma viagem tranquila aumentam nos períodos de pouca movimentação. As baixas temporadas internacionais dependem da data de saída do Brasil e dos tempos de férias em cada país. Em geral, os meses de janeiro, fevereiro, julho e dezembro são meses de alta temporada e, os demais, meses de baixa. Os períodos de festas de final de ano são considerados altíssima temporada e necessitam de programação com bastante antecedência, assim como o Carnaval. As datas de alta e baixa temporada também podem variar de ano para ano e de acordo com o destino.
Arquivo pesoal
Edimar e Isabela aproveitaram a baixa temporada para curtir os Lençóis Maranhenses
Resorts Uma boa dica para aproveitar a baixa temporada são os resorts. Os lugares maravilhosos e os serviços exclusivos transmitem uma imagem de preços astronômicos, mas, em épocas favoráveis, uma boa pesquisa pode proporcionar oportunidades imperdíveis. Como esses hotéis são muito visados por turistas, quando as férias acabam muito deles precisam colocar a sua tarifa com desconto para poder ter mais hóspedes. E também existe outro fator: quem viaja a negócios não fica neste tipo de hospedagem e o público-alvo, aquele que busca diversão também dentro do hotel, some na baixa temporada.
O aposentado Eugênio Pacelli, 56, e a esposa Maria de Lourdes Silva, 53, adoram conhecer novos lugares e viajam pelo menos três vezes ao ano. Os resorts sempre recebem atenção especial do casal. Eles já conheceram várias cidades do país, como Maceió, Natal, Porto Seguro e várias outras do interior de Minas Gerais. Eugênio conta que só viaja em baixa temporada, por ser mais econômico, cômodo e relaxante. “Eu sempre fecho minhas viagens com agências, porque prezo a confiança e não gosto de estresse. Não confio em comprar pela internet e não abro mão da segurança”, diz. Segundo ele, uma das melhores viagens que o casal já fez foi para um
Turismo Arquivo pesoal
DeFato
resort, em junho deste ano, na praia de Cumbuco, em Caucaia, município próximo a Fortaleza. “Consegui um preço muito bom, 40% a menos do que o normal. Em alta temporada custa uns R$ 7 mil, mas eu consegui por uns R$ 5 mil. Estava vazio e dessa forma tivemos muitos mimos. Pude aproveitar muito mais”, conta, animado.
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Pensar com antecedência Independentemente do local escolhido, uma palavra é essencial para qualquer viagem: planejamento. Pensar tudo com antecedência, pesquisar o local escolhido e estudar bem as características ajuda para que o passeio seja um sucesso. A odontóloga Jossana Souza e a mãe Claudete Souza, aposentada, sabem bem isso. As duas adoram viajar e sempre que podem aproveitam a baixa temporada. Mãe e filha já conheceram diversas cidades brasileiras e até mesmo destinos internacionais, como Argentina e Uruguai. O próximo país escolhido para visitar é o Chile. Elas embarcam no dia 14 de outubro e levarão mais quatro amigas para acompanhá-las. “Se eu pudesse, viajaria todo mês”, brinca Jossana. A opção por viajar em baixa temporada, além do preço, tem também fundamento na tranquilidade. “Como os destinos estão mais vazios, tenho mais oportunidades de conhecer a cultura local”, conta Claudete. Segundo mãe e filha, é importante pensar em tudo com antecedência. “Independentemente de ser baixa temporada ou não, devemos analisar muito o destino e o preço do dólar, se for viagem internacional. Separar todo mês um pouco de dinheiro e sempre que possível trocar o real pelo dólar. Assim não somos tão atingidas pelas oscilações e a alta da moeda”, recomenda Jossana. A tática do câmbio precisará ser usada pelas duas em breve. Assim que voltarem do Chile, Jossane e Claudete começarão a planejar uma viagem para a Disney. “E com certeza vamos em baixíssima temporada”, afirma a filha. Outra recomendação feita por elas é: existem
Eugênio e Maria de Lourdes encontraram oportunidade favrável para conhecer resort em Fortaleza
Claudete e Jossana já viajaram para o exterior e não abrem mão de planejar cada detalhe do passeio
lugares para passear e outros para gastar. “Na Disney, todos vão para comprar muito, então, reserve um dinheiro. Não tem como não ficar deslumbrado com as coisas, principalmente nos free shopping. Nos passeios, guarde o dinheiro para pegar um táxi, jantar ou ir a um barzinho”, diz Jossana. Cenário favorável O dólar é mesmo um fator a ser levado em consideração. Desde março deste ano, a moeda americana transita pela casa dos R$ 3, e isso fez com que a procura por destinos nacionais registrem aumento nos últimos meses. A Associação Brasileira das Agências de Viagem (Abav) estima que o turismo interno cresça 5% em 2015 em relação ao ano passado. Para aproveitar ainda mais os destinos, a baixa temporada brasileira tende a render uma redução de até 50% no valor
total da viagem com passagens aéreas e opções de hospedagens mais baratas. Além disso, o período marca também o final do inverno e toda a primavera, época que as chuvas diminuem e as temperaturas começam a subir, gerando um clima ideal para curtir o litoral brasileiro. Outra boa dica para aproveitar esse cenário favorável e torná-lo ainda mais em conta é acertar na hora de fechar o pacote. Planejar e efetuar a compra com antecedência é fundamental. A dica é consultar a agência de viagem, ver as opções e não deixar para dedicir em cima da hora. A hora de viajar pagando menos é essa. De agora até novembro, o cenário é favorável para quer se divertir e não pesar tanto o orçamento. Afinal, turismo é para ser alegre e confortável. De estressante, já basta o dia a dia. Faça as malas e boa viagem!
CONFIRA ALGUMAS SUGESTÕES DE ROTEIROS
Paris O início da primavera pode ser uma grande escolha para conhecer a capital da França. Os dias se tornam mais compridos, as temperaturas podem chegar aos 21°C. Como forma de atrair os turistas, as companhias aéreas europeias reduzem os preços das passagens, com descontos que podem chegar até 15%. Uma semana de hospedagem, passagem aérea de ida e volta, traslado e city tour podem ser encontrados com ótimos preços. Localizada na ilha Ile de la Cité, a Catedral de Notre-Dame é um dos exemplares mais emblemáticos da arquitetura gótica
Chile A alta temporada no Chile é de julho a agosto. Em outras épocas do ano, a neve já não está farta, mas mesmo assim é possível aproveitar muito. São diversas as vantagens de conhecer o Chile em baixa temporada, como estradas com pouco movimento (e sem muita neve). Só tome cuidado com as curvas das montanhas na Cordilheira dos Andes, pois são muito fechadas e causam enjoos. Filas nos aluguéis de equipamentos e roupas para ski e snowboard também são bem menores nessa época. Este também é o período perfeito para encontrar promoções nas diárias e a possibilidade de fazer “mini week” – períodos curtos de 3 ou 4 dias de hospedagem. E o melhor é que existe a possibilidade de esquiar na neve com sol, pouca roupa e pouco frio. Além da Cordilheira dos Andes, a região dos Lagos Andinos com diversos vulcões também são ótimas opções, com paisagens de tirar o fôlego, montanhas nevadas, lagos de cor esmeralda e vida selvagem.
A longa e exuberante travessia dos Lagos Andinos é uma experiência única, seja no silêncio da travessia, no movimento das águas ou no majestoso perfil do vulcão Osorno
DeFato
Turismo
Nordeste brasileiro Nas baixas temporadas, as temperaturas no Nordeste brasileiro ainda sem mantêm bastante agradáveis, gerando uma boa opção para aproveitar praias e passeios inesquecíveis. Tranquilidade para curtir com exclusividade é garantia. Não faltam boas opções, como o Parque dos Lençóis Maranhenses no Maranhão, Fernando de Noronha no Recife, digna de estampar cartões postais.. Já a Bahia coleciona destinos deslumbrantes e abriga muitas das melhores praias do nordeste, como as do litoral de Morro de São Paulo. As piscinas naturais em Porto de Galinhas no Pernambuco também é uma obra da natureza que fica ainda mais interessante na baixa temporada, com menos pessoas é possível prestigiar as piscinas que se formam entre os arrecifes e corais.
O parque nacional dos Lençóis Maranhenses é localizado no estado do Maranhão e possui conservação brasileira de proteção integral à natureza
Fotos: Divulgação
Maria Fumaça:lindas paisagens e o melhor
Cidades históricas de Minas Gerais Em abril, as chuvas diminuem em Minas Gerais, gerando uma boa oportunidade para fazer uma viagem histórica pelo roteiro Minas Colonial, que passa por Tiradentes, São João del-Rei, Ouro Preto e Mariana. As
das cidades históricas de Minas Gerais
cidades guardam registros arquitetônicos do barroco, recontam a história do País e exibem monumentos de artistas como Aleijadinho. Se a viagem for mais curta, vale a pena conhecer o Instituto Inhotim, em Brumadinho, que é o maior museu a céu aberto do mundo.
aos da Eur e paisagem semelhantes a exuberante, com clima urez nat uma sui pos o Gramad
Serra Gaúcha O movimento nas cidades da Serra Gaúcha é tranquilo e é possível conseguir descontos nos ingressos dos parques. A economia nessa época pode chegar a 40%. Atrativos temáticos, como a Aldeia do Papai Noel e o Parque de Neve, funcionam diariamente ao longo do ano. Di-
opa
versos eventos podem ser conferidos na baixa temporada, como a Festa da Colônia em Gramado (agosto); Festa da Uva, em Caxias do Sul (fevereiro e março); Festa da Vindima, em Bento Gonçalves e Garibaldi (janeiro a março); Semana do Bebe de Canela (maio); e Festa Nacional da Música de Gramado (outubro).
DeFato
Dia dos Pais
UM MOMENTO, INFINITAS HISTÓRIAS
História de superação do casal Gracielle Bazarella e Alexandre Menezes, “narrada” pela pequena Olívia, foi a grande vencedora do concurso cultural promovido por DeFato e Imaginarium Renato Carvalho/DeFato
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concurso cultural “Um momento, infinitas histórias”, em homenagem ao Dia dos Pais, promovido pela loja Imaginarium e por DeFato, premiou a história vencedora no dia 13 de agosto, em Itabira. Os vencedores ganharam um kit da loja no valor de R$ 500. Foram dezenas de histórias emocionantes recebidas durante o concurso. A vencedora foi a história enviada pela mamãe Gracielle Bazzarella, em nome da filhinha Olívia, que homenageava o pai Alexandre Menezes e narrava a dificuldade que o casal enfrentou para engravidar.
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Emocionada, a comissão julgadora escolheu a história e, para tornar a premiação especial, armou uma megaoperação para surpreender o papai herói. Enquanto a mamãe Gracielle, que já sabia do resultado, combinava de encontrar com Alexandre no Centro de Itabira, Imaginarium e DeFato preparavam a loja para receber a família vencedora. Várias fotos, que retratam a história do casal, foram espalhadas pelo estabelecimento. A loja estava decorada para recebê-los e só era preciso que a mamãe arrastasse o papai para a surpresa.
A proprietária da Imaginarium, Mariane Barcelos, não imaginava que a premiação seria tão emocionante. “Ficamos muito felizes, pois a loja tem a pretensão de mexer com a emoção das pessoas”, diz. Também presente no momento da premiação, Maria das Graças Almeida de Menezes, mãe de Alexandre, relembra as barreiras enfrentadas pelo casal. “Foi um ano de tanto tropeço e a gente superou tanta coisa. E ainda teve a embolia pulmonar do Alexandre durante a gravidez. Foi um ano de superação. A Olívia deveria se chamar Milagre”, diz a vovó.
CONFIRA A HISTÓRIA VENCEDORA DO CONCURSO CULTURAL
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DeFato
Esporte
Talles Silva carrega a esperança de participar das Olímpiadas do Rio em 2016
Salto para o sucesso Esperança de medalha nas Olimpíadas de 2016, Talles Silva iniciou no atletismo em Itabira e disputou salto em altura no Pan-Americano de Toronto Renato Carvalho
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ascido em São Gonçalo do Rio Abaixo, mas criado em Itabira, Talles Frederico Silva, de 23 anos, é atualmente um dos destaques do atletismo brasileiro. O atleta disputa o salto em altura e já participou de diversas competições nacionais e internacionais: a mais recente, o Pan-Americano de Toronto, em julho, no Canadá. Entre os 11 competidores da prova, Talles ficou com a nona colocação, registrando um salto de 2,20 metros. Para conquistar pelo menos a medalha de bronze, o atleta precisaria repetir sua melhor marca já alcançada: 2,28 metros. O ouro foi conquistado por Mike Mason, do Canadá, que saltou 2,31 metros. Se o resultado não foi dos melhores, a experiência compensou todo o esforço.
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Na avaliação de Talles, a disputa foi forte, já que as marcas alcançadas foram as mesmas do pódio das últimas Olimpíadas. “Sinto que competi bem, mesmo podendo ser melhor. Tentei por três vezes saltar 2,25 metros, mas em todas eu passei e o sarrafo balançou e caiu. Foi uma ótima experiência, mas também fiquei incomodado, pois vi que ajustando algumas coisas posso fazer uma prova muito mais forte”, avalia o atleta. Agora, o foco está voltado para o Mundial de Atletismo, que acontece entre 22 a 30 de agosto, em Pequim, na China. As Olimpíadas do Rio de Janeiro, em 2016, também estão na mira do atleta. A primeira treinadora de Talles, a itabirana Francislene da Silva, 39 anos, não tem dúvidas de que ele será um dos representantes brasileiros na modalidade. “Com
certeza ele vai estar nas Olimpíadas. O índice olímpico é 2,29 metros e ele tem 2,28 m”, afirma. Francislene não esconde o orgulho que tem pelo pupilo e defende a prova feita no Pan de Toronto. “Ele ficou um pouco nervoso, mas para o primeiro Pan está normal. Competição é uma caixinha de surpresa. Isso é normal, é do esporte”, conta. História Talles nasceu em São Gonçalo do Rio Abaixo, cidade da família de sua mãe, mas morou até os 19 anos em Itabira. Os pais, Afonso Geraldo Silva e Valquíria de Sousa Silva, sempre incentivaram o rapaz quanto à prática esportiva. Com quatro anos já fazia escolinha de futebol e continuou jogando até os 12. Mas não
Divulgação
Renato Carvalho/DeFato
Falta de estrutura em Itabira impede o surgimento de novos talentos
Talles é de São Gonçalo, mas viveu por anos em Itabira
Renato Carvalho/DeFato
era correndo atrás da bola que o futuro se desenhava para o jovem. Talles começou a saltar na Escola Estadual Trajano Procópio Alvarenga Silva Monteiro (Premen), onde estudou. Franscilene treinava jovens na pista de atletismo e fazia seletiva para uma competição juvenil que aconteceria um mês depois. “Os alunos estavam descendo para a quadra e pedi que o professor deixasse que eles saltassem. Gostei do salto do Talles e o convidei para treinar”, lembra a treinadora. Mesmo com pouco tempo de treinamento, Talles venceu a sua primeira competição e Francislene logo percebeu o talento do rapaz. “Falei a ele que caso levasse o atletismo a sério, esquecesse as nossas dificuldades e treinasse com dedicação e coragem, seria uma campeão olímpico”, conta. As habilidades de Talles foram se desenvolvendo, mesmo com a precarie-
dade da pista. De forma improvisada, a treinadora trabalhava o atleta na medida do possível, mas o limite para crescer no esporte havia chegado. “Chegou um ponto que já não tinha mais jeito, tanto pelo espaço quanto pela falta de apoio financeiro. Não tínhamos como manter o Talles aqui”, diz Francislene. Foi então que a treinadora entrou em contato com Kiyoshi Takahashi, técnico do Esporte Clube Pinheiros, de São Paulo, e um dos melhores treinadores de saltos do país. Francislene pediu apoio e que avaliassem o jovem. Kiyoshi visitou Itabira para ver as condições de treinamento dos jovens e não acreditou no que viu. “Ele falou que não era possível que o Talles tivesse conseguido resultados treinando ali. Foi aí que ele o levou para São Paulo. Foi uma mudança certa”, lem-
Treinadora Francislene lamenta a falta de apoio
bra a treinadora. Antes de ir para São Paulo, Talles já havia chamado atenção de americanos, que chegaram a fazer convite para que ele treinasse em uma universidade local. Formação de atletas Francislene treina jovens no atletismo voluntariamente. Apenas com a estrutura cedida pelo Premen, a técnica tenta formar atletas de alto nível, mas o trabalho não é fácil. Além da falta de dinheiro, de materiais para treinamentos, desilusões dos adolescente também são muito comuns. “Já tivemos caso de atletas que ganharam o Sulamericano e ninguém ajudou em nada. Não houve nenhum apoio”, lamenta a treinadora. Dos que passaram pelas mãos de Francislene, apenas Talles é grande destaque. Segundo ela, os outros promissores não chegaram até o nível do companheiro por falta de apoio. “Precisaram parar para trabalhar. Também faltou perseverança e um pouco de calma, mas o social atrapalha muito”, diz. Para a treinadora é uma responsabilidade muito grande colocar esperança nos adolescentes, já que o futuro é incerto. Quando os resultados começam a surgir, Francis tenta estimulá-los para acreditarem que são capazes. “Conto minha história a eles. Comecei a treinar aqui também, sou recordista mineira, ganhei vários sulamericanos, fui três vezes ao Mundial, consegui fazer minha faculdade e hoje estou aqui”, cita. Com lágrimas nos olhos, Francis conta que é um baque muito grande ver resultados positivos e não ter apoio. “Tenho esperança muito grande que a gente vai conseguir, não pode desanimar. Só Deus sabe a luta, o esforço que é. Alunos já chegaram a falar para eu desistir, mas eu gosto do que faço. Isso é minha vida, porque não tem nada melhor do que ver um menino desse ser contemplado e ganhando”, emociona-se. Diante das dificuldades, Francislene segue em frente com a esperança de que Talles servirá de exemplo para os futuros atletas e também para que o esporte seja mais apoiado em Itabira. O sarrafo é apenas um dos obstáculos a serem vencidos. AGOSTO, 2015 defatoonline.com.br
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DeFato
Saúde
Xô, intoxicação! Alimentos detox trazem benefícios desde que usados de maneira balanciada e em parceria com hábitos saudáveis Mariana Reis
A
correria do dia a dia e a má alimentação contribuem para aumentar os níveis de toxinas presentes no nosso corpo. Além das já produzidas naturalmente, ainda entramos em contato diário com substâncias presentes nos alimentos (agrotóxicos, corantes e glútem), no ar poluído, em medicamentos, em bebidas alcoólicas e até em cosméticos. Por causa disso, os alimentos detox são os queridinhos do momento. A internet está recheada de receitas. Mas por que eles se tornaram tão requisitados? Realmente funcionam? Detox é a abreviatura da palavra em inglês detoxification, que significa, em português, desintoxicação. É uma técnica da nutrição funcional, que tem como objetivo ajudar o organismo a eliminar toxinas e outras substâncias prejudiciais à saúde através dos ali-
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mentos. Os nutrientes mais utilizados para preparar os cardápios detox são as frutas e as hortaliças, sendo os mais comuns: couve, agrião, alface, rúcula, inhame, cenoura, beterraba, limão, abacaxi, melancia, laranja, chá verde, hibisco e gengibre. Fibras, como linhaça, chia, aveia e farinha de banana verde, também são bastante usadas. A nutricionista Pâmela Garcia, especialista em nutrição clínica, garante que se forem utilizados de forma correta, os alimentos detox são, sim, muito benéficos para a saúde. “Devem ser consumidos de forma que todas as necessidades nutricionais de macro nutrientes (proteínas, lipídeos e carboidratos), micro nutrientes (vitaminas e minerais) e fibras sejam supridos. o ideal é a pessoa buscar orientação de um nutricionista para elaborar um plano alimentar adaptado às suas necessidades”,
explica a especialista. Pâmela afirma que as pessoas que incluem sopas e sucos feitos com base em alimentos detox, ricos em vitaminas e minerais, não prejudicam o organismo, mas alerta que o consumo deve acontecer de forma equilibrada. Os resultados variam de acordo com o peso, atividade física e faixa etária da pessoa. “Existem pessoas que consomem somente esses alimentos e podem acabar não alcançando a necessidade diária ideal de vitamanias e sais minerais. Além disso, o exagero pode causar hipoglicemia e dores de cabeça decorrente da privação de outros nutrientes”, pontua. O inchaço pode ter muitas causas e ser inclusive sintoma de muitas doenças. A nutricionista conta que uma pessoa inchada sente o corpo mais “cheio e pesado”. “Uma das
“Existem pessoas que consomem somente esses alimentos e podem acabar não alcançando a necessidade diária ideal de vitamanias e sais minerais. Além disso, o exagero pode causar hipoglicemia e dores de cabeça decorrente da privação de outros nutrientes”
Inchada ou não? Existe um teste chamado Sinal de Cacifo ou Sinal de Godet, que é afeito por meio da pressão digital sobre a pele, verificando se a pessoa está com edema - que é o inchaço causado pelo excesso de líquidos nos tecidos do corpo. “O truque é, com os dedos em forma de pinça, apertar a pele por pelo menos cinco segundos e observar. Se depois de pressionar a pele por esse tempo, a marca do dedo não se desfizer imediatamente, durante três segundos ou mais, é sinal de que existe líquido retido naquela região”, explica a especialista Pâmela. Carolina Lage conta com os sucos detox para auxiliar na dieta, enquanto Luana Coelho aponta as vantagens da alimentação funcional
principais razões para o incômodo é manter uma rotina de maus hábitos alimentares. A causa mais comum do inchaço é a retenção de líquidos, provocada pelo acúmulo de sódio no organismo. Consequentemente, os pés, as mãos, as coxas, os tornozelos e principalmente a barriga ficam mais inchados. Outras causas são o acúmulo de gases no corpo, e a prisão de ventre, que pode formar aquela barriguinha indesejada”, comenta Pâmela. “Outro sinal comum é que urinamos menos”, completa.
Mais saúde A empresária Carolina Lage, 37, há quatro anos tenta ser mais saúdavel. Ela fez dietas e emagreceu, mas depois de ter a segunda filha, engordou 23 quilos. “Achei que nunca mais iria voltar para o meu peso normal. Então entrei na academia, fiz uso dos alimentos detox, principalmente sopas, e consegui emagrecer”, diz. Para a empresária, comer é um prazer, mas sempre com moderação. “Quero chegar aos 40 anos bem, não só por estética, mas visando a saúde. De segunda a sexta eu como pro-
dutos integrais, sopas e sucos detox. Com eles me sinto bem mais disposta, menos inchada, meus cabelos e pele ficam bonitos”, afirma. A farmacêutica Luana Coelho, que trabalha com alimentos detox, explica que o segredo é simplisment ingerir alimentos que potencializam o organismo na desintoxicação, que já é feita naturalmente todos os dias. “Uso a nutrição funcional para isso. Um suco detox irá ajudar o organismo a desempenhar seu papel. Não é para fazer uma dieta à base dele”, diz. AGOSTO, 2015 defatoonline.com.br
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Culinária
Os fãs da famosa costelinha com molho barbecue podem se deliciar com essa impecável receita, que surpreende com a facilidade e o gostinho de comida caseira. O resultado é incrível e a carne soltando do osso é de lamber os dedos! O tempo de preparo é 1h10 e rende 5 porções.
Costelinha com molho barbecue INGREDIENTES
MODO DE PREPARO
2 kg costelinhas de porco aferventadas em água quente
Espalhe sal por toda a carne e coloque para ferver por 10 minutos em uma panela com bastante água quente. Escorra a água, arrume as costelinhas em uma assadeira, cubra com papel alumínio e leve ao forno baixo (180º) por 40 minutos. Em uma panela, refogue a cebola no óleo, acrescente o açúcar mascavo e o vinagre. Deixe o açúcar dissolver e acrescente o molho inglês, catchup, louro, chilli em pó e água. Cozinhe por 30 minutos em fogo baixo ou até o molho engrossar. Tempere com sal e pimenta-do-reino, coe e reserve. Retire as costelinhas do forno, abra o papel alumínio e pincele com o molho. Aumente a temperatura do forno, asse as costelinhas por mais 10 minutos, pincele novamente com o molho, asse mais 5 minutos e repita mais uma vez esta operação. Sirva com mais molho à parte e bom apetite!
MOLHO 1 colher (sopa) óleo 2 colheres (sopa) cebola picada 1/2 xícara (chá) açúcar mascavo 1/2 xícara (chá) vinagre branco 2 colheres (sopa) molho inglês 2 xícaras (chá) catchup 1 folha de louro 1 colher (sopa) chilli em pó 1/2 xícara (chá) água Sal e pimenta do reino a gosto
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FILIPI ALVES E CAMILA ALVES
GIOVANNA DOS REIS FREITAS
Pais: José Paulino Alves Marlene Alves
Pais: Adair Alves Eliana Alves
Pais: Geraldo de Oliveira Freitas Patrícia Silva B. Reis
LUISA LEBARCH
LYAN CESAR E DAVI LUAN
MARIA CLARA FERNANDES
Pais: Cláudia Reis Tony Lebarch
Pais: Leonardo Sena Adriana Barbosa
Pais: Leonardo Izabel Fernandes Rosilene Duarte
MURILO FONSECA CASTRO
SARAH EMANUELLE DA SILVA
VITÓRIA LARA
Pais: Adiley Castro Renata Fonseca
Mãe: Saiuri Marcellida Silva Parreira
Pais: Vitor Evangelista Elaine Moura
CINTIA ALVES 11 ANOS
8 ANOS
6 MESES
9 ANOS
5 ANOS
12 ANOS
5 MESES
4 MESES
5 ANOS
6 MESES
2 ANOS
Envie a foto de sua criança para: sociedade@defatoonline.com.br AGOSTO, 2015 defatoonline.com.br
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Flash Social Art Designer
A proprietária do Lilica Doces, Alice Assis, comemorou em grande estilo seus 25 anos. No dia 25 de julho, recebeu em casa amigos e familiares para uma festa com muitos docinhos feitos por ela mesma (claro!). As guloseimas estão fazendo muito sucesso em Itabira
As modelos Stacy Dias e Thaimara Fernandes foram as estrelas da nova coleção Primavera Verão 2015 da Carolina Modas. Inovando sempre, a loja antecipou e lançou o catálogo, que está lindo, cheio de tons coloridos e looks sofisticados
Os amigos Tiago Matoso, Paulinho Sgarbi e Robert Bruno promoveram no dia 31 de julho a festa White Party, no Don Báez. A balada movimentou a noite itabirana com muita exclusividade e gente bonita - todos vestidos de branco. Os amigos já estão empenhados e preparam uma nova data para repetir a dose
Lucas Bastos Lucas Bastos
Em comemoração aos 25 anos da Auto Peças Brasil Novo, a empresária Penha Barbosa realizou dois dias de palestras sobre Mecânica Básica para Mulheres. Foram mais de 40 espectadoras em cada dia. Na foto, Penha com os filhos Camila Barbosa e José Henrique.
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O fotógrafo Lucas Bastos realizou um editorial de 15 anos da jovem itabirana Hiasmim Oliveira. A sessão foi realizada em estilo rústico, tendo como plano de fundo todas as belezas da Mata do Intelecto em Itabira
Tatiana Santos/DeFato
Renato Carvalho/DeFato
Sempre atento ao conforto e performance dos seus clientes, o empresário Wellington Gomes, proprietário da Academia Imagem de Itabira, recebe elogios pela eficiência e atenção no trabalho. Em agosto, investiu em novos equipamentos de ergometria para a academia. Sucesso!
A nova diretoria da Associação Feminina União e Paz, da Maçonaria, foi empossada na noite de 7 de agosto, em Itabira. Durante dois anos, a presidente Keyla Aparecida Barbosa Cerceau (dir.) e a vice, Aline Cristina Gonçalves Moreira Santos, vão trabalhar pela causa social Sérgio Santiago/DeFato
Anderson Lopes, mais conhecido como “Dudu”, da Vista Comunicação, e sua noiva Jéssica Silva, fizeram uma sessão pré-wedding em Angra dos Reis, no Rio de Janeiro. Com muita sintonia e romantismo, foram clicados pelo fotógrafo Everson Paiva e seu assistente Matheus Motta
Os empresários e proprietários do recém-inaugurado Meet Restaurante & Lounge, Bruna Penna e Raul Martins da Costa, aliam competência, coragem, ousadia e planejamento para proporcionar aos itabiranos uma nova experiência gastronômica
O vereador itabirano Rodrigo Assis “Diguerê” foi aprovado no exame da OAB e exibe orgulhoso sua identidade profissional de advogado. Ele dedicou a conquista a Deus e aos familiares. Também agradeceu a todos que acreditaram no seu potencial Renato Carvalho/DeFato
Tatiana Santos/DeFato
A maquiadora e designer de sobrancelhas Fernanda Vieira Silva, que possui diversos cursos de especialização na área, inaugurou em Itabira, no dia 16 de julho, o Studio Fernanda Vieira, um espaço dedicado à beleza e bem estar da mulher. Um salão pensado para atender às clientes mais exigentes com diversas opções de serviços
Juscelino Drumond e Cristiane Guerra, proprietários e fisioterapeutas da clínica Fisio + Pilates, mostram que sempre se preocupam com o bom atendimento e a saúde dos seus clientes. A última ação dos empreendedores foi um “aulão” na praça Acrício Alvarenga, onde inauguraram o treinamento funcional, agregando um completo serviço na área de saúde e reabilitação AGOSTO, 2015 defatoonline.com.br
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Galeria de fotos
Aula Inaugural de treinamento funcional da Fisio + Pilates Fotos: Lucas Bastos/DeFato
A Clínica Fisio + Pilates realizou no dia 16 de julho uma aula inaugural de treinamento funcional aberta ao público. A clínica é referência em fisioterapia, pilates elaboração de palmilhas ortopédicas e estética facial, corporal e avançada em Itabira. A Fisio + Pilates se localiza av. Carlos Drummond de Andrade, 120, em Itabira. Telefone: (31) 3831-6855.
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Galeria de fotos
Inauguração Academia Impacto Personal Fotos: Jr Foto Arte
A Impacto Personal inaugurou, no dia 17 de julho, sua nova sede. A academia é ampla e moderna e permite um atendimento ainda melhor. A abertura da nova sede foi marcada por um coquetel que contou com a presença de clientes e amigos.
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Galeria de fotos
Aniversรกrio da Carla Jardim Fotos: Art Designer Fotografias
A empresรกria itabirana Carla Jardim comemorou mais um ano de vida com uma festa surpreendente. O aniversรกrio aconteceu no dia 18 de julho, na casa de shows e eventos Don Bรกez, e contou com a presenรงa de familiares, autoridades e diversos amigos da felizarda.
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Galeria de fotos
Inauguração do Meet Restaurante & Lounge Fotos: Lucas Bastos/DeFato
Acaba de ser inaugurado em Itabira o Meet Restaurante & Lounge, dedicado a quem aprecia a boa gastronomia. Resultado de um audacioso investimento dos empresários Raul Martins da Costa, do Grill Gourmet, e Bruna Penna, o estabelecimento tem parceria com o Bristol Hotel Itabira para atender hóspedes e o público em geral. O Meet fica na Rua Gonzaguinha, 8 - Esplanada da Estação. Telefone: (31) 3831-8504
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Galeria de fotos
Circuito da Lua: etapa Lua Nova Fotos: Arina Bragança e Tatiana Santos/DeFato
Mais uma vez, Itabira reuniu inúmeros atletas para a corrida e caminhada do Circuito da Lua: etapa Lua Nova 2015, na noite do sábado, 8 de agosto. Os 600 atletas se concentraram na praça Laércio Brandão. A corrida contou com trajetos de 5 Km e 10 Km, nas categorias feminino e masculino.
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Prosa
Daniel de Castro
Get up!
profdanieldecastro@hotmail.com
O
doutor, “pur” acaso, sabe “pur con de quê” hoje “in” dia todo mundo só fala é caldo de cana, “invéis” de garapa? Foi assim que ele puxou assunto e começou a me contar o “cas”, começando assim: Naquela ocasião, eu morava nos Doze, ali no Laboreaux. Morava bem no fundo da grota, num sobrado branco, de barrado, janelas e portas azuis. Grota, se o doutor num sabe, é “qui nem” mulher de perna cruzada. A gente olha, mais não vê nada lá dentro. Os morros “trevessa” e “isconde” tudo. Na grota, a gente vivia isolado do mundo. Lá dentro ficava o sobrado, o canavial, o engenho e a coberta onde meu pai fazia rapadura. O engenho era assim: “tinha três moenda de ferro”. A moenda maior era grudada numa peça de madeira que meu pai chamava de almanjarra. Naquele dia, Maria Caminhão tocava “os boi”. “Os boi” ficava atrelado na almanjarra. “Es” fazia as moenda “rodá” pra “muê” a cana. Caminhão, era a empregada. Era alta, forte, e quase surda. Meu pai dizia que ela devia pesar bem “umas sete arroba”. Naquela ocasião, fora o sobrado, o engenho e a coberta da “fornaia”, tudo o mais era o pasto verde, a mata fechada, o canavial e o céu azul. Um deserto. Quase ninguém aparecia por lá. Barulho, só os da natureza. Hoje, não. Hoje o asfalto atravessou o sítio de ponta a ponta. Encheu tudo de terra e de barulho. Desapareceu até com os olhos d’água. Nem o sobrado de barrado azul existe mais. Tudo era sossego. Mas sucedeu que na grota “pareceu” um gringo. Ele dizia que estava “looking for precious stones”. Ninguém entendia a língua dele. Mas depois de tanto ele apontar
O sujeito só gritava “guerap”. Quanto mais ele gritava “guerap”, mais garapa meu pai levava “prele”
para uns cristais, “gesticulá”, repetir “precious stones”; de tanto “falá qui tava” “looking for”, meu pai concluiu que “looking” devia ser louquinho. Que o americano “tava” é louquinho por pedra preciosa. Mas, louquinho ou não, ele ia assentar num banquinho e tomar um canecão de garapa. Mais “oia” só, o gringo “assentou” justamente no lugar que as “talba” se encontrava ponta com ponta. - Na junção das tábuas, o senhor quer dizer? - Isso, doutor! Falou “bunito”. Na junção das “talba”. “Mais iscuita só”. Aí, quando a Maria Caminhão, de sete arroba, assentou para “bebê” garapa, o gringo, todo vermelho, danou “gritá” “guerap” e empurrá a Caminhão. “Mais” Caminhão num entendia, num dava fé de nada. Aí o gringo berrou: “guerap, guerap, guerap”! E Caminhão ali ó, “qui nem” carro atolado e sem bateria. E o gringo “tava”, coitado, sentado bem na “tar junção das talba”. As “talba tava espremeno” as coisa dele, num sabe? Mas, quem “qui havera de divinhá”? O sujeito só gritava “guerap”. Quanto mais ele gritava “guerap”, mais garapa meu pai levava “prele”. Meu pai num “tindia ingrês”, uai! Eu mermo, foi só “istrudia qui” meu neto me “ispricô qui” os americano escreve “get up”, “pronunceia guerap”, e o trem significa é “alevantá”. O coitado queria era “qui” Caminhão se “alevantasse”, “modi as talba” num “pertá” as coisa dele. Lá uma hora, Caminhão “alevanto”. Aí, o coitado foi e “alevantô tomem”. Isso “assucedeu” foi no tempo do “Getuio Varga”. Me “contaro qui” o caso “chegô” nos ouvidos dele. Aí foi que ele “mandô” todo mundo “chama” a garapa de caldo de cana. Tá certo. É pra nunca mais “cuntecê” uma confusão dessas. Pra nenhum gringo “fica” com os “troço” preso nas “talba”, “fica” gritando “guerap” e os outro “pensa” que ele “ta” é querendo garapa. Já “pensô” se isso “cuntece” com o Barack Obama? Do Jeito que ele tem “dinheiro”, pode “inté mandá sortá” uma bomba tônica no “palaço das Arvorada”. Né mermo?
Daniel de Castro é professor, escritor e poeta, formado em Teologia, Filosofia e Letras
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Elegante Sempre Janaína Depiné
7 dicas para não esquecer o nome de alguém Você vive esquecendo o nome das pessoas e sabe o quanto isso é deselegante? Pois saiba que essa é uma das gafes mais comuns. Isso porque ao ser apresentado pela primeira vez a uma pessoa aquela informação vai para a memória de curto prazo, ou seja, dura poucos minutos na caixola. É o efeito Dory (aquele peixinho desmemoriado do filme “Procurando Nemo”…rs). Então, a saída é fazer aquela informação ir parar na memória de longo prazo. Para isso, estudei as melhores técnicas dos especialistas em memorização e transformei em 7 dicas que resolvem de vez essa gafe. Veja como é simples e comece agora mesmo! 1. ESTEJA ATENTO Quando for apresentado à pessoa preste muita atenção na hora em que ela disser o nome. Ela fará isso apenas uma vez e provavelmente vocês irão conversar por muito tempo sem que ela diga novamente, portanto não se distraia nessa hora. 2. NÃO ENTENDEU? PERGUNTE! Quem tem um nome difícil ou diferente já está acostumado, portanto, na dúvida, pergunte quantas vezes for preciso. Se for muito complicado peça à pessoa que o soletre. 3. REPITA SEMPRE Assim que for apresentado à pessoa dê um jeito de usar o nome dela. Por exemplo: “Prazer em conhecê-lo, Luiz”. Ao tratar a pessoa pelo nome, você estará reforçando seu cérebro. Funciona melhor do que ficar repetindo mentalmente “Luiz, Luiz, Luiz” (hahaha).
Ao ser apresentado pela primeira vez a uma pessoa, aquela informação vai para a memória de curto prazo, ou seja, dura poucos minutos na caixola
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4. ASSOCIE E IMAGINE Essa técnica é perfeita. Pode ser uma música ou o nome de alguém conhecido. Por exemplo, se a pessoa se chama Pedro, logo lembro que tem o nome do meu filho caçula. Se a pessoa se chama Luiza, lembro-me da canção de Tom Jobim: “Luiza, me dá tua mão…” (cante mentalmente enquanto conversa). Às vezes podemos usar uma brincadeira. Exemplo: se o sujeito chama-se Mário, você pode conversar com ele se lembrando do personagem do videogame. Enfim, ache algo para associar ao nome da pessoa. 5. ESCREVA LOGO Assim que possível, escreva o nome da pessoa em um papel ou no cartão que ela lhe entregou. A escrita é uma excelente forma de memorização, por isso os resumos ajudam tanto nos tempos de escola. 6. RECORDE E REVIVA Ao fim do dia, reveja seu dia. Lembre-se de cada pessoa e seus nomes. Isso vai colar as novidades na memória de longa duração. 7. PERGUNTAR NÃO OFENDE Se apesar de tudo isso você ainda ficar em dúvida quando rever a pessoa, diga: “Desculpe, aquele dia conversamos tanto, mas não memorizei seu nome”. Melhor ser sincero do que falar o nome errado.
*Com informações dos livros “Os Dez Hábitos da Memorização” (Renato Alves), “You Can Have an Amazing Memory” (Dominic O’Brien) e “Mentes Brilhantes” (Alberto Dell’Isola)
Janaína Depiné é jornalista, especialista em Comunicação Empresarial e mestre em Ensino Superior. Ministra cursos e palestras sobre etiqueta profissional e imagem pessoal há 10 anos.
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Opinião
A calvície também atinge as mulheres
Otávio Boaventura
www.otavioboaventura.com.br
C
omumente, associa-se a calvície, também chamada de alopecia, aos homens. Mas há mulheres que também sofrem dessa disfunção que atinge dois bilhões de pessoas em todo o mundo. Desse número, mais de 100 milhões são mulheres, segundo dados da Academia Americana de Dermatologia (AAD). No Brasil, o problema atinge, aproximadamente, 20% da população feminina, em graus variados. Dentre as causas mais comuns, estão propensão genética, alterações hormonais e inflamações no couro cabeludo. Além disso, quando se fala em calvície, imagina-se logo uma pessoa completamente calva. Contudo, no caso das mulheres, na maior parte das vezes, os fios vão se tornando progressivamente mais finos, expondo certas áreas do couro cabeludo, e é raro que elas cheguem a ficar totalmente carecas. Isso acontece porque a disfunção é provocada pelo hormônio testosterona, presente em grande quantidade nos homens e em menor porção nas mulheres. A alopecia feminina pode se manifestar em três níveis, do mais leve (I) ao mais grave (III). No primeiro grau, pode-se observar uma leve rarefação no centro do couro cabeludo; no segundo, grau intermediário, já conseguimos visualizar em maior quantidade o couro cabeludo; e no terceiro, já temos a calvície
Vale ressaltar, porém, que o transplante, apesar de ser muito utilizado para o público masculino, tem algumas restrições para as mulheres
instalada de fato. O primeiro passo para o tratamento é identificar se existe, realmente, uma queda excessiva de cabelo, pois é comum a perda de até 100 fios por dia. Na sequência, deve-se obter o diagnóstico exato, feito por um especialista, que vai utilizar uma série de exames e, em alguns casos, até uma biópsia do couro cabeludo. Após isso, o médico saberá qual o tratamento mais adequado. Pode ser feito, dependendo do caso, o uso de remédios ou até mesmo laserterapia. Já em quadros mais graves, pode ser necessária a realização de um transplante capilar, em que são transferidos fios das regiões laterais e posteriores da cabeça às áreas atingidas pela calvície. Hoje, já existem técnicas inovadoras, como a FUE, que transfere fio a fio e não deixa cicatrizes lineares na cabeça. Fica quase imperceptível. Quando bem indicada e realizada por um especialista, a cirurgia poderá trazer de volta a autoestima e uma nova qualidade de vida à paciente. Vale ressaltar, porém, que o transplante, apesar de ser muito utilizado para o público masculino, tem algumas restrições para as mulheres. Deve-se averiguar se o processo de queda capilar encontra-se estável, além disso, as áreas calvas devem ser limitadas e circunscritas e não em um processo generalizado por todo couro cabeludo. Outro ponto negativo é que mulheres com o cabelo muito fino tendem a ter piores resultados com cirurgia. E é importante destacar que existem algumas rotinas que podem amenizar e prevenir os problemas com a calvície. Beber bastante água, evitar o excesso de bebidas alcoólicas e cigarro, além de praticar exercícios físicos regularmente, são algumas medidas que podem colaborar com a sua saúde e a dos cabelos. Já em casos onde há uma herança genético-familiar da calvície, além de adotar a rotina saudável, é importante acompanhamento precoce de um especialista.
Otávio Boaventura é médico, cirurgião geral e cirurgião plástico. Membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica e da Associação Brasileira de Cirurgia e Restauração Capilar
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