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CONHECENDO LUIZ FERNANDO VERÍSSIMO MELHOR

ção nas redes sociais de novos talentos pessoais, de gente que aprendeu a cozinhar ou a tricotar. Qual foi a tua habilidade descoberta na quarentena? Veríssimo – Tenho exercitado muito o dedão para trocar o canal da televisão. Não sei se vale como contribuição à sociedade. Pergunta – E a sensação de viver sem futebol? Veríssimo – O lado bom da proibição do futebol é que o Inter não perdeu nenhum jogo até agora, este ano. Pergunta – Está saindo o Veríssimo Antológico, em e-book, pela Objetiva, com meio século de crônicas. Qual é a sensação de ver tantos textos de tanto tempo reunidos? Veríssimo – Muitas crônicas eu já tinha esquecido, outras eu gostaria que ficassem esquecidas. Mas a seleção não fui eu que fiz. Sou inocente. Pergunta – Quais ficariam esquecidas? Veríssimo – Muitas, muitas. Pergunta – Por que os teus personagens ficaram de fora da antologia? Veríssimo – Foi uma decisão editorial. Não dei nenhum palpite. Pergunta – O que tu achas que nunca escreveste, o tema que nunca foi abordado? Veríssimo – Certos assuntos a gente evita, até por uma questão de escrúpulo pessoal. Mas aí entra a velha questão: o humor deve ou não ter limites? Uma discussão que vai longe. Pergunta – E aquele personagem que quase foi criado? Veríssimo – Eu sou do tempo em que a gente escrevia o que queria, na esperança sempre renovada que o próprio jornal não deixaria sair. Mas às vezes se distraiam e deixavam passar. Uma vez censuraram um texto meu sobre o Darwin. A teoria da evolução era proibida, junto com o Brizola e o dom Helder Câmara.

Luis Fernando Veríssimo (1936) é um escritor brasileiro. Famoso por suas crônicas e contos de humor, é também jornalista, tradutor, roteirista de programas para televisão e músico. Nasceu em Porto Alegre, Rio Grande do Sul, no dia 26 de setembro de 1936. Filho do escritor Érico Veríssimo e de Mafalda Halfen Volpe viveu parte de sua infância nos Estados Unidos, época em que

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seu pai lecionou literatura brasileira nas universidades de Berkeley e de Oakland, entre 1941 e 1945. Em 1953 a família retornou aos Estados Unidos quando seu pai assumiu a direção do Departamento Cultural da União Pan-Americana, em Washington, e só retornaram ao Brasil em 1956. Nessa época, estudou no Roosevelt High School, em Washington. Desenvolveu o gosto pelo Jazz, chegando a ter aulas de saxofone. De volta a Porto Alegre, Luis Fernando Veríssimo começou a trabalhar na Editora Globo, no departamento de artes. Em 1960 passou a integrar o conjunto musical Renato e Seu Sexteto. Em 1962 mudou-se para o Rio de Janeiro, onde trabalhou como tradutor e redator publicitário. Em 1963 casou-se com a carioca Lúcia Helena Massa, com quem teve três filhos. Em 1967, retornou para Porto Alegre e ingressou no jornal Zero Hora, trabalhando como revisor de textos. A partir de 1969 passou a assinar sua própria coluna diária. No mesmo ano começou a redigir para a agência de publicidade MPM Propaganda. Entre 1970 e 1975 trabalhou no jornal Folha da Manhã, escrevendo sobre esporte, música, cinema, literatura e política. Seus contos eram sempre bem humorados. Em 1973, Veríssimo publicou O Popular, uma coletânea de textos já publicados nos jornais onde trabalhou. Em 1975, retornou ao jornal Zero Hora e passou também a escrever para o Jornal do Brasil. Nesse mesmo ano publicou A Grande Mulher Nua. Em 1979 publica Ed Mort e Outras Histórias, livro de crônicas, cujo personagem viria a ser um dos mais populares de sua obra. Entre 1980 e 1981 morou em Nova Iorque, época em que escreveu Traçando Nova Iorque. Em 1981, Luis Fernando Veríssimo lança, na Feira do Livro de Porto Alegre, o livro de crônicas O Analista de Bagé, que se esgotou em dois dias. Entre 1982 e 1989, foi redator semanal, com artigos bem humorados, para a revista Veja. Em 1994 publica Comédias da Vida Privada, que foi adaptada para uma minissérie na televisão. Em 1995, Luis Fernando Veríssimo passou a integrar o grupo Jazz 6, que lançou os CDs Agora é Hora (1997), Speak Low (2000), A Bossa do Jazz (2003) e Four (2006).

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